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segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

NOVA GERAÇÃO

Foto: Reddit

Fala, galera! Pela primeira vez na história da F1 teremos mudanças significativas em quase todas as equipes. Depois de muitos anos com opções conservadoras e renovações duvidosas, parece que os chefões e as diretorias resolveram repensar suas escolhas, a exceção de Mercedes e Haas, que seguem com suas duplas.

O post de hoje vai abordar as carreiras de alguns novatos que vêm se destacando na base e terminaram como consequência subindo para a categoria principal. São os casos de Lando Norris, Antonio Giovinazzi, Alexander Albon e George Russell. Vamos lá:

ANTONIO GIOVINAZZI

Foto: Auto Sport

Tecnicamente, o italiano não está fazendo sua estreia na F1. No ano passado, na mesma Sauber, disputou as duas primeiras etapas (Austrália e China) no lugar do machucado Pascal Wehrlein. Foi 12° em Albert Park e abandonou em Xangai.

Dessa vez, o italiano vai estrear, de fato, como titular da equipe suíça, tendo nada mais nada menos que o campeão Kimi Raikkonen como parceiro. Além disso, Giovinazzi quebra uma sequência de quase oito anos sem um piloto italiano na categoria. O último titular foi Jarno Trulli com a Caterham, no já distante ano de 2011.

Na quinta-feira Antonio completou 24 anos, o que na precocidade de hoje pode ser considerado uma estreia tardia na F1, nos moldes dos anos 1980 e 1990, mas os últimos serão os primeiros, certo? Vandoorne que o diga... Bem, que o italiano tenha a longevidade que o belga não teve.

Giovinazzi começou no kart com 12 anos e logo na primeira temporada foi campeão italiano e europeu da modalidade em 60 cilindradas. Com 18 anos, foi para os monopostos disputar a Formula Pilota China, onde foi campeão com seis vitórias. Com o título, acabou correndo na última etapa da Formula Abarth, em Monza. Sendo piloto convidado, o italiano conseguiu duas vitórias e um segundo lugar.

No ano seguinte, Giovinazzi foi correr na F3 Europeia. Em fase de adaptação, terminou o campeonato em 17°, com 31 pontos. No mesmo, competiu  na F3 Britânica, onde foi vice-campeão com duas vitórias, sete pódios e 135 pontos. Em 2014, assinou com a Carlin e correu apenas a F3 Europeia. Com duas vitórias, duas poles e sete pódios, o italiano terminou o campeonato em sexto, com 238 pontos.

Em 2015, continuou na F3 e seguiu impressionando. Com incríveis seis vitórias, quatro poles e vinte pódios, mesmo assim foi outra vez vice, com 412,5 pontos. A exemplo de 2013, correu outra vez na Masters Of Formula 3, onde foi vencedor, e correu pela primeira vez o GP de Macau, onde terminou em quarto.

O passo natural era chegar na GP2, o penúltimo estágio antes da F1. Correndo pela Prema, foi companheiro de equipe de Pierre Gasly, vice-campeão da Fórmula Renault 3.5 em 2014. O começo não foi dos melhores: saiu zerado nas duas primeiras etapas, mesmo largando as duas vezes na pole reversa. A recuperação veio em Baku, quando venceu as duas corridas, sendo o primeiro da categoria a fazer isso desde Davide Valsecchi em 2012.



Em Spa, apesar de ter feito a pole, o companheiro e rival Gasly venceu a corrida do sábado, a que vale mais pontos. Giovinazzi venceu a corrida de domingo. Em Monza, outra pole. No entanto, acabou sendo desclassificado em virtude de o carro ter descumprido questões do regulamento. Largando em último, foi beneficiado por um Safety Car para vencer a corrida de domingo.

O italiano chegou a ser o líder do campeonato quando venceu pela quinta vez na temporada, na Malásia, numa disputa com Sergey Sirotkin. Apesar da vantagem na bateria final, em Abu Dhabi, a vitória de Gasly na primeira etapa fez com que Giovinazzi precisasse tirar 12 pontos de vantagem na corrida final.



O italiano chegou na frente de Gasly, mas Alex Lynn venceu e Giovinazzi foi vice-campeão por oito pontos. Se fosse campeão, teria sido o primeiro novato a ganhar desde Nico Hulkenberg.

Depois do campeonato, Giovinazzi foi anunciado como piloto reserva da Ferrari. Após as duas corridas pela Sauber, seguiu os últimos dois anos sendo reserva de Ferrari, Haas e Sauber, participando de alguns treinos livres por essas duas equipes e trabalhando bastante no simulador, além de ter participado de algumas etapas da Le Mans Ásia, do WEC, além das 24 Horas de Le Mans desse ano, quando terminou em quinto pela AF Corse na categoria LMGTE Pro.


ALEXANDER ALBON

Foto: FOX Sports Asia
O segundo tailandês da história da categoria nasceu em 23 de março de 1996. Vai ter quase 23 anos em sua estreia na categoria. Apesar de defender a bandeira do país asiático, Albon nasceu e vive em Londres desde sempre. Nigel Albon, o pai, também foi piloto e participou do Campeonato Britânico de Carros de Turismo e do Porsche Carrera Cup. Albon filho é budista, tendo estudado na escola de Ipswich, no nordeste da Inglaterra.


Começou no kart aos 8 anos, vencendo o campeonato de Hoddesdon. Até os 15 anos, Albon venceu diversos campeonatos na Inglaterra e também foi vice-campeão mundial e europeu na modalidade. A estreia nos monopostos foi em 2012, na Fórmula Renault 2.0. Com patrocínio da Red Bull, Albon fez um ano terrível: não marcou pontos e acabou sendo cortado da academia dos taurinos.

A temporada seguinte foi só um pouco melhor: conquistou a pole no Red Bull Ring. Fez 22 pontos e foi o 16°. Em 2014, mesmo sem vencer, foi o terceiro colocado: uma pole em Nurburgring e 117 pontos. Em 2015, Albon migrou para a F3 Europeia, onde foi o sétimo, com duas pole positions, quatro vitórias e cinco pódios, totalizando 187 pontos.

No ano seguinte, foi para a GP3. Com quatro vitórias pela ART, Albon foi vice-campeão, perdendo para o então companheiro de equipe Charles Leclerc. No ano passado chegou na F2, correndo pela ART e tendo Nobuharu Matsushita como parceiro de equipe. Na corrida de abertura, no Bahrein, largou em nono e chegou em sexto. Com o grid invertido, pulou para segundo diante dos problemas do japonês. No entanto, um toque na largada com Luca Ghiotto forçou o tailandês a chegar apenas em sétimo.

Na Espanha, uma largada feroz prenunciava a disputa entre Leclerc, o pole, Albon e Ghiotto. Com os dois nos boxes, Albon iria parar depois, mas um Safety Car prejudicou seus planos. Mesmo assim, com pneus mais frescos, chegou em quinto. Na corrida reversa, duelou outra vez com o monegasco e foi superado nas voltas finais, caindo para a oitava posição.

Em Mônaco, faltou milésimos para largar na pole, conquistada por Charles Leclerc. Com um acidente na largada e posterior problemas de tráfego, Albon terminou num decepcionante quarto lugar. Na corrida invertida, largou em quinto e chegou em sexto.

