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segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

NOVA GERAÇÃO

Foto: Reddit

Fala, galera! Pela primeira vez na história da F1 teremos mudanças significativas em quase todas as equipes. Depois de muitos anos com opções conservadoras e renovações duvidosas, parece que os chefões e as diretorias resolveram repensar suas escolhas, a exceção de Mercedes e Haas, que seguem com suas duplas.

O post de hoje vai abordar as carreiras de alguns novatos que vêm se destacando na base e terminaram como consequência subindo para a categoria principal. São os casos de Lando Norris, Antonio Giovinazzi, Alexander Albon e George Russell. Vamos lá:

ANTONIO GIOVINAZZI

Foto: Auto Sport

Tecnicamente, o italiano não está fazendo sua estreia na F1. No ano passado, na mesma Sauber, disputou as duas primeiras etapas (Austrália e China) no lugar do machucado Pascal Wehrlein. Foi 12° em Albert Park e abandonou em Xangai.

Dessa vez, o italiano vai estrear, de fato, como titular da equipe suíça, tendo nada mais nada menos que o campeão Kimi Raikkonen como parceiro. Além disso, Giovinazzi quebra uma sequência de quase oito anos sem um piloto italiano na categoria. O último titular foi Jarno Trulli com a Caterham, no já distante ano de 2011.

Na quinta-feira Antonio completou 24 anos, o que na precocidade de hoje pode ser considerado uma estreia tardia na F1, nos moldes dos anos 1980 e 1990, mas os últimos serão os primeiros, certo? Vandoorne que o diga... Bem, que o italiano tenha a longevidade que o belga não teve.

Giovinazzi começou no kart com 12 anos e logo na primeira temporada foi campeão italiano e europeu da modalidade em 60 cilindradas. Com 18 anos, foi para os monopostos disputar a Formula Pilota China, onde foi campeão com seis vitórias. Com o título, acabou correndo na última etapa da Formula Abarth, em Monza. Sendo piloto convidado, o italiano conseguiu duas vitórias e um segundo lugar.

No ano seguinte, Giovinazzi foi correr na F3 Europeia. Em fase de adaptação, terminou o campeonato em 17°, com 31 pontos. No mesmo, competiu  na F3 Britânica, onde foi vice-campeão com duas vitórias, sete pódios e 135 pontos. Em 2014, assinou com a Carlin e correu apenas a F3 Europeia. Com duas vitórias, duas poles e sete pódios, o italiano terminou o campeonato em sexto, com 238 pontos.

Em 2015, continuou na F3 e seguiu impressionando. Com incríveis seis vitórias, quatro poles e vinte pódios, mesmo assim foi outra vez vice, com 412,5 pontos. A exemplo de 2013, correu outra vez na Masters Of Formula 3, onde foi vencedor, e correu pela primeira vez o GP de Macau, onde terminou em quarto.

O passo natural era chegar na GP2, o penúltimo estágio antes da F1. Correndo pela Prema, foi companheiro de equipe de Pierre Gasly, vice-campeão da Fórmula Renault 3.5 em 2014. O começo não foi dos melhores: saiu zerado nas duas primeiras etapas, mesmo largando as duas vezes na pole reversa. A recuperação veio em Baku, quando venceu as duas corridas, sendo o primeiro da categoria a fazer isso desde Davide Valsecchi em 2012.



Em Spa, apesar de ter feito a pole, o companheiro e rival Gasly venceu a corrida do sábado, a que vale mais pontos. Giovinazzi venceu a corrida de domingo. Em Monza, outra pole. No entanto, acabou sendo desclassificado em virtude de o carro ter descumprido questões do regulamento. Largando em último, foi beneficiado por um Safety Car para vencer a corrida de domingo.

O italiano chegou a ser o líder do campeonato quando venceu pela quinta vez na temporada, na Malásia, numa disputa com Sergey Sirotkin. Apesar da vantagem na bateria final, em Abu Dhabi, a vitória de Gasly na primeira etapa fez com que Giovinazzi precisasse tirar 12 pontos de vantagem na corrida final.



O italiano chegou na frente de Gasly, mas Alex Lynn venceu e Giovinazzi foi vice-campeão por oito pontos. Se fosse campeão, teria sido o primeiro novato a ganhar desde Nico Hulkenberg.

