Mostrando postagens com marcador gasly. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador gasly. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

PIOR DO QUE EU IMAGINAVA

 

Foto: AFP

Quando foi oficializado o retorno da Renault como escuderia na F1, lá no distante 2015, eu fiz uma brincadeira entre parênteses (relembre aqui): até quando?  O histórico dos franceses sempre jogou contra. Por três vezes, eles tinham saído da categoria como escuderia, mas permaneceram fornecendo motores.

A escuderia mudou de nome já em 2021 para priorizar a marca de carros esportivos da fábrica, a Alpine. Pois bem, em uma década, o meu comentário teve uma resposta: mais uma vez, a Renault está de saída da F1.

O surpreendente e impactante agora não é o fato da escuderia ter saído de cena, como foi nos anos 1980 ou nos anos 2010. Agora, a decisão abrange também o fato de que os franceses não permanecem sequer como fornecedor de motor para a nova F1, em 2026. Ano que vem será a despedida, interrompendo uma tradição ininterrupta desde 1979, mesmo com os nomes batizados de TAG Heuer ou Mecachrome, por exemplo.

A Renault nunca empolgou, a bem da verdade é essa. Escrevi diversas vezes na trajetória do blog o quão lenta era a evolução da equipe, que patinava no meio do grid sem grandes perspectivas. Mudaram diretores, pilotos e até o presidente do grupo, pois o brasileiro Carlos Ghosn foi preso.

Da dupla experiente com Hulkenberg e Ricciardo, o retorno de Alonso e a aposta em Ocon e Gasly, a verdade é que os franceses não se encontraram em nenhum momento, salvo raras exceções como a vitória na Hungria em 2021, quando Alonso se sacrificou para Ocon brilhar.

A mudança no nome já era um indicativo da impaciência e da instabilidade costumeira da empresa na categoria com o passar das décadas, sob a desculpa de fortalecer a marca. Nos últimos anos, a bagunça interna ficou ainda maior, escancarando a falta de competência em colocar uma equipe de fábrica como protagonista. Veja bem: até a McLaren, que em 2016 estava em uma situação lastimável, conseguiu dar a volta por cima e agora é a favorita para voltar a vencer o Mundial de Construtores.

Enquanto isso, a pá de cal dos franceses foi o golpe duplo: a saída de Alonso e a preferência de Piastri pela McLaren, lembram? (aqui!) Na época, estava em dúvidas sobre a decisão do australiano e o tempo mostrou como ele e Webber tomaram a decisão mais correta da carreira de Oscar.

Bem, aí a Renault perdeu o rumo de vez. Com Gasly chegando para ser o velho novo rival de Ocon, vimos mais um naufrágio francês em meio a demissões de profissionais, rearranjos no organograma e a falta de rumo.

Uma vitória em dez anos e correr de sobreaviso. A enésima despedida da Renault é tão melancólica quanto a década de retorno, que prometeu muito e entregou abaixo do mínimo.

O futuro? O nome de fábrica vai seguir, provavelmente com o motor Mercedes. Com Gasly e Doohan de titulares, o futuro não é muito promissor, salvo algum milagre no regulamento de 2026.

Será que Flavio Briatore transforma a Alpine na nova Benetton? Existe algum Schumacher ou Alonso dessa vez?

No fim das contas, o retorno da Renault foi pior do que eu imaginava. Aguardemos como será o enésimo egresso, quando os franceses vão disputar com os japoneses da Honda quem é que mais pula e volta para a barca chamada Fórmula 1.

Até!


domingo, 22 de outubro de 2023

ASSOALHOS

 

Foto: Chris Grayten/Getty Images

Da série "corridas que não vi": campeonato decidido, trabalhando no jogo do Inter (histórico, aliás...). Bom, li que Verstappen venceu, mesmo largando em sexto. Foi melhor na estratégia dos pit stops e mais agressivo nas ultrapassagens, enquanto Norris e Leclerc abriram alas para ele.

Só Hamilton que tentou lutar e se aproximou de Max, mas sem ser o suficiente para vencer. 15 vitórias no ano e 50 na carreira. Impressionante. 

Bom, estou assistindo o VT da corrida agora. Está na largada. Antes de começar a escrever, li que Hamilton e Leclerc foram desclassificados por irregularidades no assoalho dos carros. 

Segundo o GE, "Hamilton e Leclerc infringiram o artigo 3.5.9.e do regulamento técnico da F1. O texto faz referência à espessura da prancha de madeira no assoalho, que deve ser de pelo menos 10 mm, com tolerância a partir de 9 mm." 

Assim, Norris e Sainz completaram o pódio e, entre outras coisas, permitiu que Logan Sargeant pontuasse pela primeira vez na F1. Logo em casa. Que reviravolta.

Enfim, li que McLaren e Mercedes poderiam ter feito estratégias mais ousadas para ganhar e que Hamilton foi prejudicado na estratégia e também em um pit stop. Piastri abandonou, assim Ocon. Destaque também para os bons pontos de Tsunoda e Stroll e o abandono de Alonso. É um fim de ano difícil para a Fênix, que flertou com as vitórias, mas a Aston Martin termina 2023 bem melancólica.

Bom, assistindo ou não, com estratégias, ritmos diferentes e até menos brilhantismo, ainda assim ninguém quer competir com Max Verstappen. E Norris segue flertando com as vitórias, mas sem vencer de fato. Ainda acho que Piastri vai romper o lacre antes dele.

Confira a classificação atualizada do GP dos EUA:

1 - Max Verstappen (RBR)

2 - Lando Norris (McLaren) +10s730

3 - Carlos Sainz (Ferrari) +15s134

4 - Sergio Pérez (RBR) +18s460

5 - George Russell (Mercedes) +24s999

6 - Pierre Gasly (Alpine) +47s996

7 - Lance Stroll (Aston Martin) +48s696

8 - Yuki Tsunoda (AlphaTauri) +1m14s385*

9 - Alexander Albon (Williams) +1m26s714

10- Logan Sargeant (Williams) +1m27s998

11- Nico Hulkenberg (Haas) +1m29s904

12- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) +1m38s904

13- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) +1 volta

14- Kevin Magnussen (Haas) +1 volta

15- Daniel Ricciardo (AlphaTauri) +1 volta

Fernando Alonso (Aston Martin) - ABANDONOU

Oscar Piastri (McLaren) - ABANDONOU

Esteban Ocon (Alpine) - ABANDONOU

Lewis Hamilton (Mercedes) - DESCLASSIFICADO

Charles Leclerc (Ferrari) - DESCLASSIFICADO

Até!

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

CUMPRINDO TABELA

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

Com o campeonato decidido, difícil encontrar alguma motivação para seguir assistindo a F1 em 2023. Há algumas questões que podem ser interessantes, vamos lá: Max Verstappen vai ganhar tudo até o fim do ano? Alguém vai parar Max e a Red Bull? Teremos alguma surpresa?

Bom, na classificação de agora há pouco, podemos perceber a decadência da Aston Martin. Don Alonso eliminado no Q1, assim como Lance Stroll, como sempre. Isso que as atualizações foram feitas, mas aparentemente não deram resultado... talvez o foco seja 2024 mesmo, mas é o caminho totalmente inverso que a McLaren fez, por exemplo.

Lando Norris ficou no quase de novo. A pole foi de Charles Leclerc, graças a mais um "limite de pista", que tirou a pole de Max Verstappen. Ao menos dessa vez a questão foi resolvida rapidamente e sem constrangimento para os envolvidos. Só isso para brecar a Red Bull.

Ferrari e McLaren muito rápidas, assim como a Mercedes tem boas perspectivas. A Alpine pode incomodar também. Importante lembrar do retorno de Daniel Ricciardo. Tanto tempo parado e agora se recuperando de lesão, vai ser difícil fazer alguma avaliação imediata nesse final de temporada. É evoluir fisicamente e fazer alguns pontos se possível, afinal Liam Lawson conseguiu passando por cima das dificuldades do pior carro do grid.

Nesse clima de fim de feira, vamos ver o que acontece domingo. Com Max largando em quinto, a expectativa é que algumas voltas sejam competitivas até que o tricampeão chegue ao topo. Vamos curtir. Amanhã tem mais uma inesquecível sprint, praticamente no mesmo horário do UFC 294. Imperdível, é claro.

