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sexta-feira, 4 de março de 2022

POR QUEM OS SINOS DOBRAM

 

Foto: Motorsport Images

Um movimento de Vladimir Putin, entre milhares de consequências importantes para a humanidade e que todos vocês já sabem, também pode ter contribuído para a falência de uma equipe de Fórmula 1 em breve.

A consequência da invasão a Ucrânia não poderia deixar de ser política, até em agremiações que normalmente repudiam isso ou fazem vista grossa. Estou falando da FIFA e da FIA, é claro. Com toda a comunidade internacional isolando a Rússia por um motivo e ignorando outras nações que fizeram o mesmo ao longo da história (e continuam fazendo), isso só prova que alguns países têm licença para matar, de fato.

Fugi um pouco do assunto, mas nem tanto. A F1, assim como o futebol, excluiu a Rússia permanentemente do calendário da categoria. Ano que vem entraria o circuito de São Petersburgo no lugar de Sochi, não mais. A pressão nos oligarcas russos fizeram Roman Abramovich anunciar a venda do Chelsea e o pai de Mazepin deixar de patrocinar a Haas e uma equipe da F2. A Uralkali e a bandeira da Rússia foram retirados do carro da equipe americana.

Sim, a equipe de Gene Haas desde o ano passado é (ou foi) sustentada pelo dinheiro russo. Ou era isso ou a equipe acabava. E aqui entra o ponto principal do texto: como a Haas vai sobreviver no curto prazo? Pode parecer irrelevante para os elitistas esportivos da categoria, mas uma falência iminente caso não aconteça a venda do time seria péssimo para a imagem da F1.

A categoria é elitista e caríssima e foi fechado um clubinho. Dificilmente haverá uma décima primeira equipe. Se a Haas não conseguir um novo dono ou algum dinheiro e sair, teremos 18 carros e nove equipes, o que seria inédito para o esporte. Dentro da política, acomodar os interesses de Red Bull (que possui duas equipes), Ferrari e Mercedes será cada vez mais difícil.

Mas a Liberty se importa? A prioridade pra eles é conseguir correr mais cinqüenta vezes por ano nos Estados Unidos e forçar enredo na série forçada da Netflix. Ao mesmo tempo que uma punição severa foi feita, a mesma FIA/Liberty assinou um acordo de múltiplos anos com Catar e Arábia Saudita. Mas o importante é pintar o Safety Car com as cores do arco-íris e gerar engajamento na semana da corrida, certo?

A Inglaterra também já vetou qualquer russo de disputar corridas por lá. Sem o dinheiro russo, Mazepin perde influência e, sem influência, provavelmente vai perder a vaga na equipe, prevendo que outras sanções feitas por outros países podem interferir na ida e vinda dos cidadãos russos.

Não é o ponto do texto, mas é claro que as chances de Pietro Fittipaldi aumentaram. Muitos dizem que ele é o ficha um por já ter experiência de corrida e de testes com a equipe há anos, além dos pontos na superlicença graças ao título da World Series em 2017, num grid enxuto e fraco. Evidente que seria legal um brasileiro de volta como titular no grid e seria uma redenção, pois em 2013 o Luiz Razia perdeu a a vaga na Marussia porque um patrocinador deu pra trás. O brasileiro foi substituído por um certo Jules Bianchi.

No entanto, é claro que a presença de Pietro seria muito mais pelo sobrenome e por algum aporte financeiro que poderia ter. O irmão Enzo vai ser abastecido para disputar a F2 e certamente Pietro também estaria na jogada. Seria o melhor dos dois mundos: dinheiro e sobrenome, formando dupla com um Schumacher. A imprensa europeia também especula um nome mais experiente e vinculado a Ferrari, que ainda tem parceria com a Haas: Antonio Giovinazzi, que já assinou com a Fórmula E mas certamente voltaria correndo pra F1, mesmo na pior equipe do grid.

Giovinazzi é um nome mais seguro e tem credenciais superiores a de Pietro, embora não tenha confirmado na F1. Eu escolheria o italiano, ou tentaria colocar ali Oscar Piastri, mas sendo um piloto Alpine/Renault seria difícil.

É raro, mas dessa vez o dinheiro e a força de composição política saíram derrotados no esporte.

Assim escreveu John Donne em 1624, na Devoção XVII do livro “Devotions upon emergent occasions” (Devoções Numa Ocasião de Emergência, em tradução livre), obra que escreveu enquanto esteve doente na cama por dias sem saber se iria sobreviver, em 23 “devoções” sobre a doença, a cura e outras questões humanas:

“Nenhum homem é uma ilha, todo em si; todo homem é uma parte do continente, uma parte da terra; se um torrão de terra é levado pelo mar, a Europa é diminuída, tanto se fosse um promontório, como também se fosse uma casa de teus amigos ou a tua própria; a morte de todo homem me diminui, porque sou parte na humanidade; e então nunca pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.”

No quarto de Donne, ele ouvia os sinos tocando. Isso significava que alguém tinha morrido. Os vizinhos se perguntavam: “por quem os sinos dobram?”, como quem pergunta “quem morreu?”

Essa expressão virou o título da obra de Ernest Hemingway, que relata a história de um americano professor de espanhol que se tornou conhecedor do uso de explosivos e tem a missão de explodir uma ponte em virtude de um ataque simultâneo a cidade de Segóvia. A referência é a própria experiência de Hemingway na Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

Os sinos continuam dobrando todos os dias, seja em guerras, chacinas, pobreza, fome, ganância, etc. No entanto, nesse caso específico e político, é claro, o sino dobrou para o dinheiro e a política (ou uma parte dela) no automobilismo.

Até!


domingo, 9 de janeiro de 2022

OS FORA DE SÉRIE

 

Foto: Getty Images

O livro “Outliers, os Fora de Série”, de Malcolm Gladwell, é fantástico. Vou tentar não falar muito sobre ele porque já fiz outros paralelos no blog, mas ele basicamente resume que o “fora desérie” não depende apenas do talento, mas sim de todo um contexto histórico, social, familiar, de onde nasceu, cresceu e, claro, a sorte.

O pódio do Catar me deu o clique para escrever sobre esse tema porque são três perfis de “fora de série” completamente diferentes, sem contar os outros pilotos. Eles meio que são uma aplicação do livro.

Começando é claro por Lewis Hamilton. Sim, o britânico encarou o grande desafio de ser o primeiro negro a chegar e fazer sucesso num esporte rico e elitista. As condições sociais obviamente não ajudaram, assim como as financeiras. 

No entanto, tudo isso muda quando a McLaren e a Mercedes entram na jogada e comboiam o jovem até a F1. Isso, junto com a qualidade de Lewis, fez ele ser o que é hoje. Além disso, teve “sorte” na tomada de decisão e ir para a Mercedes quando esta teve quase uma década de domínio na F1. Hamilton foi o pacote perfeito.