Depois do campeonato, Giovinazzi foi anunciado como piloto reserva da Ferrari. Após as duas corridas pela Sauber, seguiu os últimos dois anos sendo reserva de Ferrari, Haas e Sauber, participando de alguns treinos livres por essas duas equipes e trabalhando bastante no simulador, além de ter participado de algumas etapas da Le Mans Ásia, do WEC, além das 24 Horas de Le Mans desse ano, quando terminou em quinto pela AF Corse na categoria LMGTE Pro.


ALEXANDER ALBON

Foto: FOX Sports Asia
O segundo tailandês da história da categoria nasceu em 23 de março de 1996. Vai ter quase 23 anos em sua estreia na categoria. Apesar de defender a bandeira do país asiático, Albon nasceu e vive em Londres desde sempre. Nigel Albon, o pai, também foi piloto e participou do Campeonato Britânico de Carros de Turismo e do Porsche Carrera Cup. Albon filho é budista, tendo estudado na escola de Ipswich, no nordeste da Inglaterra.


Começou no kart aos 8 anos, vencendo o campeonato de Hoddesdon. Até os 15 anos, Albon venceu diversos campeonatos na Inglaterra e também foi vice-campeão mundial e europeu na modalidade. A estreia nos monopostos foi em 2012, na Fórmula Renault 2.0. Com patrocínio da Red Bull, Albon fez um ano terrível: não marcou pontos e acabou sendo cortado da academia dos taurinos.

A temporada seguinte foi só um pouco melhor: conquistou a pole no Red Bull Ring. Fez 22 pontos e foi o 16°. Em 2014, mesmo sem vencer, foi o terceiro colocado: uma pole em Nurburgring e 117 pontos. Em 2015, Albon migrou para a F3 Europeia, onde foi o sétimo, com duas pole positions, quatro vitórias e cinco pódios, totalizando 187 pontos.

No ano seguinte, foi para a GP3. Com quatro vitórias pela ART, Albon foi vice-campeão, perdendo para o então companheiro de equipe Charles Leclerc. No ano passado chegou na F2, correndo pela ART e tendo Nobuharu Matsushita como parceiro de equipe. Na corrida de abertura, no Bahrein, largou em nono e chegou em sexto. Com o grid invertido, pulou para segundo diante dos problemas do japonês. No entanto, um toque na largada com Luca Ghiotto forçou o tailandês a chegar apenas em sétimo.

Na Espanha, uma largada feroz prenunciava a disputa entre Leclerc, o pole, Albon e Ghiotto. Com os dois nos boxes, Albon iria parar depois, mas um Safety Car prejudicou seus planos. Mesmo assim, com pneus mais frescos, chegou em quinto. Na corrida reversa, duelou outra vez com o monegasco e foi superado nas voltas finais, caindo para a oitava posição.

Em Mônaco, faltou milésimos para largar na pole, conquistada por Charles Leclerc. Com um acidente na largada e posterior problemas de tráfego, Albon terminou num decepcionante quarto lugar. Na corrida invertida, largou em quinto e chegou em sexto.

Albon chegou a ficar fora das etapas de Baku depois de ter quebrado a clavícula numa corrida de mountain bike. O retorno foi logo depois, na Áustria. Ainda com a clavícula quebrada e com marcas da cirurgia realizada, fez o quarto tempo, mostrando que era possível chegar no pódio pela primeira vez na categoria. Largando em terceiro diante da desclassificação de Sérgio Sette Câmara, foi superado no fim pelas DAMS de Oliver Rowland e Nicholas Latifi e chegou em quinto. No entanto, o primeiro pódio veio na corrida reversa, chegando em segundo.Terminou a temporada com o segundo lugar na corrida reversa de Abu Dhabi e chegou em décimo no campeonato, com 86 pontos.





Nesse ano, Albon desabrochou. Largando de trás e aparecendo praticamente só no final da corrida, o tailandês terminou em terceiro o campeonato, com 212 pontos. Teve quatro vitórias na temporada (Baku 1, Silverstone 1, Hungria 1 e Rússia 1), além de oito pódios.