Confira o grid de largada:


Até!

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

É AMANHÃ!

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

36 anos depois, a F1 vai voltar a consagrar um campeão em um sábado. O último foi Nelson Piquet, quando Nigel Mansell bateu no treino do Japão e ficou fora da corrida no domingo, o que deu o tricampeonato para o brasileiro.

Pois bem, pro constrangimento ficar maior, Verstappen será tricampeão numa corrida sprint. Basta chegar em sexto. A única forma disso não acontecer é se o holandês bater em todas as corridas e Pérez fazer milagre, mas é difícil saber o que aconteceria antes.

Por exemplo, Verstappen larga na pole, com poucas voltas. Pérez não classificou para o Q3. Aí se tira o nível. Também está cada vez mais constrangedor para Stroll em relação a Alonso. Dizem que o canadense vai desistir da carreira e, como consequência, o papai Lawrence vai passar adiante o controle da Aston Martin. É um desperdício de vaga que nem todo o dinheiro do mundo compensa.

Mais uma vez a F1 teimosa, ao invés de optar pela brita ou algo do tipo, também tirou as zebras e fica com essas linhas idiotas. O resultado? Constrangimento para os pilotos: as McLaren, que eram p2 e p3, foram informadas durante as entrevistas que tinham passado dos limites da pista. Horrível expor os pilotos ao ridículo dessa forma. Assim, a Mercedes é que tem o papel de pelo menos tentar incomodar Max na primeira curva, com Russell e Hamilton.

A Ferrari decepcionou no treino, mas pode ser que consiga reagir na corrida. Sejamos sinceros: o resto é irrelevante.

A F1 aguarda finalmente pelo tri de Max Verstappen. Quanto mais cedo, mais enfadonho será o fim do campeonato. Já dá pra afirmar que o campeonato acaba nesse finde se nada der errado, certo?

É amanhã!

Confira o grid de largada para domingo:


Até!


domingo, 24 de setembro de 2023

3 PARA O TRI

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Acho que tô velho demais pra assistir corrida de madrugada em pleno sábado. Como a temporada não ajuda, então olhar os highlights e ler alguma coisa já serve para escrever. Aqui está o meu review/react do GP do Japão.

Bom, a Red Bull é hexacampeã de construtores. Seis corridas de antecedência. Em aproveitamento eu não sei, mas é o carro mais dominante da história. Conseguiu superar a Mercedes em termos de chatice e falta de imprevisibilidade. Tudo isso com um só piloto.

Pérez parece que guia com um carro diferente. É uma diferença abissal. Tipo a Benetton de 1995. O mexicano teve uma corrida constrangedora. Além dos erros, ainda teve que voltar pra pista pra não acumular punição para a próxima etapa. Eu fiquei envergonhado sem sequer assistir a corrida, imagina vivenciar isso.

Singapura foi uma exceção. Max Verstappen voltou a humilhar a concorrência e só precisa de três pontos para o tri. Ele deve vir no sábado, daqui 13 dias, na corrida sprint do Catar. Que coisa patética: um campeão no sábado... óbvio que não vai ser a primeira vez que isso aconteceria na F1, mas Max pode igualar o título de Nigel Mansell em 1992 como o mais antecipado da história: cinco etapas.

De resto... a McLaren pode até passar a Aston Martin nos construtores, hein? O time de Woking virou a segunda força com consistência. Lando Norris está batendo na trave. Uma hora a vitória chega... Oscar Piastri consegue o primeiro pódio na carreira. Parecia impensável quando ele chegou, agora com mais três anos de contrato. É uma dupla muito competente e estão entregando o que podem.

Claro, Lando ainda é o mais rápido e provavelmente vai ser o primeiro piloto, mas os dois se completam. Se a McLaren continuar evoluindo, é uma dupla que vai fazer muito barulho no médio prazo. É bom ver o ressurgimento da McLaren em um trabalho sólido.

A Mercedes precisa ajustar algumas coisas. Russell e Hamilton se atacando livremente pode ser um problema no futuro. Foi assim que a amizade entre o Sir e de Rosberg terminou. É melhor administrar agora que os alemães não estão brigando por vitória do que quando a equipe retomar o protagonismo.

Até mesmo nas estratégias os alemães erraram. Tentaram copiar o que Sainz fez em Singapura, mas aí Russell foi o sacrificado e Hamilton se limitou a defender um quinto lugar. É preciso melhorar essas questões internas antes que seja tarde. 

No resto, Alonso e as Alpine fizeram o que podiam. Lawson novamente na frente de Tsunoda, mas é o japonês que está incrivelmente prestigiado em uma estrutura sem paciência com os pilotos. Bem, amanhã eu escrevo mais sobre isso.

Red Bull hexa e Max Verstappen a três pontos do tri. A conquista vai ser sacramentada no sábado, 7 de outubro, no Catar. Salve a data no calendário e desfrute do carro mais dominante da história da categoria.

Confira a classificação final do GP do Japão:


Até!

domingo, 17 de setembro de 2023

CALCULADO

 

Foto: Reuters

O problema dessas corridas que mudam o horário em relação a classificação é que as vezes eu esqueço de colocar o horário certo no despertador. Resultado: assisti apenas a metade final da corrida. Tive que recorrer aos VTs para me inteirar sobre o resto.

Começando pelo sábado. Não era blefe. Coincidência ou não, a nova diretiva das asas e assoalhas tirou a competitividade da Red Bull, ao menos em voltas rápidas. Chocante a eliminação dos dois pilotos. Se Max Verstappen queria a 11a vitória, teve que se contentar com o 11° lugar no grid.

A pole foi de Carlos Sainz novamente. Na largada, Leclerc pulou para o segundo lugar e as chances de algo inédito no ano eram evidentes. Por outro lado, a Red Bull tinha ritmo para escalar o pelotão. O ritmo não foi tão afetado, mas isso é papo para outras corridas e outros textos. 

As Mercedes e Norris seguiam no encalço de Sainz, protegido pelo escudeiro Leclerc. Percebam a inversão dos papéis. Quem deveria ser o líder do time era o monegasco, mas na prática vimos as duas melhores pilotagens de Sainz na carreira, digno de um líder e um piloto de ponta.

Um Safety Car aparentemente ridículo mudou as estratégias e sepultou a Red Bull. Leclerc caiu para quarto e aí então vimos o Sainz frio e calculista: segurar o grid para que Norris, em segundo, pudesse se defender dos ataques da Mercedes, enquanto Carlos segurava o ex-colega de McLaren.

Não é novidade isso. Hamilton tentou a mesma coisa para que Rosberg fosse ultrapassado e perdesse o título de 2016, mas na época isso não deu certo. Um risco calculado que seria criticado se desse errado para o espanhol.

Quando Ocon abandonou, era necessário o Safety Car, mas a americanização da categoria dessa vez optou pelo Virtual Safety Car. Russell parou e, com pneus mais novos, foi à caça. Era até o favorito a vencer.

No entanto, ele não conseguiu passar, ficou travado em Norris. Não bastasse isso, ainda bateu nas voltas finais, quando já não tinha pneu para ultrapassar. Perdeu o timing. A impressão é que Hamilton parecia mais inteiro para vencer, mas a Mercedes teve que priorizar quem andou a frente no final de semana inteiro. Russell está abaixo do esperado. Quando se espera mais do que um acumulador de pontos, ele tem falhado. Hoje, a vitória estava ao alcance e a desperdiçou.

Frio e calculista, Carlos Sainz coroou toda a luta das últimas corridas para vencer pela segunda vez na carreira e mostrar que, hoje, não é segundão da Ferrari. Se falta velocidade, sobra inteligência, ritmo e agora vimos mais arrojo e garra para defender e lutar para a vitória. Está fazendo o que Leclerc deveria, mas a irregularidade do monegasco e o brilhantismo do espanhol jogam luzes amarelas para o "dono do time". 

Sainz, com contrato até o ano que vem, já começa a acenar para ter um papel melhor na equipe. A renovação começa a fazer sentido, baseado num mundo onde somos sempre a última corrida ou algo do tipo. A primeira vitória da Era Vasseur e o fim da sequência avassaladora da Red Bull.

