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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

ANÁLISE FINAL TEMPORADA 2021: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Agora vamos com a parte final das análises dos pilotos da temporada 2021 da F1!

Charles Leclerc – 8,0: Rápido, é outro que merece um carro bom para brigar com os outros grandes. No entanto, está batendo demais. Está faltando regularidade e esse foi um dos fatores porque foi derrotado pelo novato Sainz no time. A velocidade está ali. Falta equilíbrio e consistência. A Ferrari precisa acertar, uma vez na vida, no projeto.  Só assim que Charles vai retomar o processo que se iniciou em 2019.

Carlos Sainz Jr – 8,5: o subestimado espanhol vem calando a todos nós ano após ano. É uma evolução espantosa. Sainz é o Button dessa geração. Quando menos se espera, lá está ele, beliscando as primeiras posições. Um senso de aproveitamento e regularidade absurdos. A diferença dos italianos e do pessoal de Woking no campeonato foi essa: Sainz fez o que Ricciardo não teve capacidade. Acumular pontos e ajudar o time. É melhor ter cuidado com Sainz. Quando menos se esperar... Ele vai estar lá.

Pierre Gasly – 7,5: Faz o que pode com a Alpha Tauri. Está no limbo. O futuro de Gasly é tentar cavar alguma vaga em outro time, tal qual Sainz fez. Chega a ser um desperdício de talento o francês estar empacado na equipe satélite. No entanto, é o que tem pra hoje, certo? Não há muito o que fazer.

Yuki Tsunoda – 6,5: Parece permanecer na F1 por falta de opção na academia Red Bull. Parece ser veloz mas erra muito, falta consistência. É normal para quem tem apenas 20 anos, mas o mundo da F1 é cruel e todo mundo já espera o próximo super grande talento taurino. Bom, Tsunoda tem um ano para bater menos e pontuar mais, recompensando a aposta de Franz Tost antes de ser contratado.

Kimi Raikkonen – 7,0: Os dias de glória já passaram faz tempo e o agora ex-piloto teve uma despedida digna. A idade já atrapalhava alguns reflexos, e batidas e incidentes foram comuns. Ainda assim, Raikkonen superou o companheiro de equipe e conseguiu alguns bons pontos. Uma despedida correta de um dos grandes da F1 nos últimos 20 ou 30 anos. Vou escrever sobre com mais calma.

Antonio Giovinazzi – 6,5: Infelizmente o italiano em nenhum momento conseguiu demonstrar o potencial que o levou a F1. Muitos erros e acidentes, ritmo de corrida ruim e perder para um piloto semi aposentado não é um bom sinal. Sem o acordo com a Ferrari que o prendia, Giovinazzi agora tem a Fórmula E como horizonte e a reserva da Ferrari para outros projetos. O trem passou para ele, infelizmente.

Mick Schumacher – 6,5: Também fez o que podia. Superou Mazepin e tentava se manter na pista. Chegou a brigar por posições e “ajudou” a definir o campeonato no entrevero com Latifi. O filho do homem também não tem muito o que fazer. É continuar, acumular experiência e torcer para a Haas ter um carro menos pior em 2022 para fazer alguma graça. Ferrari? Fora de cogitação. O sobrenome ajuda, mas tudo tem limite. Que Mick faz o desenvolvimento no ritmo dele.

Nikita Mazepin – 6,0: o que era constrangimento ficou até aceitável. Nikita parou de ter acidentes bizarros, apenas problemas de disciplina nas bandeiras e colocação na pista. Nada anormal, considerando o que estamos vendo na F1. Assim como Stroll, ele é a razão de existir na equipe. Não há análise do que se possa fazer. Salvando a Haas e mantendo no mínimo 20 carros no grid já é uma grande vitória nos dias atuais.

George Russell – 8,0: Se até um certo ponto faltava sorte para o britânico, 2021 foi o ano para exorcizar muitas coisas. Um ano espetacular com a Williams, que também evoluiu. George sempre tira mais do que o carro e a recompensa foi finalmente subir para a Mercedes. Cumpriu os três anos de amadurecimento com maestria. Ano passado, já mostrava estar pronto para a missão. Agora é comprovado, tal qual a Jimo. Russell pode fazer barulho com Hamilton do lado. Lembra até a situação do jovem de 15 anos atrás...

Nicholas Latifi – 7,0: Os abutres só vão lembrar da última corrida, mas o canadense evoluiu junto com o time. A renovação é justa. Sem Russell, é preciso alguém experiente para segurar as pontas com o novo regulamento e a chegada de Albon. Latifi não é um mal piloto, mas também não é um absurdo estar ali. Erra pouco e cumpre o papel no time de Frank. Tomara que essa batida não crie sequelas, até porque foi uma cliente da Mercedes que mudou os rumos do campeonato. Tomara que Latifi não vire o Bernoldi dessa geração.

E essa foi a minha análise da temporada 2021! Concorda? Discorda? Discorra nos comentários!


segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

INACREDITÁVEL

 

Foto: Getty Images

Inacreditável, mas vou escrever esse texto um pouco distante das minhas condições ideais. Chutei o balde.

Cheguei a conclusão que qualquer ponto de vista sobre o fim da temporada é válido. Começamos do começo. Max foi pole enquanto o favoritismo era da Mercedes. A largada seria fundamental porque as duas equipes tinham estratégias diferentes, mas mesmo assim eram os alemães que pareciam estar mais tranquilos.

A largada definiria tudo, e ali Hamilton, com pneu médio, assumiu a liderança. No segundo grande retão, Max mergulhou o carro numa tentativa desesperada mas Lewis continuou na frente e tinha um ritmo muito superior. Mesmo com estratégia diferente, seria muito complicado. Bastava marcar Max para o octa.

Na primeira parte, a Mercedes cumpriu a missão na nova pista, mais rápida porém igualmente chata e torturante. É preciso que alguém pague bilhões para que o campeonato não se decida por lá. Pelo jeito é impossível, porque o autódromo foi renovado até 2030!

Num Safety Car Virtual, Max aproveitou para parar e tentar uma última tentativa. Lewis e a Mercedes não marcaram. Vale destacar o grande momento da corrida que foi a limpa disputa entre Pérez e Hamilton. O mexicano tirou 7 segundos de vantagem do inglês apenas travando-o o quanto pode em uma volta e meia. Foi o escudeiro que se esperava, que foi contratado pra isso. Lá atrás, Bottas fez uma despedida melancólica na Mercedes.

A superioridade mesmo assim era avassaladora. Enquanto isso, a dupla da Alfa Romeo também se despedia antes do fim, junto com Russell. De forma melancólica, Raikkonen abandonou na corrida que valia o campeonato. Parecia um prenúncio e, convenhamos, o jeito mais adequado. Kimi não é dos holofotes.

A briga pelo penúltimo lugar mudou toda a história. Hamilton marchava para o título até que, nas voltas finais, Latifi se enbananou na disputa com Mick Schumacher e bateu. E agora? Mick "defendeu o legado" do pai, enquanto um carro com motor Mercedes batia. Se fosse uma Alpha Tauri, certamente seria investigado.

Aí começa o show da FIA, rasgando protocolos para virar entretenimento hollywoodiano. O correto era parar a corrida (já tinham colocado bandeira vermelha em quase todos, qual a diferença?) para que tudo fosse decidido numa relargada em "igualdade de condições".

Enquanto o final parecia se encaminhar para ser com o Safety Car, igual Interlagos 2012, a Red Bull já tinha parado Max para uma suposta tentativa desesperada. Hamilton e a Mercedes não marcaram, por acreditar que naquela altura não haveria mais corrida e evitariam o máximo possível mais um encontro na pista com Max.

Michael Masi mais uma vez manipulou as regras e ficou no meio do caminho. Às pressas, ficou definido que teria largada na última volta mas não autorizou todos os retardatários a darem a volta necessária. Era a final dos sonhos: empatados e lado a lado na última volta!

Rendida, a Mercedes que venceria sem sustos perde o campeonato de pilotos depois de sete anos. Com pneu mais novo, Max cumpriu a profecia e destronou Lewis Hamilton. Quarto piloto mais jovem da história a virar campeão, o primeiro nascido na Bélgica mas de nacionalidade holandesa. 

