Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
No domingo, foi realizada a anual prova das 24 Horas de Daytona, nos Estados Unidos. Após mais de uma década, a disputa foi em uma forte chuva, muitas vezes colocando em risco a integridade dos pilotos.
A tradicional corrida de Endurance mostrou como Fernando Alonso desperdiçou muito tempo do auge na F1, culpa de suas próprias escolhas equivocadas. Com o Cadillac #10, juntamente de Kamui Kobayashi, Jordan Taylor e Renger van der Zande, o espanhol deu um show na chuva. Faltando quatro horas para o final da prova, Alonso passou por fora e com maestria o Acura #7 de Hélio Castroneves (e que tinha também Alexander Rossi e Ricky Taylor) e também o Mazda #77 de René Rast.
Faltando quatro horas para o final, a briga pela vitória estava aberta. Na liderança estava o Cadillac #31, pilotado por Felipe Nasr, o compatriota Pipo Derani e o americano Eric Curran. Com a forte chuva deixando tudo quase impraticável, Nasr aquaplanou na curva 1 e, faltando duas horas, Alonso assumiu a ponta. A forte chuva fez a organização parar a corrida e, faltando dez minutos para o final, anunciar o término da prova.
Vitória magistral de Alonso, na chuva, passando por fora e usando todas as credenciais que nós já conhecemos na F1 em outros contextos, provando a qualidade e a capacidade de adaptação desse excepcional piloto. Se em Le Mans ficou a sensação de grid esvaziado e uma forcinha da Toyota, não se pode dizer o mesmo com o ocorrido no final de semana. Agora, o objetivo do espanhol é conquistar o título mundial de Endurance, buscar o bi em Le Mans e copar a Indy 500. Junto com Daytona, seria mais um a conquistar essas tradicionais provas do automobilismo.
O trio de Castroneves fechou o pódio, seguido pelo quarteto formado por Jonathan Bennett, Colin Braun, Romain Dumas e Loic Duval. Com o Cadillac #85, Rubens Barrichello ficou em quinto, juntamente com Misha Goikhberg, Tristan Vautier e Delvin DeFrancesco. Tricampeão de Daytona, Christian Fittipaldi encerrou a carreira em sétimo ao lado de Filipe Barbosa e João Albuquerque.
Outras categorias: Na LMP2 composta por apenas quatro carros, o quarteto capitaneado por Pastor Maldonado venceu, apesar de Sebastián Saavedra ter batido no final. Rodolfo González e Ryan Cullen completaram o Oreca #18.
Na GTLM, o brasileiro Augusto Farfus foi chamado pela BMW de última hora e ajudou Connor De Philippi, Phillip Eng e Colton Herta a vencer, seguido pela Ferrari 488 GTE de James Calado, Alessandro Pier Guido, Miguel Molina e Davide Rigon. Em terceiro ficou o Ford GT #67, com Ryan Briscoe, Richard Westbrook e Scott Dixon. Nessa categoria também tivemos a presença de Alessandro Zanardi, bicampeão paraolímpico e ícone no autombolismo americano. Em um carro com volante adaptado, ele, Chaz Mostert, Jesse Krohn e John Edwards terminaram em nono lugar, 32° no geral. Na GTD, a vitória foi do quarteto composto por Mirko Bortolotti, Rik Breukers, Chris Engelhart e Rolf Ineichen.
Outros brasileiros: Na classe GTD, a Mercedes AMG CT3 de Felipe Fraga ficou em sétimo, juntamente com Jeroen Bleekemolen, Luca Stolz e Ben Keating. Na mesma categoria, a equipe brasileira Via Italia ficou em nono e teve Marcos Gomes, Victor Franzoni, Chico Longo e o italiano Andrea Bertolini em nono. A equipe feminina que teve Bia Figueiredo, Katherine Legge, Simona de Silvestro e Christina Nielsen ficou em 13°. O time de Daniel Serra, que teve Pedro Lamy, Paul Dalla Lana e Mathias Lauda (filho do Niki) não completou a prova.
Alonso conquista uma vitória importante e consolida aquilo que já sabia: há vida e competição fora da F1, talvez sem o mesmo glamour e impacto mas ainda assim tão ou mais fascinante quanto. Ativo e repleto de atividades no primeiro semestre, resta esperar ansiosamente os próximos passos do primeiro semestre: Endurance e Indy 500. O futuro? Nem o espanhol sabe ou faz questão de dar a entender isso para todos nós.
Confira os melhores momentos das 24 Horas de Daytona:
24 anos depois, um Schumacher é anunciado na Ferrari. Confirmando as especulações, Mick escolheu a equipe italiana para ser piloto da academia. Um passo interessante para quem almeja estar na F1 nos próximos anos, apesar de Mick não precisar de um grande aporte além do sobrenome que carrega.
Não lembro se escrevi no primeiro post, mas pensei em fazer um texto para os 50 anos do Michael, mas passou. Simplesmente seria uma repetição do mesmo. Escrever sobre ídolos é complicado para mim. Não estava pronto. É mais fácil falar de Mick. É menos triste e existe a perspectiva de um futuro grandioso.
Na Ferrari, Mick se junta aos brasileiros Enzo Fittipaldi e Gianluca Petecof, o francês Giuliano Alesi (filho do Jean), Callum Illott, Robert Shwartzman, Marcus Armstrong e o consultor Antonio Fuoco. Os pilotos vivem no Maranello Village, dentro do campus da Ferrari, onde fazem trabalhos físicos, mentais, psicológicos e sessões no simulador.
Mick já tem toda a badalação dos fãs do pai e da imprensa, principalmente do público médio. Nesse início de ano, há mais expectativa sobre como o alemão vai se sair na F2 e os próximos passos da carreira do que em relação a F1. Apesar da arrancada espetacular na temporada passada, a carreira de Mick não o credencia, até o momento, a ser considerado uma estrela do futuro. O cartaz do sobrenome ajuda e também atrapalha nas expectativas exageradas.
