Foto: Fox Sports |
Fala, galera! Como já é tradicional por aqui, começamos a
análise final da temporada 2018 da F1, que coroou Lewis Hamilton e a Mercedes
como pentacampeões mundiais. Sem mais delongas, vamos com a primeira parte, que
terá a análise de Mercedes, Ferrari, Red Bull, Force India (Racing Point) e
Renault:
MERCEDES
Foto: Race Fans |
Lewis Hamilton –
10,0: Irretocável. No auge da forma física e técnica. Ele representa o que
é ser um piloto inteligente e talentoso. Se até os últimos anos a questão
psicológica parecia ser a criptonita de Lewis, hoje não dá para questionar
nada. O famoso “Q.I. de corrida” está no ápice. Ataca quando é para atacar e
administra a situação quando não dá para vencer. Nessa temporada, conquistou
vitórias extraordinárias, como na Alemanha e na Itália e herdou situações em
Baku e no Brasil, por exemplo. A única coisa ruim foi a desnecessária troca de
posições na Rússia, mas essa é uma questão da Mercedes e não do piloto, apesar
de que com o tamanho e a situação do campeonato, Hamilton poderia ter batido de
frente com a chefia, mas isso não influencia na nota final. Dez, nota dez!
Valtteri Bottas –
8,0: Começou o ano combativo, dando pinta de que poderia surpreender. Tinha
tudo para vencer em Baku, mas o azar do pneu furado no final acabou com seu
psicológico. O finlandês não conseguiu mais ser sequer o escudeiro de Hamilton
e gradativamente foi sendo superado pelas Ferrari e depois por Ricciardo (na
primeira metade) e posteriormente por Verstappen (na segunda metade). Na
Rússia, no último brilho do ano, a Mercedes acabou com o piloto que ali
restava. O fim do ano foi patético e isso foi refletido com a quinta posição no
Mundial e sem nenhuma vitória no ano, algo inédito para um piloto da Mercedes
na era híbrida. O finlandês parece ter prazo de validade e deve apenas
esquentar banco para a chegada de Esteban Ocon. Cabe a Bottas mudar e voltar a
ser o combativo dos tempos de Williams e da temporada passada.
FERRARI
Foto: Divulgação/Ferrari |
Sebastian Vettel –
8,5: Parecia estar disposto a enfrentar Hamilton, vencendo corridas e disputando
posições roda a roda, inclusive quando foi tocado por Verstappen na China.Com o
melhor carro, empilhou vitórias e parecia ser o favorito para o penta, até que
tudo mudou. O carro teve uma queda de rendimento e mais do que isso, Vettel
ruiu tecnicamente e mentalmente. O prenúncio do fim foi pertinho de sua cidade
natal, em Heppenheim, quando bateu sozinho na chuva numa corrida que era pra
vencer. Depois disso, envolveu-se em vários acidentes bizarros na primeira
volta, não sabendo o momento certo de atacar e colocando tudo a perder na
primeira curva e com outros erros e punições, Vettel fez questão de acabar com
a disputa do título bem antes do que era previsto e do que a Ferrari poderia
produzir. O alemão vai começar 2019 na corda bamba, agora com a chegada do
jovem e empolgado Charles Leclerc. Ou vai ou racha. Mais do que nunca,
Vettel precisa provar que não é apenas
fruto de um grande trabalho de Adrian Newey.
Kimi Raikkonen – 8,5:
Cresceu mais ainda em relação ao ano passado. Marcou pole e venceu. Ainda
assim, prevaleceu o desejo do finado Sérgio Marchionne ao colocar o jovem
Leclerc na equipe. Diante dos erros de Vettel, o IceMan pode andar mais próximo
do alemão e chegou a ter preferência na estratégia em algumas corridas no final
do campeonato, algo impensável. Ainda assim, no início do ano, foi sacrificado
como escudeiro para beneficiar o alemão. Raikkonen fica com o gostinho de ter
sido dispensado da equipe em sua melhor temporada nesse retorno. Depois de três
anos ruins, os dois últimos foram bons. Insuficiente para um campeão do mundo,
mas a última impressão é a que fica. Que bata recordes e tenha o prazer de
guiar onde tudo começou, na Sauber.