No final do ano, já tinha assinado contrato com a e.DAMS para correr na Fórmula E, chegando até a viajar para testar o carro nos testes de pré-temporada. No entanto, diante da ótima temporada na F2 aliada a falta de opções da Red Bull em sua academia para efetivar algum piloto, Helmut Marko teve que recorrer ao demissionário piloto de 2012 que, assim como Hartley, está de volta para a família taurina logo na Toro Rosso para fazer a estreia na F1, algo que parecia bem fora das possibilidades mas que se mostrou digna de merecimento diante da temporada esplendorosa que Albon realizou nesta temporada.

LANDO NORRIS

Foto: McLaren
Esse você já viu o histórico AQUI, no ano passado. O que se pode complementar é que Lando, apesar de vice-campeão da F2 e de ter subido para a McLaren, não provou o hype e fez uma temporada até decepcionante, com alguns erros e bem longe do piloto brilhante apontado anteriormente. Lando sequer brigou diretamente pelo título (coube isso a Albon). Na McLaren, mesmo em uma equipe deficiente, vai ter que provar o hype e mostrar que não está lá por ser empresariado pelo chefe Zak Brown, até porque Sainz é bem vencível. 

GEORGE RUSSELL

Foto: Getty Images

O piloto da Williams vai estrear na F1 com 21 anos, completados no dia 15 de fevereiro. Nascido em King’s Lynn, Norfolk, o britânico começou no kart aos 7 anos e ficou até aos 15, conquistando diversos títulos nacionais e culminando com a conquista mundial em 2013.

Em 2014, estreou nos monopostos na Fórmula Renault. Apesar de ter se ausentado de uma etapa por estar doente, Russell terminou em quarto o campeonato, com apenas um pódio, na Áustria. No mesmo ano, o britânico também participou da Eurocup Fórmula Renault, vencendo as duas corridas que participou, em Moscou e em Jerez, onde também largou na pole, apesar de ser apenas um piloto convidado.

No mesmo ano, Russell participou da F4. Disputando ferrenhamente o título com o companheiro de equipe Arjun Maini (Lanan Racing) e a dupla da HHC Motorsport (Sennan Fielding e Raoul Hyman). Largando da pole, Russell venceu e foi campeão, três pontos a frente de Maini.

Como prêmio pelo título, Russell pode testar um carro da GP3 da Arden em Abu Dhabi. No fim daquele ano, foi eleito o mais jovem vencedor do prêmio McLaren Autosport. Como consequência, foi chamado para participar do programa de jovens pilotos britânicos, sendo o mais jovem a ser recrutado para tal.

Em 2015, subiu para a F3, na Carlin. Venceu logo na abertura, em Silverstone, e também na segunda corrida, superando Charles Leclerc e Antonio Giovinazzi, por exemplo. Russell conseguiu mais dois pódios, em Spa e em Norisring, terminando em sexto no campeonato e sendo o vice entre os novatos, perdendo para Charles Leclerc.No Masters of Formula 3, Russell largou em quarto e chegou em segundo, atrás do companheiro de equipe Giovinazzi. No ano seguinte, terminou a F3 em terceiro, com duas vitórias.

Para 2017, Russell foi para o GP3 Series, com a ART Grand Prix. Começou a temporada com um quarto e quinto lugares, na Catalunha. Em Silverstone, voltou a ser pole e venceu a primeira corrida, além de chegar em quarto na segunda, assumindo a liderança do campeonato. Em Spa, uma perfomance dominante: vitória e um segundo lugar, além de pole e volta mais rápida, aumentando a vantagem no campeonato.

Em Monza, diante da chuva, a corrida de sábado foi cancelada. No domingo, Russell venceu pela quarta vez na temporada. Quatro vitórias, três poles e cinco pódios foram o suficiente para o britânico garantir o título. Em Jerez, garantiu o título ainda na corrida 1, ao chegar em quarto, faltando ainda outras três etapas para acabar o campeonato.

No mesmo ano, foi anunciado como piloto da academia da Mercedes, participando dos testes de pneus na Hungria. Russell também participou de treinos livres no Brasil e em Abu Dhabi pela Force India, além de ser oficializado como piloto reserva da equipe alemã.

Nesse ano, foi para a F2. Largou em segundo e chegou em quinto na abertura do campeonato, em Bahrein. Em Baku, estava se encaminhando para vencer pela primeira vez, mas um Safety Car na hora errada fez o britânico vencer apenas na corrida 2, quando largou em 12°. A segunda vitória da temporada veio em Barcelona, numa batalha eletrizante com Nyck De Vries. Com o quarto lugar da corrida 2, Russell era o vice-líder da tabela. Em Mônaco, um problema no treino livre o fez largar longe dos pontos e sair zerado de lá.

