Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
O que já era evidente nos últimos anos se materializou nesta manhã do dia 11 de outubro de 2020. Justamente na Alemanha. Justamente o seu sucessor na Mercedes. Tinha que ser.
Erguendo o mítico capacete que também passou pelas flechas de prata, Hamilton não esboça tanta reação externa, mas jurou estar tocado internamente com a nonagésima primeira vitória na Fórmula 1. Uma marca que parecia inalcançável virou um número possível quatorze anos depois, e será ainda mais gigante no dia que o inglês simplesmente cansar de vencer e ser campeão.
A vitória veio natural, como sempre. Mesmo que Bottas tente e se esforce, é um outro nível de competição. Outro patamar. Quase perdeu a liderança na largada, mas depois um pneu travado o fez espalhar e cair para segundo. Na sequência, um problema no motor deu fim ao sonho do finlandês.
Em outro ritmo, abriu-se uma vaga para o pódio. Ricciardo vinha muito bem, pressionado por Pérez. O mexicano agora, com uma corrida a menos, tem mais pontos que o queridinho do papai. Albon pode ter assinado hoje o rebaixamento para a Alpha Tauri ao bater em Kvyat e quase tirar Gasly da corrida. O francês, por outro lado, fez mais uma grande corrida. Com o Safety Car do final, aproveitou a estratégia para ficar num ótimo sexto lugar.
Quem também tira muito mais que o carro entrega é Charles Leclerc, o novo braço mágico. Desde Alonso não se via um talento assim, uma pena essa Ferrari quase cadavérica. Vettel, se não estiver de sacanagem, precisa se preocupar para o desafio Aston Martin, agora que é acionista da equipe.. em todo final de semana é um erro gravíssimo.
Nico Hulkenberg, o verdadeiro pau pra toda obra. Com a indisposição de Stroll, conseguiu um grande oitavo lugar largando de último. Como são as coisas... é nítido que ainda pertence a principal categoria do automobilismo.
Antonio Giovinazzi e Romain Grosjean tiveram o melhor final de semana do ano. O italiano avançou para o Q2 e foi premiado com um pontinho. O francês aproveitou o Safety Car para fazer provavelmente os únicos pontos do ano e talvez os últimos de suas carreiras. Todo esse esforço para serem sacados no final do ano... ao menos fica o alento.
Outro que atingiu uma marca histórica foi Kimi Raikkonen, agora o homem que mais participou de corridas da história da Fórmula 1. Uma corrida estranha. Atropelou e tirou Russell do páreo, mas ao que tudo indica será companheiro do filho de Michael Schumacher em 2021.
E assim a história é feita, diante dos nossos olhos. Uma data que será lembrada para sempre por quem é fã desse grandioso esporte, assim como será inesquecível a vitória 92, que pode ser em Portugal daqui duas semanas e o sétimo e oitavo títulos mais adiante. Isso é papo para outro texto. Agora precisamos saborear e apreciar o que está diante dos nossos olhos.
A F1 oficializou uma tendência que ela precisa deixar mais claro no regulamento: com chuva/pista molhada, sem treino/sem corrida. Simples assim e também transparente.
Não teve carro na pista hoje. Hoje a questão não foi apenas a chuva, mas também a neblina. Ela impede o helicóptero médico de decolar caso precise transportar algum piloto acidentado para o hospital mais próximo, que fica a 54 km de distância (um hospital que atenda as necessidades da FIA, é claro). Pelo chão, esse trajeto dá bem mais que vinte minutos, tempo máximo exigido pela entidade em casos como esse.
Acordei para nada. Mick Schumacher e Callium Ilott perderam as chances de guiar pela Alfa Romeo e Haas, respectivamente. Para o alemão não há tanto drama, até porque será confirmado em breve como parceiro de Kimi Raikkonen, antigo rival do pai. O problema é para o inglês, que talvez tenha perdido uma grande chance da carreira. Mesmo que seja da Academia da Ferrari, não tem sobrenome e Robert Shwartzman é mais talentoso.
Pelo menos a corrida e o treino classificatório ganham ares de mistério e suspense. Sete anos depois, não há grandes referências para ninguém em termos de tempo, ritmo de corrida, desgaste dos pneus, etc. O que se sabe é que chove bastante e é muito frio por lá nessa época do ano. No entanto, se o tempo continuar assim, esqueçam. A FIA fará todo o que for necessário para evitar corrida em pista molhada, com ou sem neblina. Não se animem.
Pelo menos um circuito diferente com um clima misterioso dão um ar mais chamativo para a corrida deste final de semana, que promete ser histórica para Lewis Hamilton.
O Grande Prêmio de Eifel será disputado pela primeira vez nesta nomenclatura. O nome se deve a região onde fica o autódromo de Nurburgring, na Alemanha, que volta a sediar uma corrida de F1 depois de sete anos.
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O RETORNO DA NOVELA
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A notícia da saída da Honda da Fórmula 1 no final do ano que vem pegou quase todo mundo de surpresa, menos Helmut Marko, consultor da Red Bull, e Dietrich Mateschitz, o dono da empresa.
O austríaco não se surpreendeu com o anúncio dos japoneses porque já sabia da decisão há tempos:
"Trabalhamos em todas as direções possíveis porque há tempos sabíamos da decisão da Honda. Nos enterramos durante o decorrer desta temporada”, disse.
Se no primeiro momento os taurinos reafirmaram o compromisso com a categoria depois de assinar o Pacto de Concórdia até 2025, agora nada está descartado. Existe sim a chance de Red Bull/ Alpha Tauri deixarem a categoria em 2021.
Nada está descartado, desde a saída, o retorno da parceria com a Renault e também a possibilidade da Red Bull começar a desenvolver o próprio motor.
"Todas as opções vão ser analisadas, e a Red Bull vai decidir o que vamos fazer. Vamos analisar todas as possibilidades. Podemos cancelar o contrato anualmente, e há uma cláusula de saída ao fim de cada temporada. Mas essa não é a nossa prioridade. Temos tudo em cima da mesa, e agora Mateschitz vai decidir. Nosso planejamento é para o fim do ano."
Diante dessa situação, a questão dos pilotos fica em segundo plano. Max Verstappen continua, mas seu parceiro só deve ser conhecido em dezembro ou até no ano que vem.
“Se Alexander Albon render bem, vai ficar. Se não, vamos tomar uma decisão, e aí teríamos de ver quais pilotos estão no mercado. Mas esse não é um problema para agora mesmo”, concluiu, em entrevista para a SpeedWeek.
A Red Bull entra numa sinuca de bico. Com o crescimento da Honda em desempenho, ainda faltava mais confiabilidade. A verdade é que os japoneses deixaram os taurinos com as calças na mão. As opções não são muito animadoras. Voltar para o rabinho da Renault seria uma derrota institucional enorme. Sem o interesse das outras montadoras, talvez fosse isso o estalo necessário para que a F1 repense seu modelo de negócio elitista da última década. Um sopro de esperança porque, afinal, ela é a última que morre.
