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domingo, 9 de janeiro de 2022

OS FORA DE SÉRIE

 

Foto: Getty Images

O livro “Outliers, os Fora de Série”, de Malcolm Gladwell, é fantástico. Vou tentar não falar muito sobre ele porque já fiz outros paralelos no blog, mas ele basicamente resume que o “fora desérie” não depende apenas do talento, mas sim de todo um contexto histórico, social, familiar, de onde nasceu, cresceu e, claro, a sorte.

O pódio do Catar me deu o clique para escrever sobre esse tema porque são três perfis de “fora de série” completamente diferentes, sem contar os outros pilotos. Eles meio que são uma aplicação do livro.

Começando é claro por Lewis Hamilton. Sim, o britânico encarou o grande desafio de ser o primeiro negro a chegar e fazer sucesso num esporte rico e elitista. As condições sociais obviamente não ajudaram, assim como as financeiras. 

No entanto, tudo isso muda quando a McLaren e a Mercedes entram na jogada e comboiam o jovem até a F1. Isso, junto com a qualidade de Lewis, fez ele ser o que é hoje. Além disso, teve “sorte” na tomada de decisão e ir para a Mercedes quando esta teve quase uma década de domínio na F1. Hamilton foi o pacote perfeito.

Max Verstappen. Filho de piloto, teve o caminho “facilitado” no meio desde criança. Cresceu correndo porque a mãe também foi kartista. Uma vantagem em relação aos outros. Além do mais, o talento precoce o fez ir rapidamente para a Red Bull, sendo um grande atalho até chegar na F1. 

Quando foi promovido da Toro Rosso, o que parecia uma precipitação, Max mostrou sorte e competência na estreia ao aproveitar a batida das Mercedes e vencer na Espanha, sendo o mais jovem vencedor da história da categoria. 2021 culminou com o título mundial. Tem que ter talento e estar na hora certa.

Fernando Alonso teve um pouco disso no início da carreira. Assessorado por Flávio Briatore, teve as primeiras chances na Minardi até subir para a Renault. É claro que ser pupilo do chefe facilita, mas quando teve as oportunidades, Fernando desbancou Schumacher e virou bi. Tudo indicava que ele faria a “Era Alonso” no pós-Schumi.

Aí entra outra questão do livro. Um fora de série sem sorte ou com decisões erradas fica pelo caminho, não importa o quão inteligente e talentoso ele seja. Desde então, Alonso tomou decisões erradas na carreira, fruto do temperamento difícil, egocêntrico e as vezes mimado. 

Deixou a McLaren, onde podia conquistar títulos, voltou para a Renault que não estava competitiva e foi duas vezes “azarado” na Ferrari, onde o tri bateu na trave. Apostou na McLaren Honda mas a falta de paciência falou mais alto e, agora, na Alpine, vive a última chance.

Não dá pra dizer que alguém bicampeão do mundo é azarado, mas Alonso poderia ter sido muito mais se tivesse feito as escolhas certas e tivesse também um pouco de sorte.

O outlier também é aquele que está na hora certa e no momento certo. Sebastian Vettel é um tetracampeão. Pegou a Red Bull dominante no momento exato e não desperdiçou a chance. Depois, virou um piloto errático e os números parecem inflacionados, então a pergunta que fica é: Vettel seria Vettel se acontecesse qualquer coisa diferente antes? Certamente que não. Um outlier que combinou raríssimas oportunidades e talento, não se esqueçam.

Outros milhares de exemplos de pilotos promissores que não vingaram na história podem ser encaixar naqueles que tiveram azar ou mal gerenciamento da carreira. Não ser campeão não significa que seja um piloto desprezível, mas Ricciardo, Wehrlein, Nasr e Vandoorne, em exemplos mais recentes, assim como Giovinazzi, podem se queixar em algum momento da falta de sorte, apoio ou de simplesmente estarem na hora certa no momento errado.

Outros, pelo capital, viram outliers, como Stroll, Latifi e Mazepin. Se não fossem bilionários, não seriam pilotos. Se não tivessem dinheiro para desenvolver as habilidades exaustivamente, não chegariam lá. Desde pequeno, uma vantagem financeira que fez a diferença. Mais condições, melhores carros e o resultado está lá, assim como ter um sobrenome e dinheiro, como no caso de Mick Schumacher.

O que quero escrever é que nada é por acaso na F1. O livro dos Outliers é um exemplo que pode ser aplicado em qualquer área, por isso acho ele fascinante e quis jogar um rascunho dele para vocês. Leiam e reflitam! Concordam com o que foi escrito ou viajei na maionese?

Até!


quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

MUDANÇAS EM MARANELLO

Foto: Mark Thompson/Getty Images
Primeiro post do ano depois de alguns dias de descanso. As notícias são de alguns dias atrás, então perdi a chance de fazer um post com o famoso título "Arrivabene, Maurizio". Melhor assim.

Atendendo a mais um pedido do falecido presidente Sérgio Marchionne, a Ferrari demitiu o ex-chefe e alçou Mattia Binotto, então chefe de motores e um dos responsáveis pela retomada competitiva da equipe nos últimos dois anos como novo chefão.

Arrivabene substituiu Marco Mattiacci e comandou os italianos durante quatro anos. Algumas vitórias, a sensação de que era possível brigar com a Mercedes e as decepções marcaram sua passagem. Sem conhecimento técnico (afinal, era "apenas" um funcionário da patrocinadora, a Philip Morris) mas com grande liderança, Arrivabene conseguiu recuperar os italianos e fez mais até do que se poderia imaginar. Basta lembrar como era a equipe em 2014, com a saída de Luca di Montezemelo e Alonso...

Na Ferrari desde 1995, Binotto galgou até chegar nessa posição. Pelo que diziam no paddock, o clima na equipe não era nada bom e o italiano venceu a guerra interna contra o compatriota. Arrivabene, por não possuir o conhecimento técnico, ficou sem condições de dar ordens construtivas, principalmente diante da grande dificuldade da equipe dentro e fora das pistas, o que coincidiu (ou foi fruto das diferentes ações?). Arrivabene passou a culpar a equipe técnica pela falta de evolução na parte final do campeonato, o que certamente tornou as coisas piores.

Foto: Marco Canoniero/ Getty Images
Binotto tinha o apreço de Marchionne pelos avanços da Ferrari. O grupo de jovens italianos alçado pelo ex-presidente pegou a base do trabalho desenvolvido por James Allison e deu salto gigantesco com o cavalo rampante. Agora, Binotto tem dois desafios: ser o chefe e desenvolver o novo carro da Ferrari de acordo com as mudanças do regulamento. Será o técnico Binotto ter a energia de Arrivabene e trazer os resultados de uma equipe que já está mais de dez anos sem ganhar títulos ou construtores?

Vettel perde um grande defensor, talvez o maior. Como será a relação com o novo chefe? Leclerc terá a tão falada igualdade de condições logo na estreia. Arrivabene fez um bom trabalho, mas a Ferrari, na busca de resultados, queima uma ponte apostando no trabalho bem realizado da juventude nos últimos anos. Será essa nova equipe capaz de conduzir a Ferrari aos títulos outra vez?

Outro ex-F1 foi contratado pelos italianos para ajudar no simulador. Trata-se de Pascal Wehrlein, recém saído da Mercedes. O alemão vai conciliar o trabalho da Ferrari com o Mundial de Fórmula E. A imprensa noticia que os italianos talvez estejam a procura de outro piloto, pois a equipe perdeu Kvyat e Giovinazzi para a Toro Rosso e a Sauber, respectivamente. É uma boa para o alemão, que mantém contato com a categoria e quem sabe pode até voltar para a equipe suíça ou ir para a Haas no futuro, dependendo de seus resultados e do que acontecer na F1.

