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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

ANÁLISE DA TEMPORADA 2018 - Parte 2

Foto: Daily Express

Fala, galera! Segunda e última parte da tradicional análise da temporada. Agora, com as equipes que restam: Williams, Toro Rosso, Haas, McLaren e Sauber. Vamos lá!

WILLIAMS

Foto: F1i
Lance Stroll – 5,0: Conseguiu a proeza de ser superado em treinos pelo lanterna do campeonato. Como recompensa, vai subir para a Force India (Ou Racing Point, sei lá que diabos vai ser o nome) graças ao dinheiro do pai Lawrence, como sempre. Tem um ritmo de corrida melhor, mas isso não quer dizer muita coisa. Queimar etapas custa a reputação de piloto pagante eterno. Agora, a concorrência é Pérez, não um semiaposentado Massa ou o novato Sirotkin. A competição vai ser mais alta, assim como a chance de capitalizar mais pontos também. Será que Stroll vale mais do que ser o contrapeso do pai?

Sergey Sirotkin – 5,0: Perder para Stroll é o fim da picada, mesmo que a Williams seja uma porcaria e o russo seja o novato. Uma passagem sem brilho, sem graça, sem muito o que comentar além disso. Que seja feliz em outra categoria.

TORO ROSSO

Foto: LAT Images
Pierre Gasly – 7,5: Com um “carro-experiência”, teve alguns brilharecos que foram significativos. O quarto lugar no Bahrein foi o ponto alto, assim como outros grandes resultados pontuais em Mônaco. Pegar a Toro Rosso nessa temporada era uma verdadeira bucha de canhão. Ninguém poderia esperar algo. Pelo que garganteia a Red Bull, confirmada pela equipe satélite, o motor evoluiu e falha menos. Significa bater de frente com os tubarões? Não, mas permite um crescimento animador para as próximas temporadas. Por falar em crescimento, a brecha de Ricciardo permite a Gasly lutar com Verstappen. Vai ser difícil e provavelmente deve ser derrotado. Cabe ao francês justificar a que veio. A primeira amostra foi positiva.


Brendon Hartley – 5,0: A própria equipe comentou que o neozelandês em nenhum momento pareceu ter se adaptado ao carro, talvez fruto de um longo tempo sem correr em monopostos. A verdade é que Hartley teve poucos brilhos (em alguns treinos) e quase nenhum nas corridas, seja por acidentes, falta de velocidade, problemas da Honda ou as três coisas juntas. Assim como Sirotkin, não vai fazer falta. Não é mau piloto e com certeza vai continuar se destacando nas outras categorias.

HAAS

Foto: Grand Prix 247
Romain Grosjean – 5,5: Inacreditável terem renovado com ele, apenas isso. Uma série incrível de erros e cagadas. Talvez nem o próprio Grosjean tenha contado com a renovação através do duro Gunther Steiner. Com um grid extremamente jovem e dominado pelas “academias de pilotos”, talvez a única coisa positiva da Haas é ainda manter essa independência no que tange a escolha dos pilotos, apesar de acreditar que a ascensão de Leclerc tenha limado as opções do time de Gene Haas. Que venha mais um ano de trapalhadas do francês, talvez pode ser a última, pense nisso.

Kevin Magnussen – 7,0: Brigou até o final pelo posto de melhor do resto. Começou bem a temporada mas depois teve altos e baixos. Ainda assim, o jeito durão e o fato de ser odiado por quase todos os pilotos o faz ser um personagem interessante e às vezes até sensato quando discorda do Halo e fala de forma franca com todos. Esse mesmo comportamento está lhe fazendo virar quase uma chicane ambulante. Precisa parar com isso. Conseguiu superar Grosjean sem dificuldades e tem tudo para fazer de novo no ano que vem. Com isso, vai garantindo mais alguns anos na categoria, o que parecia impensável depois de ter sido dispensado pela McLaren, mostrando que há sim luz no fim do túnel.


McLAREN

Foto: Autoracing
Fernando Alonso – 7,0: A última (?) temporada de Alonso na F1 começou promissora assim como a equipe. Pontos nas primeiras etapas e o sentimento de que “nós podemos lutar”. Bom, o sonho virou pesadelo na sequência e isso mostrou para todos que o chassi da McLaren não era tão ótimo quanto parecia ser para justificar o fim da parceria com a Honda. Sem desempenho e carro, Alonso foi murchando até perceber que não tinha mais forças para andar outra vez com carros tão ruins. Com o mínimo, conseguiu bons pontos. Tomara que possamos continuar desfrutando de seu talento ainda com grande assiduidade.


Stoffel Vandoorne – 5,5: Mais um fritado pelo péssimo momento da McLaren. Claro que o belga não se ajudou e fez uma temporada horrível, mas no ano passado foi reportado pela própria equipe que Vandoorne foi “sacrificado” ao não testar os novos componentes do carro, que iam todos obviamente para Alonso. Não acredito que alguém tenha desaprendido a guiar, ainda mais um cara com um currículo tão invejável quanto o de Vandoorne. Parece ter sido o caso de uma jovem promessa, o leão da base que não confirmou no “profissional”. As circunstâncias não ajudaram e o belga agora precisa retomar a confiança na F-E. Não é o ideal, mas ainda torço para seu improvável retorno a categoria.


SAUBER

Foto: Getty Images
Marcus Ericsson – 6,0: Não é exagero dizer que essa foi justamente a melhor temporada do sueco. Talvez tenha sido a que a Sauber mais evoluiu, o que também é uma surpresa. O que não foi novidade é que ele perdeu de novo para um companheiro de equipe. Reestabelecendo a ordem natural das coisas, dessa vez ele saiu. Mesmo assim, impressiona ter sido tão dominado por alguém novo como Leclerc. Claro que o talento dele é diferenciado, mas o sueco mostrou que já estava fazendo hora extra na F1 e de certa forma saiu por cima da Sauber rumo ao sonho americano.


