Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
13 de setembro de 2009. Grande Prêmio da Itália. Rubens Barrichello chegava para o mítico circuito de Monza com 16 pontos de desvantagem em relação ao líder, o companheiro de equipe Jenson Button.
A Brawn não era mais a melhor equipe. McLaren, Ferrari e Red Bull estavam evoluindo bastante e chegaram a superá-los em certo momento. No entanto, a vantagem absurda daquele início de campeonato foi tão grande que foi o suficiente para se tornar apenas uma disputa particular entre Button e Barrichello.
Barrica foi o quinto e Button o sexto. A pole foi de Lewis Hamilton, seguido pela Force India de Adrian Sutil, aproveitando a característica daquele carro que já havia feito a pole na corrida passada com Fisichella, então novo piloto da Ferrari. Os finlandeses Raikkonen e Kovalainen ficaram na segunda fila.
Com mais combustível, a Brawn partiria para uma parada, enquanto o resto ia de duas. Rubinho ainda passou Kova logo no início e perseguiu pacientemente os três ponteiros. Quando todos foram nos boxes duas vezes, Barrica parou e assumiu a liderança faltando 18 voltas para liderar até o fim. Button foi o segundo, o que seria ruim para as pretensões no campeonato. Tentando pressionar o compatriota, Hamilton bateu na última volta e entregou o pódio para Raikkonen.
Foi a terceira vitória de Rubinho em Monza, a última na carreira e a última do Brasil na categoria até então. Hora de relembrar!
Como o Grande Prêmio do Azerbaijão não tem história suficiente para ser relembrada (afinal, está sendo disputada pela quarta vez - três como GP do Azerbaijão e uma como GP da Europa) e é a quarta etapa de uma temporada que até aqui tem o domínio, decidi relembrar de outras "quartas etapas" da era recente da Fórmula 1 que também tiveram domínios de uma equipe, mas diferentes.
Vamos lá:
2004 - SAN MARINO
O GP de San Marino sediado em Ímola na Itália e somente com esta nomenclatura para burlar o regulamento de que não poderia existir dois GPs em um mesmo país com a mesma alcunha, a corrida marcava o aniversário de dez anos de falecimento de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna. Durante o final de semana, o sobrinho Bruno e o grande amigo Gerhard Berger guiaram a mítica Lotus 86, emocionando a todos.
Na pista, a Ferrari mantinha o seu domínio, com Schumacher vencendo as três primeiras etapas. No entanto, a pole ficou com a surpreendente BAR Honda de Jenson Button, que debutava na "posição de honra".
No entanto, Schummi logo deu o pulo do gato nas famosas voltas voadoras pré-reabastecimento e venceu pela quarta vez no ano, mantendo o 100% que depois garantiria o seu sétimo e último título mundial. Button foi o segundo e a Williams de Juan Pablo Montoya foi o terceiro. Alonso, Trulli, Barrichello, Ralf Schumacher e Kimi Raikkonen completaram a zona de pontuação, num grid que também tinham os brasileiros Felipe Massa na Sauber e Cristiano da Matta na Toyota.
2009 - BAHREIN
Foto: Getty Images
Esta é uma outra história que já contei, até recentemente. A Fórmula 1 vivia um novo momento, cortando gastos e sofrendo com a crise, que fez montadoras saírem da categoria. Com o novo regulamento, quem apostou no famoso difusor traseiro se deu bem, enquanto que as tradicionais Ferrari, McLaren e BMW ficaram para trás com a aposta no KERS, o sistema de recuperação de energia cinética.
Jenson Button liderava o campeonato com duas vitórias em três corridas, sendo que na Malásia a corrida teve menos da metade da duração e, portanto, valeu apenas metade dos pontos. Na etapa anterior, na China, o jovem Sebastian Vettel foi o responsável pela primeira vitória da história da Red Bull Racing, ele que também foi o primeiro e único vencedor pela equipe satélite, a Toro Rosso.
No confronto entre os dois, quem se deu bem no sábado foi a Toyota: Trulli e Glock fizeram a primeira dobradinha da história da equipe na primeira fila, com Vettel e Button na segunda fila.
No entanto, durante a corrida, o melhor ritmo de corrida aliado a uma estratégia acertada fez Button vencer pela terceira vez em quatro etapas. Ele venceria mais duas em sequência para garantir uma vantagem irreversível, bastando somente administrar na reta final, onde a Brawn GP já havia sido superada pelas rivais, para se sagrar um dos campeões mundiais mais improváveis de toda a história. Vettel foi o segundo e Trulli o terceiro, seguido por Hamilton, Barrichello, Raikkonen, Glock e Alonso. O grid também contava com Nelsinho Piquet pela Renault (foi o décimo) e com Felipe Massa na Ferrari, que abandonou com problemas no carro do cavalinho rampante.