RED BULL
Foto: James Allen |
Daniel Ricciardo –
8,0: A primeira metade do ano foi maravilhosa: duas vitórias, incluindo a
épica em Monte Carlo. Depois, coincidência ou não, simplesmente não conseguiu
mais andar depois que foi anunciado pela Renault. Inúmeros problemas no carro
durante a corrida e nos treinos. Não dá para avaliar. Desde o ano passado que o
australiano vinha perdendo nos treinos para Verstappen. Mesmo assim, na
saideira, conseguiu uma pole, no México. Na corrida, continua com um ritmo
muito bom e conseguiu terminar as últimas provas. Na Renault, vai ter o nome na
vitrine, apesar de que vai ficar longe das vitórias e do pódio no mínimo por
dois anos. Ele já está acostumado com as quebras da Renault, então pior não
pode ficar.
Max Verstappen – 8,5:
O inverso de Ricciardo. Primeira metade desastrosa, com problemas e batendo
em todo mundo, com muitos erros bobos. Na segunda metade, os erros desapareceram
(exceção em Interlagos) e virou o segundo maior pontuador, perdendo apenas para
o campeão. Falar de Max tecnicamente é chover no molhado: é um potencial
campeão do mundo, arrojado, veloz e corajoso para fazer as ultrapassagens. O
grande problema do holandês ainda é o mental e a maturidade. Apesar de já ter
20 anos, é o terceiro ano na Red Bull e poderia já ter assimilado algumas
situações, como por exemplo o enrosco com Ocon no Brasil. Falta o “Q.I. de
corrida”, de entender e assimilar que as vezes é melhor ficar em segundo ou
terceiro do que forçar e bater ou perder mais posições. Como escrevi
anteriormente, Max precisa amadurecer. Feito isso, vai depender de um carro
minimamente confiável para brigar lá na frente.
FORCE INDIA (RACING POINT)
Foto: Grand Prix 247 |
Sérgio Pérez – 7,5: O
único fora do Eixo que foi ao pódio. Sempre aproveitando as oportunidades, o
mexicano teve que superar o grave problema financeiro da equipe que culminou
não só com menos pontos na temporada como na falência e posterior compra do
grupo capitaneado por Lawrence Stroll. Sem se envolver em tantas confusões com
Ocon dessa vez, o mexicano fez o que pode. Agora, com o filho do dono e mais
caixa para fazer um carro melhor pois a equipe de engenheiros seja talvez a mais
competente da F1, Pérez pode sonhar com mais pódios e pontos para o ano que
vem.
Esteban Ocon – 7,0: Outro
caso de quem ruiu mentalmente a partir da confirmação de que estaria fora da
F1. Apesar disso, conseguiu largar em terceiro na Bélgica. Ocon envolveu-se em
muitos incidentes durante a temporada e foi derrotado de novo por Pérez nos
pontos, apesar deste ter se salvado pelo pódio e o francês ter mostrado mais
consistência. Refém de Toto Wolff, vai ter que ficar no mínimo um ano
assistindo nos boxes da Mercedes. Sinceramente, Ocon não mostrou nada para
assumir a titularidade da Mercedes. Perder para Pérez e ainda mostrar
imaturidade, aliado a chegada do outro pupilo, George Russell, na Williams,
pode ocasionar na possível transformação de Ocon em um Wehrlein 2. Futuro
incerto.
RENAULT
Foto: Race Fans |
Nico Hulkenberg –
7,5: O melhor do resto. Isso já diz tudo. Uma pena que a estrela do alemão
não brilha para os pódios e nas situações inesperadas de uma corrida. Ademais,
está sempre onde é possível. Superou sem grandes dificuldades o espanhol Carlos
Sainz, mas agora o desafio é outro: o sorridente Daniel Ricciardo. É o
adversário mais difícil da carreira de Hulk, mas se quiser ainda sonhar com
algum momento de glória na F1, é necessário superar o australiano.
Carlos Sainz – 7,0: Foi
uma passagem rápida e no máximo mediana na equipe francesa. Sem impressionar e
sem espaço na Red Bull e na própria equipe, que surpreendentemente conseguiu
tirar Ricciardo dos taurinos, Sainz se vê forçado a herdar a posição de Alonso
na McLaren. Não tem jeito nem experiência para ser líder de uma equipe, mas no
momento é o máximo que os dois podem oferecer um ao outro. Com algumas pontes
queimadas, o time de Woking pode ser o último suspiro do espanhol na categoria.
Ônus e bônus de começar logo nas grandes e turbulentas equipes da categoria.
Semana que vem tem a parte 2. Até mais!
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