Charles Leclerc – 8,0: Repleto de grandes momentos, a mostra de seu talento ficou evidenciada quando acertou aquela volta na chuva no Brasil que garantiu a ida pro Q3. Charles é um piloto pronto. Mostrou maturidade, consistência e velocidade. Diante da temporada frágil de Vettel, o monegasco começa na Ferrari sem nada a perder e é o futuro da categoria. Verstappen também que se cuide porque agora há outro jovem com potencial em uma equipe grande como parâmetro para comparação. Leclerc somou pontos importantíssimos e ajudou na evolução da Sauber, aliada ao retorno da Ferrari como parceira dos suíços. Sem dúvidas o novato do ano e futuro protagonista da F1 daqui não muito tempo.

Essas foram as minhas análises. Concordam? Discordam? Comentem!

Até mais!

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

GP DE ABU DHABI - Programação

O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (Red Bull, 2009)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:36.231 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2009, 2010 e 2013) e Lewis Hamilton (2011, 2014 e 2016) - 3x


COM SAINZ E NORRIS, McLAREN ESPERA 2019 DIFERENTE

Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio
A primeira temporada sem a Honda prometia uma evolução para a McLaren. Entretanto, os resultados mostraram o contrário. Gradativamente o time britânico foi caindo para as últimas posições. Irritado e desmotivado, Alonso anunciou aposentadoria. Vandoorne, com desempenho aquém do esperado e também vítima de um carro ruim, foi despedido.

Para o ano que vem, Carlos Sainz e a jovem promessa Lando Norris serão os responsáveis por guiar a McLaren. A questão é: sem um piloto bicampeão e com várias mudanças internas realizadas ainda nesse ano, para qual direção vai a McLaren? É possível piorar a situação?

“É impossível dizer que a gente não vai sentir falta do Fernando. Considero o Fernando como um dos melhores pilotos da história da F1. Então não tem como negar. Ele vai deixar um espaço grande. Mas é o sentido da vida, as coisas são como o relógio anda. Andamos para a frente, e tanto o Lando como o Carlos são dois pilotos jovens. Então vamos ter desafios diferentes, coisas diferentes, problemas diferentes e oportunidades diferentes para lidar. Mas vejo isso não como uma coisa negativa, mas como o sentido natural das coisas”, afirmou o diretor técnico, o brasileiro Gil de Ferran.

O desafio de 2019 é fazer a McLaren evoluir justamente com esses dois jovens pilotos. "Com relação ao carro deste ano, por exemplo, a gente entende bem onde errou, onde não foi bem, quais os pontos fracos do carro, a gente compreende bem isso. E toda essa compreensão acho que vai nos ajudar a fazer um carro melhor no ano que vem”, completou.


Por mais que muita coisa esteja mudando, é difícil a McLaren piorar mais. Não se sabe se a melhora virá justamente dessas turbulências. Sem patrocínios e a qualidade de Alonso, resta ao time de equipe Woking apostar em um novo regulamento ou numa jogada de mestre da nova equipe de engenheiros que está desenvolvendo o MCL34. Com Sainz e o novato Norris, será difícil saber qual será realmente o potencial do carro, mas repito: dificilmente será pior que o do passado.

INCOMODADO

Foto: Daily Express
Sergey Sirotkin não estava confortável com as crescentes especulações (QUE AGORA FORAM CONFIRMADAS; POST SAIRÁ MAIS TARDE) de que Robert Kubica vai tomar seu lugar na Williams para o ano que vem. O anúncio, segundo a imprensa europeia, será realizado nos próximos dias. "Eu só quero que as coisas fiquem claras. É muito desagradável ler as últimas notícias. Mesmo assim, em Abu Dhabi vou sentar atrás do volante e os problemas vão desaparecer”, afirmou, questionado pelo jornal russo ‘Sport-Express’.

O russo disse não estar pronto para perder a titularidade. "Já disse várias vezes que me dediquei muito mais nessa temporada do que as pessoas veem. A última coisa que eu quero é que os resultados do meu trabalho fiquem com outra pessoa. Está claro esse ano que trabalhamos pensando no futuro, em resultados da próxima temporada. Vai ser uma grande decepção se eu perder aquilo pelo qual eu trabalhei”, encerrou.

Se isso acontecer será o troco, pois Kubica perdeu a vaga para Sirotkin nesse ano.


Superar Stroll seria obrigação se estivesse na Williams por mais tempo. É mais veloz, mas na corrida o péssimo conjunto inglês deixa o russo na mão. Sirotkin também não mostrou grandes credenciais a não ser o dinheiro. Estava no momento certo na hora errada. Não fará falta na categoria. Equipe pequena é um matadouro e só busca formas de sobreviver (leia-se dinheiro). É isso que a Williams virou, infelizmente.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 383 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 302 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 251 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 237 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 234 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 158 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 69 pontos
8 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 58 pontos *
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 55 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 49 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 45 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 35 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 33 pontos
15- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 29 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 12 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 9 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 4 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 620 pontos
2 - Ferrari - 553 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 392 pontos
4 - Renault - 114 pontos
5 - Haas Ferrari - 90 pontos
6 - McLaren Renault - 62 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 48 pontos *
8 - Sauber Ferrari - 42 pontos
9 - Toro Rosso Honda - 33 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO



segunda-feira, 3 de setembro de 2018

O MÉDICO E O MONSTRO

Foto: Will Taylor-Medhurst/Getty Images
De novo o post de sexta zicou o panorama todo. Em minha defesa, é possível afirmar que a incompetência de Vettel e Ferrari nesse domingo superam qualquer poder que a nossa palavra é capaz de ter, claro.

Se Vettel e Ferrari bateram cabeça e jogaram pela janela uma vitória, quiçá uma dobradinha, tudo isso tem a ver com mais uma extraordinária jornada de Lewis Hamilton. Dessa vez, a tática da Mercedes funcionou com maestria. Um La Boba em plena Monza.

