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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

ANÁLISE FINAL DA TEMPORADA 2017 - Parte 2

Foto: Getty Images
Fala, galera! Segunda e última parte da análise final da temporada 2017 da F1. Agora, vamos ver como foi o ano das equipes restantes: Renault, Toro Rosso, Haas, McLaren e Sauber.

RENAULT

Foto: Motorsport
Nico Hulkenberg: Nota 7,5

Hulk tem sido mais do mesmo: acumulador de pontos. Estreando em um carro inferior ao que estava, chegou a capengar em alguns momentos e praticamente conduziu sozinho a equipe francesa durante os construtores até a chegada de Sainz nas etapas finais. Será um embate interessante entre a juventude espanhola e a experiência alemã em um ambiente francês. A essa altura da carreira, a única coisa que Nico sonha é com um pódio na categoria. Até Stroll conseguiu logo na estreia... seria uma grande sacanagem do destino sair da F1 assim depois de tanto tempo na categoria. Um novo Nick Heidfeld.

Jolyon Palmer: Nota 5,5

Fazia hora extra na F1 nesse ano. Entretanto, sempre fico mal quando um piloto é desligado da equipe antes do final da temporada. Palmer conseguiu essa proeza depois de apenas pontuar em Cingapura e sendo inútil aos franceses na disputa direta com a Toro Rosso pelo sexto lugar nos construtores. Sempre mais lento que Hulk (perdendo em todos os treinos) e cometendo inúmeros erros, claramente se mostrou insuficiente para estar na F1. Que seja feliz em outras categorias.

TORO ROSSO
Foto: Getty Images
Carlos Sainz: Nota 7,5 (correu pela Renault as quatro etapas finais)

Um piloto em constante evolução, entregando o máximo que pôde com uma Toro Rosso que sofre há anos com a falta de melhorias do carro durante o decorrer do ano. Diante de uma forte concorrência na Red Bull, bateu o pé e conseguiu ser emprestado para a Renault ainda esse ano, onde terá um grande duelo contra Hulkenberg. Para a equipe satélite dos taurinos, resta a dúvida: o que será deles com dois pilotos inexperientes e com o fraquíssimo motor Honda? Oremos, já dizia Cláudio Cabral.

Daniil Kvyat – Nota 5

Em dois anos a carreira do russo foi do topo para o pré-sal. As atuações lamentáveis continuaram e não restou outra alternativa para Helmut Marko a não ser demiti-lo por duas oportunidades, agora definitivamente. Confesso que é uma coisa que me intriga até hoje o que aconteceu nesse meio tempo: uma queda técnica, psicológica, as duas. As respostas parecem ao mesmo tempo óbvias e misteriosas. Bom, o melhor para a mente desse jovem russo é respirar outros ares, porque a F1 detonou com seu psicológico.

Pierre Gasly e Brendon Hartley – Sem nota. Disputaram poucas corridas para ser feita uma mínima avaliação.

HAAS

Foto: Essaar
Romain Grosjean – Nota 6,5

O segundo ano da Haas na F1 seria naturalmente complicado. Ainda sem a verba da FIA e com o crescimento das concorrentes, restou superar apenas a McLaren e a Sauber. Depois de um início espetacular na equipe ano passado, Grosjean caiu bruscamente de rendimento. Com um problema aparentemente “incorrigível” nos freios desde então, o francês sofre para conseguir bons resultados. Ainda assim, fez mais pontos que o estreante no time Kevin Magnussen. O francês é um dos raros exemplos atuais da categoria de um piloto mediano que se mantém no circo sem precisar de um forte apoiador, e assim será, batendo, reclamando dos freios e conseguindo raras boas corridas pela frente.

Kevin Magnussen – Nota 6

Ficou mais em evidência por mandar o Hulkenberg o chupar do que qualquer outra coisa. Erros e acidentes evitáveis. Para um piloto que pintou tão bem e cheio de cartaz na McLaren, não foi nada bem. É até compreensível, sendo novo na equipe. Entretanto, não vai confirmar o status de promessa que tinha até quatro anos. Tanto ele quanto Grosjean precisam fazer mais para se manter na Haas nos próximos anos, até porque a Ferrari não vai hesitar em colocar Giovinazzi ou outro piloto da academia da Ferrari.

McLAREN

Foto: Red Bull
Fernando Alonso – Nota 7

Com um motor Honda lamentável, Alonso começou seu plano de conquistar as três principais provas do automobilismo.Foi bem na Indy 500, mas acabou sendo novamente traído pelo motor nipônico. Na F1, sem muito o que fazer, tentou pontuar nas corridas que a McLaren poderia se dar melhor: nos circuitos travados. Entretanto, é inegável admitir que os japoneses evoluíram minimamente seus motores, permitindo bons pontos no Brasil e em Abu Dhabi. O chassi do carro é excelente e evoluiu bastante também, provando que “apenas” falta um motor minimamente competitivo para brigar por melhores posições e até pódios, quem sabe. Com uma nova injeção de ânimo, é a última cartada da Fênix para buscar o tão sonhado (e mais distante do que nunca) tricampeonato.

Stoffel Vandoorne – Nota 7

Tiveram a audácia de criticá-lo na primeira metade do ano, com carro horrível. Já estavam dizendo que era só uma promessa que não ia dar em nada. Tenham um pouco de paciência. Vandoorne melhorou demais no segundo semestre e só foi ultrapassado por Alonso na pontuação na corrida de São Paulo. Diante de um companheiro de equipe tão competitivo e faminto por novas glórias, o desafio do belga ano que vem é se manter próximo de Alonso, com uma provável McLaren mais estruturada, que tenha mais condições de brigar pelo top 10 sem os inúmeros problemas de potência da ex-parceira Honda.

