Foto: Reddit |
Fala, galera! Pela primeira vez na história da F1 teremos
mudanças significativas em quase todas as equipes. Depois de muitos anos com
opções conservadoras e renovações duvidosas, parece que os chefões e as
diretorias resolveram repensar suas escolhas, a exceção de Mercedes e Haas, que
seguem com suas duplas.
O post de hoje vai abordar as carreiras de alguns novatos
que vêm se destacando na base e terminaram como consequência subindo para a
categoria principal. São os casos de Lando Norris, Antonio Giovinazzi, Alexander
Albon e George Russell. Vamos lá:
ANTONIO GIOVINAZZI
Foto: Auto Sport |
Tecnicamente, o italiano não está fazendo sua estreia na F1.
No ano passado, na mesma Sauber, disputou as duas primeiras etapas (Austrália e
China) no lugar do machucado Pascal Wehrlein. Foi 12° em Albert Park e
abandonou em Xangai.
Dessa vez, o italiano vai estrear, de fato, como titular da
equipe suíça, tendo nada mais nada menos que o campeão Kimi Raikkonen como
parceiro. Além disso, Giovinazzi quebra uma sequência de quase oito anos sem um
piloto italiano na categoria. O último titular foi Jarno Trulli com a Caterham,
no já distante ano de 2011.
Na quinta-feira Antonio completou 24 anos, o que na precocidade de
hoje pode ser considerado uma estreia tardia na F1, nos moldes dos anos 1980 e
1990, mas os últimos serão os primeiros, certo? Vandoorne que o diga... Bem,
que o italiano tenha a longevidade que o belga não teve.
Giovinazzi começou no kart com 12 anos e logo na primeira
temporada foi campeão italiano e europeu da modalidade em 60 cilindradas. Com
18 anos, foi para os monopostos disputar a Formula Pilota China, onde foi
campeão com seis vitórias. Com o título, acabou correndo na última etapa da
Formula Abarth, em Monza. Sendo piloto convidado, o italiano conseguiu duas
vitórias e um segundo lugar.
No ano seguinte, Giovinazzi foi correr na F3 Europeia. Em
fase de adaptação, terminou o campeonato em 17°, com 31 pontos. No mesmo,
competiu na F3 Britânica, onde foi
vice-campeão com duas vitórias, sete pódios e 135 pontos. Em 2014, assinou com
a Carlin e correu apenas a F3 Europeia. Com duas vitórias, duas poles e sete
pódios, o italiano terminou o campeonato em sexto, com 238 pontos.
Em 2015, continuou na F3 e seguiu impressionando. Com
incríveis seis vitórias, quatro poles e vinte pódios, mesmo assim foi outra vez
vice, com 412,5 pontos. A exemplo de 2013, correu outra vez na Masters Of
Formula 3, onde foi vencedor, e correu pela primeira vez o GP de Macau, onde
terminou em quarto.
O passo natural era chegar na GP2, o penúltimo estágio antes
da F1. Correndo pela Prema, foi companheiro de equipe de Pierre Gasly,
vice-campeão da Fórmula Renault 3.5 em 2014. O começo não foi dos melhores:
saiu zerado nas duas primeiras etapas, mesmo largando as duas vezes na pole
reversa. A recuperação veio em Baku, quando venceu as duas corridas, sendo o
primeiro da categoria a fazer isso desde Davide Valsecchi em 2012.
Em Spa,
apesar de ter feito a pole, o companheiro e rival Gasly venceu a corrida do
sábado, a que vale mais pontos. Giovinazzi venceu a corrida de domingo. Em
Monza, outra pole. No entanto, acabou sendo desclassificado em virtude de o
carro ter descumprido questões do regulamento. Largando em último, foi
beneficiado por um Safety Car para vencer a corrida de domingo.
O italiano chegou a ser o líder do campeonato quando venceu
pela quinta vez na temporada, na Malásia, numa disputa com Sergey Sirotkin.
Apesar da vantagem na bateria final, em Abu Dhabi, a vitória de Gasly na
primeira etapa fez com que Giovinazzi precisasse tirar 12 pontos de vantagem na
corrida final.
O italiano chegou na frente de Gasly, mas Alex Lynn venceu e
Giovinazzi foi vice-campeão por oito pontos. Se fosse campeão, teria sido o
primeiro novato a ganhar desde Nico Hulkenberg.
Depois do campeonato, Giovinazzi foi anunciado como piloto
reserva da Ferrari. Após as duas corridas pela Sauber, seguiu os últimos dois
anos sendo reserva de Ferrari, Haas e Sauber, participando de alguns treinos
livres por essas duas equipes e trabalhando bastante no simulador, além de ter
participado de algumas etapas da Le Mans Ásia, do WEC, além das 24 Horas de Le
Mans desse ano, quando terminou em quinto pela AF Corse na categoria LMGTE Pro.