Apesar dos pesares, o ritmo dos taurinos foi bom. Em mais algumas voltas, Verstappen conseguiria o quarto lugar. Poderia brigar mais de perto se não fosse o azar do Safety Car controverso. Pérez segue atrás e ainda acabou com a corrida de Albon. O prêmio foi uma punição inútil que é praticamente um convite para os pilotos de que o crime compensa.

Norris é um pilotaço. Deixou a Mercedes no bolso. Está maturando a primeira vitória na carreira. É um ano de grande explosão como "dono" da McLaren, que avança significativamente enquanto coletivo e estrutura de equipe. O futuro pode ser animador para Zak Brown e companhia. 

Liam Lawson mostra que merece uma das vagas da Alpha Tauri. Foi para os pontos na terceira corrida. Considerando que a próxima etapa é no Japão, onde corria na Super Fórmula, é obrigação continuar. Ricciardo que se vire. Tsunoda, aliás, pode estar em apuros. 

Gasly bem, boa corrida de recuperação para Piastri e o pontinho da sorte para coroar o trabalho de Magnussen. O conto de fadas da Aston Martin terminou. Hoje foi apenas um carro na pista, pois Stroll destruiu o dele no treino e não largou.

Merecida e justa vitória de Sainz pelo trabalho que realizou nas últimas corridas. O ex-Red Bull é responsável pelo fim da sequência impressionante dos taurinos. A questão é: não teve encaixe nesse final de semana ou podemos ver algum padrão para o restante da temporada? A gente agradece, afinal, tomara que voltemos a ter corridas mais competitivas valendo a vitória.

Confira a classificação final do GP de Singapura:


Até!

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

CORRENDO NO INCERTO

 

Foto: Roslan Rahman/AFP

Além dos pequenos lagartos que invadiram a pista algumas vezes durante o dia e a noite, o que chamou a atenção da sexta feira de treinos livres foi o fato da Ferrari ter liderado ambos. Geralmente, em circuitos não tão velozes, os italianos sofrem. No entanto, as coisas correram bem na sexta.

Claro, nada é definitivo, como todos sabemos, até porque a própria Red Bull teve um desempenho tímido. Antigamente era o contrário: faltava motor aos taurinos, agora eles estão sofrendo com essa característica de circuito mais travado. Quer dizer, foi o que a sexta mostrou. Não dá para acreditar em tudo, porque o sábado é uma outra história.

Não há nada de muito interessante que possa ser escrito sobre treinos livres. Toto Wolff afirmou que está acompanhando com atenção o imbróglio entre Felipe Massa e a FIA. Claro, até hoje o fim da temporada 2021 é um grande controvérsia. Se houver precedentes, pode-se abrir um efeito dominó enorme para a categoria, que defendendo os interesses dela, deve achar isso terrível.

Será que Singapura vai parar Max Verstappen? A Ferrari pode ser a grande antagonista e reservar um momento diferente de 2023. O jeito é torcer para que o circuito de rua, sempre travado e repleto de incidentes, nos reserve emoções legítimas, sem escândalos.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:18.887 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 339 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 201 pontos

3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 168 pontos

4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 156 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 102 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 99 pontos

7 - George Russell (Mercedes) - 99 pontos

8 - Lando Norris (McLaren) - 75 pontos

9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

10- Pierre Gasly (Alpine) - 37 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 36 pontos

12- Oscar Piastri (McLaren) - 36 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 15 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 540 pontos

2 - Mercedes - 255 pontos

3 - Aston Martin Mercedes - 215 pontos

4 - Ferrari - 201 pontos

5 - McLaren Mercedes - 111 pontos

6 - Alpine Renault - 73 pontos

7 - Williams Mercedes - 15 pontos

8 - Haas Ferrari - 11 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 3 pontos


O PONTO DA VIRADA

Foto: Getty Images

30 de abril. A última vez que Max Verstappen foi derrotado, também, na verdade, serviu como momento chave para que o holandês entendesse melhor o carro e partisse para essa sequência avalassadora de nove vitórias seguidas (e contando).

Foi uma das raras corridas onde Max foi, de fato, mais lento que Pérez. Uma vitória inapelável para o mexicano, tanto que nem a Red Bull se atreveu a tentar fazer jogo de equipe. Em entrevista coletiva depois de vencer em casa, Max expandiu sobre a importância do processo de Baku para a sequência da temporada e o modo como pilota o carro de 2023.

“Acho que aprendi bastante desde a corrida em Baku, algumas coisas que poderia fazer com o carro, como acertá-lo. Claro que não venci lá, mas experimentei um monte de coisas e diferentes ferramentas no carro. Por isso fui um tanto inconsistente durante a corrida, mas em determinado ponto, consegui um bom ritmo com o que encontrei”, afirmou.

Claro que agora isso faz todo o sentido. No entanto, lembro que Max estava bastante insatisfeito depois da corrida, tanto que até Horner o repreendeu. Assim como ano passado, Max sente dificuldade no início, mas depois se adapta (e as atualizações privilegiam ele, obviamente) e o resultado todos sabemos. 

Dá pra considerar isso uma "dor de crescimento" ou as imaturidades de Max dos anos anteriores que tornaram o piloto que ele é hoje? Não sei, cabe um bom debate ou algum texto no futuro, talvez.

PRESTIGIADO

Foto: Getty Images

Com um desempenho tão discrepante em relação a Max Verstappen, Sérgio Pérez está mais ameaçado do que nunca na Red Bull, apesar de ser o vice-líder do campeonato e com contrato até 2024. É da natureza dos taurinos alterações repentinas e desempenhos imediatos. A chegada de Ricciardo na Alpha Tauri, como uma espécie de teste para o médio-prazo, também é um sinal. No entanto, Christian Horner tratou de acalmar os ânimos:

“A situação de Checo para o próximo ano está clara. Ele é um piloto Red Bull. Temos um acordo com ele. Independente dos acordos, estamos satisfeitos com o trabalho que ele está fazendo. Vocês viram a pilotagem dele hoje, ele teve azar com o limitador de velocidade do pit-lane [que rendeu uma punição de 5s]. Ele é segundo no campeonato mundial, é o único piloto além de Max que venceu GPs neste ano”, frisou.

A resposta de Horner vem após Helmut Marko deixar nas entrelinhas que nada estava garantido para o ano que vem, apesar do contrato em vigor. Horner aproveitou para defender o piloto, afirmando que o "problema" é Max Verstappen, pois o holandês está tão fantástico que qualquer um perto dele parece alguém muito inferior.

“Max está em um período da carreira dele em que é simplesmente intocável e não acho que tenha qualquer outro piloto do grid que seja capaz de atingir o que ele está fazendo naquele carro. Ser companheiro de equipe dele é, provevalmente, em alguns aspectos o trabalho mais inviável, pois o barômetro é muito alto.

Você precisa olhar a performance no papel e nos resultado. Se Max não estivesse lá, Checo teria vencido outras quatro ou cinco corridas. Então ele está fazendo o trabalho dele. É o segundo no campeonato mundial. Vocês viram a performance dele hoje. Ele deu azar por ser punido por velocidade. E, tomara, que ele possa acrescentar à lista de vitórias dele até o fim do ano”, encerrou.

Existem meias verdades. Pérez está muito mal, Verstappen está excelente, mas a diferença não deveria ser tão grande. É até constrangedor, mesmo sabendo que o mexicano está na Red Bull para ser o segundo piloto. O problema é que chegaram a acreditar que Checo seria uma ameaça a Max, autorizada pela Red Bull.

Nunca foi o caso. Pérez está sim devendo e a pressão de Ricciardo vai ser muito grande, ao menos não agora, devido a lesão do australiano. No futebol, a fala de Horner é o tipo de declaração que a gente desconfiaria. Ao lembrarmos que a organização austríaca tem modus operandi semelhante, a desconfiança faz sentido.

TRANSMISSÃO:
01/09 - Treino Livre 1: 8h30 (Band Sports)
01/09 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
02/09 - Treino Livre 3: 7h30 (Band Sports)
02/09 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
03/09 - Corrida: 10h (Band)

domingo, 27 de agosto de 2023

RECORDE EM CASA

 

Foto: Dan Istiene/Getty Images

Nove vitórias seguidas. A consagração em casa. Max Verstappen se igualou, hoje, a Alberto Ascari e Sebastian Vettel. A busca pela décima, já semana que vem, é mais do que possível: é provável. Não há nada que possa impedir Max, nem a mãe natureza.

