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sexta-feira, 4 de março de 2022

POR QUEM OS SINOS DOBRAM

 

Foto: Motorsport Images

Um movimento de Vladimir Putin, entre milhares de consequências importantes para a humanidade e que todos vocês já sabem, também pode ter contribuído para a falência de uma equipe de Fórmula 1 em breve.

A consequência da invasão a Ucrânia não poderia deixar de ser política, até em agremiações que normalmente repudiam isso ou fazem vista grossa. Estou falando da FIFA e da FIA, é claro. Com toda a comunidade internacional isolando a Rússia por um motivo e ignorando outras nações que fizeram o mesmo ao longo da história (e continuam fazendo), isso só prova que alguns países têm licença para matar, de fato.

Fugi um pouco do assunto, mas nem tanto. A F1, assim como o futebol, excluiu a Rússia permanentemente do calendário da categoria. Ano que vem entraria o circuito de São Petersburgo no lugar de Sochi, não mais. A pressão nos oligarcas russos fizeram Roman Abramovich anunciar a venda do Chelsea e o pai de Mazepin deixar de patrocinar a Haas e uma equipe da F2. A Uralkali e a bandeira da Rússia foram retirados do carro da equipe americana.

Sim, a equipe de Gene Haas desde o ano passado é (ou foi) sustentada pelo dinheiro russo. Ou era isso ou a equipe acabava. E aqui entra o ponto principal do texto: como a Haas vai sobreviver no curto prazo? Pode parecer irrelevante para os elitistas esportivos da categoria, mas uma falência iminente caso não aconteça a venda do time seria péssimo para a imagem da F1.

A categoria é elitista e caríssima e foi fechado um clubinho. Dificilmente haverá uma décima primeira equipe. Se a Haas não conseguir um novo dono ou algum dinheiro e sair, teremos 18 carros e nove equipes, o que seria inédito para o esporte. Dentro da política, acomodar os interesses de Red Bull (que possui duas equipes), Ferrari e Mercedes será cada vez mais difícil.

Mas a Liberty se importa? A prioridade pra eles é conseguir correr mais cinqüenta vezes por ano nos Estados Unidos e forçar enredo na série forçada da Netflix. Ao mesmo tempo que uma punição severa foi feita, a mesma FIA/Liberty assinou um acordo de múltiplos anos com Catar e Arábia Saudita. Mas o importante é pintar o Safety Car com as cores do arco-íris e gerar engajamento na semana da corrida, certo?

A Inglaterra também já vetou qualquer russo de disputar corridas por lá. Sem o dinheiro russo, Mazepin perde influência e, sem influência, provavelmente vai perder a vaga na equipe, prevendo que outras sanções feitas por outros países podem interferir na ida e vinda dos cidadãos russos.

Não é o ponto do texto, mas é claro que as chances de Pietro Fittipaldi aumentaram. Muitos dizem que ele é o ficha um por já ter experiência de corrida e de testes com a equipe há anos, além dos pontos na superlicença graças ao título da World Series em 2017, num grid enxuto e fraco. Evidente que seria legal um brasileiro de volta como titular no grid e seria uma redenção, pois em 2013 o Luiz Razia perdeu a a vaga na Marussia porque um patrocinador deu pra trás. O brasileiro foi substituído por um certo Jules Bianchi.

No entanto, é claro que a presença de Pietro seria muito mais pelo sobrenome e por algum aporte financeiro que poderia ter. O irmão Enzo vai ser abastecido para disputar a F2 e certamente Pietro também estaria na jogada. Seria o melhor dos dois mundos: dinheiro e sobrenome, formando dupla com um Schumacher. A imprensa europeia também especula um nome mais experiente e vinculado a Ferrari, que ainda tem parceria com a Haas: Antonio Giovinazzi, que já assinou com a Fórmula E mas certamente voltaria correndo pra F1, mesmo na pior equipe do grid.

Giovinazzi é um nome mais seguro e tem credenciais superiores a de Pietro, embora não tenha confirmado na F1. Eu escolheria o italiano, ou tentaria colocar ali Oscar Piastri, mas sendo um piloto Alpine/Renault seria difícil.

É raro, mas dessa vez o dinheiro e a força de composição política saíram derrotados no esporte.

Assim escreveu John Donne em 1624, na Devoção XVII do livro “Devotions upon emergent occasions” (Devoções Numa Ocasião de Emergência, em tradução livre), obra que escreveu enquanto esteve doente na cama por dias sem saber se iria sobreviver, em 23 “devoções” sobre a doença, a cura e outras questões humanas:

“Nenhum homem é uma ilha, todo em si; todo homem é uma parte do continente, uma parte da terra; se um torrão de terra é levado pelo mar, a Europa é diminuída, tanto se fosse um promontório, como também se fosse uma casa de teus amigos ou a tua própria; a morte de todo homem me diminui, porque sou parte na humanidade; e então nunca pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.”