Depois disso, Russell engrenou na temporada. Vitória na corrida 1 na França, seguida de uma vitória e um segundo lugar na Áustria e dois segundos lugares em Silverstone.  Na Hungria, apenas um oitavo lugar na corrida 2, que foi recompensada com uma sequência impressionante de pontos, incluindo três vitórias nas últimas cinco corridas (Monza 2, Rùssia 2 e Abu Dhabi 1) e dois quartos lugares, o que culminou com o título e a confirmação de que iria para a F1 na Williams para o ano que vem antes mesmo do título ser matematicamente confirmado.





Bem pessoal, essas são as histórias dos novatos... isso que nem nos aprofundamos em Verstappen, Gasly, Leclerc... É a nova geração chegando de forma tão rápida e avassaladora que nos faz nos sentirmos velhos. É o tempo, o rito de passagem... caras como Hamilton, Vettel, Grosjean e Hulkenberg são os “veteranos”, sem contar o retorno improvável de Kubica e o amadurecimento de Pérez.

Até mais pessoal, talvez tenha sido o último post do ano. Se for mesmo, que o 2019 de vocês seja maravilhoso! Até mais, com muito conteúdo e sempre buscando melhorar mais e mais!

Obrigado!



terça-feira, 20 de novembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - PARTE 1

Foto: Reprodução

Olá, amigos!

Nesse fim de semana, Fernando Alonso faz no mínimo um “até logo” na F1, pois o espanhol ainda deixou em aberto um possível retorno para a categoria a partir de 2020. Se isso vai acontecer nós não sabemos, mas aproveitamos o final dos quase 17 anos na categoria (2002 ele foi piloto de testes) para relembrar a carreira do bicampeão e considerando um dos maiores pilotos da história. Vamos lá:

HISTÓRIA

Fernando Alonso nasceu no dia 29 de julho de 1981 em Oviedo, capital da região autônoma das Astúrias, no norte da Espanha. A mãe trabalhava numa loja de departamento e o pai era mecânico em uma fábrica de explosivos perto da cidade. José Luis, o pai, era um kartista amador e queria passar sua paixão pela velocidade para os filhos. Ele construiu um kart para Lorena, irmã mais velha de Alonso mas ela não se interessou, ao contrário de Fernando, que com três anos de idade deu suas primeiras arrancadas por aí.


Alonso competiu em competições de kart pela Espanha ajudado pelo pai, que também era mecânico. A família não tinha condições financeiras de apoiar Fernando nas competições, mas as vitórias do jovem kartistas atraíram patrocinadores. Sem grana pra comprar pneus para chuva, Alonso aprendeu a controlar o kart com pneus slicks. O kart foi fundamental para o espanhol lidar com diferentes estilos de pilotagem, uma de suas grandes qualidades na F1.



Alonso foi tetracampeão espanhol de kart de forma consecutiva, além da Copa do Mundo Júnior da modalidade em 1996. No ano seguinte, ele venceu o italiano Inter-A. Em 1998, foi a vez de vencer o Espanhol Inter-A, além de ser vice-campeão europeu na mesma temporada.


Com 17 anos, o compatriota Adrián Campos deu a Alonso a oportunidade de testar uma Minardi. Em três dias de testes no circuito de Albacete, Ferdi igualou os tempos de Marc Gené. Para 1999, Alonso competiu no Euro Open MoviStar. Na segunda etapa, outra vez em Albacete, venceu pela primeira vez. Alonso foi campeão com apenas um ponto de vantagem para Manuel Giao depois de vencer e fazer a volta mais rápida na última corrida. No fim do ano, Alonso fez outro teste pela Minardi e foi um segundo e meio mais rápido do que os outros pilotos que testaram o carro.

Em 2000, o último passo: a Fórmula 3000. Mais jovem do grid, Alonso demorou sete corridas para marcar os primeiros pontos, quando teve duas vitórias e dois segundos lugares, terminando o campeonato em quarto, atrás do brasileiro Bruno Junqueira, do francês Nicolas Minassian e do australiano Mark Webber.