Um final emocionante, histórico mas também manipulado. Se falou tanto na questão sobre acidentes na pista que novamente a FIA na primeira aparição 'definiu' o campeonato. O acidente do Latifi era pra ter paralisado bem antes ou ter terminado a corrida, o meio do caminho facilitou um título que é sim muito merecido.

Desde a estreia precoce, Max parecia estar destinado a ser campeão. O talento e a agressividade não eram comuns para os olhos treinados. Mesmo ainda com o temperamento inconsequente, o holandês mostrou coragem e estrela pra vencer um heptacampeão em mais de 20 corridas. Um grande esforço mental e físico. Ainda precisando aprimorar, Max é um justo campeão mundial! 

Uma bela volta por cima da Honda, que voltou sendo piada com a McLaren e agora sai de cena campeã mundial, o que não acontecia desde o tri de Ayrton Senna em 1991.

Quinto título de pilotos para a Red Bull. A Mercedes fica com uma sensação agridoce, pois venceu pela oitava vez os construtores mas viu a hegemonia ir embora. Hoje, o azar foi para os alemães. Desde o Brasil, a Mercedes mostrou-se imbatível, mas hoje as circunstâncias trabalharam contra. Como certo time, talvez os alemães tenham despertado tarde demais e não poderia mais errar. Foi o Glock inverso, um castigo digno de filme e agora também em uma decisão por título.

Foto: Getty Images

Outros destaques: Sainz, que superou Charles Leclerc e terminou o ano no pódio; Uma grande reação da Ferrari na reta final. Também sabe-se lá como, a dupla da Alpha Tauri foi muito bem e Tsunoda foi o quarto! Circunstancial, que isso sirva como confiança, porque o japonês já entra com a corda no pescoço.

Um campeonato espetacular dentro da pista terminou com um final épico e que beira o inacreditável. Ao longo da temporada, os dois times foram prejudicados e cada um tem as corridas para lamentar o resultado. Hamilton pode lembrar do erro em Baku e o acidente em Monza, por exemplo. Agora é tarde.

Tomara que o regulamento de 2022 consiga fazer com que as outras equipes se aproximem das outras duas. Com mudanças de pilotos, certamente Alonso e Leclerc mereciam um equipamento muito competitivo.

Max Verstappen, um campeão inacreditável, diante das circunstâncias. O roteiro do "Red Bull x Mercedes" já está definido.

Confira os 10 primeiros do GP de Abu Dhabi:


Até!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

GP DE ABU DHABI: Programação + Treinos de sexta

 O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Getty Images

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:39.283 (Mercedes, 2014)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:34.779 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2011, 2014, 2016, 2018 e 2019) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 369,5 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 369,5 pontos

3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 218 pontos

4 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 190 pontos

5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 158 pontos

6 - Lando Norris (McLaren) - 154 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 149,5 pontos

8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 115 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 100 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 77 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 72 pontos 

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 43 pontos

13- Lance Stroll (Aston Martin) - 34 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 20 pontos

15- George Russell (Williams) - 16 pontos

16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 10 pontos

17- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos

18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 3 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 587,5 pontos

2 - Red Bull Honda - 559,5 pontos

3 - Ferrari - 307,5 pontos

4 - McLaren Mercedes - 269 pontos

5 - Alpine Renault - 149 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 120 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 77 pontos

8 - Williams Mercedes - 23 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 13 pontos


SEM FINAL FEIO

Foto: Getty Images

Lewis Hamilton e Max Verstappen se estranharam nas pistas o ano inteiro. Em Abu Dhabi, empatados, vão decidir o título da temporada 2021. 

Toto Wolff, chefão da Mercedes, teme que o que está acontecendo durante a temporada se repita na decisão: uma batida entre os dois podendo decidir o título, e isso ele não quer.

“Eu espero que a corrida de domingo tenha tido repercussões suficientes para que todos aprendam e se adaptem para a corrida final, em Abu Dhabi. Acho que uma pilotagem similar — se os comissários decidirem que foi além do limite — poderia ser novamente penalizada em Abu Dhabi e terminaria em uma situação muito feia para todos”, disse.

"Acho que no Brasil, eu disse que estaríamos criando um precedente caso a manobra não fosse investigada. Isso pode terminar muito mal para o campeonato. E vocês viram incidentes domingo que foram parecidos com o Brasil em velocidade menor, e não queremos ter isso em Abu Dhabi. O carro mais rápido, com o piloto mais rápido, deveria ganhar o campeonato. E não por tirarem um ao outro", completou.

A tentativa de pano quente foi estabelecida. Os ânimos estão exaltados e todos têm culpa no cartório. É claro que não é do interesse de todos, principalmente de quem vende, que o título termine com toques assintosos igual aconteceu no passado. No entanto, isso não pode ser apenas no discurso, e sim com ações. Veremos até sábado como isso vai acontecer.

MARCADO PELA FIA
Foto: Getty Images

Postura unilateral. Assim define Helmut Marko sobre as decisões da FIA envolvendo Max Verstappen e Lewis Hamilton. O todo-poderoso da Red Bull se mostrou incomodado com as avaliações e punições impostas ao piloto da equipe no último domingo, na Arábia Saudita.

No total, Max teve 10s de punição pela batida de Hamilton na hora de devolver a posição, 5s por voltar a pista por fora e mais 20s pelo brake test, após a corrida.

Marko nega o brake test:

"Primeiro, podemos rebater esse suposto brake test com o qual Hamilton estava tão irritado. Quase nunca vi algo tão estranho. Não há nenhuma mudança na pressão dos freios nos nossos dados. Hamilton apenas calculou mal. Aí recebemos uma punição e os pneus de Max ficaram danificados com dois grandes cortes”, respondeu para a emissora alemã Sky.

Depois, Marko esbravejou contra, segundo ele, o rigor da FIA em julgar Max e não fazer o mesmo com Hamilton.

"Isso não pode continuar assim. Assim que Max mostra os dentes, ele recebe uma punição, mas se Hamilton o coloca para fora da pista, aparentemente não tem nada de errado. Não pode continuar assim. Isso é inaceitável”, frisou para a austríaca ServusTV.

Enquanto Toto Wolff usa a imprensa para acalmar os ânimos, pois supostamente está em vantagem para a decisão, Marko e a Red Bull são inflamados o ano todo. Afinal, são os desafiantes, e a pressão está nas costas. 

A famosa "pressão na arbitragem". Vale tudo, nessas horas, o racional fica de lado. Cada um tem seu direito e que arque com as consequências. A FIA é que precisa controlar o que não foi capaz de controlar durante nove meses.

TRANSMISSÃO:
10/12 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)
10/12 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
11/12 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
11/12 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
12/12 - Corrida: 10h (Band)

Foto: Getty Images

Em virtude da agenda apertada e muitos compromissos no mesmo período de tempo, hoje tive que fazer um dois em um, justamente no momento mais importante da temporada. Acontece.

Pelo que vi, a Mercedes tem a clara vantagem em Abu Dhabi, na pista que ficou 10 segundos mais curta e promete ao menos não ser tão chata quanto é sempre. A Red Bull aposta no ritmo de corrida e, francamente, no acaso. Os austríacos, se estiverem fingindo muito bem, tem apenas como esperança tirar o coelho da cartola.

A grande questão é evitar que Max e Lewis se encontrem na pista, por mais que a FIA faça ameaças a quem ousar subir o tom na disputa. Dizem até que a Mercedes pretende colocar um novo motor para Hamilton, imbatível, sair de trás sem sustos. Nada é garantido.

A Alpine segue muito bem nesse final de temporada, enquanto Alpha Tauri, Ferrari e McLaren brigam pelo resto. A queda do time de Woking foi preocupante, mas agora tudo é o novo regulamento.

Diante de todo drama entre Lewis e Max, esquecemos que esse é o último final de semana de Kimi Raikkonen como piloto de F1. Definitivamente. Talvez seja até assim que ele quiera: sem alarde, deixando o finlandês em paz como ele gosta de frisar sempre no rádio.