MELHOR DE TODOS? NÃO PARA STEWART
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Em vias de igualar o número de vitórias de Michael Schumacher, Lewis Hamilton tem sido tema de um debate óbvio: se será considerado o maior e melhor piloto da história da Fórmula 1.
Apesar dos números estarem a seu favor, o tricampeão Jackie Stewart não endossa esse discurso. Segundo o escocês, Hamilton corre mais GPs por ano e está há muito tempo em uma equipe hegemônica, o que facilita seu trabalho.
São tempos distintos e, por isso, ele considera Juan Manuel Fangio e Jim Clark superiores a Hamilton e Ayrton Senna, por exemplo.
"Não acredito que pode colocar na conta esse tipo de sucesso. Nos dias de hoje, há 20, 22 corridas. Para mim, Juan Manuel Fangio é o maior piloto que já viveu, Jim Clark é o segundo, à frente até mesmo de [Ayrton] Senna. Mas eles correram apenas seis, oito corridas na Fórmula 1. Pilotavam carros de GT, etc.
Hoje os campeões, Lewis ou qualquer outro, correm 22 corridas — e só na Fórmula 1. Não em carros de turismo, GT, Indy. A pressão é muito menor. Claro que precisam ir para a fábrica e o simulador, mas não é a mesma coisa. É um mundo diferente.
Lewis pilota extremamente bem, não comete erros. Não estou aqui para diminuir seu talento, mas não é a mesma coisa. [Fangio] Pilotava de uma maneira extraordinária – escolheu a Ferrari e depois pensava ‘bem, a Maserati pode ir bem no ano que vem’, então, não assinava contrato por mais de um ano.
Depois pilotou para a Mercedes e venceu dois mundiais com eles, pois tinham o melhor carro naquela época. Lewis fez uma ótima escolha quando deixou a McLaren e foi para a Mercedes. Tiro meu chapéu por essa decisão. Mas, sinceramente, o carro e o motor são tão superiores que é quase injusto com o resto do pelotão.
É preciso tirar o chapéu para a Mercedes, Toto Wolff e Niki Lauda por fazerem uma equipe incrível, por escolher os melhores engenheiros. Não é o mesmo respeito, se quiser, de fazer isso com menos do que o melhor carro. E é aí que esteve a diferença entre os melhores dos melhores pilotos e daqueles que tiveram muito sucesso.
É difícil dizer isso sobre Lewis, sobre não ser tão bom quanto Fangio foi. Meu irmão era piloto e ia com ele nas corridas, via Alberto Ascari, Tazio Nuvolari, Rudolf Caracciola e caras assim. Vi alguns dos melhores pilotos do mundo. Dizer que Lewis é o melhor de todos os tempos é apenas difícil de justificar para mim", disse para o podcast Fast Lane.
É tudo uma questão de ponto de vista. Stewart é mais velho e, além de ser tricampeão, viu e competiu contra esses caras. Realmente são outros tempos. Na época, com uma tecnologia menos confiável, era raro hegemonias tão grandes como a de Hamilton e de Mercedes, tanto é que Stewart se aposentou sendo o maior vencedor da época, com 27 conquistas.
Hoje, parece um número não tão impressionante, mas na época eram menos corridas, maior chance de quebra, pistas mais perigosas, etc.
Compreensível e respeitável a visão de Sir Jackie Stewart.
O que era uma obviedade agora tornou-se oficial: em 2020, a Fórmula 1 não vem para as Américas. Brasil, Estados Unidos, México e Canadá terão que esperar por 2021.
O caso dos três primeiros é óbvio: os casos e óbitos decorrentes do coronavírus não estão perto de diminuir, e uma longa viagem com o risco de exposição a doença assusta o circo. O Canadá, em situação diferente, não valeria a pena para as equipes viajar apenas para uma corrida no continente - o que inclui equipamentos, motorhomes, etc.
O futuro do Grande Prêmio do Brasil é uma incógnita. 2020 é o último ano de contrato com Interlagos e um acordo parece distante. O pior: o tal autódromo de Deodoro, que tomara que nem saía do papel, é o favorito, mas alguém realmente acha que esse monstrengo não vai levar no mínimo alguns bons anos para ficar pronto?
Perder Interlagos, um dos circuitos mais tradicionais da história, presente na categoria desde 1972, é um crime. Alguém precisa avisar isso para o bigodudo. Além disso, o traçado permitiu ao longo da história momentos inesquecíveis. Alguns milhões de dólares não podem ser suficientes para acabar com essa história em um dos mercados mais valiosos e com mais espectadores do esporte. O país não se resume ao Rio de Janeiro.
Bom, a FIA já definiu suas substitutas, e teremos retornos e novidades. Ímola e Nurburgring, ausentes desde 2006 e 2013 respectivamente, estão de volta para o GP da Emilia Romagna e GP do Eifel. Com isso, a Itália, que no início do ano era o epicentro do covid, vai terminar 2020 realizando três corridas. No circuito italiano, uma novidade: apenas dois dias de atividades (sábado e domingo, com um só treino livre).
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A grande novidade é a estreia do Autódromo de Algarve em Portimão, Portugal. O país volta a receber a F1 depois de 24 anos, mas agora não em Estoril. Ele foi reformado em 2008 e chegou a receber, na época, testes privados de Toyota, Honda e a McLaren de Lewis Hamilton, na foto acima.
Como escrevi anteriormente, uma coisa boa disso tudo são esses circuitos "diferentes" retornando e/ou estreando na F1, dando lugar a outros lugares chatos e sem graça na mesma ordem que estamos acostumados. Infelizmente, dessa vez, Interlagos vai fazer falta e o Brasil, que não tem perspectivas de um piloto retornar a categoria, agora vive com a incerteza se vai sediar alguma corrida no curto/médio-prazo.
Nas próximas semanas, a FIA também deve anunciar duas corridas no Bahrein e a etapa final, em Abu Dhabi. E para 2020 está bom demais. Entre idas e vindas, o Brasil perde e a F1... bem, não sei se ganha. Ao menos serão paisagens e traçados diferentes para acompanharmos pela TV.
25 anos atrás, em Hockenheim, Jos Verstappen quase virou churrasquinho em um pit stop onde a gasolina acabou vazando do carro e causando uma grande explosão. Hoje, o filho Max Verstappen venceu em Hockenheim diante da chuva. Apesar da corrida caótica, foi a vitória mais cerebral de Max, que ainda teve alguns percalços, como não poderia deixar de ser.
Começando pela largada, onde o torque da embreagem (falaremos mais disso depois) fez com que o holandês saísse muito mal, caindo para quarto. Aliás, a corrida teve três voltas atrás do Safety Car porque parece proibido correr na chuva. A primeira prova do ano nesta condição, aliás. Enfim. Mesmo que a chuva trouxesse ares de imprevisibilidade, a corrida parecia estar afeição da Mercedes, que fazia 1-2. Logo na segunda volta, Sérgio Pérez, que sempre tira pódios da cartola em ambientes caóticos iguais ao que se apresentava hoje, bateu. Primeiro Safety Car da tarde.
