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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

ANÁLISE DA TEMPORADA 2022: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá, pessoal! Agora vem a parte final da análise da temporada 2022, com os pilotos da Alpha Tauri, Aston Martin, Williams, Alfa Romeo e Haas.


Foto: Getty Images

Pierre Gasly – 6,5 = O grande fato do francês foi ter conseguido um up na carreira, indo para a Alpine. A Red Bull B é um tubo de ensaio. Não deu pra fazer nada marcante. Gasly apareceu mais nos noticiários do que propriamente na pista, e não é culpa do francês. É que realmente a Alpha Tauri não fez nada de minimamente notável para ser escrito aqui.

Yuki Tsunoda – 6,5 = A mesma coisa que Gasly. O japonês erra mais, é menos regular, é inferior a Gasly. Segunda temporada na F1 e vai ganhar a terceira porque a Red Bull não tem opções na base. O mais curioso é que, agora, Tsunoda vai ser o líder do time, teoricamente falando. Precisa mostrar mais, mesmo que o carro não permita grandes holofotes. Regularidade é o caminho.


Foto: Getty Images

Sebastian Vettel – 7,0 = A temporada de despedida do tetracampeão começou difícil. Ausente por covid, demorou a se adaptar ao carro ruim da Aston Martin. Com o tempo, o carro melhorou timidamente e Vettel conseguiu tirar um pouco mais do carro. Agora ex-piloto, não há muito mais o que dizer sobre Seb por aqui, ainda mais numa análise “técnica” diante desse contexto.

Lance Stroll – 6,5 = A mesma coisa de Vettel. Melhorou no fim, ainda se envolve em acidentes e vai ter outro campeão do mundo como parceiro de time. Em tese, corre sempre leve, porque é o filho do dono. Não há muito o que escrever sobre, também. Mantenho a mesma opinião dos anos anteriores.


Foto: Motorsport Images

Nicholas Latifi – 5,5 = O dinheiro não é mais útil e foi uma chicane ambulante. O pior piloto do grid, ainda assim teve dois destaques: Inglaterra e a corrida onde pontuou. Mesmo assim, conseguiu o feito constrangedor de ser o último do time a chegar nos pontos. Latifi cumpriu “bem” o papel dele e agora não serve mais para a F1. Que seja feliz em outro lugar.

Alexander Albon – 7,0 = Carregou o time, mesmo com um ano de ferrugem na categoria. Estratégias diferentes e bom ritmo. O carro é ruim e o companheiro não é um bom parâmetro, então o tailandês nascido e criado na Inglaterra se saiu muito bem, até fora desse universo. Ele e a Williams podem melhorar para que consigam pontuar mais vezes e sair do fim do grid.

Foto: Getty Images

Valtteri Bottas – 7,5 = Começou muito bem o ano, somando todos os pontos possíveis para a surpreendente Alfa Romeo. O desempenho caiu e o finlandês enfrentou muitos problemas, mas acabou mostrando toda a excelência de ter sido piloto de alto nível por tantos anos na Mercedes. Bottas vai ser fundamental nessa transição da Alfa Romeo/Sauber/Audi. Ele precisa se mostrar apto para ser uma peça chave no longo-prazo.

Guanyu Zhou – 6,5 = Ano de estreia é sempre difícil, ainda mais em um novo regulamento. Se não foram muitos pontos em comparação a Bottas, o chinês não comprometeu. Faltou ritmo ali e aqui, normal para quem é novo e inexperiente, mas teve uma certa regularidade. Precisa mostrar mais na segunda temporada. A pressão na F1 é brutal e a dose de paciência e encorajamento que teve agora certamente vai diminuir com o passar do tempo. Hora da afirmação.

Foto: Getty Images

Mick Schumacher – 6,5 = Alguns pontos, muitas batidas e muita irregularidade. Já escrevi sobre Mick por aqui, mas a chegada de Magnussen mudou o parâmetro de avaliação, onde o alemão não se mostrou pronto até aqui. Poderia até ter um último ano definitivo, mas a equipe não entendeu assim e, convenhamos, Mick não se ajudou.

Kevin Magnussen – 7,0 = Um retorno inesperado e um desempenho inesperado. Na fogueira, praticamente sem tempo para se readaptar, o dinamarquês foi na prática o líder do time. Fez o que Mick deveria ter feito. Somou a grande maioria dos pontos em uma equipe que começou surpreendentemente na zona de pontuação e depois fez o que pode quando a queda óbvia se concretizou. Cheio de dinheiro e de moral, principalmente após Interlagos, Magnussen retoma o status de líder da equipe de Gene Haas em um espaço cascudo, experiente. Vai ser fundamental para dar o próximo passo do time administrado por Gunther Steiner.

Gostou? Concorda? Discorda? Faça a sua análise também!

Até mais!




domingo, 9 de outubro de 2022

BI SEM RESSALVAS

 

Foto: Clive Rose/ Getty Images

A previsão do tempo mostrava que o Grande Prêmio do Japão seria uma grande palhaçada protagonizada pela FIA. E assim foi, ou quase isso. Diante das previsões de chuva forte, foi até surpreendente que a direção de prova tenha autorizado a largada.

Com muito spray, obviamente, a visibilidade era um desafio. A primeira volta seria um caos e assim foi. Vettel rodou na primeira curva, Zhou rodou depois e Sainz bateu sozinho e o carro chegou a voltar para a pista. Por sorte, ninguém bateu nele. Albon teve problema no motor e encostou. Gasly bateu na placa que veio para pista depois da batida de Sainz e a confusão estava armada.

O que seria Safety Car virou bandeira vermelha. Corrida paralisada. O problema é que a chuva continuaria mais forte. E aí? Outra vergonha igual o GP da Bélgica? E a corrida que deveria decidir o campeonato? Quantos problemas...

Começamos pelo primeiro: mal os pilotos tinham ido para os boxes após o anúncio da bandeira vermelha, havia um trator no meio da pista para retirar a Ferrari de Sainz. Só que, ao mesmo tempo, Gasly passava voando. Oito anos depois, nem a FIA e nem os japoneses aprenderam nada. O modus operandi da Federação, sob nova direção, foi o mesmo: culpar o piloto. É verdade que Gasly não deveria estar tão rápido naquelas condições de pista e principalmente com a prova paralisada, mas isso é jogar a responsabilidade injusta para o piloto.

Vai ser necessário outro piloto morrer para aprenderem a lição? Pelo jeito, independentemente do caso, a FIA lava as mãos e joga a responsabilidade para as vítimas. Eles estão preocupados com o piercing do Hamilton...

Já escrevi aqui que a F1 não deveria tratar os fãs igual otário e simplesmente cancelar qualquer evento com chuva. É mais justo e transparente para todos, ao invés de encher linguiça e fazer todo mundo de palhaço, principalmente de madrugada. Os pneus de chuva não foram feitos para correr, foi basicamente o que disse Mario Isola, chefão da Pirelli.

A culpa não é da empresa. Ela faz os pneus conforme as especificações e exigências da FIA. Com os carros cada vez mais largos e pesados, qualquer pista molhada vira um drama para a F1. Por isso que antigamente, com carros mais leves e estreitos, era possível correr em condições piores, tipo Fuji, há 15 anos.

Mas isso a F1 não se preocupa, tampouco em atrair ao menos mais uma equipe para o certame. Bom, a corrida não podia acabar igual a Bélgica né, quando sequer houve corrida? Havia um teatro a cumprir.

A previsão não era das melhores, o dia começava a acabar no Japão e a FIA adotou uma nova estratégia no regulamento após o vexame do ano passado: ativaram a contagem regressiva. Em três horas, a corrida terminaria. Veja bem. Terminaria, e não seria interrompida.

Os pilotos pressionaram para ao menos tentar e ver como seria. Qualquer coisa a FIA colocaria outra bandeira vermelha e faria outra ação constrangedora. Para a nossa sorte, tivemos uma sprint race na chuva.

Verstappen não largou bem, mas segurou o ímpeto de Leclerc e disparou para vencer. Com o passar do tempo, a Ferrari não tinha mais ritmo para acompanhar Max. Pérez, logo atrás, chegava.

Todo mundo largou de pneu de chuva. Determinação da FIA. No entanto, logo que o Safety Car saiu depois da largada em movimento, Vettel e Latifi (!) fizeram o pulo do gato: foram os primeiros a trocar para os pneus intermediários e se deram bem. Escalaram o grid e pararam nos pontos. O canadense, se corresse só na chuva, seria bem competitivo.