Um final de semana histórico se aproxima na F1. Muito drama que, esperamos, seja também na pista, sem artificialidades ou intervenções grotescas, nem algo muito Hollywoodiano ou Netflixesco. Apenas uma corrida, nada mais nada menos que isso. E que vença o melhor!

Confira a classificação dos treinos livres:







Até!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

COMEÇANDO A DECISÃO

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

A segunda pista desconhecida consecutiva dessa reta final da temporada mostra como o simulador pode ser uma coisa e a realidade outra. Apesar de extensa, o circuito de rua da Arábia é rápido e estreito, muito semelhante com Baku. Poucos pontos de ultrapassagem e não vai perdoar quem errar. Charles Leclerc que o diga, pois arrebentou o carro no último instante do TL2 e talvez nem treine amanhã.

No início da semana, tinha sugerido que a Honda e a Red Bull pudessem trocar o motor de Max para que o holandês possa ter mais igualdade na disputa com Hamilton. Observando as particularidades da pista, talvez essa não seja a decisão mais sensata. Com pouco espaço e quase nenhum ponto de ultrapassagem, qualquer incidente certamente terá bandeira vermelha ou Safety Car, um risco muito grande.

Isso deixa a Red Bull numa situação complicada. É evidente que todos estão conhecendo a pista e longe de estar na confiança plena para guiar nessas condições, inclusive os protagonistas, mas outra vez a Mercedes parece levar vantagem com o novo e potente motor. Hamilton pode empatar ou praticamente fazer isso para a decisão em Abu Dhabi, jogando toda a bomba para os taurinos. 

Gasly, Alpine e Ferrari parecem continuar mantendo o bom ritmo e vão brigar pelos pontos. A McLaren murchou de vez depois da Rússia. E é assim que a F1 segue até o início do novo regulamento, da nova era da categoria em 2022.

Como já vimos diversas vezes no ano, o sábado e o domingo não correspondem a sexta e muitas surpresas aconteceram. Agora, um erro, problema ou deslize pode ser fatal para conhecermos o novo campeão talvez até domingo, embora seja improvável e apenas Max Verstappen tenha essa possibilidade.

É a F1 começando a grande decisão do campeonato mais equilibrado desde 2014. 

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

GP DA ARÁBIA SAUDITA: Programação

 O Grande Prêmio da Arábia Saudita acontece pela primeira vez na história em 2021, em um circuito de rua da capital Jidá, com 27 curvas e 6.175 km de extensão, o segundo maior da temporada.

Foto: Wikipédia

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 351,5 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 343,5 pontos

3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 203 pontos

4 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 190 pontos

5 - Lando Norris (McLaren) - 153 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 152 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 145,5 pontos

8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 105 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 92 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 77 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 60 pontos

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 43 pontos

13- Lance Stroll (Aston Martin) - 34 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 20 pontos

15- George Russell (Williams) - 16 pontos

16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 10 pontos

17- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos

18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 546,5 pontos

2 - Red Bull Honda - 541,5 pontos

3 - Ferrari - 297,5 pontos

4 - McLaren Mercedes - 258 pontos

5 - Alpine Renault - 137 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 112 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 77 pontos

8 - Williams Mercedes - 23 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 11 pontos


EFEITO ZHOU (MAS JÁ?)

Foto: Divulgação/Alpine

O primeiro chinês contratado como titular na F1 ainda nem estreou mas o impacto parece ser positivo. 

É o que garante o chefão da Alfa Romeo, Frederic Vasseur.

Em entrevista para o Motorsport Magazin, Vasseur contou que a tratativa fracassada com a Andretti postergou a decisão da equipe, a útlima a confirmar a dupla de pilotos para 2022. 

Vasseur também disse que o anúncio de Zhou já está abrindo grandes possibilidades comerciais de patrocínio para a Alfa Romeo em um volume surpreendente:

"Acho que é uma grande oportunidade para a companhia. Nas últimas semanas, mais patrocinadores nos procuraram do que nos últimos 25 anos. Para a companhia, para todos os patrocínios (inclusive os atuais), é uma grande oportunidade e vamos nesta direção. Acho que existe muita confusão de onde vai vir o orçamento, mas acho uma grande oportunidade para nós, para a companhia, outras equipes e a F1 em geral. Pode funcionar para mim se Zhou performar na pista, é sempre sobre equilíbrio. Veja o que ele está fazendo na F2 agora. Estou convencido que pode fazer o mesmo na F1”, disse.

É o chinês viável. Certamente traz grande visibilidade em um mercado muito rico e populoso. Mas, vou reiterar: Zhou não é apenas um pagante. Ele está na F1 por méritos.

WORLD TOUR
Foto: Getty Images

O sucesso global da F1 faz com que cada vez mais países e cidades se interessem em sediar uma etapa no Mundial. No entanto, a categoria parece ter atingido um limite de calendário e logística em 23 etapas.

Para agradar todo mundo, a F1 pretende nos próximos anos fazer um rodízio entre algumas sedes e tem alguns planos: uma terceira corrida nos EUA, uma segunda etapa na China e a inclusão de uma corrida no continente africano.

Vamos por partes. A Liberty Media quer uma terceira corrida nos Estados Unidos, que já tem Austin e a partir do ano que vem vai ter Miami. Um retorno para a África também é estudado, mais especificamente para o Marrocos, onde a F1 correu pela única vez em 1958.

“A partir de hoje, o mercado americano estaria pronto para isso. Estamos em contato com a África. Estamos a considerar uma terceira corrida nos Estados Unidos e em outros países do Extremo Oriente”, disse Stefano Domenicali para a revista alemã Auto Motor und Sport.

Nem tudo são flores. Dificuldades econômicas afastam cada vez mais a Alemanha, um dos polos mais importantes da indústria automobilística, de retornar. No momento, não há condições de bancar a taxa anual da Liberty Media, entre 25 e 30 milhões de dólares.

“Acredite em mim: gostaria de ver a Alemanha em uma situação estável conosco por muito tempo. Especialmente quando você leva em conta o interesse dos alemães pelo automobilismo. Lamento porque, pessoalmente, creio, e por toda a indústria do automobilismo, que eles não estão dando a resposta certa para os fãs. Vou trabalhar muito para ver o que pode ser feito, junto com as fábricas e os nossos parceiros”, declarou.

A China, que retorna ao calendário em 2023 e renovou até 2025, já tinha acenado antes da pandemia interesse em disputar outra prova. O anúncio de Guanyu Zhou já disparou sondagens na Alfa Romeo e será novamente palco de negociações para a Liberty Media.

“Posso dizer que já recebemos o interesse de outra cidade para fazer um GP na China. Não estaremos lá no ano que vem, não por nossa causa, mas por causa da pandemia. É por isso que estendemos o contrato este ano imediatamente por mais três para garantir que haja esse entendimento para estarmos lá. E tenho certeza que o efeito de Zhou estar no mundo da F1, o primeiro piloto chinês da F1, vai ter um grande impacto. Esta é uma área onde devemos estar presentes, com certeza”, sinalizou.

Os pilotos são fundamentais para alguns mercados, assim como a tradição: nesse quesito, se encaixam Japão e Brasi, o retorno da Holanda graças a Max Verstappen e a paixão do México impulsionada por Sérgio Pérez. É a F1 sendo disputada a tapa. Se pudesse, apenas pediria uma coisa: que não deixem as corridas tradicionais para trás. Volta Malásia, volta Alemanha!

TRANSMISSÃO:
03/12 - Treino Livre 1: 10h30 (Band Sports)
03/12 - Treino Livre 2: 14h (Band Sports)
04/12 - Treino Livre 3: 11h (Band Sports)
04/12 - Classificação: 14h (Band e Band Sports)
05/12 - Corrida: 14h30 (Band)


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

JORNADA NO DESCONHECIDO

Foto: Clive Mason/Getty Images

 A F1 desembarca pela primeira vez no Catar e talvez a única em Lusail, o circuito onde desde 2004 a MotoGP está por lá. Daqui duas semanas, supostamente teremos a Arábia Saudita (supostamente porque dizem que a pista ainda não está pronta). Ou seja: na reta final do campeonato mais equilibrado da década, a F1 entra em territórios desconhecidos. Ninguém sabe o que vai acontecer.