No quarto de Donne, ele ouvia os sinos tocando. Isso significava que alguém tinha morrido. Os vizinhos se perguntavam: “por quem os sinos dobram?”, como quem pergunta “quem morreu?”

Essa expressão virou o título da obra de Ernest Hemingway, que relata a história de um americano professor de espanhol que se tornou conhecedor do uso de explosivos e tem a missão de explodir uma ponte em virtude de um ataque simultâneo a cidade de Segóvia. A referência é a própria experiência de Hemingway na Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

Os sinos continuam dobrando todos os dias, seja em guerras, chacinas, pobreza, fome, ganância, etc. No entanto, nesse caso específico e político, é claro, o sino dobrou para o dinheiro e a política (ou uma parte dela) no automobilismo.

Até!


segunda-feira, 27 de setembro de 2021

COPOS CHEIOS

 

Foto: Getty Images

Finalmente tivemos um GP da Rússia inesquecível. A chuva no final do Q3 fez a diferença na dinâmica. A favorita Mercedes sucumbiu, principalmente por mais um erro inexplicável de Lewis Hamilton. Me lembrou a China em 2007. Como sempre escrito, qualquer erro ou tomada de decisão pode decidir o campeonato a favor ou contra.

Lando Norris, o grande piloto da temporada, aproveitou a oportunidade e saiu do zero na pole position. Na largada, na reta longa, foi superado por Carlos Sainz mas rapidamente reassumiu a ponta. Em um circuito de muitas retas, o motor Mercedes da Williams de Russell e as McLarens anestesiaram Hamilton, que largou muito mal e ficou preso no primeiro stint. Com motores novos, Verstappen e Leclerc saíram de trás buscando maximizar resultados, especialmente o holandês.

Com a parada, muita coisa mudou. Norris, que já estava disparado na frente, consolidou uma vantagem. Nos boxes, Hamilton se livrou de alguns carros e passou outros. Com os pneus médios, se aproximava de Norris mas não estava conseguindo passar. A essa altura, o palco já estava montado: uma vitória épica, a primeira de Lando, e mais uma oportunidade desperdiçada por Lewis, que era favorito em Monza e Sochi e estaria de mãos abanando.

Assim como no sábado, a chuva no final mudou. Como eram poucas voltas, muitos decidiram arriscar nos extremos: ou continua na pista ou troca depois de um tempo para ver o que acontece. Os únicos que não poderiam arriscar eram justamente Hamilton e Verstappen. Cada ponto pode fazer a diferença, então ser pragmático conta, muito mais do que a experiência na categoria ou mesmo o carteiraço da idade elevada.

Lando Norris lutou contra as ordens da equipe e da mãe natureza, perdendo a primeira vitória épica, de ponta a ponta com todos os méritos, no final. Uma crueldade. No entanto, não concordo com as críticas em relação a idade e inexperiência. O risco faz parte. Lando Norris, mesmo que a McLaren esteja em notável evolução, dificilmente briga com frequência por vitórias. A questão era arriscar mesmo. Chegar em segundo ou sétimo, embora tenham grandes diferenças nos construtores, seria a mesma frustração. 

Hamilton e Verstappen precisavam ser conservadores. Desse modo, deu certo para ambos. Hamilton quebra a barreira de ser o primeiro piloto da história com três dígitos de vitórias e volta a vencer, reassumindo a liderança do campeonato. Max Verstappen, completamente fora de combate no final de semana, consegue um segundo lugar no apagar das luzes, minimizando o prejuízo. Resultado importantíssimo para o campeonato que pode até amargar um pouco o sentimento da vitória de Hamilton.

Norris, mesmo com a frustração de perder a corrida nas voltas finais por "teimosia", deu mais um passo para se afirmar como um grande piloto. Ele é um grande futuro mas também já é um presente. Voltou a dominar Ricciardo. Talvez como no caso do compatriota Russell, a sorte e a tomada de decisões ainda não estão calibradas, mas só o tempo e a experiência para aprimorar.

Carlos Sainz chegou a liderar a prova mas obviamente não tinha ritmo para sustentar. Depois das paradas, o máximo que podia conseguir era o pódio. Para quem chegou a liderar, é naturalmente frustrante. Pior ainda quando perdeu a posição para Sérgio Pérez. No entanto, o mexicano e Alonso também tentaram seguir até o final e o espanhol recuperou o lugar no pódio. No final das constas, mais um pódio com essa Ferrari é um grande resultado para o espanhol, mostrando que há vida além de Leclerc. Se o destino será diferente de Rubinho, aí é outra conversa.