Foto: Marcelo Machado/Divulgação
Um brasileiro que começa tão jovem um capítulo importante é Caio Collet. Com 16 anos, ele foi campeão da F4 francesa e foi anunciado como piloto da academia da Renault. Com os franceses galgando seu desenvolvimento, Caio disse que a expectativa é chegar a F1 em cinco anos. Felipe Massa diz que ele será o próximo brasileiro na F1. Os dois têm o mesmo empresário: Nicolas Todt, filho de Jean Todt, presidente da FIA. Expectativas e objetivos altos. Collet é muito jovem e não deve queimar etapas. Bem assessorado e com talento, agora o caminho é provar o talento nos obstáculos que estarão em sua frente.
Como fã de Schumi, impossível não ficar animado com Mick. Isso não quer dizer que estou esperando um piloto excepcional, mas sim apenas a continuação do legado do maior da história. Um novo capítulo para Schumi, Collet e quem sabe o automobilismo brasileiro.
Primeiro post do ano depois de alguns dias de descanso. As notícias são de alguns dias atrás, então perdi a chance de fazer um post com o famoso título "Arrivabene, Maurizio". Melhor assim.
Atendendo a mais um pedido do falecido presidente Sérgio Marchionne, a Ferrari demitiu o ex-chefe e alçou Mattia Binotto, então chefe de motores e um dos responsáveis pela retomada competitiva da equipe nos últimos dois anos como novo chefão.
Arrivabene substituiu Marco Mattiacci e comandou os italianos durante quatro anos. Algumas vitórias, a sensação de que era possível brigar com a Mercedes e as decepções marcaram sua passagem. Sem conhecimento técnico (afinal, era "apenas" um funcionário da patrocinadora, a Philip Morris) mas com grande liderança, Arrivabene conseguiu recuperar os italianos e fez mais até do que se poderia imaginar. Basta lembrar como era a equipe em 2014, com a saída de Luca di Montezemelo e Alonso...
Na Ferrari desde 1995, Binotto galgou até chegar nessa posição. Pelo que diziam no paddock, o clima na equipe não era nada bom e o italiano venceu a guerra interna contra o compatriota. Arrivabene, por não possuir o conhecimento técnico, ficou sem condições de dar ordens construtivas, principalmente diante da grande dificuldade da equipe dentro e fora das pistas, o que coincidiu (ou foi fruto das diferentes ações?). Arrivabene passou a culpar a equipe técnica pela falta de evolução na parte final do campeonato, o que certamente tornou as coisas piores.
Foto: Marco Canoniero/ Getty Images
Binotto tinha o apreço de Marchionne pelos avanços da Ferrari. O grupo de jovens italianos alçado pelo ex-presidente pegou a base do trabalho desenvolvido por James Allison e deu salto gigantesco com o cavalo rampante. Agora, Binotto tem dois desafios: ser o chefe e desenvolver o novo carro da Ferrari de acordo com as mudanças do regulamento. Será o técnico Binotto ter a energia de Arrivabene e trazer os resultados de uma equipe que já está mais de dez anos sem ganhar títulos ou construtores?
Vettel perde um grande defensor, talvez o maior. Como será a relação com o novo chefe? Leclerc terá a tão falada igualdade de condições logo na estreia. Arrivabene fez um bom trabalho, mas a Ferrari, na busca de resultados, queima uma ponte apostando no trabalho bem realizado da juventude nos últimos anos. Será essa nova equipe capaz de conduzir a Ferrari aos títulos outra vez?
Outro ex-F1 foi contratado pelos italianos para ajudar no simulador. Trata-se de Pascal Wehrlein, recém saído da Mercedes. O alemão vai conciliar o trabalho da Ferrari com o Mundial de Fórmula E. A imprensa noticia que os italianos talvez estejam a procura de outro piloto, pois a equipe perdeu Kvyat e Giovinazzi para a Toro Rosso e a Sauber, respectivamente. É uma boa para o alemão, que mantém contato com a categoria e quem sabe pode até voltar para a equipe suíça ou ir para a Haas no futuro, dependendo de seus resultados e do que acontecer na F1.
Bem, por enquanto é isso. O primeiro texto do ano é sempre especial. Muitos mais virão, certamente!
Fala, galera! Pela primeira vez na história da F1 teremos
mudanças significativas em quase todas as equipes. Depois de muitos anos com
opções conservadoras e renovações duvidosas, parece que os chefões e as
diretorias resolveram repensar suas escolhas, a exceção de Mercedes e Haas, que
seguem com suas duplas.
O post de hoje vai abordar as carreiras de alguns novatos
que vêm se destacando na base e terminaram como consequência subindo para a
categoria principal. São os casos de Lando Norris, Antonio Giovinazzi, Alexander
Albon e George Russell. Vamos lá:
ANTONIO GIOVINAZZI
Foto: Auto Sport
Tecnicamente, o italiano não está fazendo sua estreia na F1.
No ano passado, na mesma Sauber, disputou as duas primeiras etapas (Austrália e
China) no lugar do machucado Pascal Wehrlein. Foi 12° em Albert Park e
abandonou em Xangai.
Dessa vez, o italiano vai estrear, de fato, como titular da
equipe suíça, tendo nada mais nada menos que o campeão Kimi Raikkonen como
parceiro. Além disso, Giovinazzi quebra uma sequência de quase oito anos sem um
piloto italiano na categoria. O último titular foi Jarno Trulli com a Caterham,
no já distante ano de 2011.
Na quinta-feira Antonio completou 24 anos, o que na precocidade de
hoje pode ser considerado uma estreia tardia na F1, nos moldes dos anos 1980 e
1990, mas os últimos serão os primeiros, certo? Vandoorne que o diga... Bem,
que o italiano tenha a longevidade que o belga não teve.