SAUBER

Foto: Motorsport
Pascal Wehrlein – Nota 7

Um ambiente competitivo e cercado de egos, dinheiro e interesses com certeza não é um mundo justo. Pascal sabe bem disso. Em um ano, vai de especulado à Mercedes a chutado da F1. Se pontuar com a Manor e a Sauber não bastam, o que será suficiente para mantê-lo em uma equipe? Ser saco de pancadas? Aí é que entra os interesses e o dinheiro, além da falta de carros. Pascal talvez não seja um superpiloto, mas com toda a certeza ele deveria estar entre os 20. Uma grande injustiça, uma ausência difícil de engolir e que espero que seja corrigida imediatamente.

Marcus Ericsson – Nota 5

Foda-se o resultado, o que vale é ter o patrocinador como (ainda) dono da agora Alfa Romeo Sauber. O bom é que fica a impressão de que será o último ano do sueco, pois a Ferrari deve assumir aos poucos todo o controle da equipe suíça outra vez. Nada pessoa, mas alguém que perdeu para todos os companheiros de equipe em 2014 simplesmente não deveria estar na F1. Ericsson é apenas insuficiente, não bate nem comete tantos erros. É sem sal, sem graça, nem é notado na transmissão. Entretanto, tudo isso será coroado com mais um ano sendo sem sal, sem graça... O bom é que, ao que tudo indica, será a última vez.

Bom, esses foram os meus dois centavos sobre o que aconteceu na F1 nesse ano. Nas próximas semanas teremos outros materiais até o fim do ano. Grande abraço!

Até!


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

ENCAMINHANDO O TETRA

Foto: Getty Images
Nem Lewis Hamilton poderia imaginar o que aconteceu em Cingapura. Para quem esperava não só perder a liderança mas também ficar no mínimo uns 10 pontos atrás de Vettel, o britânico sai com incríveis 28 pontos de vantagem e com o título muito próximo. Se a previsão era uma disputa final em Abu Dhabi, Lewis pode liquidar a fatura em Interlagos, pois a tendência é que a vantagem aumente nessas corridas iniciais. Entretanto, era tendência a Ferrari dominar e até a Red Bull ser a segunda força e não aconteceu, então é melhor não ser tão definitivo assim.

Mesmo assim, vou cometer a "ousadia" de afirmar que o campeonato acabou na primeira curva. No ao vivo, responsabilizei Verstappen pelo toque em Raikkonen. Entretanto, analisando os vários replays que a transmissão exibiu durante a corrida, acredito que a responsabilidade maior foi de Vettel. Ele fez um movimento natural de "fechar" o segundo como sempre o pole position faz nas largadas. Entretanto, acredito que ele não tenha imaginado que Raikkonen largaria tão bem assim e estivesse emparelhado com Max. Os dois últimos foram os menos culpados. Até quando o finlandês tem seus lampejos, o "azar" corta suas asas. Não acho que Vettel deva ser punido. Incidente de corrida. Foi óbvio que ele calculou errado. Apostando na competitividade de Max nas disputas na pista e principalmente pelo fato de a Red Bull estar forte para vencer, o alemão arriscou tudo para manter a ponta na primeira curva, mas viu suas chances de ser penta virarem quase improváveis. Escolhas.

Foto: Getty Images
Outro azarado é Don Alonso. Ele e Hamilton, no lado contrário da confusão, encaminhavam-se para terceiro e segundo respectivamente, até que a Fênix foi atropelada pela Ferrari desgovernada de Kimi, que acertou Verstappen, que acertou o espanhol. Quando não é a Honda é um acidente, ou os dois. Karma. Ricciardo contou que estava lidando com um problema no câmbio e por isso não conseguiu incomodar as Mercedes como todo mundo esperava. Inegável que seu gerenciamento de corrida lembra e muito Jenson Button: regular e preciso. Se Hamilton tem sete vitórias, Ricciardo chega ao sétimo pódio, contra apenas um de seu companheiro. É chover no molhado escrever que ele precisa urgentemente de um carro que lhe dê condições de brigar pelo título.

Bottas fez uma típica corrida mediana. Enquanto a pista esteve molhada, conseguiu levar passão até de Palmer. Quando a pista secou, ganhou as posições nos boxes e fechou o pódio. Entretanto, está confortável diante do novo contrato já estar em vigor, fazendo aquilo que se espera: roubar o máximo de pontos possíveis dos concorrentes e ajudar a Mercedes a emplacar mais um título de construtores. Fim de semana mágico para Sainz: transferência confirmada para a Renault e a melhor posição da carreira com um carro que não lhe permite voos altos. Outro piloto consistente que, a partir de 2018, veremos do que é capaz com um equipamento mais adequado. Pérez chegou em um bom quinto lugar e se igualou a Verstappen na tabela. Que fase.

Foto: Getty Images
Fim de semana de redenção para Palmer e Vandoorne. O campeão da GP2 de 2014 marcou seus primeiros oito pontos no ano. Tarde demais para permanecer na F1, o jeito é se despedir da categoria fazendo o que pode, agora sem a pressão dos resultados e ajudar a Renault nos construtores. Hulkenberg tornou-se o piloto com mais GPs sem pódio, superando a marca de seu ex-colega de Force India, Adrian Sutil (129). Corrida típica do alemão: chegou a flertar com o pódio, tinha tudo para ser o quarto mas abandonou o final. Melancólico. Vandoorne conseguiu ser combativo e, num circuito que poderia sonhar com os pontos, teve o trabalho facilitado pelos abandonos. Bom sétimo lugar e sete pontos na tabela para o talentoso belga. Outro que terá que confirmar suas boas credenciais da base com a nova McLaren Renault.