2014 - CHINA
Foto: Getty Images
O domínio da Mercedes já começa a ser uma fatia significativa da história deste esporte. Depois de três vitórias em três corridas, as flechas de prata partiram para a quarta vitória sem maiores problemas.
Com mais um treino na chuva, Hamilton evidenciava seu maior talento ao fazer mais uma pole. Em condições não tão desiguais, as Red Bull de Ricciardo e Vettel se intrometeram e o líder Nico Rosberg largou apenas em quarto.
Na corrida, sem chuva, um passeio da Mercedes sem maiores problemas e mais uma dobradinha, a terceira vitória de Lewis no ano. O cara responsável por agitar a bandeira fez isso uma volta antes, portanto a corrida teve uma volta a menos, o que ajudou Alonso e a Ferrari a garantir o terceiro lugar, apesar dos ataques de Ricciardo. Vettel foi o quinto, seguido por Hulkenberg, Bottas, Raikkonen, Pérez e Kvyat. Massa foi o 15° com a Williams.
Bom pessoal, essas foram as lembranças dessa semana. Até a próxima!
Olá, pessoal! Voltando com mais uma sessão de vídeos e curtinhas depois de algum tempo. Com a variedade de notícias interessantes que encontrei, achei interessante reviver o maior quadro daqui do blog. Vamos lá:
- Jacques Villeneuve disse que o retorno de Kubica para a Fórmula 1 é terrível e não traz a mensagem correta. Segundo o campeão de 1997, o fato do polonês ter uma deficiência no braço dá a entender que a F1 não é tão difícil quanto alguns pensam. Por outro lado, o canadense valorizou a batalha pessoal de Kubica ao retornar para a categoria depois de tanto tempo. Concordo em partes com o canadense. Claro que ali também existe um recalque porque Kubica o substituiu na BMW em 2006, o polonês voltou mais pelo apelo midiático do que pela capacidade atual. No entanto, se realmente não tivesse condições a FIA teria vetado a participação. Além do mais, nunca na F1 foi ocupada pelos 20 melhores pilotos e nem vai ser.
- Miami segue com a novela para sediar uma corrida no ano que vem. Nesta semana, vai ser realizada uma votação pelo conselho da cidade para aprovar ou não o circuito de rua. Um dos vários problemas que estão inviabilizando o acordo é a resistência de moradores próximos da região onde está o traçado. Se tudo der certo, será mais uma corrida na América do Norte, ou até mesmo substituir o GP do México que pode sair do calendário no ano que vem. Sinceramente, ninguém quer essa porcaria, ainda mais sendo pista de rua.
- A Honda projeta sua primeira vitória nesse retorno a F1 a partir da metade da temporada, no verão europeu. Não sei se é uma meta cautelosa ou ousada, mas a verdade é que os japoneses evoluíram demais. Se o motor não ter problemas de confiabilidade e durar bem, pode ser que os taurinos consigam algum salto de performance mais rápido que o imaginado.
- Por falar nos japoneses, o ex-chefe da McLaren Eric Boullier disse em entrevista que desde a primeira reunião, lá em 2015, tinha percebido que a Honda estava despreparada para o desafio na categoria. No entanto, o ainda chefão Ron Dennis demonstrava muita confiança no retorno da parceria vitoriosa dos anos 1980 e 1990 e já havia assinado o contrato. A história vocês acompanharam de perto por aqui. No entanto, o último ano ficou claro que não era só os japoneses que tinham culpa no cartório.
RELEMBRANDO BAHREIN:
Já faz 15 anos que o circuito estreou no calendário da Fórmula 1. Na época, foi o primeiro de muitos do oriente a adentrar na categoria. Naquela temporada, estávamos testemunhando uma das maiores dominâncias do esporte: o mágico F2004, da Ferrari. Schumacher e Rubinho ficaram na primeira vez, seguidos pela dupla da Williams e da BAR Honda, que foi a terceira força daquele ano. O resultado: dobradinha da Ferrari, com Jenson Button em terceiro.
Por falar no britânico, 2009 foi um ano especial e o mais surpreendente dos últimos tempos. Depois de vencer as primeiras etapas, Bahrein viu a Toyota largar na primeira fila, com Trulli e Timo Glock, com Vettel em terceiro, Button em quarto, Hamilton em quinto e Rubinho em sexto. Na corrida, mais uma vitória da Brawn GP, a quarta de Button, que teve Vettel em segundo e Trulli em terceiro, com Hamilton em quarto e Rubinho em quinto.