Giovinazzi começou no kart com 12 anos e logo na primeira
temporada foi campeão italiano e europeu da modalidade em 60 cilindradas. Com
18 anos, foi para os monopostos disputar a Formula Pilota China, onde foi
campeão com seis vitórias. Com o título, acabou correndo na última etapa da
Formula Abarth, em Monza. Sendo piloto convidado, o italiano conseguiu duas
vitórias e um segundo lugar.
No ano seguinte, Giovinazzi foi correr na F3 Europeia. Em
fase de adaptação, terminou o campeonato em 17°, com 31 pontos. No mesmo,
competiuna F3 Britânica, onde foi
vice-campeão com duas vitórias, sete pódios e 135 pontos. Em 2014, assinou com
a Carlin e correu apenas a F3 Europeia. Com duas vitórias, duas poles e sete
pódios, o italiano terminou o campeonato em sexto, com 238 pontos.
Em 2015, continuou na F3 e seguiu impressionando. Com
incríveis seis vitórias, quatro poles e vinte pódios, mesmo assim foi outra vez
vice, com 412,5 pontos. A exemplo de 2013, correu outra vez na Masters Of
Formula 3, onde foi vencedor, e correu pela primeira vez o GP de Macau, onde
terminou em quarto.
O passo natural era chegar na GP2, o penúltimo estágio antes
da F1. Correndo pela Prema, foi companheiro de equipe de Pierre Gasly,
vice-campeão da Fórmula Renault 3.5 em 2014. O começo não foi dos melhores:
saiu zerado nas duas primeiras etapas, mesmo largando as duas vezes na pole
reversa. A recuperação veio em Baku, quando venceu as duas corridas, sendo o
primeiro da categoria a fazer isso desde Davide Valsecchi em 2012.
Em Spa,
apesar de ter feito a pole, o companheiro e rival Gasly venceu a corrida do
sábado, a que vale mais pontos. Giovinazzi venceu a corrida de domingo. Em
Monza, outra pole. No entanto, acabou sendo desclassificado em virtude de o
carro ter descumprido questões do regulamento. Largando em último, foi
beneficiado por um Safety Car para vencer a corrida de domingo.
O italiano chegou a ser o líder do campeonato quando venceu
pela quinta vez na temporada, na Malásia, numa disputa com Sergey Sirotkin.
Apesar da vantagem na bateria final, em Abu Dhabi, a vitória de Gasly na
primeira etapa fez com que Giovinazzi precisasse tirar 12 pontos de vantagem na
corrida final.
O italiano chegou na frente de Gasly, mas Alex Lynn venceu e
Giovinazzi foi vice-campeão por oito pontos. Se fosse campeão, teria sido o
primeiro novato a ganhar desde Nico Hulkenberg.
Depois do campeonato, Giovinazzi foi anunciado como piloto
reserva da Ferrari. Após as duas corridas pela Sauber, seguiu os últimos dois
anos sendo reserva de Ferrari, Haas e Sauber, participando de alguns treinos
livres por essas duas equipes e trabalhando bastante no simulador, além de ter
participado de algumas etapas da Le Mans Ásia, do WEC, além das 24 Horas de Le
Mans desse ano, quando terminou em quinto pela AF Corse na categoria LMGTE Pro.
ALEXANDER ALBON
Foto: FOX Sports Asia
O segundo tailandês da história da categoria nasceu em 23 de
março de 1996. Vai ter quase 23 anos em sua estreia na categoria. Apesar de
defender a bandeira do país asiático, Albon nasceu e vive em Londres desde
sempre. Nigel Albon, o pai, também foi piloto e participou do Campeonato
Britânico de Carros de Turismo e do Porsche Carrera Cup. Albon filho é budista,
tendo estudado na escola de Ipswich, no nordeste da Inglaterra.
Começou no kart aos 8 anos, vencendo o campeonato de
Hoddesdon. Até os 15 anos, Albon venceu diversos campeonatos na Inglaterra e
também foi vice-campeão mundial e europeu na modalidade. A estreia nos
monopostos foi em 2012, na Fórmula Renault 2.0. Com patrocínio da Red Bull,
Albon fez um ano terrível: não marcou pontos e acabou sendo cortado da academia
dos taurinos.
A temporada seguinte foi só um pouco melhor: conquistou a pole
no Red Bull Ring. Fez 22 pontos e foi o 16°. Em 2014, mesmo sem vencer, foi o
terceiro colocado: uma pole em Nurburgring e 117 pontos. Em 2015, Albon migrou
para a F3 Europeia, onde foi o sétimo, com duas pole positions, quatro vitórias
e cinco pódios, totalizando 187 pontos.
No ano seguinte, foi para a GP3. Com quatro vitórias pela
ART, Albon foi vice-campeão, perdendo para o então companheiro de equipe
Charles Leclerc. No ano passado chegou na F2, correndo pela ART e tendo
Nobuharu Matsushita como parceiro de equipe. Na corrida de abertura, no
Bahrein, largou em nono e chegou em sexto. Com o grid invertido, pulou para
segundo diante dos problemas do japonês. No entanto, um toque na largada com
Luca Ghiotto forçou o tailandês a chegar apenas em sétimo.
Na Espanha, uma largada feroz prenunciava a disputa entre
Leclerc, o pole, Albon e Ghiotto. Com os dois nos boxes, Albon iria parar
depois, mas um Safety Car prejudicou seus planos. Mesmo assim, com pneus mais
frescos, chegou em quinto. Na corrida reversa, duelou outra vez com o monegasco
e foi superado nas voltas finais, caindo para a oitava posição.
Em Mônaco, faltou milésimos para largar na pole, conquistada
por Charles Leclerc. Com um acidente na largada e posterior problemas de
tráfego, Albon terminou num decepcionante quarto lugar. Na corrida invertida,
largou em quinto e chegou em sexto.