ALEXANDER ALBON
Foto: FOX Sports Asia |
O segundo tailandês da história da categoria nasceu em 23 de
março de 1996. Vai ter quase 23 anos em sua estreia na categoria. Apesar de
defender a bandeira do país asiático, Albon nasceu e vive em Londres desde
sempre. Nigel Albon, o pai, também foi piloto e participou do Campeonato
Britânico de Carros de Turismo e do Porsche Carrera Cup. Albon filho é budista,
tendo estudado na escola de Ipswich, no nordeste da Inglaterra.
Começou no kart aos 8 anos, vencendo o campeonato de
Hoddesdon. Até os 15 anos, Albon venceu diversos campeonatos na Inglaterra e
também foi vice-campeão mundial e europeu na modalidade. A estreia nos
monopostos foi em 2012, na Fórmula Renault 2.0. Com patrocínio da Red Bull,
Albon fez um ano terrível: não marcou pontos e acabou sendo cortado da academia
dos taurinos.
A temporada seguinte foi só um pouco melhor: conquistou a pole
no Red Bull Ring. Fez 22 pontos e foi o 16°. Em 2014, mesmo sem vencer, foi o
terceiro colocado: uma pole em Nurburgring e 117 pontos. Em 2015, Albon migrou
para a F3 Europeia, onde foi o sétimo, com duas pole positions, quatro vitórias
e cinco pódios, totalizando 187 pontos.
No ano seguinte, foi para a GP3. Com quatro vitórias pela
ART, Albon foi vice-campeão, perdendo para o então companheiro de equipe
Charles Leclerc. No ano passado chegou na F2, correndo pela ART e tendo
Nobuharu Matsushita como parceiro de equipe. Na corrida de abertura, no
Bahrein, largou em nono e chegou em sexto. Com o grid invertido, pulou para
segundo diante dos problemas do japonês. No entanto, um toque na largada com
Luca Ghiotto forçou o tailandês a chegar apenas em sétimo.
Na Espanha, uma largada feroz prenunciava a disputa entre
Leclerc, o pole, Albon e Ghiotto. Com os dois nos boxes, Albon iria parar
depois, mas um Safety Car prejudicou seus planos. Mesmo assim, com pneus mais
frescos, chegou em quinto. Na corrida reversa, duelou outra vez com o monegasco
e foi superado nas voltas finais, caindo para a oitava posição.
Em Mônaco, faltou milésimos para largar na pole, conquistada
por Charles Leclerc. Com um acidente na largada e posterior problemas de
tráfego, Albon terminou num decepcionante quarto lugar. Na corrida invertida,
largou em quinto e chegou em sexto.
Albon chegou a ficar fora das etapas de Baku depois de ter
quebrado a clavícula numa corrida de mountain bike. O retorno foi logo depois,
na Áustria. Ainda com a clavícula quebrada e com marcas da cirurgia realizada,
fez o quarto tempo, mostrando que era possível chegar no pódio pela primeira
vez na categoria. Largando em terceiro diante da desclassificação de Sérgio
Sette Câmara, foi superado no fim pelas DAMS de Oliver Rowland e Nicholas
Latifi e chegou em quinto. No entanto, o primeiro pódio veio na corrida
reversa, chegando em segundo.Terminou a
temporada com o segundo lugar na corrida reversa de Abu Dhabi e chegou em
décimo no campeonato, com 86 pontos.
Nesse ano, Albon desabrochou. Largando de trás e aparecendo
praticamente só no final da corrida, o tailandês terminou em terceiro o
campeonato, com 212 pontos. Teve quatro vitórias na temporada (Baku 1,
Silverstone 1, Hungria 1 e Rússia 1), além de oito pódios.
No final do ano, já tinha assinado contrato com a e.DAMS
para correr na Fórmula E, chegando até a viajar para testar o carro nos testes
de pré-temporada. No entanto, diante da ótima temporada na F2 aliada a falta de
opções da Red Bull em sua academia para efetivar algum piloto, Helmut Marko
teve que recorrer ao demissionário piloto de 2012 que, assim como Hartley, está
de volta para a família taurina logo na Toro Rosso para fazer a estreia na F1,
algo que parecia bem fora das possibilidades mas que se mostrou digna de
merecimento diante da temporada esplendorosa que Albon realizou nesta
temporada.
LANDO NORRIS
Foto: McLaren |
Esse você já viu o histórico AQUI, no ano passado. O que se
pode complementar é que Lando, apesar de vice-campeão da F2 e de ter subido
para a McLaren, não provou o hype e fez uma temporada até decepcionante, com
alguns erros e bem longe do piloto brilhante apontado anteriormente. Lando
sequer brigou diretamente pelo título (coube isso a Albon). Na McLaren, mesmo
em uma equipe deficiente, vai ter que provar o hype e mostrar que não está lá
por ser empresariado pelo chefe Zak Brown, até porque Sainz é bem vencível.