Muito criticado nos primeiros anos de carreira por ter um "psicológico fraco" e reagir mal as adversidades, principalmente quando as coisas na badalada vida pessoal não estavam bem, Hamilton parece ter amadurecido e agora atinge o ápice como piloto. Além da velocidade e do talento, está sabendo administrar as situações de corridas. Quando vê que não pode vencer, consegue o possível. Quando há uma mínima possibilidade, vai lá e aproveita. Com uma dose de sorte, também. Dr. Jekyll.

Na largada, aproveitou a estranha indecisão e disputa das Ferrari para se posicionar por fora na variante, passando Vettel. O alemão, pensando se tratar da última curva do campeonato, insistiu na posição até rodar e cair para a última posição. Sorte de Seb que bateram em Hartley depois de alguns metros e teve Safety Car.

Foto: Reprodução/FOM
Raikkonen não conseguiu abrir para Lewis, que manteve-se no máximo um segundo atrás do Ice-Man. Aí o instante que começou a mudar tudo. A Mercedes se posicionou duas vezes nos boxes, pronta para chamar alguém. A Ferrari resolveu ir, e Raikkonen parou. A Mercedes, nada. Nas voltas seguintas, diante de alguns pingos de chuva, poderia ser possível imaginar que a estratégia não deu certo. Hamilton parou e voltou bem atrás de Raikkonen. Eis que entra em ação o escudeiro.

Sem essa de igualdade de condições. Sempre foi trabalhar em prol de Vettel e Hamilton. O finlandês sacrificou o primeiro stint na briga pelo pódio para ficar na frente de Raikkonen, fazendo com que o #7 desgastasse os pneus e permitisse a aproximação de Lewis. Me veio a lembrança de um certo David Coulthard...

Cumprindo a missão, agora Hamilton continuava a menos de um segundo de Raikkonen. Mais rápido no miolo, o #44 via a Ferrari sumir nas retas. As oito voltas a mais com os pneus macios começaram a fazer a diferença. Na volta 45, depois de dar pistas, o bote certeiro. Por fora. Diferente do que foi em 2007, por dentro. De novo com Raikkonen. De novo calando os tifosi, que seguem sem vitória da sua equipe por lá desde 2010. O finlandês fez o que pode, hoje. Pode ter perdido a última grande chance de vitória na carreira, ainda mais depois dos boates apontarem Leclerc para seu lugar. Prefiro me posicionar apenas quando algo oficial estiver claro.

Mais uma atuação extraordinária de Lewis Hamilton na temporada. A exemplo do que ocorreu na Alemanha, a corrida da Itália entra no rol das melhores da carreira do (por enquanto?) tetracampeão. Para mostrar que o piloto sim faz a diferença. Um golpe duro na confiança da Ferrari e um grande ânimo para a Mercedes nessa reta final. 30 pontos de vantagem e inferior na maioria dos circuitos, está longe de acabar, mas Hamilton mostra indícios de que, sendo cerebral, pode ser capaz de administrar essa situação.

Foto: Dan Istitene/Getty Images
Diferentemente de Vettel. Na hora das grandes decisões, o instinto demoníaco está tomando conta. Erros de julgamento e acidentes na primeira volta mostram a recorrente afobação do tetracampeão, além da falta de concentração. Já perdeu pontos que seriam suficientes para ser campeão com algumas corridas de antecedência. Me parece que os anos de dominância do Vettel mascararam a falta de sangue frio nesses momentos de disputa roda-a-roda. Eles têm sido recorrentes, principalmente depois que chegou na Ferrari. Mr. Hyde.

Os inúmeros erros, aliados a perfeição do maior rival, minam com a confiança de qualquer um. Se a Mercedes parecia estar nas grades na Bélgica, Hamilton, ao estilo Ali e Tyson (ou McGregor?), contragolpeou a Ferrari. Um knockdown. Nem tudo está perdido, mas Vettel tem sentido o baque emocional. A pressão está toda nele.

Nem tudo foi ruim para o alemão. Passando todo mundo lá de atrás, conseguiu herdar um quarto lugar em virtude de uma punição dada a Max Verstappen. Terceiro na corrida, quinto no "tapetão". Não deu espaço para Bottas dividir a chicane e quase provocou um grande acidente. É o estilo Verstappen de ser: não admitir os erros e xingar tudo e todos. Confesso que gosto desse personagem dentro da pista. O escudeiro finlandês do dia teve seus serviços prestados a Lewis reconhcidos com um pódio imerecido. Um fim de semana bem Kimi Raikkonen, convenhamos. Sorte de Seb.

Vejamos o resto: Grosjean foi o sexto, mas o "tapetão" desclassificou a Haas da corrida por irregularidades no assoalho. A Renault está por trás disso tudo. O francês é tão azarado que isso acontece bem quando ele anda bem. Muita sacanagem. Bom, o restante herdou as posições. Ocon em sexto, com Pérez em sétimo (chegou menos de um segundo, mesmo largando lá atrás), Sainz em oitavo e, pasmem os senhores, duas Williams nos pontos. E sim, Sirotkin marca seu primeiro ponto na F1. Agora todos os 20 pilotos não estão zerados.

A Williams do dia foi a McLaren. Vandoorne parece já saber que não fica e não tem perspectiva. O outro assento do time de Woking pode ganhar contornos interessantes caso Raikkonen não fique mesmo na Ferrari. Ademais, não tenho medo de afirmar que essa foi a melhor corrida do ano. E por que? Bom, foi a única que não precisou de elementos artificiais extra-pista para manter a emoção do início ao fim. Uma raridade.

Com mais uma grande atuação na carreira, o "médico" Hamilton se fortalece demais na casa do grande adversário, enquanto que o "monstro" Vettel precisa dosar seus instintos se quiser reverter a situação. Não é falta de equipamento, é cabeça.