A corrida começou como se fosse aqueles modos de videogame ou a tal da "chuva artificial", uma das célebres declarações de Bernie Ecclestone. Durante a primeira volta, a chuva veio e começou a mudar tudo. Pérez e Zhou, que fizeram isso no primeiro giro, se deram bem. O mexicano tinha aberto 13 segundos de vantagem em pouquíssimas voltas. Parecia ter a faca e o queijo na mão para reagir.

A pista foi secando. Enquanto isso, Alonso pulou de quinto para segundo no início da corrida, na chuva, para mostrar porque é a Fênix. Estava no páreo. Norris e Russell, candidatos a pódio, sucumbiram aos azares e erros de estratégia das equipes. Muitos optaram por não parar, pois seria uma chuva fraca. Mesmo assim, fez estrago.

Com a pista seca, novas trocas. Antes, o Safety Car causado por Logan Sargeant juntou o grid, o que propiciava táticas diferentes, como Russell indo de duros até o final. Nesse meio tempo, Gasly saiu do meio do grid para as primeiras posições, seguido de Sainz e Albon, em grande fase. Norris, Hamilton e Russell tentavam se recuperar, mas a verdade é que a corrida depois dos quatro primeiros era loteria pura.

Quando as coisas pareciam se acalmar, um temporal nas últimas voltas. Carros aquaplanando. Zhou batendo. É proibido correr na chuva, então mais uma vez tivemos bandeira vermelha no final. O suspense da relargada. Pra quê fazer pneu de chuva se é proibido correr nessas condições? É fazer a gente de palhaço. Podiam ter encerrado a corrida que nada mudaria.

Digo, Russell teve um incidente com Norris e perdeu pontos. Pérez rodou e perdeu a segunda posição para Alonso. Desgraça pouca é bobagem: foi parar para colocar pneu de chuva forte e acelerou demais no pit. Punido. Para quem tinha todas as condições de finalmente reagir, terminar fora do pódio em virtude da punição enquanto Max faz história é de desanimar. A "sorte" do mexicano é que a pressão, por ora, está adiada: Ricciardo teve uma lesão no pulso e pode ser ausência também para as próximas corridas. Oportunidade para Liam Lawson ser um pouco competitivo contra Tsunoda.

Don Alonso voltou ao pódio e parece mais feliz agora do que quando disputava o título. Está desfrutando. Parece aquele de 2005 que fazia os gestos com a mão no carro depois de vencer e gritava "Toma!" quando saía do bólido.

Gasly, com uma ótima estratégia e pulo do gato, conquista o primeiro pódio com a Alpine, que busca se reestruturar depois das mudanças realizadas na pausa do verão europeu. O destaque dos pontos não é mais uma novidade: Alexander Albon é demais para a Williams no momento, mas o que estaria sendo reservado para o tailandês nascido e criado na Inglaterra?

Max Verstappen vai em busca da décima. Chove, seca, tudo vira de cabeça para baixo na corrida, menos a posição dele. É um trabalho invejável. Constante, não erra, é de outra categoria, capitaliza tudo o que tem. Adjetivos e elogios já são repetitivos e chatos. A questão é olhar além: o que será Max Verstappen na história da F1, para delírio dos animados holandeses?

Confira a classificação final do GP da Holanda:


Até!


quinta-feira, 24 de agosto de 2023

GP DA HOLANDA: Programação

 O Grande Prêmio da Holanda aconteceu entre 1952 e 1985, com três pausas: 1954, 1956-1957 e 1972. 

Em 2020, estava marcado o retorno do país no calendário da F1, no circuito de Zandvoort. No entanto, em virtude da pandemia do coronavírus, a volta foi confirmada para 2021, marcando o reencontro dos fãs holandeses com a velocidade depois de 36 anos.

Foto: Wikipédia


ESTATÍSTICAS:

Pole Position: Max Verstappen - 1:08.885 (Red Bull, 2021)

Volta mais rápida: Lewis Hamilton - 1:11.097 (Mercedes, 2021)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Jim Clark - 4x (1963, 1964, 1965 e 1967)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 314 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 189 pontos

3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 149 pontos

4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 148 pontos

5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 99 pontos

6 - George Russell (Mercedes) - 99 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 92 pontos

8 - Lando Norris (McLaren) - 69 pontos

9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

10- Esteban Ocon (Alpine) - 35 pontos

11- Oscar Piastri (McLaren) - 34 pontos

12- Pierre Gasly (Alpine) - 22 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 11 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 503 pontos

2 - Mercedes - 247 pontos

3 - Aston Martin Mercedes - 196 pontos

4 - Ferrari - 191 pontos

5 - McLaren Mercedes - 103 pontos

6 - Alpine Renault - 57 pontos

7 - Williams Mercedes - 11 pontos

8 - Haas Ferrari - 11 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 3 pontos


ARREPENDIMENTOS

Foto: Getty Images

Na parte final da carreira, é normal que Fernando Alonso seja questionado sobre a jornada. Os caminhos e polêmicas do bicampeão são bem conhecidos por todos, mas, resumindo, a Fênix se arrepende de não ter curtido tanto a F1 e, se pudesse, voltaria no tempo para ser campeão pela Ferrari - ele teve duas oportunidades e bateu na trave nas duas, em Abu Dhabi 2010 e Interlagos 2012.

“Em 2010 e 2012, estávamos a algumas voltas de conquistar o campeonato. Isso provavelmente poderia ter mudado como muitas coisas aconteceram e a história por trás delas”, afirmou para o podcast High Performance.

Alonso, então, disse que sente arrependimento de não ter desfrutado da experiência como um piloto da F1 durante toda a trajetória, muito possivelmente pelo foco em brigar pelo título e toda a pressão e estressa que isso resulta.

“Mas acho que deveria ter curtido mais. Se tivesse a oportunidade de reviver minha vida, talvez não mudaria minhas escolhas de equipes, decisões ou esse título [perdido] com a Ferrari. O que mudaria é viver um pouco mais esses momentos e ter mais memórias", disse.

Um exemplo que corrobora tudo isso é o espanhol ter afirmado que se lembra "muito pouco" das tardes e noites que viveu no Brasil, quando foi bicampeão mundial em 2005 e 2006. Isso, segundo Alonso, o deixa "um pouco triste".

Uma coisa um tanto quanto tocante, vindo de alguém que tem uma das carreiras mais longevas da história da categoria, senão a maior. No início é tudo deslumbre e depois Alonso travou guerras para ser bicampeão com a Renault e desbancar Schumacher, o período turbulento na McLaren, o retorno para a Renault e as batalhas perdidas na Ferrari contra a Red Bull de Sebastian Vettel. Tudo isso tira o prazer do momento e coloca o foco no resultado. 

O processo é desgastante e estressante, e talvez Alonso só tenha entendido o outro lado do paddock quando deixou de ser protagonista, fruto das escolhas equivocadas, o período sabático e o retorno para a categoria. Ao enxergar que o fim é inevitável, vimos outra faceta da Fênix polêmica. Interessante essa reflexão.

GOSTO, MAS NEM TANTO


Praticamente tricampeão, sequência de vitórias inquestionável e sem adversários a curto prazo. Max Verstappen está vivendo o sonho que poucos pilotos conseguiram alcançar na história da categoria, mas nem tudo são flores.

Pensando no futuro da categoria, o futuro tri vem reiteradamente reclamando em entrevistas sobre o número de corridas, a fórmula dos treinos e a própria motivação. Desta vez, ele falou para o jornal holandês De Telegraaf.

“Estou preocupado com o esporte que sempre gostei. Ainda gosto, mas até certo ponto. Não é que seja totalmente contra mudanças, como algumas pessoas afirmam. Mas elas devem beneficiar a Fórmula 1. Por que você precisa mudar as coisas quando estão indo bem? Acho que uma classificação tradicional é um ótimo formato, não precisa girar tudo em torno do dinheiro”, começou.

Depois, Max voltou a reclamar do aumento do calendário e da exaustão que isso traz, não só para as corridas, mas também ser cada vez mais exigido para ações promocionais. Afinal, Max é um dos pilotos mais populares do grid, o cara do momento e está num time que sempre foi conhecido por ter uma estratégia de marketing agressiva para fincar o nome nos esportes onde está. 