Max Verstappen. Filho de piloto, teve o caminho “facilitado” no meio desde criança. Cresceu correndo porque a mãe também foi kartista. Uma vantagem em relação aos outros. Além do mais, o talento precoce o fez ir rapidamente para a Red Bull, sendo um grande atalho até chegar na F1. 

Quando foi promovido da Toro Rosso, o que parecia uma precipitação, Max mostrou sorte e competência na estreia ao aproveitar a batida das Mercedes e vencer na Espanha, sendo o mais jovem vencedor da história da categoria. 2021 culminou com o título mundial. Tem que ter talento e estar na hora certa.

Fernando Alonso teve um pouco disso no início da carreira. Assessorado por Flávio Briatore, teve as primeiras chances na Minardi até subir para a Renault. É claro que ser pupilo do chefe facilita, mas quando teve as oportunidades, Fernando desbancou Schumacher e virou bi. Tudo indicava que ele faria a “Era Alonso” no pós-Schumi.

Aí entra outra questão do livro. Um fora de série sem sorte ou com decisões erradas fica pelo caminho, não importa o quão inteligente e talentoso ele seja. Desde então, Alonso tomou decisões erradas na carreira, fruto do temperamento difícil, egocêntrico e as vezes mimado. 

Deixou a McLaren, onde podia conquistar títulos, voltou para a Renault que não estava competitiva e foi duas vezes “azarado” na Ferrari, onde o tri bateu na trave. Apostou na McLaren Honda mas a falta de paciência falou mais alto e, agora, na Alpine, vive a última chance.

Não dá pra dizer que alguém bicampeão do mundo é azarado, mas Alonso poderia ter sido muito mais se tivesse feito as escolhas certas e tivesse também um pouco de sorte.

O outlier também é aquele que está na hora certa e no momento certo. Sebastian Vettel é um tetracampeão. Pegou a Red Bull dominante no momento exato e não desperdiçou a chance. Depois, virou um piloto errático e os números parecem inflacionados, então a pergunta que fica é: Vettel seria Vettel se acontecesse qualquer coisa diferente antes? Certamente que não. Um outlier que combinou raríssimas oportunidades e talento, não se esqueçam.

Outros milhares de exemplos de pilotos promissores que não vingaram na história podem ser encaixar naqueles que tiveram azar ou mal gerenciamento da carreira. Não ser campeão não significa que seja um piloto desprezível, mas Ricciardo, Wehrlein, Nasr e Vandoorne, em exemplos mais recentes, assim como Giovinazzi, podem se queixar em algum momento da falta de sorte, apoio ou de simplesmente estarem na hora certa no momento errado.

Outros, pelo capital, viram outliers, como Stroll, Latifi e Mazepin. Se não fossem bilionários, não seriam pilotos. Se não tivessem dinheiro para desenvolver as habilidades exaustivamente, não chegariam lá. Desde pequeno, uma vantagem financeira que fez a diferença. Mais condições, melhores carros e o resultado está lá, assim como ter um sobrenome e dinheiro, como no caso de Mick Schumacher.

O que quero escrever é que nada é por acaso na F1. O livro dos Outliers é um exemplo que pode ser aplicado em qualquer área, por isso acho ele fascinante e quis jogar um rascunho dele para vocês. Leiam e reflitam! Concordam com o que foi escrito ou viajei na maionese?

Até!


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

ANÁLISE FINAL TEMPORADA 2021: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Agora vamos com a parte final das análises dos pilotos da temporada 2021 da F1!

Charles Leclerc – 8,0: Rápido, é outro que merece um carro bom para brigar com os outros grandes. No entanto, está batendo demais. Está faltando regularidade e esse foi um dos fatores porque foi derrotado pelo novato Sainz no time. A velocidade está ali. Falta equilíbrio e consistência. A Ferrari precisa acertar, uma vez na vida, no projeto.  Só assim que Charles vai retomar o processo que se iniciou em 2019.

Carlos Sainz Jr – 8,5: o subestimado espanhol vem calando a todos nós ano após ano. É uma evolução espantosa. Sainz é o Button dessa geração. Quando menos se espera, lá está ele, beliscando as primeiras posições. Um senso de aproveitamento e regularidade absurdos. A diferença dos italianos e do pessoal de Woking no campeonato foi essa: Sainz fez o que Ricciardo não teve capacidade. Acumular pontos e ajudar o time. É melhor ter cuidado com Sainz. Quando menos se esperar... Ele vai estar lá.

Pierre Gasly – 7,5: Faz o que pode com a Alpha Tauri. Está no limbo. O futuro de Gasly é tentar cavar alguma vaga em outro time, tal qual Sainz fez. Chega a ser um desperdício de talento o francês estar empacado na equipe satélite. No entanto, é o que tem pra hoje, certo? Não há muito o que fazer.

Yuki Tsunoda – 6,5: Parece permanecer na F1 por falta de opção na academia Red Bull. Parece ser veloz mas erra muito, falta consistência. É normal para quem tem apenas 20 anos, mas o mundo da F1 é cruel e todo mundo já espera o próximo super grande talento taurino. Bom, Tsunoda tem um ano para bater menos e pontuar mais, recompensando a aposta de Franz Tost antes de ser contratado.

Kimi Raikkonen – 7,0: Os dias de glória já passaram faz tempo e o agora ex-piloto teve uma despedida digna. A idade já atrapalhava alguns reflexos, e batidas e incidentes foram comuns. Ainda assim, Raikkonen superou o companheiro de equipe e conseguiu alguns bons pontos. Uma despedida correta de um dos grandes da F1 nos últimos 20 ou 30 anos. Vou escrever sobre com mais calma.

Antonio Giovinazzi – 6,5: Infelizmente o italiano em nenhum momento conseguiu demonstrar o potencial que o levou a F1. Muitos erros e acidentes, ritmo de corrida ruim e perder para um piloto semi aposentado não é um bom sinal. Sem o acordo com a Ferrari que o prendia, Giovinazzi agora tem a Fórmula E como horizonte e a reserva da Ferrari para outros projetos. O trem passou para ele, infelizmente.

Mick Schumacher – 6,5: Também fez o que podia. Superou Mazepin e tentava se manter na pista. Chegou a brigar por posições e “ajudou” a definir o campeonato no entrevero com Latifi. O filho do homem também não tem muito o que fazer. É continuar, acumular experiência e torcer para a Haas ter um carro menos pior em 2022 para fazer alguma graça. Ferrari? Fora de cogitação. O sobrenome ajuda, mas tudo tem limite. Que Mick faz o desenvolvimento no ritmo dele.

Nikita Mazepin – 6,0: o que era constrangimento ficou até aceitável. Nikita parou de ter acidentes bizarros, apenas problemas de disciplina nas bandeiras e colocação na pista. Nada anormal, considerando o que estamos vendo na F1. Assim como Stroll, ele é a razão de existir na equipe. Não há análise do que se possa fazer. Salvando a Haas e mantendo no mínimo 20 carros no grid já é uma grande vitória nos dias atuais.