Ainda na primeira parte, Ocon segurava Hamilton, enquanto Alonso tentava encostar em Vettel. Russell, mais atrás, se recuperava. De forma heróica e quase bizarra diante do contexto, Latifi conquistou talvez seus últimos pontos na F1. Sejamos sinceros: ano passado ele foi um piloto até correto e, com as estatísticas, pontuou em duas das três temporadas que correu na F1. Um mérito e tanto, considerando o contexto. Norris ainda completou o top 3.

E o vencedor? Verstappen rumou para a vitória. A transmissão mostrou um detalhe importante que praticamente todo mundo não se deu conta na hora: diante da nova regra, apenas as corridas interrompidas é que teriam pontuação reduzida conforme a % de voltas feitas. Como o GP do Japão terminaria no limite do tempo, ela seria considerada uma corrida concluída, mesmo sendo apenas 28 das 53 voltas previstas. Sendo assim, 100% dos pontos estavam em jogo.

A TV japonesa não viu Max Verstappen cruzar a linha e ele mesmo continuou acelerando fundo. Diante desse contexto, explicitado pela transmissão, a questão era simples: se Pérez ultrapassasse Leclerc, o campeonato acabava.

Na última curva, Leclerc errou, foi reto e voltou à frente do mexicano, cruzando em segundo. No entanto, a FIA foi rápida até demais para os seus padrões e puniu rapidamente o monegasco com acréscimo de cinco segundos ao tempo final da prova.

Pérez em segundo. Dobradinha da Red Bull. Enquanto Max dava entrevista para Johnny Herbert, a FIA anunciava na transmissão, para assombro do holandês e da própria Red Bull: Max Verstappen é bicampeão do mundo, aos 25 anos, e com quatro provas de antecedência.

Incontestável. Sem ressalvas. Mesmo com um começo ruim, ele e a Red Bull sobraram e aproveitaram todas as brechas deixadas pela Ferrari e o carro mal formado pela Mercedes. A questão do teto de gastos é um outro debate que ainda vai dar pano para manga. Nada mais poético que Max conquistasse o bi no Japão, terra da Honda, disposta a reatar com a Red Bull para a partir de 2026.

É muito bom ver um piloto talentoso alcançar o que se imaginava, sem ser vítima do destino, do azar ou de más escolhas. Talvez seja um trauma pelo que Alonso poderia ter sido. Aliás, Max iguala Alonso no bicampeonato e em 32 vitórias na carreira. Incontestável.

Lamentável que o título tenha sido confirmado pelos comissários e numa situação que até o próprio circo da F1 desconhecia da nova regra da FIA depois do caso Bélgica do ano passado. A FIA está uma várzea. Mais um pouco, teríamos um rapaz e um monte de gente no meio da pista balançando a bandeira quadriculada e pulando, berrando e correndo na frente dos carros. E alguém com o cronômetro, é claro.

A Ferrari reclama com razão da rapidez da punição, mas ali não tinha muito espaço para debate. Imagina Max ser anunciado campeão numa canetada horas depois? Seria pior ainda. Para nós, brasileiros, uma recompensa para quem ficou até às 6 da manhã acordado.

Max Verstappen. Um nome já na história da F1. O que o futuro reserva? A Red Bull tem fome de mais conquistas. O holandês também. Ele é muito jovem. Há sete anos, ele estreava, ainda menor de idade, num treino livre em Suzuka também. O destino estava escrito, maktub. Estamos diante de um dos maiores da história, sem dúvida alguma.

Que a Mercedes volte a ser competitiva, porque a Ferrari não tem a mínima condição, seja pela equipe, seja pelos erros decisivos de Leclerc no momento de pressão. Quem diria. Eu achava que o monegasco era mais completo e equilibrado emocionalmente que o holandês, mas o tempo está mostrando o contrário.

A FIA transformou a consagração do bicampeonato de Max Verstappen em um evento menor, num show de incompetência, desrespeito aos pilotos e ao público. O trator, a chuva e a inércia da direção de prova colocaram o título mais do que merecido de Max, talvez no auge da carreira (talvez não) em algo sem importância. Claro que era uma questão já sacramentada há tempos, mas o holandês merece uma comemoração consagradora, seja da categoria, seja dele próprio ou da equipe para a próxima etapa, em Austin, no Texas.

O que resume tudo é: Max Verstappen, bicampeão, sem ressalvas.

Confira a classificação final do GP do Japão:




terça-feira, 27 de setembro de 2022

AJUSTES

 

Foto: RaceFans

Com essa mini férias de três semanas, a F1 aproveitou para descansar e resolver alguns imbróglios para o ano que vem.

Um deles foi a oficialização do calendário de 2023, com 24 corridas e as novidades esperadas: Catar e Las Vegas, além da ausência da França e Paul Ricard. Melhor do que isso: as renovações de Mônaco (até 2025) e mais um ano com Spa Francorchamps, ao menos.

O problema é que são corridas demais. Claro que a LIberty e a FIA estão preocupados com a grana, principalmente pós-pandemia e o contexto de crise mundial que vivemos. No entanto, a logística é quase desumana. Não estou falando dos pilotos, mas sim dos mecânicos e funcionários da reta-guarda das equipes, que ganham muito pouco, trabalham muito e não tem muito tempo para descansar e/ou curtir a família. Deveriam olhar para essas pessoas com um pouco mais de carinho e atenção.

Sem contar a logística. Uma volta ao mundo. Ir e voltar a um continente. Por exemplo: a F1 sai da América do Norte para correr em Interlagos e depois volta para Las Vegas. Por que não fazer Austin-México-Las Vegas de uma vez? Ah, a corrida de Las Vegas, diferentemente do tradicional, vai ter a largada no sábado à noite, madrugada de domingo por aqui.

Partindo para o mercado de pilotos, o óbvio veio: Latifi não permanece na Williams para 2023. O desempenho constrangedor ficou escancarado quando De Vries estreou do jeito que foi. Isso é sinal que as finanças do time de Grove estão sólidas o suficiente para a equipe optar por dois pilotos de qualidade.

Embora o favorito seja o holandês, ainda mais depois de impressionar no desempenho, a Williams não confirma nada. Quem poderiam ser os outros concorrentes? Vandoorne também é da Mercedes e também é campeão da Fórmula E. Logan Sargeant é da academia do time e há o lobby de ter um piloto estadunidense, principalmente, depois da negativa da FIA para Colton Herta. No entanto, é um cenário improvável. Agora, é aguardar pela decisão dos britânicos.

Sem Colton Horta, a Red Bull optou pelo “não tem tu, vai tu mesmo.” Yuki Tsunoda renovou o contrato. O motivo é simples: o jovem japonês também e vítima das circunstâncias do carro da Alpha Tauri, apesar da fase não ser boa. Além disso, não há um talento nas academias de piloto prontos para subir: Hauger, Daruvala e Liam Lawson não impressionaram e precisam de tempo.

Com isso, Tsunoda ganha uma oportunidade rara e de ouro, num ambiente que não é conhecido por ter muita paciência com os empregados. Sem Herta, por efeito dominó, é improvável que haja uma liberação de Gasly para Alpine. O cenário francês é um grande mistério: sem Pierre, qual será o escolhido? Qual o critério? Colocarão o inexperiente e que não impressionou tanto na F2 igual o Doohan direto na equipe de fábrica?

A Alfa Romeo, momentos antes da publicação desse texto, confirmou a manutenção de Guanyu Zhou para o ano que vem. É justo. O chinês é talentoso e está se adaptando, assim como Tsunoda. É a primeira temporada. Não há muito o que fazer, ainda mais num carro que não se esperava muita coisa. É difícil ter boa vontade com os asiáticos e nós sabemos o motivo, mas sempre vou insistir e reiterar: Zhou não é somente um pagante que está ali porque é chinês.

A Alpine é a grande incógnita do momento. Todavia, essas dúvidas, assim como o bicampeonato de Max Verstappen, serão resolvidas em questão de tempo. Sejamos pacientes para espantar o tédio para longe.

Até!

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

MUITAS HIPÓTESES

 

Foto: MotorSport

Com a temporada cada vez mais desinteressante pela falta de concorrência a Max Verstappen, é inegável que os principais assuntos nos próximos meses sejam o mercado de transferências sobre as vagas restantes no grid para 2023.