Stroll parece ter um ritmo melhor na chuva. Foi a corrida onde foi mais agressivo, brigando e se defendendo por posições. Até então, evitava ao máximo qualquer tentativa de qualquer coisa. Parece estar mais a vontade e vem superando Massa com mais frequência. No entanto, ainda consegue a proeza de perder para um piloto semi aposentado. Com medo do vexame ser maior e tomar uma surra de um polonês de uma mão só, sr. Lawrence parece disposto a bancar o brasileiro por mais uma temporada ou efetivar Paul Di Resta, piloto de testes, para o posto de titular. Como não odiar um ser desses? Como não se decepcionar com o rumo decadente que a Williams tomou desde o fim da parceria com a BMW?

Foto: Getty Images
Massa teve uma corrida horrível. Na chuva e com essa Williams isso não é uma novidade. A questão é que, outra vez, a estratégia de Smedley foi péssima, também algo normal. Enquanto a pista já criava um trilho seco, o brasileiro continuava com pneu de chuva forte, se arrastando no grid. Conseguiu ficar em 11 numa corrida onde só 12 carros completaram. Desse jeito, é capaz de conseguir ser superado pelo adolescente canadense. Kvyat a cada corrida mostra que não pode mais ficar na F1. Ele tem 10% dos pontos de Sainz e está a somente à frente de Ericsson no campeonato. O rebaixamento acabou com o talento que havia mostrado em seus primeiros anos. Por mais que seja arriscado, Matsushita e Gasly podem tentar trazer algo novo para a Toro Rosso. Mas sei lá, o presente/futuro dessa equipe é tão nebuloso que é capaz de acontecer de tudo e não acontecer nada ao mesmo tempo.

Confira a classificação do Grande Prêmio de Cingapura:


A próxima etapa será o Grande Prêmio da Malásia, em Kuala Lumpur, nos dias 29 e 30 de setembro e 1° de outubro. Até lá!

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A GRANDE CHANCE

Foto: Getty Images
Tudo o que era especulado durante a semana se confirmou. A McLaren deu um pé na bunda na Honda e se acerta com a Renault para as próximas três temporadas. A partir de 2021, a ideia do time de Woking é produzir o próprio motor. Agora, o desafio é encontrar um patrocinador que despeje uma boa quantia para a equipe, sobretudo para sustentar Alonso, que tem um alto salário apesar de que certamente irá reduzir seus vencimentos a partir da próxima temporada, pois era a Honda quem o pagava.

Os japoneses, por sua vez, confirmam acerto com a Toro Rosso, também para o ano que vem. A novidade é o que o futuro pode reservar para a Red Bull. A Renault acena que 2018 será a última temporada que ela irá fornecer motor para os taurinos. A justificativa: a partir de 2019, a ideia é que os franceses comecem a brigar por vitórias. Então, não faria sentido fornecer motor para um concorrente direto.

"Ah, mas por que então aceitaram um acordo com a McLaren?". Boa pergunta. É uma questão política também. Renault, Honda, Red Bull e McLaren conversam com a FIA e a Liberty. O relacionamento é bom, ambos se entendem e buscam seus interesses. Hoje, a McLaren, apesar de toda a grandeza e investimento, está muitos degraus abaixo da Red Bull e é inferior que a Renault. Existe, sim, o risco de que em 2019 e 2020 a própria McLaren seja mais eficaz que os franceses, mas a chance é menor do que em relação a Red Bull. É um "tiro no pé", o que foi possível negociar.

Foto: Getty Images
A Toro Rosso Honda tem Matsushita, Gasly e Kvyat como candidatos, mas quem treinou no primeiro treino livre de hoje foi uma espécie de Lance Stroll asiático, o tal Sean Gelael. Eu apostaria as minhas fichas no japonês e no francês, dois estreantes, mas provavelmente Kvyat, mesmo numa fase lamentável, irá ganhar mais um ano extra na F1.

A Renault, danadinha, tentou levar Ricciardo para sua equipe. A Red Bull, obviamente, recusou. Os franceses tiveram que se contentar com o empréstimo de Carlos Sainz Jr. Sim, ele ainda mantém vínculo com os taurinos, uma informação que não estava sendo circulada. Palmer fica até o fim do ano e já está no lucro.

Acredito que agora é hora de falar da corrida, não? Pois bem, Ricciardo dominou os dois treinos. A Red Bull aguarda ansiosamente por Cingapura todos os anos, é a grande chance para conquistarem mais uma vitória na temporada, isso se o motor Renault não deixar Max pelo caminho ou o mesmo for afoito e se envolver em uma confusão. No entanto, sabemos que as equipes blefam nos treinos livres e, portanto, não descarto que a Mercedes e a Ferrari dominem a classificação amanhã. O favoritismo é ferrarista. Se Vettel ainda sonha com o penta, é obrigatório vencer em Cingapura pela sexta vez na carreira.

Foto: Getty Images
Aliás, o circuito da cidade-estado teve seu contrato renovado por mais quatro temporadas, até 2021. Ano que vem a primeira corrida noturna da F1 completará dez anos. Estamos velhos, não? É um circuito chato, mas a atmosfera é interessante e sempre recheado de Safety Car. Espero uma corrida com bastante incidentes, para seguir a tradição.

Enfim, confira a classificação dos treinos livres para o Grande Prêmio de Cingapura:




terça-feira, 12 de setembro de 2017

QUEBRA-CABEÇA

Foto: AS
Depois de ter viajado e me bronzeado durante o feriado, pensei em colocar "Independência ou morte" como título do texto, mas como isso já faz quase uma semana acabei optando pelo título acima. Enfim, só registrei porque não é todo dia que me vem a cabeça dois títulos bacanas e infelizmente tive que deixar um de lado.

Bom, vamos ao que importa.