George Russell – 8,0: Se até um certo ponto faltava sorte para o britânico, 2021 foi o ano para exorcizar muitas coisas. Um ano espetacular com a Williams, que também evoluiu. George sempre tira mais do que o carro e a recompensa foi finalmente subir para a Mercedes. Cumpriu os três anos de amadurecimento com maestria. Ano passado, já mostrava estar pronto para a missão. Agora é comprovado, tal qual a Jimo. Russell pode fazer barulho com Hamilton do lado. Lembra até a situação do jovem de 15 anos atrás...

Nicholas Latifi – 7,0: Os abutres só vão lembrar da última corrida, mas o canadense evoluiu junto com o time. A renovação é justa. Sem Russell, é preciso alguém experiente para segurar as pontas com o novo regulamento e a chegada de Albon. Latifi não é um mal piloto, mas também não é um absurdo estar ali. Erra pouco e cumpre o papel no time de Frank. Tomara que essa batida não crie sequelas, até porque foi uma cliente da Mercedes que mudou os rumos do campeonato. Tomara que Latifi não vire o Bernoldi dessa geração.

E essa foi a minha análise da temporada 2021! Concorda? Discorda? Discorra nos comentários!


sexta-feira, 10 de setembro de 2021

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:18.887 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Pierre Gasly (Alpha Tauri)

Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 224,5 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 221,5 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 123 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 114 pontos
5 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 108 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 92 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 89,5 pontos
8 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 66 pontos
9 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 56 pontos
10- Fernando Alonso (Alpine) - 46 pontos
11- Esteban Ocon (Alpine) - 44 pontos
12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 35 pontos
13- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 18 pontos
14- Lance Stroll (Aston Martin) - 18 pontos
15- George Russell (Williams) - 13 pontos
16- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos
17- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 2 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 344,5 pontos
2 - Red Bull Honda - 332,5 pontos
3 - Ferrari - 181,5 pontos
4 - McLaren Mercedes - 170 pontos
5 - Alpine Renault - 90 pontos
6 - Alpha Tauri Honda - 84 pontos
7 - Aston Martin Mercedes - 53 pontos
8 - Williams Mercedes - 20 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 3 pontos

ENTRE OS MELHORES

Foto: Getty Images

Depois de garantir mais um ano na Alpha Tauri, Pierre Gasly foi fortemente elogiado pelo chefe, Franz Tost. Os resultados do francês desde que voltou para a equipe satélite da Red Bull são satisfatórios: segundo lugar no Brasil ainda em 2019, vitória histórica em Monza no ano passado, um pódio nesse ano e o quarto lugar no último GP da Holanda.

Isso reforça a opinião de Tost, que diz que o francês é um dos melhores pilotos da F1:

"Sempre estive convencido em relação a ele”, disse Tost. “Acho que ele surpreendeu algumas outras pessoas. Para mim, Gasly pertence [à lista] dos melhores pilotos da Fórmula 1 na atualidade”, disse.

A situação de Gasly é incômoda. Ele não vai voltar para a Red Bull porque lá está Verstappen. Na Alpha Tauri, claramente já atingiu um teto. O jeito é esperar uma vaga melhor, tal qual o caminho que Sainz trilhou nos anos anteriores. Ainda acho que o francês deveria ficar de olho na Alpine. Afinal, uma hora ou outra Fernando Alonso vai ter que pendurar as luvas.

ROTA DE COLISÃO

Foto: Getty Images

Com o pior carro do grid, a única alternativa dos pilotos da Haas é disputar posições com eles mesmos, e é isso que está sendo feito de maneira bem perigosa no decorrer da temporada. Na Holanda, mais um capítulo desse imbróglio.

No início da corrida, Mazepin fechou deliberadamente Schumacher, que reclamou. É um histórico já extenso. O russo fez a mesma coisa no Azerbaijão. Mazepin, por outro lado, reclama que Mick desobedeceu uma ordem de equipe na preferência de quem deveria abrir primeiro a volta na classificação de sábado.

Entre reclamações e condutas perigosas, Gunther Steiner está no meio do caminho. O chefão, ao menos publicamente, adota uma postura neutra, evitando o atrito e colocando panos quentes na situação:

"Esse tipo de coisa não pode acontecer. Precisamos resolver essa situação muito rapidamente. [A prensada] é um lance difícil. Eu não acho que podemos culpar muito o Nikita, mas é claro que precisamos trabalhar em cima disso e ter uma conversa privada. Já falei com os engenheiros e concordamos que nossa prioridade é conseguir resultados. Não vamos aceitar esses comportamentos e precisamos resolver isso”, disse.

Gunther está numa situação difícil. Ele não pode ficar contra quem paga as contas do time e tampouco virar as costas para o melhor piloto da equipe, apadrinhado da Ferrari e simplesmente com o sobrenome Schumacher. Agora, não há muito prejuízo, a Haas não pontua. Mas e quando valer algo importante? Mazepin vai continuar agindo como um psicopata mimado? Provavelmente sim. Nesse caso, poderemos ter sérios problemas...

TRANSMISSÃO:
10/09 - Treino Livre 1: 9h30 (Band Sports)
10/09 - Classificação: 13h (Band Sports)
11/09 - Treino Livre 2: 7h (Band Sports)
11/09 - Corrida Classificatória: 11h30 (Band e Band Sports)
12/09 - Corrida: 10h (Band)


terça-feira, 17 de agosto de 2021

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Agora vamos com a parte final das análises dos pilotos nessa metade de temporada da F1!


Foto: Getty Images

Charles Leclerc – 7,5: Um piloto muito rápido. Poucos conseguem extrair do carro o que o monegasco consegue, não a toa conseguiu a façanha de fazer dois poles seguidas com essa Ferrari. No entanto, por ser muito rápido, explora e também passa dos limites, como em Mônaco, além de estar sendo um “ímã” de acidentes. Um pouco de azar. Falta mais equilíbrio para Leclerc, mas essa agressividade pode ser aproveitada enquanto a Ferrari não dá um carro competitivo.

Carlos Sainz Jr – 8,0: Sainz é um piloto constante. A evolução do espanhol na F1 se pauta nesse ritmo. Não é o mais rápido, mas compensa  em um ritmo de corrida excelente. Enquanto Leclerc é mais “showman”, o espanhol come pelas beiradas e é igualmente eficiente. Quem esperava um vareio do monegasco no campeonato se enganou. Se as circunstâncias ajudarem, Sainz vai aproveitar. Erra pouco, embora ainda erre. É tudo o que a Ferrari esperava, com o adicional de ser mais barato que o tetracampeão. Está no caminho certo.

Foto: Getty Images

Pierre Gasly – 7,5: A Alpha Tauri baixou de nível, o que prejudica o francês na briga por melhores posições. Apesar disso, conseguiu mais um pódio. O francês, para ser sincero, precisa olhar mais para o futuro fora da equipe do que qualquer outra coisa. Gasly conseguiu dar a volta por cima. Agora, precisa encontrar um lugar que lhe permita o próximo passo, pois a Red Bull não o quer e a Alpha Tauri está ficando pequena para isso.