Por justamente ninguém conhecer o circuito ou ter qualquer base de referência, os tempos dos treinos livres são incógnitas. Geralmente o TL2 começa a se aproximar da referência de sábado, e Bottas foi o mais veloz. Mas sei lá. O desenho do circuito me lembrou Sakhir, por ser no deserto e de noite, mas é impossível falar qualquer coisa.

É um tiro no escuro mesmo com a iluminação potente do autódromo. O que dá para destacar é o bom ritmo da Alpha Tauri. Favoritismos? Ninguém sabe. Apesar de ser contra Catar e Arábia Saudita por vários motivos, nesse fim de ano apenas uma defesa é aceitável: o ineditismo vai causar suspense até o final.

Pode ser que nessa jornada no desconhecido nós possamos conhecer o campeão já. Mas um passo de cada vez. Não sabemos o que vai acontecer dentro de três semanas. E isso, senhoras e senhores, confesso que me deixa um pouco mais animado, mesmo não gostando do que vá acontecer na pista. O suspense e a expectativa é que jogam a favor.

Confira a classificação dos treinos livres:


Até!

terça-feira, 9 de novembro de 2021

DIFERENÇAS

Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio

 Muita coisa mudou na F1 e, obviamente, no mundo desde a última vez que a categoria esteve em Interlagos. Depois de muita apreensão e a possibilidade de apostar em um circuito falcatrua no meio de uma área de preservação ambiental, a F1 pensou melhor e continuamos com a programação normal: chegou a semana da corrida em Interlagos!

Algumas diferenças sutis, outras nem tanto: se alguém falasse em 2019 que a corrida seguinte da categoria seria transmitida sem Galvão Bueno e na Bandeirantes, certamente seria chamado de louco e pedido para ser internado. Pois bem, a curiosidade é saber se a emissora paulista vai conseguir fazer uma cobertura diferente da Globo. O desafio ajuda: de forma inédita nos últimos anos, a corrida em solo brasileiro vale muito: há disputa entre Max e Lewis e isso deve ser explorado além, claro, de Ayrton Senna.

Outra é a nomenclatura: a guerra com o governo federal e a tal Rio Motorsports que queria levar a corrida para Deodoro teve consequências. Como eles adquiriram o nome "GP do Brasil" por um bom tempo, restou o governo estadual paulista em renomear para Grande Prêmio de São Paulo, tal qual Abu Dhabi e Cidade do México (sim, só descobri hoje que a nomenclatura oficial era GP da Cidade do México!)

Teremos também, pela primeira vez aqui e a última no ano, a corrida classificatória. Ao menos vai agitar os três dias de evento. A previsão para o final de semana é de frio e chuva, como sempre. Diferentemente da chatice de Monza e Silverstone, Interlagos pode ser diferente justamente porque é Interlagos e nada mais. Sempre bom lembrar: são pontos que podem fazer a diferença no final.

Por último e não menos importante, uma despedida, um retorno e uma estreia importante: é a última vez de Kimi Raikkonen no país. Desde 2001 e com pausas em 2010 e 2011, o finlandês sempre esteve na Terra da Garoa, onde conquistou o título mundial em 2007. Vai ser um momento e tanto. Teremos, é claro, o retorno de Don Alonso a Interlagos, onde foi bicampeão e sofreu aquele forte acidente em 2003. Além disso, um Schumacher está de volta. Michael se despediu em 2006 e 2012 e agora, quase uma década depois, Mick vem pela primeira vez para continuar o legado da família.

Entre tantos outros fatores, a corrida em Interlagos desse final de semana terá muitas diferenças e novidades para fãs, imprensa e as equipes.

Até!

domingo, 7 de novembro de 2021

LARGADA PARA O TÍTULO

 

Foto: Getty Images

A corrida de Hermanos Rodríguez seria decidida na largada, e assim foi. No sábado, a Mercedes tirou um coelho da cartola e a Red Bull se atrapalhou. O troco veio antes mesmo da primeira curva.

A reta longa na largada podia permitir o vácuo e isso que aconteceu. Max Verstappen se livrou das duas Mercedes. Bottas, o pole, no meio do caminho foi acertado por Ricciardo e os dois ficaram próximos praticamente a corrida inteira. O finlandês só serviu, depois de muitas tentativas, para roubar o ponto de volta mais rápida de Max. Corrida definida.

Dali em diante, Max só teve a tranquilidade para vencer pela 9a vez no ano e abrir 19 pontos de vantagem para Hamilton. O inglês sofreu, fez o que pode e conseguiu reduzir os danos, ficando em segundo. Pérez queria a dobradinha mas ainda assim conseguiu um feito histórico: o primeiro mexicano na história a fazer pódio no país. Nem os Hermanos Rodríguez conseguiram tal feito. Festa dele, da torcida e principalmente do pai, acompanhado do neto. Uma linda cena que coroou toda a festa e ânimo do público mexicano durante o final de semana. O público merecia um circuito mais emocionante, aliás.

Foto: Getty Images

De resto, a corrida não teve emoções, mas sim destaques. Gasly, mostrando a força da Honda em um ótimo quarto lugar. A Ferrari, cada vez mais sólida com Leclerc e Sainz, ultrapassando a McLaren nos construtores e em queda livre, que somou apenas um ponto. Além deles, os veteranos em uma grande tarde: Vettel, Raikkonen e Alonso no top 10. Sempre bom frisar que pode ser os últimos pontos do IceMan na carreira, agora faltando quatro etapas para o fim.

Em Interlagos, a vantagem também é da Red Bull, mesmo com menor altitude em relação ao México. O retrospecto de Hamilton também não é bom, mesmo se sentindo em casa. Semana que vem, nós podemos estar testemunhando a continuação do trajeto de Max Verstappen rumo ao título. Em linhas racionais, parece cada vez mais difícil evitá-lo. É possível acreditar somente, é claro, no imponderável: um acidente, um problema no carro, uma troca no motor que Max provavelmente vai fazer até o fim...

No México, Max começou de fato a largada rumo ao título inédito.

Confira a classificação final do GP do México:


Até!

domingo, 24 de outubro de 2021

OS PEQUENOS DETALHES

 

Foto: Getty Images

Austin é um circuito previsível, sem grandes mudanças ou surpresas em ritmo de corrida. O que acontece no sábado, geralmente se repete no domingo. A surpresa foi justamente na véspera. A Mercedes, que parecia melhor acertada na sexta, sofreu mais um duro baque. Numa pista que teria a vantagem, Max foi pole e Hamilton estaria sozinho contra ele e Pérez, pois Bottas largaria atrás diante de mais uma punição.

Nada disso desanimou Hamilton, que precisava ser agressivo na largada e foi, assumindo a liderança. A Mercedes, com os pneus médios, tinha um ritmo melhor, mas Max não desgarrou. Em dois contra um, a Mercedes cometeu mais um erro de avaliação. Na F1 atual, é preciso se antecipar ao adversário e ao desgaste. A Red Bull fez isso. Max parou e os taurinos se deram ao luxo de fazer uma estratégia diferente com Pérez. A Mercedes alongou os stints de Hamilton imaginando no desgaste para dar o bote final.

Quase deu certo, mas não deu. Favorita, os alemães perdem pontos chaves no território dos Estados Unidos, lotado com 400 mil pessoas no final de semana e a presença de Shaquille O'Neal num carro típico texano caipira conversível. Max, ao ceder a tentação de não perder a posição a qualquer custo na primeira curva, teve a frieza e o ritmo necessário para abrir 12 pontos na tabela.

Pérez teve o melhor final de semana na equipe desde Baku. Sempre próximo de Max nos treinos, sucumbiu na corrida pela desidratação de não ter o sistema de hidratação funcionando. Ainda assim, sua presença por perto foi importante para a Red Bull estar confortável na estratégia e, além disso, alegrou os latinos presentes no autódromo. Se o mexicano crescer na reta final, Max ganha um aliado importantíssimo para a conquista do título.

Bottas, sem ritmo, foi o sexto. A briga de McLaren e Ferrari pelo terceiro lugar dos construtores está interessante. Leclerc em um soberbo quarto lugar. Ricciardo reagindo em quinto. Sainz na frente de Norris. Vale dinheiro e uma nostalgia desses dois tipos que outrora foram os protagonistas do Mundial. 