Albon chegou a ficar fora das etapas de Baku depois de ter
quebrado a clavícula numa corrida de mountain bike. O retorno foi logo depois,
na Áustria. Ainda com a clavícula quebrada e com marcas da cirurgia realizada,
fez o quarto tempo, mostrando que era possível chegar no pódio pela primeira
vez na categoria. Largando em terceiro diante da desclassificação de Sérgio
Sette Câmara, foi superado no fim pelas DAMS de Oliver Rowland e Nicholas
Latifi e chegou em quinto. No entanto, o primeiro pódio veio na corrida
reversa, chegando em segundo.Terminou a
temporada com o segundo lugar na corrida reversa de Abu Dhabi e chegou em
décimo no campeonato, com 86 pontos.
Nesse ano, Albon desabrochou. Largando de trás e aparecendo
praticamente só no final da corrida, o tailandês terminou em terceiro o
campeonato, com 212 pontos. Teve quatro vitórias na temporada (Baku 1,
Silverstone 1, Hungria 1 e Rússia 1), além de oito pódios.
No final do ano, já tinha assinado contrato com a e.DAMS
para correr na Fórmula E, chegando até a viajar para testar o carro nos testes
de pré-temporada. No entanto, diante da ótima temporada na F2 aliada a falta de
opções da Red Bull em sua academia para efetivar algum piloto, Helmut Marko
teve que recorrer ao demissionário piloto de 2012 que, assim como Hartley, está
de volta para a família taurina logo na Toro Rosso para fazer a estreia na F1,
algo que parecia bem fora das possibilidades mas que se mostrou digna de
merecimento diante da temporada esplendorosa que Albon realizou nesta
temporada.
LANDO NORRIS
Foto: McLaren
Esse você já viu o histórico AQUI, no ano passado. O que se
pode complementar é que Lando, apesar de vice-campeão da F2 e de ter subido
para a McLaren, não provou o hype e fez uma temporada até decepcionante, com
alguns erros e bem longe do piloto brilhante apontado anteriormente. Lando
sequer brigou diretamente pelo título (coube isso a Albon). Na McLaren, mesmo
em uma equipe deficiente, vai ter que provar o hype e mostrar que não está lá
por ser empresariado pelo chefe Zak Brown, até porque Sainz é bem vencível.
GEORGE RUSSELL
Foto: Getty Images
O piloto da Williams vai estrear na F1 com 21 anos,
completados no dia 15 de fevereiro. Nascido em King’s Lynn, Norfolk, o britânico
começou no kart aos 7 anos e ficou até aos 15, conquistando diversos títulos
nacionais e culminando com a conquista mundial em 2013.
Em 2014, estreou nos monopostos na Fórmula Renault. Apesar
de ter se ausentado de uma etapa por estar doente, Russell terminou em quarto o
campeonato, com apenas um pódio, na Áustria. No mesmo ano, o britânico também
participou da Eurocup Fórmula Renault, vencendo as duas corridas que
participou, em Moscou e em Jerez, onde também largou na pole, apesar de ser
apenas um piloto convidado.
No mesmo ano, Russell participou da F4. Disputando
ferrenhamente o título com o companheiro de equipe Arjun Maini (Lanan Racing) e
a dupla da HHC Motorsport (Sennan Fielding e Raoul Hyman). Largando da pole,
Russell venceu e foi campeão, três pontos a frente de Maini.
Como prêmio pelo título, Russell pode testar um carro da GP3
da Arden em Abu Dhabi. No fim daquele ano, foi eleito o mais jovem vencedor do
prêmio McLaren Autosport. Como consequência, foi chamado para participar do
programa de jovens pilotos britânicos, sendo o mais jovem a ser recrutado para
tal.
Em 2015, subiu para a F3, na Carlin. Venceu logo na
abertura, em Silverstone, e também na segunda corrida, superando Charles
Leclerc e Antonio Giovinazzi, por exemplo. Russell conseguiu mais dois pódios,
em Spa e em Norisring, terminando em sexto no campeonato e sendo o vice entre
os novatos, perdendo para Charles Leclerc.No Masters of Formula 3, Russell largou em quarto e chegou
em segundo, atrás do companheiro de equipe Giovinazzi. No ano seguinte,
terminou a F3 em terceiro, com duas vitórias.
Para 2017, Russell foi para o GP3 Series, com a ART Grand
Prix. Começou a temporada com um quarto e quinto lugares, na Catalunha. Em
Silverstone, voltou a ser pole e venceu a primeira corrida, além de chegar em
quarto na segunda, assumindo a liderança do campeonato. Em Spa, uma perfomance
dominante: vitória e um segundo lugar, além de pole e volta mais rápida,
aumentando a vantagem no campeonato.
Em Monza, diante da chuva, a corrida de sábado foi
cancelada. No domingo, Russell venceu pela quarta vez na temporada. Quatro
vitórias, três poles e cinco pódios foram o suficiente para o britânico
garantir o título. Em Jerez, garantiu o título ainda na corrida 1, ao chegar em
quarto, faltando ainda outras três etapas para acabar o campeonato.
No mesmo ano, foi anunciado como piloto da academia da
Mercedes, participando dos testes de pneus na Hungria. Russell também
participou de treinos livres no Brasil e em Abu Dhabi pela Force India, além de
ser oficializado como piloto reserva da equipe alemã.
Nesse ano, foi para a F2. Largou em segundo e chegou em
quinto na abertura do campeonato, em Bahrein. Em Baku, estava se encaminhando
para vencer pela primeira vez, mas um Safety Car na hora errada fez o britânico
vencer apenas na corrida 2, quando largou em 12°. A segunda vitória da
temporada veio em Barcelona, numa batalha eletrizante com Nyck De Vries. Com o
quarto lugar da corrida 2, Russell era o vice-líder da tabela. Em Mônaco, um
problema no treino livre o fez largar longe dos pontos e sair zerado de lá.