Yuki Tsunoda – 6,5: O japonês começou com tudo no Bahrein, mas depois sofreu de uma oscilação normal, tanto pela idade, inexperiência e também a diferença entre a F1 e a F2. Nunca é demais lembrar que Tsunoda tem apenas 19 anos e mal se preparou para o desafio. Está batendo demais e já leva reprimendas, mas o japonês, além de precisar melhorar imediatamente, necessita de tempo e paciência. Qualidade ele já mostrou, o desafio agora é deixar a maturação acontecer.



Kimi Raikkonen – 6,5: Com mais de 40 anos, os reflexos não são mais os mesmos. O acidente com Vettel pode ser considerado um sinal de alerta. Apesar da velocidade natural também não ser a mesma, o ritmo de corrida equilibra tudo com Giovinazzi. Raikkonen é daqueles casos que decide quando e onde parar. Já passou do auge mas ainda não é uma chicane ambulante. Deixem o homem de gelo em paz!

Antonio Giovinazzi – 6,5: É um piloto que já poderia estar fora do grid mas apresentou evoluções, embora sempre na hora H parece que falta ou acontece algo. O italiano é mais veloz que Kimi, mas não corresponde na corrida por vários fatores. Apesar do carro não ajudar, a verdade é que Giovinazzi não explodiu conforme o imaginado depois da GP2. A impressão que fica é que espera a chegada de alguém superior vindo da academia da Ferrari, e apenas uma arrancada na segunda metade do ano pode impedir isso.


Foto: Getty Images

Mick Schumacher – 6,5: Com a Haas, não há muito o que exigir. Está sendo muito mais rápido que Mazepin e é isso. O alemão está batendo demais nos treinos, o que é aceitável até um certo ponto. Na Hungria, mostrou ser um piloto combativo, que briga o quanto pode para se defender, mesmo que o carro não permita. A Haas é um laboratório para que Mick consiga escalar montanhas antes de, quem sabe, chegar a Ferrari. Para isso, precisa bater menos.

Nikita Mazepin – 5,0: Era óbvio que não deveria estar na categoria, não tem nível para isso. As batidas, trapalhadas e deslealdades não são novidade para ninguém. Ao menos parou de rodar sozinho e está batendo menos do que se imaginava. É apenas isso o que dá para escrever.


Foto: Getty Images

George Russell – 7,0: Que Russell precisa de um carro melhor, todo mundo já sabe. Passando para o Q2 com facilidade, o inglês é o futuro da categoria. Na Hungria, finalmente exorcizou o fantasma dos pontos pelo time de Grove. No entanto, há um “problema”: na hora decisiva, Russell parece ser azarado ou não corresponde a pressão, seja justamente por problemas alheios ou erros. De novo, corre risco de perder na tabela para alguém muito inferior, e isso pega mal. Na Mercedes, se for para lá, vai ser o caçador e não a caça. No entanto, o mais difícil ele já está fazendo: elevando a Williams a um patamar mais competitivo.

Nicholas Latifi - 6,5: o simpático canadense tem o benefício da dúvida. Já se sabia que ele está aí pelo dinheiro do pai, mas pelo menos salvou a Williams do fim. Na pista, não faz feio: não é demérito algum ser superado por Russell. Não se envolve em acidentes, erra pouco e fica na frente da Haas. Na Hungria, foi premiado com uma pontuação importante, acima do badalado companheiro. Latifi não incomoda ninguém e ainda ajuda uma equipe tradicional. Também não há muito o que comentar, mas isso não é um problema nesse caso.

Concorda? Discorda? Comente! Agora, resta torcer para que os dias passem mais rápidos para que possamos desfrutar da segunda metade da temporada, que promete ser ainda mais emocionante!

Até!


terça-feira, 23 de março de 2021

ENTRE O TRÁGICO E O CIRCENSE

 

Foto: Divulgação/Haas

Quando chegou na F1 em 2015, a Haas tinha uma proposta interessante: uma parceria técnica com a Ferrari que lhe permitia gastar menos e se desenvolver o quanto possível. Tirando a âncora Gutierrez, a chegada de Magnussen solidificou uma parceria com Grosjean que, no início, era muito proveitosa. Até 2018, os americanos evoluíam pouco a pouco, com o dinheiro que tinham e com responsabilidade, em uma posição digna nos construtores.

O tempo passou e a evolução estagnou, transformando em declínio. Grosjean ficou insustentável há muito tempo e Magnussen tinha atingido um teto. Mesmo assim, o chefão Gunther Steiner, mesmo com as críticas públicas, mantinha uma dupla de pilotos que não ajudava, assim como o carro. A parceria técnica com a Ferrari ficou insuficiente, também em virtude do declínio dos próprios italianos. Um efeito dominó.

De uns tempos para cá, a impressão que ficava é que a Gene Haas está louco para vender logo a equipe e retornar o foco a Indy e a Nascar. No meio do caminho, teve a parceria com a tal empresa de bebidas energéticas que deu em nada, apenas em calote, constrangimento e circo. A salvação era, e é, apenas uma: dinheiro.

Surge no deserto um russo de desempenho mediano pra ruim, que trapaceia, é antidesportivo (já agrediu pilotos na F3 e mostrou mais de uma vez deslealdade nas disputas na F2) mas é filho de um bilionário. O que se enxerga nisso tudo?  Dinheiro. Com capacidade de investimento, o filho mal caráter e antidesportista melhora e consegue o suficiente para chegar na F1. 

É a salvação da lavoura de Gene Haas. O dinheiro da família Mazepin ao menos recupera uma parte do que ele já gastou em cinco ou seis anos. Mazepin, acusado de assédio e com os comportamentos deploráveis já citados no parágrafo anterior. No meio disso tudo, cai de paraquedas Mick Schumacher, o filho do maior piloto da história, até de forma inexplicável. Não por não merecer, pelo contrário, foi campeão da F2, mas sim porque ir para a Alfa Romeo, outro lugar que a Ferrari tem parceria, é uma escuderia de grife e tem o ex-rival do pai ainda em atividade seria uma jogada de marketing muito mais inteligente.

Como desgraça pouca é bobagem, a equipe fica a mercê dos russos. Uma equipe americana. O resultado é um carro com as cores da Rússia. Um golpe no orgulho e no sonho americano, refém de quem os paga e sustenta. É uma pintura controversa também porque a Rússia foi punida por dois anos por doping. Os atletas russos estão proibidos de usar as cores e símbolos do país em campeonatos mundiais por esse motivo. Mazepin, se for ao pódio, será bandeira neutra.

Entre o trágico e o circense, é assim que a Haas se encontra na F1, desesperada para ter quem o banque ou a compre definitivamente. O projeto esportivo de 2015 não existe mais. Se antes as trapalhadas de Magnussen e Grosjean com as broncas de Steiner eram o grande barato da série da Netflix, agora vamos todos acompanhar constrangidos e indignados as peripécias do filho mal caráter do bilionário dono da equipe.