A briga da corrida foi de Alonso com as Alfa Romeo. Primeiro com Raikkonen, sem sucesso, e depois com Giovinazzi. Teve rádio, toque pra lá e pra cá, pedaço de carro saindo, tudo o que gostamos. E fica aquele clima de despedida, né? Pode ter sido a última grande disputa de Kimi Raikkonen com Fernando Alonso, duas entidades da F1. 

Quem foi bem e evoluiu foi Tsunoda. Sendo arrojado nas disputas, hoje foi o responsável pelos pontos da equipe, em virtude do abandono de Gasly. Vettel, largando lá atrás por ter trocado tudo, teve o esforço recompensado com um pontinho.

A Red Bull, novamente, vence onde "não deveria", seguindo a lógica dos últimos anos. A lógica de 2021 está bem diferente até aqui, portanto é bom que eu pare de contar com o ovo antes da galinha. 

São nos pequenos detalhes que o título vai se decidir. No momento, eles estão pendendo para a Red Bull.

Confira a classificação final do GP dos EUA:


Até!

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

O FIEL DA BALANÇA

 

Foto:Reprodução/F1

Depois de dois anos, a F1 desembarca nas Américas. Começando por Austin, no Texas. Uma pista que favorece a Mercedes e o primeiro treino livre provou isso, com dobradinha dos carros pretos, liderado por Bottas. Soube-se, após a sessão, que o finlandês vai trocar o motor a combustão e tem cinco posições de punição no grid. É carta fora do baralho, mas pode incomodar. O finlandês, com o futuro definido, está mais leve e pode ser muito útil na reta final.

No segundo treino, quem se deu melhor foi Sérgio Pérez. A Mercedes está com mais potência no motor e tem o favoritismo para retomar a liderança do mundial de pilotos. O mexicano parece bem, com mais possibilidades de ajudar Max do que em toda a temporada, ainda mais agora que Bottas larga mais atrás. Será o impulso da torcida latina um diferencial?

Ainda na segunda sessão, Hamilton e Verstappen brigaram por espaço. Espremido, o holandês não gostou. Ele, que reclama das rivalidades forjadas da série da Netflix e que não vai participar para o ano que vem. Justo Max, que pode ser o cara a quebrar a hegemonia de Hamilton e da Mercedes. Bom, como nunca vi a série da Netflix, não posso opinar, mas que a rivalidade de Max e Lewis é real, é. Aliás, mais do que real.

Dizem que Hamilton pode ser punido por mais uma troca de componentes, o que seria mais um vacilo da Mercedes na temporada. A conferir.

A Ferrari parece bem, assim como Gasly e as McLaren. Os cinco vão brigar pelo resto das posições, como sempre. O destaque do treino foi o inferno astral de Alonso. Na primeira sessão, mal foi pra pista e parou. Na segunda, rodou feio e quase bateu forte com a traseira. Mick e Pérez se estranharam no TL1 e Mazepin quase atropelou uma Aston Martin no TL2.

Apesar da Mercedes estar aparentemente melhor novamente em Austin e ter o favoritismo, o fiel da balança do campeonato pode estar nos escudeiros, Bottas e Pérez. Como sempre escrevo: em um campeonato tão disputado, tudo pode fazer a diferença, e sempre a próxima corrida vai ser mais decisiva, porque são menos pontos em jogo com o passar do tempo.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

INGREDIENTE A MAIS

 

Foto: Getty Images

A temporada 2021 da Fórmula 1 guarda ingredientes meticulosos a cada corrida. Alguns podem se repetir, mas os protagonistas não.

Depois de muita conversa nas últimas semanas, a Mercedes decidiu trocar o motor a combustão de Lewis Hamilton. Leia: motor a combustão e não toda a unidade de potência. É por isso que Hamilton vai perder 10 posições no grid ao invés de largar nos boxes. Sainz, por exemplo, vai largar dos boxes.

O interessante nisso tudo é que geralmente as equipes trocam os motores em circuitos onde buscam minimizar os danos, quando não há favoritismo. Na Turquia, com asfalto recapeado e clima seco, vimos o contrário. Hamilton sobrou e, em condições normais, seria favoritíssimo a vencer. 

Lembrando sempre que existe a possibilidade de chuva no sábado e no domingo, o que novamente embaralha tudo e transforma em loteria, o que beneficia Hamilton, saindo de trás.

Leclerc mostra que a Ferrari pode brigar pelo pódio se Mercedes e Red Bull, com a linda pintura homenageando a Honda, vacilarem. Verstappen pareceu um pouco mais comedido, sendo até superado por Pérez. Coisas de Ferrari: trocar motor quando a equipe tem chance de pontuar, mas é o planejamento, né? Seria muito oportunismo da minha parte cornetar isso...

Com possibiidade de chuva, Hamilton largando mais atrás e a responsabilidade nas mãos de Verstappen: roteiros parecidos que se repetem, dando um ingrediente a mais para Istambul nesse final de semana onde, como sempre escrevo, cada ponto vai decidir o campeão da temporada.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


segunda-feira, 27 de setembro de 2021

COPOS CHEIOS

 

Foto: Getty Images

Finalmente tivemos um GP da Rússia inesquecível. A chuva no final do Q3 fez a diferença na dinâmica. A favorita Mercedes sucumbiu, principalmente por mais um erro inexplicável de Lewis Hamilton. Me lembrou a China em 2007. Como sempre escrito, qualquer erro ou tomada de decisão pode decidir o campeonato a favor ou contra.

Lando Norris, o grande piloto da temporada, aproveitou a oportunidade e saiu do zero na pole position. Na largada, na reta longa, foi superado por Carlos Sainz mas rapidamente reassumiu a ponta. Em um circuito de muitas retas, o motor Mercedes da Williams de Russell e as McLarens anestesiaram Hamilton, que largou muito mal e ficou preso no primeiro stint. Com motores novos, Verstappen e Leclerc saíram de trás buscando maximizar resultados, especialmente o holandês.

Com a parada, muita coisa mudou. Norris, que já estava disparado na frente, consolidou uma vantagem. Nos boxes, Hamilton se livrou de alguns carros e passou outros. Com os pneus médios, se aproximava de Norris mas não estava conseguindo passar. A essa altura, o palco já estava montado: uma vitória épica, a primeira de Lando, e mais uma oportunidade desperdiçada por Lewis, que era favorito em Monza e Sochi e estaria de mãos abanando.

Assim como no sábado, a chuva no final mudou. Como eram poucas voltas, muitos decidiram arriscar nos extremos: ou continua na pista ou troca depois de um tempo para ver o que acontece. Os únicos que não poderiam arriscar eram justamente Hamilton e Verstappen. Cada ponto pode fazer a diferença, então ser pragmático conta, muito mais do que a experiência na categoria ou mesmo o carteiraço da idade elevada.

Lando Norris lutou contra as ordens da equipe e da mãe natureza, perdendo a primeira vitória épica, de ponta a ponta com todos os méritos, no final. Uma crueldade. No entanto, não concordo com as críticas em relação a idade e inexperiência. O risco faz parte. Lando Norris, mesmo que a McLaren esteja em notável evolução, dificilmente briga com frequência por vitórias. A questão era arriscar mesmo. Chegar em segundo ou sétimo, embora tenham grandes diferenças nos construtores, seria a mesma frustração. 

Hamilton e Verstappen precisavam ser conservadores. Desse modo, deu certo para ambos. Hamilton quebra a barreira de ser o primeiro piloto da história com três dígitos de vitórias e volta a vencer, reassumindo a liderança do campeonato. Max Verstappen, completamente fora de combate no final de semana, consegue um segundo lugar no apagar das luzes, minimizando o prejuízo. Resultado importantíssimo para o campeonato que pode até amargar um pouco o sentimento da vitória de Hamilton.

Norris, mesmo com a frustração de perder a corrida nas voltas finais por "teimosia", deu mais um passo para se afirmar como um grande piloto. Ele é um grande futuro mas também já é um presente. Voltou a dominar Ricciardo. Talvez como no caso do compatriota Russell, a sorte e a tomada de decisões ainda não estão calibradas, mas só o tempo e a experiência para aprimorar.