"As pessoas podem pensar, ‘bem, ele ganha muito dinheiro, do que esse cara está reclamando?’ Mas se trata de bem-estar, de como você vivencia as coisas e não de quanto recebe. Sinto que tenho de fazer muitas coisas e abrir mão de outras [que gosto de fazer], então às vezes penso, ‘ainda vale a pena?'

 É mais sobre todas as coisas extras que tenho de fazer. As quintas-feiras em um fim de semana de corrida podem ser muito longas, dependendo de onde estamos, e fora há muito trabalho no simulador. Por exemplo, perco mais de um mês por ano com marketing. Em certo momento, você simplesmente não sente mais vontade de fazer tudo isso”, disse.

Por fim, mesmo com contrato até 2028, Verstappen disse novamente que não descarta sair da F1 antes do fim do vínculo com a Red Bull, caso ele sinta que a equipe não esteja competitiva com o novo regulamento que será implementado a partir de 2026.

“As coisas teriam de estar realmente ruins para isso acontecer. Não espero que a equipe recue tanto, com tantas pessoas incríveis que temos. Mas neste esporte é sempre possível que você não seja tão competitivo. Depende das perspectivas, mas sim, não me vejo competindo no meio do pelotão por três anos. Então, preferia ficar em casa ou fazer algo diferente. Mas novamente, não espero que isso aconteça”, finalizou.

O único que se aposentou no auge e sem olhar para trás foi Khabib Nurmagomedov. De resto, nunca acredito nessas conversas, principalmente de quem está no topo e sabe que não vai ser incomodado. Só ver como Hamilton mudou as declarações após ter a Red Bull no cangote, a longevidade de Alonso, o retorno de Schumacher, etc. Os grandes pilotos não desacostumam nunca da competição, do vício de competir e vencer. Por enquanto, apenas acho que tudo isso é conversa de quem está cansado de não ser desafiado.

TRANSMISSÃO:
25/08 - Treino Livre 1: 7h30 (Band Sports)
25/08 - Treino Livre 2: 11h (Band Sports)
26/08 - Treino Livre 3: 6h30 (Band Sports)
26/08 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
27/08 - Corrida: 10h (Band)






quinta-feira, 10 de agosto de 2023

ANÁLISE PARCIAL DA TEMORADA 2023: Parte 1

 

Foto: Getty Images

A F1 está nas férias de verão, então você já sabe: chegou a hora de analisarmos o desempenho dos pilotos nesta primeira metade da temporada. Neste post, iremos abordar a Red Bull, Ferrari, Mercedes, Alpine e McLaren.


Foto: Getty Images

Max Verstappen – 10,0 – Não tem muito o que discutir. É uma temporada quase perfeita. Poucas vezes vimos uma dominância tão absurda e absoluta de um piloto e uma equipe num ano, digo, metade dele. Imagina o que Max e a Red Bull podem fazer na segunda metade? Melhor não... tem cara de algo mais histórico ainda.

Sérgio Pérez – 7,5 – No início, até chegou a fazer frente para Max. Depois, sucumbiu. Que a diferença é enorme é evidente, mas a perfeição de Max constrange o quanto o mexicano está sofrendo para manter o vice-campeonato. Não sabemos se é um carro diferente, mas com certeza Pérez pode fazer e tanto ele quanto a equipe sabem disso. A partir de agora, uma ameaça australiana vai pairar o ambiente de Checo.


Foto: Getty Images

Charles Leclerc – 8,0 – Muitos altos e baixos. Erros e ainda inconstância aliados a incompetência da Ferrari. É uma relação tóxica, de responsabilidade compartilhada. Leclerc é um piloto muito veloz nos treinos, tanto que conseguiu ser pole duas vezes, mas ainda tem problemas de ritmo e consistência. Já era para ter passado dessa fase, mas também entendemos que o ambiente caótico da Ferrari dificulta o processo.

Carlos Sainz – 7,5 – Até faz uma boa leitura da corrida, mas não consegue imprimir ritmo, consistência e velocidade. É inferior a Leclerc e está limitado pelos problemas da Ferrari. Com mais um ano de contrato, a verdade é que Sainz atingiu o teto na carreira. O que pode ser feito é buscar mais velocidade, mas está muito evidente que nesse departamento a inferioridade para Leclerc é quase irreversível.

Foto: Getty Images

George Russell – 7,5 – Está abaixo do que pode, seja por problemas, azares ou menos ritmo em relação a Hamilton. Depois de um 2022 muito promissor e impressionante, George está oscilando. É normal, o carro da Mercedes tem seus altos e baixos e o vizinho de equipe é simplesmente um dos maiores nomes do esporte. O ritmo e a consistência sempre foram armas fortes de Russell, juntamente com a boa leitura da corrida. Está faltando mais velocidade e melhores tomadas de decisões para ser aquele piloto eficaz e oportunista que se destacou com uma vitória no ano passado.

Lewis Hamilton – 9,0 – Hamilton diz que não está mais no auge, mas é um dos três pilotos que pontuou em todas as etapas até aqui. Está mais adaptado ao carro, embora o W14 ainda não lhe dê condições de vitória, o que desanima quem sempre esteve acostumado a ficar no lugar mais alto do pódio. É claro que a idade pode dificultar algum aspecto, mas Hamilton continua com seus lampejos de velocidade e stints muito bons. Está faltando carro. Aí, certamente, a percepção sobre o auge vai mudar.

Foto: USA Today

Esteban Ocon – 7,0 – A Alpine estagnou ou até mesmo regrediu, assim como Ocon. Erros, incidentes, punições, azares, problemas. Está menos constante. Também é vítima da bagunça administrativa e das mudanças de rumo do time francês, mas precisa fazer mais para continuar valorizado entre os potenciais pilotos de elite do curto prazo.

Pierre Gasly – 6,5 – Chegar numa nova equipe é sempre complicado. Tudo bem que a Alpha Tauri não era outro exemplo de excelência organizacional, mas isso também pesa na Alpine. São os mesmos problemas de Ocon, mas a diferença é que Pierre está um pouquinho mais errático e menos consistente. Pouca diferença, mas que se reflete na colocação de ambos no Mundial. É uma temporada de adaptação, mas não pode perder a confiança, do contrário a guerra interna contra um ex-“inimigo” da base pode também estar comprometida.

Foto: Getty Images

Lando Norris – 8,0 – Cresceu conforme a atualização da McLaren em Silverstone, que devolveu o time de volta para o jogo. Lando está consolidado, é um dos pilotos tops. Extrai o máximo do carro e raramente erra. Era o caso do “precisa de um carro melhor”. Quando a atualização propiciou o protagonismo, ele foi lá e esteve no pódio, sempre muito veloz. A segunda metade do ano pode ser ainda mais empolgante se a McLaren continuar nesse nível de protagonismo.

Oscar Piastri – 7,5 – Um início tímido, se adaptando a equipe e, principalmente, a categoria, depois de um ano inativo e recheado de polêmicas. A exemplo de Lando, bastou uma atualização certeira para que Oscar mostrasse e justificasse porque venceu a F3 e a F2 de forma consecutiva. É um piloto de muito talento e potencial. O pódio bateu na trave por diferentes fatores, mas a escala de progressão é muito animadora e promissora.

E esta foi a primeira parte. Concorda? Discorda? Escreva nos comentários!



sexta-feira, 28 de julho de 2023

ONDE HÁ ÁGUA...

 

Foto: Getty Images

Spa Francorchamps e chuva. Nem mesmo antecipando a corrida, que geralmente é a primeira do retorno das férias de verão europeu, é possível escapar das condições climáticas adversas. O circuito já é perseguido por hereges, que o culpam por acidentes, mortes, negligências e barbeiragens dos pilotos. Caça às bruxas contra tudo o que não for corrida de rua e asfalto para todos os lados.

Ainda teremos a porcaria da Sprint Race. Ou seja, o primeiro treino, que deveria dar um indício, não serviu para nada porque choveu e poucos foram para a pista. Basicamente todo mundo foi para o qualify no escuro.

A grande notícia do dia vem da Alpine e a série de mudanças que os franceses vão realizar a partir de agosto, no retorno das férias. Otmar Szafnauer, Alan Permane e Pat Fry estão de saída. Os dois primeiros demitidos, incluindo Permane que tem mais de 30 anos na empresa. Fry está indo para a Williams ser o diretor técnico.