Foto: Getty Images
Cinco anos atrás não faz muito. Era o início da era híbrida e do domínio do motor Mercedes. Rosberg foi o pole, mas Hamilton conseguiu reagir, segurar o alemão e vencer a corrida. Vale destacar que Pérez foi o terceiro com a Force India, seguido por Ricciardo, Hulkenberg, Vettel, Massa, Bottas e a dupla da Ferrari (Alonso e Raikkonen). Essa foi a corrida 900 da F1 e a de Stefano Domenicali como chefão da equipe, demitido. Este também foi o primeiro GP noturno do país, marcado pelo acidente entre Pastor Maldonado e Esteban Gutiérrez.
Olá, amigos! Agora vem a segunda parte do especial Fernando
Alonso para vocês. Para ler a primeira parte, clique AQUI.
Vamos lá:
McLAREN (2007):
GUERRA CONTRA HAMILTON E RON DENNIS
Foto: RaceFans
Logo depois de ser bicampeão mundial com a Renault, ver o
maior rival Michael Schumacher se aposentar e ir para a McLaren, era unânime
entre os analistas que a F1 estava vivendo uma nova era, a “era Alonso”.
Ainda em 2006, devido as conquistas com a Renault, o antigo
chefe Flavio Briatore o liberou para fazer o primeiro teste com a equipe de
Woking, em Jerez. Com o MP4-21, guiou por 95 voltas. O escolhido para ser o
companheiro de equipe era um jovem inglês Lewis Hamilton, campeão da GP2 na
temporada anterior e piloto da McLaren/Mercedes desde os tempos de kart. Segundo
publicações, Alonso receberia U$$ 40 milhões anuais. A estreia oficial de
Alonso com o novo carro da equipe foi em Valencia, em janeiro de 2007.
Na abertura da temporada, Alonso não foi páreo para a
Ferrari do estreante Kimi Raikkonen, que venceu. A primeira vitória do espanhol
(e a primeira da McLaren desde 2005) veio logo na corrida seguinte, na Malásia.
Também largando em segundo, Alonso liderou a dobradinha da McLaren.
Semanas
depois, no Bahrein, Alonso teve uma corrida difícil e foi apenas o quinto,
enquanto o jovem Hamilton conquistava mais um pódio, em terceiro. Na Espanha,
em casa, largou em segundo e partiu para cima de Felipe Massa na largada, mas
um toque acabou jogando o espanhol para a brita e o máximo que deu foi chegar
em terceiro.
Em Mônaco, a segunda vitória pela McLaren, onde fez a pole e
a volta mais rápida, permanecendo em terceiro no campeonato. Alonso chegou a
terceira vitória na temporada logo em Nurburgring em uma corrida caótica, cheia
de chuva e mudanças climáticas. Ele passou Felipe Massa no final em um toque e
os dois discutiram após a corrida diante das câmeras do mundo todo.
Spygate e briga com
Hamilton e Ron Dennis:
Foto: Sky Sports
Segundo investigação da FIA, alguns membros da McLaren,
incluindo Alonso, estavam cientes de informações confidenciais da Ferrari. O
projetista-chefe da McLaren, Mike Coughlan, trocou informações com Nigel
Stepney, chefe de mecânicos da Ferrari. Meses antes, a Ferrari declarou ter
descoberto um roubo de dados após denúncia feita por um funcionário de uma
copiadora próxima à sede da McLaren, na Inglaterra, que teria copiado 780
páginas de um material confidencial de propriedade da equipe italiana e
entregue ao projetista britânico.
O arquivo que foi passado de Stepney para Coughlan contava
com dados importantes sobre o funcionamento da escuderia italiana, dados de
telemetria, aerodinâmica e muitas outras informações de seus carros e motores,
como consumo, quilometragem e pneus. A FIA começou a investigar.
Posteriormente, a FIA descobriu entre trocas de mensagens entre
Coughlan, De La Rosa e Alonso que eles sabiam as estratégias da Ferrari nas
corridas da Austrália e Bahrein, apesar do espanhol duvidar da autenticidade
dos dados. Nesse meio tempo, chegou o GP da Hungria.
Atrás do novato da equipe, Alonso exigia ser o piloto número
um. Ou seja, ter regalias. Afinal, era o bicampeão contra o novato inglês. No
entanto, Ron Dennis foi contra e Alonso acusava a McLaren de beneficiar
Hamilton por este ser inglês, uma questão muito semelhante a apontada por
Piquet durante os anos em que foi companheiro de Mansell na Williams, nos anos
1980. No Q3 do treino da Hungria, Alonso parou nos boxes primeiro para trocar
os pneus. Ele ficou mais segundos do que o imaginado e, parado, atrapalhou
Hamilton, que não conseguiu abrir uma nova volta e Alonso ficou com a pole.