Albon chegou a ficar fora das etapas de Baku depois de ter quebrado a clavícula numa corrida de mountain bike. O retorno foi logo depois, na Áustria. Ainda com a clavícula quebrada e com marcas da cirurgia realizada, fez o quarto tempo, mostrando que era possível chegar no pódio pela primeira vez na categoria. Largando em terceiro diante da desclassificação de Sérgio Sette Câmara, foi superado no fim pelas DAMS de Oliver Rowland e Nicholas Latifi e chegou em quinto. No entanto, o primeiro pódio veio na corrida reversa, chegando em segundo.Terminou a temporada com o segundo lugar na corrida reversa de Abu Dhabi e chegou em décimo no campeonato, com 86 pontos.





Nesse ano, Albon desabrochou. Largando de trás e aparecendo praticamente só no final da corrida, o tailandês terminou em terceiro o campeonato, com 212 pontos. Teve quatro vitórias na temporada (Baku 1, Silverstone 1, Hungria 1 e Rússia 1), além de oito pódios.



No final do ano, já tinha assinado contrato com a e.DAMS para correr na Fórmula E, chegando até a viajar para testar o carro nos testes de pré-temporada. No entanto, diante da ótima temporada na F2 aliada a falta de opções da Red Bull em sua academia para efetivar algum piloto, Helmut Marko teve que recorrer ao demissionário piloto de 2012 que, assim como Hartley, está de volta para a família taurina logo na Toro Rosso para fazer a estreia na F1, algo que parecia bem fora das possibilidades mas que se mostrou digna de merecimento diante da temporada esplendorosa que Albon realizou nesta temporada.

LANDO NORRIS

Foto: McLaren
Esse você já viu o histórico AQUI, no ano passado. O que se pode complementar é que Lando, apesar de vice-campeão da F2 e de ter subido para a McLaren, não provou o hype e fez uma temporada até decepcionante, com alguns erros e bem longe do piloto brilhante apontado anteriormente. Lando sequer brigou diretamente pelo título (coube isso a Albon). Na McLaren, mesmo em uma equipe deficiente, vai ter que provar o hype e mostrar que não está lá por ser empresariado pelo chefe Zak Brown, até porque Sainz é bem vencível. 

GEORGE RUSSELL

Foto: Getty Images

O piloto da Williams vai estrear na F1 com 21 anos, completados no dia 15 de fevereiro. Nascido em King’s Lynn, Norfolk, o britânico começou no kart aos 7 anos e ficou até aos 15, conquistando diversos títulos nacionais e culminando com a conquista mundial em 2013.

Em 2014, estreou nos monopostos na Fórmula Renault. Apesar de ter se ausentado de uma etapa por estar doente, Russell terminou em quarto o campeonato, com apenas um pódio, na Áustria. No mesmo ano, o britânico também participou da Eurocup Fórmula Renault, vencendo as duas corridas que participou, em Moscou e em Jerez, onde também largou na pole, apesar de ser apenas um piloto convidado.

No mesmo ano, Russell participou da F4. Disputando ferrenhamente o título com o companheiro de equipe Arjun Maini (Lanan Racing) e a dupla da HHC Motorsport (Sennan Fielding e Raoul Hyman). Largando da pole, Russell venceu e foi campeão, três pontos a frente de Maini.

Como prêmio pelo título, Russell pode testar um carro da GP3 da Arden em Abu Dhabi. No fim daquele ano, foi eleito o mais jovem vencedor do prêmio McLaren Autosport. Como consequência, foi chamado para participar do programa de jovens pilotos britânicos, sendo o mais jovem a ser recrutado para tal.

Em 2015, subiu para a F3, na Carlin. Venceu logo na abertura, em Silverstone, e também na segunda corrida, superando Charles Leclerc e Antonio Giovinazzi, por exemplo. Russell conseguiu mais dois pódios, em Spa e em Norisring, terminando em sexto no campeonato e sendo o vice entre os novatos, perdendo para Charles Leclerc.No Masters of Formula 3, Russell largou em quarto e chegou em segundo, atrás do companheiro de equipe Giovinazzi. No ano seguinte, terminou a F3 em terceiro, com duas vitórias.

Para 2017, Russell foi para o GP3 Series, com a ART Grand Prix. Começou a temporada com um quarto e quinto lugares, na Catalunha. Em Silverstone, voltou a ser pole e venceu a primeira corrida, além de chegar em quarto na segunda, assumindo a liderança do campeonato. Em Spa, uma perfomance dominante: vitória e um segundo lugar, além de pole e volta mais rápida, aumentando a vantagem no campeonato.

Em Monza, diante da chuva, a corrida de sábado foi cancelada. No domingo, Russell venceu pela quarta vez na temporada. Quatro vitórias, três poles e cinco pódios foram o suficiente para o britânico garantir o título. Em Jerez, garantiu o título ainda na corrida 1, ao chegar em quarto, faltando ainda outras três etapas para acabar o campeonato.

No mesmo ano, foi anunciado como piloto da academia da Mercedes, participando dos testes de pneus na Hungria. Russell também participou de treinos livres no Brasil e em Abu Dhabi pela Force India, além de ser oficializado como piloto reserva da equipe alemã.

Nesse ano, foi para a F2. Largou em segundo e chegou em quinto na abertura do campeonato, em Bahrein. Em Baku, estava se encaminhando para vencer pela primeira vez, mas um Safety Car na hora errada fez o britânico vencer apenas na corrida 2, quando largou em 12°. A segunda vitória da temporada veio em Barcelona, numa batalha eletrizante com Nyck De Vries. Com o quarto lugar da corrida 2, Russell era o vice-líder da tabela. Em Mônaco, um problema no treino livre o fez largar longe dos pontos e sair zerado de lá.

Depois disso, Russell engrenou na temporada. Vitória na corrida 1 na França, seguida de uma vitória e um segundo lugar na Áustria e dois segundos lugares em Silverstone.  Na Hungria, apenas um oitavo lugar na corrida 2, que foi recompensada com uma sequência impressionante de pontos, incluindo três vitórias nas últimas cinco corridas (Monza 2, Rùssia 2 e Abu Dhabi 1) e dois quartos lugares, o que culminou com o título e a confirmação de que iria para a F1 na Williams para o ano que vem antes mesmo do título ser matematicamente confirmado.





Bem pessoal, essas são as histórias dos novatos... isso que nem nos aprofundamos em Verstappen, Gasly, Leclerc... É a nova geração chegando de forma tão rápida e avassaladora que nos faz nos sentirmos velhos. É o tempo, o rito de passagem... caras como Hamilton, Vettel, Grosjean e Hulkenberg são os “veteranos”, sem contar o retorno improvável de Kubica e o amadurecimento de Pérez.

Até mais pessoal, talvez tenha sido o último post do ano. Se for mesmo, que o 2019 de vocês seja maravilhoso! Até mais, com muito conteúdo e sempre buscando melhorar mais e mais!

Obrigado!



terça-feira, 11 de dezembro de 2018

ANÁLISE DA TEMPORADA 2018 - Parte 2

Foto: Daily Express

Fala, galera! Segunda e última parte da tradicional análise da temporada. Agora, com as equipes que restam: Williams, Toro Rosso, Haas, McLaren e Sauber. Vamos lá!