Até!

segunda-feira, 22 de março de 2021

GUIA F1 2021: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Estou de volta com a segunda parte da análise das equipes do grid da F1 2021. Vamos lá com o que sobrou:

SCUDERIA FERRARI MISSION WINNOW

Foto: Divulgação/Ferrari

Pilotos: Charles Leclerc (#16) e Carlos Sainz Jr (#55)

Chefe de equipe: Mattia Binotto

Títulos de pilotos: 15 (1952, 1953, 1956, 1958, 1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2007)

Títulos de construtores: 16 (1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008)

Vitórias: 237

Pódios: 768

Pole Positions: 228

Voltas mais rápidas: 253

Depois da pior temporada em 40 anos, a Ferrari ferve. Com a liderança do talentoso Charles Leclerc e a chegada do competente Sainz, Mattia Binotto está pela bola oito. O mistério em relação ao motor é grande. A Ferrari não promete grandes resultados, e sim uma evolução gradativa. Pensando em 2022, 2021 pode ser outro golpe no orgulho mas calculado. Ser coadjuvante para tentar roubar a cena a partir do ano que vem.

SCUDERIA ALPHA TAURI HONDA

Foto: Divulgação/ Alpha Tauri


Pilotos: Pierre Gasly (#10) e Yuki Tsunoda (#22)

Chefe de equipe: Franz Tost

Vitórias: 1

Pódios: 1

Depois da melhor temporada da história da Toro Rosso/Alpha Tauri, a equipe de Gasly e do estreante Tsunoda está confiante em manter o bom desempenho no top 10. Com dois pilotos talentosos, sendo eles um estreante, o francês Gasly, que mudou a percepção de todos sobre suas qualidades em 2020, tem tudo para continuar oferecendo desempenhos consistentes no grid. O japonês Tsunoda, de ótimos serviços prestados na F2, é uma das atrações da temporada para saber se vai conseguir transferir esses predicados tão rapidamente para a F1.

ALFA ROMEO RACING ORLEN

Foto: Divulgação/ Alfa Romeo


Pilotos: Kimi Raikkonen (#7) e Antonio Giovinazzi (#99)

Chefe de equipe: Frederic Vasseur

Títulos de pilotos: 2 (1950 e 1951)

Vitórias: 10

Pódios: 26

Pole Positions: 12

Voltas mais rápidas: 14

Com tudo mantido, a Alfa Romeo parece estagnada em todos os setores. A dependência é saber se o motor da Ferrari nessa temporada está melhor. Se sim, talvez consigam um brilhareco maior do que em 2020. Do contrário, será mais uma temporada difícil para o Homem de Gelo se arrastar no grid.

URALKALI HAAS F1 TEAM

Foto: Getty Images


Pilotos: Mick Schumacher (#47) e Nikita Mazepin (#9)

Chefe de equipe: Gunther Steiner       

Voltas mais rápidas: 2

Com dupla de pilotos novata e o investimento do pai de Mazepin, a Haas terá mais dinheiro para se desenvolver, mas o carro é uma bomba. Dificuldades financeiras e o motor Ferrari são fatores que podem impedir qualquer desenvolvimento positivo do time. Será necessário paciência e ao mesmo tempo contar que o talento de Mick e até de Mazepin apareçam rapidamente para os americanos não amargarem o final do grid.

 

WILLIAMS RACING

Foto: Divulgação/ Williams


Pilotos: George Russell (#63) e Nicholas Latifi (#6)

Chefe de equipe: Simon Roberts

Títulos de pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)

Títulos de construtores: 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)

Vitórias: 114

Pódios: 312

Pole Positions: 128

Voltas mais rápidas: 133

Sob nova direção, pior do que está não vai ficar. A Williams até evoluiu no ano passado e só não pontuou por azar. Se continuar assim, quem sabe não seja a última força do grid, ainda mais que tem o talentosíssimo George Russell, fazendo hora extra em uma equipe tão fraca. Além do mais, existe o aporte da família Latifi. Pode ser o prenúncio de dias melhores no ex-time de Frank Williams.

E essa foi a  análise. Concorda? Discorda? Quem serão os grandes nomes da temporada 2021? Comente!

Até!

segunda-feira, 15 de março de 2021

SOBRE A F1 2020B

 

Foto: Getty Images

No final de semana, foram realizados os três dias de testes de pré-temporada antes do começo do campeonato, daqui 10 dias. Estive ausente, sem computador, viajando e em outros compromissos. Apesar disso tudo, não tenho o mesmo entusiasmo em relação aos outros anos. Deve ser o caos em que vivemos e a situação da própria Fórmula 1.

Este era para ser o primeiro ano da "nova F1", pois haveria uma mudança de regulamento, adiada para o ano que vem pelas complicações do coronavírus. A solução foi fazer apenas uns ajustes no assoalho e banir o DAS para que, aí sim, em 2022 esteja tudo pronto. Com isso, a temporada de 2021 nada mais é do que um DLC de 2020, pois está todo mundo trabalhando no projeto do novo regulamento.

Notem que a maioria dos nomes dos carros desta temporada tem um B no final. Não é uma nova concepção e sim apenas uma atualização antes da mudança de regulamento. Portanto, olhando para tudo isso, é improvável que haja alguma mudança no pelotão, até porque todos priorizam a mesma coisa.

No entanto, a temporada de 2021 ainda tem coisas interessantes para serem acompanhadas com muita atenção, e é o que listarei agora.

Começando pelas "novas" equipes: Alpine e Aston Martin, com carros muito bonitos. Cores diferentes para o grid é sempre interessante, ainda mais essa Aston que lembra a Jaguar do início do século. As atrações também são os campeões: o retorno de Alonso, envolto de mistério pela inatividade e o acidente de bicicleta, e Sebastian Vettel, calvo e no suspiro final da carreira. 

A Aston não andou muito, o que é natural. É um novo projeto e, dessa vez, não deu pra copiar tudo da Mercedes. Vai ser necessário paciência. Para os franceses, a questão é se o novo nome vai manter a evolução do ano passado e se Alonso vai ser capaz de tirar os últimos coelhos da cartola no derradeiro momento da carreira. Vai ser interessante.

Sérgio Pérez na Red Bull. Seu papel é simples: não ser humilhado por Verstappen. A Mercedes diz que os taurinos largam na frente no ano, mas é difícil de avaliar e acreditar em algo depois de apenas três dias, sendo um deles com tempestade de areia. O mexicano tem a grande chance da carreira de mostrar serviço numa grande equipe. A adaptação na Red Bull vai ser dura, mas é agora ou nunca.

Daniel Ricciardo em outra nova equipe, a McLaren, agora com o retorno da parceria com a Mercedes. Em tese, vai haver ganho de potência. A liderança e o arrojo do australiano no time que terminou em terceiro em 2020 vai ser outro ponto de atenção, ainda que Lando Norris também possa roubar a cena.