A aposentadoria de Vettel desencadeou um verdadeiro efeito dominó na situação. É claro que já sabemos de Alonso na Aston Martin e a confirmação de Piastri na McLaren. O resto, aos poucos, começa a tentar se definir. Vou tentar ir por partes.

Começando pela Alpine, é claro. O candidato é Pierre Gasly. O próprio Helmut Marko afirma que a saída dele, de contrato com os taurinos até 2023, depende de uma indenização financeira. É a única exigência para a equipe francesa ter dois compatriotas no time.

Se a Alpine tirar um piloto da Alpha Tauri, quem seria o substituto? Bom, para começar, podem ser dois: Tsunoda ainda não está oficialmente garantido para o ano que vem. O desempenho irregular, atrelado a falta de paciência tradicional dos taurinos com os jovens pilotos, é sempre um motivo para dispensa.

O que pode salvar o japonês é o fato da academia da Red Bull não ter um nome pronto para subir. Vips foi desligado, Daruvala, Hauger e Lawson não empolgam. Como Pérez já foi contratado em virtude disso, não seria surpresa pensar fora da caixinha?

Helmut Marko admitiu, após a corrida na Holanda, que há um acordo com o americano Colton Herta. Faltam duas condições: a ida de Gasly para a Alpine e a FIA liberar a superlicença para o piloto da Indy, que não tem os pontos necessários para isso.

Considerando que a categoria e a Liberty estão desesperadas por um piloto americano para alavancar o engajamento, assim como dar maior visibilidade para Alpha Tauri (empresa de moda), não seria difícil que isso acontecesse. Afinal, Herta tem 34 dos 40 pontos necessários.

Se Tsunoda não ficar, quem poderia ser um candidato? Sim, ele mesmo: Felipe Drugovich. Segundo a imprensa, o brasileiro foi visto conversando com Marko no motorhome no último final de semana. Com o cartaz de provável campeão da F2, Drugo precisa ter o alinhamento das estrelas para poder brilhar (saída de Gasly, não renovação com Tsunoda, negativa para Herta).

Enfim, este é um assunto que pretendo abordar no texto de amanhã. Continuarei lá.

A Haas também tem dúvidas. Dizem que Mick Schumacher vai deixar a academia da Ferrari no final do ano, o que torna a permanência do alemão um ponto de interrogação. Com a parceria técnica dos americanos com os italianos, geralmente uma das vagas pode ter influência da Ferrari, assim como foi Mick na própria equipe e anteriormente Gutierrez e Giovinazzi, este na Alfa Romeo.

Aliás, o italiano é apontado como um candidato em potencial justamente por esse motivo. Sem o apadrinhamento da Ferrari, apenas o sobrenome pode não ser o suficiente para manter Mick, que também já foi ligado a especulações a Alpine e a própria Alpha Tauri (lembram quando Marko elogiou o alemão lá no início do ano?)

Na futura ex-Alfa Romeo, Zhou tem apelo até de Bottas para a permanência. É um ano de adaptação e o chinês não se envolve em acidentes. Precisaria de mais tempo e paciência para se desenvolver, além do fato de levar muito dinheiro para os suíços. No caso da Alfa Romeo, uma das alternativas poderia ser o reserva Theo Pourchaire, membro da academia. No entanto, o francês ainda é muito jovem e poderia esperar mais. Outro ano maturando na F2 é um caminho mais adequado.

A própria Williams tem incertezas. Latifi fica? Só pelo dinheiro. A recuperação financeira do time é suficiente para dispensá-lo? Não sabemos. Interessados não faltariam, mesmo sendo a pior equipe do grid. A prioridade, claro, é alguém com dinheiro, mas já vimos que alguns acordos podem ser costurados. Albon, da Red Bull, foi parar lá, mesmo com a Williams sendo parceira de motores da Mercedes.

Aliás, e se a Alpha Tauri resolver chamar Albon (que tem contrato) de volta, caso não tenha alternativas? Ela já fez isso algumas vezes com Kvyat... e é uma solução que faz sentido, pois o tailandês nascido e criado na Inglaterra está tirando leite de pedra. E se a Williams precisa, então, de mais de uma vaga? Candidatos não faltariam, de todos os nichos.

Dúvidas e questões que devem ser resolvidas até o final do ano, no mais tardar ano que vem. Afinal, quanto mais cedo esses acertos, melhor para o desenvolvimento do carro de acordo com a característica dos pilotos.

Esse mercado tem tudo para ser mais emocionante que o atual Mundial de F1. Fofoca sempre rende, não é mesmo?

Até!


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA 2022: Parte 2

 Olá, amigos e amigas! Vem aí a parte final da análise parcial da temporada 2022, agora com Alpha Tauri, Aston Martin, Williams, Alfa Romeo e Haas:

Foto: Autosport

Pierre Gasly = 6,5 – O carro derrubou Gasly. Também não há grande motivação. No limbo, o francês cumpre tabela. O desempenho não é o mesmo dos últimos anos. São poucos pontos e muitos problemas e falta de ritmo. Também não penso ser apenas coincidência esse marasmo diante da falta de perspectiva na carreira no médio prazo. Pierre é um grande ponto de interrogação.

Yuki Tsunoda = 6,5 – O japonês comete alguns erros, bate, roda, mas está mais competitivo e adaptado a categoria. O desempenho melhorou e chegou a superar Gasly. Só está atrás nos pontos por problemas no carro. Por isso é necessário ter calma com os jovens. Sem os inúmeros testes como antigamente, demora para haver uma evolução notável. Leva tempo. O japonês está em bom caminho, beneficiado pelo fato da Red Bull hoje não ter nenhum prodígio viável para acelerar o processo de uns e queimar outros. Sorte para Yuki, que assim pode se desenvolver no tempo possível diante da fogueira que é a Alpha Tauri/Toro Rosso.


Foto: Getty Images

Sebastian Vettel = 6,5 – A tour de despedida começou com um forte sinal. Batidas na Austrália e ausências nas primeiras etapas por Covid. Já parecia, desde o início, que Vettel se despedia, o que foi confirmado depois. Não tem muito o que escrever. Não é mais aquele mesmo piloto, mas, mesmo assim, faz o possível em um carro que não é bom. Que tenha um final de carreira compatível com as conquistas que teve.

Lance Stroll = 6,0 – Está lá pelo pai. É o que sempre escrevo. Com o carro ruim, fica até difícil falar algo. Sem muitas condições de brilhar, conquista poucos pontos e ainda assim é superado por um futuro aposentado, embora tetracampeão. Stroll cumpre um papel, um sacrifício para a continuidade de uma equipe e dos investimentos do pai, Tio Patinhas.


Foto: Motorsport

Nicholas Latifi = 5,0 – Outro que está de contagem regressiva na F1. Evoluiu ano passado, involuiu nesse ano, com o novo regulamento. Uma chicane ambulante e sem velocidade. Pela experiência que tem, não deveria ser batido tão facilmente por Albon, mas aí lembrei que é um pagante gente boa. Com a Williams mais estruturada, o dinheiro do canadense não faz tanta diferença, então é desfrutar das corridas que restam na categoria e não dar muito prejuízo para o time com batidas.

Alexander Albon = 7,0 – No retorno para a categoria, faz o que pode com a Williams. Aliás, pontuar com esse carro já é um grande feito. Albon tem consistência e briga com o que pode. A Red Bull tentou queimar a reputação do rapaz, mas o tailandês nascido e criado na Inglaterra é um bom valor. Nem oito e nem oitenta. Na Williams, vai ser o líder e, se tiver oportunidade, certamente vai conquistar alguns pontinhos épicos.


Foto: Getty Images

Valtteri Bottas = 7,5 – Começou muito bem na nova equipe, marcando pontos e levando o lastro e a experiência de tantos anos numa estrutura ambiciosa e vencedora. No entanto, está sendo vítima dos problemas da Alfa Romeo nas últimas etapas, marcando menos pontos e abandonando mais. No limbo, Bottas é líder de um projeto que precisa de tempo para dar certo. Ainda assim, a ex-Sauber está um nível acima do ano passado, o que é um sinal positivo para continuar avançando.

Guanyu Zhou = 6,5 – Estrear no ano que muda o regulamento é um desafio duplo. Com a má vontade de quem apenas vê em Zhou um chinês com dinheiro, o viável está fazendo um bom trabalho diante de todo o contexto. Se adaptando e enfrentando muitos problemas, teve poucas boas atuações, mas marcou pontos logo na estreia. Assim como Tsunoda, a tendência é que cresça com o passar do tempo na categoria. Os caminhos são favoráveis: dinheiro e talento existem. Assim, Zhou pode continuar a caminhada sem maiores percalços.