Confira a classificação final do GP da Itália (imagem ainda com Grosjean em 6°; ele foi desclassificado):


Até!


segunda-feira, 13 de agosto de 2018

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA - Parte 2

Foto: Divulgação

Olá, pessoal! Agora, a segunda parte da análise do que vimos até aqui nessa temporada 2018 da F1. Vamos com o resto: Williams, Toro Rosso, Haas, McLaren e Sauber.


WILLIAMS

Foto: LAT Images
Lance Stroll – 5,5 – O carro é ruim e o piloto é ruim, ou então o menos pior da Williams. O problema aqui nem são os pilotos. Ou melhor, são as causas deles. Ao optar pelo dinheiro de ricos sem talento, não há perspectiva de melhora no futuro próximo. Virar uma Mercedes B é uma realidade, a única para que a equipe ainda exista. Depois de sugar toda a energia vital da vítima, parece que Stroll vai se alimentar da saudável porém quase falida Force India no ano que vem. O piloto cliente vai seguir sendo bancado até o papai cansar da brincadeira. Ao menos pontuou uma vez nesse ano, o que não diminui a falta de qualidade que existe como piloto.

Sergey Sirotkin – 5,0 – Carro ruim e piloto inexpressivo, ignorado pelas transmissões por motivos óbvios. Quando não está com problemas, está atrás de Stroll e raras vezes a frente. Pegou uma bucha de canhão. E o pior: pagou caro por isso. Espera que tenha valido a pena dar uma volta ao mundo para correr com os melhores porque vai ser difícil que esteja por lá como titular no ano que vem. P.S.: torcendo para que vença Stroll, embora saiba que é difícil.

TORO ROSSO

Foto: Sky Sports
Pierre Gasly – 7,5 – A Honda ainda segue como um motor instável e com muitas falhas, mas é inegável também que está evoluindo. Não é absurdo escrever que, talvez, esteja no mesmo nível da Renault. Diante disso, o francês pontuou “só” três vezes, mas foram resultados expressivos: um quarto e dois sextos lugares. Gasly vem agradando a alta cúpula da Red Bull e talvez possa ser recompensado com uma até então improvável ascensão à equipe mãe de forma tão rápida. Para que isso seja possível, basta manter a regularidade e aproveitar as chances que aparecem.


Brendon Hartley – 5,0 – Veio para tapar buraco de Kvyat e ganhou a vaga para esse ano. Só não saiu ainda porque a Toro Rosso não consegue substituí-lo (tentou Lando Norris). Conseguiu ser recontratado pelo grupo que o chutou quando jovem. Vencedor em Endurance, estava pronto para ir a Chip Ganassi pela Indy. Muitos problemas no carro, acidentes e pouquíssimos pontos, sempre mais lento que Gasly. Não pode reclamar. Sabe que está no lucro e parece estar se divertindo nesse mundo que parecia tão irreal nos últimos anos.

HAAS

Foto: Autosport
Romain Grosjean – 5,0 – Acidentes e oportunidades desperdiçadas. Tirando o erro de pit stop na Austrália, tudo foi culpa dele. Acidente na Espanha, batida em Baku e outras diversas barbeiragens. Perdeu a confiança do Gunther Steiner. Será trocado no final do ano. Também não pode reclamar. Acho que seu tempo na F1 acabou. Até que foi bastante. A não ser que aquele Grosjean da Lotus ressurja. Não parece ser o caso.

Kevin Magnussen – 7,0 – Poderia estar mais na frente na tabela. O carro da Haas oferece essas condições. No entanto, está fazendo a sua parte. Veloz e constante. Também, basta não bater para ser suficiente a superar Grosjean. Para garantir sua vaga de vez na equipe americana, é preciso continuar somando pontos valiosos para os construtores, o que é também dinheiro valioso para Gene.

McLAREN

Foto: Motorsport
Fernando Alonso – 7,5 – Estávamos enganados. O problema não era só a Honda. O chassi também é ruim. Assim, nem mesmo a potência da Renault fez a McLaren andar muito para frente. Apesar disso, Alonso parece estar disposto a ainda ser melhor que o MCL33. Aparentemente desmotivado da F1 e mais preocupado em completar a Tríplice Coroa, a categoria virou mais um hobby do espanhol, também focado no WEC. A McLaren vai ter mais algumas corridas para lhe convencer a ficar. Na F1, é o único espaço disponível. Do contrário, foi um prazer ter visto Fernando Alonso correr por aqui. Espero que o espanhol e a equipe de Woking façam suas partes.


Stoffel Vandoorne – 5,5 – Difícil de defender. Até começou razoável, depois foi ladeira abaixo. Segue com problemas na McLaren e sempre muito abaixo de Alonso, que continua fazendo milagres. No entanto, isso parece ser a tônica de todos os companheiros do espanhol: serem piores do que realmente são. De um lado, Lando Norris, apoiado pelo chefe Zak Brown. Do outro, Pérez e outros abutres de olho na sua vaga. Parece improvável que permaneça para 2019. Precisa ser um pouco Alonso para convencer a cúpula de Woking a seguir acreditando no seu potencial e histórico vencedor na base.

SAUBER

Foto: F1i
Marcus Ericsson – 6,0 – Com o carro um pouquinho melhor, pontuou algumas vezes. Ainda assim, vai ser dominado por mais um companheiro de equipe. Ao menos, dessa vez, Leclerc não será chutado da categoria como recompensa. O acordo com a Alfa Romeo nos faz ter dúvidas quanto ao poder do sueco frente a equipe. Talvez não apite mais nada por lá e esteja com os dias contados. Giovinazzi deve substituir Leclerc. Vários estão de olho na outra vaga. Haja dinheiro para continuar na F1.