WILLIAMS

Foto: F1i
Lance Stroll – 5,0: Conseguiu a proeza de ser superado em treinos pelo lanterna do campeonato. Como recompensa, vai subir para a Force India (Ou Racing Point, sei lá que diabos vai ser o nome) graças ao dinheiro do pai Lawrence, como sempre. Tem um ritmo de corrida melhor, mas isso não quer dizer muita coisa. Queimar etapas custa a reputação de piloto pagante eterno. Agora, a concorrência é Pérez, não um semiaposentado Massa ou o novato Sirotkin. A competição vai ser mais alta, assim como a chance de capitalizar mais pontos também. Será que Stroll vale mais do que ser o contrapeso do pai?

Sergey Sirotkin – 5,0: Perder para Stroll é o fim da picada, mesmo que a Williams seja uma porcaria e o russo seja o novato. Uma passagem sem brilho, sem graça, sem muito o que comentar além disso. Que seja feliz em outra categoria.

TORO ROSSO

Foto: LAT Images
Pierre Gasly – 7,5: Com um “carro-experiência”, teve alguns brilharecos que foram significativos. O quarto lugar no Bahrein foi o ponto alto, assim como outros grandes resultados pontuais em Mônaco. Pegar a Toro Rosso nessa temporada era uma verdadeira bucha de canhão. Ninguém poderia esperar algo. Pelo que garganteia a Red Bull, confirmada pela equipe satélite, o motor evoluiu e falha menos. Significa bater de frente com os tubarões? Não, mas permite um crescimento animador para as próximas temporadas. Por falar em crescimento, a brecha de Ricciardo permite a Gasly lutar com Verstappen. Vai ser difícil e provavelmente deve ser derrotado. Cabe ao francês justificar a que veio. A primeira amostra foi positiva.


Brendon Hartley – 5,0: A própria equipe comentou que o neozelandês em nenhum momento pareceu ter se adaptado ao carro, talvez fruto de um longo tempo sem correr em monopostos. A verdade é que Hartley teve poucos brilhos (em alguns treinos) e quase nenhum nas corridas, seja por acidentes, falta de velocidade, problemas da Honda ou as três coisas juntas. Assim como Sirotkin, não vai fazer falta. Não é mau piloto e com certeza vai continuar se destacando nas outras categorias.

HAAS

Foto: Grand Prix 247
Romain Grosjean – 5,5: Inacreditável terem renovado com ele, apenas isso. Uma série incrível de erros e cagadas. Talvez nem o próprio Grosjean tenha contado com a renovação através do duro Gunther Steiner. Com um grid extremamente jovem e dominado pelas “academias de pilotos”, talvez a única coisa positiva da Haas é ainda manter essa independência no que tange a escolha dos pilotos, apesar de acreditar que a ascensão de Leclerc tenha limado as opções do time de Gene Haas. Que venha mais um ano de trapalhadas do francês, talvez pode ser a última, pense nisso.

Kevin Magnussen – 7,0: Brigou até o final pelo posto de melhor do resto. Começou bem a temporada mas depois teve altos e baixos. Ainda assim, o jeito durão e o fato de ser odiado por quase todos os pilotos o faz ser um personagem interessante e às vezes até sensato quando discorda do Halo e fala de forma franca com todos. Esse mesmo comportamento está lhe fazendo virar quase uma chicane ambulante. Precisa parar com isso. Conseguiu superar Grosjean sem dificuldades e tem tudo para fazer de novo no ano que vem. Com isso, vai garantindo mais alguns anos na categoria, o que parecia impensável depois de ter sido dispensado pela McLaren, mostrando que há sim luz no fim do túnel.


McLAREN

Foto: Autoracing
Fernando Alonso – 7,0: A última (?) temporada de Alonso na F1 começou promissora assim como a equipe. Pontos nas primeiras etapas e o sentimento de que “nós podemos lutar”. Bom, o sonho virou pesadelo na sequência e isso mostrou para todos que o chassi da McLaren não era tão ótimo quanto parecia ser para justificar o fim da parceria com a Honda. Sem desempenho e carro, Alonso foi murchando até perceber que não tinha mais forças para andar outra vez com carros tão ruins. Com o mínimo, conseguiu bons pontos. Tomara que possamos continuar desfrutando de seu talento ainda com grande assiduidade.


Stoffel Vandoorne – 5,5: Mais um fritado pelo péssimo momento da McLaren. Claro que o belga não se ajudou e fez uma temporada horrível, mas no ano passado foi reportado pela própria equipe que Vandoorne foi “sacrificado” ao não testar os novos componentes do carro, que iam todos obviamente para Alonso. Não acredito que alguém tenha desaprendido a guiar, ainda mais um cara com um currículo tão invejável quanto o de Vandoorne. Parece ter sido o caso de uma jovem promessa, o leão da base que não confirmou no “profissional”. As circunstâncias não ajudaram e o belga agora precisa retomar a confiança na F-E. Não é o ideal, mas ainda torço para seu improvável retorno a categoria.


SAUBER

Foto: Getty Images
Marcus Ericsson – 6,0: Não é exagero dizer que essa foi justamente a melhor temporada do sueco. Talvez tenha sido a que a Sauber mais evoluiu, o que também é uma surpresa. O que não foi novidade é que ele perdeu de novo para um companheiro de equipe. Reestabelecendo a ordem natural das coisas, dessa vez ele saiu. Mesmo assim, impressiona ter sido tão dominado por alguém novo como Leclerc. Claro que o talento dele é diferenciado, mas o sueco mostrou que já estava fazendo hora extra na F1 e de certa forma saiu por cima da Sauber rumo ao sonho americano.


Charles Leclerc – 8,0: Repleto de grandes momentos, a mostra de seu talento ficou evidenciada quando acertou aquela volta na chuva no Brasil que garantiu a ida pro Q3. Charles é um piloto pronto. Mostrou maturidade, consistência e velocidade. Diante da temporada frágil de Vettel, o monegasco começa na Ferrari sem nada a perder e é o futuro da categoria. Verstappen também que se cuide porque agora há outro jovem com potencial em uma equipe grande como parâmetro para comparação. Leclerc somou pontos importantíssimos e ajudou na evolução da Sauber, aliada ao retorno da Ferrari como parceira dos suíços. Sem dúvidas o novato do ano e futuro protagonista da F1 daqui não muito tempo.

Essas foram as minhas análises. Concordam? Discordam? Comentem!

Até mais!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

ANÁLISE TEMPORADA 2018 - Parte 1

Foto: Fox Sports

Fala, galera! Como já é tradicional por aqui, começamos a análise final da temporada 2018 da F1, que coroou Lewis Hamilton e a Mercedes como pentacampeões mundiais. Sem mais delongas, vamos com a primeira parte, que terá a análise de Mercedes, Ferrari, Red Bull, Force India (Racing Point) e Renault:

MERCEDES

Foto: Race Fans
Lewis Hamilton – 10,0: Irretocável. No auge da forma física e técnica. Ele representa o que é ser um piloto inteligente e talentoso. Se até os últimos anos a questão psicológica parecia ser a criptonita de Lewis, hoje não dá para questionar nada. O famoso “Q.I. de corrida” está no ápice. Ataca quando é para atacar e administra a situação quando não dá para vencer. Nessa temporada, conquistou vitórias extraordinárias, como na Alemanha e na Itália e herdou situações em Baku e no Brasil, por exemplo. A única coisa ruim foi a desnecessária troca de posições na Rússia, mas essa é uma questão da Mercedes e não do piloto, apesar de que com o tamanho e a situação do campeonato, Hamilton poderia ter batido de frente com a chefia, mas isso não influencia na nota final. Dez, nota dez!