Hamilton não tinha concordado com a ideia do espanhol parar antes, o que fez
Alonso se antecipar.
O espanhol foi punido em cinco posições no grid e terminou
apenas em quinto na corrida, fazendo a McLaren perder os 15 pontos do
campeonato de construtores. Hamilton herdou a pole e venceu sem maiores dificuldades.
Durante a reunião pós-treino, Ron Dennis teria cobrado de
Alonso. O espanhol teria respondido que, se não fosse primeiro piloto declarado
da equipe, iria denunciar a McLaren para FIA com o que sabia do caso de
espionagem. Tudo isso foi negado por Dennis posteriormente. McLaren, Ron
Dennis, Hamilton e Alonso foram chamados para dar explicações para a FIA. No
fim das contas, apenas a McLaren foi punida: excluída dos construtores e teve
que pagar multa de U$$ 100 milhões, além de mostrar com antecedência o projeto
do carro de 2008 para FIA, evitando uma nova possível cópia de dados da
Ferrari.
Voltando...
Diante desses fatos, ficou evidente que Alonso não tinha
mais clima pra seguir na equipe, mesmo tendo assinado contrato até 2009. O
espanhol venceu pela última vez na Itália e alguns erros custaram o sonho do
tri, como a batida no temporal de Fuji, no Japão. No Brasil, embora tivesse
chances matemáticas, Alonso em nenhum momento esteve em condições de ser
campeão, chegando em terceiro e vendo Kimi Raikkonen conquistar um título
improvável, o que não foi de todo ruim para o espanhol.
Em novembro, saiu o anúncio que McLaren e Alonso romperam o
contrato. Três semanas depois, o espanhol assinou o retorno a Renault por 25
milhões de libras em um contrato de dois anos, apesar de também ter recebido
sondagens da Red Bull, Toyota e Honda. Ele seria companheiro de equipe de
Nelsinho Piquet.
RENAULT (2008-2009):
NOVAS POLÊMICAS
Os dois anos seguintes de Alonso foram repletos de rumores. Nas
primeiras corridas da temporada 2008, a Renault não foi tão competitiva e o
espanhol foi o quarto na Austrália e oitavo na Malásia. Rapidamente surgiram
especulações de Alonso estar insatisfeito e querer deixar a equipe. Mario
Theissen, chefe da BMW Sauber, queria o espanhol no lugar de Nick Heidfeld para
conquistar a primeira vitória da equipe. Em entrevista, Alonso disse que queria
pilotar com eles em 2009 e ir para a Ferrari em 2010. A Toyota também se
interessou. Existia a especulação de uma cláusula de rescisão e de
produtividade que Alonso poderia deixar a Renault e substituir Felipe Massa a
partir de 2010, o que foi negado por Luca di Montezemolo.
No Bahrein, o reencontro entre Hamilton e Alonso. Em um
incidente, a traseira da Renault ficou danificada, enquanto o bico do carro
inglês também. A imprensa acusou Alonso de frear antes da hora, mas a
telemetria dos dois carros desmentiu isso.Em casa, na Espanha, Alonso largou em segundo porque estava com o tanque
vazio, mas o motor estourou na volta 35, quando estava em quinto. Depois de
chegar em sexto na Turquia, o espanhol elogiou a evolução da Renault.
Em Mônaco, chegou em décimo. No Canadá, largando em quarto,
se envolveu em um acidente com Nick Heidfeld na volta 45 e ficou fora. Na
França, de novo largou leve em terceiro, entre as duas Ferrari. Na corrida, foi
sendo superado por todo mundo, inclusive o companheiro de equipe Nelsinho
Piquet, e o espanhol foi o oitavo. Em Silverstone, Alonso foi o sexto. Na
Alemanha, após largar em quinto, envolveu-se em um incidente com a Williams de
Nico Rosberg e terminou em 11°. Na Hungria, largou em sétimo e chegou em
quarto, beneficiado pelos abandonos de Lewis Hamilton e Felipe Massa.
No GP da Europa, Alonso vinha forte durante os treinos, mas
foi somente o 12°. Na largada, foi atingido por outra Williams, dessa vez a de
Kazuki Nakajima, que danificou a asa traseira e o câmbio. Em Spa, o espanhol
erao quinto a corrida toda, quando a
chuva apertou. Alonso apertou no pneu de chuva forte. A pista secou, mas mesmo
assim Alonso conseguiu passar Kubica e Vettel no final para chegar em quarto.
Em Monza, repetiu a colocação, fazendo a Renault empatar com a Toyota nos
construtores.
