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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

DIANTE DOS NOSSOS OLHOS

 

Foto: Getty Images

O que já era evidente nos últimos anos se materializou nesta manhã do dia 11 de outubro de 2020. Justamente na Alemanha. Justamente o seu sucessor na Mercedes. Tinha que ser. 

Erguendo o mítico capacete que também passou pelas flechas de prata, Hamilton não esboça tanta reação externa, mas jurou estar tocado internamente com a nonagésima primeira vitória na Fórmula 1. Uma marca que parecia inalcançável virou um número possível quatorze anos depois, e será ainda mais gigante no dia que o inglês simplesmente cansar de vencer e ser campeão.

A vitória veio natural, como sempre. Mesmo que Bottas tente e se esforce, é um outro nível de competição. Outro patamar. Quase perdeu a liderança na largada, mas depois um pneu travado o fez espalhar e cair para segundo. Na sequência, um problema no motor deu fim ao sonho do finlandês.

Em outro ritmo, abriu-se uma vaga para o pódio. Ricciardo vinha muito bem, pressionado por Pérez. O mexicano agora, com uma corrida a menos, tem mais pontos que o queridinho do papai. Albon pode ter assinado hoje o rebaixamento para a Alpha Tauri ao bater em Kvyat e quase tirar Gasly da corrida. O francês, por outro lado, fez mais uma grande corrida. Com o Safety Car do final, aproveitou a estratégia para ficar num ótimo sexto lugar.

Quem também tira muito mais que o carro entrega é Charles Leclerc, o novo braço mágico. Desde Alonso não se via um talento assim, uma pena essa Ferrari quase cadavérica. Vettel, se não estiver de sacanagem, precisa se preocupar para o desafio Aston Martin, agora que é acionista da equipe.. em todo final de semana é um erro gravíssimo.

Nico Hulkenberg, o verdadeiro pau pra toda obra. Com a indisposição de Stroll, conseguiu um grande oitavo lugar largando de último. Como são as coisas... é nítido que ainda pertence a principal categoria do automobilismo. 

Antonio Giovinazzi e Romain Grosjean tiveram o melhor final de semana do ano. O italiano avançou para o Q2 e foi premiado com um pontinho. O francês aproveitou o Safety Car para fazer provavelmente os únicos pontos do ano e talvez os últimos de suas carreiras. Todo esse esforço para serem sacados no final do ano... ao menos fica o alento.

Outro que atingiu uma marca histórica foi Kimi Raikkonen, agora o homem que mais participou de corridas da história da Fórmula 1. Uma corrida estranha. Atropelou e tirou Russell do páreo, mas ao que tudo indica será companheiro do filho de Michael Schumacher em 2021.

E assim a história é feita, diante dos nossos olhos. Uma data que será lembrada para sempre por quem é fã desse grandioso esporte, assim como será inesquecível a vitória 92, que pode ser em Portugal daqui duas semanas e o sétimo e oitavo títulos mais adiante. Isso é papo para outro texto. Agora precisamos saborear e apreciar o que está diante dos nossos olhos.

Confira a classificação final do GP de Eifel:



Até!

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

INSIRA UM TÍTULO AQUI

 

Foto: Getty Images

A F1 oficializou uma tendência que ela precisa deixar mais claro no regulamento: com chuva/pista molhada, sem treino/sem corrida. Simples assim e também transparente.

Não teve carro na pista hoje. Hoje a questão não foi apenas a chuva, mas também a neblina. Ela impede o helicóptero médico de decolar caso precise transportar algum piloto acidentado para o hospital mais próximo, que fica a 54 km de distância (um hospital que atenda as necessidades da FIA, é claro). Pelo chão, esse trajeto dá bem mais que vinte minutos, tempo máximo exigido pela entidade em casos como esse.

Acordei para nada. Mick Schumacher e Callium Ilott perderam as chances de guiar pela Alfa Romeo e Haas, respectivamente. Para o alemão não há tanto drama, até porque será confirmado em breve como parceiro de Kimi Raikkonen, antigo rival do pai. O problema é para o inglês, que talvez tenha perdido uma grande chance da carreira. Mesmo que seja da Academia da Ferrari, não tem sobrenome e Robert Shwartzman é mais talentoso.

Pelo menos a corrida e o treino classificatório ganham ares de mistério e suspense. Sete anos depois, não há grandes referências para ninguém em termos de tempo, ritmo de corrida, desgaste dos pneus, etc. O que se sabe é que chove bastante e é muito frio por lá nessa época do ano. No entanto, se o tempo continuar assim, esqueçam. A FIA fará todo o que for necessário para evitar corrida em pista molhada, com ou sem neblina. Não se animem.

Pelo menos um circuito diferente com um clima misterioso dão um ar mais chamativo para a corrida deste final de semana, que promete ser histórica para Lewis Hamilton. 

Até!

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

GP DE EIFEL: Programação

 O Grande Prêmio de Eifel será disputado pela primeira vez nesta nomenclatura. O nome se deve a região onde fica o autódromo de Nurburgring, na Alemanha, que volta a sediar uma corrida de F1 depois de sete anos.

Foto: Wikipédia


O RETORNO DA NOVELA

Foto: Getty Images

A notícia da saída da Honda da Fórmula 1 no final do ano que vem pegou quase todo mundo de surpresa, menos Helmut Marko, consultor da Red Bull, e Dietrich Mateschitz, o dono da empresa.
O austríaco não se surpreendeu com o anúncio dos japoneses porque já sabia da decisão há tempos:

"Trabalhamos em todas as direções possíveis porque há tempos sabíamos da decisão da Honda. Nos enterramos durante o decorrer desta temporada”, disse.