Valtteri Bottas – 8,0: Começou o ano combativo, dando pinta de que poderia surpreender. Tinha tudo para vencer em Baku, mas o azar do pneu furado no final acabou com seu psicológico. O finlandês não conseguiu mais ser sequer o escudeiro de Hamilton e gradativamente foi sendo superado pelas Ferrari e depois por Ricciardo (na primeira metade) e posteriormente por Verstappen (na segunda metade). Na Rússia, no último brilho do ano, a Mercedes acabou com o piloto que ali restava. O fim do ano foi patético e isso foi refletido com a quinta posição no Mundial e sem nenhuma vitória no ano, algo inédito para um piloto da Mercedes na era híbrida. O finlandês parece ter prazo de validade e deve apenas esquentar banco para a chegada de Esteban Ocon. Cabe a Bottas mudar e voltar a ser o combativo dos tempos de Williams e da temporada passada.

FERRARI

Foto: Divulgação/Ferrari
Sebastian Vettel – 8,5: Parecia estar disposto a enfrentar Hamilton, vencendo corridas e disputando posições roda a roda, inclusive quando foi tocado por Verstappen na China.Com o melhor carro, empilhou vitórias e parecia ser o favorito para o penta, até que tudo mudou. O carro teve uma queda de rendimento e mais do que isso, Vettel ruiu tecnicamente e mentalmente. O prenúncio do fim foi pertinho de sua cidade natal, em Heppenheim, quando bateu sozinho na chuva numa corrida que era pra vencer. Depois disso, envolveu-se em vários acidentes bizarros na primeira volta, não sabendo o momento certo de atacar e colocando tudo a perder na primeira curva e com outros erros e punições, Vettel fez questão de acabar com a disputa do título bem antes do que era previsto e do que a Ferrari poderia produzir. O alemão vai começar 2019 na corda bamba, agora com a chegada do jovem e empolgado Charles Leclerc. Ou vai ou racha. Mais do que nunca, Vettel  precisa provar que não é apenas fruto de um grande trabalho de Adrian Newey.


Kimi Raikkonen – 8,5: Cresceu mais ainda em relação ao ano passado. Marcou pole e venceu. Ainda assim, prevaleceu o desejo do finado Sérgio Marchionne ao colocar o jovem Leclerc na equipe. Diante dos erros de Vettel, o IceMan pode andar mais próximo do alemão e chegou a ter preferência na estratégia em algumas corridas no final do campeonato, algo impensável. Ainda assim, no início do ano, foi sacrificado como escudeiro para beneficiar o alemão. Raikkonen fica com o gostinho de ter sido dispensado da equipe em sua melhor temporada nesse retorno. Depois de três anos ruins, os dois últimos foram bons. Insuficiente para um campeão do mundo, mas a última impressão é a que fica. Que bata recordes e tenha o prazer de guiar onde tudo começou, na Sauber.

RED BULL

Foto: James Allen

Daniel Ricciardo – 8,0: A primeira metade do ano foi maravilhosa: duas vitórias, incluindo a épica em Monte Carlo. Depois, coincidência ou não, simplesmente não conseguiu mais andar depois que foi anunciado pela Renault. Inúmeros problemas no carro durante a corrida e nos treinos. Não dá para avaliar. Desde o ano passado que o australiano vinha perdendo nos treinos para Verstappen. Mesmo assim, na saideira, conseguiu uma pole, no México. Na corrida, continua com um ritmo muito bom e conseguiu terminar as últimas provas. Na Renault, vai ter o nome na vitrine, apesar de que vai ficar longe das vitórias e do pódio no mínimo por dois anos. Ele já está acostumado com as quebras da Renault, então pior não pode ficar.


Max Verstappen – 8,5: O inverso de Ricciardo. Primeira metade desastrosa, com problemas e batendo em todo mundo, com muitos erros bobos. Na segunda metade, os erros desapareceram (exceção em Interlagos) e virou o segundo maior pontuador, perdendo apenas para o campeão. Falar de Max tecnicamente é chover no molhado: é um potencial campeão do mundo, arrojado, veloz e corajoso para fazer as ultrapassagens. O grande problema do holandês ainda é o mental e a maturidade. Apesar de já ter 20 anos, é o terceiro ano na Red Bull e poderia já ter assimilado algumas situações, como por exemplo o enrosco com Ocon no Brasil. Falta o “Q.I. de corrida”, de entender e assimilar que as vezes é melhor ficar em segundo ou terceiro do que forçar e bater ou perder mais posições. Como escrevi anteriormente, Max precisa amadurecer. Feito isso, vai depender de um carro minimamente confiável para brigar lá na frente.

FORCE INDIA (RACING POINT)

Foto: Grand Prix 247


Sérgio Pérez – 7,5: O único fora do Eixo que foi ao pódio. Sempre aproveitando as oportunidades, o mexicano teve que superar o grave problema financeiro da equipe que culminou não só com menos pontos na temporada como na falência e posterior compra do grupo capitaneado por Lawrence Stroll. Sem se envolver em tantas confusões com Ocon dessa vez, o mexicano fez o que pode. Agora, com o filho do dono e mais caixa para fazer um carro melhor pois a equipe de engenheiros seja talvez a mais competente da F1, Pérez pode sonhar com mais pódios e pontos para o ano que vem.

Esteban Ocon – 7,0: Outro caso de quem ruiu mentalmente a partir da confirmação de que estaria fora da F1. Apesar disso, conseguiu largar em terceiro na Bélgica. Ocon envolveu-se em muitos incidentes durante a temporada e foi derrotado de novo por Pérez nos pontos, apesar deste ter se salvado pelo pódio e o francês ter mostrado mais consistência. Refém de Toto Wolff, vai ter que ficar no mínimo um ano assistindo nos boxes da Mercedes. Sinceramente, Ocon não mostrou nada para assumir a titularidade da Mercedes. Perder para Pérez e ainda mostrar imaturidade, aliado a chegada do outro pupilo, George Russell, na Williams, pode ocasionar na possível transformação de Ocon em um Wehrlein 2. Futuro incerto.

RENAULT

Foto: Race Fans
Nico Hulkenberg – 7,5: O melhor do resto. Isso já diz tudo. Uma pena que a estrela do alemão não brilha para os pódios e nas situações inesperadas de uma corrida. Ademais, está sempre onde é possível. Superou sem grandes dificuldades o espanhol Carlos Sainz, mas agora o desafio é outro: o sorridente Daniel Ricciardo. É o adversário mais difícil da carreira de Hulk, mas se quiser ainda sonhar com algum momento de glória na F1, é necessário superar o australiano.


Carlos Sainz – 7,0: Foi uma passagem rápida e no máximo mediana na equipe francesa. Sem impressionar e sem espaço na Red Bull e na própria equipe, que surpreendentemente conseguiu tirar Ricciardo dos taurinos, Sainz se vê forçado a herdar a posição de Alonso na McLaren. Não tem jeito nem experiência para ser líder de uma equipe, mas no momento é o máximo que os dois podem oferecer um ao outro. Com algumas pontes queimadas, o time de Woking pode ser o último suspiro do espanhol na categoria. Ônus e bônus de começar logo nas grandes e turbulentas equipes da categoria.