Cingapuragate:
Foto: Race Fans
Na primeira corrida noturna da história, um problema na
pressão do combustível fez Alonso largar somente na 15°. Parecia uma corrida
sem perspectivas para a Renault outra vez, até Nelsinho Piquet bater no início
da corrida, provocar um Safety Car logo depois da parada de Alonso e contar com
o erro no pitstop de Felipe Massa para o espanhol vencer de forma improvável
pela primeira vez no retorno a Renault. A verdade foi descoberta só no ano
seguinte.
Depois de ser demitido, Nelsinho Piquet denunciou o fato para a FIA. Briatore
foi avisado de que se a Renault não vencesse, a equipe seria fechada na F1.
Ameaçando demitir Piquet, o brasleiro contou que foi coagido a bater de
propósito em Cingapura para ajudar Alonso, que não sabia de nada. Briatore foi
suspenso e Pat Symonds suspenso por cinco anos.
Voltando...
No Japão, com uma estratégia de duas paradas em Fuji, Alonso
voltou a vencer, evidenciando a boa forma. Dessa vez, sem polêmicas. A reta
final da temporada foi muito boa. Na China, chegou em quarto. No Brasil, foi o
segundo, enquanto o arquirrival Hamilton derrotava Massa na disputa do título
mundial. Nas últimas oito corridas, Alonso foi o piloto que mais marcou pontos
na temporada, superando inclusive os dois que disputavam o título. Foi o quinto
colocado no Mundial, com 61 pontos, deixando a Renault em quarto nos
construtores, com 80 pontos. No fim da temporada, renovou por mais dois anos
com a Renault, encerrando as especulações que dominaram a temporada.
O R29 teve desempenho muito ruim nos testes de pré-temporada
e Alonso não esperava um grande ano outra vez. Na abertura da temporada, Alonso
escapou de um acidente e, beneficiado pelo Safety Car causado pelo acidente
entre Kubica e Vettel no fim, conseguiu chegar em quinto. O espanhol não tinha
gostado de como o KERS, grande novidade da temporada, havia funcionado. Na
Malásia, foi o décimo primeiro. Na China, largou em segundo e chegou em nono,
chegando em ambas mais de um minuto atrás de Jenson Button, vencedor com a
surpreendente Brawn GP.
No Bahrein, chegou em oitavo após uma dura batalha após
o carro ficar com pedaços de garrafa quebrada. Tamanho esforço fez Alonso ficar
desidratado e passando mal após a corrida. Na Espanha, brigou o tempo todo com
Webber pelo sexto lugar, mas chegou em quinto após Massa abandonar na última volta.
Em Mônaco, contou com os abandonos de Kovalainen e Vettel para chegar em
sétimo, tendo largado em nono. Lutando bastante com o carro, chegou em décimo na Turquia e
em 12° na Inglaterra. No GP da Alemanha, Alonso perdeu posições na primeira
curva, mas conseguiu chegar na sétima posição.
Praticamente sem combustível, marcou a única pole da
temporada, na Hungria. Alonso liderava a corrida até a parada do pit stop no
primeiro stint, quando colocaram a roda traseira esquerda incorretamente.
Depois, o espanhol abandonou com problemas na bomba de combustível. Em
Valência, chegou em sexto e disse que era o melhor a ser feito. Lá, estreou seu
novo companheiro de equipe, o francês Romain Grosjean.
O problema da Hungria persistiu na Bélgica e fez Alonso
abandonar novamente, apesar dessa vez a origem do problema ter sido o toque com
Adrian Sutil na largada. Na Itália, chegou em quinto, reclamando novamente do
KERS. Um ano depois do escândalo e já com Briatore banido, Alonso conseguiu
dessa vez um bom terceiro lugar, sem suspeitas e o único pódio na temporada. O
espanhol polemizou ao dedicar o resultado ao recém-banido chefe, dizendo que
ele “fazia parte disso tudo”.
No Japão, Alonso perdeu cinco posições da largada ao não
diminuir a velocidade durante a bandeira amarela provocada pelo acidente de
Sebastien Buemi. Sem velocidade e chegando apenas em décimo, Alonso admitiu que
a punição decidiu o rumo da corrida. No Brasil, a corrida durou uma volta,
quando o espanhol não conseguiu escapar do acidente entre a Toyota de Jarno
Trulli e a Force India de Adrian Sutil, danificando o sidepod do carro da
Renault.
Nesse meio tempo, já tinha sido anunciada a ida de Alonso
para a Ferrari, desejo pessoal dos últimos anos, onde seria companheiro de
Felipe Massa. Na corrida final, em Abu Dhabi, foi apenas o 14°. Ele agradeceu
os serviços da Renault e relembrou as conquistas mundiais e de construtores.
Ele foi o nono colocado no Mundial, marcando todos os 26 pontos da Renault,
oitava colocada nos construtores.
Em breve, a terceira parte do Especial Alonso. Até!