MINARDI (2001)

Foto: Minardi
Alonso foi o terceiro piloto mais jovem da história (na época, é claro) a estrear na F1. Foi também a primeira temporada da Minardi sob a administração de Paul Stoddart. O carro não era nem rápido e tampouco confiável.

Fazendo o que podia, o espanhol chamou a atenção das equipes maiores. A Sauber chegou a cogitar contratá-lo para substituir Kimi Raikkonen, mas preferiu ficar com o brasileiro Felipe Massa.  No entanto, seu empresário Flavio Briatore tinha outros planos. Ele queria colocar o espanhol na Benetton, no lugar de Jenson Button. Com a Renault comprando a equipe inglesa/italiana, Alonso ficou como piloto de testes na temporada seguinte. 

Na última corrida da temporada, no Japão, Alonso foi o 11°, a frente de carros como a Prost de Frentzen e a BAR de Olivier Panis, além das duas Arrows e do então companheiro de equipe, o malaio Alex Yoong. Anos depois, Stoddart classificou a corrida da Fênix como “53 voltas de classificação”. O espanhol ficou atrás na tabela do outro companheiro de equipe que teve na temporada, o brasileiro Tarso Marques. O melhor resultado da temporada foi o décimo lugar na Alemanha, o que hoje lhe daria um ponto na F1.


RENAULT (2003-2006): PRIMEIRAS VITÓRIAS E FIM DA ERA SCHUMMI

Foto: MotorSport
Em 2002, Alonso foi apenas piloto de testes da equipe francesa, onde andou 1.642 voltas e mais 52 pela Jaguar em um teste em Silverstone. Como planejado, Briatore sacou Jenson Button e colocou o espanhol para correr junto com o italiano Jarno Trulli. É claro que a imprensa britânica não gostou da decisão. Em entrevista para a F1 Racing, o diretor técnico Mike Gascoyne disse que era a decisão certa a se fazer porque a equipe estava impressionada com o trabalho realizado pelo espanhol como piloto de testes.

E a justificativa fez sentido. Logo na segunda etapa, na Malásia, Alonso sagrou-se o piloto mais jovem da história a ser pole position e também o mais jovem a ir no pódio na mesma corrida, quando foi o terceiro. Foi a primeira vez que um piloto espanhol conseguiu tal façanha na categoria. Na corrida seguinte, no Brasil, Alonso bateu forte depois de não ver as bandeiras amarelas agitadas e os destroços na pista causadas pelo acidente da Jaguar de Mark Webber. 




Na Espanha, corrida da casa, outro feito histórico: segundo lugar. Além disso, Alonso conseguiu a primeira vitória da carreira em uma atuação esplêndida na Hungria, sagrando-se o mais jovem a vencer uma corrida na história da F1. Ele terminou o campeonato em sexto, com 55 pontos e quatro pódios.


Com uma Ferrari dominante em 2004, Alonso não pode fazer muita coisa. Manteve os quatro pódios (Austrália, França, Alemanha e Hungria). Em Mônaco, bateu e jogou a culpa em Ralf Schumacher. Na França, foi pole e quase venceu, se não fosse a extraordinária atuação de Michael Schumacher, vencedor com quatro paradas. Nas últimas três etapas da temporada, Trulli foi demitido e substituído por Jacques Villeneuve. Alonso fez 59 pontos e terminou o campeonato na quarta posição.



Em 2005, outro italiano como companheiro de equipe: Giancarlo Fisichella. Na corrida de abertura, na Austrália, a chuva atrapalhou o treino de Alonso, que ainda assim conseguiu chegar em terceiro. 

Ele venceu as duas corridas seguintes (Malásia e Bahrein) largando da pole e venceu a terceira seguida em uma batalha épica contra Schumacher em Ímola. O espanhol revelou que estava com o motor avariado. O problema só foi descoberto depois do treino e a equipe optou por correr ao invés de trocar o motor e ser penalizado com 10 posições no grid.



A McLaren melhorou e Raikkonen venceu as duas seguintes, na Espanha e em Mônaco. Era o único adversário de Alonso, visto que Ferrari e Williams estavam bem abaixo de seus potenciais. Raikkonen iria vencer pela terceira vez seguida em Nurburgring, mas o estouro da suspensão dianteira-esquerda na última vez fez Alonso herdar uma improvável e importantíssima vitória no campeonato. 