Talvez os mais prejudicados nessa história, além de Norris, foram Pérez e Alonso, que disputavam o pódio. O espanhol estava prestes a conseguir tal feito quando passou o mexicano na chuva, mas foi traído pela mãe natureza. Mesmo com a vitória de Ocon, é Fernando quem está na frente na tabela. Uma temporada de alto nível com quase 40 anos. Para Pérez, o consolo é de ter feito uma boa apresentação em comparação as últimas corridas. Com as circunstâncias devidas, teria superado Max. A Red Bull perdeu pontos importantes para o campeonato.

Os outros que se saíram bem foram os finlandeses. Apagados na prova inteira, Bottas surgiu do nada em quinto e Raikkonen em oitavo. É importante frisar que podem ser os últimos pontos de Kimi Raikkonen na carreira, então pode ter sido um resultado histórico. Sem pressão, Bottas foi muito abaixo hoje, uma tônica dos últimos anos, cada vez mais justificando a troca. Como se ele se importasse com isso agora.

Russell segue pontuando com a Williams, justificando a cada corrida a ascensão para o time alemão. Fora da pontuação, Stroll fez uma rara boa corrida mas dessa vez as circunstâncias não o ajudaram e chegou até a espremer Vettel em uma curva.

Em uma corrida com um final tão abrupto e cheio de reviravoltas, muitos podem olhar os acontecimentos com bons e maus olhos. No entanto, de forma até rara, creio que hoje a grande maioria dos protagonistas podem sair com algo positivo na mente e que os estimule para o restante da temporada.

Confira a classificação final do GP da Rússia:


Até!

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

MAIS UMA CHANCE

Foto: Getty Images

 Os treinos do autódromo de Sochi mostram uma ampla vantagem da Mercedes. É mais uma grande chance de Lewis Hamilton retomar o controle do campeonato, uma vez que Max Verstappen trocou o motor e larga em último. Vai fazer uma corrida de recuperação. Leclerc também larga lá atrás. Na reta final de temporada, será cada vez mais comum trocar componentes. O desgaste é grande.

Bottas liderou os dois, mostrando como é forte nesse circuito. Mais leve e com o futuro definido, pode ser a grande diferença na disputa do título, pois Sérgio Pérez segue com mais baixos do que altos.

No meio do pelotão, destaque para Pierre Gasly, colocando a Alpha Tauri entre as grandes. Mesm com áreas de escape, os treinos tiveram batidas, erros e perdas de pedaços de carro. Se isso acontecer na corrida, pode proporcionar muitas bandeiras amarelas e até Safety Car, o que sempre embaralha tudo em uma corrida.

No entanto, a expectativa é de chuva para o final de semana, principalmente amanhã. Agora, o episódio de Spa sempre vai ser lembrado. A F1 corre o risco novamente de passar vergonha porque é incapaz de andar no molhado? Honestamente, torço para esse constrangimento todo, tendo em vista que Sochi é um circuito moderno e novo, os inimigos do automobilismo teriam que se coçar em encontrar algum culpado que não seja a chuva, é claro.

Haas manteve Mick Schumacher e Mazepin no time, o que era natural. Um traz dinheiro e o outro o sobrenome, além da parceria técnica com a Ferrari. Se os americanos conseguem tirar algum coelho da cartola para 2022? Não me parece esse o caminho. A equipe entrou em uma decadência acentuada nos últimos anos e, mesmo com o aporte financeiro, ter um psicopata no volante meio que anula as situações.

Com Bottas e Mercedes muito fortes e Verstappen lá atrás, a Mercedes tem mais uma boa possibilidade de abrir vantagem interessante no campeonato. Qualquer ponto pode fazer a diferença.

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

GP DA RÚSSIA: Programação

 A Rússia entrou no calendário da Fórmula 1 pela primeira vez em sua história em 2014, com o GP disputado no circuito urbano de Sochi. A cidade fica às margens do Mar Negro, no sudoeste do país. A estrutura para o circuito se aproveita do que foi construído visando as Olimpíadas de Inverno, realizadas no mesmo ano.

No entanto, a partir de 2023, o GP será transferido para Igora Drive, em São Petersburgo.