A primeira troca foi tranquila. Dos pneus de chuva para o intermediário. Hamilton disparava enquanto Max estava preso atrás de Bottas. Com a pista secando, quem estava atrás começou a arriscar com o pneu macio, como foi o caso de Magnussen. O erro de muitos. Para quem está atrás, não há nada a perder. Vettel, que largou em último e estava em oitavo, seguiu, assim como os outros. Depois de algumas voltas, deu para perceber que, embora em alguns trechos a pista estava seca, em outros ela continuava molhado, pois chovia na parte do estádio. Os tempos não melhoravam. E assim todo mundo seguiu. Max deu um 360°, Sainz rodou, Stroll rodou. Estes conseguiram se salvar, outros...
Leclerc forçou demais. Estava com uma boa estratégia, era o quarto colocado. Rodou num ponto onde a pista parecia sabão e tinha nenhuma aderência, praticamente empurrando os carros para a brita. Lembrou vagamente o ponto onde todo mundo rodou e bateu no GP do Brasil de 2003.
Aí a corrida virou uma algazarra. Alguns não tinham colocado os pneus macios e se deram bem, trocando apenas o intermediário, casos das Mercedes e de Hulkenberg. Outros chegaram para o topo, como Albon. Max, mesmo assim, se manteve entre os ponteiros. Não por muito tempo. Alguns também caíram na armadilha...
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Logo ele. No mesmo ponto. Mesmo com Safety Car, Hamilton bateu. Como estava na cara dos boxes, cortou o caminho de forma insegura e foi para o pit. A Mercedes não estava preparada e bateram cabeça, literalmente. Mais de 30 segundos parado. Tinha uns caras de boina (outra ação comemorativa dos 125 anos da Mercedes no final de semana) que só depois percebi que eram mecânicos. O clima de festa estava preparado, com homenagens e patrocínio da corrida. A consagração alemã estava ameaçadíssima. Entre perder um minuto e ser punido com cinco segundos, Hamilton optou pelo lógico. Teve que remar tudo de novo. Tentou, mas rodou, bateu e caiu para o fim do grid, atrás até mesmo das Williams.
Outro que desperdiçou, mais uma vez, a chance de finalmente brilhar foi Nico Hulkenberg. É impressionante como as coisas parecem afeição dele e o alemão se borra e estraga tudo. Definitivamente não vai fazer pódio nunca, não tem jeito. Uma pena que perca tantas chances assim.
Com a batida de Hulkenberg, ainda faltavam umas 15 voltas. Com o SC um bom tempo na pista, ela foi voltando a secar. Os ponteiros não queriam arriscar muito porque era reta final. Já quem estava atrás...
Stroll e Kvyat botaram os macios e tacaram o foda-se. Não tinham nada a perder. Logo que a corrida reiniciou, ficou claro que era preciso botar os pneus de pista seca. E, com todo mundo nos boxes, os dois assumiram a liderança faltando umas 10 voltas! Stroll e Kvyat! Inacreditável! O canadense, por mais fraco que seja, parece capitalizar nas situações caóticas, sobretudo na chuva. Max, que tinha uma boa vantagem, conseguiu voltar próximo e rapidinho retomou a liderança. Bottas estava em quarto, pressionando Stroll, até que bateu. Incrível. Além de não conseguir passar o riquinho, o finlandês simplesmente bate de forma vergonhosa e perde a chance de tirar alguns pontos em relação a Hamilton. Não que fosse voltar a briga pelo título, mas enfim. A reação de Toto pode implicar em mudanças. Bottas pode ter escrito o seu fim na Mercedes.
Vettel, que ficou 40 voltas atrás da Alfa Romeo de Kimi Raikkonen, aproveitou o novo Safety Car para colocar pneus mais novos. Com o grid realinhado, foi questão de tempo para galgar as posições e chegar em segundo porque Max já havia se mandado para vencer pela sétima vez. Kvyat precisava deste resultado. A corrida foi a síntese da carreira: cheia de altos e baixos, de demitido duas vezes para recontratado em dois anos, o russo consegue o segundo pódio da história da Toro Rosso! O agora papai (cuja mãe é Júlia Piquet, filha do Nelson) deu um passo importante para a retomada da confiança e coroa uma temporada segura neste retorno cheio de desconfianças. De quebra, viu Gasly ficar atrás das duas Toro Rosso e ainda bater pateticamente ao tentar ultrapassar Albon. Parece que depois das férias o futuro do francês é o rebaixamento para Toro Rosso, lugar onde Kvyat parou depois de ser preterido por Verstappen. Que pódio é este, composto por três membros da academia Red Bull!
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Para Vettel, um segundo lugar enganoso, onde teve a competência de não cometer erros mas não soube se sobressair. É estranho falar isso de alguém que não treinou e chegou em segundo largando de último. Enfim, que seja um pequeno passo mas muito importante para a retomada de confiança de Sebastian, justamente onde a perdeu no ano passado.
Coube ao rico um quarto lugar, o melhor da Racing Point no ano, fato que geralmente Pérez é o responsável. Difícil ser hater do canadense hoje. Carlos Sainz foi outro que teve altos e baixos. Caiu para último após rodar, voltou para a prova graças as circunstâncias e fica numa ótima quinta posição. Albon, ofuscado por Kvyat mas igualmente muito bem, o sexto.
Agora voltamos para o torque da embreagem na largada. Foi isso que desclassificou a dupla da Alfa Romeo. Segundo o Globoesporte.com, "os comissários detectaram que o torque na embreagem de ambos na largada não correspondia ao exigido pelo regulamento, com a liberação da embreagem tendo sido feita em 70 milissegundos, enquanto o estipulado é de 300 milissegundos.
Pelo entendimento dos comissários, essa infração pode ser comparada com uma queima de largada, o que deu uma vantagem em potencial. A decisão foi dar aos dois pilotos uma penalidade de dez segundos num pit stop, que, sem ter sido feito, foi convertido a 30 segundos somados aos tempos finais de Raikkonen e Giovinazzi na corrida."
Sendo assim, pasmem, a dupla da Haas herdou as posições, mesmo com ambos fazendo de tudo para abandonar pois se tocaram de novo. Diante do caos total, Hamilton é um sortudo até quando tem azar: subiu para nono e em décimo ficou Kubica, responsável pelo primeiro ponto da Williams no ano e o primeiro do polonês desde Abu Dhabi 2010, sendo assim o piloto que teve maior diferença entre datas de pontuação: quase nove anos.
Mesmo diante da desgraça, Hamilton sai com mais dois pontos de vantagem em relação a Bottas. A Mercedes, sortuda no sábado, teve a lei do retorno no domingo. Acredito que, depois de hoje, homenagens, pinturas especiais e boinas não estarão no centro das discussões.
Mais uma vitória da Honda, com dois pilotos no pódio. Que karma para a fênix...
Para Verstappen, a confirmação de que ele é o futuro da categoria e só precisa de um carro; para Vettel, um possível renascimento, assim como Kvyat;
O GP da Alemanha é uma das melhores coisas que já aconteceram na década. Viva a chuva, viva as áreas de escape!