Fala, galera! Como será a última corrida da F1 na Malásia, o blog resolveu listar as corridas mais significativas que aconteceram em Sepang para que você possa acompanhar. Vamos lá!
Foto: Lemyr Martins
Essa corrida eu publiquei no ano passado. A primeira vez da Malásia na F1 foi em 1999, na penúltima etapa do campeonato. Ela marcou o retorno de Michael Schumacher nas pistas após ter fraturado a perna em Silverstone. O alemão teve um fim de semana de gala: pole position e tinha tudo para coroar com uma vitória magistral. Entretanto, o então bicampeão mundial teve que fazer, quem diria, papel de escudeiro: no fim da prova, abriu passagem para o companheiro de equipe Eddie Irvine vencer e abrir vantagem para Mika Hakkinen na disputa pelo título. Dobradinha da Ferrari e tudo indicava que o jejum de 20 anos sem títulos seria quebrado pelo irlandês. Ledo engano: em Suzuka, Hakkinen venceu, Irvine foi apenas o quinto e o finlandês sagrou-se bicampeão mundial.
Foto: F1 Expert
O F2001 foi um dos carros mais dominantes da F1. Tudo indicava uma dobradinha Schumacher-Barrichello, até que as duas Ferraris escaparam da pista após derraparem na mancha de óleo deixada pela BAR de Olivier Panis, a chegada da chuva e um erro no pit de Rubinho fizeram as duas Ferraris caírem para as últimas posições. Entretanto, depois que a pista secou, os dois não tiveram dificuldades para escalar o pelotão e fazer uma das tantas dobradinhas que os dois protagonizaram nas seis temporadas que ficaram juntos na Ferrari.
Foto: Motorsport
Essa corrida de 2003 teve efeitos simbólicos para a F1. No começo da temporada, a McLaren continuou o projeto de 2002 e já havia vencido na Austrália com David Coulthard. Na Malásia, um jovem Fernando Alonso fez sua primeira pole position da carreira, até então o mais jovem a alcançar tal feito. Entretanto, a estratégia da McLaren prevaleceu e o também jovem Kimi Raikkonen venceu pela primeira vez na F1, aproveitando a quebra do companheiro e o incidente de Schumacher e Trulli na largada. De quebra, Alonso marcou a primeira pole e o primeiro pódio de um espanhol na categoria.
Foto: Gazeta Press
Em 2008, Raikkonen venceu pela segunda vez em Sepang. Entretanto, destaco essa corrida pelo erro de Felipe Massa. O brasileiro largou na pole e tinha tudo para vencer, mas acabou rodando sozinho e abandonou. Certamente essa foi uma das corridas que lhe custaram o título daquele ano.
Foto: Motorsport
A última corrida que foi interrompida antes da metade. Com isso, ela valeu menos pontos. Em 2009, o GP da Malásia teve apenas 33 voltas em virtude da forte chuva que começou a cair e não parou mais. Com o céu escurecendo e a ausência de luz natural, Button venceu e levou apenas 5 pontos; Nick Heidfeld foi o segundo, com 4 pontos e Timo Glock o terceiro, com 3; o início arrasador da Brawn e de Button foi o melhor de uma equipe estreante na história da F1, mas o que ficou marcado na memória dos fãs foi Kimi Raikkonen abandonando a pista para comer picolé.
Foto: Motorsport
Outra corrida marcada pela chuva. A dupla da McLaren (Hamilton e Button) largou na pole. Com a chuva aumentando de intensidade, a corrida chegou a ser paralisada e quem se deu melhor foi Alonso, que pulou para a liderança, seguido de Sérgio Pérez, da Sauber. Com a pista secando, o mexicano foi se aproximando do espanhol quando estranhamente errou e perdeu a chance de vencer pela primeira vez na carreira e na história da Sauber, mas conquistou seu primeiro pódio na carreira e levou Peter Sauber às lágrimas. O espanhol faturou a corrida malaia pela terceira vez na carreira.
Foto: Getty Images
Com a Mercedes dominando a F1 desde 2014, tudo se encaminhava para mais uma vitória tranquila das flechas de prata. Entretanto, para a surpresa de todos, a Ferrari superou os alemães na pista e Sebastian Vettel, o maior vencedor da história do circuito até então, venceu pela primeira vez com a Ferrari logo em sua segunda corrida pela equipe, quebrando um jejum de um ano e meio sem vitórias pessoais e de quase dois anos da Ferrari.
Foto: Getty Images
A imagem do campeonato. O momento que decidiu o título para Nico Rosberg no ano passado. Hamilton liderava tranquilamente até o motor estourar na volta 43. Isso permitiu uma dobradinha da Red Bull, com Ricciardo e Verstappen, seguidos de Rosberg em terceiro, quebrando um jejum de dois anos sem vitória do australiano e a primeira dobradinha taurina desde o Grande Prêmio do Brasil em 2013.