Foto: Getty Images

Mick Schumacher = 6,5 – Um início de ano que certamente destruiria reputações de quem não tem Schumacher no sobrenome. A benção e a maldição disfarçada. Mick bateu muito e foi facilmente vencido por Magnussen, que chegou no time às pressas. No primeiro desafio mais competitivo na F1, está sucumbindo. É preocupante. No entanto, com duas corridas nos pontos e a habitual ascensão demorada, Mick pode deslanchar de agora em diante, com menos pressão. Ainda assim, está devendo, por ser um Schumacher e alguém promissor, mas ainda dá tempo de terminar o ano com mais impressões positivas que negativas.

Kevin Magnussen = 7,5 – Retornando de paraquedas numa equipe à deriva, Kevin conseguiu ser um protagonista que nem antes havia conseguido. Quase todos os pontos foram feitos por ele enquanto as rivais patinavam e a Haas surpreendentemente ocupava as primeiras posições. Com a falta de dinheiro do time e os rivais crescendo com as atualizações, os pontos ficaram mais raros. Mick cresceu, mas Kevin ainda é mais regular. Um retorno para F1 acima das expectativas. De mero tapa buraco de luxo, Kevin pode voltar a ser o manda-chuva da Haas, o que seria uma reviravolta aleatória demais para a carreira.

Essa foi a análise parcial da temporada. Concorda? Discorda? Agora, toda a ansiedade e expectativa para o retorno das últimas etapas do ano!

Até mais!


quarta-feira, 16 de março de 2022

GUIA F1 2022: PARTE 2

 Olá! Vamos para a parte 2 da apresentação da temporada 2022 da F1! Agora, Alpha Tauri, Aston Martin, Williams, Alfa Romeo e Haas!

SCUDERIA ALPHA TAURI

Foto: Divulgação/Alpha Tauri

PILOTOS: PIERRE GASLY (#10) E YUKI TSUNODA (#22)

Vitórias: 1          

Pódios: 2

Voltas Rápidas: 1

A dupla de pilotos está mantida por motivos diferentes, mas uma coisa em comum: falta de opção. Gasly anda mais que o carro mas não tem para onde ir, apenas esperar uma oportunidade em outra equipe. Enquanto isso, pode continuar brilhando e levando a equipe B da Red Bull adiante. O japonês Tsunoda permaneceu por falta de opções com superlicença na prestigiada academia Red Bull. Yuki cometeu muitos erros e foi irregular, mas o pessoal esquece que o rapaz tem apenas 20 anos e nem todo mundo é Max Verstappen. O problema é convencer Helmut Marko sobre isso... E assim segue a equipe matriz dos taurinos, buscando surpreender quando possível.

ASTON MARTIN ARAMCO COGNIZANT FORMULA ONE TEAM

Foto: Reprodução/Aston Martin

PILOTOS: SEBASTIAN VETTEL (#5) E LANCE STROLL (#18)

Pódios: 1

 O retorno da montadora foi decepcionante, considerando o investimento. Agora que não é mais uma Mercedes B, a ex-Racing Point e Force India teve dificuldades. Vettel conseguiu um pódio e teve bons momentos, apesar de grande irregularidade. O filho do papai não compromete tanto mas também raramente vai tirar coelho da cartola. Será que o investimento de Lawrence está sendo feito nos pilotos certos? Que Vettel consiga ressurgir na categoria com esse novo regulamento, afinal ninguém é tetra apenas por sorte.

WILLIAMS RACING

Foto: Reprodução/Williams

PILOTOS: NICHOLAS LATIFI (#6) E ALEXANDER ALBON (#23)

Título de Pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)

Título de Construtores: 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)

Vitórias: 114

Pódios: 313

Pole Positions: 128

Voltas Rápidas: 133

Carregados por Russell, agora ausente, a Williams cresceu na tabela e também financeiramente. O próximo passo é duvidoso. Latifi evoluiu e não comprometeu, mas agora é o “líder” do time, que tem o tailandês nascido na Inglaterra Alexander Albon de volta na F1. O ex-Red Bull quer limpar a reputação depois de ter sido mais um incinerado por Helmut Marko, mas a tarefa não é a das mais fáceis. A aposta em um amigo de Russell e também jovem promessa que foi muito bem na F2 pode dar resultado apenas no futuro num ano que parece ser de mais uma transição esportiva para o time do agora finado Frank. 

ALFA ROMEO F1 TEAM ORLEN

Foto: Reprodução/Alfa Romeo

PILOTOS: VALTTERI BOTTAS (#77) E GUANYU ZHOU (#24)

Título de Pilotos: 2 (1950 e 1951)

Vitórias: 10

Pódios: 26

Pole Positions: 12

Voltas Rápidas: 14

Muitas mudanças na Alfa Romeo. Independente da Ferrari, a equipe mudou a dupla e fez um investimento ousado, visando o longo prazo: o ex-Mercedes Bottas foi parar na segunda pior equipe do grid de 2021. Ao seu lado, terá a presença do primeiro chinês viável na história da F1, o talentoso Zhou, que muita gente acha que é somente um asiático barbeiro pagante. A Alfa Romeo pretende evoluir com o passar do tempo, então se espera um ano complicado, mas que a capacidade e experiência de Bottas e a grana de Zhou consigam ajustar o projeto para os próximos anos.

HAAS F1 TEAM

Foto: Getty Images

PILOTOS: MICK SCHUMACHER (#47) E KEVIN MAGNUSSEN (#20)

Voltas Rápidas: 2

Um grande ponto de interrogação. Nas manchetes pelo imbróglio político envolvendo o conflito Rússia e Ucrânia que culminou com a saída da Ural Kali e Mazepin, o time de Gene se apóia somente na parceria técnica com a Ferrari. Sem grana para o médio e longo prazo, precisa desesperadamente de um piloto minimamente credenciado no meio do caos. Dentro da pista, a expectativa é nenhuma, assim como o futuro da equipe é uma grande incógnita, embora Gene transpareça tranqüilidade nas conferências de imprensa. Com o retorno surpreendente de Magnussen, a expectativa é que a experiência do dinamarquês possa ajudar no desenvolvimento do time e estabelecer um parâmetro razoável de competição para Mick Schumacher.

Agora é só esperar o ronco dos motores a partir de sexta-feira! Até!


domingo, 9 de janeiro de 2022

OS FORA DE SÉRIE

 

Foto: Getty Images

O livro “Outliers, os Fora de Série”, de Malcolm Gladwell, é fantástico. Vou tentar não falar muito sobre ele porque já fiz outros paralelos no blog, mas ele basicamente resume que o “fora desérie” não depende apenas do talento, mas sim de todo um contexto histórico, social, familiar, de onde nasceu, cresceu e, claro, a sorte.

O pódio do Catar me deu o clique para escrever sobre esse tema porque são três perfis de “fora de série” completamente diferentes, sem contar os outros pilotos. Eles meio que são uma aplicação do livro.

Começando é claro por Lewis Hamilton. Sim, o britânico encarou o grande desafio de ser o primeiro negro a chegar e fazer sucesso num esporte rico e elitista. As condições sociais obviamente não ajudaram, assim como as financeiras. 

No entanto, tudo isso muda quando a McLaren e a Mercedes entram na jogada e comboiam o jovem até a F1. Isso, junto com a qualidade de Lewis, fez ele ser o que é hoje. Além disso, teve “sorte” na tomada de decisão e ir para a Mercedes quando esta teve quase uma década de domínio na F1. Hamilton foi o pacote perfeito.

Max Verstappen. Filho de piloto, teve o caminho “facilitado” no meio desde criança. Cresceu correndo porque a mãe também foi kartista. Uma vantagem em relação aos outros. Além do mais, o talento precoce o fez ir rapidamente para a Red Bull, sendo um grande atalho até chegar na F1. 

Quando foi promovido da Toro Rosso, o que parecia uma precipitação, Max mostrou sorte e competência na estreia ao aproveitar a batida das Mercedes e vencer na Espanha, sendo o mais jovem vencedor da história da categoria. 2021 culminou com o título mundial. Tem que ter talento e estar na hora certa.