Carlos Sainz chegou a liderar a prova mas obviamente não tinha ritmo para sustentar. Depois das paradas, o máximo que podia conseguir era o pódio. Para quem chegou a liderar, é naturalmente frustrante. Pior ainda quando perdeu a posição para Sérgio Pérez. No entanto, o mexicano e Alonso também tentaram seguir até o final e o espanhol recuperou o lugar no pódio. No final das constas, mais um pódio com essa Ferrari é um grande resultado para o espanhol, mostrando que há vida além de Leclerc. Se o destino será diferente de Rubinho, aí é outra conversa.

Talvez os mais prejudicados nessa história, além de Norris, foram Pérez e Alonso, que disputavam o pódio. O espanhol estava prestes a conseguir tal feito quando passou o mexicano na chuva, mas foi traído pela mãe natureza. Mesmo com a vitória de Ocon, é Fernando quem está na frente na tabela. Uma temporada de alto nível com quase 40 anos. Para Pérez, o consolo é de ter feito uma boa apresentação em comparação as últimas corridas. Com as circunstâncias devidas, teria superado Max. A Red Bull perdeu pontos importantes para o campeonato.

Os outros que se saíram bem foram os finlandeses. Apagados na prova inteira, Bottas surgiu do nada em quinto e Raikkonen em oitavo. É importante frisar que podem ser os últimos pontos de Kimi Raikkonen na carreira, então pode ter sido um resultado histórico. Sem pressão, Bottas foi muito abaixo hoje, uma tônica dos últimos anos, cada vez mais justificando a troca. Como se ele se importasse com isso agora.

Russell segue pontuando com a Williams, justificando a cada corrida a ascensão para o time alemão. Fora da pontuação, Stroll fez uma rara boa corrida mas dessa vez as circunstâncias não o ajudaram e chegou até a espremer Vettel em uma curva.

Em uma corrida com um final tão abrupto e cheio de reviravoltas, muitos podem olhar os acontecimentos com bons e maus olhos. No entanto, de forma até rara, creio que hoje a grande maioria dos protagonistas podem sair com algo positivo na mente e que os estimule para o restante da temporada.

Confira a classificação final do GP da Rússia:


Até!

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

RITO DE PASSAGEM - Parte 4

 

Foto: Getty Images

Olá, eu sou de novo.

O que você fazia em 2001? Como você era, onde você estava?

Eu já contei essa história antes. Era apenas uma criança que morava em Canoas e começava a me desenvolver. Escola, ainda no ensino fundamental, futebol, futsal, videogame, recortar papéis para brincar de corridas, pedir miniaturas de presente pro Coelhinho da Páscoa e receber de resposta que ele só dá chocolates, essas coisas. Eminem ainda não fazia parte do meu universo. Ainda.

Nessa época, um finlandês que havia pulado muitas categorias estreava na F1. Esse não é um post pra contar detalhadamente a história de Kimi Raikkonen, todos vocês já conhecem e pretendo revisitá-la em breve, é claro, mas não hoje.

O que quero dizer é: é ou foi uma jornada e tanto. O que o mundo, eu mesmo e as coisas ao meu redor mudaram: cidades, hábitos, estudos, descobertas, altos e baixos, viagens, etc. O que quase não mudou: em boa parte dos domingos lá estava ele na minha TV, junto com Alonso, Schumacher e outros heróis.

A aposentadoria do Schummi e de Rubinho deixaram uma lacuna. Talvez longe do auge, Raikkonen e Alonso já não eram mais jovens meninos. nem eu. Saí da escola, entrei na faculdade, me formei, virei adulto, entramos na pandemia e eles continuam lá. Alonso permanece ainda, virou o grande símbolo e o último dos moicanos, aquele que, junto com Slim Shady é claro, me conecta a infância, onde tudo começou e me moldou para o que eu faço na vida até hoje. 

Entre idas e vindas, o estilo "tô nem aí" no fundo é apenas uma coisa simples: eu quero correr até quando for possível. Deveria ser um lema em nossas vidas, mas infelizmente não é assim que a banda toca.

Em tudo que fiz, a presença dele nos domingos, como se fosse um amigo ou alguém próximo, estava lá. Aproveitar a jornada. Ao mesmo tempo que parece ser até o fim o meu gosto por acompanhar determinadas coisas, parecia natural que pilotos e personagens fossem a mesma coisa, só que aí vem o tempo.

Notícias como a de hoje são obviamente esperadas. O boato publicado ontem fez sentido. Uma parte se confirmou. A lição que fica é: o tempo é imbatível e tudo vira um passado que, infelizmente, fica cada vez mais distante.

Ao mesmo tempo que temos noção disso, precisamos entender e valorizar o futuro. Ainda teremos algumas corridas para acompanhar o campeão mundial e que disputou mais GPs na história. Um resto do presente como eu conheci. Nem tudo é tão desesperador, agora Alonso vai estar sozinho definitivamente, assim como Kimi segurou a bola nos últimos anos. Ver Schumacher, Button, Barrichello e Massa saindo de cena foi o caminho tão natural quanto sair da escola, entrar na faculdade, ir em festas, ter encontros, virar adulto, começar a narrar e locutar, etc. 

O tempo é imbatível e insuperável e me lembra, cada vez mais incisivo, uma mensagem simples: estou ficando velho. Estamos ficando velhos. O presente vira um passado distante e precisamos sempre olhar em frente, por mais que agora olhar para trás seja doloroso porque isso está apenas na nossa memória ou nos vídeos quando nossa cabeça começar a falhar.

Estamos ficando velhos.

Até!

terça-feira, 31 de agosto de 2021

DANÇA DAS CADEIRAS

 

Foto: Divulgação/TKart

Em meio as repercussões e reclamações do que aconteceu (ou melhor, não aconteceu) no domingo, hoje tivemos uma notícia que julgo ser interessante virar um post. Embora essa época seja normal para a publicação das fofocas da rádio paddock, me surpreendi com os nomes e a complexidade da situação. Vamos lá:

Começando pelo óbvio. Na semana que vem, George Russell deve ser anunciado piloto da Mercedes. Aí já começa o efeito dominó: e pra onde iria Valtteri Bottas?

Conforme publicado pelo Grande Prêmio há um bom tempo, o finlandês seria a prioridade da Alfa Romeo. Todos os pontos parecem fechar porque Frederic Vasseur, o chefão do time suíço, recentemente disse que a Alfa Romeo autorizou maiores investimentos no time. Como sabemos, contratar um piloto que estava na Mercedes e viria para uma das piores do grid não seria nada barato, mas mostraria ambição e aposta num projeto ousado a médio/longo-prazo.

E as mudanças na Alfa Romeo não iriam parar por aí: ainda sem contrato, Raikkonen e Giovinazzi seriam dispensados. O finlandês, de 41 anos, se aposentaria de vez. O italiano, piloto Ferrari, poderia ir para o projeto dos italianos na WEC, além de reserva da equipe na F1. E quem seria o possível parceiro de Bottas?

O escolhido seria o holandês Nyck De Vries, de 26 anos. Campeão da F2 em 2019 e campeão da Fórmula E nessa temporada, o holandês foi piloto reserva da McLaren e hoje pertence a Mercedes, onde venceu o mundial de bólidos elétricos. E como um piloto Mercedes iria para uma equipe que possui parceria com a Ferrari? Segundo a RaceFans, que desenrola todo esse fio, a proximidade de Toto Wolff e Vasseur seria um facilitador para colocar o holandês no grid, pois a Mercedes está de saída da Fórmula E.

Uma dupla nova num carro que tem dificuldades e um seria estreante aos 26, sem nenhuma ligação com a Ferrari... Difícil de acreditar, mas o desenlace é no mínimo curioso, o que também representaria o fim da era Raikkonen, o piloto que mais largou na história. Muito significativo, mas o tempo passa para todos nós, não é mesmo?