Yuki Tsunoda na Alpha Tauri, o primeiro japonês na categoria em sete anos, no momento em que a Honda se despede da F1 (de novo) e a Red Bull compra os motores japoneses para desenvolver nos próximos anos. Com bastante cartaz e elogiado por Franz Tost, o baixinho de menos de 1,60 é agressivo e, se amadurecer rápido, pode rapidamente ser competitivo junto com Pierre Gasly, inexplicavelmente escanteado por Helmut Marko e companhia.

O retorno do sobrenome Schumacher junto com o psicopata Mazepin, no carro russo da Haas. Pretendo fazer um post sobre a situação da equipe, mas aqui a questão é simples: o carro é uma bomba. Com dois jovens inexperientes, a questão é saber o que vai sobressair: o talento maior do Schumaquinho ou o dinheiro do bilionário psicopata pai. Nem sei por que tenho dúvidas, mas a Ferrari não armaria uma arapuca para alguém que representa tanto para o automobilismo. Também quero saber quantas presepadas do russo serão perdoadas pelos outros bilionários condencentes.

Apesar da F1 2021 ser uma mera atualização de 2020, novidade é o que não falta e, para mim, esses são os aspectos mais interessantes de observar durante o longo ano de 23 etapas. 

Para finalizar, não poderia deixar de registrar a morte de Murray Walker, a voz da F1, que faleceu no sábado aos 97 anos. Suas narrações na TV britânica e a participação nos jogos mais antigos da F1 são memoráveis. Um sobrevivente de guerra que amava o automobilismo e foi justamente reconhecido ainda em vida. Que descanse em paz.

Até!




terça-feira, 5 de janeiro de 2021

NIKITA, CAUSA E CONSEQUÊNCIA

 

Foto: Divulgação/Haas

O grande nome do final da temporada foi o do russo Nikita Mazepin, em virtude de suas polêmicas e comportamentos dentro e fora das pistas.

Com um histórico de condutas anti-desportivas que continuaram durante a temporada F2 e inclusive depois que foi anunciado piloto da Haas para 2021, muita gente já naturalmente antipatiza o russo, que só vai para a F1 porque o Nikita pai vai despejar 40 milhões de dólares anuais no grupo de Gene Haas.

Até aí tudo bem, mas um filhinho de papai ocupando uma vaga que não merecia. Já temos os canadenses Stroll e Latifi para cumprir esse papel também. O problema é que Mazepin foi acusado de assédio e outras opiniões controversas, como atos de homofobia e preconceitos nas redes sociais.

A motivação era simples: foi criado uma campanha de hashtags nas redes para exigir da Haas que o russo fosse demitido antes mesmo de chegar na equipe. Uma campanha principalmente exercida pelas mulheres, incomodadas com o episódio de assédio que o russo pareceu se desculpar mais para que não enchessem o saco do que realmente um sentimento verdadeiro.

A Haas prometeu investigar o caso e criou-se a esperança de que "a pressão das redes" iria tirar o russo da equipe, igual eliminar um participante de um reality show. Basta hashtags e votos de bots, certo?

Na vida real não. A Haas comunicou que a vida seguia em frente. Não havia nenhum sentido em acreditar que Mazepin seria demitido por pressão das redes. No mundo ideal, talvez, até porque houve uma campanha que fez muitos se iludirem com uma possível contratação do Pietro Fittipaldi para o seu lugar.

A questão é: o pai agora é quem banca o negócio. Como tirá-lo, por mais absurdo que seja? 

Mazepin, assim como Stroll e outros filhos de bilionários que brincam de automobilismo, no fundo são o produto ideal que a FIA deseja para o automobilismo, tão caro e distante dos reles mortais que apenas sendo bilionário ou membro de uma academia de pilotos para entrar na categoria.

Se tiver dinheiro, tanto faz como tanto fez os comportamentos dentro e fora da pista. Ao mesmo tempo que a FIA se diz aberta a igualdade e diversidade no automobilismo e apoiando a W Fórmula, a competição só para mulheres, o recado na prática é outro.

Nikita Mazepin é causa e consequência de um pensamento cada vez mais elitista e exclusivo do automobilismo, sobretudo na F1.

Lá, o mundo e as coisas giram de outra forma. Não há hashtags, bom senso ou análise esportiva, ética ou moral que se adapte. Tudo é dinheiro, interesse e/ou as duas coisas. A hierarquia é de acordo com a conta bancária.

Acostumem-se com a causa e consequência que já atingem a F1 e é cada vez mais frequente no automobilismo de base.

Ah, feliz 2021.

Até!

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

OS PERIGOS DA SEGURANÇA

 

Foto: Getty Images

Ao mesmo tempo em que os carros de Fórmula 1 e os autódromos ficaram cada vez mais seguros e à prova de acidentes fatais, o automobilismo também passou a ser cada vez mais um esporte para jovens, que adentram nesse principal universo quando mal estão na vida adulta, apesar de já existir um grande lastro competitivo. 

Ao meu ver, essas duas coisas abriram caminho para algo muito perigoso: o surgimento de pilotos que, sem as consequências da morte e as sequelas de alguma lesão grave, não se preocupam minimamente com a própria segurança e, consequentemente, com a integridade dos outros pilotos.

Até os anos 1970 e 1980, o esporte a motor era coisa para gente experiente na vida, que estava ciente dos riscos que se colocava a cada corrida. Existia a noção que toda corrida poderia ser a última e que qualquer incidente, por menor que fosse, colocaria a todos em perigo. A morte estava a espreita, e a coragem e perícia desses homens é que faziam a diferença.

Com o advento de carros e autódromos mais seguros, as mortes ficaram mais raras, assim como os acidentes de grande consequência para a saúde dos pilotos. Consequentemente e inconscientemente, o esporte a motor deixou de ser algo tão perigoso e até fascinante para as massas. As pessoas chegavam a ficar uma geração inteira sem presenciar uma tragédia, algo impensável até então. O automobilismo não era mais algo perigoso.

E aí as coisas mudaram. Se antes existia um respeito e uma cautela maior justamente pelo medo da morte, a crença na segurança mudou a postura dos pilotos e fez surgir uma série de pessoas claramente incapazes de guiar um carro de corrida, seja por mau caratismo ou por problemas psicológicos (medo, ansiedade, etc). Se a chance de morrer é quase nula, então não precisamos de grandes cuidados, certo? Em 1990, Ayrton Senna jogou um carro diante de Alain Prost porque saberia que as chances disso ter uma grande consequência eram nulas.

As áreas de escape asfaltadas, grandes espaços e cada vez menos britas também contribuem para essa falta de cuidado. O piloto pode abusar do limite que o máximo que vai acontecer é perder um pouco de tempo na pista escapando, pois é cada vez mais raro atolar na brita ou perder tempo na grama. 

A morte de Anthoine Hubert, no ano passado, é uma junção dessas duas coisas: a imperícia dos pilotos inconsequentes e a área de escape asfaltada na Raidillon, onde antes era brita, na subida da Eau Rouge. Se no primeiro incidente ali houvesse brita, os carros iam frear instantaneamente ao invés de continuar acelerando e resultar no acidente em T que matou o francês.