Gostaram das corridas selecionadas? Tem sugestão de outras temporadas? Participe!
Fala, galera! Saindo a parte 4 do especial Jenson Button com bastante atraso... Peço perdão pelo vacilo :(
Paramos no fatídico ano de 2008, onde a Honda mais uma vez fez um carro ruim e no fim do ano pulou fora da F1, deixando Button e Barrichello sem equipe para 2009. Tudo parecia acabado, mas o imponderável aconteceu...
No dia 5 de março de 2009, às vésperas do início do ano, foi anunciado que a Honda iria correr como Brawn GP, pois Ross Brawn, chefão da equipe, havia comprado o espólio da equipe japonesa. O carro precisou ser de certa forma redesenhado, pois a Brawn utilizou motor Mercedes. Button e Barrichello foram anunciados como dupla da equipe, basicamente uma continuação da Honda. Por ter sido comprada em cima da hora e vinda de dois anos péssimos, não havia muita perspectiva para a então equipe Brawn GP, uma grande interrogação no mundo da F1.
Foto: Wikipédia
Na primeira metade do ano, a Brawn se beneficiou do polêmico difusor duplo, que deu vantagem para as equipes que estavam utilizando sobre aquelas que não haviam feito. Brawn e Toyota pularam na frente, e McLaren e Ferrari ficaram para trás. A partir do momento em que todas as equipes construíram o difusor, o domínio de Button acabou, mas já era tarde: o britânico havia vencido 6 das primeiras 7 corridas da temporada. Na segunda metade, foi apenas o sexto maior pontuador, vindo sua vantagem diminuir perigosamente após o crescimento de Barrichello, que conquistou algumas vitórias na segunda metade do ano.
A equipe impressionou logo no início, fazendo 1-2 no grid, com Button na frente (sua terceira pole position) e Barrichello atrás. A corrida também terminou com dobradinha, a primeira vez que uma equipe estreante fez isso desde 1954. Button descreveu como um "conto de fadas que vira realidade". Na Malásia, o resultado se repetiu, embora a corrida tenha sido paralisada antes da metade das voltas estabelecidas em virtude de uma forte chuva. Sendo assim, apenas metade dos pontos foram válidos. Na China, Button foi o terceiro, atrás da dobradinha da Red Bull, de Vettel e Webber. No Bahrein, a "normalidade" voltou, com mais uma vitória de Jenson.
Foto:Autoblog
6:39
A quinta etapa do campeonato foi na Espanha. O retorno à Europa permite as equipes atualizarem os carros. A Brawn BGP 001 correu pela primeira vez com novas peças, pois estava com o mesmo carro desde o início do ano. Button foi o pole e descreveu as atualizações como "um bom passo adiante". Ele e Rubinho planejaram três paradas. Entretanto, quando Barrichello assumiu a ponta, a Brawn modificou a estratégia de Jenson, que parou duas vezes, e manteve a de Rubinho. Button venceu com larga vantagem e revoltou Barrichello, que se sentiu "sacrificado" para atender os interesses do piloto britânico: "se eu perceber qualquer sinal de que estão favorecendo Jenson, eu vou pendurar meu capacete amanhã".
8:19
Foto: Motorsport
Em Mônaco, Button conquistou mais uma pole position, a quarta da temporada. "Foi uma das melhores voltas da minha vida", afirmou. Na corrida, administrou os pneus bem melhor que o companheiro de equipe e venceu mais uma. A imprensa britânica estava empolgada: "vimos atuações assim de Senna e Schumacher. Definitivamente Button mostra que é um belo piloto, prejudicado por carros ruins nos últimos anos". Na Turquia, Button largou em segundo, atrás de Vettel. Entretanto, um erro do alemão na primeira volta o permitiu assumir a ponta para vencer a quarta corrida consecutiva, a sexta em sete provas, feito até então só alcançado por Alberto Ascari, Juan Manuel Fangio, Jim Clark e Michael Schumacher, todos campeões mundiais.
Foto: Grand Prix
O GP da Inglaterra marcou o fim da hegemonia de Button na temporada e o começo de resultados ruins e medianos. Ele foi apenas o sexto, seguido de um quinto lugar na Alemanha, em corridas dominadas pela Red Bull. A Brawn estava esperançosa de um bom resultado no GP da Hungria, tendo realizado atualizações no carro e nas melhores condições para suportar o calor na temperatura dos pneus. Todavia, Button foi apenas o sétimo, o pior resultado na temporada. Durante a corrida, ele perguntou: "como o carro pode estar tão ruim no momento?"