Foto: Getty Images
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:35.761 (Mercedes, 2019)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:31.304 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 4x (2014, 2015, 2018 e 2019)

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 226,5 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 221,5 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 141 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 132 pontos
5 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 118 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 104 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 97,5 pontos
8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 83 pontos
9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 66 pontos
10- Fernando Alonso (Alpine) - 50 pontos
11- Esteban Ocon (Alpine) - 45 pontos
12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 35 pontos
13- Lance Stroll (Aston Martin) - 24 pontos
14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 18 pontos
15- George Russell (Williams) - 15 pontos
16- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos
17- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 2 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 362,5 pontos
2 - Red Bull Honda - 344,5 pontos
3 - McLaren Mercedes - 215 pontos
4 - Ferrari - 201,5 pontos
5 - Alpine Renault - 95 pontos
6 - Alpha Tauri Honda - 84 pontos
7 - Aston Martin Mercedes - 59 pontos
8 - Williams Mercedes - 22 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 3 pontos

AINDA GOSTO DELE

Foto: Getty Images

A passagem de Pierre Gasly na Red Bull foi um pesadelo que durou meia temporada até ser chutado de volta para a então Toro Rosso. O que parecia improvável (e ainda parece), não foi descartado por Christian Horner, o chefe dos taurinos.

Depois do retorno, o francês mostrou a grande qualidade que tem. Com três pódios e uma vitória em dois anos, Gasly estava mais do que credenciado para voltar a equipe mãe ou ir para outro time mais competitivo. No entanto, todas as portas estão fechadas, ou quase isso. Será?

“Eu não descartaria nada. Ele está pilotando em um nível muito bom. Ele ainda é muito jovem e está fazendo um grande trabalho. Para 2023, temos muitas opções disponíveis. Quando você está em uma situação como a nossa, isso é exatamente o que você quer. O Gasly está fazendo um trabalho fenomenal com a AlphaTauri nessas últimas duas temporadas, e ainda com a ambição de crescer. É bom que ele mantenha essa condição de líder lá [AlphaTauri]. Ele continua sendo um piloto da Red Bull, mas emprestado à AlphaTauri”, disse Horner para o site da F1.

Além do francês, Horner fez questão de destacar os outros jovens talentos que estão surgindo na tradicional academia de pilotos do time.

Temos um grupo de jovens pilotos vindo. Temos o Liam Lawson e o Jüri Vips na F2, temos o Dennis Hauger liderando a F3, além do Jak Crawford, um talento empolgante. Temos talento em quantidade na nossa academia de jovens pilotos”, destacou.

Sobre esse assunto, a música do Skank diz tudo:

Hoje acordei sem lembrar

Se vivi ou se sonhei

Você aqui nesse lugar

Que eu ainda não deixei

Vou ficar

Quanto tempo é vou esperar

Eu não sei o que vou fazer não


E eu ainda gosto dela

Mas ela já não gosta tanto assim

A porta ainda está aberta

Mas da janela já não entra luz

E eu ainda penso nela

Mas ela já não pensa mais em mim

Em mim não

VOLTA AO CIRCO


Martin Whitmarsh, chefão da McLaren entre 2009 e 2013, volta para a Fórmula 1. Agora, o desafio é na Aston Martin, onde é o novo diretor-executivo da divisão de engenharia.

A Aston Martin Performance Technologies tem o objetivo de desenvolver tecnologias para além da Fórmula 1, em outros setores automotivos e automobilísticos.

Segundo o dono, Lawrence Stroll, o objetivo de Whitmarsh é ajudar no estabelecimento da nova direção estratégica para a Aston Martin Performance Technologies e suas subsidiárias, incluindo o objetivo crucial de liderar a transformação da Aston Martin em uma campeã mundial de F1 nos próximos quatro a cinco anos, além de evoluir para um negócio de £ 1 bilhão em um período de tempo semelhante.

Os investimentos da Aston Martin continuam, pois a equipe está construindo uma nova fábrica de custo bilionário em Silverstone, que pretende estar pronta nos próximos anos.

Dinheiro não falta, nem apoio e aporte. Whitmarsh é o cara certo? Só o tempo para descobrirmos. Sabemos que a Aston Martin não está para brincadeira. Vamos ver quanto tempo dura esse negócio. O importante, até aqui, é mostrar ambição.


TRANSMISSÃO:

24/09 - Treino Livre 1: 5h30 (Band Sports)

24/09 - Treino Livre 2: 9h (Band Sports)

25/09 - Treino Livre 3: 6h (Band Sports)

25/09 - Classificação: 9h (Band e Band Sports)

26/09 - Corrida: 9h (Band)


terça-feira, 21 de setembro de 2021

O COMEÇO DO FIM

 

Foto: Getty Images

O dinheiro e a geopolítica estão envolvidos na Fórmula 1, como qualquer coisa ou ser. É por isso que nos últimos anos tivemos corridas na Índia e na Coreia do Sul. Pagando bem... Neste contexto, a Rússia ganhou um circuito, reaproveitando a estrutura de Sochi, que sediou as Olimpíadas de Inverno. Na época, Bernie e Putin eram muito próximos, inclusive o presidente russo comparecia a todas as corridas e os dois estavam sempre juntos.