Alonso bateu no Canadá e não disputou a corrida dos Estados Unidos em virtude do Caso Michelin. Na França, fez a terceira pole e venceu pela quinta vez na corrida da casa da equipe. Em Silverstone, outra pole, mas dessa vez o espanhol foi superado pela McLaren de Montoya. Na Alemanha de novo, outra vez Raikkonen liderava até sofrer um problema hidráulico, e lá foi Alonso vencer mais uma.

Na Hungria, Alonso largou só em sexto e terminou apenas em 11° depois de se envolver em um acidente com Ralf Schumacher. Na reta final, Alonso terminou em segundo em três provas consecutivas. Raikkonen venceu na Turquia e na Bélgica e terminou em quarto na Itália, reduzindo a vantagem de Alonso em apenas um ponto.

O título veio com um terceiro lugar em Interlagos. Alonso sagrou-se o mais jovem campeão da história da F1, o primeiro da Espanha e terminou com a Era Schumacher. Após a corrida, ele declarou: “eu quero dedicar este campeonato a minha família e a todos os meus amigos próximos que me apoiaram durante a minha carreira. A Espanha não é um país que tenha a cultura da F1e nós tivemos que lutar sozinhos, cada passo do nosso caminho, para fazer isso acontecer. Um obrigado muito especial também para a minha equipe –eles são os melhores na F1 e nós fizemos isso juntos. Eu vou dizer que sou campeão, mas nós somos todos campeões – e eles merecem isso.” Em entrevista anos depois, Alonso disse que essa foi sua grande corrida da carreira: “Foi um sonho se tornando realidade e um dia muito emocionante. Nas últimas voltas, eu pensava estar ouvindo barulhos do motor –de todos os lugares! Mas estava tudo ok. Eu posso lembrar do meu alívio quando cruzei a linha de chegada”.



Nas etapas finais, no Japão e na China, Alonso e Renault sagraram-se ainda campeões de construtores. O espanhol foi terceiro em Suzuka e venceu em Shangai.

Em 2006, defendendo o título, Alonso já começou vencendo no Bahrein, superando Schumacher e saindo da quarta posição. Na Malásia, ficou em segundo, atrás de Fisichella. Na Austrália, venceu após superar a Honda de Jenson Button. Largando em uma posição ruim em San Marino, Alonso recebeu o troco de Schumacher em Ímola e foi superado também no GP da Europa, mesmo largando na pole. O troco veio justamente na Espanha, onde venceu pela primeira vez. Em Mônaco, herdou a pole de Schumacher, punido em 10 posições depois de parar deliberadamente o carro depois completar sua volta no Qualyfing e também venceu.

Alonso chegou a quatro vitórias seguidas ao vencer em Silverstone e no Canadá, as duas largando da pole position. Alonso foi o primeiro piloto da história a terminar as nove primeiras corridas da temporada em primeiro ou segundo, sendo igualado depois por Sebastian Vettel em 2011. 

Schumacher respondeu em Indianápolis, quando venceu e o espanhol terminou em quinto. Nova vitória do alemão na França, com Alonso em segundo. O espanhol ficou em quinto na Alemanha e a vantagem para o heptacampeão era de 11 pontos.

Na Hungria, Alonso foi penalizado no Qualyfing e só largou em 15°, Schummy ficou em 11° pelo mesmo motivo. Na corrida, Alonso se encaminhava para uma vitória épica na chuva quando uma porca da roda soltou de seu carro após o pit stop. Schumacher fez apenas um ponto depois que Robert Kubica foi desclassificado.

Alonso foi o segundo na Turquia, onde Felipe Massa venceu pela primeira vez na carreira. Na Itália, uma corrida desastrosa. Um furo na parte de trás da carroceria fez Alonso largar apenas em quinto. No entanto, o espanhol foi punido por ter atrapalhado Felipe Massa e caiu para décimo. Um problema no motor o fez abandonar e com a vitória de Schummy a vantagem caiu para apenas dois pontos.