Sainz-Renault-McLaren-Alonso-Honda-Toro Rosso. Essa é a ligação. Informações da imprensa europeia. Só falta o famigerado "anúncio oficial". Vamos por partes:

McLaren e Honda irão encerrar a vexatória parceria depois de três anos. Os japoneses depositavam 90 milhões de euros na equipe, sendo 32 deles destinados para pagar Alonso. A Fênix exigia a saída dos nipônicos para continuar na equipe e seu pedido foi aceito. Evidentemente que seu salário será reduzido, diante da saída de quem lhe pagava tal quantia. A McLaren tenta um patrocinador master, ausente de Woking desde a saída da Vodafone em 2012. A ideia dos ingleses é manter essa parceria com a Renault até 2020 e a partir do ano seguinte, quando começa um novo regulamento técnico, produzir o próprio motor, uma questão que há anos já havia sido cogitada pela equipe e parece que finalmente será feito.

Retorno da parceria foi um fracasso. Foto: AS
Para que a Honda não saia da F1 e mostre para o mundo que não há espaço para que as novas fornecedoras de motor possam ser competitivas na categoria, Jean Todt e Ross Brawn tiveram que agir. Eles costuraram um acordo com Christian Horner e Helmut Marko para que os japoneses fornecessem os motores da Toro Rosso. E por que isso seria aceito? Bom, a Honda irá depositar uma boa quantia para a equipe de Faenza. Não será os mesmos números que os da McLaren mas é uma excelente medida. A negociação com a Renault foi simples: os nipônicos pagaram 15 milhões de euros para Marko e Horner para liberar Carlos Sainz da Toro Rosso e repassar aos franceses, que aceitariam fornecer motores para a McLaren e contariam com o piloto espanhol já na Malásia, daqui duas semanas, no lugar do zerado Jolyon Palmer.

Toro Rosso Honda em 2018. Foto: Motorsport
A Renault, que até o mês passado trabalhava para contar com o retorno de Robert Kubica ao volante, opta pelo espanhol, que já era desejado há alguns anos. Sem perspectivas de subir para a Red Bull no futuro próximo, essa foi a melhor decisão tanto para Sainz quanto para a Red Bull, que ganha uma boa grana com a transação. Ainda falta encaixar algumas peças.

Para a Honda sair da McLaren e fornecer motor para a Toro Rosso, uma das exigências seria a chegada do piloto japonês Nobuharu Matsushita para 2018. Ele tem 23 anos e está na F2, pilotando pela ART Grand Prix e é o sexto colocado, com duas vitórias nas etapas de domingo de Barcelona e Silverstone. Outra disputa seria travada no time satélite da Red Bull: com Sainz indo imediatamente para a Renault ainda esse ano, Pierre Gasly (campeão da GP2 ano passado) teria algumas corridas para mostrar serviço e tentar desbancar o depressivo Daniil Kvyat pela outra vaga na equipe ano que vem. Imagina Matsushita e Gasly na equipe satélite que revelou Vettel, Ricciardo e Verstappen e teve Buemi e Vergne como bons talentos subestimados?

Matsushita (E) e Gasly (C) podem ser companheiros de Toro Rosso em 2018. Foto: Motorsport


Bem, acho que está tudo devidamente e didaticamente esclarecido. Lembrando que nada disso ainda é oficial, mas bastante ventilado e dado como certo pelos principais veículos especializados da Europa. Meus pitacos?

A McLaren abre mão do protagonismo e busca nesse momento ser apenas uma mediana mas constante, que pontue com frequência e busque pódios esporádicos, algo impossível se continuasse com a Honda. O processo regrediu nesses três anos. Não é o ideal para Alonso, mas apenas o possível para que consiga completar algumas corridas sem que isso vire notícia.

A Toro Rosso não tem escolha. Com dois pilotos estabelecidos na Red Bull e sem nenhum grande talento emergente, Marko e Horner optaram pelo dinheiro da Honda e conseguiram ainda lucrar com o insatisfeito Sainz, que terá um grande chance em uma equipe de fábrica. Para Gasly e Matsushita, caso se concretize, é a chance de realizar um grande sonho que é pilotar a F1.

E, para finalizar, a Honda terá uma nova chance de se redimir, trabalhando em um ambiente de menor pressão. Precisa melhorar muito para ser minimamente competitiva. Quem sabe em 2021, com um novo regulamento técnico e a chegada de outras construtoras os japoneses não se destaquem? Difícil, mas vai que, né...

Até mais!


sexta-feira, 25 de agosto de 2017

ENTRANDO NA RETA FINAL

Foto: Getty Images
Finalmente a F1 voltou! Todos ansiosos e com saudade, ainda mais nessa temporada onde há uma disputa entre duas equipes. Hoje vai ser um "drops", um aquecimento para o que realmente importa: o final de semana;

- Raikkonen, como sempre, vai muito bem em Spa e foi o mais rápido no primeiro treino livre. Estimulado e sem pressão depois de renovar o contrato, seu histórico lhe permitir sonhar uma quinta vitória em solo belga. Para isso, terá que torcer contra Vettel. Do contrário, será o habitual escudeiro;

- Hamilton liderou o segundo treino livre. A Mercedes é franca favorita em Spa e em Monza, na semana que vem. Os circuitos necessitam de menos carga aerodinâmica, o calcanhar de aquiles dos alemães. Se nada der errado, Hamilton e Bottas são os grandes favoritos do final de semana. Basta a Mercedes para de vacilar nos momentos que podem lhe ajudar. Vettel estará sempre por perto para somar o maior número de pontos possíveis e vencer, por que não?

Foto: Getty Images
- Felipe Massa: a fase não é boa. Bateu logo na primeira tentativa de volta rápida no TL1. O brasileiro atacou a zebra forte demais na saída da última perna das curvas "Les Combes", perdeu e frente e, na tentativa de corrigir, acabou sendo projetado para a o muro, causando a única bandeira vermelha do dia. Com o chassi danificado, não conseguiu participar do TL2. O fim de semana deve ser difícil para Williams. Sem poder andar e em virtude de um erro, pior ainda. Síntese de uma equipe gigante que não ambiciona mais nada desde o fim da parceria com a BMW;

- Palmer: Ficou em 10° e 11° nos treinos. Pressionado e praticamente fora da equipe para o ano que vem, espera-se minimamente que ao menos faça um ponto na temporada. Apesar dos pesares, não creio que isso será possível nesse final de semana. A pista não favorece a Renault, mas será uma briga encarniçada com Williams e Toro Rosso. Haas e McLaren bem atrás;

Foto: Getty Images
- Vandoorne: o belga teve confirmada a sua permanência na McLaren. Necessária a resposta diante da pressão descabida de alguns fãs e jornalistas, ainda mais na sua corrida da casa. O belga, com um carro decente em mãos, tem tudo para ser um dos protagonistas da F1 no médio-prazo. Basta a McLaren colaborar.