Semana que vem tem a parte 2. Até mais!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Final

Foto: Divulgação/McLaren

Fala, galera! Última parte do especial Fernando Alonso aqui no blog. As outras partes vocês podem acompanhar nos links anteriores:

Vamos lá:

McLAREN (2015-2018): RETORNO IMPROVÁVEL E MAIS DECEPÇÕES

Foto: MotorSport

Logo no segundo dia de pré-temporada, na Catalunha, a Honda já apresentava problemas graves no motor. A equipe mal corria. Pra piorar, Alonso sofreu um acidente até hoje MISTERIOSO (reportado na época ao clicarnesse link). O MP4-30, sofrendo com problemas no MGU-K, teria sofrido uma descarga elétrica que foi em toda em direção ao espanhol, que desmaiou e precisou ser atendido no hospital por algumas semanas.

Foto: Reprodução/Twitter
Depois de ficar consciente, alguns tablóides sensacionalistas chegaram a publicar uma história onde Alonso teria perdido a memória e que acreditava ainda estar em 1995, quando era piloto de kart. Alonso ficou fora da abertura da temporada,  na Austrália, reestreando pela McLaren justamente no palco onde venceu com a equipe inglesa pela primeira vez, na Malásia. Lá, ele negou esses boatos e as classificou como “história divertida”. O espanhol disse que nunca perdeu a consciência e que apagou em virtude do efeito colateral de um remédio que tomou antes de ser transferido para o hospital, afirmando que se lembra de tudo que aconteceu antes e depois do acidente.

Enquanto Vettel estreava no pódio com a Ferrari e a McLaren fechava o grid, Alonso afirmou que pódios não são mais importantes e que preferia correr riscos para ganhar e ser campeão. Com vários problemas na McLaren, Alonso nem completou a prova e viu o rival alemão vencer pela primeira vez com a Ferrari. O espanhol se defendeu dizendo que seria difícil apostar que a Ferrari faria uma temporada tão boa depois de um 2014 tão ruim e que só consideraria um erro sair da equipe se os italianos forem campeões. Distante dos pontos e levando volta de todo mundo, Alonso apenas disse estar feliz em completar a corrida e entender melhor o carro.

Na primeira volta da corrida da Áustria, se envolveu em um acidente com o ex-companheiro Kimi Raikkonen e chegou a ficar com o carro em cima da Ferrari do finlandês. Não houve feridos e foi apenas um acidente de corrida provocando com Raikkonen girando na frente de Alonso por ter rodado. Em Silverstone, marcou o primeiro ponto da temporada. 



Na Hungria, o melhor momento da temporada: foi o quinto, enquanto Button foi o nono. Foi a única vez na temporada que os dois marcaram pontos e a última na qual a McLaren chegou no top 10. No Japão, irritado com a falta de potência do motor Honda, chamou no rádio o motor dos japoneses de “GP2”, na corrida de casa, tornando-se um símbolo do que foi essa segunda parceria entre McLaren e Honda.


Em 2016, os problemas seguiam e a parceria com a Honda já começava a ser fortemente questionada e criticada. Na Austrália, Alonso se envolveu em um acidente violentíssimo com Esteban Gutiérrez  na curva, capotando e batendo forte na barreira de pneus. Com lesão no pulmão e fratura nas costelas, ficou de fora da corrida do Bahrein. O retorno foi na China, onde chegou em 12°. Na Rússia, Alonso marcou ótimos oito pontos com um grande sexto lugar e, duas corridas depois, chegou em quinto em Mônaco. 



Com a Honda cheia de problemas, abandonos e troca de peças/motores, Alonso era frequentemente penalizado, ou largando dos boxes ou em último. Na Bélgica, beneficiados pela bandeira vermelha causada pelo forte acidente de Kevin Magnussen, Alonso conseguiu um grande sétimo lugar. Na Malásia, também largando em último lugar por diversas punições, de novo chegou em sétimo.
Marcando mais pontos, a expectativa era que a McLaren seguisse evoluindo mais, mas não foi o aconteceu, como vocês puderam perceber por aqui. 

Com um “bom chassi” mas atrapalhado pelo fraco e inconfiável motor Honda. Diante da falta de competitividade, Alonso resolveu apostar no sonho de conquistar a “Tríplice Coroa do automobilismo” e decidiu correr nas 500 milhas de Indianápolis, se ausentando de Mônaco, que aconteceria no mesmo dia. A vitória não veio mas Alonso liderou algumas voltas e abandonou, novamente com o motor nipônico o deixando na mão.

Depois de críticas públicas de Alonso e da equipe aos motores da Honda, a McLaren anunciou o fim da união e assinou com a Renault para a temporada de 2018. Com um bom chassi e um motor mais potente e confiável, seria a última cartada do espanhol em guiar um carro competitivo na carreira.

A decisão parecia acertada. Logo na Austrália, Alonso chegou em quinto e no rádio dizia que “agora nós podemos lutar”. No entanto, no Bahrein, Alonso chegou em sétimo e levando volta das três principais equipes, apesar de ser o melhor do resto. Na largada de Baku, o espanhol foi atingido por dois carros nas curvas 2 e 3, furando os dois pneus da direita. Se arrastando na pista com extrema dificuldade, Alonso teve técnica para conseguir levar seu carro para os boxes. Beneficiado por uma corrida caótica repleta de acidentes e Safety Car, Alonso conseguiu ser o sétimo mesmo com o carro avariado. Depois, disse que essa foi uma das “melhores corridas da minha vida”. 


Na Espanha, com um novo motor, finalmente Alonso conseguiu chegar no Q3, largando em oitavo e terminando na mesma posição. Com muitas especulações sobre o futuro, em agosto o bicampeão anunciou a saída da F1 no final da temporada. Desde então, foram especulados diversos possíveis caminhos para Alonso no ano que vem.

O que é certo é que o espanhol vai terminar a temporada no Mundial de WEC até junho, com a disputa das 24 Horas de Le Mans e vai buscar o bicampeonato da prova. Semanas atrás, foi confirmado que ele vai disputar novamente as 500 Milhas de Indianápolis em uma parceria com a McLaren. Ao contrário do que parecia tendência, Alonso não deve participar de toda a temporada da categoria americana.

NÚMEROS FINAIS DA CARREIRA DE FERNANDO ALONSO:

Corridas: 314
Títulos: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 32
Pódios: 97
Pole Positions: 22
Voltas mais rápidas: 23
Pontos na carreira: 1.899
Primeira pontuação: Austrália 2003 (7° lugar)
Primeira pole: Malásia 2003
Primeiro pódio: Malásia 2003
Primeira vitória: Hungria 2003
Última pole: Alemanha 2012
Última vitória: Espanha 2013
Último pódio: Hungria 2014
Última pontuação: Cingapura 2018 (7° lugar)

E essa foi a carreira e os números de Fernando Alonso Díaz, um dos maiores e melhores de todos os tempos na categoria. Que seja feliz em outras competições e em sua vida e “até logo”, quem sabe? Já estou com saudades. Obrigado, Fênix!

Na sequência, a análise final da temporada e algumas outras coisas especiais. 

Até!

terça-feira, 27 de novembro de 2018

GRID FECHADO

Foto: F1 Mania
De forma pouco usual na F1 nos últimos anos, o grid de 2019 está definido antes mesmo da temporada começar. Um dia depois do GP de Abu Dhabi, a Toro Rosso anunciou a contratação do tailandês Alexander Albon (nascido em Londres) como substituto de Brendon Hartley e será companheiro de equipe de Daniil Kvyat. Um russo e um tailandês. Por incrível que pareça, tivemos um lá nos anos 1950.