Depois disso, Russell engrenou na temporada. Vitória na
corrida 1 na França, seguida de uma vitória e um segundo lugar na Áustria e
dois segundos lugares em Silverstone. Na
Hungria, apenas um oitavo lugar na corrida 2, que foi recompensada com uma
sequência impressionante de pontos, incluindo três vitórias nas últimas cinco
corridas (Monza 2, Rùssia 2 e Abu Dhabi 1) e dois quartos lugares, o que
culminou com o título e a confirmação de que iria para a F1 na Williams para o
ano que vem antes mesmo do título ser matematicamente confirmado.
Bem pessoal, essas são as histórias dos novatos... isso que
nem nos aprofundamos em Verstappen, Gasly, Leclerc... É a nova geração chegando
de forma tão rápida e avassaladora que nos faz nos sentirmos velhos. É o tempo,
o rito de passagem... caras como Hamilton, Vettel, Grosjean e Hulkenberg são os
“veteranos”, sem contar o retorno improvável de Kubica e o amadurecimento de
Pérez.
Até mais pessoal, talvez tenha sido o último post do ano. Se
for mesmo, que o 2019 de vocês seja maravilhoso! Até mais, com muito conteúdo e
sempre buscando melhorar mais e mais!
Fala, galera! Segunda e última parte da tradicional análise
da temporada. Agora, com as equipes que restam: Williams, Toro Rosso, Haas,
McLaren e Sauber. Vamos lá!
WILLIAMS
Foto: F1i
Lance Stroll – 5,0: Conseguiu
a proeza de ser superado em treinos pelo lanterna do campeonato. Como
recompensa, vai subir para a Force India (Ou Racing Point, sei lá que diabos
vai ser o nome) graças ao dinheiro do pai Lawrence, como sempre. Tem um ritmo
de corrida melhor, mas isso não quer dizer muita coisa. Queimar etapas custa a
reputação de piloto pagante eterno. Agora, a concorrência é Pérez, não um
semiaposentado Massa ou o novato Sirotkin. A competição vai ser mais alta,
assim como a chance de capitalizar mais pontos também. Será que Stroll vale
mais do que ser o contrapeso do pai?
Sergey Sirotkin –
5,0: Perder para Stroll é o fim da picada, mesmo que a Williams seja uma
porcaria e o russo seja o novato. Uma passagem sem brilho, sem graça, sem muito
o que comentar além disso. Que seja feliz em outra categoria.
TORO ROSSO
Foto: LAT Images
Pierre Gasly – 7,5: Com
um “carro-experiência”, teve alguns brilharecos que foram significativos. O
quarto lugar no Bahrein foi o ponto alto, assim como outros grandes resultados
pontuais em Mônaco. Pegar a Toro Rosso nessa temporada era uma verdadeira bucha
de canhão. Ninguém poderia esperar algo. Pelo que garganteia a Red Bull,
confirmada pela equipe satélite, o motor evoluiu e falha menos. Significa bater
de frente com os tubarões? Não, mas permite um crescimento animador para as
próximas temporadas. Por falar em crescimento, a brecha de Ricciardo permite a
Gasly lutar com Verstappen. Vai ser difícil e provavelmente deve ser derrotado.
Cabe ao francês justificar a que veio. A primeira amostra foi positiva.
Brendon Hartley –
5,0: A própria equipe comentou que o neozelandês em nenhum momento pareceu
ter se adaptado ao carro, talvez fruto de um longo tempo sem correr em
monopostos. A verdade é que Hartley teve poucos brilhos (em alguns treinos) e
quase nenhum nas corridas, seja por acidentes, falta de velocidade, problemas
da Honda ou as três coisas juntas. Assim como Sirotkin, não vai fazer falta.
Não é mau piloto e com certeza vai continuar se destacando nas outras
categorias.
HAAS
Foto: Grand Prix 247
Romain Grosjean –
5,5: Inacreditável terem renovado com ele, apenas isso. Uma série incrível
de erros e cagadas. Talvez nem o próprio Grosjean tenha contado com a renovação
através do duro Gunther Steiner. Com um grid extremamente jovem e dominado pelas
“academias de pilotos”, talvez a única coisa positiva da Haas é ainda manter
essa independência no que tange a escolha dos pilotos, apesar de acreditar que
a ascensão de Leclerc tenha limado as opções do time de Gene Haas. Que venha
mais um ano de trapalhadas do francês, talvez pode ser a última, pense nisso.
Kevin Magnussen – 7,0:
Brigou até o final pelo posto de melhor do resto. Começou bem a temporada mas
depois teve altos e baixos. Ainda assim, o jeito durão e o fato de ser odiado
por quase todos os pilotos o faz ser um personagem interessante e às vezes até
sensato quando discorda do Halo e fala de forma franca com todos. Esse mesmo
comportamento está lhe fazendo virar quase uma chicane ambulante. Precisa parar
com isso. Conseguiu superar Grosjean sem dificuldades e tem tudo para fazer de
novo no ano que vem. Com isso, vai garantindo mais alguns anos na categoria, o
que parecia impensável depois de ter sido dispensado pela McLaren, mostrando
que há sim luz no fim do túnel.
McLAREN
Foto: Autoracing
Fernando Alonso –
7,0: A última (?) temporada de Alonso na F1 começou promissora assim como a
equipe. Pontos nas primeiras etapas e o sentimento de que “nós podemos lutar”.
Bom, o sonho virou pesadelo na sequência e isso mostrou para todos que o chassi
da McLaren não era tão ótimo quanto parecia ser para justificar o fim da
parceria com a Honda. Sem desempenho e carro, Alonso foi murchando até perceber
que não tinha mais forças para andar outra vez com carros tão ruins. Com o
mínimo, conseguiu bons pontos. Tomara que possamos continuar desfrutando de seu
talento ainda com grande assiduidade.