Com o automobilismo mais seguro, surgiu esse monte de pilotos inconsequentes que antigamente jamais seriam aceitos em uma corrida ou então teriam se matado rapidamente. Apenas a experiência confere a um piloto a maturidade, a calma, a segurança e a prudência necessárias para o esporte. 

Nas últimas duas semanas, tivemos incidentes claros desses inconsequentes inaptos e mau caráteres que quase resultaram em tragédia: Romain Grosjean cometeu mais uma cagada e quase se matou. Hoje, qualquer filho de rico pode acelerar um carro à 300 km/h porque justamente não há mais temor ao perigo que é e sempre será o automobilismo.

Agora, na semana passada, a Haas substituiu um oligofrênico por um psicopata que simplesmente faz o que faz na maldade e só chegou onde chegou porque é riquinho. Nikita Mazepin. Brincando de zigue-zague como se estivesse no iRacing, simplesmente espremeu no muro Tsunoda e Drugovich para não ser ultrapassado e teve uma pena de "só" cinco segundos. Como punir quem está salvando uma equipe de F1 da falência? Agora vale tudo?

Esse é outro que antigamente já estaria morto ou jamais teria a chance de guiar por ser um completo inapto mau caráter. Essa foi a grande consequência da modernidade: pistas e carros seguros atraem jovens inconsequentes e sem qualquer condição mental ou de coordenação para guiar uma máquina que anda a 300 km/h.

Quando acontecem esses grandes acidentes, é muito fácil culpar o autódromo, a FIA, acabar com áreas de escape, mutilar traçados ou excluir circuitos do calendário. Difícil mesmo é bater de frente com as inúmeras consequências que a elitização do automobilismo causa, dentre elas estar acima do bem e do mal independentemente do que se faça na pista. 

É evidente que não se pode retroceder pelo nome do purismo ou da nostalgia, mas certamente se o automobilismo continuasse menos seguro, tenho convicção de que teríamos pilotos melhores e cientes da função que fazem, além de barrar os inconsequentes. Acidentes, erros e o risco sempre irão existir no automobilismo, isso só precisa ser lembrado e hoje, infelizmente, raramente isso é levado em consideração.

Até!

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O BAFO DO DESERTO

 

Foto: Getty Images

Com o perdão do trocadilho, mas as coisas estão quentes lá no Bahrein. Além do deserto e do acidente de Grosjean, as notícias não param. Depois de Pietro Fittipaldi substituir o francês na Haas, agora o trono da Mercedes está vago possivelmente até o fim do ano.

Lewis Hamilton foi diagnosticado com covid-19 e está fora do GP do Sakhir, possivelmente pode também se ausentar do GP de Abu Dhabi e, assim, ter encerrada sua participação na temporada 2020.

Seu substituto? Ainda é um mistério. Os candidatos naturais: George Russell, piloto da Williams que está na Mercedes; Stoffel Vandoorne, o belga piloto reserva da Mercedes que está na Espanha fazendo testes pela Fórmula E e, como sempre, Nico Hulkenberg, o coringa alemão.

É bom que fique claro que o substituto de Lewis dificilmente vai fazer frente a Valtteri Bottas. Por mais que os três estejam em atividade, a adaptação em um carro, sobretudo de ponta, é complicada. Mesmo que o finlandês não esteja nada bem, o tempo lhe ajuda, por mais que o GP de Sakhir tenha a particularidade de ser praticamente um oval e, portanto, talvez menos desgastante para os pilotos.

Além do mais, ninguém realmente conhece o traçado e como serão os comportamentos dos carros. Está todo mundo na mesma nesse oval. Pietro e o outro substituto podem capitalizar diante disso.

Se Russell for realocado para a Mercedes, a Williams teria que encontrar outro piloto. Me parece improvável. Hulkenberg, se estiver em negociação com a Red Bull, também é carta fora do baralho. Sobra o belga Vandoorne, outrora promessa do automobilismo que naufragou com a McLaren Honda e não teve segunda chance. Seria redentor para a carreira ter a possibilidade de fazer um bom resultado com o melhor carro do grid. Vai que não surja algo para o futuro talvez?

Sem Hamilton e num oval, o GP de Sakhir promete ser o mais equilibrado e emocionante da temporada, típico de ovais e suas incertezas. Quem ganha é o fã que, além do mais, vai ter um horário super agradável para assistir por aqui, apesar do título estar definido.

Foto: Getty Images

E o que era esperado aconteceu. Com o aporte bilionário do pai, que vai despejar 40 milhões de dólares por ano, a Haas anunciou Nikita Mazepin como um dos pilotos da equipe para 2021. O outro será Mick Schumacher, que será oficialmente anunciado assim que se sagrar campeão da F2.

Nas próximas semanas eu prometo fazer um post mais detalhado da carreira do bilionário russo, mas a ascensão desse psicopata só mostra como o automobilismo perde e como esse não se importa em ter virado um espaço para lavagem de dinheiro e hobby de bilionários, onde todo o resto não importa. O dinheiro pode fabricar até resultados razoáveis, mas não dá para julgar a Haas. Eles fizeram a escolha deles, como diria Galvão.

Com a pandemia, os gastos e a falta de resultado, é necessária uma alternativa para sobreviver a não ser a venda do time. Esse foi o caminho escolhido. Se vai dar certo eu não sei, mas Nikita (não o da música de Elton John) será o quarto russo da categoria, provavelmente substituindo Daniil Kvyat nessa empreitada em 2021.

E seguimos no aguardo de mais abafamento no Bahrein. A semana por lá está quente!

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

SENTENÇAS

 

Foto: Getty Images

Aos poucos, as equipes vão definindo o planejamento para 2021 enquanto termina esse 2020 caótico. É verdade que o ano que vem tem garantia quase zero de que haja uma total normalidade no calendário e no deslocamento para os países e talvez continentes e que o novo regulamento foi adiado para 2022, mas as equipes já pensam no longo prazo.

Contrariando a lógica, a Alfa Romeo optou por manter a dupla de pilotos. Raikkonen dispensa apresentações e vai continuar por lá até quando definitivamente se cansar. Tudo parecia certo para que Mick Schumacher chegasse na categoria numa equipe com grife e sendo companheiro de um dos ex-rivais do pai, mas os suíços também optaram pela manutenção de Giovinazzi, o que acredito ser um grande erro.

O italiano não confirmou a boa temporada na GP2. Lento e com muitos erros, em 2020 melhorou, mais experiente também. Está empatado em pontos com Raikkonen e largou mais vezes na frente, mas não acredito que ainda tenha uma curva de crescimento acentuada. Talvez ele e o alemão estejam no mesmo nível, mas o fator novidade e o talento de Shwartzman poderiam ter pesado. Provavelmente o russo vai precisar de mais um ano na F2 antes de subir.