Bem, por enquanto é isso. O primeiro texto do ano é sempre especial. Muitos mais virão, certamente!

Até!

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

GP DOS EUA - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio dos EUA entrou no calendário da Fórmula em 1950. Até 1960, as 500 Milhas de Indianapólis faziam parte do circo da Fórmula 1. Desde então, o GP foi disputado nos circuitos de Riverside (1960), Watkins Glen (1961-1980), Sebring (1959), Phoenix (1989-1991), Indianapólis (2000-2007) e Austin (2012-).


ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:37.766 (Ferrari, 2017)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:33.108 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2007, 2012, 2014, 2015, 2016 e 2017) - 6x

NOVO RUMO

Foto: Crash.net
Stoffel Vandoorne não vai ter muito tempo para digerir a saída da F1. Hoje, o belga foi anunciado como piloto da HWE para a temporada 2018/2019 da Fórmula E. Ele será companheiro de equipe de Gary Paffett, o eterno piloto de testes da McLaren. Aliás, a HWA é representante da Mercedes e é responsável pela transição da DTM para os bólidos elétricos. O apoio legal será apenas na temporada seguinte. Agora, a HWE vai correr com o equipamento da venturi.

"A HWA é uma equipe com uma história de tanto sucesso no automobilismo. Todo mundo que eu encontrei até aqui pareceu apaixonado por corridas. Além disso, é ótimo trabalhar ao lado de alguém tão experiente quanto o Gary Paffett. Tenho certeza de que vamos nos beneficiar um do outro ao longo da temporada. Somos todos novatos nesse campeonato e não tenho dúvida de que vai ser uma curva de aprendizado íngreme. Não vai ser fácil. Meu objetivo é ser competitivo no campeonato o mais cedo possível e deixar uma boa impressão", falou.

O belga já está em Valencia, onde estão realizados testes de pré-temporada. Vandoorne terá apenas uma "folga" após o final da temporada da Fórmula 1, que encerra-se dia 25 de novembro. A Fórmula E já começa três semanas depois, no dia 15 de dezembro, na Arábia Saudita.


Ver um cara tão vencedor e talentoso nas categorias de base ser chutado tão cedo da F1 e parar logo na FE é como ver aquela promessa do seu time jogando em time pequeno tão jovem. Não é nem um empréstimo, mas sim uma reversão de expectativa. Vandoorne é uma eterna promessa? Não sei, espero que não. Enfim, que seja feliz na FE e recupere a confiança, tão abalada por essa gestão desastrosa da McLaren.

NOVO RUMO - PARTE 2

Foto: Divulgação
Sonhando com um retorno à F1 após romper com a Mercedes, Pascal Wehrlein parece ter retrocedido e preferiu algo mais concreto: a Fórmula E. Ele foi anunciado pela Mahindra, juntamente com o experiente belga Jérome D'Ambrosio. A equipe indiana substituiu os dois pilotos, que eram Nick Heidfeld e Felix Rosenqvist. O alemão, inclusive, já deu as primeiras voltas com o carro nos testes de pré-temporada da categoria em Valencia. Com o novo modelo Gen2, todos estão passando por adaptações, mas é claro que os novatos na categoria (incluindo Vandoorne e Massa) irão sofrer mais. Em 35 voltas, o alemão fez o 13° tempo.

"Fico muito feliz por fazer parte da Mahindra”, disse Wehrlein ao ser anunciado. “É uma equipe pequena, mas com grandes ambições, e eu tenho essas mesmas ambições. Quero alcançar os melhores resultados possíveis e tenho a sensação de que essa equipe é o ambiente certo para mim. Fico ansioso pela temporada”, continuou.


Bom, a Toro Rosso é o único lugar no qual o alemão poderia ser contratado, diante da ruptura com a Mercedes. Na Williams, a questão é mais complicada. Talvez o rompimento com os alemães seja o fim definitivo do sonho de Pascal em retornar à F1. Vai seguir o mesmo caminho de Vandoorne. Ocon que se cuide. Não há mais vagas na Fórmula E. Ou é Williams ou esquentar banco por um ano. É muito preocupante ver três jovens talentos sendo exilados da categoria por motivos diferentes. Sorte para Pascal e Vandoorne. A Fórmula E vai mesclando conhecidos veteranos com "eternas promessas". Sei lá, só consigo imaginar isso como um Bellator do automobilismo, ou então a MLS. No mínimo interessante.

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 331 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 264 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 207 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 196 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 173 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 146 pontos
7 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 53 pontos *
8 - Kevin Magnussen (Haas) - 53 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Renault) - 53 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 49 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 39 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 31 pontos
14- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 21 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Harley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 538 pontos
2 - Ferrari - 460 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 319 pontos
4 - Renault - 92 pontos
5 - Haas Ferrari - 84 pontos
6 - McLaren Renault - 58 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 43 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 27 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO





quarta-feira, 26 de setembro de 2018

EXERCÍCIO DE ADIVINHAÇÃO

Foto: MotorSport
Geralmente, este seria um post para falar brevemente sobre a etapa da Rússia. Meses depois, impossível não lembrar da Copa. Que saudades. O circuito ainda não tem muito a oferecer para algo ser escrito, então vou pegar o gancho do anúncio da Sauber para fazer algumas projeções para o ano que vem.

Agora, oficialmente, temos seis equipes que já confirmaram seus dois pilotos para o ano que vem. São eles: Mercedes (Hamilton e Bottas), Ferrari (Vettel e Leclerc), Red Bull (Verstappen e Gasly), Renault (Ricciardo e Hulkenberg), McLaren (Sainz e Norris) e os suíços (Raikkonen e Giovinazzi). Portanto, 12 dos 20 assentos já têm dono, incluindo as principais equipes.

Em tese, restam oito vagas. No entanto, algumas já estão confirmadas, mas ainda não de forma oficial. São os casos da Racing Point, com Pérez e Stroll e a provável permanência de Magnussen na Haas. A lista aumentaria para 15.

Restariam as definições na Toro Rosso, Williams e uma vaga na Haas. É aí que entra a adivinhação (ou tentativa, ou nem tanto). Vejamos:

- Toro Rosso: dizem que Daniil Kvyat (sim!) vai ser anunciado como piloto da equipe pela 3423432 vez. Dan Ticktum, piloto da academia dos taurinos, não terá pontos suficientes da super-licença para entrar na F1 e deve ir para a Super Fórmula, no Japão, ainda mais agora que tem a Honda como parceira. Pascal Wehrlein, que não será mais piloto Mercedes no ano que vem, surge como principal candidato e minha aposta para ser companheiro do russo.

- Williams: sem Stroll e o patrocínio da Martini, a equipe de Grove encontra-se em dificuldades financeiras e parece ter sinalizado para a permanência de Sirotkin justamente para isso. No entanto, a imprensa europeia noticia que o George Russell, virtual campeão da F2 e piloto Mercedes, está com um pé na equipe. Por ter motor Mercedes, a tendência é que a equipe tenha descontos no pagamento anual deles através da colocação dos pilotos da academia dos alemães por lá. Nesse caso também se encaixa Esteban Ocon, incrivelmente com grandes possibilidades de estar de fora do grid. Colocando dois pilotos Mercedes ali, a Williams paga menos também. Assim, todos saem ganhando, dentro e fora das pistas.