Stoffel Vandoorne –
5,5: Mais um fritado pelo péssimo momento da McLaren. Claro que o belga não
se ajudou e fez uma temporada horrível, mas no ano passado foi reportado pela
própria equipe que Vandoorne foi “sacrificado” ao não testar os novos
componentes do carro, que iam todos obviamente para Alonso. Não acredito que
alguém tenha desaprendido a guiar, ainda mais um cara com um currículo tão
invejável quanto o de Vandoorne. Parece ter sido o caso de uma jovem promessa,
o leão da base que não confirmou no “profissional”. As circunstâncias não
ajudaram e o belga agora precisa retomar a confiança na F-E. Não é o ideal, mas
ainda torço para seu improvável retorno a categoria.
SAUBER
Foto: Getty Images
Marcus Ericsson –
6,0: Não é exagero dizer que essa foi justamente a melhor temporada do
sueco. Talvez tenha sido a que a Sauber mais evoluiu, o que também é uma
surpresa. O que não foi novidade é que ele perdeu de novo para um companheiro
de equipe. Reestabelecendo a ordem natural das coisas, dessa vez ele saiu.
Mesmo assim, impressiona ter sido tão dominado por alguém novo como Leclerc.
Claro que o talento dele é diferenciado, mas o sueco mostrou que já estava
fazendo hora extra na F1 e de certa forma saiu por cima da Sauber rumo ao sonho
americano.
Charles Leclerc –
8,0: Repleto de grandes momentos, a mostra de seu talento ficou evidenciada
quando acertou aquela volta na chuva no Brasil que garantiu a ida pro Q3.
Charles é um piloto pronto. Mostrou maturidade, consistência e velocidade.
Diante da temporada frágil de Vettel, o monegasco começa na Ferrari sem nada a
perder e é o futuro da categoria. Verstappen também que se cuide porque agora
há outro jovem com potencial em uma equipe grande como parâmetro para
comparação. Leclerc somou pontos importantíssimos e ajudou na evolução da
Sauber, aliada ao retorno da Ferrari como parceira dos suíços. Sem dúvidas o
novato do ano e futuro protagonista da F1 daqui não muito tempo.
Essas foram as minhas análises. Concordam? Discordam?
Comentem!
Fala, galera! Como já é tradicional por aqui, começamos a
análise final da temporada 2018 da F1, que coroou Lewis Hamilton e a Mercedes
como pentacampeões mundiais. Sem mais delongas, vamos com a primeira parte, que
terá a análise de Mercedes, Ferrari, Red Bull, Force India (Racing Point) e
Renault:
MERCEDES
Foto: Race Fans
Lewis Hamilton –
10,0: Irretocável. No auge da forma física e técnica. Ele representa o que
é ser um piloto inteligente e talentoso. Se até os últimos anos a questão
psicológica parecia ser a criptonita de Lewis, hoje não dá para questionar
nada. O famoso “Q.I. de corrida” está no ápice. Ataca quando é para atacar e
administra a situação quando não dá para vencer. Nessa temporada, conquistou
vitórias extraordinárias, como na Alemanha e na Itália e herdou situações em
Baku e no Brasil, por exemplo. A única coisa ruim foi a desnecessária troca de
posições na Rússia, mas essa é uma questão da Mercedes e não do piloto, apesar
de que com o tamanho e a situação do campeonato, Hamilton poderia ter batido de
frente com a chefia, mas isso não influencia na nota final. Dez, nota dez!
Valtteri Bottas –
8,0: Começou o ano combativo, dando pinta de que poderia surpreender. Tinha
tudo para vencer em Baku, mas o azar do pneu furado no final acabou com seu
psicológico. O finlandês não conseguiu mais ser sequer o escudeiro de Hamilton
e gradativamente foi sendo superado pelas Ferrari e depois por Ricciardo (na
primeira metade) e posteriormente por Verstappen (na segunda metade). Na
Rússia, no último brilho do ano, a Mercedes acabou com o piloto que ali
restava. O fim do ano foi patético e isso foi refletido com a quinta posição no
Mundial e sem nenhuma vitória no ano, algo inédito para um piloto da Mercedes
na era híbrida. O finlandês parece ter prazo de validade e deve apenas
esquentar banco para a chegada de Esteban Ocon. Cabe a Bottas mudar e voltar a
ser o combativo dos tempos de Williams e da temporada passada.
FERRARI
Foto: Divulgação/Ferrari
Sebastian Vettel –
8,5: Parecia estar disposto a enfrentar Hamilton, vencendo corridas e disputando
posições roda a roda, inclusive quando foi tocado por Verstappen na China.Com o
melhor carro, empilhou vitórias e parecia ser o favorito para o penta, até que
tudo mudou. O carro teve uma queda de rendimento e mais do que isso, Vettel
ruiu tecnicamente e mentalmente. O prenúncio do fim foi pertinho de sua cidade
natal, em Heppenheim, quando bateu sozinho na chuva numa corrida que era pra
vencer. Depois disso, envolveu-se em vários acidentes bizarros na primeira
volta, não sabendo o momento certo de atacar e colocando tudo a perder na
primeira curva e com outros erros e punições, Vettel fez questão de acabar com
a disputa do título bem antes do que era previsto e do que a Ferrari poderia
produzir. O alemão vai começar 2019 na corda bamba, agora com a chegada do
jovem e empolgado Charles Leclerc. Ou vai ou racha. Mais do que nunca,
Vettel precisa provar que não é apenas
fruto de um grande trabalho de Adrian Newey.
Kimi Raikkonen – 8,5:
Cresceu mais ainda em relação ao ano passado. Marcou pole e venceu. Ainda
assim, prevaleceu o desejo do finado Sérgio Marchionne ao colocar o jovem
Leclerc na equipe. Diante dos erros de Vettel, o IceMan pode andar mais próximo
do alemão e chegou a ter preferência na estratégia em algumas corridas no final
do campeonato, algo impensável. Ainda assim, no início do ano, foi sacrificado
como escudeiro para beneficiar o alemão. Raikkonen fica com o gostinho de ter
sido dispensado da equipe em sua melhor temporada nesse retorno. Depois de três
anos ruins, os dois últimos foram bons. Insuficiente para um campeão do mundo,
mas a última impressão é a que fica. Que bata recordes e tenha o prazer de
guiar onde tudo começou, na Sauber.