Hockenheim registrou hoje a maior temperatura durante uma sessão nesta temporada. 37 graus, em pleno início de verão europeu. Hockenheim está fervendo. Nestas condições, a Mercedes apresenta problemas. Foi assim na Áustria, onde já estava quente. Em voltas rápidas, são superados pela Ferrari. No entanto, mesmo assim, os stints de corrida são melhores. Os italianos têm um sério problema com o alto desgaste dos pneus, o que provocou de certa forma a derrota de Leclerc em Spielberg.
A previsão, apesar do calor, é de chuva. Todavia, como sabemos, previsões metereológicas dificilmente se confirmam na Fórmula 1. Por incrível que pareça, a chuva seria melhor para Mercedes, pois com temperaturas mais baixas o carro é capaz de render o máximo sem precisar poupar tudo visando evitar alguma quebra.
Max Verstappen sempre vai tentar tirar aquele coelho da cartola enquanto a Red Bull não lhe dá condições de brigar por vitórias de uma forma mais consistente. Enquanto isso, Pierre Gasly segue acabando com a paciência do exigente Helmut Marko: batida no fim do TL2 para se pressionar mais ainda na equipe. Por mais que não tenha um substituto óbvio a curto-prazo, nunca duvide do poder do caolho de incinerar jovens talentos lançados para o abatedouro.
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No pelotão intermediário, a briga encarniçada de sempre. Resta saber se a Haas, em crise, consegue reagir. Pelo que fala Gunther Steiner, é apenas questão de tempo para oficializar uma troca ainda para esta temporada. Surpreendente, a McLaren pode continuar bem o seu processo de reestruturação, enquanto Racing Point, Renault e Alfa Romeo buscam as migalhas. A Williams, infelizmente, nem no texto tem espaço, imagina nas corridas.
Esperamos que se a chuva vier ela não atrapalhe com suas 54534 voltas de Safety Car ou que beneficie a Mercedes. É estranho escrever, mas a F1 vive um bom momento, mesmo sabendo que Hamilton deverá vencer de novo, e pela quinta vez em solo alemão. Que isso não seja quebrado.
O Grande Prêmio da Alemanha (Grosser Preis Von Deutschland) é uma corrida que entrou no calendário da F1 na segunda temporada, em 1951, e ficou de fora do circo apenas cinco vezes: 1955, 1960, 2007, 2015 e 2017.
Foram utilizados os circuitos de AVUS, Nurburgring (Anel Norte), Nurburgring, Hockenheim antigo e Hockenheim atual. Nesse ano, a corrida será realizada no circuito de Hockenheim.
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ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:13.780 (McLaren, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:11.212 (Ferrari, 2018)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1995, 2002, 2004 e 2006) e Lewis Hamilton (2008, 2011, 2016 e 2018) - 4x
DE VOLTA AO JOGO?
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Preterido da Fórmula 1 após Lance Stroll ter pego sua vaga na ex-Force India e a Mercedes optar permanecer com Valtteri Bottas, Esteban Ocon é um daqueles talentos vítima da falta de equipes na F1 e também consequência de ser integrante da academia de pilotos da Mercedes. Assim sendo, seu nome sempre será colocado em especulações, principalmente envolvendo o futuro do finlandês nas flechas de prata. No entanto, seu futuro imediato pode estar ligado a um outro lugar: a Haas.
A equipe americana vive uma crise dentro e fora das pistas, com a história do patrocínio picareta que já contamos e o péssimo desempenho de Romain Grosjean. Foi especulada a substituição imediata de um dos dois pilotos da equipe e Ocon seria o ficha um para assumir o cockpit já no retorno das férias da Fórmula 1, em setembro. O francês não confirma mas também não descarta nada:
“São rumores, não há nada confirmado”, explicou Ocon, entrevistado pela rádio monegasca ‘RMC’. “Mesmo que todos estejam falando de mim, meu objetivo no mundo da F1 não é necessariamente encontrar um assento o mais cedo possível. Minha equipe está trabalhando muito duro agora para encontrar soluções. A única coisa é que espero que a gente encontre uma muito rapidamente”, seguiu.
Recentemente, o nome do francês também esteve envolvido a Renault, onde já foi piloto de testes. Ele quase foi para lá no ano passado, mas não contava com a transferência de Daniel Ricciardo. Sobre andar em um carro com chassi e motor Ferrari, Ocon não vê problema, embora a prioridade seja, é claro, ser o parceiro de Lewis Hamilton na Mercedes em um futuro nada distante:
“Todas minhas opções seguem abertas. A Mercedes segue na minha cabeça, assim como opções com outros fabricantes de motores. Não é problema me emprestar. Meu principal objetivo é pilotar pela Mercedes, na equipe de fábrica, mas tudo é possível”, encerrou.
Bem, Ocon seria um grande acréscimo para qualquer equipe. É talentoso e tem personalidade, apesar das duas derrotas para Pérez terem diminuído seu hype. Como era inexperiente na época, o ficha um com a aposentadoria de Rosberg seria Wehrlein, que foi barrado e teve o sonho da F1 dilacerado. Ocon não pode virar um Wehrlein ou Vandoorne. Esperar pela Mercedes talvez não seja uma garantia tão grande. O fato é que certamente Esteban merecia estar no grid, seja na Racing Point, Haas, Mercedes ou Williams.
CONFIANTES
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Depois da vitória na Áustria e de um bom desempenho dos dois (!) pilotos em Silverstone, Christian Horner e cia acreditam que a Red Bull será capaz de repetir as mesmas atuações em Hockenheim, devido ao fato de o circuito alemão não exigir tanto a potência do motor nipônico.
“Levando em conta a performance [em Silverstone], estamos partindo para Hockenheim com confiança”, comentou Christian Horner em entrevista veiculada pela revista britânica ‘Autosport’. “Depois de Monza, [Silverstone] é um dos circuitos mais sensíveis à potência no calendário. Você faz a volta de pé embaixo, o equivalente a uma volta inteira em Barcelona. Então isso é encorajador para nós, e certamente para um circuito como é Hockenheim, que é menos sensível à potência”, declarou o chefe da equipe taurina.
“Acho que nas duas últimas corridas começamos a obter alguma performance do carro, que está funcionando muito bem. Acho que nós, definitivamente, desbloqueamos algum potencial. O carro se comportou muito bem e foi competitivo tanto em altas como em baixas velocidades”, completou
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A grande criptonita da Red Bull sempre foi a velocidade máxima, desde os tempos onde eram dominantes. Com a defasada e problemática Renault nos últimos anos a coisa piorou, e as vitórias viraram artigo raro. É até surpreendente a competitividade que os taurinos estão alcançando nesse início de parceria com a Honda, e mesmo assim já foi conquistada uma vitória, isso tudo praticamente com um carro só.
Diante da incompetência da Ferrari, a Red Bull na prática é a segunda força da F1, isso, sempre repetindo, com a Honda engatinhando e com um carro só. Hockenheim pode confirmar isso.