Birabongse Bhanubandh. Ou simplesmente o Príncipe Bira. Correu pela Maserati e com a Gordini, inclusive dividiu carro com nada mais nada menos que Juan Manuel Fangio e estava inclusive na corrida de abertura da categoria em Silverstone 1950. Participou de outras 18 corridas na F1.

Albon já tinha assinado um pré-contrato com a Nissan para disputar a Fórmula E. No entanto, não apareceu nos testes coletivos, o que gerou burburinho de que poderia assinar com a Red Bull novamente, afinal foi dispensado por Helmut Marko em 2012. A exemplo de Kvyat e Hartley, foi recontratado para fazer a estreia na F1.

Com quatro vitórias e o terceiro lugar na F2, Albon teve grande desempenho. Uma de suas marcas características era estender o stint e aparecer na frente, atacando os oponentes no final das provas. Isso, somado a falta de talentos imediatos na academia dos taurinos e o insatisfatório desempenho do neozelandês forçaram Marko e cia a lhe darem uma chance. Justo. A Toro Rosso ganha um torcedor na próxima temporada.

A grande questão é saber se Kvyat vai se mostrar recuperado mentalmente das demissões e do péssimo desempenho que apresentou desde 2016. Receber uma terceira chance é raro, ainda mais no matadouro da Red Bull. Outra curiosidade: qual dos dois está sendo usado como boi de piranha enquanto o badalado Dan Ticktum não faz a pontuação necessária para ingressar na F1? O russo saco de pancadas ou o tailandês que pode fazer a temporada tampão igual Hartley?

Bom, será um confronto interessante nessa segunda temporada de parceria com a Honda. Albon é uma promessa e veremos como se sai nesse ambiente tão competitivo com um piloto tão jovem de idade mas com muito mais experiência (Kvyat tem 24 anos).

Agora, todas as 20 vagas estão ocupadas para a temporada de 2019. Confira:

MERCEDES: Lewis Hamilton e Valtteri Bottas
FERRARI: Sebastian Vettel e Charles Leclerc
RED BULL: Max Verstappen e Pierre Gasly
RENAULT: Daniel Ricciardo e Nico Hulkenberg
HAAS: Kevin Magnussen e Romain Grosjean
McLAREN: Carlos Sainz e Lando Norris
FORCE INDIA: Sérgio Pérez e Lance Stroll
SAUBER: Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi
TORO ROSSO: Daniil Kvyat e Alexander Albon
WILLIAMS: George Russell e Robert Kubica

Até! Amanhã, a parte 2 do Especial Alonso!

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

EU SOU A LENDA

Foto: Getty Images
Até que o GP de Abu Dhabi não é tão ruim assim. Nas últimas etapas, as três principais equipes estiveram com forças equiparadas e andaram próximas. O que decidiu foram as estratégias e a forma como lidar com as situações de corrida. Pena que foi justamente quando o campeonato acabou e, coincidência ou não, a Mercedes deixou de usar os pneus com furos.

O pentacampeão mostrou hoje porque é o melhor piloto da atualidade e deu aula de como administrar uma corrida. Depois que Kimi Raikkonen se despediu da Ferrari com um problema no motor logo na volta 8, o inglês antecipou a parada, algo já recorrente nesse tipo de situação. Voltando em quinto durante o VSC, passou Verstappen e depois foi ultrapassado, sem brigar pela posição e pensando no senso de corrida. Não valia a pena brigar e desgastar pneu a toa. Sem precisar fazer mais paradas, bastou administrar a vantagem e vencer pela 72a vez na carreira e estabelecer números tão impressionantes quanto a pilotagem.

Vettel fez uma corrida sem erros, algo que já merece ser chamada a atenção nessa temporada, que é para esquecer. Muito aquém do nível de um campeão. No ano que vem, terá que lutar contra Hamilton, Mercedes, Ferrari, seus próprios e agora também um jovem e faminto Charles Leclerc, outra vez sétimo colocado e com uma impressionante temporada de estreia na Sauber, elevando o nível da equipe e agora chega na equipe italiana com muita moral. Resta saber se vai suportar a pressão agora que vai ser protagonista e se a Ferrari vai ter paciência com o monegasco.

Verstappen começou a corrida com um problema no motor e perdeu posições. Combativo, arrojado e inconsequente como sempre, recuperou elas e terminou no pódio. Se envolveu de novo em embate na pista com Ocon, passando nos cotovelos e dando chega pra lá em Bottas, jogando o carro, de novo em posição de quem não tem nada a perder. Apesar dos destemperos, Verstappen em termos de rendimento só perdeu para Hamilton na segunda metade da temporada. Os números comprovam isso. Mais rápido e constante, precisa domar mais as emoções e pensar na corrida como um todo, não só na curva seguinte.

Foto: Getty Images
Nas despedidas positivas, Ricciardo terminou em quarto e tinha ritmo para ficar no pódio, mas a Red Bull optou por fazer a parada mais tarde e tentar recuperar o terreno com pneus frescos para atacar no final. Não deu certo. Para o australiano, o fato de não ter abandonado nas duas últimas provas é algo bastante positivo. Com oito abandonos, a temporada ficou completamente comprometida. Nos treinos se mostrou mais lento que Max, mas o ritmo de corrida é no mínimo igual ou ainda levemente superior ao do holandês. Resta saber o que será capaz de fazer na ainda combalida Renault.

Carlos Sainz foi o melhor do resto, com uma ótima estratégia. Hulkenberg, futuro parceiro de Ricciardo, capotou na primeira volta. Parecia algo sério, mas o santo antônio protegeu bem o alemão. Com o Halo, ficou impossível sair do carro sem ter esperado ele ter se virado pelos fiscais, que demoraram bastante para chegar no local. Foi um acidente de corrida com Grosjean, que incrivelmente não foi culpado. Hulk espalhou demais na curva e, em virtude do ponto cego, não viu o francês por ali, causando a batida. Depois de dois anos com Palmers e Sainzs, Hulk parte para o maior desafio da carreira: dividir a equipe com o australiano sorridente. Será um embate interessante de se assistir.

Pérez em oitavo e Magnussen em décimo complementaram o top 10. Um capítulo a parte é Bottas: o primeiro piloto da Mercedes na era híbrida a terminar o ano zerado. Era para ter vencido em Baku e na Rússia, mas as circunstâncias não ajudaram. Ademais, foi uma temporada lamentável, principalmente o fim. Hoje, sem ritmo, foi desgastando o pneu até não ter mais aderência e ser passado facilmente por Vettel e Red Bull. Se não fosse uma temporada tão errática quanto do alemão, a Mercedes poderia estar ameaçada nos dois campeonatos. O que Toto Wolff pretende para 2020: colocar Ocon, instável e que perdeu para Pérez? Ou as fichas vão para George Russell, o novo bola da vez? Problemas para quem deseja manter a hegemonia no campeonato. Só com Hamilton basta, mas é perigoso dar chance para o azar.