Interinamente, assumem Bruno Famin, vice-presidente da Alpine Motorsports, Julian Rouse o diretor esportivo interino e Matt Herman lidera a parte técnica. A passagem de Szafnauer foi um desastre. Depois de anos de serviço bem prestados na Force India/Racing Point, a estadia nos franceses foi um fracasso.

O desempenho nunca esteve lá e o chefão vai ficar mais marcado por ter perdido Alonso e Piastri do que qualquer outra coisa. O presidente da Alpine já estava insatisfeito há alguns meses, chamando até o então chefe de amador. Acabou a paciência. É muito dinheiro investido para resultados tão tímidos. O 2023 da Alpine tem sido muito ruim. As mudanças, mais a venda de uma parte do time para os americanos são indícios que eu também já escrevi sobre. Onde há água...

Bom, voltando para o treino, um circuito longo deixa evidente a diferença da Red Bull para as demais. Teremos briga do segundo lugar em diante, mesmo que Max Verstappen tenha sido punido por trocar o câmbio e largue em sexto. Com isso, Leclerc consegue a segunda pole do ano. Nem assim Pérez se sobressai...

Vai ser aquela briga bonita pelo pódio entre Ferrari, Mercedes e McLaren. A Aston Martin definitivamente ficou para trás. Ricciardo teve azar no Q1 ao passar os limites da pista e ter a volta excluída, eliminando-o da sessão. 

O final de semana promete mais chuvas e incertezas. Vão continuar culpando Spa ou vão atacar o verdadeiro culpado, que é Max Verstappen a FIA e a Liberty?

Confira o grid de largada do GP da Bélgica:


Até!

sexta-feira, 21 de julho de 2023

CUIDADO COM AS ARMADILHAS

 

Foto: Francois Nel/Getty Images

Imagina você, pressionado por uma equipe, vê um antigo piloto da companhia retornando para a F1 numa equipe satélite e os chefes falando abertamente sobre uma possibilidade de ascensão às suas custas no médio prazo. É hora de começar a dar uma resposta, certo?

Sexta feira é um bom início para isso. Você vai para a pista, pista seca, livre e quer dar a primeira volta rápida com as novas atualizações de seu carro dominante. Eis que a roda encosta na grama e, zás, lá está você no muro em menos de cinco minutos. Constrangedor.

Pois bem, esse foi Checo Pérez na Hungria. Ele não está se ajudando e, nitidamente, sente a pressão. Bom, sabemos que o importante é sábado e domingo, mas faz tempo que ele não rende nem nos sábados. E a Red Bull estreia as primeiras atualizações do ano. As chances do carro estar mais afeito a Max Verstappen são enormes, tanto pelo talento quanto pela hierarquia. O fantasma Ricciardo ameaça o mexicano cada vez mais.

Foto: Getty Images

Depois, a chuva veio e mal deu para andar. Na parte da tarde, a Red Bull e Mercedes optaram por testes de corrida. Leclerc foi o mais rápido, mas os carros estão a menos de um segundo de distância. A vantagem de Tsunoda, quarto colocado, para o reestreante Ricciardo, décimo quarto, não é muita. Assim volta o sorridente australiano para a missão Red Bull 2025 (ou 2024, vai que...)

Hoje não deu muito para saber se Ferrari e Alpine conseguem ser fortes, se Aston Martin reage ou a McLaren vira uma força constante na briga pelo pódio ou Silverstone foi apenas uma exceção. Com isso, certamente, teremos uma classificação e, consequentemente, corrida interessantes, do segundo lugar para trás, é claro.

Hungaroring é o lugar onde surpresas acontecem. Alonso, Button, Kovalainen e mais recentemente Ocon venceram a primeira por lá. Alguns aproveitam as armadilhas que os outros caem, outros não.

Hoje foi Pérez quem escorregou na casca de banana. Quem sabe amanhã ou domingo seja a vez dele armar para os demais?

Confira os tempos dos treinos livres:


Até!

quinta-feira, 6 de julho de 2023

GP DA INGLATERRA: Programação

 O Grande Prêmio da Inglaterra foi disputado pela primeira vez em 1948. Atualmente é disputado em Silverstone, perto da cidade de mesmo nome, em Northamptonshire. Juntamente com o GP Italiano, são as duas únicas corridas que figuram no calendário de todas as temporadas da Fórmula 1, desde 1950.

Já foi disputado em Aintree (1955, 1957, 1959, 1961 e 1962), Brands Hatch (1964, 1966, 1968, 1970, 1972, 1974, 1976, 1978, 1980, 1982, 1984 e 1986) e Silverstone (1950 até 1954, 1956, 1958, 1960, 1963, 1965, 1967, 1969, 1971 1973, 1975, 1977, 1979, 1981, 1983, 1985, 1987 - presente), que teve seu traçado reformado em 2010.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:27.097 (Red Bull, 2020)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:24.303 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Carlos Sainz Jr (Ferrari)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2008, 2014, 2015, 2016, 2017, 2019, 2020 e 2021) - 8x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 229 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 148 pontos
3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 131 pontos
4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 106 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 82 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 72 pontos
7 - George Russell (Mercedes) - 72 pontos
8 - Lance Stroll (Aston Martin) - 44 pontos
9 - Esteban Ocon (Alpine) - 31 pontos
10- Lando Norris (McLaren) - 24 pontos
11- Pierre Gasly (Alpine) - 16 pontos
12- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos
13- Alexander Albon (Williams) - 7 pontos
14- Oscar Piastri (McLaren) - 5 pontos
15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos
16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 377 pontos
2 - Mercedes - 178 pontos
3 - Aston Martin Mercedes - 175 pontos
4 - Ferrari - 154 pontos
5 - Alpine Renault - 47 pontos
6 - McLaren Mercedes - 29 pontos
7 - Haas Ferrari - 11 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos
9 - Williams Mercedes - 7 pontos
10- Alpha Tauri RBPT - 2 pontos

JÁ PREOCUPADOS PARA 2026

Foto: Getty Images

Embora a Red Bull esteja no topo da cadeia alimentar da F1 e provavelmente vá manter esse status ao menos até 2025, os taurinos já estão preocupados com 2026, quando o novo regulamento de motores e o novo Pacto de Concórdia (ainda não assinado pelas equipes) entrarão em vigor.

A avaliação é feita a partir dos dados do simulador. De acordo com trecho da reportagem do Grande Prêmio, "de 2026 em diante, as unidades de potência terão a parte elétrica ampliada, na mesma proporção que o motor a combustão interna (ICE). Além disso, serão PUs preparadas para funcionarem com combustível 100% sustentável — uma evolução natural no setor automobilístico frente às questões ambientais". 

O que preocupa Max Verstappen e Christian Horner, no entanto, é o excesso de potência nos novos motores em detrimento da aerodinâmica.

“Talvez seja preciso prestar atenção com urgência antes que seja tarde demais. Analisar a relação entre poder de combustão e energia elétrica para ter certeza de que não estamos criando um Frankenstein técnico que vai exigir que o chassi compense com aerodinâmica móvel para reduzir o arrasto em tal nível que afete a corrida”, disse Horner.

Max Verstappen foi além:

“Também tenho conversado sobre isso com a equipe e vi dados no simulador. Para mim, parece bem terrível. Se você estiver de pé embaixo na reta em Monza, não sei, uns 400, 500m antes do final da reta, terá de reduzir a velocidade porque é mais rápido. Eu não acho que esse é o caminho a seguir. Mas, claro, essa é provavelmente uma das piores pistas.

Para mim, o problema é que parece que vai ser uma competição de motores a combustão, então quem tiver o motor mais forte terá grandes benefícios. Essa não deveria ser a intenção da Fórmula 1, pois aí vai começar uma guerra massiva de desenvolvimento de novo e será muito caro encontrar alguns cavalos de potência aqui e ali.

Além disso, os carros provavelmente terão muito menos arrasto, então será ainda mais difícil ultrapassar na reta. Você tem a aerodinâmica ativa, que não pode controlar, e o sistema vai controlar isso para você — o que acho que vai atrapalhar muito a pilotagem, pois prefiro controlar sozinho.