Se no primeiro momento os taurinos reafirmaram o compromisso com a categoria depois de assinar o Pacto de Concórdia até 2025, agora nada está descartado. Existe sim a chance de Red Bull/ Alpha Tauri deixarem a categoria em 2021.

Nada está descartado, desde a saída, o retorno da parceria com a Renault e também a possibilidade da Red Bull começar a desenvolver o próprio motor.

"Todas as opções vão ser analisadas, e a Red Bull vai decidir o que vamos fazer. Vamos analisar todas as possibilidades. Podemos cancelar o contrato anualmente, e há uma cláusula de saída ao fim de cada temporada. Mas essa não é a nossa prioridade. Temos tudo em cima da mesa, e agora Mateschitz vai decidir. Nosso planejamento é para o fim do ano."

Diante dessa situação, a questão dos pilotos fica em segundo plano. Max Verstappen continua, mas seu parceiro só deve ser conhecido em dezembro ou até no ano que vem.

“Se Alexander Albon render bem, vai ficar. Se não, vamos tomar uma decisão, e aí teríamos de ver quais pilotos estão no mercado. Mas esse não é um problema para agora mesmo”, concluiu, em entrevista para a SpeedWeek.

A Red Bull entra numa sinuca de bico. Com o crescimento da Honda em desempenho, ainda faltava mais confiabilidade. A verdade é que os japoneses deixaram os taurinos com as calças na mão. As opções não são muito animadoras. Voltar para o rabinho da Renault seria uma derrota institucional enorme. Sem o interesse das outras montadoras, talvez fosse isso o estalo necessário para que a F1 repense seu modelo de negócio elitista da última década. Um sopro de esperança porque, afinal, ela é a última que morre.

MELHOR DE TODOS? NÃO PARA STEWART

Foto: Getty Images


Em vias de igualar o número de vitórias de Michael Schumacher, Lewis Hamilton tem sido tema de um debate óbvio: se será considerado o maior e melhor piloto da história da Fórmula 1.

Apesar dos números estarem a seu favor, o tricampeão Jackie Stewart não endossa esse discurso. Segundo o escocês, Hamilton corre mais GPs por ano e está há muito tempo em uma equipe hegemônica, o que facilita seu trabalho.

São tempos distintos e, por isso, ele considera Juan Manuel Fangio e Jim Clark superiores a Hamilton e Ayrton Senna, por exemplo.

"Não acredito que pode colocar na conta esse tipo de sucesso. Nos dias de hoje, há 20, 22 corridas. Para mim, Juan Manuel Fangio é o maior piloto que já viveu, Jim Clark é o segundo, à frente até mesmo de [Ayrton] Senna. Mas eles correram apenas seis, oito corridas na Fórmula 1. Pilotavam carros de GT, etc.
Hoje os campeões, Lewis ou qualquer outro, correm 22 corridas — e só na Fórmula 1. Não em carros de turismo, GT, Indy. A pressão é muito menor. Claro que precisam ir para a fábrica e o simulador, mas não é a mesma coisa. É um mundo diferente.

Lewis pilota extremamente bem, não comete erros. Não estou aqui para diminuir seu talento, mas não é a mesma coisa. [Fangio] Pilotava de uma maneira extraordinária – escolheu a Ferrari e depois pensava ‘bem, a Maserati pode ir bem no ano que vem’, então, não assinava contrato por mais de um ano.

Depois pilotou para a Mercedes e venceu dois mundiais com eles, pois tinham o melhor carro naquela época. Lewis fez uma ótima escolha quando deixou a McLaren e foi para a Mercedes. Tiro meu chapéu por essa decisão. Mas, sinceramente, o carro e o motor são tão superiores que é quase injusto com o resto do pelotão.

É preciso tirar o chapéu para a Mercedes, Toto Wolff e Niki Lauda por fazerem uma equipe incrível, por escolher os melhores engenheiros. Não é o mesmo respeito, se quiser, de fazer isso com menos do que o melhor carro. E é aí que esteve a diferença entre os melhores dos melhores pilotos e daqueles que tiveram muito sucesso.

É difícil dizer isso sobre Lewis, sobre não ser tão bom quanto Fangio foi. Meu irmão era piloto e ia com ele nas corridas, via Alberto Ascari, Tazio Nuvolari, Rudolf Caracciola e caras assim. Vi alguns dos melhores pilotos do mundo. Dizer que Lewis é o melhor de todos os tempos é apenas difícil de justificar para mim", disse para o podcast Fast Lane.

É tudo uma questão de ponto de vista. Stewart é mais velho e, além de ser tricampeão, viu e competiu contra esses caras. Realmente são outros tempos. Na época, com uma tecnologia menos confiável, era raro hegemonias tão grandes como a de Hamilton e de Mercedes, tanto é que Stewart se aposentou sendo o maior vencedor da época, com 27 conquistas.

Hoje, parece um número não tão impressionante, mas na época eram menos corridas, maior chance de quebra, pistas mais perigosas, etc.

Compreensível e respeitável a visão de Sir Jackie Stewart.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 205 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 161 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 128 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 65 pontos
5 - Alexander Albon (Red Bull) - 64 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Renault) - 63 pontos
7 - Charles Leclerc (Ferrari) - 57 pontos
8 - Lance Stroll (Racing Point) - 57 pontos
9 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 56 pontos
10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 45 pontos
11- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 41 pontos
12- Esteban Ocon (Renault) - 36 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 17 pontos
14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 14 pontos
15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 6 pontos
16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 2 pontos
17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 2 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 366 pontos
2 - Red Bull Honda - 192 pontos
3 - McLaren Renault - 106 pontos
4 - Racing Point Mercedes - 104 pontos 
5 - Renault - 99 pontos
6 - Ferrari - 74 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 59 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 4 pontos
9 - Haas Ferrari - 1 ponto

TRANSMISSÃO