O mais legal da corrida aconteceu depois. Os três campeões mundiais andando lado a lado e fazendo zerinhos. Uma pena é que foi o público de Abu Dhabi que presenciou esse título histórico. Alonso, lado a lado com os dois maiores rivais e algozes, o respeito mútuo de quem teve diversas batalhas ao longo dos anos e vê um dos melhores pilotos da categoria sair em virtude do comportamento problemático fora da pista que queimou pontes até resultar no fim. Alonso é um gigante do esporte e que vai fazer muita falta. Tomara que volte. Foi um momento lindo reconhecer o grande piloto que foi, mas lamentar o que poderia ter sido se tomasse as decisões certas.

É claro que esse lindo momento e Hamilton tirando o macacão no pódio (ainda bem!) você não pode ver na Rede Globo porque ela resolveu optar mostrar torcedores bêbados comendo churrasco e palpitando sobre resultados de jogos inúteis do Brasileirão de quatro horas depois. Uma total falta de respeito com o fã que queria ver a última festa do pódio na temporada. Se é pra fazer transmissão porca, é melhor manter a corrida no SporTV e passar os melhores momentos depois do Domingo Maior como fazem nas corridas da América do Norte ao invés de nos tratar como idiotas.

Ademais, hoje Abu Dhabi presenciou a despedida de um ídolo do esporte e, com a presença do amigo Will Smith, vê a cada prova Lewis Hamilton se tornar mais lenda do que já é, podendo tornar-se o maior e superar Michael Schumacher. Somos privilegiados de ver tantos campeões em ação e a história sendo feita. Que venha 2019 com mais competitividade e emoção. Vai ser difícil, mas não podemos perder as esperanças.

Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:


Nesse fim de ano vem muito mais no blog: o restante do especial Alonso e a análise da temporada.

Até!

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O GLORIOSO RETORNO DE QUEM SEMPRE ESTEVE AQUI

Foto: IG Esporte
Já estava tudo acertado. Dessa vez, não tinha nenhum endinheirado no caminho. O que parecia apenas um teste virou coisa séria e agora é realidade. Robert Kubica finalmente está de volta a F1 e será parceiro de George Russell na Williams em 2019.

Antes de mais nada, o retorno do polonês ser quase nove anos depois da última corrida (Abu Dhabi 2010) só perde pra Jan Lammers (1982-1992) e Luca Badoer (1999-2009). Kubica era um piloto espetacular e com potencial de ser protagonista até sofrer o grave acidente que comprometeu sua carreira na F1.

Apoiado por uma empresa polonesa, Kubica tem menos força e um braço direito bem fino. Ele praticamente dirige somente com a esquerda. Terá botões e ajustes diferenciados. Pelos testes, não deve em nada no quesito velocidade aos concorrentes. Só a desconfiança para isso.

O retorno de Kubica depois de tantos acidentes e percalços em uma F1 cada vez mais física e competitiva levanta dúvidas. Será realmente necessário tudo isso ou "qualquer um" pode pilotar com um braço só? Talvez Kubica seja realmente diferenciado não só na técnica, mas também na capacidade de nunca desistir e se adaptar a nova realidade.

Não enxergo o retorno dele visando apenas o resultado. São nove anos sem disputar uma corrida, lançar várias voltas rápidas em diferentes circunstâncias, defender posição, etc. Além do mais, o carro da Williams é horroroso e no ano que vem será apenas menos ruim, até porque pior não fica. A equipe de Grove, aliás, volta a ter um pouco de simpatia ao voltar a apostar no talento do jovem Russell e no polonês que possui uma história de vida incrível, além da capacidade técnica.

Sinceramente, não acredito que Kubica possa superar Russell, mas a questão não é essa. Só pelo fato de conseguir voltar e superar a desconfiança de todos, o polonês já é um grande vencedor e, mesmo com um braço só, é mais piloto que Sirotkin e Stroll, por exemplo.

O lúdico me interessa muito mais que o desempenho, nesse caso. Pegar um cara que vai ter 34 anos em 2019 (o segundo mais velho, só depois de Raikkonen) em um universo tomado por jovens das grandes equipes já é um sopro e uma história muito interessante de se acompanhar. Quantos não se superaram em suas carreiras e se tornaram mais lendas e figuras extremamente respeitadas por justamente não terem limites?

O anúncio também significa que Esteban Ocon está fora da próxima temporada. A julgar ter perdido nos dois anos para Pérez, o ano sabático e a provável efetivação na Mercedes em 2020 não faz muito sentido na questão de mérito. Cuidado, Ocon. Pascal também achou a mesma coisa...

O retorno de Kubica é a concretização do pensamento do senso comum, que era somente um sonho distante, de imaginar como seria o polonês pós-acidente. Será que vai ser competitivo? Ou então como seria a carreira se tudo seguisse normalmente: iria para a Ferrari? Algumas dessas perguntas nunca serão respondidas mas outras serão, quase aos 45 do segundo tempo. No fundo, Kubica nunca esteve longe da F1, seja fisicamente ou através de sonhos, pensamentos e imaginações dos fãs.


Até!


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

GP DE ABU DHABI - Programação

O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (Red Bull, 2009)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:36.231 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2009, 2010 e 2013) e Lewis Hamilton (2011, 2014 e 2016) - 3x


COM SAINZ E NORRIS, McLAREN ESPERA 2019 DIFERENTE

Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio
A primeira temporada sem a Honda prometia uma evolução para a McLaren. Entretanto, os resultados mostraram o contrário. Gradativamente o time britânico foi caindo para as últimas posições. Irritado e desmotivado, Alonso anunciou aposentadoria. Vandoorne, com desempenho aquém do esperado e também vítima de um carro ruim, foi despedido.

Para o ano que vem, Carlos Sainz e a jovem promessa Lando Norris serão os responsáveis por guiar a McLaren. A questão é: sem um piloto bicampeão e com várias mudanças internas realizadas ainda nesse ano, para qual direção vai a McLaren? É possível piorar a situação?

“É impossível dizer que a gente não vai sentir falta do Fernando. Considero o Fernando como um dos melhores pilotos da história da F1. Então não tem como negar. Ele vai deixar um espaço grande. Mas é o sentido da vida, as coisas são como o relógio anda. Andamos para a frente, e tanto o Lando como o Carlos são dois pilotos jovens. Então vamos ter desafios diferentes, coisas diferentes, problemas diferentes e oportunidades diferentes para lidar. Mas vejo isso não como uma coisa negativa, mas como o sentido natural das coisas”, afirmou o diretor técnico, o brasileiro Gil de Ferran.

O desafio de 2019 é fazer a McLaren evoluir justamente com esses dois jovens pilotos. "Com relação ao carro deste ano, por exemplo, a gente entende bem onde errou, onde não foi bem, quais os pontos fracos do carro, a gente compreende bem isso. E toda essa compreensão acho que vai nos ajudar a fazer um carro melhor no ano que vem”, completou.


Por mais que muita coisa esteja mudando, é difícil a McLaren piorar mais. Não se sabe se a melhora virá justamente dessas turbulências. Sem patrocínios e a qualidade de Alonso, resta ao time de equipe Woking apostar em um novo regulamento ou numa jogada de mestre da nova equipe de engenheiros que está desenvolvendo o MCL34. Com Sainz e o novato Norris, será difícil saber qual será realmente o potencial do carro, mas repito: dificilmente será pior que o do passado.

INCOMODADO

Foto: Daily Express
Sergey Sirotkin não estava confortável com as crescentes especulações (QUE AGORA FORAM CONFIRMADAS; POST SAIRÁ MAIS TARDE) de que Robert Kubica vai tomar seu lugar na Williams para o ano que vem. O anúncio, segundo a imprensa europeia, será realizado nos próximos dias. "Eu só quero que as coisas fiquem claras. É muito desagradável ler as últimas notícias. Mesmo assim, em Abu Dhabi vou sentar atrás do volante e os problemas vão desaparecer”, afirmou, questionado pelo jornal russo ‘Sport-Express’.