Além disso, o peso do carro está aumentando novamente. Então, sim, temos de olhar seriamente para isso, porque 2026 não está tão longe. No momento, para mim, parece bem ruim com os números que já noto pelos dados. Portanto, não é algo que me deixe muito animado no momento”, afirmou.

Bom, pode ser algum elemento de pressão diante de algumas tentativas, ainda embrionárias, que supostamente não deram certo para o lado da Red Bull, mas aí é muita especulação e ainda falta muito tempo para isso. O que eu gostaria de destacar, no entanto, é os caras já estarem tão focados no médio longo-prazo. Tudo para não perder uma hegemonia que foi reconquistada depois de muitos anos de erros e acertos. Interessante.

LONGE DOS 100%

Foto: Getty Images

A fase não é boa para Sérgio Pérez, dentro e fora das pistas. As eliminações recorrentes no Q2 nas últimas corridas deixam o piloto e a equipe em alerta para o futuro. Embora tenha contrato até 2024, há a sombra de Daniel Ricciardo caso Checo não se recupere imediatamente.

Na Áustria, no caso, parece que uma coisa levou a outra. O mexicano declarou não estar se sentindo bem clinicamente e está preocupado com isso, pois acredita que não vai se recuperar a tempo para o GP da Inglaterra.

Checo foi liberado das atividades de imprensa da quinta-feira passada (29), com mal-estar. Os problemas físicos, clínicos e a pressão deixam Pérez numa situação de muito sacrifício e desgaste.

“Tem sido um fim de semana muito difícil para mim pessoalmente, fisicamente. Tenho estado muito, muito fraco. Eu estava doente na quinta-feira. Portanto, não foi um fim de semana fácil. Não dormia direito durante o fim de semana.

É um esporte muito exigente, dentro e fora do carro. Tenho estado muito doente e, por isso, espero poder recuperar dentro de alguns dias, porque Silverstone é outra corrida muito dura, muito exigente. Realmente preciso de tempo. Estou muito longe de 100% no momento", afirmou.

Se 100% e no ápice físico, técnico e clínico já é difícil suportar as responsabilidades da Red Bull, imagina debilitado e pressionado. Ao que parece, o calvário de Checo não vai terminar tão cedo, a não ser que surja um ato de heroísmo em Silverstone. Ou que os remédios e repouso façam feito. Melhoras, Checo.

TRANSMISSÃO:
07/07 - Treino Livre 1: 8h30 (Band Sports)
07/07 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
08/07 - Treino Livre 3: 7h30 (Band Sports)
08/07 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
09/07 - Corrida: 11h (Band)




domingo, 2 de julho de 2023

NÃO BASTA VENCER

 

Foto: Peter Fox/Getty Images

Não tem muito o que falar sobre o final de semana da Áustria. Um domínio absoluto de Max Verstappen, na casa da Red Bull. Perfeito. Dos sonhos. Se Pérez fosse mais consistente, o 1-2 tornaria tudo basicamente 100%. Como Pérez é irregular, apesar de largar em 15°, o carro é tão superior aos demais que ainda assim conseguiu o pódio.

A Ferrari teve o melhor desempenho no ano. Não se atrapalharam, embora Sainz estivesse mais rápido que Leclerc no início. Os papéis até se inverteram. Sainz merecia sorte melhor, foi prejudicado, perdeu ritmo e ficou para trás. Leclerc, mais comedido e até burocrático, voltou ao pódio. Precisa ser menos errático e cumpriu o papel que lhe cabe.

De resto, vimos um colossal Lando Norris tirando muito mais que a McLaren pode extrair. Quer dizer, aí pode existir um caminho, pois o inglês guiou o carro atualizado, enquanto Piastri ainda estava com o antigo. Ainda assim, ser o quarto com essa McLaren mostra o talento e a qualidade do inglês.

Mercedes abaixo do ritmo, assim como Aston Martin. Corridas burocráticas. Um raro Toto Wolff precisando falar de forma mais brusca com Hamilton. O heptacampeão não aguenta mais não conseguir lutar como sempre fez em toda a carreira. Ninguém se acostuma a apenas somar pontos. A Áustria foi um choque de realidade até para o novo W14, embalado pelos pódios anteriores.

Alonso foi o quinto, em corrida correta e nada mais. Para quem ainda sonha em vencer, existem alguns circuitos que a característica do carro não encaixa, como por exemplo esses mais velozes.

Brigas encarniçadas do pelotão pra trás, mas alguns pontos óbvios: Albon está pronto para voltar para a Alpha Tauri e De Vries está de aviso prévio na equipe. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, necessariamente, mas é a realidade que grita nos ouvidos.

Como escrevi sexta-feira, essa palhaçada de limites de pista precisa acabar. É ridículo. Coloca brita e deu. Os comissários analisaram 1.200 voltas "sob investigação". A cada quatro voltas "irregulares", o piloto foi punido com mais 5 segundos no tempo final. O resultado: horas depois da corrida, o resultado final não existia e algumas posições da zona de pontuação foram alteradas. Ocon, por exemplo, levou 30 segundos. 

A F1 passa vergonha a cada corrida por critérios (e a falta deles) descabíveis, como por exemplo colocar Safety Car na pista porque um piloto deu uma escapada na primeira volta. Eu nunca tinha visto isso. Daqui a pouco vai ter bandeira vermelha quando um pássaro cagar na pista.

Para Max Verstappen, não basta vencer. É preciso humilhar e trucidar a concorrência. 81 pontos de vantagem no campeonato, domínio absoluto, vantagem gigante. Tudo perfeito? Não, para Max não basta. Ele queria fazer a volta mais rápida, podia fazer o pit stop e tentar (outra regra ridícula essa de ponto para volta mais rápida; confesso que torci por algum problema para o taurino). E tirou o que seria a melhor volta de Pérez.

Por isso Max Verstappen já é top 5 vencedores da história com apenas 25 anos. E vai chegar em Hamilton e Schumacher rapidinho, num piscar de olhos. O motivo é simples: não está nem no auge e a Red Bull, mantendo essa competência, vai fazer um carro capaz de Max vencer no mínimo em média umas 6 ou 7 corridas por temporada, mesmo se os taurinos não forem o melhor carro ou tiverem ampla concorrência.

Não basta vencer. Max esmaga e humilha os adversários, como se jogasse no fácil no modo carreira.

Confira a classificação final do GP da Áustria:



sexta-feira, 30 de junho de 2023

LIMITES

 

Foto: Vladmir Simicek/AFP

É inacreditável que uma categoria de elite como a F1 tenha que ter corrida Sprint, tal qual uma categoria de base ou de turismo. E o pior: tem bastante gente que acha isso o máximo. O pessoal realmente acredita que é emocionante ver os caras dando voltas sem forçar muito no sábado, pensando no domingo. Realmente, que emoção.

Outra coisa inacreditável é ter "limite de pista" em pleno 2023. Se colocarem grama, brita e subirem as zebras, é natural que os carros irão diminuir a velocidade e não se aproveitar dos tais "limites". A F1 cria essas coisas idiotas e precisa consertar os próprios erros que cometem. Alguém achou isso uma boa ideia, afinal, grama e terra são muito perigosas, aparentemente.

Bom, o principal treino do dia definiu o grid de domingo. Amanhã é perfumaria. Acordar para ver sprint... enfim, a lógica de sempre: Max Verstappen na pole e a Ferrari, num circuito veloz, por perto. O problema é o ritmo de corrida. Aí é que Mercedes e Aston Martin, tímidas, crescem. Norris também é muito veloz, mas fica difícil se sobressair no domingo.

De positivo, a Williams muito bem nas retas com Albon. De Vries transforma Tsunoda em um valor interessante. Hulkenberg surra Magnussen em velocidade e a Alfa Romeo/Sauber/Audi já pensa no futuro sem fazer nada no presente.

A Red Bull não tem limites. Mais uma pole e provável vitória para Max na corrida da casa, repleta de belgas e holandesas, e Sérgio Pérez foi traído pelo limite. A má fase não termina. Eliminado no Q2 porque não conseguiu completar uma volta limpa. Incompetência. Se tivesse brita por ali, nem ele e nem ninguém tentariam levar vantagem. Até quando esse negócio ridículo?