- Alonso: especulação sem sentido a dele indo para a Williams. Sair de uma equipe de fábrica para uma versão A1 da Mercedes para paparicar Stroll. Só Massa, que estava aposentado, aceitaria isso. Alonso tem o maior salário da categoria. O dinheiro de Lawrence não fará falta. É melhor permanecer na caquética McLaren do que numa Williams sem futuro, entregue a Mercedes e Stroll. Ou então que vá para a Indy, se realmente deseja desafios e entrar para a história do automobilismo.

Confira a classificação dos primeiros treinos livres para o Grande Prêmio da Bélgica:




terça-feira, 22 de agosto de 2017

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA - Parte 2

Foto: F1Fanatic
Meu primeiro texto com 22 anos de idade, escrito ainda aos 21. Voltamos com a parte final da análise do desempenho dos pilotos nessa primeira metade da temporada, agora com os dez últimos na classificação do campeonato. Confira:

Foto: F1
Felipe Massa – 6,5 = O começo da temporada foi ótimo. Acumulou os pontos que pode. Com a manutenção das deficiências dos carros anteriores no FW40, não consegue render em circuitos travados e/ou com chuva. Foi muito, mas muito mais rápido que Stroll, o que pode viabilizar sua permanência na categoria após uma aposentadoria relâmpago no ano passado. Canalizando esforços para 2018, o primeiro com Paddy Lowe a frente do projeto da equipe de Grove, Massa brigará pelos últimos pontos disponíveis, precisando ter a sorte que historicamente não tem, como em Baku, onde poderia ter vencido. Deve continuar na Williams.

Foto: F1Fanatic
Lance Stroll – 6,5 = Não está pronto para a Fórmula 1. Entretanto, sua nota é a mesma de Felipe pelo motivo óbvio do pódio em Baku, onde teve competência de apenas não se envolver em acidentes. Não tem velocidade e sofre em guiar o carro. É normal, visto que tem apenas 18 anos e queimou etapas importantes. Entretanto, o dinheiro que tem e esse pódio conquistado ao acaso irá garantir o canadense na F1 por muito tempo, mesmo que dificilmente entregue algo a mais para a Williams. Pois então, já fez mais que eu esperava: está na história da categoria como o mais jovem a ir para o pódio, o que é lamentável. A vida não é justa.

Foto: F1Fanatic
Romain Grosjean – 6,5 = Altos e baixos com a Haas. Está levando vantagem diante do duro Kevin Magnussen. Está sendo atormentado pelos problemas de freio desde o ano passado (mesma reclamação que Felipe Nasr tinha ano passado, com a Sauber).  Com menos recursos, cada ponto conquistado é importante na briga por milhões de euros a mais no orçamento do ano que vem. Seu grande objetivo é bater o dinamarquês, o que vem acontecendo até aqui.

Foto: AutoSport
Kevin Magnussen – 6,5 = Seu grande momento na temporada foi mandar Hulkenberg chupar suas bolas após o GP da Hungria. De fato, o filho puxou o pai Jan, sem papas na língua e com comportamentos de certa forma criticáveis na pista. Ele espalhou Hulk sem necessidade. Durante a temporada, está fazendo um duelo equilibrado com Grosjean, mais experiente na categoria e na equipe. Seu estilo fanfarrão já gera muitos fãs e haters. Ao contrário dos últimos anos, dessa vez sua permanência em uma equipe está garantida.

Foto: Motorsport
 Fernando Alonso – 7,0 = Tema do último post, é um desafio escrever algo inédito por aqui. Vou tentar: com um carro horrível, só o fato de completar uma corrida é digno de comemoração. Quando pontuou pela primeira vez, já foi incrível. Quando foi o sexto na Hungria e com a volta mais rápida da corrida, é o ápice. Um desperdício de talento, sem dúvida. A Liberty precisa dar um jeito para segurar seu grande meme e símbolo de carisma na atual F1 (quem diria, hein?). O talento continua ali, e isso ninguém pode tirar. A Honda deveria se envergonhar em simplesmente não dar um motor decente para o espanhol em três anos de trabalho.

Foto: DNA India
Pascal Wehrlein – 7,0 = Pontuar duas vezes com o pior carro do grid e com o motor Ferrari do ano passado já justifica a nota do alemão, ainda mais que ele fez essas proezas após se recuperar de um grave acidente na pré-temporada que o impossibilitou de participar das primeiras corridas da temporada. Portanto, não estava 100%. No meu mundo paralelo, Wehrlein estaria na Mercedes nessa temporada ou na Force India na próxima. Azar de Bottas. Como isso não vai acontecer, resta ao talentoso alemão torcer pela benevolência de Toto Wolff para achar algum lugar melhor no ano que vem. Seu talento precisa ser lapidado em desafios maiores.

Foto: F1Fanatic
Daniil Kvyat – 5,0 = O pior piloto do ano. Desempenho fraco e acidentes lamentáveis. Infelizmente, não se justifica mais a permanência do russo na F1. Sua renovação já foi forçada, meio que uma espécie de reparo ao fato de ter sido rebaixado da Red Bull. Estar atrás de Wehrlein no campeonato e ter mais pontos na carteira do que no campeonato resumem seu momento. É uma pena, pois torço para o russo. Entretanto, o programa de pilotos da Red Bull está numa entresafra desgraçada, tanto é que mesmo assim, Pierre Gasly não foi chamado para a Toro Rosso, e parece que não será novamente. Para o segundo semestre, a indagação: será Kvyat suspenso por um GP por fazer os 12 pontos de infração na carteira da FIA?