- Haas: situação mais indefinida do grid. Leclerc seria o ficha um, mas foi alçado para a Ferrari. Os americanos chegaram a sondar Pérez, que optou por permanecer onde está, agora com o capital de Lawrence Stroll. Realmente não vi especulações de nome ventilados por aqui. Magnussen deve ficar e, pelo que vem dizendo o chefão Gunther Steiner, Grosjean não fica. Afinal, não está fazendo por onde. Giovinazzi, outro piloto Ferrari, foi para a Sauber. Como é adivinhação ou palpites esdruxúlos, eu colocaria Vandoorne ali. Outro piloto talentoso chutado pela McLaren formado a dupla dos americanos seria interessante, até para ver se o belga, com um carro e ambiente melhores, seria capaz de demonstrar todos os predicados que possui do tempo das categorias de base.

E vocês? O que acham que vai acontecer com essas últimas vagas abertas na F1? Dê seu palpite!

Até!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

ANÁLISE FINAL DA TEMPORADA 2017 - Parte 2

Foto: Getty Images
Fala, galera! Segunda e última parte da análise final da temporada 2017 da F1. Agora, vamos ver como foi o ano das equipes restantes: Renault, Toro Rosso, Haas, McLaren e Sauber.

RENAULT

Foto: Motorsport
Nico Hulkenberg: Nota 7,5

Hulk tem sido mais do mesmo: acumulador de pontos. Estreando em um carro inferior ao que estava, chegou a capengar em alguns momentos e praticamente conduziu sozinho a equipe francesa durante os construtores até a chegada de Sainz nas etapas finais. Será um embate interessante entre a juventude espanhola e a experiência alemã em um ambiente francês. A essa altura da carreira, a única coisa que Nico sonha é com um pódio na categoria. Até Stroll conseguiu logo na estreia... seria uma grande sacanagem do destino sair da F1 assim depois de tanto tempo na categoria. Um novo Nick Heidfeld.

Jolyon Palmer: Nota 5,5

Fazia hora extra na F1 nesse ano. Entretanto, sempre fico mal quando um piloto é desligado da equipe antes do final da temporada. Palmer conseguiu essa proeza depois de apenas pontuar em Cingapura e sendo inútil aos franceses na disputa direta com a Toro Rosso pelo sexto lugar nos construtores. Sempre mais lento que Hulk (perdendo em todos os treinos) e cometendo inúmeros erros, claramente se mostrou insuficiente para estar na F1. Que seja feliz em outras categorias.

TORO ROSSO
Foto: Getty Images
Carlos Sainz: Nota 7,5 (correu pela Renault as quatro etapas finais)

Um piloto em constante evolução, entregando o máximo que pôde com uma Toro Rosso que sofre há anos com a falta de melhorias do carro durante o decorrer do ano. Diante de uma forte concorrência na Red Bull, bateu o pé e conseguiu ser emprestado para a Renault ainda esse ano, onde terá um grande duelo contra Hulkenberg. Para a equipe satélite dos taurinos, resta a dúvida: o que será deles com dois pilotos inexperientes e com o fraquíssimo motor Honda? Oremos, já dizia Cláudio Cabral.

Daniil Kvyat – Nota 5

Em dois anos a carreira do russo foi do topo para o pré-sal. As atuações lamentáveis continuaram e não restou outra alternativa para Helmut Marko a não ser demiti-lo por duas oportunidades, agora definitivamente. Confesso que é uma coisa que me intriga até hoje o que aconteceu nesse meio tempo: uma queda técnica, psicológica, as duas. As respostas parecem ao mesmo tempo óbvias e misteriosas. Bom, o melhor para a mente desse jovem russo é respirar outros ares, porque a F1 detonou com seu psicológico.

Pierre Gasly e Brendon Hartley – Sem nota. Disputaram poucas corridas para ser feita uma mínima avaliação.

HAAS

Foto: Essaar
Romain Grosjean – Nota 6,5

O segundo ano da Haas na F1 seria naturalmente complicado. Ainda sem a verba da FIA e com o crescimento das concorrentes, restou superar apenas a McLaren e a Sauber. Depois de um início espetacular na equipe ano passado, Grosjean caiu bruscamente de rendimento. Com um problema aparentemente “incorrigível” nos freios desde então, o francês sofre para conseguir bons resultados. Ainda assim, fez mais pontos que o estreante no time Kevin Magnussen. O francês é um dos raros exemplos atuais da categoria de um piloto mediano que se mantém no circo sem precisar de um forte apoiador, e assim será, batendo, reclamando dos freios e conseguindo raras boas corridas pela frente.

Kevin Magnussen – Nota 6

Ficou mais em evidência por mandar o Hulkenberg o chupar do que qualquer outra coisa. Erros e acidentes evitáveis. Para um piloto que pintou tão bem e cheio de cartaz na McLaren, não foi nada bem. É até compreensível, sendo novo na equipe. Entretanto, não vai confirmar o status de promessa que tinha até quatro anos. Tanto ele quanto Grosjean precisam fazer mais para se manter na Haas nos próximos anos, até porque a Ferrari não vai hesitar em colocar Giovinazzi ou outro piloto da academia da Ferrari.

McLAREN

Foto: Red Bull
Fernando Alonso – Nota 7

Com um motor Honda lamentável, Alonso começou seu plano de conquistar as três principais provas do automobilismo.Foi bem na Indy 500, mas acabou sendo novamente traído pelo motor nipônico. Na F1, sem muito o que fazer, tentou pontuar nas corridas que a McLaren poderia se dar melhor: nos circuitos travados. Entretanto, é inegável admitir que os japoneses evoluíram minimamente seus motores, permitindo bons pontos no Brasil e em Abu Dhabi. O chassi do carro é excelente e evoluiu bastante também, provando que “apenas” falta um motor minimamente competitivo para brigar por melhores posições e até pódios, quem sabe. Com uma nova injeção de ânimo, é a última cartada da Fênix para buscar o tão sonhado (e mais distante do que nunca) tricampeonato.

Stoffel Vandoorne – Nota 7

Tiveram a audácia de criticá-lo na primeira metade do ano, com carro horrível. Já estavam dizendo que era só uma promessa que não ia dar em nada. Tenham um pouco de paciência. Vandoorne melhorou demais no segundo semestre e só foi ultrapassado por Alonso na pontuação na corrida de São Paulo. Diante de um companheiro de equipe tão competitivo e faminto por novas glórias, o desafio do belga ano que vem é se manter próximo de Alonso, com uma provável McLaren mais estruturada, que tenha mais condições de brigar pelo top 10 sem os inúmeros problemas de potência da ex-parceira Honda.

SAUBER

Foto: Motorsport
Pascal Wehrlein – Nota 7

Um ambiente competitivo e cercado de egos, dinheiro e interesses com certeza não é um mundo justo. Pascal sabe bem disso. Em um ano, vai de especulado à Mercedes a chutado da F1. Se pontuar com a Manor e a Sauber não bastam, o que será suficiente para mantê-lo em uma equipe? Ser saco de pancadas? Aí é que entra os interesses e o dinheiro, além da falta de carros. Pascal talvez não seja um superpiloto, mas com toda a certeza ele deveria estar entre os 20. Uma grande injustiça, uma ausência difícil de engolir e que espero que seja corrigida imediatamente.

Marcus Ericsson – Nota 5

Foda-se o resultado, o que vale é ter o patrocinador como (ainda) dono da agora Alfa Romeo Sauber. O bom é que fica a impressão de que será o último ano do sueco, pois a Ferrari deve assumir aos poucos todo o controle da equipe suíça outra vez. Nada pessoa, mas alguém que perdeu para todos os companheiros de equipe em 2014 simplesmente não deveria estar na F1. Ericsson é apenas insuficiente, não bate nem comete tantos erros. É sem sal, sem graça, nem é notado na transmissão. Entretanto, tudo isso será coroado com mais um ano sendo sem sal, sem graça... O bom é que, ao que tudo indica, será a última vez.

Bom, esses foram os meus dois centavos sobre o que aconteceu na F1 nesse ano. Nas próximas semanas teremos outros materiais até o fim do ano. Grande abraço!

Até!


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O SEGUNDO ADEUS

Foto: Globoesporte.com
Não era novidade. Pelo contrário. É oficial: Felipe Massa irá se aposentar pela segunda vez da F1 no final da atual temporada. O brasileiro se antecipou a Williams e, através de suas redes sociais, fez o derradeiro anúncio.

A situação já era esperada, diante do interesse da equipe de Grove em fazer uma espécie de vestibular pela vaga com Robert Kubica, Paul di Resta, Pascal Wehrlein e agora até Daniil Kvyat como um dos postulantes, com os 15 milhões de euros que possuem de seus apoiadores russos.

Sobre a despedida de Massa e outras sensações pessoais, já escrevi nesse espaço no ano passado. Elas continuam atuais. O que dá para acrescentar nesse post é que vai pegar mal para Massa perder de Lance Stroll. Ademais, creio que no futuro apenas fãs hardcores como nós é que lembrarão desses detalhes. Pode ser até que a sua despedida verdadeira tenha sido em 2016. Talvez fosse melhor para a imagem do brasileiro afirmar desde o início do ano que essa seria a sua temporada derradeira, que retornou como um "favor" para Williams e nada mais. Ao menos não daria a impressão de estar sendo chutado e substituído como está sendo hoje. Repito: nada muda a sua brilhante história na F1. E, além do mais, não são poucos que têm uma segunda despedida da F1. Ele iguala seu mentor, Michael Schumacher, no mesmo palco. Lembro de Niki Lauda também, o resto precisaria pesquisar.

E quem será o substituto do brasileiro? Torcendo para que seja Pascal Wehrlein. Ele é, de longe, o melhor piloto disponível para a Williams no momento. Kubica com um braço é uma aposta arriscada. Di Resta e Kvyat nem considero, é um absurdo que ambos sejam realmente candidatos a substituto de Massa.

Ademais, você pode conferir (ou reler) outros textos relacionados a Massa que fiz no ano passado e o fim de uma era, pessoalmente falando:

O PRIMEIRO ANÚNCIO DE APOSENTADORIA DE MASSA

RITO DE PASSAGEM - PARTE 1 (aqui, em uma visão pessimista, achei que Raikkonen e Alonso iriam se aposentar no final desse ano; errei, mas a ideia segue a mesma)

RITO DE PASSAGEM - PARTE 2 (A então provável e depois confirmada saída de Bernie Ecclestone do comando da F1)


Até!

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

GP DO MÉXICO - Programação

O Grande Prêmio do México foi disputado entre 1962 e 1992, com exceção de 1971 à 1985, participou do campeonato da Fórmula 1. Em 2015, o circuito voltou a fazer parte do calendário do mundial da categoria.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Nigel Mansell - 1:16.788 (Williams, 1992)
Pole Position: Nigel Mansell - 1:16.346 (Williams, 1992)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Nigel Mansell (1987 e 1992), Alain Prost (1988 e 1990) e Jim Clark (1963 e 1967) - 2x


TOTO PRATICAMENTE DESCARTA WEHRLEIN NA F1 ANO QUE VEM

Foto: This Is F1

Agente da carreira do alemão, o chefão da Mercedes disse que a Williams é a única alternativa de Pascal para correr na F1 ano que vem. Isso porque a Sauber voltou a ser uma equipe B da Ferrari e irá com Charles Leclerc (piloto da escuderia e recém campeão da F2) e Marcus Ericsson, o sueco que manda em tudo (digo, seus patrocinadores).

Em entrevista para o jornal alemão Auto Motor und Sport, Toto disse que a alternativa Grove não é muito viável, apesar de Paddy Lowe, chefe da Williams, declarar que Pascal é um dos candidatos a ser piloto da equipe ano que vem, juntamente com Felipe Massa, Robert Kubica e Paul di Resta.
Wolff reconheceu que a influência da Mercedes na decisão não é determinante. “Não podemos fazer mais do que já estamos fazendo De qualquer forma, chega a hora em que um piloto precisa caminhar com suas próprias pernas.”

Apesar de a Martini exigir um piloto com mais de 25 anos como titular da equipe (Stroll tem 19 e Wehrlein 23), a Williams afirma que isso não é um impeditivo para a contratação do piloto pertencente a academia da Mercedes.

Wehrlein me parece injustiçado. Para ter uma avaliação melhor, seria necessário lhe entregar um equipamento menor. Correr com as piores equipes do grid por dois anos seguidos (Manor e Sauber) não é o ideal, apesar de o alemão ter conseguido a proeza de pontuar com as ambas as equipes.
Com a reaproximação surpresa de Sauber e Ferrari e a manutenção de outras vagas, é uma tremenda sacanagem Wehrlein ficar fora no ano que vem. Qual seria sua alternativa: outra categoria ou ser piloto reserva de alguma equipe? Enfim, quem disse que a vida (e a F1) é justa?

ALONSO IRÁ CORRER 24 HORAS DE DAYTONA

Foto: Motorsport
O bi-campeão mundial irá correr pela United Autosports, que pertence a Zak Brown, diretor executivo da McLaren. A ideia é a prova de Daytona servir como preparação para Alonso disputar as 24 Horas de Le Mans. O espanhol deseja conquistar as três principais provas do automobilismo: Gp de Mônaco (onde já venceu por duas oportunidades), a Indy 500 (disputou esse ano, abandonando no final com um problema no motor) e as 24 Horas de Le Mans.

O cronograma de Alonso já está traçado. Ele irá testar o carro pela primeira vez na Europa na semana seguinte ao GP de Abu Dhabi. No entanto, um de seus parceiros na empreitada de Le Mans, o campeão da F3 Europeia e protegido da McLaren Lando Norris irá realizar um teste em Paul Ricard no dia 7 de novembro. Alonso ainda não tem contrato para participar de Le Mans no ano que vem. Entretanto, a United Autosports é da classe LMP2, enquanto a principal é a LMP1, que já teve as saídas da Audi e da Porsche (ano passado e no fim desse ano, respectivamente). Portanto, a Toyota seria a única grande marca confirmada, mas que ainda não anunciou seus planos.

A United Autosports deve alinhar dois carros em Daytona. Um deles terá Alonso, Lando Norris e Phil Hanson, enquanto o outro terá a presença de Paul di Resta e Will Owen.

Mais uma vez o espanhol será o grande chamativo de uma das provas icônicas de Endurance. Disputada em janeiro, sentiríamos o ano no esporte a motor começar de forma antecipada, isso se a notícia for confirmada para nós, fãs de F1. Se o burburinho na Indy foi enorme, imagina em Le Mans? 

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 331 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 265 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 244 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 192 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 163 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 123 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 86 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 73 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Renault) - 54 pontos
10- Felipe Massa (Williams) - 36 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
12- Lance Stroll (Williams) - 32 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 28 pontos
14- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos
15- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 13 pontos
16- Fernando Alonso (McLaren) - 10 pontos
17- Jolyon Palmer (Renault) - 8 pontos
18- Pascal Wehrlein (Sauber) - 5 pontos
19- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 5 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 575 pontos
2 - Ferrari - 428 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 315 pontos
4 - Force India Mercedes - 159 pontos
5 - Williams Mercedes - 68 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 53 pontos
7 - Renault - 48 pontos
8 - Haas Ferrari - 43 pontos
9 - McLaren Honda - 23 pontos
10- Sauber Ferrari - 5 pontos

TRANSMISSÃO





terça-feira, 3 de outubro de 2017

O QUE SOBROU DA WILLIAMS

Foto: Motorsport
Desde o início da temporada o foco da Williams está em 2018, ano do novo regulamento e a primeira temporada onde Paddy Lowe e seu staff irão trabalhar no carro do time de Grove. Com o know-how de ter sido campeão na Mercedes, é um bom indicativo para a equipe inglesa possa evoluir na aerodinâmica e não só depender do potente motor Mercedes, que deu resultado efetivo apenas em 2014. Com desconto para o uso do motor alemão, uma nova equipe para construir um novo carro para um novo regulamento para o ano que vem, as coisas parecem promissoras, não?

Bem... só falta o principal: pilotos. Sim, no plural. Esqueça: Stroll permanecerá na Williams até quando Sr. Lawrence cansar de queimar dinheiro. Ou seja, resta uma vaga, a mais importante disponível na F1 para o ano que vem, diante do fato que Ferrari, Red Bull, Mercedes, Renault, Force India e McLaren estão com seus cockpits definidos.

Felipe Massa está com sua posição ameaçada e corre sério risco de ser aposentado outra vez, agora sem direito a um retorno triunfal surpreendente. A questão é que o brasileiro vem perdendo rendimento nas últimas corridas e está próximo da façanha de ser ultrapassado pelo estreante rico no campeonato. O experiente brasileiro permaneceu na Williams para ser uma espécie de "tutor" de Stroll. Agora, a partir do momento em que Lance começa a superá-lo nos pontos, Massa já teria concluído sua missão nesse retorno à categoria e poderia ser descartado. Afinal, Stroll teria em seu currículo logo no primeiro ano de F1 superado um vice-campeão mundial. Nada mal, se não fosse por acasos e ordens de equipe como a realizada na última corrida, na Malásia.

Foto: LAT Images
Bom, e se Massa sair (o que acho provável), quem seria o seu substituto? Vamos com os candidatos: Paul di Resta. Sim, ele mesmo. O escocês ressuscitou na categoria ao substituir o brasileiro na Hungria. Não pode fazer muita coisa porque estava fora da F1 há quatro anos e entrou numa fria, num cockpit pequeno (ele é maior que Massa) e sem nunca ter andado com as novas unidades híbridas da F1. Bem, parece que ele impressionou o time de Grove e seria uma indicação de Sr. Lawrence. Nessas condições, seria mais um adversário fácil para Stroll vencer sem mais incomodações em seu segundo ano na F1. Se Di Resta quando mais jovem não empolgou durante os anos em que esteve na Force India, seria muito improvável conseguir fazer algo a essa altura da carreira, convenhamos.

Possível parceiro de Stroll para 2018. Foto: F1
Candidato dois: Robert Kubica. Depois de flertar com a Renault e ver Sainz pegar sua suposta vaga, as notícias envolvendo o polonês diminuíram justamente depois de seu teste coletivo pela equipe francesa na Hungria, em agosto. A informação de bastidores é que Kubica continua veloz, mas com stints inconsistentes para se manter competitivo na F1. Realmente, dirigir praticamente com uma mão só deve ser muito difícil, ainda mais afastado da categoria desde 2010. Dizem que Sr. Lawrence não deseja Kubica na equipe por dois motivos. 1) O polonês é naturalmente talentoso e 2) Mesmo bem longe de suas melhores condições físicas seria capaz de vencer Stroll, o que pegaria mal para o canadense. Como já escrevi antes, o retorno de Kubica seria fantástico para a F1, a questão é que sua real condição nesse momento é uma grande incógnita e ninguém parece, a princípio, disposto a embarcar nessa aposta.

Imagine um macacão da Williams aí? É possível. Foto: LAT Images
E a alternativa três surgiu de forma concreta nesse fim de semana. Toto Wolff, chefão da Mercedes, disse que Pascal Wehrlein é um dos candidatos a vaga da Williams. Ora, a equipe inglesa usa o motor alemão com um desconto... teria Toto, ex-sócio de Grove, poder de indicação? Ele diz que não. Também acho improvável, ainda mais com papai Stroll no comando... Outra situação que é um empecilho para a vida do jovem piloto alemão é o fato de a Martini, principal patrocinadora da Williams, exigir que um de seus pilotos tenha mais de 25 anos para que possa participar das campanhas de publicidade da empresa. Stroll tem 18 e Wehrlein 22. Ou seja, seria inviável. Entretanto, se o piloto reserva cumprisse esses requisitos, não haveria mais nenhum problema. Wehrlein vive situação parecida na Sauber. Prestes a ser substituído por Charles Leclerc, o talentoso alemão não teria condições de mandar Ericsson embora, o que seria o natural, pelo fato da Tetrapak mandar na Sauber e ser um dos patrocinadores do piloto.

Depois de pontuar com as duas piores equipes do grid, Pascal pode ganhar a grande chance da carreira. Foto: F1 Fanatic
Resumindo: é muito triste ver que a Williams, uma das três equipes mais tradicionais da F1 e que dominou os anos 1990, esteja nas mãos de um milionário canadense e se transformado em um playground de rico. Certamente Frank se arrepende de ter dispensado tantos grandes pilotos anteriormente como Hill, Mansell e Villeneuve pelo fato de que importava apenas o título de construtores para ter nos últimos anos pilotos como Maldonado e Nakajima. Desde a saída da BMW que os ingleses viraram coadjuvantes, apenas voltando a ter um leve brilhareco agora.

Se a equipe tem um bom material humano de engenheiros e saúde financeira para fazer um bom carro para 2018, certamente faltará pilotos capazes de extrair esse potencial, independente da escolha que será feita e que não fugirá desses nomes. O melhor seria dar uma chance para Wehrlein pelo trabalho do alemão nos dois últimos anos. Entretanto, Wehrlein e Stroll não é uma dupla compatível com a história da Williams. Minha segunda opção seria manter Felipe Massa porque Robert Kubica é uma incógnita e não existiria nenhum sentido o retorno de Paul di Resta para a categoria, mesmo que seja para levantar o hype de Stroll, isso seria muito feio.

Ou seja, o destino da icônica Williams está nas mãos e no dinheiro de Sr. Lawrence, que irá escolher ou um piloto aposentado, uma incógnita de um braço só ou uma jovem promessa. Independente da decisão, os ingleses sairão perdendo e Stroll será beneficiado. E o pai Lawrence está errado em querer o melhor para o filho? Claro que não, ainda mais que isso envolve muito dinheiro...

Qual a sua opinião?

Até mais!

terça-feira, 22 de agosto de 2017

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA - Parte 2

Foto: F1Fanatic
Meu primeiro texto com 22 anos de idade, escrito ainda aos 21. Voltamos com a parte final da análise do desempenho dos pilotos nessa primeira metade da temporada, agora com os dez últimos na classificação do campeonato. Confira:

Foto: F1
Felipe Massa – 6,5 = O começo da temporada foi ótimo. Acumulou os pontos que pode. Com a manutenção das deficiências dos carros anteriores no FW40, não consegue render em circuitos travados e/ou com chuva. Foi muito, mas muito mais rápido que Stroll, o que pode viabilizar sua permanência na categoria após uma aposentadoria relâmpago no ano passado. Canalizando esforços para 2018, o primeiro com Paddy Lowe a frente do projeto da equipe de Grove, Massa brigará pelos últimos pontos disponíveis, precisando ter a sorte que historicamente não tem, como em Baku, onde poderia ter vencido. Deve continuar na Williams.

Foto: F1Fanatic
Lance Stroll – 6,5 = Não está pronto para a Fórmula 1. Entretanto, sua nota é a mesma de Felipe pelo motivo óbvio do pódio em Baku, onde teve competência de apenas não se envolver em acidentes. Não tem velocidade e sofre em guiar o carro. É normal, visto que tem apenas 18 anos e queimou etapas importantes. Entretanto, o dinheiro que tem e esse pódio conquistado ao acaso irá garantir o canadense na F1 por muito tempo, mesmo que dificilmente entregue algo a mais para a Williams. Pois então, já fez mais que eu esperava: está na história da categoria como o mais jovem a ir para o pódio, o que é lamentável. A vida não é justa.

Foto: F1Fanatic
Romain Grosjean – 6,5 = Altos e baixos com a Haas. Está levando vantagem diante do duro Kevin Magnussen. Está sendo atormentado pelos problemas de freio desde o ano passado (mesma reclamação que Felipe Nasr tinha ano passado, com a Sauber).  Com menos recursos, cada ponto conquistado é importante na briga por milhões de euros a mais no orçamento do ano que vem. Seu grande objetivo é bater o dinamarquês, o que vem acontecendo até aqui.

Foto: AutoSport
Kevin Magnussen – 6,5 = Seu grande momento na temporada foi mandar Hulkenberg chupar suas bolas após o GP da Hungria. De fato, o filho puxou o pai Jan, sem papas na língua e com comportamentos de certa forma criticáveis na pista. Ele espalhou Hulk sem necessidade. Durante a temporada, está fazendo um duelo equilibrado com Grosjean, mais experiente na categoria e na equipe. Seu estilo fanfarrão já gera muitos fãs e haters. Ao contrário dos últimos anos, dessa vez sua permanência em uma equipe está garantida.

Foto: Motorsport
 Fernando Alonso – 7,0 = Tema do último post, é um desafio escrever algo inédito por aqui. Vou tentar: com um carro horrível, só o fato de completar uma corrida é digno de comemoração. Quando pontuou pela primeira vez, já foi incrível. Quando foi o sexto na Hungria e com a volta mais rápida da corrida, é o ápice. Um desperdício de talento, sem dúvida. A Liberty precisa dar um jeito para segurar seu grande meme e símbolo de carisma na atual F1 (quem diria, hein?). O talento continua ali, e isso ninguém pode tirar. A Honda deveria se envergonhar em simplesmente não dar um motor decente para o espanhol em três anos de trabalho.

Foto: DNA India
Pascal Wehrlein – 7,0 = Pontuar duas vezes com o pior carro do grid e com o motor Ferrari do ano passado já justifica a nota do alemão, ainda mais que ele fez essas proezas após se recuperar de um grave acidente na pré-temporada que o impossibilitou de participar das primeiras corridas da temporada. Portanto, não estava 100%. No meu mundo paralelo, Wehrlein estaria na Mercedes nessa temporada ou na Force India na próxima. Azar de Bottas. Como isso não vai acontecer, resta ao talentoso alemão torcer pela benevolência de Toto Wolff para achar algum lugar melhor no ano que vem. Seu talento precisa ser lapidado em desafios maiores.

Foto: F1Fanatic
Daniil Kvyat – 5,0 = O pior piloto do ano. Desempenho fraco e acidentes lamentáveis. Infelizmente, não se justifica mais a permanência do russo na F1. Sua renovação já foi forçada, meio que uma espécie de reparo ao fato de ter sido rebaixado da Red Bull. Estar atrás de Wehrlein no campeonato e ter mais pontos na carteira do que no campeonato resumem seu momento. É uma pena, pois torço para o russo. Entretanto, o programa de pilotos da Red Bull está numa entresafra desgraçada, tanto é que mesmo assim, Pierre Gasly não foi chamado para a Toro Rosso, e parece que não será novamente. Para o segundo semestre, a indagação: será Kvyat suspenso por um GP por fazer os 12 pontos de infração na carteira da FIA?

Foto: Racing Motor Sports
Stoffel Vandoorne – 6,5 = Críticas injustas me deixam puto. Enquanto são benevolentes e chamam Stroll de “superestrela” por um pódio acidental em um carro que deveria pontuar regularmente e não esporadicamente, o talentoso belga sofre por ser companheiro de Alonso. Obviamente, todas as atualizações e peças dirigem-se ao espanhol. Com o carro problemático e defasado, a distância para Alonso é ainda maior do que seria se ambos estivessem em condições igualitárias na equipe. Participou de incidentes na Espanha e em Mônaco (onde teve grande chance de marcar muitos pontos), mas foi para as férias com um pontinho no campeonato, o que traz alívio e confiança para seguir o trabalho. Vandoorne, com um carro bom, tem tudo para ser protagonista da F1. 

Foto: Motorsport
Jolyon Palmer – 5,0 = Zerado com a Renault. Sua renovação foi um absurdo, o que já tinho escrito por aqui e no Twitter. Desempenho fraco ou acidentes. Quando não é isso, o carro quebra. O campeão da GP2 de 2015 pode sequer terminar a temporada. O hype Kubica está vindo com tudo. Mas, convenhamos, Jolyon não fez o suficiente para merecer uma segunda temporada na F1, e conseguiu piorar seu desempenho mesmo com a evolução do bólido francês. Melhor o pai Jonathan encontrar outra categoria para o filho em 2018.

Foto: Portal Race
Marcus Ericsson – 5,5 = Outro que não deveria estar na F1. Entretanto, não tem o que fazer no fraquíssimo carro da Sauber. Ainda assim, consegue a proeza de perder nos três anos em que esteve na equipe, dois como piloto dos investidores suecos. Evidente que Wehrlein e Nasr são muito melhores que ele, mas diante de tais regalias isso pega muito mal, mais ainda no caso do piloto alemão, que conquistou seus melhores resultados sem estar com 100% das condições físicas. Todavia, como é o dono da equipe, seguirá completando o fim do grid e aparecendo raramente na transmissão da FOM.

Essa foi a minha análise dos pilotos até aqui na temporada. Você concorda? Discorda? Comente!

Até mais!


segunda-feira, 26 de junho de 2017

VIROU BADERNA

Foto: Getty Images
"Mas o que é isso?" O gesto de Ricciardo diz tudo. Vou tentar explicar o que aconteceu na corrida de hoje baseado nos fatos da prova: aleatoriedade total. Posso afirmar que: Ricciardo, azarado na Espanha e em Mônaco ano passado, vê a sorte sorrir na Malásia 2016 e hoje. Enquanto isso, Max Verstappen abandonou pela quarta vez em seis corridas. O mais desavisado, o "analista de resultado", pode achar que o australiano está dando um banho no holandês (afinal, está 92 a 45 na classificação), mas não. Parece que todo o "azar" de Ricciardo passou para Verstappen, que não tem resultados que corroborem com seu desempenho em 2017. Até quando?

A corrida de hoje foi uma fiel reprodução do automobilismo norte-americano. Inúmeros acidentes, bandeiras amarelas, Safety Cars e até bandeira vermelha. Essa sequência de acontecimentos caóticos beneficiou Valtteri Bottas. De praticamente fora da corrida, mais de um minuto e meio atrás do primeiro carro a frente no início da prova, vítima de uma batida em Raikkonen na segunda curva, o Safety Car permitiu ao finlandês tirar a volta de atraso e voltar colado no pelotão, ultrapassando quase todo mundo (e contando com a "sorte", é claro) para chegar na segunda posição. Apesar do erro inicial, na minha opinião ele foi o piloto do dia.

Foto: Getty Images
É, temos que engolir Lance Stroll como o piloto mais jovem a conseguir o pódio no ano de estreia na F1. Não, ele não é o mais jovem a estar no pódio, esse é Verstappen, que atingiu o feito em seu segundo ano de categoria. Desde Alemanha 2001 que um canadense não subia ao pódio, com Jacques Villeneuve a bordo de sua BAR Honda. Deixando o momento PVC de lado, concluo que: pela primeira vez, Stroll apresentou um ritmo de razoável para bom em um final de semana. Superar Massa no treino livre e na classificação é um claro indicativo disso. Dizem que ele copia os setups do brasileiro desde o Canadá, o que pode fazer sentido. Enfim, méritos para o canadense que conseguiu quebrar a banca ao não bater na curva do castelo e sobreviver aos incidentes da corrida, sempre imprimindo um bom ritmo para conquistar o terceiro lugar. Poderia ter sido segundo, mas tirou o pé antes da linha de chegada e foi passado por Bottas. Ao menos um errinho tinha que ter, né? Senão não seria Stroll, hehehe. Parabéns ao garoto.

Foto: Getty Images
É quase unânime que "Massa iria vencer se não tivesse abandonado". Um abandono estranho, aliás. Um problema na suspensão logo depois da bandeira vermelha. Voltando ao assunto, acho um raciocínio muito simplista. É óbvio que ele fazia a sua melhor corrida no ano e tinha reais chances de pódio. Entretanto, vale lembrar que Bottas já estava escalando o pelotão e é muito fácil fazer esse tipo de previsão após o ocorrido com Hamilton e Vettel. Se for assim, os dois citados poderiam ter vencido "se", assim como a dupla da Force India, Raikkonen e Verstappen. Não existe. Azar para o brasileiro, que poderia ter, sim, conquistado um grande resultado. Não sei se a vitória, mas certamente o pódio no lugar de Stroll. Apesar disso, Massa segue a frente do jovem canadense no campeonato: 20 a 17.

A Force India não apaziguou os ânimos e perderam, outra vez, boa chance de conquistar um resultado espetacular. No início, achei que Pérez teve responsabilidade, mas depois me dei conta de que ele já estava quase no muro quando foi acertado por Ocon. Represália pelo jogo duro no Canadá? Bom, pior para o mexicano que abandonou e o francês, que poderia ter conquistado um pódio inédito, conseguiu se recuperar e chegar em sexto. O clima está fervendo entre os dois. Se não existir pulso firme, a equipe pode perder mais oportunidades de progressão, e a carreira dos dois pode ter a reputação abalada. Hora do puxão de orelha e evitar a auto-destruição de seus carros.

Foto: Getty Images
Juro que estava esquecendo. Aconteceu tanta coisa que acabei deixando o principal para o quase fim. A FIA concluiu que Hamilton não fez o que o estavam acusando, de break test intencional. Nas outras relargadas o inglês fez o mesmo. A questão é que Vettel, para não ser atacado, ficou colado, até demais. Espera. Hamilton foi irresponsável ao ficar a 40 km/h na saída de uma curva e início de uma reta. Já foi advertido várias vezes sobre isso. Vettel, por mais irritado que estivesse, não poderia ter feito o que fez, mesmo que a 40 km/h. É anti-profissional. Não houve punição, mas sim um arranjo político. Hamilton, com problemas na proteção do cockpit, foi obrigado a parar. Para que a situação não soasse injusta, Vettel foi punido com 10 segundos de stop and go por "direção perigosa", coincidentemente anunciado pela FIA após a parada do inglês. Foi brando. Os dois saíram no lucro nesse caso.

Foto: Reprodução
Hamilton foi o mais prejudicado. De uma vitória quase certa e uma diminuição na distância para o líder, acabou saindo de Baku com mais dois pontos de desvantagem. Pelo que foi o final de semana, Vettel foi o "vencedor", agora com 14 pontos a frente do tricampeão (153 a 139). O que era uma rivalidade relativamente cordial acabou incinerada. Mercedes x Ferrari. Hamilton x Vettel. Não tem reuniões nem nada para esfriar os ânimos. Vai ter muito jogo político, falcatrua e outros estranhamentos na pista. Como é bom ver duas equipes brigando pelo título. Que vença!

Para finalizar, coisas importantes que parecem não ter sido diante do que aconteceu hoje: Alonso marcou os primeiros pontos da McLaren no campeonato. Inacreditável ver os dois carros da equipe terem sobrevivido a reta de Baku sem a explosão dos motores. Não só isso, como também passaram as Sauber na reta! Enfim, os ingleses seguem na lanterna dos construtores. Wehrlein conseguiu mais um pontinho para os suíços. Será que vão demitir ele por estar atrapalhando o plano de Ericsson e seus investidores? Só com uma corrida de 10 carros para ver o sueco pontuar, pelo jeito.

Magnussen conseguiu bons pontos para a Haas. Está vencendo o teoricamente líder de equipe e especulado na Ferrari Romain Grosjean. O dinamarquês, dentro do que é possível, mostra seu valor, mostrando condições de se manter no pelotão intermediário da F1. Sainz se recuperou das barbeiragens e foi o oitavo.

Bastou especularem Alonso na Renault para que os franceses fossem a única equipe zerada do final de semana. Hulk cometeu um erro bobo. Palmer, quando não é ele é o carro, mas quem se importa? Está com os dias contados. Nico tem que aguentar sete anos sem pódio, enquanto Stroll conquista seu primeiro na oitava corrida da carreira. Síndrome de Heidfeld é inevitável.

Confira a classificação final do GP do Azerbaijão. A próxima etapa será o Grande Prêmio da Áustria, nos dias 7, 8 e 9 de julho. Até lá!




quinta-feira, 22 de junho de 2017

O ACERTO QUE DEMITE

Foto: Independent
Hoje a Sauber anunciou uma notícia que poderia ter sido veiculada há alguns anos. Monisha Kaltenborn foi demitida da equipe e, portanto, não é mais a chefe da escuderia suíça, cargo que ocupou durante cinco anos. A indiana entrou para a história como a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe na história da categoria. Hoje, resta Claire Williams, que assumiu o posto pouco depois de Monisha.

A indiana trabalha na Sauber desde 2000, quando advogava para o banco suíço Credit Swiss, que passou a patrocinar a equipe em 2001. Ela atuava na área legal das atividades do banco e do time. Aos poucos, foi subindo na empresa até assumir, de forma surpreendente, o comando da Sauber, substituindo o dono, Peter, que se aposentou. Ela ficou com 33,5% das ações da equipe até o ano passado, quando abriu mão após a venda da Sauber para os investidores suíços.

Sua gestão na F1 foi um desastre. Um erro atrás do erro. Equívocos de contratação e, pasmem, com sérios problemas financeiros e jurídicos, sua área de formação. O ano de 2015 foi emblemático. Ela contratou Nasr e Ericsson, assim como havia assinado com Giedo Van der Garde, Adrian Sutil e até Jules Bianchi, dizem as más línguas. Van der Garde entrou na justiça e causou embaraço para toda a organização quando ganhou o direito de correr pela equipe. Lá estava o holandês, de macacão, esperando seu carro. Monisha teve que pagar R$ 56 milhões ao piloto para resolver a situação, piorando ainda mais a caótica situação da financeira da equipe, que culminou com a venda para investidores suecos no ano passado.

Foto: Getty Images

A Sauber obviamente nega, mas o motivo da demissão de Monisha nem é sua incompetência na gestão da equipe nos últimos anos, mas sim uma desavença nos rumos que a equipe deveria tomar. Ano passado, Ericsson foi alçado a piloto número 1, uma exigência dos donos da equipe, suecos ligados a ele. O que aconteceu? Com a possibilidade financeira de apenas melhorar um carro, todas as atualizações iam para Ericsson, e Nasr ficava com a sobra. Óbvio que o mediano sueco passou a andar na frente do brasileiro, que mesmo assim, passando por cima de ordens da equipe, conseguiu pontuar e salvar os suíços da falência, mas que indiretamente decretou o fim da Manor.

Para esse ano, a estratégia é a mesma: foco para Ericsson, Wehrlein que se exploda. Acontece que, mesmo duas corridas ausente, o alemão conseguiu um heroico oitavo lugar, o que Ericsson jamais terá a capacidade de alcançar, por ser menos piloto. Monisha, dessa vez, recusou a "orientação", pois obviamente percebeu que isso seria uma burrada colossal, afinal, o futuro da equipe está em jogo.

Foto: Auto Sport

Resumo da ópera: Monisha é demitida talvez na sua única decisão acertada em cinco anos de Sauber, que seria no mínimo a igualdade de condições entre Wehrlein e Ericsson. A indiana entra na história como uma estatística interessante de quebra de barreiras e preconceitos, assim como também entra na história pelo trabalho que quase afundou a Sauber, equipe simpática do meio do grid que hoje luta para sobreviver, é o pior carro da F1 e ganha a antipatia dos fãs em virtude do protecionismo a Ericsson. E ano que vem terá a Honda como fornecedora de motores. Que dupla, hein?

Óbvio que o investimento só está sendo feito porque Ericsson está lá. Do contrário, a F1 teria hoje nove equipes. Colin Kolles, ex-Hispania, é o favorito a assumir o cargo. Para esse final de semana, o gerente do time, Beat Zehnder, e o diretor técnico Jorg Zander ficarão responsáveis pelas operações do time no GP do Azerbaijão, em Baku. Uma coisa é certa: Wehrlein vai sofrer. Será difícil fazer mais do que já fez, e não verei como um fato normal se ele passar a ser constantemente batido pelo companheiro e ter problemas no carro, bem como estratégias de boxes equivocadas.

Até!



segunda-feira, 29 de maio de 2017

O FIM DOS TABUS

Foto: Reprodução
No sábado, Kimi Raikkonen quebrou uma sequência de quase uma década (!!!) sem largar na primeira posição. Hoje, Vettel interrompeu uma sequência de quatro vitórias consecutivas da Mercedes no Principado e venceu pela segunda vez em Monte Carlos, seis anos depois da então única vitória, pela Red Bull. A Ferrari não vencia em Mônaco desde 2001 e não fazia uma dobradinha desde 1999. Pessoas que nasceram nesse ano já são maiores de idade. Meu Deus.

Para Vettel, mais importante do que esses dados foi conseguir abrir uma grande vantagem para Hamilton, de 25 pontos (ou seja, mais de uma corrida). O inglês, que saiu na 14a posição por uma sequência de erros, problemas e azares, conseguiu chegar em sétimo e diminuir um pouco o prejuízo, contando com uma boa estratégia. Se na quinta parecia que as flechas de prata seriam competitivas no fim de semana, o sábado e o domingo dissiparam essas impressões. Bottas em nenhum momento sequer ameaçou as Ferrari. E pior: ficou fora do pódio. A última vez que uma cerimônia de pódio (bem sem graça por sinal; voltem com a tradição!) foi na Espanha, ano passado, quando Lewis e Nico se bateram.

Foto: Getty Images
Daniel Ricciardo mostrou que guia muito bem em Mônaco. Outra grande corrida. Com a menor distância entre as diferenças dos carros, a Red Bull imprimiu um bom ritmo e pressionou Mercedes e Red Bull. Talvez isso seja possível outra vez somente na Hungria e em Cingapura. Largando em quinto, conseguiu se valer de dois undercuts na estratégia de parar depois para superar Verstappen, que completou a corrida de Mônaco pela primeira vez na carreira e Bottas, chegando a pressionar Kimi pelo segundo lugar.

O "undercut" também decidiu a vitória. Vettel ficou cinco voltas de pista livre para acelerar, fazer voltas rápidas e voltar a frente do IceMan, que estava bastante insatisfeito após a corrida, visivelmente frustrado por ter nas mãos a possibilidade de voltar a vencer depois de um sábado maravilhoso. Muitos acusam a Ferrari de um certo jogo de equipe calculado para favorecer o alemão. Eu não acredito nisso mas não colocaria minha mão no fogo, até porque seria o correto, pensando-se no campeonato. A Mercedes não pode falar nada. O mesmo foi feito com Bottas no Bahrein, de forma clara.

Foto: F1Fanatic

Sainz repetiu o ótimo qualyfing e terminou em sexto, segurando a pressão de Hamilton. Junto com Pérez, parece ser o melhor e mais regular piloto do pelotão intermediário. Por falar no mexicano, hoje ele não foi bem. Danificou o assoalho durante a corrida, obrigando-o a fazer uma parada que o tirou do top 10. Quando começou a recuperar posições, fez uma manobra grosseira e bateu em Kvyat, novamente causando estragos ao seu carro e forçando o abandono do russo, que também vinha bem durante o fim de semana, assim como a Toro Rosso. Largando atrás, Ocon pouco pode fazer e, pela primeira vez no ano, a Force India saiu zerada, sem aproveitar as oportunidades oferecidas pela corrida. Acontece.

Essa série de problemas e abandonos possibilitou a Haas colocar os dois pilotos na zona de pontuação. Magnussen foi o oitavo e Grosjean o décimo. Na acirrada disputa da equipe estadunidense, vantagem para o dinamarquês por enquanto. O francês não está sendo o líder que muitos esperavam, cometendo alguns erros. Massa, sem carro para fazer muita coisa, escalou o pelotão através da desgraça dos outros, que viraram refresco para ele: nono lugar, coroando o fim de semana combativo. Stroll não conseguiu terminar a corrida. Recolheu para os boxes no final. Pode ter tido um problema ou se cansado de ficar em último para recolher. Desperdício de assunto para a Williams, que está colhendo o que planta.

Foto: Reprodução

Barbeiragens. O último ato de Button, até aqui, será uma tentativa descabível de ultrapassagem em cima da Sauber de Wehrlein. O alemão ainda parece estar envolto em toques e acidentes estranho. O carro virou e ficou de lado no muro. Ele teve que sair lateralmente do bólido e realizou exames médicos que não constataram lesões graves, apenas novas consultas para avaliação das costas e do pescoço, ainda lesionados pelo acidente ocorrido em janeiro. Seu parceiro de McLaren, Vandoorne, também cometeu outro erro bobo. O belga, no geral, fez um bom fim de semana. Chegou pela primeira vez ao Q3, mas acabou batendo no Q2. Largou mal, mas graças a estratégia estava na briga e fatalmente iria conquistar os primeiros pontos da equipe de Woking outra vez. De novo, outro erro: batida na Saint-Devote após ser ultrapassado por Pérez, logo na relargada.

O belga estreia em um ambiente pesado, com inúmeras pressões para conquistar qualquer resultado minimamente positivo e com um bicampeão do mundo como companheiro. São erros normais para um estreante nessas condições. Me parece injusto já tecer uma avaliação definitiva para Vandoorne. Ele tem muito potencial. Basta que as situações ao seu redor melhorem, pois certamente ao ficar mais experiente ele conseguirá dar conta do recado. Calma, pessoal.

Ericsson conseguiu bater durante o Safety Car. Desde o início ele reclamava de problemas nos freios e carro "inguiável". Do trio "ternura", apenas Palmer fez um papel digno e foi o 11°, quase pontuando. Que coisa.

Confira a classificação do Grande Prêmio de Mônaco. A próxima etapa será o Grande Prêmio do Canadá, nos dias 9, 10 e 11 de junho. Até!