Fernando Alonso teve um pouco disso no início da carreira. Assessorado por Flávio Briatore, teve as primeiras chances na Minardi até subir para a Renault. É claro que ser pupilo do chefe facilita, mas quando teve as oportunidades, Fernando desbancou Schumacher e virou bi. Tudo indicava que ele faria a “Era Alonso” no pós-Schumi.

Aí entra outra questão do livro. Um fora de série sem sorte ou com decisões erradas fica pelo caminho, não importa o quão inteligente e talentoso ele seja. Desde então, Alonso tomou decisões erradas na carreira, fruto do temperamento difícil, egocêntrico e as vezes mimado. 

Deixou a McLaren, onde podia conquistar títulos, voltou para a Renault que não estava competitiva e foi duas vezes “azarado” na Ferrari, onde o tri bateu na trave. Apostou na McLaren Honda mas a falta de paciência falou mais alto e, agora, na Alpine, vive a última chance.

Não dá pra dizer que alguém bicampeão do mundo é azarado, mas Alonso poderia ter sido muito mais se tivesse feito as escolhas certas e tivesse também um pouco de sorte.

O outlier também é aquele que está na hora certa e no momento certo. Sebastian Vettel é um tetracampeão. Pegou a Red Bull dominante no momento exato e não desperdiçou a chance. Depois, virou um piloto errático e os números parecem inflacionados, então a pergunta que fica é: Vettel seria Vettel se acontecesse qualquer coisa diferente antes? Certamente que não. Um outlier que combinou raríssimas oportunidades e talento, não se esqueçam.

Outros milhares de exemplos de pilotos promissores que não vingaram na história podem ser encaixar naqueles que tiveram azar ou mal gerenciamento da carreira. Não ser campeão não significa que seja um piloto desprezível, mas Ricciardo, Wehrlein, Nasr e Vandoorne, em exemplos mais recentes, assim como Giovinazzi, podem se queixar em algum momento da falta de sorte, apoio ou de simplesmente estarem na hora certa no momento errado.

Outros, pelo capital, viram outliers, como Stroll, Latifi e Mazepin. Se não fossem bilionários, não seriam pilotos. Se não tivessem dinheiro para desenvolver as habilidades exaustivamente, não chegariam lá. Desde pequeno, uma vantagem financeira que fez a diferença. Mais condições, melhores carros e o resultado está lá, assim como ter um sobrenome e dinheiro, como no caso de Mick Schumacher.

O que quero escrever é que nada é por acaso na F1. O livro dos Outliers é um exemplo que pode ser aplicado em qualquer área, por isso acho ele fascinante e quis jogar um rascunho dele para vocês. Leiam e reflitam! Concordam com o que foi escrito ou viajei na maionese?

Até!


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

ANÁLISE FINAL TEMPORADA 2021: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Agora vamos com a parte final das análises dos pilotos da temporada 2021 da F1!

Charles Leclerc – 8,0: Rápido, é outro que merece um carro bom para brigar com os outros grandes. No entanto, está batendo demais. Está faltando regularidade e esse foi um dos fatores porque foi derrotado pelo novato Sainz no time. A velocidade está ali. Falta equilíbrio e consistência. A Ferrari precisa acertar, uma vez na vida, no projeto.  Só assim que Charles vai retomar o processo que se iniciou em 2019.

Carlos Sainz Jr – 8,5: o subestimado espanhol vem calando a todos nós ano após ano. É uma evolução espantosa. Sainz é o Button dessa geração. Quando menos se espera, lá está ele, beliscando as primeiras posições. Um senso de aproveitamento e regularidade absurdos. A diferença dos italianos e do pessoal de Woking no campeonato foi essa: Sainz fez o que Ricciardo não teve capacidade. Acumular pontos e ajudar o time. É melhor ter cuidado com Sainz. Quando menos se esperar... Ele vai estar lá.

Pierre Gasly – 7,5: Faz o que pode com a Alpha Tauri. Está no limbo. O futuro de Gasly é tentar cavar alguma vaga em outro time, tal qual Sainz fez. Chega a ser um desperdício de talento o francês estar empacado na equipe satélite. No entanto, é o que tem pra hoje, certo? Não há muito o que fazer.

Yuki Tsunoda – 6,5: Parece permanecer na F1 por falta de opção na academia Red Bull. Parece ser veloz mas erra muito, falta consistência. É normal para quem tem apenas 20 anos, mas o mundo da F1 é cruel e todo mundo já espera o próximo super grande talento taurino. Bom, Tsunoda tem um ano para bater menos e pontuar mais, recompensando a aposta de Franz Tost antes de ser contratado.

Kimi Raikkonen – 7,0: Os dias de glória já passaram faz tempo e o agora ex-piloto teve uma despedida digna. A idade já atrapalhava alguns reflexos, e batidas e incidentes foram comuns. Ainda assim, Raikkonen superou o companheiro de equipe e conseguiu alguns bons pontos. Uma despedida correta de um dos grandes da F1 nos últimos 20 ou 30 anos. Vou escrever sobre com mais calma.

Antonio Giovinazzi – 6,5: Infelizmente o italiano em nenhum momento conseguiu demonstrar o potencial que o levou a F1. Muitos erros e acidentes, ritmo de corrida ruim e perder para um piloto semi aposentado não é um bom sinal. Sem o acordo com a Ferrari que o prendia, Giovinazzi agora tem a Fórmula E como horizonte e a reserva da Ferrari para outros projetos. O trem passou para ele, infelizmente.

Mick Schumacher – 6,5: Também fez o que podia. Superou Mazepin e tentava se manter na pista. Chegou a brigar por posições e “ajudou” a definir o campeonato no entrevero com Latifi. O filho do homem também não tem muito o que fazer. É continuar, acumular experiência e torcer para a Haas ter um carro menos pior em 2022 para fazer alguma graça. Ferrari? Fora de cogitação. O sobrenome ajuda, mas tudo tem limite. Que Mick faz o desenvolvimento no ritmo dele.

Nikita Mazepin – 6,0: o que era constrangimento ficou até aceitável. Nikita parou de ter acidentes bizarros, apenas problemas de disciplina nas bandeiras e colocação na pista. Nada anormal, considerando o que estamos vendo na F1. Assim como Stroll, ele é a razão de existir na equipe. Não há análise do que se possa fazer. Salvando a Haas e mantendo no mínimo 20 carros no grid já é uma grande vitória nos dias atuais.

George Russell – 8,0: Se até um certo ponto faltava sorte para o britânico, 2021 foi o ano para exorcizar muitas coisas. Um ano espetacular com a Williams, que também evoluiu. George sempre tira mais do que o carro e a recompensa foi finalmente subir para a Mercedes. Cumpriu os três anos de amadurecimento com maestria. Ano passado, já mostrava estar pronto para a missão. Agora é comprovado, tal qual a Jimo. Russell pode fazer barulho com Hamilton do lado. Lembra até a situação do jovem de 15 anos atrás...

Nicholas Latifi – 7,0: Os abutres só vão lembrar da última corrida, mas o canadense evoluiu junto com o time. A renovação é justa. Sem Russell, é preciso alguém experiente para segurar as pontas com o novo regulamento e a chegada de Albon. Latifi não é um mal piloto, mas também não é um absurdo estar ali. Erra pouco e cumpre o papel no time de Frank. Tomara que essa batida não crie sequelas, até porque foi uma cliente da Mercedes que mudou os rumos do campeonato. Tomara que Latifi não vire o Bernoldi dessa geração.

E essa foi a minha análise da temporada 2021! Concorda? Discorda? Discorra nos comentários!


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

DEFINIÇÕES

 

Foto: Reprodução/Williams

Impressionante o efeito dominó da F1 na última semana, assim como exatamente precisa a informação da Race Fans até aqui. Em sete dias, Raikkonen confirmou aposentadoria, Bottas foi anunciado na Alfa Romeo e George Russell finalmente vai para a Mercedes. 

Ontem, talvez sem o mesmo alarde, a Alpha Tauri confirmou as permanências de Pierre Gasly e Yuki Tsunoda para 2022. Não é uma decisão surpreendente. O francês está numa sinuca de bico. Não vai subir outra vez para a Red Bull e ainda não tem espaço nas outras equipes. O jeito é se contentar em andar bem na equipe satélite e esperar uma vaga apetitosa, como a da Alpine, por exemplo. 2022 pode ser o último ano de Alonso. Nunca se sabe... até lá, Gasly na Alpha Tauri é um desperdício para o francês e um ótimo negócio para os italianos.