Foto: Racing Motor Sports
Stoffel Vandoorne – 6,5 = Críticas injustas me deixam puto. Enquanto são benevolentes e chamam Stroll de “superestrela” por um pódio acidental em um carro que deveria pontuar regularmente e não esporadicamente, o talentoso belga sofre por ser companheiro de Alonso. Obviamente, todas as atualizações e peças dirigem-se ao espanhol. Com o carro problemático e defasado, a distância para Alonso é ainda maior do que seria se ambos estivessem em condições igualitárias na equipe. Participou de incidentes na Espanha e em Mônaco (onde teve grande chance de marcar muitos pontos), mas foi para as férias com um pontinho no campeonato, o que traz alívio e confiança para seguir o trabalho. Vandoorne, com um carro bom, tem tudo para ser protagonista da F1. 

Foto: Motorsport
Jolyon Palmer – 5,0 = Zerado com a Renault. Sua renovação foi um absurdo, o que já tinho escrito por aqui e no Twitter. Desempenho fraco ou acidentes. Quando não é isso, o carro quebra. O campeão da GP2 de 2015 pode sequer terminar a temporada. O hype Kubica está vindo com tudo. Mas, convenhamos, Jolyon não fez o suficiente para merecer uma segunda temporada na F1, e conseguiu piorar seu desempenho mesmo com a evolução do bólido francês. Melhor o pai Jonathan encontrar outra categoria para o filho em 2018.

Foto: Portal Race
Marcus Ericsson – 5,5 = Outro que não deveria estar na F1. Entretanto, não tem o que fazer no fraquíssimo carro da Sauber. Ainda assim, consegue a proeza de perder nos três anos em que esteve na equipe, dois como piloto dos investidores suecos. Evidente que Wehrlein e Nasr são muito melhores que ele, mas diante de tais regalias isso pega muito mal, mais ainda no caso do piloto alemão, que conquistou seus melhores resultados sem estar com 100% das condições físicas. Todavia, como é o dono da equipe, seguirá completando o fim do grid e aparecendo raramente na transmissão da FOM.

Essa foi a minha análise dos pilotos até aqui na temporada. Você concorda? Discorda? Comente!

Até mais!


sexta-feira, 24 de março de 2017

MATANDO A SAUDADE

Foto: Sutton Images

Às 22h em ponto, a F1 voltou. A goleada do Brasil nas Eliminatórias fez o tempo passar tão rápido quanto a velocidade desses carros na pista que bastou apenas trocar de canal que estava tudo pronto. Finalmente voltamos a escutar o ronco dos motores.

Apesar da Mercedes despistar, as flechas de prata dominaram o treino, com Hamilton e Bottas fazendo 1-2, meio segundo mais rápido que as Red Bull, que ficaram em terceiro. Entretanto, não sabemos a quantidade de combustível que cada carro utilizou, então nada pode ser descartado. Será despiste ou é a vantagem real? Vale ressaltar que a Mercedes utilizou o pneu ultramacio, o mais rápido, enquanto os outros não.

A Ferrari em quinto e sexto pode ter desapontado alguns, mas penso que foi apenas uma escondida de jogo. No TL2, os italianos mostraram suas credenciais da pré-temporada e estão empolgando a todos. Finalmente teremos uma rival a altura da Mercedes depois de três temporadas?

Massa em sétimo evidenciou a hierarquia da F1: Mercedes-Ferrari-Red Bull-Williams, embora acredite que a linda Force India rosa (carro fofo, parece um danoninho ou uma bala de iogurte) tenha condições de brigar com o pessoal de Grove. Stroll foi o 13° e conseguiu boa quilometragem. Só pelo fato de não bater, é possível considerar que tenha feito uma boa sessão.

Ademais, Haas, Toro Rosso e Renault vão brigar no tapa por dois ou três lugares na pontuação. Evidente que o primeiro treino não mostrou nada ainda e que muitos times irão evoluir não só no final de semana, mas também na temporada. Dizem que a Renault conseguiu ganhar alguns cavalos a mais na potência de seu motor. Hulkenberg conseguiu andar bem no top 10. O alemão irá carregar os franceses, pois Palmer claramente não tem condições de pilotar uma equipe de fábrica. Sua permanência é o erro mais gritante dessa temporada.

Por fim, a McLaren e a Sauber ocupam os últimos quatro lugares. O time de Woking conseguiu aguentar mais ou menos bem. Vandoorne mal andou, com problemas no carro. Alonso fez uma boa classificação. Será mais um ano de muita luta e batalha para tentar conquistar heroicos pontinhos. A Sauber apenas completa o grid, com Ericsson e Wehrlein duelando para definir quem será o penúltimo.

Confira a classificação do TL1:


Foto: Reprodução

A Ferrari mostrou a que veio no TL2. Hamilton liderou a sessão, Vettel o segundo e os dois finlandeses logo atrás, na ordem Mercedes e Ferrari. Tudo indica que alemães e italianos disputarão centésimo a centésimo a pole position e irão ficar próximos na corrida. É o que o mundo da F1 torce, por uma competitividade maior. A Red Bull ficou com a quinta e sexta posição, de Ricciardo e Verstappen, mesmo o holandês tendo andado menos de dez voltas.