Calma que não terminou. Se Russell for confirmado na Mercedes, a Williams precisa de um piloto. Nico Hulkenberg, sempre citado, não é o favorito. Segundo a RaceFans, Alexander Albon, o tailandês nacsido e criado na Inglaterra, seria o escolhido para substituir o rival de F2 (Russell foi campeão e Albon o vice, em 2018). Hoje, Albon está na DTM e ainda pertence a Red Bull, sendo uma espécie de empréstimo. Latifi tem contrato indefinido, mas como o pai financia tudo e faz um bom trabalho, deve permanecer. E seria merecido.

Tirando De Vries, ainda que fosse um nome comum na F2 e era reserva da McLaren, são todos nomes experientes, apesar de jovens. Isso mostra como a F1 se resume as ligações dinheiro-academia de pilotos-sobrenome. Seria interessante ver o holandês De Vries estreando aos 26 anos na categoria, o que seria impensável hoje em dia, sendo compatriota de Max. Albon na Williams e Bottas na Alfa Romeo teriam desafios diferentes, mas uma missão em comum: recuperar prestígio no grid, alcançando objetivos diferentes.

Mesmo assim, seria interessante ver todas essas transferências se concretizando, com nomes em macacões e equipes impensáveis até aqui.

Por ser muito complexo e cheio de detalhes, a essa altura do ano, honestamente não acredito muito na hipótese. Gastei linhas justamente pelo fio, ou "thread", e também para me desintoxicar do ódio do acontecido em Spa Francorchamps. Tinha um post programado que será publicado nos próximos dias. Vai perder um pouco da validade ou antecipar uma situação, ou as duas coisas. Aguardem. 

Até!

terça-feira, 17 de agosto de 2021

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Agora vamos com a parte final das análises dos pilotos nessa metade de temporada da F1!


Foto: Getty Images

Charles Leclerc – 7,5: Um piloto muito rápido. Poucos conseguem extrair do carro o que o monegasco consegue, não a toa conseguiu a façanha de fazer dois poles seguidas com essa Ferrari. No entanto, por ser muito rápido, explora e também passa dos limites, como em Mônaco, além de estar sendo um “ímã” de acidentes. Um pouco de azar. Falta mais equilíbrio para Leclerc, mas essa agressividade pode ser aproveitada enquanto a Ferrari não dá um carro competitivo.

Carlos Sainz Jr – 8,0: Sainz é um piloto constante. A evolução do espanhol na F1 se pauta nesse ritmo. Não é o mais rápido, mas compensa  em um ritmo de corrida excelente. Enquanto Leclerc é mais “showman”, o espanhol come pelas beiradas e é igualmente eficiente. Quem esperava um vareio do monegasco no campeonato se enganou. Se as circunstâncias ajudarem, Sainz vai aproveitar. Erra pouco, embora ainda erre. É tudo o que a Ferrari esperava, com o adicional de ser mais barato que o tetracampeão. Está no caminho certo.

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Pierre Gasly – 7,5: A Alpha Tauri baixou de nível, o que prejudica o francês na briga por melhores posições. Apesar disso, conseguiu mais um pódio. O francês, para ser sincero, precisa olhar mais para o futuro fora da equipe do que qualquer outra coisa. Gasly conseguiu dar a volta por cima. Agora, precisa encontrar um lugar que lhe permita o próximo passo, pois a Red Bull não o quer e a Alpha Tauri está ficando pequena para isso.

Yuki Tsunoda – 6,5: O japonês começou com tudo no Bahrein, mas depois sofreu de uma oscilação normal, tanto pela idade, inexperiência e também a diferença entre a F1 e a F2. Nunca é demais lembrar que Tsunoda tem apenas 19 anos e mal se preparou para o desafio. Está batendo demais e já leva reprimendas, mas o japonês, além de precisar melhorar imediatamente, necessita de tempo e paciência. Qualidade ele já mostrou, o desafio agora é deixar a maturação acontecer.



Kimi Raikkonen – 6,5: Com mais de 40 anos, os reflexos não são mais os mesmos. O acidente com Vettel pode ser considerado um sinal de alerta. Apesar da velocidade natural também não ser a mesma, o ritmo de corrida equilibra tudo com Giovinazzi. Raikkonen é daqueles casos que decide quando e onde parar. Já passou do auge mas ainda não é uma chicane ambulante. Deixem o homem de gelo em paz!

Antonio Giovinazzi – 6,5: É um piloto que já poderia estar fora do grid mas apresentou evoluções, embora sempre na hora H parece que falta ou acontece algo. O italiano é mais veloz que Kimi, mas não corresponde na corrida por vários fatores. Apesar do carro não ajudar, a verdade é que Giovinazzi não explodiu conforme o imaginado depois da GP2. A impressão que fica é que espera a chegada de alguém superior vindo da academia da Ferrari, e apenas uma arrancada na segunda metade do ano pode impedir isso.


Foto: Getty Images

Mick Schumacher – 6,5: Com a Haas, não há muito o que exigir. Está sendo muito mais rápido que Mazepin e é isso. O alemão está batendo demais nos treinos, o que é aceitável até um certo ponto. Na Hungria, mostrou ser um piloto combativo, que briga o quanto pode para se defender, mesmo que o carro não permita. A Haas é um laboratório para que Mick consiga escalar montanhas antes de, quem sabe, chegar a Ferrari. Para isso, precisa bater menos.

Nikita Mazepin – 5,0: Era óbvio que não deveria estar na categoria, não tem nível para isso. As batidas, trapalhadas e deslealdades não são novidade para ninguém. Ao menos parou de rodar sozinho e está batendo menos do que se imaginava. É apenas isso o que dá para escrever.


Foto: Getty Images

George Russell – 7,0: Que Russell precisa de um carro melhor, todo mundo já sabe. Passando para o Q2 com facilidade, o inglês é o futuro da categoria. Na Hungria, finalmente exorcizou o fantasma dos pontos pelo time de Grove. No entanto, há um “problema”: na hora decisiva, Russell parece ser azarado ou não corresponde a pressão, seja justamente por problemas alheios ou erros. De novo, corre risco de perder na tabela para alguém muito inferior, e isso pega mal. Na Mercedes, se for para lá, vai ser o caçador e não a caça. No entanto, o mais difícil ele já está fazendo: elevando a Williams a um patamar mais competitivo.

Nicholas Latifi - 6,5: o simpático canadense tem o benefício da dúvida. Já se sabia que ele está aí pelo dinheiro do pai, mas pelo menos salvou a Williams do fim. Na pista, não faz feio: não é demérito algum ser superado por Russell. Não se envolve em acidentes, erra pouco e fica na frente da Haas. Na Hungria, foi premiado com uma pontuação importante, acima do badalado companheiro. Latifi não incomoda ninguém e ainda ajuda uma equipe tradicional. Também não há muito o que comentar, mas isso não é um problema nesse caso.

Concorda? Discorda? Comente! Agora, resta torcer para que os dias passem mais rápidos para que possamos desfrutar da segunda metade da temporada, que promete ser ainda mais emocionante!

Até!


sexta-feira, 30 de julho de 2021

O FOCO

 

Foto: Lars Earon/Getty Images

Apesar de todas as conversas dos últimos meses terem sido pautadas na decisão externa de que a Mercedes não atualizaria mais o carro desse ano e pensaria em 2022, bastou três derrotas acachapantes para o discurso mudar. Pressionados por Hamilton, os alemães voltaram aos trabalhos e ao foco em mais um título.

Coincidência ou não, na Inglaterra e agora existem resultados. A Mercedes está mais competitiva e talvez ligeiramente superior a Red Bull em Hungaroring. Bottas e Hamilton marcaram os melhores tempos, com Verstappen em terceiro. Há uma distância enorme para o segundo pelotão, que sempre promete briga entre McLaren, Ferrari, Aston Martin e Pierre Gasly, o solitário.

A mudança da F2 para a F1 em um período com quase nenhum treino pode ser pesado e demandar tempo para adaptação. Pode ser essa a versão da narrativa que Yuki Tsunoda está enfrentando. Depois de uma estreia animadora, o japonês regrediu e bate com facilidade nos treinos. Está explorando os limites e é normal para um jovem estreante de menos de 20 anos. No entanto, a preocupação existe porque sabemos como a Red Bull é incineradora de talentos. 