Charles Leclerc – 7,5 – A revelação do ano. A Sauber, novamente com o apoio da Ferrari, voltou a crescer, o que deu condições para o monegasco se destacar. É evidente que o talento do campeão da F2 no ano passado é maior que isso. Tão maior a ponto de ir direto para a Ferrari? As chances são boas, mas ainda não sabemos. Se continuar mágico assim, junto com a evolução do C37, a resposta pode ser positiva. Em todo caso, se algo der errado, já vai ter garantida a “pequena promoção” para a Haas.

Pessoal, essas foram as minhas análises. Gostaram? Discordaram? Comentem! Até o retorno da F1. Fui!

segunda-feira, 23 de julho de 2018

VENDENDO A ALMA PARA O DIABO

Foto: Daily Mail
Diante de uma categoria caríssima dominada pelas montadoras e bilionários que desejam colocar seus filhos ali como diversão, a única solução é juntar-se a eles para sobreviver. É o que a Force India está fazendo. Fadada a falir desde que o imbróglio envolvendo o ainda (?) dono Vijay Mallya, a equipe entrou em administração (quando alguém administra no lugar dos donos até surgir um comprador). Segundo o jornal alemão Auto Bild, o comprador é justamente Lawrence Stroll. A intenção já seria colocar o rebento na equipe ainda indiana a partir de agosto, com o retorno das férias de verão na Europa.

Hoje, a Force India já é uma espécie de Mercedes B. Usa o motor alemão e tem lá Ocon faz duas temporadas como forma de pagar menos o uso dos motores. A princípio, o francês estaria a salvo. Iria sobrar para Pérez. Hoje, o mexicano traz uma boa quantia de dinheiro para a equipe, além de ser um grande piloto, claro. No entanto, com a chegada dos Stroll, a grana já não seria necessária, o que faria Checo sair do time, agora ou no ano que vem.

Não pretendo me alongar muito nessa questão agora, mas isso com certeza teria mais desdobramentos na categoria. Se todas essas mudanças acontecem agora, como ficaria a Williams? Pérez iria para lá ou então Kubica (!) assumiria como tampão até o fim do ano? A situação da equipe já é crítica, nada é capaz de piorar, ao menos dentro da pista. Pelo contrário. A parte financeira sim sofreria um duro golpe.

Com a Martini indo embora para o ano que vem e sem o aporte dos Stroll, a Williams estaria ferrada, digamos assim. Somente com o dinheiro do russo Sirotkin (e sem resultados), a condição financeira do time de Grove ficaria mais catastrófica ainda. Claire Williams já disse que se os gastos não diminuírem, a equipe fecha em 2021. Diante do que está acontecendo, não duvido que isso aconteça antes.

Esse é o preço que se paga ao se prostituir para um bando de bilionários clientes que podem ir embora de uma hora para a outra. A lendária equipe de Frank Williams levou uma previsível invertida. A Force India vai se salvar até o momento que Lawrence se cansar. Não é uma parceria. É a contratação de um serviço. Se em determinado período os resultados não vierem, adeus. E mais uma equipe vai entrar em falência ou respirar por aparelhos.

 O rendimento técnico vai cair consideravelmente, mas quem se importa? Se o teto orçamentário não entrar em ação, a tendência da categoria vai ser essa: equipes satélites das principais e bilionários colocando seus filhotes. Muito em breve podemos ter mais Strolls: Gelael, filhos de xeques, etc. É trocar o sofá de lugar e vender a alma pro diabo. No fim, ele vai te sugar tudo, e com juros.

Ah, a Claire poderia aproveitar e pedir pra sair enquanto dá tempo, a exemplo do que fez a Monisha na Sauber. No fundo, sempre me pareceu que estão esperando apenas a morte de Frank para matar definitivamente a sua criação.

Até!

quarta-feira, 11 de abril de 2018

GP DA CHINA - Programação

O Circuito Internacional de Shanghai teve sua primeira corrida em 2004, vencida por Rubens Barrichello. É o autódromo mais caro da história. A sua construção custou cerca de 240 milhões de dólares.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:32.238 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:31.678 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 5x (2008, 2011, 2014, 2015 e 2017)

SIROTKIN DIZ NÃO ENTENDER DESEMPENHO RUIM DA WILLIAMS: "CARA DE IDIOTA"

Foto: LAT Images
O começo de temporada da tradicional equipe de Frank Williams até aqui é desastrosa. Com seus dois pilotos jovens muito longe da zona de pontuação e sem saber se o FW41, um novo conceito aerodinâmico de carro em comparação com os bólidos dos anos anteriores é confiável, a Williams está perdida.

Após a corrida do Bahrein, o russo disse que agora é o momento de descobrir o que está errado na equipe de Grove. Um sentimento duro depois de um fim de semana difícil. Eu sei que ficamos com cara idiotas [para quem olhou] do lado de fora", disparou. "Isso é bem óbvio para mim - e provavelmente o fato de eu ter tentado encontrar coisas positivas na corrida me fizeram soar estranho, mas eu vejo coisas positivas", disse.

O #35 também admitiu que é surpreendente o desempenho ruim da Williams nesse início de ano e que a equipe não sabe o que está acontecendo, fato corrobado pelo diretor-técnico Paddy Lowe."Há muito a entender. Temos que nos afastar e trabalhar muito duro nisso. Pelo menos temos mais informação agora. Algo deu errado desde Melbourne", garantiu à revista inglesa 'Autosport'. Um dos motivos parece ser bem simples: um carro diferente dos últimos com um piloto novato e outro jovem e claramente insuficiente, que está lá apenas pelo capricho do pai, já é mais do que suficiente para saber que a Williams não está entregando o que pode.

O problema do fraco desempenho dos dois é que jamais saberemos qual é o potencial desse carro. Se Massa, praticamente aposentado, já era quase um segundo mais rápido que o canadense no ano passado, um piloto minimamente experiente e estimulado poderia ser capaz de tirar muito mais do que está sendo tirado. De novo, isso estará apenas no campo da especulação. Até Kubica, que hoje é um piloto diferente dos tempos de outrora, seria capaz de entregar resultados melhores, mesmo diante de todas as suas conhecidas limitações.