Nesta terça-feira, um dos maiores pilotos da história do automobilismo fez aniversário. Sir Jackie Stewart agora tem 80 anos. Tricampeão, dono de equipe, comentarista e ativista por carros e circuitos mais seguros para os pilotos, talvez seja complicado tentar resumir sua história, mas irei tentar:
Jackie nasceu em Milton, na Escócia, a 15 milhas de Glasgow. A família vendia carros da Austin e da Jaguar em uma concessionária. O pai foi um motociclista amador e o irmão foi um piloto com reputação local, tendo participado do GP da Inglaterra de F2 de 1953.
Na infância, não teve diagnosticada uma dislexia, o que dificultou o processo de aprendizado. Como isso não era muito conhecido na época, Jackie era chamado de "burro" e outras coisas por alunos e professores. Aos 16 anos, saiu da escola e foi trabalhar na garagem do pai como auxiliar de mecânico. Stewart só foi diagnosticado com a doença aos 41 anos. Ele pediu para fazer o exame após perceber sintomas do filho que eram iguais ao dele quando criança. "Quando você tem dislexia e você encontra algo em que você é bom, você coloca mais nisso do que qualquer outra pessoa; você não pode pensar o jeito das pessoas espertas, então você está sempre pensando fora da caixa."
Stewart participou na adolescência da equipe de tiro da Grã-Bretanha, onde quase foi atleta olímpico. Comprou o primeiro carro aos 13 anos de idade, juntando as gorjetas que ganhava quando trabalhava com o pai. Ele entrou para o mundo do automobilismo ao aceitar o convite de um dos clientes do pai para testar vários carros no circuito de Oulton Park.
Em 1962, ainda em dúvidas se queria ser piloto, testou diversos carros em várias competições. Com um bom desempenho, chamou a atenção de Ken Tyrrell, ainda comandando a Cooper na Fórmula Júnior, que entrou em contato com Jimmy. Após alguns testes com a Cooper, Stewart era mais veloz que Bruce McLaren, o que fez Tyrrell oferecer um contrato para Jackie.
Estreou na F3 em 1964 pela Tyrrell. Com uma temporada impressionante, foi o campeão. Durante o ano, recebeu convite para correr pela Cooper. Recusou, querendo mais experiência em pista. No ano seguinte, fez testes com a Ferrari em Le Mans e pela Lotus, impressionando Colin Chapman e Jim Clark. Recusou a oferta para ir para a F2, onde também foi campeão.
A primeira corrida na F1 foi em 1965, guiando a Owen Racing, com um sexto lugar na África do Sul. Logo na estreia em Mônaco foi o segundo colocado. Com três segundos lugares em quatro corridas, a primeira vitória da carreira veio em Monza. Um terceiro lugar no campeonato mostrava que o futuro era brilhante para Jackie.
Foto: DevianArt
1966 parecia promissor, mas só parecia. Apesar de vencer na abertura do campeonato e logo em Monte Carlo, o carro tinha sérios problemas de confiabilidade e Jackie só não abandonou quando em quarto e quinto (Holanda e Alemanha). Além do mais, sofreu um gravíssimo acidente na Bélgica.
"Ele bateu num poste telefônico e aterrissou numa vala na perigosa curva Masta. O carro do escocês ficou preso de cabeça para baixo com o tanque de gasolina cheio por 25 minutos. Graham Hill e Bob Bondurant resgataram Stewart com um kit de ferramentas, tomando o cuidado de não provocar nenhuma fagulha que levasse a um incêndio, já que o combustível estava vazando." (SABINO, 2019, F1 MEMÓRIA)
Depois do acidente, Stewart tornou-se o grande ativista da segurança nas pistas, em uma época onde haviam muitos acidentes e mortes de pilotos, além da falta de estrutura para proteger o público. Segundo seus cálculos, um piloto que correu naquela época por cinco anos tinha dois terços de morrer na pista.
"Fiquei preso no carro por vinte e cinco minutos, incapaz de me mover. Graham e Bob Bondurant me pegaram usando as chaves do kit de ferramentas de um torcedor. Não havia médicos e não havia para onde me colocar. Eles, na verdade, me colocaram na parte de trás de uma van. Depois uma ambulância me levou para um local de primeiros socorros perto da torre de controle e eu fui deixado em uma maca, no chão, cercado por pontas de cigarro. Fui colocado numa ambulância com uma escolta policial e a escolta policial perdeu a ambulância, e a ambulância não sabia como chegar a Liège. Na época, eles pensaram que eu tinha uma lesão na coluna vertebral. Como se viu, eu não estava gravemente ferido, mas eles não sabiam disso."
"Percebi que, se isso era o melhor que tínhamos, havia algo muito errado: coisas erradas com a pista de corrida, os carros, o lado médico, o combate a incêndios e as equipes de emergência. Havia também bancos de grama que eram plataformas de lançamento, coisas em que você ia direto, árvores desprotegidas e assim por diante. Os jovens de hoje simplesmente não entenderiam isso. Era ridículo."
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Naquele ano, Stewart teve mais sucesso em outras competições. Ele quase venceu a Indy 500, chegando em sexto. Em 1967, as coisas não melhoraram muito. Apenas um segundo lugar na Bélgica e um terceiro na França, o resto foram todos abandonos.
Em 1968, transferiu-se para a Matra e foi uma ótima escolha. Com um bom carro, Stewart acabou perdendo duas corridas ao se machucar em uma corrida da F2. A primeira vitória no ano veio na chuva, na Holanda. A segunda vitória também veio em solo molhado, em Nurburgring, com históricos quatro minutos de vantagem em relação ao resto. Ele também venceu em Watkins Glen, mas ficou com o vice. O campeão foi Graham Hill.
1969 foi o ano mágico, com amplo domínio da Matra e de Jackie Stewart. Com seis vitórias no ano, incluindo duas voltas de vantagem na Espanha, um minuto na França e mais de uma volta em Silverstone, Jackie Stewart sagrou-se campeão mundial pela primeira vez. Foi o primeiro piloto da história a liderar ao menos uma volta de todas as corridas do ano.
"Quase campeão antecipado de 1969, Stewart foi um dos protagonistas de uma batalha épica pela vitória em Monza. Contra Jochen Rindt, Bruce McLaren e Jean-Pierre Beltoise, o escocês liderou a maior parte da prova, mas teve de resistir a um fortíssimo ataque dos adversários, sobretudo o austríaco, e ganhou com 0s08 de vantagem. A vitória deu a Stewart seu primeiro título na F1." (SABINO, 2019, F1 MEMÓRIA)
Com cinco carros, chegada de Monza 1969 é uma das mais épicas da história. Foto: Reprodução
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Na Tyrell em 1970, Stewart não conseguiu ser competitivo o bastante para defender o título. Com apenas uma vitória e quatro pódios, foi o quinto colocado naquele ano. Na temporada seguinte, outro ano avassalador de Stewart e a Tyrell: seis vitórias no ano e o bicampeonato mundial. Na época, foi gravado um documentário esquecido: o "Fim de semana de um campeão", onde Stewart e o cineasta polonês Roman Polanski ficaram quatro dias juntos, com Polanski acompanhando todos os passos, dos preparativos até a festa da vitória. Ela só veio ao grande público mais de 40 anos depois.