Tsunoda começou bem mas está oscilando muito, com mais baixos do que altos. Nunca é demais ressaltar que o japonês é muito jovem e foi rapidamente ascendido para a F1, fruto do talento, é claro. Alguns dizem que a ligação com a Honda faz a diferença, mas não vejo por esse lado. Mesmo que Tsunoda ainda não convença, a Red Bull não tem alguém na base pronto, seja com conquistas relevantes ou pontuação suficiente na superlicença. Por ora, Tsunoda está salvo, mas precisa evoluir, até porque ele não briga apenas para tentar subir para a Red Bull, mas sim se manter viável na Alpha Tauri.

O anúncio de hoje foi mais chamativo. A Williams rapidamente escolheu o substituto de Russell e também manteve Latifi por mais uma temporada. Trata-se do retorno de Alexander Albon, o tailandês nascido e criado na Inglaterra. Havia uma guerra política entre a Red Bull e a Mercedes. Os alemães não queriam que alguém da concorrência ocupasse uma vaga da parceira. Alguns dizem que o tailandês deixa a Red Bull mas pode ser chamado de volta a qualquer momento, igual fizeram com Kvyat.

É a chance da redenção para Albon. Mais uma vítima do moedor de talentos, é a chance de ganhar experiência em um lugar compatível com as ambições. A Williams está crescendo em todos os setores e, com o novo regulamento, pode dar mais um grande salto. O adversário de equipe é acessível. Latifi é um paydriver simpático, mas aparentemente permaneceu por méritos próprios. Pontuou em duas corridas com esse carro, mostrando que os feitos de Russell não são tão estridentes, embora grandiosos. Me parece também que é uma gratidão, uma recompensa, algo como: "você nos salvou da falência e roeu o osso, agora toma essa alcatra". 

Com isso, resta praticamente uma vaga para 2022, que é a da Alfa Romeo. Schumacher e Mazepin devem continuar na Haas. Se a Race Fans estiver correta, a vaga suíça já tem dono: Nyck De Vries, outro piloto Mercedes, mostrando definitivamente que a parceria com a Ferrari estaria terminando.

Mudanças importantes e interessantes no grid, assim como manutenções. 2022 é a grande aposta de todos e, certamente, o mercado vai estar mais aquecido ainda no ano que vem, quando as cartas estiverem definitivamente na mesa.

Até!

terça-feira, 17 de agosto de 2021

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Agora vamos com a parte final das análises dos pilotos nessa metade de temporada da F1!


Foto: Getty Images

Charles Leclerc – 7,5: Um piloto muito rápido. Poucos conseguem extrair do carro o que o monegasco consegue, não a toa conseguiu a façanha de fazer dois poles seguidas com essa Ferrari. No entanto, por ser muito rápido, explora e também passa dos limites, como em Mônaco, além de estar sendo um “ímã” de acidentes. Um pouco de azar. Falta mais equilíbrio para Leclerc, mas essa agressividade pode ser aproveitada enquanto a Ferrari não dá um carro competitivo.

Carlos Sainz Jr – 8,0: Sainz é um piloto constante. A evolução do espanhol na F1 se pauta nesse ritmo. Não é o mais rápido, mas compensa  em um ritmo de corrida excelente. Enquanto Leclerc é mais “showman”, o espanhol come pelas beiradas e é igualmente eficiente. Quem esperava um vareio do monegasco no campeonato se enganou. Se as circunstâncias ajudarem, Sainz vai aproveitar. Erra pouco, embora ainda erre. É tudo o que a Ferrari esperava, com o adicional de ser mais barato que o tetracampeão. Está no caminho certo.

Foto: Getty Images

Pierre Gasly – 7,5: A Alpha Tauri baixou de nível, o que prejudica o francês na briga por melhores posições. Apesar disso, conseguiu mais um pódio. O francês, para ser sincero, precisa olhar mais para o futuro fora da equipe do que qualquer outra coisa. Gasly conseguiu dar a volta por cima. Agora, precisa encontrar um lugar que lhe permita o próximo passo, pois a Red Bull não o quer e a Alpha Tauri está ficando pequena para isso.

Yuki Tsunoda – 6,5: O japonês começou com tudo no Bahrein, mas depois sofreu de uma oscilação normal, tanto pela idade, inexperiência e também a diferença entre a F1 e a F2. Nunca é demais lembrar que Tsunoda tem apenas 19 anos e mal se preparou para o desafio. Está batendo demais e já leva reprimendas, mas o japonês, além de precisar melhorar imediatamente, necessita de tempo e paciência. Qualidade ele já mostrou, o desafio agora é deixar a maturação acontecer.



Kimi Raikkonen – 6,5: Com mais de 40 anos, os reflexos não são mais os mesmos. O acidente com Vettel pode ser considerado um sinal de alerta. Apesar da velocidade natural também não ser a mesma, o ritmo de corrida equilibra tudo com Giovinazzi. Raikkonen é daqueles casos que decide quando e onde parar. Já passou do auge mas ainda não é uma chicane ambulante. Deixem o homem de gelo em paz!

Antonio Giovinazzi – 6,5: É um piloto que já poderia estar fora do grid mas apresentou evoluções, embora sempre na hora H parece que falta ou acontece algo. O italiano é mais veloz que Kimi, mas não corresponde na corrida por vários fatores. Apesar do carro não ajudar, a verdade é que Giovinazzi não explodiu conforme o imaginado depois da GP2. A impressão que fica é que espera a chegada de alguém superior vindo da academia da Ferrari, e apenas uma arrancada na segunda metade do ano pode impedir isso.


Foto: Getty Images

Mick Schumacher – 6,5: Com a Haas, não há muito o que exigir. Está sendo muito mais rápido que Mazepin e é isso. O alemão está batendo demais nos treinos, o que é aceitável até um certo ponto. Na Hungria, mostrou ser um piloto combativo, que briga o quanto pode para se defender, mesmo que o carro não permita. A Haas é um laboratório para que Mick consiga escalar montanhas antes de, quem sabe, chegar a Ferrari. Para isso, precisa bater menos.

Nikita Mazepin – 5,0: Era óbvio que não deveria estar na categoria, não tem nível para isso. As batidas, trapalhadas e deslealdades não são novidade para ninguém. Ao menos parou de rodar sozinho e está batendo menos do que se imaginava. É apenas isso o que dá para escrever.


Foto: Getty Images

George Russell – 7,0: Que Russell precisa de um carro melhor, todo mundo já sabe. Passando para o Q2 com facilidade, o inglês é o futuro da categoria. Na Hungria, finalmente exorcizou o fantasma dos pontos pelo time de Grove. No entanto, há um “problema”: na hora decisiva, Russell parece ser azarado ou não corresponde a pressão, seja justamente por problemas alheios ou erros. De novo, corre risco de perder na tabela para alguém muito inferior, e isso pega mal. Na Mercedes, se for para lá, vai ser o caçador e não a caça. No entanto, o mais difícil ele já está fazendo: elevando a Williams a um patamar mais competitivo.

Nicholas Latifi - 6,5: o simpático canadense tem o benefício da dúvida. Já se sabia que ele está aí pelo dinheiro do pai, mas pelo menos salvou a Williams do fim. Na pista, não faz feio: não é demérito algum ser superado por Russell. Não se envolve em acidentes, erra pouco e fica na frente da Haas. Na Hungria, foi premiado com uma pontuação importante, acima do badalado companheiro. Latifi não incomoda ninguém e ainda ajuda uma equipe tradicional. Também não há muito o que comentar, mas isso não é um problema nesse caso.

Concorda? Discorda? Comente! Agora, resta torcer para que os dias passem mais rápidos para que possamos desfrutar da segunda metade da temporada, que promete ser ainda mais emocionante!

Até!


domingo, 1 de agosto de 2021

PULVERIZADO

 

Foto: Getty Images

Hungaroring pode proporcionar procissões ou corridas épicas de proporções impressionantes, como por exemplo a corrida de 2006 e de 2003, por motivos diferentes. Nas duas situações, a semelhança com hoje: a primeira vitória de jovens pilotos e também das equipes.

Em 2003, o hoje quarentão Fernando Alonso venceu de ponta a ponta a primeira da Renault em mais um dos retornos da equipe. Vinte anos depois, o espanhol foi preponderante para a história se repetir, na mesma equipe. Em 2006, Jenson Button venceu a primeira na caótica etapa que culminou na primeira vitória da Honda como equipe, também muito tempo depois do retorno.