RED BULL
Foto: James Allen
Daniel Ricciardo –
8,0: A primeira metade do ano foi maravilhosa: duas vitórias, incluindo a
épica em Monte Carlo. Depois, coincidência ou não, simplesmente não conseguiu
mais andar depois que foi anunciado pela Renault. Inúmeros problemas no carro
durante a corrida e nos treinos. Não dá para avaliar. Desde o ano passado que o
australiano vinha perdendo nos treinos para Verstappen. Mesmo assim, na
saideira, conseguiu uma pole, no México. Na corrida, continua com um ritmo
muito bom e conseguiu terminar as últimas provas. Na Renault, vai ter o nome na
vitrine, apesar de que vai ficar longe das vitórias e do pódio no mínimo por
dois anos. Ele já está acostumado com as quebras da Renault, então pior não
pode ficar.
Max Verstappen – 8,5:
O inverso de Ricciardo. Primeira metade desastrosa, com problemas e batendo
em todo mundo, com muitos erros bobos. Na segunda metade, os erros desapareceram
(exceção em Interlagos) e virou o segundo maior pontuador, perdendo apenas para
o campeão. Falar de Max tecnicamente é chover no molhado: é um potencial
campeão do mundo, arrojado, veloz e corajoso para fazer as ultrapassagens. O
grande problema do holandês ainda é o mental e a maturidade. Apesar de já ter
20 anos, é o terceiro ano na Red Bull e poderia já ter assimilado algumas
situações, como por exemplo o enrosco com Ocon no Brasil. Falta o “Q.I. de
corrida”, de entender e assimilar que as vezes é melhor ficar em segundo ou
terceiro do que forçar e bater ou perder mais posições. Como escrevi
anteriormente, Max precisa amadurecer. Feito isso, vai depender de um carro
minimamente confiável para brigar lá na frente.
FORCE INDIA (RACING POINT)
Foto: Grand Prix 247
Sérgio Pérez – 7,5: O
único fora do Eixo que foi ao pódio. Sempre aproveitando as oportunidades, o
mexicano teve que superar o grave problema financeiro da equipe que culminou
não só com menos pontos na temporada como na falência e posterior compra do
grupo capitaneado por Lawrence Stroll. Sem se envolver em tantas confusões com
Ocon dessa vez, o mexicano fez o que pode. Agora, com o filho do dono e mais
caixa para fazer um carro melhor pois a equipe de engenheiros seja talvez a mais
competente da F1, Pérez pode sonhar com mais pódios e pontos para o ano que
vem.
Esteban Ocon – 7,0: Outro
caso de quem ruiu mentalmente a partir da confirmação de que estaria fora da
F1. Apesar disso, conseguiu largar em terceiro na Bélgica. Ocon envolveu-se em
muitos incidentes durante a temporada e foi derrotado de novo por Pérez nos
pontos, apesar deste ter se salvado pelo pódio e o francês ter mostrado mais
consistência. Refém de Toto Wolff, vai ter que ficar no mínimo um ano
assistindo nos boxes da Mercedes. Sinceramente, Ocon não mostrou nada para
assumir a titularidade da Mercedes. Perder para Pérez e ainda mostrar
imaturidade, aliado a chegada do outro pupilo, George Russell, na Williams,
pode ocasionar na possível transformação de Ocon em um Wehrlein 2. Futuro
incerto.
RENAULT
Foto: Race Fans
Nico Hulkenberg –
7,5: O melhor do resto. Isso já diz tudo. Uma pena que a estrela do alemão
não brilha para os pódios e nas situações inesperadas de uma corrida. Ademais,
está sempre onde é possível. Superou sem grandes dificuldades o espanhol Carlos
Sainz, mas agora o desafio é outro: o sorridente Daniel Ricciardo. É o
adversário mais difícil da carreira de Hulk, mas se quiser ainda sonhar com
algum momento de glória na F1, é necessário superar o australiano.
Carlos Sainz – 7,0: Foi
uma passagem rápida e no máximo mediana na equipe francesa. Sem impressionar e
sem espaço na Red Bull e na própria equipe, que surpreendentemente conseguiu
tirar Ricciardo dos taurinos, Sainz se vê forçado a herdar a posição de Alonso
na McLaren. Não tem jeito nem experiência para ser líder de uma equipe, mas no
momento é o máximo que os dois podem oferecer um ao outro. Com algumas pontes
queimadas, o time de Woking pode ser o último suspiro do espanhol na categoria.
Ônus e bônus de começar logo nas grandes e turbulentas equipes da categoria.
McLAREN (2015-2018):
RETORNO IMPROVÁVEL E MAIS DECEPÇÕES
Foto: MotorSport
Logo no segundo dia de pré-temporada, na Catalunha, a Honda
já apresentava problemas graves no motor. A equipe mal corria. Pra piorar,
Alonso sofreu um acidente até hoje MISTERIOSO (reportado na época ao clicarnesse link). O MP4-30, sofrendo com problemas no MGU-K, teria sofrido uma
descarga elétrica que foi em toda em direção ao espanhol, que desmaiou e
precisou ser atendido no hospital por algumas semanas.
Foto: Reprodução/Twitter
Depois de ficar consciente, alguns tablóides
sensacionalistas chegaram a publicar uma história onde Alonso teria perdido a
memória e que acreditava ainda estar em 1995, quando era piloto de kart. Alonso
ficou fora da abertura da temporada,na
Austrália, reestreando pela McLaren justamente no palco onde venceu com a
equipe inglesa pela primeira vez, na Malásia. Lá, ele negou esses boatos e as
classificou como “história divertida”. O espanhol disse que nunca perdeu a
consciência e que apagou em virtude do efeito colateral de um remédio que tomou
antes de ser transferido para o hospital, afirmando que se lembra de tudo que
aconteceu antes e depois do acidente.