Na época, os pilotos disputavam várias categorias pelo mundo todo. Viajando bastante, Stewart estava sofrendo de mononucleose e cruzou o Oceano Atlântico 186 vezes naquele ano. No ano seguinte, não correu na Bélgica por estar sofrendo de gastrite. Naquela temporada, ele foi condecorado com a Ordem do Império Britânico, passando a ser chamado de "Sir". Mesmo com quatro vitórias, Stewart não foi páreo para um certo Emerson Fittipaldi, que conquistou seu primeiro título.
Em 1973, Jackie disse que ia se aposentar. Com cinco vitórias, a última foi a mais significativa. Uma dobradinha com a Tyrell e a de número 27, tornando-se o maior vencedor da história da F1 até então.
"Nada me deu mais satisfação do que vencer em Nürburgring e, no entanto, sempre tive medo. Quando saí de casa para o Grande Prêmio da Alemanha, costumava fazer uma pausa no final da entrada e dar uma longa olhada para trás. Nunca tinha certeza de que voltaria para casa."
O tri veio com um quarto lugar em Monza. Se o recorde de vitórias veio na Alemanha, Stewart deixou de fazer sua centésima e última corrida na F1, nos EUA, depois que o companheiro de equipe François Cevert morreu em um trágico acidente nos treinos para o GP dos EUA, em Watkins Glen.
Stewart teve 27 vitórias, 43 pódios e 17 poles, além de 15 voltas mais rápidas. Seu recorde de vitórias foi superado somente 15 anos depois por Alain Prost, de quem Stewart nutria grande admiração.
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Fora das pistas, Stewart manteve seu trabalho para que as pistas continuassem mais seguras e adequadas para todos em um final de semana. Infelizmente, isso custou a vida de muitos pilotos e quase levou outros tantos até que se houvesse alguma solução efetiva para isso.
Para muitos, esse discurso de Stewart prejudicou o esporte, sempre visto na adrenalina e para os pilotos "explorarem o limite", além de aumentar os custos para os promotores de corridas.
"Eu teria sido um campeão mundial muito mais popular se tivesse dito o que as pessoas queriam ouvir. Eu poderia estar morto, mas definitivamente seria mais popular."
A abordagem mais conservadora ficou simbolizada em um clássico vídeo quando ele, entrevistador, discute com Ayrton Senna sobre os riscos que o brasileiro dava a ele próprio e aos outros competidores com suas manobras "ousadas", incluindo o "acidente da vingança" do Japão contra Prost, em 1990.
Em 1997, Stewart voltou a F1 como dono da equipe com o próprio nome. Na primeira temporada, Rubinho conseguiu um ótimo segundo lugar em Mônaco. Em parceria com a Ford, em 1998 a equipe não foi tão competitiva, mas em 1999 Rubinho conquistou vários pódios e também foi neste ano que a Stewart venceu a primeira e única corrida em sua existência, no caótico GP da Europa, com Johnny Herbert em primeiro e Rubens Barrichello em terceiro.
Última vez de Jackie Stewart no alto do pódio. Foto: Getty Images
No fim do ano, Steward vendeu a equipe para a Ford, que a transformou na Jaguar. Stewart seguiu como comentarista e mais recentemente como embaixador da F1 e de marcas como a Rolex, Heineken, entre outras.
Ano passado, Stewart esteve aqui em Porto Alegre e participou do evento no Gasômetro que teve a Williams de Rubens Barrichello. Ovacionado pelos gaúchos, a campanha também repetia o "bordão": "Quando você dirige, nunca beba". RELEIA
E esse foi o texto sobre a lenda Jackie Stewart, agora com 80 anos. Vida longa a essa grande figura humana e do esporte a motor. Parabéns!
Estamos apenas na quinta etapa do ano, mas as coisas estão muito quentes no que se refere as negociações envolvendo Liberty Media e as organizadoras dos circuitos que querem entrar e/ou permanecer na categoria.
Começando pelo que está confirmado: no ano que vem, será realizado o primeiro Grande Prêmio do Vietnã, nas ruas da capital Hanoi. Já começaram as obras e a tendência é que seja realizada em outubro de 2020. Vendo o on-board de como ficaria, ela me lembra bastante uma mistura de Valência com Cingapura.
Vamos para a (extensa) lista de indefinições: começando pela próxima corrida, na Espanha. Segundo os organizadores, a questão é uma só, e quase unânime entre os negociantes de todos os GPs: diminuir a taxa anual paga a Liberty Media. Os valores foram assinados ainda sob a gestão Bernie Ecclestone, que pegava cada centavo e tornou essa indústria insustentável, principalmente para os países europeus, não abastecidos por donos e bilionários sheiks do Oriente Médio. Ah, um fator que pode ser muito importante também é a provável diminuição pela procura de ingressos em virtude da saída de Fernando Alonso da categoria.
Pro lugar da Espanha, pode chegar o retorno do GP da Holanda, em Zandvoort, afastada da categoria desde 1985. Claro que o motivo é evidente: aproveitar o efeito Max Verstappen que enche as corridas próximas da localidade holandesa, principalmente em Spa Francochamps. O falecido Charlie Whiting chegou a realizar vistorias e acreditava que apenas alguns ajustes devem ser feitos para tudo ficar pronto. Algumas publicações da imprensa europeia já cravam que a corrida holandesa irá substituir o circuito espanhol a partir do ano que vem.
Como sempre, Inglaterra e Itália todo ano tem drama e todo ano renovam, até que um dia isso não aconteça. Presentes desde os primórdios da categoria, o diretor de Silverstone já sinalizou que existem negociações, mas nada perto de algum desfecho. Por outro lado, como sempre dramático, o GP em Monza tem um "acordo provisório" para renovação até 2024. O empecilho financeiro é a grande questão para ser superada, pra variar.
A Alemanha praticamente participa uma vez a cada dois anos da categoria. Com Nurburgring falida há alguns anos, Hockenheim segue o mesmo caminho de dificuldades financeiras. Para esta temporada, a Mercedes ajudou com os custos. No entanto, diante dos cortes que estão fazendo, parece improvável que esse tipo de aporte seja realizado no ano que vem. Um país ioiô na F1 mesmo conquistando 12 títulos de pilotos e 5 de equipes nos últimos 25 anos, os custos são altíssimos. O promotor da corrida disse que houve maior procura de ingressos para assistir a F2, que tem Mick Schumacher, do que para a própria F1.
Incrível perceber que os três principais pólos tradicionais da F1 pode estar de saída, talvez quatro (considerando que a corrida na Espanha sempre foi tradicional, mesmo quando só De La Rosa e Alonso passaram a disputar a categoria no início dos anos 2000 enquanto a grande paixão é a Moto GP)
O México, país que mais recebe público desde o retorno para a categoria em 2015, também está com um pé fora. Sem mais o apoio do governo federal, que cortou gastos, a tendência é que mesmo sendo um sucesso de público e carisma os mexicanos voltem a ficar ausentes, pra tristeza de Checo Pérez. Outro mercado importantíssimo na América Latina e no "espalhamento" da popularidade da categoria pelo mundo.