O circuito era de menos. Aconteceram algumas coisas de lembrança, como a batida de Kvyat em Vettel que causou a demissão do russo e a promoção de Max Verstappen. As batidas entre Bottas e Raikkonen. Bottas, aliás, anda muito bem lá e teve que ceder a vitória para Hamilton em 2018, quando o inglês ainda disputava o título com Vettel. Não foi Áustria 2002, mas foi constrangedor.

Tirando isso, foi um autódromo que não acrescentou muita coisa e é por isso que terá as últimas duas edições antes da F1 ir para São Petersburgo, cidade de 5 milhões de habitantes (só perde pra Moscou) e acostumada com os grandes eventos, como a Copa do Mundo e os jogos da Eurocopa. É a cidade mais ocidental da Rússia e a capital cultural do país. Encaixa com os desejos da Liberty, onde a pista não basta, mas o importante também é o entorno, a bagagem. É por isso a obsessão por Miami.

O que quero dizer é que Sochi não vai fazer falta. São Petersburgo será melhor? Não faço a mínima ideia. Na F1 de hoje, a pista e a disputa pouco importam. Quem sabe, nas próximas duas temporadas, Sochi não seja marcada pela rivalidade entre Hamilton e Verstappen? Vai que lá aconteça algo importante para a disputa do título ou alguma vitória improvável...

Quando se fala em pistas saindo, impossível não lembrar de Kuala Lumpur, Sepang e Malásia. Um lugar que virou tradicional, com circuito bacana, tempo maluco e bombava a madrugada. Saudades, Sepang!

Até!

terça-feira, 29 de junho de 2021

NOVO LAR

 

Foto: Divulgação

Uma notícia que passou despercebida na última semana foi o anúncio de que, a partir de 2023, o Grande Prêmio da Rússia será disputado no autódromo de Igora Park, em São Petersburgo, substituindo o circuito que fica no Parque Olímpico de Sochi, na F1 desde 2014.

Quais os motivos da troca? Primeiro, a corrida de Sochi nunca foi emocionante ou chamativa. Segundo e mais importante: além de ser um desejo de Vladimir Putin, isso encaixou com a ideia da F1/Liberty Media em colocar corridas em destinos turísticos. São Petersburgo é perto da Finlândia, que ainda tem dois pilotos importantes por lá, além de ser naturalmente mais turística que Sochi, apenas conhecida pelos Jogos Olímpicos de Inverno e recentemente a Copa do Mundo.

O circuito é projetado por Hermann Tilke, o que não sei se é algo de bom. De qualquer forma, nos próximos meses é que serão anunciados mais detalhes sobre o circuito, como o traçado por exemplo.

O fato é que a Liberty não se importa com circuitos ou importância histórica. Além do aspecto financeiro, presente desde os tempos de Bernie, essa questão "turística" está colocando a F1 em lugares no mínimo bizarros como Miami, Arábia Saudita, Abu Dhabi, entre outros. Não espero grandes coisas a não ser uma corrida esquecível como sempre.

Até! 

domingo, 27 de setembro de 2020

DELIVERY

 

Foto: Getty Images

O GP da Rússia é um desafio logístico. Duas horas mais cedo que o habitual, até consegui acordar para assistir a largada. Tive sorte. Nela, Sainz cometeu uma barbeiragem ao tentar voltar para a pista depois de escapar da curva 2 e Leclerc tocou Stroll, que bateu. Fim de corrida para os dois e Safety Car por algumas voltas, o que poderia ser interessante: é uma pista que consome pouco pneu, então poderia da margem para alguma mudança de estratégia.

No entanto, não vi nada disso porque dormi e só acordei na última volta. E pelo jeito não teve mais nada também. A corrida se decidiu no sábado e no início da tarde de domingo na Rússia. Em virtude do Q2 atribulado, Hamilton gastou um jogo de pneu macio e teve que largar com ele. Uma estratégia diferente de Bottas, portanto. No domingo, o inglês fez duas simulações de largada em local proibido e, segundo o regulamento, teve uma punição de dez segundos no pit stop. 

Sem pneu e com a estratégia prejudicada, a corrida caiu no colo de Bottas. A impressionante sinergia com o traçado russo ficou evidente logo na largada, quando despachou Verstappen. Depois, fez apenas o dever de casa e voltou a vencer depois de quase três meses (a única havia sido na abertura da temporada, na Áustria).