O russo disse não estar pronto para perder a titularidade. "Já disse várias vezes que me dediquei muito mais nessa temporada do que as pessoas veem. A última coisa que eu quero é que os resultados do meu trabalho fiquem com outra pessoa. Está claro esse ano que trabalhamos pensando no futuro, em resultados da próxima temporada. Vai ser uma grande decepção se eu perder aquilo pelo qual eu trabalhei”, encerrou.

Se isso acontecer será o troco, pois Kubica perdeu a vaga para Sirotkin nesse ano.


Superar Stroll seria obrigação se estivesse na Williams por mais tempo. É mais veloz, mas na corrida o péssimo conjunto inglês deixa o russo na mão. Sirotkin também não mostrou grandes credenciais a não ser o dinheiro. Estava no momento certo na hora errada. Não fará falta na categoria. Equipe pequena é um matadouro e só busca formas de sobreviver (leia-se dinheiro). É isso que a Williams virou, infelizmente.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 383 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 302 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 251 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 237 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 234 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 158 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 69 pontos
8 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 58 pontos *
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 55 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 49 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 45 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 35 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 33 pontos
15- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 29 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 12 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 9 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 4 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 620 pontos
2 - Ferrari - 553 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 392 pontos
4 - Renault - 114 pontos
5 - Haas Ferrari - 90 pontos
6 - McLaren Renault - 62 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 48 pontos *
8 - Sauber Ferrari - 42 pontos
9 - Toro Rosso Honda - 33 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO



terça-feira, 13 de novembro de 2018

HEINEKEN F1 EXPERIENCE


Fala, gurizada!

Sábado teve a segunda edição da Heineken F1 Experience. A primeira foi no RJ e teve Felipe Massa dirigindo a Williams. Aqui em Porto Alegre foi a vez de Rubens Barrichello.

Cheguei quase 12h e perdi a primeira arrancada do Rubens. Um calor escaldante e mesmo assim consegui um lugar na grade. Foi bem legal. Teve espetáculos de motos e drift, coisa bacana para o público em geral, além de muita música. A nota ruim foi o calor que vitimou umas queimaduras no meu pescoço hehehe

Destaque negativo foi pro locutor do evento que teve a proeza de chamar Sir Jackie Stewart de JACK SMITH. Meu Deus, o sangue subiu na hora! O momento era de tanta emoção e perplexidade que só me dei conta que JACKIE STEWART ESTEVE EM PORTO ALEGRE! INACREDITÁVEL!

Bom, pra fechar a conta, comprei dos ambulantes uma camisa da Mercedes. Estava vestindo a camisa de Johan Cruyff... sacaram a referência? Abaixo, fotos e vídeos dessa experiência única!

P.S.: Bem na hora que Rubinho veio para a segunda arrancada, saí da grade pra comprar um refri. Sacanagem. É muito rápido e impossível de gravar, mas valeu ouvir o V8. Emoção única! Imagina estar em Interlagos!

Espero voltar um dia, seja para a F1, seja para a música.

Até!











SIR JACKIE STEWART! 





segunda-feira, 12 de novembro de 2018

MAX E O KARMA

Foto: Getty Images
Foto: Reprodução/YouTube
2001: líder Juan Pablo Montoya é acertado pelo retardatário Jos Verstappen.
2018: líder Max Verstappen é acertado pelo retardatário Esteban Ocon.

A diferença aqui é que Max conseguiu continuar na corrida. Apesar de dessa vez ter sído vítima, o holandês tem um longo histórico de ser irresponsável e jogar de forma irresponsável a responsabilidade para os outros, que sempre tinham algo a perder. Não dessa vez.

Hamilton enfrentou situação parecida quando foi atrapalhado por Grosjean e Sirotkin em Cingapura. Manteve-se frio e evitou os erros. Maduro, vive o auge da forma. Os cinco títulos e agora 72 vitórias explicam isso, mas o inglês será mais analisado depois.

Max poderia simplesmente ter deixado Ocon, que estava mais rápido, ter passado. Na sequência, muito provavelmente teria conseguido recuperar a volta dada através da bandeira azul. Ou não. Não importa. Dessa vez, Max tinha muito a perder. Uma liderança construída com muito trabalho e uma pilotagem excepcional, superando Ferrari e Mercedes.

Claro que a culpa maior é do francês. Ao ver que Max ia fazer jogo duro, deveria ter recolhido. O toque aconteceu. Ocon vive uma despedida melancólica nesse provável "até breve" na F1, ainda mais agora que foi reportada a provável (agora vai?) contratação de Robert Kubica pela Williams. Max precisa ter jogo de cintura. É isso que separa os grandes campeões de meros vencedores de corridas.

Eu não vou ser hipócrita de criticar Max por empurrar Ocon no pós-corrida. Qualquer pessoa na mesma situação faria a mesma coisa ou até mais. A FIA querer impor punição é ridícula. Ali ninguém é robô, ainda mais com uma vitória brilhante sendo tirada em um incidente fútil. Que fique de lição para o holandês, mas me parece ser difícil. O gênio difícil mimado do progídio é bastante alimentado pelos seus chefes, inclusive Christian Horner incentivou nas entrealinhas que o conflito fosse resolvido na trocação de socos mesmo. Não é papel de dirigente fazer esse tipo de comentário público.

Foto: Lars Baron/ Getty Images

Voltamos para o vencedor da corrida. Mais uma vez, caiu do céu para Lewis Hamilton. Nada é por acaso. Todos os elogios são poucos para esse fantástico piloto. Entretanto, uma coisa preocupa. Desde os Estados Unidos, o desempenho da Mercedes caiu. Problemas com bolhas e a durabilidade dos pneus se tornaram recorrentes. Coincidência ou não, foi logo depois das denúncias da Ferrari. Mesmo assim, o pentacampeonato de construtores veio, com muita festa.

A Red Bull deveria ter ganho dessa vez. Pode se até dizer que seria dobradinha tanto no México quanto hoje, se não fossem os problemas com Verstappen e Ricciardo em cada prova. O australiano voltou a sorrir, fez grande prova e quase foi para o pódio, mais uma vez ocupado por Kimi Raikkonen. Pode ter sido o seu último na categoria, sempre é importante lembrar desse detalhe.

Vettel e Bottas é que estiveram um degrau abaixo. Corrida pavorosa de Vettel. Superado na largada, perdeu posições na pista e nem mesmo com preferência na estratégia conseguiu bom ritmo, tendo que novamente deixar o finlandês passar. De longe a pior temporada do tetracampeão. Com Leclerc, como que vai ser?

Foto: Getty Images
O melhor do resto vem mostrando que é mesmo diferenciado, o tempo no Q2 diante da chuva prova isso. Sétimo lugar, acompanhado das Haas e de Sergio Pérez nos pontos. Alonso se despede do palco onde foi bicampeão brigando arduamente com as Williams para não ficar em último. Isso resume o que virou a McLaren. Apesar dos pesares, o espanhol segue firme e forte com os ingleses para mais um desafio na Indy 500 em 2019.

Confira a classificação final do GP do Brasil:


Até!