Pra fechar, parece que o tal GP de Miami ficou em stand-by. Os organizadores recuaram após os protestos das associações de moradores das áreas onde ficaria o circuito nos três dias de competição e vão tentar renegociar um novo traçado. Essa é a que menos importa. Ninguém se importa com mais corridas nos Estados Unidos e nem os americanos ficam empolgados com a categoria europeia.
Provavelmente nem todas fiquem fora, o que seria uma loucura. Trata-se apenas de uma questão de barganha, embora Alemanha, México e Espanha parecem, pelos relatos, distantes. Isso vai de encontro ao que disse Christian Horner, chefão da Red Bull, sobre o possível aumento do calendário para 23 etapas. Hoje, são 21 etapas. Com a inclusão de Vietnã e talvez Holanda, seriam 23. No entanto, sem Alemanha, Espanha e México, cairia pra 20, talvez 19, se a Inglaterra também der pra trás.
São todos circuitos importantíssimos em termos de negócios e marketing, alguns nem são grandes traçados e por isso não fariam falta (né, Espanha?). No entanto, a maioria é da fatia europeia, que basicamente sustenta o negócio. Diante do impasse nas negociações do novo Pacto de Concórdia e da cada vez maior dificuldade de negociar os caríssimos termos das taxas assinadas ainda por Bernie Ecclestone, não é exagero dizer que o futuro da categoria está ameaçado no médio/longo-prazo, principalmente também pela questão do uso dos combustíveis fósseis cada vez diminuírem em acordos das montadores e dos países.
O futuro é realmente sombrio ou mais uma vez estamos sendo assustados pelos boatos e ameaças de negociações de barganha? Abre o olho, bigodudo, Ross Brawn e Jean Todt.
No sábado, quando Lewis Hamilton abandonou o treino depois do Q1 com problema hidráulico , jamais poderia ter imaginado a volta que a F1 daria 24 horas depois. Largando atrás e vendo o rival Sebastian Vettel disparando na frente com a Ferrari, que aparentemente possui o melhor conjunto da F1 atualmente, tudo parecia encaminhado para que a vantagem do alemão aumentasse no campeonato. Até que a chuva caiu.
Escalando o pelotão e chegando no quinto lugar, distante do pelotão, Hamilton estava se contentando com os 23 pontos de vantagem que Vettel abriria com aquele resultado momentâneo. Com a chuva, muitos apostaram parando antes. Alonso, Leclerc e Verstappen, por exemplo. Dois pits errados e viraram carta fora do baralho. Sorte para Max que a distância para o restante do grid era gigante e, mesmo assim, conseguiu ficar em quarto. Entretanto, poderia ter brigado pela vitória, diante da pista estar afeita ao seu modo de pilotagem "selvagem", digamos. Por falar em sorte, parece que essa abandonou Ricciardo depois de Mônaco. Mais um abandono, logo no início da prova.
Na frente, Vettel liderava sem sustos. Bottas e Raikkonen na sequência. O finlandês da Ferrari parou nos boxes antes. Se deu bem, deu um undercut nos dois e era líder. Era claro que faria duas paradas, ao contrário do compatriota e do companheiro de equipe. O campeão do mundo de 2007, que todo mundo sabe que virou um "capacho com grife" de Seb, teve que ouvir um "faster than you" glamourizado, para não atrapalhar as pretensões do único piloto da Ferrari com chances de piloto.
A chuva. Muitos carros deslizavam pela pista, outros tentavam o pulo do gato e pararam antes. Na segunda curva após a entrada no antigo estádio, o tetracampeão mundial escapou à la Zonta em 2000. Justo na corrida em casa, quase literalmente falando (Hockenheim fica bem perto de Heppenheim, onde Seb nasceu). Mais um erro bobo. Inacreditável. Todo o domínio do final de semana ficou na brita. Não é de hoje que Vettel parece fraquejar e cometer erros inadmissíveis para um piloto de seu calibre justo na hora decisiva. Se não for campeão, certamente a imagem dele socando o volante após bater vai ser o símbolo da derrota, igual quando Massa rodou na Malásia ou a mangueira presa em Cingapura. O maior erro da carreira de Vettel.
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Por outro lado, Hamilton fazia a maior atuação da carreira. Durante o Safety Car, Bottas e Raikkonen foram novamente para os boxes. O inglês faria o mesmo. No meio do caminho, decidiu permanecer na pista, cortando o caminho onde estava na entrada dos boxes para voltar ao traçado. Mais uma vez a Mercedes ia comer mosca e o inglês, no feeling, corrigiu o que seria mais uma burrada do time alemão. Isso deu polêmica e eles tiveram que se explicar para os comissários da FIA, que apenas fez uma advertência depois da corrida. Quando o SC saiu, Bottas ousou atacar Lewis, para desespero de Toto Wolff. O óbvio veio depois: um "pára-te quieto" para o #77 sossegar em segundo, sem encher o saco. Afinal, foi para isso que seu contrato foi renovado: ser o capachão das flechas de prata. E assim a corrida seguiu até o fim.
O que poderia ser uma desvantagem gigante virou uma considerável vantagem de 17 pontos de Hamilton para Vettel. Os pontos de hoje podem fazer muita falta. Entretanto, a Ferrari parece estar mais forte e com motor mais potente. Em circuitos de alta isso pode fazer a diferença, no que antes era o trunfo da Mercedes. A Red Bull pode roubar pontos na próxima etapa, na Hungria, e também em Cingapura, por exemplo. Uma coisa é certa: mais fácil Ricciardo e Verstappen desencantarem de novo do que os finlandeses submissos conseguirem algum brilho durante a temporada, do jeito que as coisas andam.
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A chuva, que deu as caras pouquíssimo tempo na pista (caiu um toró daqueles de dar bandeira vermelha depois da prova) deixou tudo mais caótico. Por exemplo, Hulkenberg "o melhor do resto". Incrível como isso só acontece quando não há mais esquisitices lá na frente. Grosjean pontuando pela segunda vez no ano: isso já diz tudo. A dupla da Force India voltando a mostrar a consistência que é a marca registrada e, o melhor, de tudo: Ericsson e Hartley nos pontos. Sim! Viva a chuva!
Note, caro leitor, que nem assim a Williams é capaz de marcar míseros pontinhos. Nem eles e nem Vandoorne, há um bom tempo deixando a desejar. No caso do belga, não dá para desistir do talento que já mostrou. Está sendo sacrificado pela McLaren em prol de Alonso. Ano passado foi assim e será sempre com qualquer um que dividir a equipe com o espanhol. Faz parte do pacote, mas poderia estar mostrando mais, de fato.