Como venho sempre escrevendo, Claire Williams e companhia fizeram sua escolha e estão pagando com isso, manchando a história da terceira equipe mais vencedora da F1.

ALONSO ELOGIA TORO ROSSO, MAS RESPONDE: "NÃO ME PERGUNTARAM NADA NA AUSTRÁLIA"

Foto: Reprodução
O grande fato do final de semana foi o sólido quarto lugar de Pierre Gasly com a Toro Rosso Honda, o melhor resultado dos japoneses nesse retorno na F1. A comemoração dos mecânicos e do jovem piloto francês foram lindas. Inegavelmente, a McLaren foi lembrada, afinal o feito acontece justamente depois do final da relação conturbada entre as duas partes. 

Quando um repórter da BBC perguntou para Alonso suas impressões sobre a equipe de Faenza, a Fênix: "Eles foram ótimos, mas ninguém me perguntou sobre a Toro Rosso no GP da Austrália”, brincou.Se as perguntas sobre a Toro Rosso virarem a normalidade, espero que seja uma normalidade em todas as 21 corridas, porque o campeonato tem 21 corridas”, seguiu.

Apesar disso, a McLaren teve um final de semana positivo: seus dois pilotos ficaram na zona de pontuação e somaram mais 10 pontos, já totalizando 22 em apenas duas corridas. Lembrem-se: em todo 2017, a McLaren Honda marcou 27 pontos. É inegável que o bom desempenho da Toro Rosso é pontual. Gasly usou seu segundo motor, novinho em folha, enquanto os outros estão poupando seus equipamentos. A confiabilidade japonesa ainda é uma incógnita. 

Assim como a Red Bull, a McLaren parece ter um ritmo de corrida superior a marcar uma volta rápida. Se melhorar nesses dois quesitos, como Alonso já disse de forma otimista e sonhando até com pódio, a tendência é que sejam feitas pouquíssimas perguntas irônicas e debochadas para Alonso sobre o eventual bom desempenho dos novos clientes da Honda.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 50 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 33 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 22 pontos
4 - Fernando Alonso (McLaren) - 16 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 15 pontos
6 - Nico Hulkenberg (Renault) - 14 pontos
7 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 12 pontos
8 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 12 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 10 pontos
10- Max Verstappen (Red Bull) - 8 pontos
11- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 6 pontos
12- Marcus Ericsson (Sauber) - 2 pontos
13- Carlos Sainz Jr (Renault) - 1 ponto
14- Esteban Ocon (Force India) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 65 pontos
2 - Mercedes - 55 pontos
3 - McLaren Renault - 22 pontos
4 - Red Bull TAG Heuer - 20 pontos
5 - Renault - 15 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 12 pontos
7 - Haas Ferrari - 10 pontos
8 - Sauber Ferrari - 2 pontos
9 - Force India Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO:


P.S: Estarei em viagem e não poderei comentar sobre os treinos livres. Na semana que vem, tentarei escrever uma opinião sobre a corrida (quando conseguir assistir). Abraços!


terça-feira, 27 de março de 2018

O POSTE MIJANDO NO CACHORRO

Foto: Getty Images
Tava com a ideia de escrever sobre a teoria da conspiração e as coincidências envolvendo o abandono das duas Haas que propiciaram a Ferrari de Vettel tomar a frente do GP de Austrália e vencer, numa suposta "semelhança" ao Cingapuragate de 2008 orquestrado por Renault, Flavio Briatore e Pat Symonds.

Isso não faz nenhum sentido. Primeira corrida da temporada, a Haas com um carro bom e com grandes probabilidades de terminar o campeonato na frente de adversários diretos dos italianos como McLaren e Renault e toda a reputação da única equipe estadunidense da F1, além dos pilotos, engenheiros e mecânicos envolvidos. Bom, Cingapura não parecia ter lógica, mas sinceramente vou pagar de inocente e afirmar que não existem relações nesses casos. E isso não será determinante para o título ou não dos ferraristas, pois ficou claro que as flechas de prata estão com a faca e o queijo na mão para o penta de pilotos e construtores.

Escrito isso, vamos ao assunto do post de hoje. Como era de se esperar, a Williams fez uma corrida deplorável. Tem todo um contexto por volta. O FW41 é completamente diferente dos seus últimos quatro predecessores. O primeiro trabalho de Paddy Lowe, com dois inexperientes ao volante, o que aumenta a probabilidade de não saber qual é a real capacidade desse carro.

Foto: LAT Images
Se a postura de Lowe foi proteger os pilotos após os testes em Barcelona, Lance Stroll resolveu chutar o pau da barraca depois da corrida. E quem vai impedi-lo? Afinal, é o dono da equipe. O canadense disse que a Williams "não estava correndo, mas sobrevivendo". Ora, todo mundo sabe que os pilotos são fracos. Sirotkin durou apenas cinco voltas porque uma sacola de sanduíche entrou nas tomadas de ar do carro e superaqueceu os freios. Mesmo assim, esses dois não darão resultados que os ingleses precisam.

Stroll conseguiu terminar atrás do estreante Leclerc com o pior carro do grid. Analisando esse xilique à la Alonso do menino riquinho, a Williams merece tudo isso. Uma equipe tradicional se render a caprichos de pilotos pagantes e ser cobrado por um deles é muito pouco, apenas o início. A Williams merece se ferrar mais. É o poste mijando no cachorro.

A impressão que fica é que estão aguardando apenas a morte do Frank para enterrar de vez a identidade de uma escuderia que já foi tão vencedora, mas que agora se presta a fazer um papel desses na F1.