O grande público desconhece essas regras. Pelo jeito, até mesmo a Mercedes, que mais uma vez "comprometeu" com a corrida de Hamilton. Eles deram o ok para que Lewis pudesse realizar a ação. E assim, de forma sonolenta e confusa, foi adiada para a Alemanha, terra de Schumacher, a provável vitória 91 de Hamilton. Talvez assim seja mais poético e significativo.

Em uma pista medonha, Bottas volta a brilhar, tenta retomar a confiança, dispara contra os críticos mas a verdade é que é uma vitória amistosa, sem muito valor prático para o campeonato. 

Vale destacar os desempenhos de Sérgio Pérez (apenas um ponto atrás do primeiro piloto da Racing Point mesmo duas corridas ausente), Chares Leclerc (a nova Fênix da F1), Daniil Kvyat e Esteban Ocon (por quê não?). 

Em duas semanas, a F1 volta para a Alemanha, assim como novamente retorna aquela expectativa por uma das vitórias históricas que Hamilton vai ter nessa temporada. Uma corrida delivery: entregou no início e depois voltou para seu canto.

Confira a classificação final do GP da Rússia:


Até!

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

NOVO COMANDO

 

Foto: Getty Images

Em uma pista onde geralmente sempre anda bem, Valtteri Bottas deu alguns indícios de que novamente será competitivo em Sochi, neste final de semana. Liderando os dois treinos livres, no primeiro Hamilton só andou com os duros e no segundo teve um erro no setor que impediu fazer uma volta melhor. O palco está montado para a 91a vitória ser consumada na Rússia e, por mais que Bottas possa dar mais trabalho, o inglês é franco favorito.

No resto, mantém-se a mesma coisa: Verstappen, Racing Point, McLaren e Daniel Ricciardo com treinos animadores. Será que a Renault vai conquistar seu primeiro pódio desde o retorno à F1 antes de virar Alpine? O desempenho dos franceses parece ficar a cada corrida mais sólido.

A grande notícia da semana foi a confirmação de que Stefano Domenicali substituirá Chase Carey e vai ser o novo CEO da F1 a partir de 2021. Sendo assim, teremos uma trinca que pertenceu a Ferrari no comando da categoria: Jean Todt (presidente da FIA que está de saída), Ross Brawn e agora Domenicali, chefe entre 2008 e 2014 e que estava na Lamborghini desde 2016, no WEC. 

Pelo menos agora a F1 vai ter alguém do ramo no comando. Antes, o americano bigodudo serviu só como transição e encerra sua participação na categoria tendo como "grande legado" o Pacto de Concórdia, cujo consequências saberemos apenas nos próximos anos. No entanto, tanta gente ligada a Scuderia sempre é motivo de desconfiança. Um novo comando para a "nova F1". Confesso não estar tão animado, mas ultimamente não sou parâmetro.

No Grande Prêmio da Rússia, com público, o mundo inteiro espera um momento histórico de Lewis Hamilton e, pelo que parece, apenas um homem pode postergar a história nesse contexto: Valtteri Bottas. Aguardemos.

Confira a classificação dos treinos livres do GP da Rússia:






quinta-feira, 24 de setembro de 2020

GP DA RÚSSIA: Programação

 A Rússia entrou no calendário da Fórmula 1 pela primeira vez em sua história em 2014, com o GP disputado no circuito urbano de Sochi. A cidade fica às margens do Mar Negro, no sudoeste do país. A estrutura para o circuito se aproveita do que foi construído visando as Olimpíadas de Inverno, realizadas no mesmo ano.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:35.761 (Mercedes, 2019)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:31.387 (Mercedes, 2018)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton - 4x (2014, 2015, 2018 e 2019)


OTÔ PATAMÁ?

Foto: Getty Images


É isso que espera Otmar Szanafauer, chefão da futura Aston Martin, que a chegada de Sebastian Vettel em 2021 cause na nova escuderia: uma mudança de prateleira na F1, visando o protagonismo.

O alemão ressaltou a qualidade e a biografia do tetracampeão, atributos importantes para guiar uma montadora de grife. Ele também destacou que, mesmo que seja difícil se desfazer de Checo Pérez, a Aston Martin tomou a decisão correta:

"No fim das contas, com a Aston Martin voltando ao esporte, acho que é a decisão certa ter a experiência que Seb pode trazer, a experiência de pilotar e trabalhar por uma equipe de ponta. É isso o que a Aston Martin aspira ser.

Ele vai elevar a equipe a um nível diferente e tenho certeza de que vão ser mil pequenas coisas em que ele vai nos ajudar a melhorar, coisas que podem nos levar a um outro nível. Acho que ele vai trazer consigo uma ética de trabalho de um campeão do mundo, e é isso o que todos nós queremos aprender.
Todo mundo vai ter de melhorar, e ele vai ser um grande mentor para Lance também. Ele ainda é relativamente jovem e muito rápido, e é ótimo para Lance aprender com um tetracampeão.