Como diz o conhecido, é preciso tempo para Tsunoda. A escassez de talentos na academia da Red Bull pode ser um trunfo, o mesmo que fez Sérgio Pérez parar do lado de Max, mas é bom que o japonês pare de causar prejuízo aos cofres da Toro Rosso, ainda mais agora com o teto orçamentário. Alguns diriam que hoje pode ter sido um karma das polêmicas entre os japoneses e os juízes nas Olimpíadas. 

A Mercedes retoma o foco por 2021. Por falar nisso, vai ser um final de semana difícil de se concentrar na F1, em meio aos Jogos Olímpicos acontecendo simultaneamente. É o grande desafio dos próximos dias, aliás.

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!

sexta-feira, 16 de julho de 2021

QUASE TUDO DIFERENTE

 

Foto: Getty Images

Silverstone é a primeira pista desde 2019 que volta a ter a capacidade máxima de torcedores no autódromo. Isso, por si só, já representa muito na F1 e no contexto onde vivemos. Além disso, temos outras diferenças notáveis e, por que não, históricas nesse final de semana.

Começando por um qualyfing na sexta-feira de tarde, lembrando os tempos antigos quando os tempos de sexta e sábado decidiam a pole position. Dessa vez, vale o direito de largar na frente na Sprint Race. 

Se vimos a Red Bull passeando no primeiro treino livre, a Mercedes ressurge das cinzas e "surpreende" com Hamilton e Bottas em ritmo muito forte. Esconderam bem o jogo. No entanto, é bom lembrar que Silverstone é um reduto da Mercedes desde antes mesmo da era híbrida, então seria natural um certo predomínio. O contrário, por exemplo, poderia significar grandes preocupações para o desenrolar da temporada.

Onde quase tudo é diferente, vimos Ricciardo bem, Norris mais tímido, George Russell mais uma vez roubando a cena e grandes interrogações para amanhã. Teremos um warm-up antes da corrida classificatória e, aí sim, nossos anseios serão saciados: vai ter briga ou vai todo mundo se preservar para domingo?

A julgar pela comemoração efusiva de Lewis Hamilton, a tarde de hoje serviu para recuperar a motivação e a confiança, mostrando sim que o octa ainda é possível. Sempre é bom lembrar: são 23 corridas no ano e estamos indo para a décima, somente. 

Confira o grid de largada da Sprint Race amanhã:


Até!

quinta-feira, 15 de julho de 2021

GP DA INGLATERRA: Programação

 O Grande Prêmio da Inglaterra foi disputado pela primeira vez em 1948. Atualmente é disputado em Silverstone, perto da cidade de mesmo nome, em Northamptonshire. Juntamente com o GP Italiano, são as duas únicas corridas que figuram no calendário de todas as temporadas da Fórmula 1, desde 1950.

Já foi disputado em Aintree (1955, 1957, 1959, 1961 e 1962), Brands Hatch (1964, 1966, 1968, 1970, 1972, 1974, 1976, 1978, 1980, 1982, 1984 e 1986) e Silverstone (1950 até 1954, 1956, 1958, 1960, 1963, 1965, 1967, 1969, 1971 1973, 1975, 1977, 1979, 1981, 1983, 1985, 1987 - presente), que teve seu traçado reformado em 2010.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:27.097 (Red Bull, 2020)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:24.303 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2008, 2014, 2015, 2016, 2017, 2019 e 2020) - 7x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 182 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 150 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 104 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 101 pontos
5 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 92 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 62 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 60 pontos
8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 40 pontos
9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 39 pontos
10- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 30 pontos
11- Fernando Alonso (Alpine) - 20 pontos
12- Lance Stroll (Aston Martin) - 14 pontos
13- Esteban Ocon (Alpine) - 12 pontos
14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 9 pontos
15- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 1 ponto
16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull Honda - 286 pontos
2 - Mercedes - 242 pontos
3 - McLaren Mercedes - 141 pontos
4 - Ferrari - 122 pontos
5 - Alpha Tauri Honda - 48 pontos
6 - Aston Martin Mercedes - 44 pontos
7 - Alpine Renault - 32 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos

O ACORDO É IMINENTE, MAS MARKO ESTÁ DE OLHO

Foto: Autoracing

Existe a possibilidade de George Russell ser oficializado como parceiro de Lewis Hamilton na Mercedes em 2022. George já fala em tom de despedida e, mesmo que Bottas seja publicamente defendido e elogiado por Hamilton, a mudança é iminente. 

Apesar disso, caso a Mercedes opte pela renovação do finlandês, não está descartada uma investida da Red Bull em Russell para ser companheiro de Max Verstappen. É o que disse simplesmente Helmut Marko, o homem forte dos taurinos.

"O Russell certamente é alguém que vale ser considerado, dadas as performances que ele vem tendo na Williams nesses últimos tempos. Só que a Mercedes deixar o Russell ir embora… seria um erro enorme. Sinceramente, não consigo imaginar”, disse.

É evidente que isso é uma chance remotíssima, mas mostra uma certa pressão da Red Bull, nem que seja só publicamente para deixar aquele clima. Caso tudo se confirme, Sérgio Pérez segue sendo o favorito para continuar como o fiel escudeiro de Max na equipe.

É claro que, se pensarmos mais a sério nessa hipótese, Russell não seria contratado para ser um xerife na área, pelo contrário. Será que valeria a pena? Bem, qualquer coisa é melhor que permanecer na Williams por mais um ano, certo?


SÓ NO FIM DO ANO

Foto: Alfa Romeo

É o que diz Frederic Vasseur, chefão da Alfa Romeo, sobre o futuro de seus dois pilotos, principalmente o Homem de Gelo Kimi Raikkonen. O contrato dele e de Antonio Giovinazzi vão até o final da temporada, mas Vasseur diz não ter pressa para resolver a situação. Pelo contrário: ele quer que os dois estejam sob pressão para entregar resultados e, assim, "definir" o próprio futuro na escuderia.

"Estamos trabalhando em conjunto. Tivemos muitas corridas em sequência nos últimos dois ou três meses. Creio que discutiremos isso na parte final da temporada, não antes disso.

Manter nosso sistema sob pressão é sempre algo positivo. Não quero me comprometer por um período de tempo longo, não quero dizer ‘pessoal, agora vocês podem relaxar e blá blá blá’. Temos de manter todos sob pressão. Fórmula 1 é sobre pressão e temos que manter assim", falou.

Vasseur também afirmou que a F1 é um dominó, então vai esperar a definição das equipes de maior hierarquia para depois sim poder pensar melhor no que fazer com a Alfa Romeo.

"Além disso, não sabemos o que pode acontecer nas categorias de base, no topo do grid e tudo mais. Então não quero ter esse comprometimento hoje. Sabemos que o grid começa a ser definido pelo topo. O Sr. Toto Wolff tomará sua decisão, aí o Sr. Horner, e uma hora chegará em nós.

Mas não, estamos sem pressa para tomar esse tipo de decisão. As coisas estão em andamento, com certeza, temos essa questão sobre o Kimi, mas Antonio está melhorando e queremos mantê-lo assim até o fim da temporada”, concluiu para a revista Autosport.

Existem burburinhos de que a Alfa Romeo estaria atrás de Bottas, caso esse realmente não fique na Mercedes. Além do mais, Giovinazzi é uma imposição da Ferrari. O futuro dele depende dos italianos e uma composição com a parceira ex-Sauber. A Raikkonen, certamente não será imposto nada: um campeão mundial e que mais vezes correu na F1 é o senhor do próprio destino. O que ele quiser, está feito. E deveria ser assim. 

Agora, se a Alfa Romeo resolver trocar dois pilotos às vésperas de um novo regulamento, certamente será um grande problema arranjar dois pilotos que se completem e novatos no time. Por isso mesmo é uma situação improvável. Vasseur mantém o suspense, mas não acredito em grandes reviravoltas até o fim do ano.

TRANSMISSÃO:
16/07 - Treino Livre 1: 10h30 (Band Sports)
16/07 - Classificação: 14h (Band Sports)
17/07 - Treino Livre 2: 8h (Band Sports)
17/07 - Corrida Classificatória: 12h30 (Band e Band Sports)
18/07 - Corrida: 11h (Band)