Até!

terça-feira, 20 de março de 2018

GUIA F1 2018 - Parte 1

Foto: Getty Images

Senhoras e senhores, a F1 está de volta! Como sempre, Melbourne terá o prazer de abrir a temporada, que terá a Mercedes em busca do pentacampeonato de pilotos e construtores, a Ferrari tentando sair da fila e a Red Bull tentando encostar e voltar a dominar a F1.

Nesse primeiro post, vamos analisar a pré-temporada das primeiras cinco equipes. Todos sabemos que elas não são definitivas, mas que apontam bons indícios para o decorrer do ano na maioria das vezes. Agora, vamos começar:

MERCEDES GRAND PRIX

Pilotos: Lewis Hamilton (#44 - Atual campeão) e Valtteri Bottas (#77)
Chefe de equipe: Toto Wolff
Títulos de pilotos: 6 (1954, 1955, 2014, 2015, 2016 e 2017)
Títulos de construtores: 4 (2014, 2015, 2016 e 2017)
Vitórias: 76
Pole Positions: 88
Voltas rápidas: 56

Foto: The Week
O comentário geral do paddock é que o W09 evoluiu. Com o comando de James Allison (que projetou o SF70 da Ferrari do ano passado), as flechas de prata resolveram o problema de aquecimento de pneus, o grande calcanhar de Aquiles da última temporada. Hamilton e Bottas elogiaram repetidas vezes o carro durante essas duas semanas. Os tempos não querem dizer muita coisa. Com a pista recapeada e preocupada em fazer longos stints, a Mercedes está sempre escondendo o jogo, e fará isso até o Q2 ou Q3, na madrugada de sexta para sábado. Segue como soberana e favorita ao penta de Hamilton e dos construtores.

SCUDERIA FERRARI

Pilotos: Sebastian Vettel (#5) e Kimi Raikkonen (#7)
Chefe de equipe: Maurizio Arrivabene
Títulos de pilotos: 15 (1952, 1953, 1956, 1958, 1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2007)
Títulos de construtores: 16 (1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008)
Vitórias: 229
Pole Positions: 213
Voltas mais rápidas: 244

Foto: Motorsport
O grande desafio do SF71 é mostrar-se tão ou mais capaz que o modelo anterior, projetado por profissionais que já deixaram a equipe ainda em 2016. Em busca de potência e competitividade na reta final, as frequentes falhas no carro de Vettel lhe custaram precocemente brigar pelo título. Pelo que deu para ver em Barcelona, o carro é confiável. Os tempos, vocês já sabem, enganam. A grande pergunta é saber: a Ferrari diminuiu a vantagem em relação aos alemães ou foi superada pelos austríacos? Começaremos a saber a partir de quinta-feira.

ASTON MARTIN RED BULL RACING

Pilotos: Daniel Ricciardo (#3) e Max Verstappen (#33)
Chefe de equipe: Christian Horner
Títulos de pilotos: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)
Títulos de construtores: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)
Vitórias: 55
Pole Positions: 58
Voltas mais rápidas: 54

Foto: Motor 1
Os motores Renault seguem inferiores. Os taurinos acompanham de perto o que acontece com a filial Toro Rosso e o início de trabalho com a Honda. Até abril ou maio, terão que definir qual será a nova unidade híbrida da equipe para os próximos anos, visto que os franceses irão parar de fornecer material para uma equipe rival e focar em seus próprios esforços. Dessa vez, Adrian Newey se envolveu desde o início com o projeto, o que é uma brutal diferença. Helmut Marko afirma que o chassi do RB14 é superior ao da Mercedes. Max e Ricciardo parecem confiantes de que estarão na briga agora desde o início. Entretanto, os problemas encontrados em Barcelona trazem muita desconfiança. A Renault não parece ter o mesmo nível de confiabilidade que os motores alemães e italianos, e isso pode fazer a diferença tanto para as corridas quanto para o grid e o limite de três motores por temporada. Aparentemente, os taurinos parecem mais próximos da Ferrari. A questão é saber se o motor francês não irá deixá-los na mão igual nos últimos anos. Qualquer coisa os japoneses estão de olho...

SAHARA FORCE INDIA F1 TEAM

Pilotos: Sérgio Pérez (#11) e Esteban Ocon (#31)
Chefe de equipe: Bob Fernley
Pole Positions: 1
Voltas mais rápidas: 5

Foto: Race Fans
A maior incógnita do grid, dentro e fora das pistas. Sem dinheiro, preocupada com a venda da equipe e a mudança do nome, tudo isso acabou influenciando no desenvolvimento do VJM11. Aliado a isso, o crescimento natural de McLaren e Renault e as surpreendentes Haas e Toro Rosso podem jogar os (ainda) indianos lá para baixo do grid. Material humano não falta. O problema é dinheiro. Os resultados podem melhorar no segundo semestre, pois uma equipe com Pérez e Ocon tem muito talento e capacidade para crescer, quando o dinheiro entrar e a situação interna se resolver. No momento, talvez a Force India esteja a frente apenas da Williams e da Sauber.

WILLIAMS MARTINI RACING

Pilotos: Lance Stroll (#18) e Sergey Sirotkin (#35)
Chefe de equipe: Claire Williams
Títulos de pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)
Títulos de construtores: 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)
Vitórias: 114
Pole Positions: 128
Voltas mais rápidas: 133

Foto: Getty Images
Eles merecem tudo isso. Não é surpresa. Nunca saberemos se o FW41 é um carro bom. É o primeiro trabalho de Paddy Lowe com o pessoal de Grove, um projeto totalmente diferente do que era nos últimos quatro anos. Kubica com um braço só anda mais rápido que os titulares. Não é surpresa, todos sabemos. Diante de pilotos inexperientes e despreparados para assumir a titularidade de uma equipe tradicional e relevante, o potencial da Williams é, com boa vontade, desconhecido. Entretanto, nada muito animador. A equipe aos poucos vai regredindo ao período PDVSA: bancado por um piloto, resultados tímidos, fãs insatisfeitos e cada vez menos com a cara de quem é a terceira maior equipe da F1. Com Claire adotando definitivamente os pilotos pagantes, parece ser questão de Frank morrer para que enterrem completamente o seu legado. Penúltima força do grid.