Na China, Alonso fez a pole na chuva mas ficou em segundo. Com a vitória de Schumacher, o campeonato estava empatado, com o alemão na frente pelo número de vitórias. No Japão, a Ferrari largou na pole, mais de um segundo a frente das Renault, que ficaram em quinto e sexto. No entanto, na corrida, Alonso pulou para segundo e venceu após Schumacher abandonar com um problema no motor. Com 10 pontos de vantagem, bastava um oitavo lugar no Brasil para ser bicampeão.



Massa venceu em Interlagos e Alonso foi o segundo, Schumacher o quarto. Alonso bicampeão mundial, outra vez no Brasil. O espanhol sagrou-se o mais jovem bicampeão da história e a Renault também venceu os construtores por 5 pontos. Desde 2005 Alonso já tinha acertado com a McLaren para a temporada de 2007, onde, sem o recém-aposentado Michael Schumacher, prometia ser o novo dono da F1.


Até que surgiu um certo Lewis Hamilton... mas isso é assunto para o próximo post. Até mais!

quarta-feira, 26 de abril de 2017

O PERIGO, APESAR DE TUDO

Foto: Reprodução
Dois graves acidentes envolvendo crianças e adolescentes mexeram e deixaram o mundo do automobilismo em clima de consternação. A morte e a gravidade de um impacto sempre mexe com todos nós, principalmente com aqueles que são muito jovens e que tem toda uma vida pela frente...

Durante o treino para uma competição, Gonzalo Basurto, de 11 anos, bateu seu kart contra o outro, capotou e teve ferimentos graves. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas não resistiu e faleceu. O fato aconteceu no kartódromo de Fernando Alonso, nas Astúrias/Espanha, que foi inaugurado recentemente.

Como não poderia deixar de ser, o bicampeão mandou uma mensagem de apoio para a família nesse momento tão complicado.

A Fundação Circuito e Museu Fernando Alonso, por sua vez, informou que todas as medidas de segurança haviam sido adotadas para a realização da prova. Gonzalo Basurto corria de kart há dois naos e estava se preparando para o campeonato das Astúrias.

Foto: Reprodução
Na semana passada, durante a sexta etapa da F4 britânica em Donington, o jovem Billy Monger (17 anos) seguia o traçado da pista até adotar o lado de fora do traçado. Como o clima estava nublado e não dava para ver muita coisa, Billy e a transmissão (que acompanhava em onboard o piloto) foram surpreendidos quando o carro colidiu frontalmente com a traseira do bólido do finlandês Patrik Pasma, que estava parado.

Com a corrida paralisada, Pasma foi levado para o hospital. O caso de Billy foi mais grave: ele ficou preso nas ferragens por 90 minutos antes de ser removido. Diante do impacto frontal em alta velocidade na traseira do outro carro, Billy teve sérias lesões nas pernas, que foram amputadas. Ele chegou a ficar em coma, mas já saiu desse estado, que continua crítico.

Diante da repercussão nas redes sociais, foi organizada uma vaquinha para ajudá-lo. A meta era atingir a marca de 260 mil libras (R$ 1 milhão), que foi dobrada em dois dias de duração, com mais de 12 mil doações, entre elas de pilotos da F1 como Max Verstappen, Felipe Massa, Jenson Button e Lewis Hamilton. Ontem, o jovem Billy agradeceu o envolvimento de todos na sua recuperação.


Diante de acontecimentos sempre tão arrasadores, a conclusão que precisa ficar clara para as pessoas é que: por mais que os carros e os equipamentos fiquem mais modernos e tecnológicos e seja possível diminuir os riscos de danos a saúde dos pilotos, mecânicos e comissários, o fator risco no automobilismo nunca deixará de existir, em qualquer categoria que exista. Os carros são cada vez mais rápidos e acelerar 200 km/h sempre vai ser perigoso.

O que não pode é negligenciar e não oferecer condições de segurança para os profissionais do esporte a motor. Para isso, os autódromos precisam estar bem estruturados e as autoridades cientes das medidas que devem tomar para sempre visar a saúde dos envolvidos.

Sim, mesmo que todas essas medidas sejam tomadas, o risco e o perigo sempre estarão do lado do piloto a cada curva e disputa de posição. Isso é automobilismo, e quem entra nesse universo sabe perfeitamente os riscos disso. Afinal, isso não é para pessoas meramente normais, e os pilotos mostram o porque de tanta adrenalina e fascínio que os carros proporcionam nas pessoas.

Até!