GEORGE RUSSELL
Foto: Getty Images |
O piloto da Williams vai estrear na F1 com 21 anos,
completados no dia 15 de fevereiro. Nascido em King’s Lynn, Norfolk, o britânico
começou no kart aos 7 anos e ficou até aos 15, conquistando diversos títulos
nacionais e culminando com a conquista mundial em 2013.
Em 2014, estreou nos monopostos na Fórmula Renault. Apesar
de ter se ausentado de uma etapa por estar doente, Russell terminou em quarto o
campeonato, com apenas um pódio, na Áustria. No mesmo ano, o britânico também
participou da Eurocup Fórmula Renault, vencendo as duas corridas que
participou, em Moscou e em Jerez, onde também largou na pole, apesar de ser
apenas um piloto convidado.
No mesmo ano, Russell participou da F4. Disputando
ferrenhamente o título com o companheiro de equipe Arjun Maini (Lanan Racing) e
a dupla da HHC Motorsport (Sennan Fielding e Raoul Hyman). Largando da pole,
Russell venceu e foi campeão, três pontos a frente de Maini.
Como prêmio pelo título, Russell pode testar um carro da GP3
da Arden em Abu Dhabi. No fim daquele ano, foi eleito o mais jovem vencedor do
prêmio McLaren Autosport. Como consequência, foi chamado para participar do
programa de jovens pilotos britânicos, sendo o mais jovem a ser recrutado para
tal.
Em 2015, subiu para a F3, na Carlin. Venceu logo na
abertura, em Silverstone, e também na segunda corrida, superando Charles
Leclerc e Antonio Giovinazzi, por exemplo. Russell conseguiu mais dois pódios,
em Spa e em Norisring, terminando em sexto no campeonato e sendo o vice entre
os novatos, perdendo para Charles Leclerc.No Masters of Formula 3, Russell largou em quarto e chegou
em segundo, atrás do companheiro de equipe Giovinazzi. No ano seguinte,
terminou a F3 em terceiro, com duas vitórias.
Para 2017, Russell foi para o GP3 Series, com a ART Grand
Prix. Começou a temporada com um quarto e quinto lugares, na Catalunha. Em
Silverstone, voltou a ser pole e venceu a primeira corrida, além de chegar em
quarto na segunda, assumindo a liderança do campeonato. Em Spa, uma perfomance
dominante: vitória e um segundo lugar, além de pole e volta mais rápida,
aumentando a vantagem no campeonato.
Em Monza, diante da chuva, a corrida de sábado foi
cancelada. No domingo, Russell venceu pela quarta vez na temporada. Quatro
vitórias, três poles e cinco pódios foram o suficiente para o britânico
garantir o título. Em Jerez, garantiu o título ainda na corrida 1, ao chegar em
quarto, faltando ainda outras três etapas para acabar o campeonato.
No mesmo ano, foi anunciado como piloto da academia da
Mercedes, participando dos testes de pneus na Hungria. Russell também
participou de treinos livres no Brasil e em Abu Dhabi pela Force India, além de
ser oficializado como piloto reserva da equipe alemã.
Nesse ano, foi para a F2. Largou em segundo e chegou em
quinto na abertura do campeonato, em Bahrein. Em Baku, estava se encaminhando
para vencer pela primeira vez, mas um Safety Car na hora errada fez o britânico
vencer apenas na corrida 2, quando largou em 12°. A segunda vitória da
temporada veio em Barcelona, numa batalha eletrizante com Nyck De Vries. Com o
quarto lugar da corrida 2, Russell era o vice-líder da tabela. Em Mônaco, um
problema no treino livre o fez largar longe dos pontos e sair zerado de lá.
Depois disso, Russell engrenou na temporada. Vitória na
corrida 1 na França, seguida de uma vitória e um segundo lugar na Áustria e
dois segundos lugares em Silverstone. Na
Hungria, apenas um oitavo lugar na corrida 2, que foi recompensada com uma
sequência impressionante de pontos, incluindo três vitórias nas últimas cinco
corridas (Monza 2, Rùssia 2 e Abu Dhabi 1) e dois quartos lugares, o que
culminou com o título e a confirmação de que iria para a F1 na Williams para o
ano que vem antes mesmo do título ser matematicamente confirmado.
Bem pessoal, essas são as histórias dos novatos... isso que
nem nos aprofundamos em Verstappen, Gasly, Leclerc... É a nova geração chegando
de forma tão rápida e avassaladora que nos faz nos sentirmos velhos. É o tempo,
o rito de passagem... caras como Hamilton, Vettel, Grosjean e Hulkenberg são os
“veteranos”, sem contar o retorno improvável de Kubica e o amadurecimento de
Pérez.
Até mais pessoal, talvez tenha sido o último post do ano. Se
for mesmo, que o 2019 de vocês seja maravilhoso! Até mais, com muito conteúdo e
sempre buscando melhorar mais e mais!
Obrigado!