Foto: Reprodução

Entretanto, o treino ficou marcado pela primeira porrada no muro da temporada, e só poderia ser do Palmer. Contrariando o favoritismo de Stroll, o carro número 30 perdeu o controle na entrada da reta dos boxes e bateu de frente na proteção de pneus, paralisando o treino por quase 10 minutos. Pouco depois do reinício da sessão, o azar de Massa apareceu rápido demais: um problema no câmbio forçou a abandonar o treino. Problema de confiabilidade justo agora é uma questão delicada de se resolver. Espera-se que não haja punições para o brasileiro pela troca do equipamento. Sejamos francos: Melbourne nunca foi um lugar de sorte para Felipe, tanto é que seu melhor resultado foi um quarto lugar, em 2013.

                       
                                         Foto: Reprodução
No fim, Ericsson não conseguiu frear e o carro rodou, parando na brita, logo na curva do final do setor 1. Olhando essas coisas é que bate uma saudade do Nasr... imagina o brasileiro olhando isso de muito longe? Deve bater uma tristeza e uma sensação de injustiça muito grande. Enfim, é o mundo da F1, que só quer saber de dinheiro.
Foto: Reprodução

A grande novidade na transmissão foram espécies de "pontinhos" que sinalizavam cores diferentes. A cada 500m, sensores captavam o tempo de volta dos carros. Se aparecesse a cor verde, sinalizava o melhor tempo pessoal do piloto. Se fosse roxo, era o melhor da sessão. Se fosse cinza é porque o tempo estava abaixo do seu próprio melhor. Além disso, do lado aparecia a estimativa de posição que o carro estaria ao completar a volta. Impressionante essa tecnologia, mas também tira a graça e o suspense de acompanhar a volta inteira sem saber o que ia acontecer, apenas se baseando nos tempos dos dois setores. Com certeza será algo a ser trabalhado durante o ano, mas gostei muito da novidade.

Resumindo: Ferrari e Mercedes muito próximas, seguidas de Red Bull, Williams e Force India. Haas, Toro Rosso e Renault disputam a tapa a zona do pelotão intermediário, com McLaren e Sauber no fim do grid. Ansioso pelo treino e a disputa das flechas de prata com o cavalinho rampante. Será que teremos briga ou tudo não vai passar de uma doce ilusão?

Confira a classificação do TL2:



Até!



quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

ANÁLISE DA TEMPORADA 2016 - Parte 2

Foto: Bleacher Report
Oi, galera! Tá saindo da jaula a parte dois e final da análise da temporada 2016 da F1. Sim, cometi um equívoco: escrevi que iria seguir a ordem da classificação desse ano dos construtores, mas estava tão ansioso para escrever sobre o Kvyat que coloquei a Toro Rosso na frente. Desculpem!

Agora, a parte dois, com a McLaren como primeira equipe a ser analisada:

FERNANDO ALONSO - O acidente cinematográfico logo na etapa inaugural, na Austrália, parecia que seria um sinal de que 2016 seria igual ou pior que 2015. Não. A McLaren evoluiu e Alonso, quando teve oportunidade, não desperdiçou. Destaque para a atuação no GP dos Estados Unidos, onde passou Sainz e Massa no final com muito arrojo e polêmica. Fica a dúvida para o ano que vem: a equipe de Woking vai evoluir a ponto de brigar por pódios ou Alonso provavelmente terá uma despedida melancólica da F1? Para quem era considerado o "novo Schumacher"... NOTA = 7,0

JENSON BUTTON - Muitos consideram que Button poderia ter se aposentado antes. Seu desempenho não era empolgante, e nesse ano ele foi batido pelo companheiro de equipe espanhol. Sem muita paciência para andar no fim, Jenson foi "aposentado" em detrimento de Vandoorne e, embora negue, pode voltar em 2018 para o lugar de Alonso. Sem o "milagre" de 2009 e a grande temporada de 2011, que Jenson curta a aposentadoria para ser feliz. NOTA = 6,5

Foto: F1
ROMAIN GROSJEAN - Seu início surpreendente e espetacular no início da temporada animou a todos. A Haas começou fazendo muito mais do que se imaginava. Entretanto, as dificuldades apareceram. Normal. Romain e Haas sumiram durante a temporada, com muitos problemas e desempenhos ruins. Nada mal para quem não está acostumado com o modus operandi da F1, categoria europeia, muito diferente do modo como as categorias estadunidenses são conduzidas. Com passos sóbrios e pequenos, a Haas pode evoluir nos próximos anos, contando com a ajuda da Ferrari. E Romain pode ir para a equipe italiana, por quê não? NOTA = 7,0

ESTEBAN GUTIÉRREZ - Inacreditável Guti retornar a F1. Seu dinheiro não compensa. Desempenho ridículo, muitos xiliques e choros. Nem parece que foi campeão da GP3. Em três temporadas na F1, só chegou no top 10 uma vez. É também ridículo como ele provavelmente permanecerá na categoria, graças ao seu dinheiro mexicano. NOTA = 3,0

Foto: F1 Fanatic
KEVIN MAGNUSSEN - Todo mundo sabia que a Lotus 2015 travestida de Renault iria sofrer na temporada, mas não tanto. Kevin, piloto muito conceituado pelo histórico vencedor na base, não conseguiu ser o líder que os franceses tanto esperavam, embora seja difícil cobrá-lo muita coisa. Em muitos treinos, foi superado pelo fraco Palmer, e também se envolveu em acidentes. Terá sua última chance na Haas, por duas temporadas. Lá, terá um francês duro de vencer. Será uma boa briga. NOTA = 6,0

JOLYON PALMER - Campeão da GP2, também não pode ficar na F1. Ou talvez na Manor, no máximo. Acidentes incríveis e desempenho sofrível, mesmo no bólido horrível da Renault. Tirou a sorte grande no ano que vem ao permanecer na equipe, mas será dominado por Hulk. NOTA = 4,0