Na Red Bull, ainda não é oficial mas Alexander Albon vai ser chutado de lá e, como consequência, da categoria. Mais um erro em Ímola e agora a situação é insustentável. É claro que ele é preterido por Verstappen, mas chegou a um ponto onde seu desempenho está pior que o de Gasly, que deu a volta por cima. O francês não pode incomodar Max e vai permanecer na Alpha Tauri até encontrar um caminho melhor, igual Sainz, então é evidente que os taurinos estão de olho em Pérez ou Hulkenberg para o assento.

A Haas dispensou Magnussen e Grosjean com alguns anos de atraso, especialmente no caso do francês. Mick deve ocupar uma das vagas e o outro candidato é o bilionário e psicopata Mazepin, mas tudo depende de sua colocação na F2. Enquanto alguns vão, outros vêm...

Para Albon, o pior é que nem a chance de redenção está sendo imposta pois a Red Bull tem um novo alguém que lhe dê brilho no olhar: Tsunoda vai para a Alpha Tauri e Kvyat será chutado pela 3343 vez. Sairão juntos.

Sentenças, sentenças. Alguns vão e outros vêm, justa ou injustamente. E assim segue a F1, onde cada um é responsável por si mas não pelo contexto. O destino é inexorável. 

Até!

terça-feira, 1 de setembro de 2020

A ESPERANÇA DRUGO E OS TALENTOS DA F2

 

Foto: Getty Images

Geralmente a F2 é mais emocionante e melhor disputada que a F1. Com pilotos jovens inexperientes e arrojados, isso é uma boa mistura para o entretenimento. No entanto, depois de um 2019 trágico e repleto de poucos talentos (sendo um desses morto no acidente de Spa - Anthoine Hubert), em 2020 a F2 tem grandes nomes na disputa ou que prometem estar na Fórmula 1 a curto/médio-prazo.

Uma das esperanças virou o surpreendente Felipe Drugovich. Aos 20 anos, o paranaense de Maringá tem como grandes resultados a terceira posição na F4 alemã em 2017 e os títulos na Euroformula, F3 Espanhola e MRF Challenge entre 2017 e 2018. No ano passado, correu na F3 e terminou a frente de Logan Sargeant, atual líder.

Neste ano, sem grandes expectativas, assinou com a MP Motorsport, equipe que tinha no ano passado o mito Mahaaver Raghunathan. Nesta temporada ele é companheiro do experiente japonês Nobuharu Matsushita, que já foi piloto da Honda. Mesmo estreando na nova categoria, vem extraindo muito de um carro fraco. Duas poles normais e uma na sprint race, além de duas vitórias na sprint race. Drugo ainda precisa evoluir no ritmo de corrida é claro, mas as credenciais iniciais são animadoras.

Para o ano que vem, precisa desesperadamente de um carro melhor e tentar assinar com uma academia de pilotos. Hoje, infelizmente, só assim para chegar na F1 ou ter sobrenome e dinheiro, que não é o caso de Felipe. No entanto, o brasileiro mostra ter muito potencial para quem sabe, no médio prazo, sonhar com a F1.

Agora, trarei rapidamente as credenciais de outros postulantes a título da categoria e que, consequentemente, podem chegar na Fórmula 1 em um futuro próximo:

Robert Shwartzman: o russo, prestes a completar 21 anos, é o atual campeão da F3. Antes, conquistou a Toyota Racing Series em 2018. A parceria vitoriosa com a Prema até agora vem se repetindo na F2. Mesmo no ano de estreia, é o atual líder, superando o experiente e também parceiro de Academia, o badalado Mick Schumacher. Com 3 vitórias e 5 pódios em 14 corridas, naturalmente é um dos candidatos a ir para a Fórmula 1 em 2021, seja na Haas ou na Alfa Romeo, ambas parcerias da Ferrari.

Callum Ilott: também da Academia de Pilotos da Ferrari, o inglês de 21 anos foi terceiro colocado na F3 em 2018, atrás somente dos companheiros Anthoine Hubert e Nikita Mazepin. No ano passado, foi apenas o 12°, mas agora está brigando pelo campeonato. Com 2 vitórias e 4 poles, é o vice-líder, tendo perdido a liderança no final de semana para Shwartzman. No entanto, suas chances de ascensão na F1 são mínimas, pois os fichas 1 e 2 da Ferrari são Shwartzman e Schumacher. Está numa posição complicada.

Yuki Tsunoda: o japonês de 20 anos é o pacote completo: apoiado pela Red Bull + Honda, naturalmente é questão de tempo para que chegue na Alpha Tauri. Se terminar a F2 entre os três primeiros, vai subir para a equipe satélite. Com duas vitórias e quatro pódios na Carlin, é o sopro de renovação que a academia de pilotos dos taurinos precisa. Elogiado publicamente por Franz Tost, chefão da Alpha Tauri, só depende dele para que o Japão volte a ter um piloto na Fórmula 1.

Mick Schumacher: o mais badalado dos pilotos da F2 por questões óbvias, Mick vem se mostrando um piloto nada mais nada menos do que regular. Mesmo sem vencer, vem acumulando pódios e é o quarto colocado no campeonato. Publicamente, já ficou claro que a única dúvida é sobre qual equipe ele estreará na F1: Haas ou Alfa Romeo. Certamente Mick não está pronto ou não é um piloto espetacular, mas nesse caso o sobrenome e a nostalgia bastam. Como todos sabemos, a base é uma coisa e a F1 é outra. Vai que o alemão desabroche por lá? Não é o mais lógico, mas não seria a primeira e nem será a última...

Guanyou Zhou: o chinês viável. Bom piloto e já na academia da Renault, certamente seria uma escolha interessante para ativar um mercado de bilhões de pessoas. Com 21 anos, seu melhor resultado foi um vice-campeonato na F4 italiana em 2015. Ano passado foi o sexto na F2, agora é o sétimo. O problema para o chinês é que ele está travado nos próximos anos devido a contratação de Alonso e a manutenção de Ocon, que nem da Renault é. Paciência e consistência são as palavras chave para o chinês.

Christian Lundgaard: O dinamarquês se encontra na mesma, a diferença é que não é chinês e é mais jovem, apenas 19 anos, pode se desenvolver na categoria. Campeão da F4 espanhola em 2017, foi o sexto colocado na F3 ano passado. Apesar de estreante, está dando trabalho lá na frente. Como ainda tem bastante tempo para se desenvolver, é um nome que pode ter uma atenção maior no futuro. Tudo vai depender dele próprio e também do que a Renault pretende com seus pilotos a médio-prazo.

Menções (nem tão) honrosas:

Nikita Mazepin e Sean Gelael: o russo e o indonésio são de família rica, então basicamente o que precisam é de um resultado mínimo que os gabaritem para a Fórmula 1, igual Stroll. O russo é o quinto colocado e certamente é capaz até de comprar ou inventar uma equipe para correr, mesmo sendo um psicopata de uma família de negócios escusos. Gelael não fica muito para trás, mas uma lesão na vértebra vai deixá-lo fora de combate até o final da temporada. Vai ter que tentar tudo de novo em 2021, mas seria bom se ambos passassem longe da F1.

E pra vocês, quem mais se aproxima da F1 no futuro próximo?

Até!