Enquanto Vettel estreava no pódio com a Ferrari e a McLaren
fechava o grid, Alonso afirmou que pódios não são mais importantes e que
preferia correr riscos para ganhar e ser campeão. Com vários problemas na
McLaren, Alonso nem completou a prova e viu o rival alemão vencer pela primeira
vez com a Ferrari. O espanhol se defendeu dizendo que seria difícil apostar que
a Ferrari faria uma temporada tão boa depois de um 2014 tão ruim e que só
consideraria um erro sair da equipe se os italianos forem campeões. Distante
dos pontos e levando volta de todo mundo, Alonso apenas disse estar feliz em
completar a corrida e entender melhor o carro.
Na primeira volta da corrida da Áustria, se envolveu em um
acidente com o ex-companheiro Kimi Raikkonen e chegou a ficar com o carro em
cima da Ferrari do finlandês. Não houve feridos e foi apenas um acidente de
corrida provocando com Raikkonen girando na frente de Alonso por ter rodado. Em
Silverstone, marcou o primeiro ponto da temporada.
Na Hungria, o melhor momento
da temporada: foi o quinto, enquanto Button foi o nono. Foi a única vez na
temporada que os dois marcaram pontos e a última na qual a McLaren chegou no
top 10. No Japão, irritado com a falta de potência do motor Honda, chamou no
rádio o motor dos japoneses de “GP2”, na corrida de casa, tornando-se um
símbolo do que foi essa segunda parceria entre McLaren e Honda.
Em 2016, os problemas seguiam e a parceria com a Honda já
começava a ser fortemente questionada e criticada. Na Austrália, Alonso se
envolveu em um acidente violentíssimo com Esteban Gutiérrezna curva, capotando e batendo forte na
barreira de pneus. Com lesão no pulmão e fratura nas costelas, ficou de fora da
corrida do Bahrein. O retorno foi na China, onde chegou em 12°. Na Rússia,
Alonso marcou ótimos oito pontos com um grande sexto lugar e, duas corridas
depois, chegou em quinto em Mônaco.
Com a Honda cheia de problemas, abandonos e
troca de peças/motores, Alonso era frequentemente penalizado, ou largando dos
boxes ou em último. Na Bélgica, beneficiados pela bandeira vermelha causada
pelo forte acidente de Kevin Magnussen, Alonso conseguiu um grande sétimo
lugar. Na Malásia, também largando em último lugar por diversas punições, de
novo chegou em sétimo.
Marcando mais pontos, a expectativa era que a McLaren
seguisse evoluindo mais, mas não foi o aconteceu, como vocês puderam perceber
por aqui.
Com um “bom chassi” mas atrapalhado pelo fraco e inconfiável motor
Honda. Diante da falta de competitividade, Alonso resolveu apostar no sonho de
conquistar a “Tríplice Coroa do automobilismo” e decidiu correr nas 500 milhas
de Indianápolis, se ausentando de Mônaco, que aconteceria no mesmo dia. A
vitória não veio mas Alonso liderou algumas voltas e abandonou, novamente com o
motor nipônico o deixando na mão.
Depois de críticas públicas de Alonso e da equipe aos
motores da Honda, a McLaren anunciou o fim da união e assinou com a Renault
para a temporada de 2018. Com um bom chassi e um motor mais potente e
confiável, seria a última cartada do espanhol em guiar um carro competitivo na
carreira.
A decisão parecia acertada. Logo na Austrália, Alonso chegou
em quinto e no rádio dizia que “agora nós podemos lutar”. No entanto, no
Bahrein, Alonso chegou em sétimo e levando volta das três principais equipes,
apesar de ser o melhor do resto. Na largada de Baku, o espanhol foi atingido
por dois carros nas curvas 2 e 3, furando os dois pneus da direita. Se
arrastando na pista com extrema dificuldade, Alonso teve técnica para conseguir
levar seu carro para os boxes. Beneficiado por uma corrida caótica repleta de
acidentes e Safety Car, Alonso conseguiu ser o sétimo mesmo com o carro
avariado. Depois, disse que essa foi uma das “melhores corridas da minha vida”.
Na Espanha, com um novo motor, finalmente Alonso conseguiu chegar no Q3,
largando em oitavo e terminando na mesma posição. Com muitas especulações sobre
o futuro, em agosto o bicampeão anunciou a saída da F1 no final da temporada.
Desde então, foram especulados diversos possíveis caminhos para Alonso no ano
que vem.
O que é certo é que o espanhol vai terminar a temporada no
Mundial de WEC até junho, com a disputa das 24 Horas de Le Mans e vai buscar o
bicampeonato da prova. Semanas atrás, foi confirmado que ele vai disputar
novamente as 500 Milhas de Indianápolis em uma parceria com a McLaren. Ao
contrário do que parecia tendência, Alonso não deve participar de toda a
temporada da categoria americana.
NÚMEROS FINAIS DA
CARREIRA DE FERNANDO ALONSO:
Corridas: 314
Títulos: 2 (2005 e
2006)
Vitórias: 32
Pódios: 97
Pole Positions: 22
Voltas mais rápidas:
23
Pontos na carreira:
1.899
Primeira pontuação: Austrália
2003 (7° lugar)
Primeira pole: Malásia
2003
Primeiro pódio:
Malásia 2003
Primeira vitória:
Hungria 2003
Última pole: Alemanha
2012
Última vitória:
Espanha 2013
Último pódio: Hungria
2014
Última pontuação:
Cingapura 2018 (7° lugar)
E essa foi a carreira e os números de Fernando Alonso Díaz, um
dos maiores e melhores de todos os tempos na categoria. Que seja feliz em
outras competições e em sua vida e “até logo”, quem sabe? Já estou com
saudades. Obrigado, Fênix!
Na sequência, a análise final da temporada e algumas
outras coisas especiais.