Como sempre nas sextas-feiras, o equilíbrio entre as três principais equipes é a tônica das duas sessões de treinos livres. Nas duas, a Red Bull ficou a frente. Também em ambas, a vantagem para o segundo colocado, Lewis Hamilton, foi mínima. Os taurinos já tiveram uma notícia ruim: Ricciardo teve que trocar vários componentes do motor antes do primeiro treino e vai largar em último. Eles também podem ter outro problema: Verstappen, líder do TL2, não participou da parte final do treino reclamando de perda de potência do motor Renault. Pode ser punido também, o que frustraria os planos dos austríacos, justamente em um circuito onde aparentemente estão bastante competitivos.
A Ferrari, como sempre, bastante cautelosa. Sem testar os ultramacios na primeira sessão, chegaram a ficar relativamente próximos de Mercedes e Red Bull. Sempre crescendo nos sábados, é uma das candidatas, ainda mais com a punição de Ricciardo e a também possível ausência de Verstappen entre os ponteiros. Nas últimas etapas, colocaram um terceiro ponto de DRS para ver se ao menos os carros ficam colados na disputa. Claramente não funciona, a aerodinâmica não permite. Ou seja: mais do que nunca, largar na frente será fundamental. Ah, Bottas renovou por mais um ano. Previsível. Estão mantendo o que dá certo, ou no caso, mantendo alguém que não dê tantos problemas para Hamilton.
No pelotão intermediário, domínio de Haas, Force India e Renault. Lá atrás, segue o calvário de Williams e McLaren. Pelos testes, parece que o pessoal de Woking está pior, mas não se pode tomar uma conclusão definitiva. Disputado por duas equipes (!!), Stroll parece imune a resultados. A banca de "investidor" é o suficiente para fazer os necessitados abrirem as pernas. Uma pena.
Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Alemanha:
O Grande Prêmio da Alemanha (Grosser Preis Von Deutschland) é uma corrida que entrou no calendário da F1 na segunda temporada, em 1951, e ficou de fora do circo apenas cinco vezes: 1955, 1960, 2007, 2015 e 2017.
Foram utilizados os circuitos de AVUS, Nurburgring (Anel Norte), Nurburgring, Hockenheim antigo e Hockenheim atual. Nesse ano, a corrida será realizada no circuito de Hockenheim.
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ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:13.780 (McLaren, 2004)
Pole Position: Michael Schumacher - 1:13.306 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 4x (1995, 2002, 2004 e 2006)
CHEFÕES QUEREM REDUÇÃO DO CALENDÁRIO
Foto: Getty Images
Atualmente o Mundial de F1 tem 21 etapas. Pela primeira vez na história, tivemos três corridas em três semanas consecutivas. Para nós, fãs, isso é ótimo. Afinal, quanto mais é melhor. Diga isso para quem está no circo...
A Liberty Media deseja aumentar para 23 etapas o calendário já no ano que vem. Convenhamos, é improvável. Apesar de esperar o imbróglio da tal corrida em Miami e algumas sondagens para sediar uma corrida nas ruas da Dinamarca ou o retorno para a Holanda (embalados pelo efeito Max Verstappen). Diante de tal propostas, alguns dirigentes são completamente contrários a causa. Um deles é Cyril Abiteboul, chefão da Renault. Além disso, ele deseja a redução do número de etapas, voltando ao que era antigamente, até o início do século: entre 15 e 18 etapas.
"Precisamos ser capazes de nos envolver com os fãs, mas isso precisa ser especial. Já estamos bem acima do que deveria ser algo especial. Precisamos transmitir uma mensagem de orgulho, de motivação, de energia. Com o calendário que temos agora, o entusiasmo não é o mesmo de quando viajávamos apenas 15 vezes por ano. Se não tivermos essa energia, será muito difícil transmitir isso externamente. Está quase se tornando rotina. Não deve ser um trabalho do dia-a-dia. Nós inclinamos esse equilíbrio, então precisamos ser extremamente cuidadosos", disse Abiteboul à "Autosport".
Gunther Steiner, chefe da Haas, concorda com o francês. "Ir às corridas custa um monte de dinheiro a nós e à Fórmula 1 , então eles precisam ter certeza de que também temos lucro, não apenas gastos. Apenas crescendo por crescer, não faz sentido. O saldo está entre 20 e 22 corridas no máximo. Aumentando, não há retorno", disse.
Pegando o mesmo raciocínio, o polêmico Vijay Mallya da Force India disse que concordaria com o aumento de etapas no Mundial desde que entre também mais dinheiro no orçamento das equipes, principalmente as mais necessitadas, que é o caso da própria escuderia indiana. "Mais corridas significam mais receita e se eu puder ter uma e meia ou duas equipes de corrida e ser pago pela Fórmula 1, eu certamente consideraria isso. Mas se as coisas continuarem as mesmas, então acho que mais de 21 corridas e esses três fins de semana seguidos serão muito desgastantes para nossos engenheiros e mecânicos e todos os envolvidos na equipe de corrida", afirmou.
De fato, para o outro lado é pesado. Três semanas consecutivas de trabalho intenso, montando e desmontando equipamentos e circulando de motorhome pela Europa. Provavelmente isso não deverá mais acontecer. De certa forma, o raciocínio de Abiteboul faz sentido. Menos corridas traz um aspecto mais especial e uma expectativa maior para o evento.
A exemplo de uma Copa do Mundo (sdds :/), se diminuir a distância entre uma e outra, certamente o impacto será o menor, infelizmente. Na F1, mais de 20 corridas talvez seja um exagero, mas 16 também é um exagero. Provavelmente tirariam as melhores corridas para deixar aberrações como Cingapura, Abu Dhabi e semelhantes. Melhor deixar como está, sem desgastar muito os profissionais e o público.
RENAULT SEGUE EM ALERTA DURANTE INDEFINIÇÃO DE RICCIARDO
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A situação é simples: sem espaço na Red Bull, Carlos Sainz foi emprestado para a Renault. No entanto, diante de Daniel Ricciardo ainda não ter decidido se fica ou não na equipe dos energéticos, os franceses precisam estar preparados para caso o espanhol seja chamado para substituir o australiano na Red Bull.
Segundo Cyril Abiteboul, a Renault vai estar preparada para caso precise ir ao mercado de pilotos. Minha responsabilidade é garantir que tenhamos alternativas caso o Carlos não esteja disponível dentro de uma janela de tempo adequada para a definição da dupla do ano que vem”, disse.
“Algo que eu realmente quero é antecipar a definição da dupla para o ano que vem, o mais cedo possível. Precisamos ficar de olho em alternativas, já que sabemos que não tem controle completo do futuro do Carlos na Renault. Não controlamos o futuro entre Red Bull e Carlos”, seguiu.
Sempre surge especulações de um retorno de Alonso na equipe. Entretanto, não há ainda uma ideia de qual seria o possível substituto de Sainz na Renault. Até o próprio Ricciardo foi contatado diante das negociações alongadas com a Red Bull. A grande questão da Renault é decidir se querem manter dois pilotos regulares mas aparentemente sem o "algo a mais" para brilhar, ou deixar um bom acumulador de pontos e aquele capaz de fazer o diferente. Quem seria esse cara hoje? Ele estaria disponível? Questões para Abiteboul.