Para chegar até o resultado, que mistura passado, presente e futuro, é preciso entender como tudo se sucedeu. A chuva que caiu uma hora antes mudou o panorama. Com a pista escorregadia, Valtteri Bottas largou mal e pode ter garantido um novo contrato, ou então o prêmio definitivo de escudeiro do ano.

Num efeito dominó, ele bate em Norris, que bate em Pérez, enquanto Bottas bate em Verstappen. A confusão toda fez Stroll, lá atrás, se chocar com Leclerc e culminar com o abandono de todos os envolvidos, menos o holandês e Ricciardo. Quando Max ficaria no mano a mano para caçar Hamilton, mais uma vez o destino lhe tira da corrida. Quem ria a toa era Hamilton, de novo com caminho livre. Se por um lado Bottas "ajuda" Lewis, por outro pode não ter assinado o contrato de renovação com os alemães.

Com bandeira vermelha e tudo, o que virou praxe, uma nova corrida. Com a pista mais seca, apenas Hamilton não parou com a saída do Safety Car, e isso custou caro. Quando foi, voltou no final do grid. Com o carro avariado e sem condição alguma, parecia uma forma de compensação para Verstappen reagir, mas não foi o caso. Na estratégia e com pneus melhores, lá foi Hamilton escalar o pelotão...

Com os abandonos e sem Hamilton, virou tudo uma grande salada. Boa parte da prova teve como top 3 Ocon, Vettel e Latifi! Sim, o canadense estava roubando a cena. Mais atrás, Sainz, Alonso, Gasly e Tsunoda. Num comboio com a dificuldade de passar e todos com o mesmo desgaste dos pneus, apenas estratégias diferentes no final poderiam fazer algum efeito.

Vettel ficou próximo mas não teve potência no carro para atacar o jovem Esteban Ocon. Quem diria, a promessa escanteada pela Mercedes, que ficou um ano fora da categoria e fez o primeiro pódio no ano passado até começou bem a temporada, mas depois foi dominado por Alonso. Com o alinhamento das estrelas e o talento de quem ainda parece uma eterna promessa, o francês mostrou porque sempre foi badalado desde cedo, segurando a bronca.

Enquanto a parada de Latifi o fazia cair algumas posições, Sainz e Alonso brigavam pelo pódio enquanto Hamilton chegava. Lewis precisava de uma nova parada, diante do desgaste dos pneus. Alonso, que também tinha compostos melhores que os do ferrarista, tentava atacar para garantir um pódio épico para a Alpine, mas Lewis chegou e tudo isso fez a diferença.

O espanhol precisou limitar a se defender, relembrando as velhas brigas de antigos rivais viscerais. Uma linda briga, mostrando que nem a idade impede o talento do quarentão Alonso, que segurou o quanto pode o carro mais dominante da história com pneus mais desgastados. Ah se o espanhol não tomasse tantas decisões equivocadas vítimas do temperamento...

Mas isso também prova que Don Alonso, a Fênix, mudou. Em circunstâncias normais, ele jamais faria o papel de equipe. No entanto, de forma indireta e direta ao mesmo tempo, Alonso foi o grande responsável pela histórica primeira vitória de Esteban Ocon na F1. O tempo que Hamilton perdeu foi o suficiente para não conseguir chegar a tempo nos dois ponteiros. Se a manobra fosse uma ou duas voltas antes, tudo seria diferente.

Ocon é o nome da primeira vitória da Alpine na história e a primeira do retorno do grupo Renault, em 2016. A evolução segue muito tímida mas hoje o alinhamento das estrelas conspirou. Com Alonso combativo e o jovem aproveitando as chances, uma injeção de ânimo para o novo regulamento do ano que vem. Depois de 25 anos sem vitória, são dois triunfos franceses em menos de um ano, sempre em condições excepcionais e, desde Panis com a Ligier em Mônaco 1996, um francês não vencia por uma equipe francesa.

Hamilton consegue não só conter os danos como também pulverizar a vantagem que Max tinha. Os mais afoitos já encerravam o campeonato na Áustria mas, como já escrevi, ainda tem muita coisa pela frente. Em duas provas, Hamilton reassume a liderança do campeonato e acalmem-se, pois ainda há mais doze corridas por aí, mais da metade da temporada!

O consistente Sainz se recuperou do erro de sábado e capitaliza enquanto Leclerc se envolve em acidentes, provocados por ele ou não. Alonso foi o grande nome do dia junto com Ocon e merecia um resultado melhor, apesar da pilotagem quase perfeita. 

A Williams e George Russell saíram da zica, mas o inglês sofre da síndrome de Hulkenberg: mesmo quando tudo vai bem, nem tudo vai tão bem, pois foi superado pelo canadense Latifi na corrida. A Williams mostra números consistentes na tabela do campeonato, o que evidencia a retomada do time, juntamente com o acaso, é claro. 

Diante da frieza dos números, Russell perdeu para Kubica e está perdendo para o piloto pagante da equipe. É o time que finaliza mas leva gol no contra-ataque. Claro que é um grande talento, mas chama a atenção esse "azar". Como o acaso pode protegê-lo enquanto o mal estiver distraído, provavelmente na Mercedes?

O errático Tsunoda deu a volta por cima e deu a consistência necessária para a Toro Rosso. Deixei Vettel para o fim. Um grande final de semana, nota 10 em todos os quesitos: as preocupações e mensagens sociais (vulgo "militância") expostas na Hungria e a corrida oportunista que culminou no segundo lugar. É claro que, por estar tão perto de Ocon, gera uma certa frustração não vencer, mas o alemão parece se reencontrar e fazer o que se espera de um tetracampeão mundial. Recuperar a confiança é primordial.

No entanto, a crueldade veio no fim. Segundo a FIA, Vettel tinha menos de um litro de combustível no carro para fazer o teste do combustível, o que vai contra o regulamento. Com o carro quase em pane seca, não tem conversa: desclassificação. Uma grande atuação que não tem efeitos no campeonato, ou melhor escrevendo, consequências catastróficas: Alpha Tauri e Alpine disparando na briga dos construtores.

Não tem o que contestar. Isso, claro, ajudou quase todo mundo, principalmente Hamilton, o mais sortudo que viu, na canetada, ganhar mais dois pontos de vantagem no campeonato. Raikkonen pulou para a pontuação mas é preciso destacar Mick Schumacher. Mesmo na Haas, não se limitou a sobreviver na pista. Vendeu duro as ultrapassagens feitas. Uma evolução notável. O filho do homem merece algo melhor, como uma Alfa Romeo por exemplo.

Ricciardo, um dos prejudicados pelo incidente, conseguiu a proeza de não encostar nas Williams e ainda ser superado por Verstappen. É a grande decepção do ano e uma grande preocupação para a McLaren. Contratado a peso de ouro, vai sendo tratado igual ele mesmo tratou Vettel quando chegou na Red Bull em 2014. O que pode explicar, apenas a adaptação e um carro "mais feito e adaptado" para Norris?

Recordes e marcas pulverizadas, assim como a vantagem que Verstappen tinha para Lewis. Diante de tanta coisa que já aconteceu, as férias no verão europeu servem para recarregar as energias para a reta final. 12 corridas em um pouco mais de três meses. Se já está assim agora, respire fundo para o que vier!

Confira a classificação final do GP da Hungria:


Até!

segunda-feira, 22 de março de 2021

GUIA F1 2021: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Estou de volta com a segunda parte da análise das equipes do grid da F1 2021. Vamos lá com o que sobrou:

SCUDERIA FERRARI MISSION WINNOW

Foto: Divulgação/Ferrari

Pilotos: Charles Leclerc (#16) e Carlos Sainz Jr (#55)

Chefe de equipe: Mattia Binotto

Títulos de pilotos: 15 (1952, 1953, 1956, 1958, 1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2007)

Títulos de construtores: 16 (1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008)

Vitórias: 237

Pódios: 768

Pole Positions: 228

Voltas mais rápidas: 253

Depois da pior temporada em 40 anos, a Ferrari ferve. Com a liderança do talentoso Charles Leclerc e a chegada do competente Sainz, Mattia Binotto está pela bola oito. O mistério em relação ao motor é grande. A Ferrari não promete grandes resultados, e sim uma evolução gradativa. Pensando em 2022, 2021 pode ser outro golpe no orgulho mas calculado. Ser coadjuvante para tentar roubar a cena a partir do ano que vem.