Sua "má fase" prosseguiu no GP da Europa, em Valencia. Ele foi superado por Rubinho na classificação e depois por Webber na corrida, foi apenas o sétimo e viu Barrichello vencer, diminuindo a vantagem para apenas 18 pontos. A imprensa britânica disse que Button estava sentindo a pressão por estar liderando o campeonato. Na Bélgica, abandonou pela primeira vez, após bater com Grosjean na primeira volta. Button somou apenas 11 pontos em cinco corridas, faltando cinco corridas para o fim do campeonato, com 16 pontos de vantagem para Rubinho e 19 e 20,5 para Vettel e Webber, respectivamente.
Jenson se recuperou em Monza: chegou em segundo, atrás de Barrichello na dobradinha da Brawn. Na corrida seguinte, em Cingapura, foi apenas o 12° no treino, mas se recuperou na corrida e chegou em quinto, a frente de Rubinho, o sexto. Faltando três provas e 30 pontos, Button estava 15 pontos a frente de seu companheiro de equipe e 25 de Vettel, com Webber já fora da disputa. Uma semana depois, no Japão, a Brawn foi mal de novo: Barrichello em sétimo e Button em oitavo.
No Grande Prêmio do Brasil, Button foi muito mal no treino, escolhendo os pneus errados na hora do temporal e largou apenas em 14°. Vettel largou em 16°, mas Barrichello foi pole. Na corrida, Jenson foi ajudado por um acidente na primeira volta, e já estava em sétimo na volta sete. Na metade da prova estava em segundo, mas terminou em quinto, somando pontos suficientes para garantir o inédito título mundial faltando uma corrida para o fim do campeonato.
Foto: Getty Images
Foto: Daily Mail
Button foi até então o segundo piloto com maior número de corridas para se sagrar campeão mundial, com 169 provas, apenas superado por Mansell (176) e agora Nico Rosberg (206). Ele publicou o livro "My Championship Year", publicado dia 19 de novembro, que conta sobre o ano do título mundial.
Na última corrida da temporada, Button largou atrás de Rubinho, mas chegou em terceiro na corrida.
Por enquanto é isso galera, em breve a última parte do Especial Jenson Button, falando da sua carreira na McLaren até o final, que foi no último domingo. Até mais!
Salve, pessoal. Tudo bem? É semana de GP Brasil! Essa é uma das imagens mais icônicas da era moderna da F1.. O primeiro título de Hamilton e a última vitória de Felipe Massa... O contraste, percebe-se, está além da foto do dia 2 de novembro de 2008: A "alegria triste" do vencedor Massa, e o êxtase do campeão Hamilton.
Por falar no inglês de penteados excêntricos e ousados, Lewis virá mais tarde para o Brasil. O tricampeão participaria de uma coletiva de imprensa em um hotel de São Paulo em um evento de um patrocinador da Mercedes, mas foi cancelado. Especula-se que o tricampeão não está se sentindo bem (Será que bebeu alguns drinks suspeitos?) e que até não participaria da corrida do fim de semana. Vale ressaltar que, embora tenha sido campeão em 2008, Hamilton nunca venceu em Interlagos. Será que esse ano finalmente vai?
Foto: Renan do Couto/Grande Prêmio
Em parceria com o Instituto Ayrton Senna e a autorização do condomínio e seus moradores, foi inaugurado um painel com a imagem do tricampeão. A obra é de autoria do artista Eduardo Kobra e o mais importante: É permanente. Muito lindo.
A McLaren, como sempre, vai testar possíveis soluções aerodinâmicas e de motor em Interlagos. A informação é de Eric Boullier, diretor da equipe. Pronto, essa era a notícia. Alonso e Button, campeões no Brasil, afirmaram que adoram o público brasileiro e que estão correndo por diversão, até porque não há outra coisa a fazer. Boullier, entretanto, teme que Alonso perca a motivação de correr na F1 pelo fato do carro estar tão lá atrás e apresentar diversos problemas. Existe uma solução bem simples para isso: RESOLVA OS SEUS PROBLEMAS, McLAREN HONDA!
Países que mais venceram no GP Brasil:
1 - Brasil - 9 vitórias (2x Fittipaldi, Senna, Massa, Piquet e Pace)
2 - França - 8 vitórias (6x Prost, 1x Laffite e 1x Arnoux)
3 - Alemanha - 7 vitórias (4x Schumacher, 2x Vettel e 1x Rosberg)
E para finalizar, alguns vídeos icônicos do GP Brasil: A vitória de Senna em 1991, a corrida de 1977 (em tempos românticos e com Cenas Lamentáveis), vencida pela Ferrari de Carlos Reutemann e o título mundial de Jenson Button em 2009, em corrida vencida por Mark Webber: