Foto: Reprodução/WEC |
Semana passada, coincidência ou não, o Tela Quente mostrou
em horário nobre na TV aberta o Ford vs Ferrari, que conta a história de quando
os americanos venceram em Le Mans e a relação entre Ken Miles e Carroll Shelby.
No final de semana, aconteceu a corrida que marcou o
centenário das 24 Horas de Le Mans, principal prova da WEC. A categoria foi
abandonada nos últimos tempos e virou basicamente um parquinho de diversões da
Toyota, principalmente quando a rival Audi também saiu de cena.
Eis que, para a surpresa de muitos, a Ferrari resolve voltar
para as corridas de Endurance. O objetivo, claro, é ser competitivo e depois
vencer e ser campeão, é claro.
Nas etapas anteriores, em Sebring e Spa, os italianos
estavam no caminho, apesar dos problemas naturais de durabilidade. Afinal,
desbancar os japoneses em tão pouco tempo é uma tarefa muito improvável. Mas
tudo pode acontecer.
Le Mans tem o charme. Se na produção americana obviamente os
italianos eram os vilões e os arrogantes da história, agora a trama era outra.
Desde 1965 que a Ferrari não vencia em Le Mans e a principal montadora do mundo
estava ausente do palco francês há exatos 50 anos.
Ingredientes que, por si só, já deram um outro tempero para
a corrida desse final de semana. Finalmente a Toyota teria uma adversária a
altura, em tese, apesar da Peugeot também estar de volta a corrida da casa.
Nos treinos, a primeira surpresa. Dobradinha italiana na
primeira fila, embora o ritmo de corrida e o favoritismo continuassem do lado
dos japoneses. Na largada, Buemi passou os dois e assumiu rapidamente a
liderança.
Uma das Toyotas e uma das Ferraris tiveram problemas. O
carro japonês abandonou e o italiano perdeu ritmo, se afastando da
possibilidade da vitória. Agora era um contra um. Toyota vs Ferrari.
Um problema no pit-stop fez os italianos do #51 perderem a
liderança para o #8 dos japoneses, que tiveram um pneu furado. Faltando duas
horas para o fim, a Ferrari tinha uma vantagem pequena. Tensão total.
Até que Ryo Hirakawa rodou e bateu. Fim da disputa. Agora,
só faltava o tempo passar.
E a Ferrari #51 de Alessandro Pier Guidi e os ex-GP2 James
Calado e Antonio Giovinazzi quebraram um jejum histórico, de meio século. A
vitória mais importante da Ferrari nos últimos 15 anos.
O fim da espera. Desbancar os favoritos. A redenção para
dois pilotos da GP2, um prodígio que não deu certo na F1, e outro que também
não chegou perto de ser titular, mas tinha valor. Mais uma vez, a lição que nem
tudo se resume a F1. A história está a disposição de todos, basta acreditar e
se reinventar.
Desta vez, os italianos são heróis e “mocinhos”. Só falta um
Paolo Sorrentino dar vida nas telonas a esse grande capítulo da história
ferrarista.
Até!