Foto: GP Update
FELIPE NASR - Inexplicavelmente dominado por Ericsson durante o ano. Não sei se a equipe o sabotou desde o início (afinal, os suecos da Tetrapak compraram a equipe de Peter), mas seus desempenhos foram sofríveis na maior parte do ano, e isso pegou mal no circo da F1. A responsabilidade não pode ser totalmente dele. Entretanto, o mundo cruel da F1 exige muito dinheiro, que Nasr não tem, e isso provavelmente irá custar sua vaga na equipe e até mesmo na Manor. Os dois pontos conquistados no Brasil tem um peso importante na análise. Se não fosse isso, a Sauber ficaria em último lugar nos construtores. NOTA = 6,0

MARCUS ERICSSON - Piloto que não mostrou muitos atributos mas dominou o companheiro de equipe em largadas e chegadas de posições. Entretanto, na hora importante,  no diferencial, acabou não conseguindo entregar aquilo que a Sauber exige, por isso é menos piloto que Nasr. Ericsson foi aquele time que teve 80% de posse de bola, mas aos 45 do 2° tempo sofreu um contra-ataque, levou o gol e perdeu o jogo. Mas seu cargo segue prestigiado para os próximos anos! NOTA = 6,0

Foto: Getty Images
PASCAL WEHRLEIN - O provável novo "injustiçado" da F1 impressionou. Conseguiu ir para o Q2 cinco vezes e conseguiu um pontinho heroico na Áustria. Mesmo assim, perdeu algumas classificações para Haryanto e a coisa ficou mais equilibrada com a chegada de Ocon, e isso talvez tenha pesado contra o talentoso alemão. Ao ser preterido pelo francês na Mercedes para a Force India e, ao que tudo indica, na equipe-mãe, o psicológico do garoto precisa ser trabalhado. Lidar com duas frustrações em tão pouco tempo pode afetar seu desempenho. Seu prêmio de consolação deve ser a Sauber para 2017. Não sei se isso é bom. NOTA = 6,5


Ocon, Haryanto e Vandoorne não completaram 90% das corridas. Portanto, fica difícil fazer qualquer análise a respeito. Prefiro ver mais o francês e o belga em ação no ano que vem para opinar.

E essa foi a análise da temporada 2016 da F1. Gostaram? Concordam? Enfim, até o próximo post.

Caso não volte, desejo a todos um Feliz Natal e um ótimo 2017!

Até!

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

E AGORA, NASR?

Foto: HTE Sports
Depois de longos meses de especulação, bastaram-se dois dias para que as duas principais vagas disponíveis fossem definidas na F1, e com um desfecho nada bom para Felipe Nasr.

Favorito para a vaga da Force India, segundo apurou Reginaldo Leme, o brasileiro foi preterido pelo francês Esteban Ocon, hoje na Manor. Ele é piloto da Mercedes, que também fornece motores para a equipe de Vijay Mallya. Certamente haverá um desconto no custo anual dos motores do ano que vem para que o acordo fosse feito. Achei injusto. Ocon, por questões óbvias, ainda não mostrou credenciais para subir de estágio, até porque não tem nem dez corridas de F1. É a sua grande chance de mostrar qualidade em uma boa equipe, que briga por pontos e pódios. Por outro lado,quem merecia a vaga era Pascal Wehrlein, também piloto Mercedes e que conseguiu pontuar no GP da Áustria. Um grande feito. Será que está sendo preparado para 2018, no lugar de Hamilton ou Rosberg? Não seria melhor ir para a Force India? Teoricamente, ele está mais preparado que o francês. Enfim, Pascal terá que amargar mais um ano na Manor.

Na Renault, menos cotado, uma surpresa: a renovação com Jolyon Palmer. Embora tenha as credenciais de campeão da GP2, em 2014, ele estava a bordo da Carlin, o melhor carro sem sombra de dúvida. Na F1, o carro da Renault não permite muita coisa, mas Palmer também não teve desempenhos notáveis. Na comparação com o companheiro de equipe, está perdendo de 7 a 1. Certamente permanecerá pelo aporte financeiro que leva. Dá a impressão que a Renault não quer ser grande. Haviam opções melhores no mercado. Depois reclamam e querem sair da categoria, francamente... Hulkenberg terá vida fácil ano que vem.

Foto: F1 Fanatic
Na Haas, outra vaga interessante, a informação é quase concreta que Kevin Magnussen irá assinar com os estadunidenses por dois anos, com a opção de renovação por mais uma temporada. O dinamarquês, pra mim, é ainda uma incógnita. Badalado pelos resultados na categoria de base, foi queimado pela McLaren e nessa Renault não teve um desempenho tão espetacular, embora o carro não permita muita coisa. Esperava que Magnussen dominasse Palmer nos treinos, e isso não está acontecendo. Então, essa chance na Haas é um tira-teima, a última chance de demonstrar capacidade na F1. Para isso, irá contar com uma estrutura interessante e um bom companheiro de equipe para que a análise possa ser feita. A dupla da Haas será interessante de acompanhar. Convenhamos, qualquer coisa no lugar de Gutiérrez tá ótimo, não?

Nasr tem duas semanas para definir seu futuro. Só resta uma vaga na própria Sauber ou uma na Manor. Gutiérrez, Haryanto e até Giovinazzi, da GP2, foram especulados nessas vagas. Agora, quem pagar mais leva. Mais do que nunca, o Brasil corre risco de não ter representantes na categoria no ano que vem e, honestamente, seria melhor para Nasr buscar outra categoria do que correr no fundão do grid.

Foto: Williams
Para finalizar, o efeito Massa: A Petrobras anunciou que não seguirá na Williams e deixará na F1. Outra especulação é que o Banco do Brasil também deixaria de se envolver com a categoria. Isso seria um xeque-mate. Vamos aguardar.

Mais do que nunca, Nasr precisa se mexer. Ele é o único brasileiro em condições de correr na F1. Sem ele, não há ninguém pronto. Um importante mercado para F1 ficar sem representantes por alguns seria um desastre e diminuiria ainda mais o pouquíssimo interesse que existe na categoria atualmente.

Nasr está contra a parede e precisa dar um jeito de sair dessa situação.

Até!