‘Checo’ é um cara legal, um grande piloto que nos serviu bem ao longo dos anos. Ele é ótimo aos domingos e ficou mais rápido com seu ritmo de volta lançada nos sábados. Ele também sempre foi bastante confiável. Ele é um verdadeiro profissional, e estamos ansiosos para as corridas que faltam com ‘Checo’. Esperamos que ele possa sair em alta.

Mas quando um tetracampeão mundial como Sebastian fica disponível, isso não acontece todos os dias ou todos os anos, então tivemos de considerar nossas opções profundamente. Temos aspirações de fazer a equipe avançar e estamos trabalhando duro em Silverstone para investir em todas as áreas da equipe para colocar a infraestrutura e os recursos onde eles precisam estar.

Com Sebastian, sei o que ele vai trazer de forma enorme para a equipe. São todas as experiências adquiridas ao conquistar quatro títulos e vencer 53 corridas. E nós queremos aprender com isso", disse em entrevista para o site da Racing Point.

A expectativa é alta. Tal qual quando um jogador que passou do auge chega em uma equipe menor e é recebido com festa no aeroporto, o passado recente não importa muito. O que vale é relembrar o que a pessoa foi e como isso será recuperado em um novo ambiente. De certa forma, a Aston Martin aposta no pensamento mágico e que, num novo projeto, aquele Vettel de 2010/2013 ressurja de onde quer que ele esteja. É válido, mas não deixa de ser um risco também. Não há plano B. Agora, essa é a equipe de Vettel. Se ele não funcionar, o que será, que será?


"SAIA POR CIMA"

Foto: Getty Images

É o que diz o lendário Eddie Jordan para Toto Wolff, todo poderoso da Mercedes. Na semana passada, o ex-chefe da equipe anunciou uma informação de que a empresa Ineos, de um bilionário britânico que chegou nesta temporada para patrocinar a Mercedes, estaria comprando a equipe para o ano que vem e que Toto Wolff não continuaria no projeto.

Toto negou tudo veementemente, mas Eddie insiste na informação que recebeu.

“A única coisa que eu tenho muita certeza a respeito é que a Ineos vai comprar a equipe e, claro que, neste pacote, com o pessoal da Mercedes e em particular o novo diretor-executivo, é sabido o fato de que Ola [Kallenius], que é o novo CEO e presidente do grupo, que ele teve alguns problemas com o Toto no passado.

E, você sabe, Toto, sendo muito sincero, está ao lado de gente como Frank Williams, Ron Dennis, todos esses caras. Ele tem sido sensacional. Então, é hora de ele seguir em frente”, opinou o ex-dirigente.

No início da temporada, o próprio Toto Wolff disse que estava pensando em deixar a linha de frente da Mercedes pelo cansaço dos vários anos de trabalho e também de problemas de saúde decorrentes das exigências da função: viagens e intenso trabalho.

Eddie Jordan foi além: com o mito em torno da Mercedes e de Lewis Hamilton, não existe hora melhor para Toto Wolff sair da F1 e curtir a vida após anos de trabalho irretocável a frente de uma equipe que faz história na F1. E completou:

“Se fosse eu, se fosse seu conselheiro, diria: ‘Sai fora daí. Por favor, Toto. Pegue a grana e vá embora, jamais vai ficar tão bom assim de novo no futuro".

É uma condição complicada. Lembro sempre de Michael Jordan e The Last Dance. Parar por cima é muito complicado, assim como por baixo. O vício da vitória e da competitividade sempre falam mais alto. Ninguém que fica roendo o osso vai recusar o filé mignon. É preciso ter um autocontrole muito forte, igual Rosberg, para tomar uma decisão dessas. Toto é um ex-piloto e naturalmente competitivo. 

Creio que, no fim das contas, o vício em vencer vai prevalecer, ou então uma diminuição gradual e não abrupta de sua dedicação à Mercedes.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 190 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 135 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 110 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 65 pontos
5 - Alexander Albon (Red Bull) - 63 pontos
6 - Lance Stroll (Racing Point) - 57 pontos
7 - Daniel Ricciardo (Renault) - 53 pontos
8 - Charles Leclerc (Ferrari) - 49 pontos
9 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 44 pontos
10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 43 pontos
11- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 41 pontos
12- Esteban Ocon (Renault) - 30 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 17 pontos
14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 10 pontos
15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 6 pontos
16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 2 pontos
17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 2 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 325 pontos
2 - Red Bull Honda - 173 pontos
3 - McLaren Renault - 106 pontos
4 - Racing Point Mercedes - 92 pontos
5 - Renault - 83 pontos
6 - Ferrari - 66 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 53 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 4 pontos
9 - Haas Ferrari - 1 ponto