Amanhã, o restante. Até mais!

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O QUE SOBROU DA WILLIAMS - Parte 2

Foto: Reprodução
                                                                             PARTE 1

Decidi que o primeiro post do blog no ano seria o anúncio da última vaga disponível na F1 para a temporada. Em dezembro, estava convicto que esse cara seria Kubica. Entretanto, o silêncio da Williams e a ausência de notícias relacionadas fizeram todo mundo assegurar que essa não era a tendência.

E cá estamos nós, aguardando ansiosamente o anúncio oficial de Sergey Sirotkin como companheiro de equipe de Lance Stroll para a Williams em 2018. Um gesto simbólico. Quer dizer, um não, foram cometidos vários gestos pela equipe de Grove nos últimos 15 anos que culminaram em seu retumbante apequenamento moral e técnico.

Conforme apurou o GRANDE PRÊMIO, Robert Kubica era o substituto de Massa. Junto com o polonês, entrariam 6 milhões de euros (R$ 23 milhões) na conta dos ingleses. Entretanto, apesar do contrato assinado, os russos ofereceram € 14 milhões. Diante da incerteza, Kubica e Sirotkin participaram dos testes de Abu Dhabi como um vestibular para quem ficaria com a vaga.

O polonês foi o mais rápido nos long runs, enquanto Sirotkin impressionou na velocidade pura. Isso, aliado ao dinheiro que receberia, obviamente pesou para a escolha da equipe de Grove. Outra vez, Kubica ficou pelo caminho. Como prêmio de consolação, foi contratado como "piloto reserva e de desenvolvimento", o que na prática é nada além do que fazer testes no simulador. Quem pagaria 6 milhões de euros para ficar circulando na fábrica de Grove? Creio que se Sirotkin não mostrar resultados, não é improvável que o polonês dê o ar da graça em algumas corridas de 2018.

O que restou foi a vaga de piloto reserva. Foto: Getty Images
Sergey Sirotkin estava fadado a ser mais uma eterna promessa da F1. Há alguns anos atrás, chegou a ser quase anunciado como piloto da Sauber quando mal tinha completado 18 anos. Sempre com robusto aporte financeiro por trás, foi piloto reserva da equipe suíça e estava na Renault, onde chegou a participar de alguns treinos livres. Em 2017, correu as 24 Horas de Le Mans pela SMP e fez duas corridas na F2. Seu último título foi na F-Abarth Euro, em 2011.

O russo é um piloto que pode mostrar bons resultados, apesar de tudo. Mesmo inexperiente na categoria no sentido de disputar todos os treinos e as corridas, está razoavelmente ambientado a um carro de F1 há mais tempo que Stroll, além de ser melhor que o canadense. Entretanto, sabemos que elementos externos (leia-se a influência de Lawrence) podem (e devem) mostrar o contrário. Em uma equipe estruturada e com um piloto talentoso e experiente no comando, o russo teria melhores condições de se mostrar para todos.

Um novo russo na F1. Foto: Sky Sports
A Williams que todos conhecemos acabou em 2005, com o fim da parceria com a BMW. De lá para cá, vimos um declínio acentuado da tradicional escuderia britânica. Motores Toyota, Cosworth, até o que eu achava que seria o fundo do poço: a prostituição para os petrodólares de Pastor Maldonado, que inacreditavelmente é o responsável pela última vitória da Williams, há quase seis anos.

Apesar da rápida recuperação em 2014 e 2015, com Bottas, Felipe Massa e um novo corpo técnico, a Williams teve nova queda. Nada tão grave quanto o que aconteceu no passado. Pelo contrário. As contratações de Paddy Lowe e Dirk de Beer para desenvolverem o carro dessa temporada davam a impressão de que uma nova reestruturação estava por vir, apesar de Stroll. Com o seu dinheiro, era para se apostar em algum piloto de ponta experiente, em tese. Com a ausência deste, Pascal Wehrlein seria o cara ideal. Jovem, promissor, com duas boas temporadas nos piores carros do grid (Manor e Sauber) e um fato que facilitaria as coisas: ser da academia da Mercedes, que fornece os motores para os britânicos.

Entretanto, é aí que entra a prostituição para a família Stroll. Ingênuo demais o raciocínio do parágrafo anterior. Para quê contratar um piloto melhor que o seu filho? Melhor contratar uma jovem incógnita para tentar se recuperar da derrota para um piloto que saiu da aposentadoria pelas circunstâncias que todos sabemos. O FW41, que tem tudo para ser um carro superior ao seu antecessor, está nas mãos de dois novatos que certamente não irão render o máximo desse bólido. Terei a impressão de que qualquer coisa que ambos fizerem poderia ter sido melhor se houvesse um piloto minimamente bom e competitivo ao volante.

Foto: Motorsport

A pior dupla da história riquíssima da Williams, entregue ao dinheiro como uma Jordan em seus últimos dias ou a Minardi. A diferença é que as duas últimas eram equipes simpáticas, ao contrário do que o pessoal de Grove se tornou. Ah, e aquela cláusula da Martini era uma mentira pelo jeito, pois ambos os pilotos têm menos de 25 anos. Quem irá fazer as propagandas da bebida alcoólica? Kubica?

Talvez esportivamente o ano não seja tão ruim para a Williams. Vai que algum pódio milagroso caia do céu outra vez igual em Baku no ano passado... No entanto, essa é uma decisão significativa para a história da equipe, que reconhece o seu papel de equipe pequena, pagante e que deixou seu legado em um passado que está começando a ficar distante.

Ah, um lembrete: até o fim da semana será publicado um especial sobre Dan Gurney, ícone do automobilismo que faleceu no último domingo (14).

Até!