Amanhã teremos a interessantíssima corrida classificatória. Antes disso, o qualyfing. Programa trepidante, assim como o domingo. Bom, a expectativa é que talvez chova no final de semana. 

E isso faria alguma diferença? Max Verstappen, diferentemente de Spielberg, não tem limites.

Confira o grid de largada do GP da Áustria:


Até!

sexta-feira, 16 de junho de 2023

AS CÂMERAS DE MONTREAL

 

Foto: Jared C.Tilton/Getty Images

Coisas que não deveriam acontecer em uma etapa da Fórmula 1, mas acontece: basicamente não houve TL1 porque as câmeras internas do circuito pararam de funcionar. Inacreditável. Ah, se isso acontece no Brasil... seria no mínimo de “várzea” e “coisa de país subdesenvolvido” para baixo.

A solução foi antecipar o início do TL2 e, como consequência, aumentar a duração para o antigo formato, de uma hora e meia. Muitos carros trouxeram novas atualizações, então basicamente esse foram os únicos 90 minutos disponíveis para testes. É o caso da Aston Martin.

A sessão foi frenética, onde todas as equipes fizeram praticamente tudo: voltas rápidas e stints. Muito tráfego e dinamismo. Assim como no TL1, a Alpine parece apresentar problemas: os dois pilotos abandonaram a sessão, assim como Nico Hulkenberg. Ocon e o alemão causaram rápidas bandeiras vermelhas no TL2, o que tirou mais alguns minutos de ação de todos.

No final, ainda, veio a chuva, faltando cinco minutos. Dizem que o tempo pode ficar instável no final de semana, o que deixaria tudo ainda mais embaralhado.

Muita expectativa para saber se a Mercedes continuará competitiva. Tudo indica que sim, embora as declarações estratégicas sejam de calma para causar alguma surpresa. Se fazendo de morto para, enfim... Terminaram na frente o TL2, com dobradinha de Hamilton e Russell.

A Ferrari é veloz nas voltas rápidas, mas tem sérios problemas de ritmo. A Aston Martin continua tímida diante do crescimento das Mercedes. Claro, talvez uma sessão única dividida em vários afazeres não seja a melhor métrica do momento. Diante das circunstâncias, o TL3 também será de suma importância para que seja feita uma análise mais apurada.

Tomara que a Mercedes blefe além deles mesmos para que assim haja uma competição com Max Verstappen porque, do contrário, vai ser difícil. A Aston Martin ainda não está pronta e capaz de dar o próximo passo.

Confira os tempos dos treinos livres:

 




Até!

segunda-feira, 29 de maio de 2023

NEM ASSIM...

 

Foto: Getty Images

Mônaco é Mônaco. O sábado pode decidir o final de semana. Pérez bateu no Q1 e encerrou o papo de que pode brigar com Max. Tem gente que acreditava nisso inocentemente... Max Verstappen fez a volta voadora mais triste dos últimos tempos e impediu que Don Fernando, a Fênix, voltasse a posição de honra depois de mais de 10 anos.

Haveria uma esperança no domingo, mas estava ali acesa uma possibilidade pela vitória e o fim do jejum. Era preciso acreditar e esperar a oportunidade.

Em Monte Carlo, as oportunidades são escassas. Depende de erros, batidas ou de uma mudança climática. Até a volta 52, o marasmo já esperado. A chuva entra em ação e promete um final de corrida caótico. Só o clima para desafiar Max Verstappen.

Don Fernando tinha a grande chance. 2023 finalmente voltou a sorrir e agora era o ápice. Pódios são bacanas, mas o que as pessoas lembram são as vitórias. O timing era complicado, pois em 2/3 da pista ainda estava seco. Alguns apostaram nos intermediários, Max e Sainz, por exemplo.

Alonso tinha a grande chance. Escolha da equipe ou feeling do piloto. Por uma volta, a escolha. A Fênix manteve os pneus de pista seca. O circuito piorou. A sorte é que a vantagem diante dos demais era muito grande. 

Alonso perdeu a grande chance da vitória consagradora em Mônaco, onde já venceu e por anos preteriu pela Indy, que foi disputada horas depois. Por uma escolha, por uma volta. Pela reação pós-corrida, foi muito mais no feeling do que uma imposição da equipe. Acontece. Os gênios envelhecem e erram.

O mais impressionante é que, mesmo com o tempo virando drasticamente, não houve Safety Car, nem acidentes graves, apenas toques normais. Necessário elogiar a perícia de todo mundo. No fim das contas, nem a mãe natureza impediu mais um triunfo de Max Verstappen.

Sem Pérez, que enquanto tudo isso acontecia, foi apenas o 16°, outro que herdou um lugar no pódio foi Esteban Ocon, o primeiro francês desde Olivier Panis a conseguir tal feito. A Alpine precisava dar uma resposta depois de um início fraco e com direito a críticas públicas do presidente.

A "nova Mercedes" teve um bom resultado, mas um circuito de rua nunca é um parâmetro aceitável para definir qualquer coisa, seja boa ou ruim. Na Ferrari, Sainz segue mostrando que tem um limite na hora H e que Leclerc perdeu a chance de um pódio em casa por uma punição no sábado - outra vez a irregularidade dando as caras.

A McLaren conseguiu pontos humildes importantes com os dois pilotos. Lawrence precisa perceber que o filho é um atraso na Aston Martin. Sargeant ser passado por todo mundo nessa pista me assustou um pouco. O rapaz está pronto para a F1?

Enfim, vai ser difícil parar duas Red Bull. O erro humano e a mãe natureza estão aí, mas nada parece deter Max Verstappen.

Confira a classificação final do GP de Mônaco:


Até!

domingo, 7 de maio de 2023

SEM ESFORÇO

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

O bom dessa F1 chata e imprevisível é que preciso cada vez escrever menos. Ainda bem. São muitas corridas, dá para basicamente fazer a mesma estrutura e mudar algumas coisas chave. 

23 corridas com o domínio da Red Bull vai ser uma tortura. Parabéns para a Liberty. O novo regulamento vai demorar para aproximar os times e o Pacto de Concórdia sequer está próximo de ser assinado. Bom, o mais importante para a Liberty é que agora as celebridades trazem engajamento para a categoria, circuitos genéricos de rua estão no calendário e as Sprint Race são um sucesso.

Sobre a corrida, a questão era saber em quanto tempo Verstappen chegaria em Pérez. 15 voltas, mesmo com pneus duros e uma suposta dificuldade em ultrapassar. Parece jogar no fácil. Mesmo de cara para o vento, Pérez só abriu 3,7 segundos para o holandês. A corrida acabou ali.

Estratégias diferentes e era só formalidade a vitória de Max ser confirmada, o que aconteceu no final, após a parada. A questão é que não existe disputa pelo título. Pérez não é adversário para Max. Isso não é uma crítica ao mexicano, é somente a realidade. A estrutura Red Bull foi montada, desde a adolescência de Max, para ele vencer e ser o protagonista. Hoje, igualou Vettel como o maior vencedor da Red Bull.

A diferença entre pilotos também é notória. Repito, os adversários de Max estão nas equipes inferiorizadas. Alonso, Hamilton, Russell... esses poderiam dar algum calor se tivessem equipamento competitivo. Como não há, a corrida é uma questão de saber quando Max vai vencer. Se larga na pole, a cobra foi morta no sábado. Quando algo diferente acontece, são 15 voltas até a formalidade acontecer.

Alonso completou o pódio e mostra que a consistência, mesmo no fim da carreira, é comovente. Khabib diz que não existe um segundo auge, mas a Fênix e Nas podem provar o contrário. A Mercedes vai depender do pacote da temporada européia. A Ferrari e seus pilotos não se ajudam, embora Sainz pelo menos não está batendo e trazendo pontos. Por falar nisso, a Alpine conseguiu um final de semana normal pela primeira vez no ano.

Magnussen trouxe um pontinho em uma das corridas da casa. A McLaren parece ser um caso perdido e a paciência de Norris talvez não exista mais. É isso que sobrou.

Em um campeonato particular, estamos vivendo a segunda era Red Bull, a primeira de Verstappen. Com calendário cada vez mais inchado, infelizmente isso será mais longo do que estamos acostumados. Bom, o esporte sempre foi assim. Para quem chegou depois de 2021, acostume-se.

Confira a classificação final do GP de Miami:


Até!