SCUDERIA ALPHA TAURI HONDA

Foto: Divulgação/ Alpha Tauri


Pilotos: Pierre Gasly (#10) e Yuki Tsunoda (#22)

Chefe de equipe: Franz Tost

Vitórias: 1

Pódios: 1

Depois da melhor temporada da história da Toro Rosso/Alpha Tauri, a equipe de Gasly e do estreante Tsunoda está confiante em manter o bom desempenho no top 10. Com dois pilotos talentosos, sendo eles um estreante, o francês Gasly, que mudou a percepção de todos sobre suas qualidades em 2020, tem tudo para continuar oferecendo desempenhos consistentes no grid. O japonês Tsunoda, de ótimos serviços prestados na F2, é uma das atrações da temporada para saber se vai conseguir transferir esses predicados tão rapidamente para a F1.

ALFA ROMEO RACING ORLEN

Foto: Divulgação/ Alfa Romeo


Pilotos: Kimi Raikkonen (#7) e Antonio Giovinazzi (#99)

Chefe de equipe: Frederic Vasseur

Títulos de pilotos: 2 (1950 e 1951)

Vitórias: 10

Pódios: 26

Pole Positions: 12

Voltas mais rápidas: 14

Com tudo mantido, a Alfa Romeo parece estagnada em todos os setores. A dependência é saber se o motor da Ferrari nessa temporada está melhor. Se sim, talvez consigam um brilhareco maior do que em 2020. Do contrário, será mais uma temporada difícil para o Homem de Gelo se arrastar no grid.

URALKALI HAAS F1 TEAM

Foto: Getty Images


Pilotos: Mick Schumacher (#47) e Nikita Mazepin (#9)

Chefe de equipe: Gunther Steiner       

Voltas mais rápidas: 2

Com dupla de pilotos novata e o investimento do pai de Mazepin, a Haas terá mais dinheiro para se desenvolver, mas o carro é uma bomba. Dificuldades financeiras e o motor Ferrari são fatores que podem impedir qualquer desenvolvimento positivo do time. Será necessário paciência e ao mesmo tempo contar que o talento de Mick e até de Mazepin apareçam rapidamente para os americanos não amargarem o final do grid.

 

WILLIAMS RACING

Foto: Divulgação/ Williams


Pilotos: George Russell (#63) e Nicholas Latifi (#6)

Chefe de equipe: Simon Roberts

Títulos de pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)

Títulos de construtores: 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)

Vitórias: 114

Pódios: 312

Pole Positions: 128

Voltas mais rápidas: 133

Sob nova direção, pior do que está não vai ficar. A Williams até evoluiu no ano passado e só não pontuou por azar. Se continuar assim, quem sabe não seja a última força do grid, ainda mais que tem o talentosíssimo George Russell, fazendo hora extra em uma equipe tão fraca. Além do mais, existe o aporte da família Latifi. Pode ser o prenúncio de dias melhores no ex-time de Frank Williams.

E essa foi a  análise. Concorda? Discorda? Quem serão os grandes nomes da temporada 2021? Comente!

Até!

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

ANÁLISE DA TEMPORADA 2020: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Essa é a segunda parte da análise da temporada 2020. Agora, vou escrever sobre a Alpha Tauri, Racing Point, Alfa Romeo, Haas e Williams.


Foto: Getty Images

ALPHA TAURI:

Pierre Gasly – 8,0: Revigorou a carreira. De chutado e ridicularizado (inclusive por mim), o francês mostrou que era mais uma vítima da Red Bull do que algoz. Os desempenhos excelentes que culminaram na épica vitória em Monza. Muito mais maduro e consistente, Gasly mostra que continuar na Alpha Tauri é um desperdício de talento. Deveria mirar a Renault onde, por ser francês, teria uma vantagem também. 2020 foi o ano da recuperação, então 2021 precisa ser o da afirmação.

Daniil Kvyat – 7,0: Não fez uma temporada ruim, mas também não esteve perto de Gasly. Também correu praticamente sabendo que não permaneceria. Não se destacou, não foi para o pódio mas também não fez feio. Foi apenas normal, mediano, o que chamamos de nota seis, mas essa seria uma nota baixa, então fica o sete mesmo para o russo que dessa vez parece ter dado um adeus definitivo para a F1.


Foto: Getty Images

RACING POINT:

Sérgio Pérez – 8,5: Começou mal e teve Covid. No ano em que teria mais chances de brilhar, o mexicano desabrochou apenas no final, quando teve o pódio na Turquia, perdeu no Bahrein nas voltas finais e teve a redenção recompensadora em Sakhir. Foi lindo ver para um fã o desfecho de uma carreira com uma vitória apoteótica dessas. Pérez é um piloto maduro e consistente, sempre competitivo e extraindo o que pode do carro, às vezes até mais, mesmo demitido e preterido pelo filho do dono. É um crime que o mexicano esteja fora do grid em 2021, mas como o próprio disse, a vitória lhe dá paz. Todos sabem do que é capaz e 2022 é uma nova história. Sai por cima.

Lance Stroll – 7,0: Mesmo filho do dono e com uma corrida a mais que Pérez, terminou 50 pontos atrás. Mesmo com um bom carro, só foi para o pódio em situações extremas, apesar da pole na chuva onde anda um pouco melhor. É muito carro para pouco piloto, mas esse é o preço do investimento de Lawrence. E assim, de pódio em pódio, Stroll vai conquistando números que não merece e serve para enganar muita gente que não enxerga além.


Foto: Getty Images

ALFA ROMEO:

Kimi Raikkonen – 7,0: Lá atrás e sem motivação ou perspectiva de algo, fica complicado julgar. Não apareceu muito nas corridas mas a idade cobra um preço: está mais lento que Giovinazzi nas voltas lançadas, o que compensa nas corridas. É legal ver um campeão mundial no grid mas é meio deprimente vê-lo tão deslocado dos ponteiros. É uma sensação estranha, igual sua temporada.

Antonio Giovinazzi – 7,0: Quase a mesma coisa de Raikkonen. Não fez nada para merecer uma renovação de contrato, mas o ano de pandemia e a jovialidade de Shwartzman pode ter contribuído. Não teve tantos erros bestas desta vez, mas falta ritmo de corrida. É claro que o carro piorou, o que complica em termos de análise e cobrança, mas o italiano precisa dar o sangue para continuar na F1 em 2021. Mesmo assim, a impressão que fica é que está apenas esquentando o banco do russo da F2 mais para a frente.

Foto: Getty Images


HAAS:

Kevin Magnussen – 6,5: Terminou atrás de Grosjean. O carro da Haas piora a cada ano e, sem dinheiro e na melancolia, não há o que fazer. Difícil de avaliar. Para preencher o espaço, apenas escrevo que é raro alguém ir para o pódio na primeira corrida e depois nunca mais. Esse é o caso do dinamarquês, já estabelecido no automobilismo americano e provável figurinha da Indy nas próximas temporadas.

Romain Grosjean – 6,5: Quase se matou em mais uma barbeiragem, mas a última impressão é a que fica: lutou e conquistou a sobrevivência num acidente incrível que jamais teria acontecido se Grosjean não fosse chutado da F1 há tempos. Nesse ano chegou ao limite. São muitos erros bobos e agora mais um quase mortal. Vai tarde e, o mais importante, com saúde. De resto, não há o que lamentar.


Foto: Getty Images

WILLIAMS:

George Russell – 7,5: Anda mais que o carro, mas parece ter uma síndrome de Nico Hulkenberg. Foi para o Q2 algumas vezes mas na hora de pontuar o sobrenatural acontece, ou então erra de forma bisonha batendo durante o Safety Car. Com a Mercedes, mostrou estar pronto para o desafio e um desperdício na Williams, mas o que o inglês pode fazer? Pelo menos agora ele já conquistou alguns pontinhos e não tem mais esse drama na equipe inglesa.

Nicholas Latifi – 6,5: Outro pagante que pegou a bucha de canhão de estrear no ano de pandemia. Não é piloto de F1 mas não me causa antipatia, ao menos salvou a Williams. Claro que a equipe merece um pagante melhor para sobreviver, mas o canadense faz um trabalho honesto. Foi preocupante ter andado quase a mesma coisa que o Jake Aitken, mas lembrei que os dois têm talentos semelhantes na F2. Se continuar salvando a Williams, é possível aturá-lo sem tanta ojeriza.

E essa foi a análise da temporada 2020. Concorda? Discorda? Comente aí!

Até!