TRANSMISSÃO




terça-feira, 22 de setembro de 2020

PASSAGEM DE BASTÃO

 

Foto: Getty Images

O próximo final de semana tem tudo para ser histórico na Fórmula 1. Quando Michael Schumacher se aposentou, era consenso que dificilmente seus números seriam batidos. Menos de 15 anos depois, Schummi, infelizmente hoje acamado e sem consciência, vai passar a tocha para Lewis Hamilton que, nos números, será o maior e melhor piloto da história da categoria. Com a matemática não se discute.

Se antes parecia raro um domínio de cinco temporadas igual o da Ferrari, eis que surgiu quatro anos de supremacia da Red Bull, que alçou Sebastian Vettel a tetracampeão e 53 vitórias. Agora, temos 7 temporadas de domínio absoluto de Hamilton e, consequentemente, da Mercedes. Isso que nos primeiros três anos ainda existia um certo Nico Rosberg para tentar equilibrar as coisas, agora é que o caminho do britânico ficou escancarado para vencer, vencer e vencer.

Em Sochi, a equipe da Netflix está lá para acompanhar todos os passos e bastidores daquela que deve ser a da vitória 91, a que iguala Michael Schumacher. Se tudo isso continuar como certo, em Nurburgring, na Alemanha de Schummi, pode sair a vitória 92, novamente com registros históricos dos bastidores desses grandes momentos.

Hamilton surgiu como um fenômeno, desbancando o bicampeão Alonso, "o sucessor de Schumacher" e campeão mesmo numa temporada de altos e baixos. Depois, com a piora da McLaren, o piloto também teve uma fase difícil, de acidentes e erros. Foi até considerado um "novo Mansell": muito veloz e também muito propenso a erros.

Com a Mercedes e a maturidade, virou quase um piloto completo. Esse post não discute quem é o melhor, mas sim faz uma constatação óbvia: Hamilton será o maior nos números e precisamos nos sentir privilegiados em acompanhar essa passagem de bastão. Se éramos muito jovens no tempo de Schummi, agora os triunfos de Hamilton estão colados em nossas retinas e memórias. 

Repito: somos abençoados em olhar a história sendo feita diante de nossos olhos. Só nos resta desfrutar.

Até!

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

FALTAM 57 PONTOS

Foto: Getty Images
Mais uma vez alguns vão discutir sobre merecimento ou não de alguém vencer uma corrida, o que é tão relativo... uma bobeira da Ferrari + um problema dos italianos e o acaso gerado por isso fizeram com que Lewis Hamilton voltasse a vencer depois de três corridas.

Começamos pela Ferrari. Nunca tinha visto jogo de equipe em largada. Vettel saiu de trás para ultrapassar Hamilton e se defender dos alemães. Também como parte do acordo, assumiria a liderança para depois devolver ao monegasco. Vettel não fez isso e Leclerc reclamou no rádio. No entanto, o alemão abriu cinco segundos de vantagem ao #16 e, portanto, não estava mais rápido. Como contraponto, pode-se dizer que Leclerc jamais teria sido tão amigável na primeira curva se não fosse Vettel ou um acordo. Na Ferrari não há comando. Não é necessário um 1-2 explícito, mas sim uma hierarquia. Há claramente problemas de ruídos ali que só não são piores porque os italianos não são postulantes ao título.

A ideia de devolver a liderança a Leclerc depois dos boxes deu certo, mas ninguém contava que o motor de Vettel fosse para os ares. Mais um problema no potente porém frágil motor italiano. Vettel, para alguns, parou em um lugar ruim de propósito para causar um Safety Car ou seria somente um carma? Enquanto isso, as Mercedes alongavam o stint porque estavam com os médios. Com Vettel fora e com uma distância considerável graças ao Virtual Safety Car, a dupla das flechas de prata aproveitou para parar e voltar fazendo dobradinha. Vettel e Leclerc, uma guerra (nem tão) fria assim.

Apesar de muito mais rápidos no setor 3 e no 1, a turbulência e o rápido desgaste dos pneus macios não permitiu a Leclerc brigar. Ficou empacado atrás de Bottas e teve que se contentar com o terceiro lugar. Mais uma vez o monegasco não conseguiu a vitória após largar na pole. Culpa dele? Talvez. Culpa de Vettel? Talvez. Culpa da Ferrari? Sempre! No entanto, Charles está insuportável, chorão demais para quem está na primeira temporada em uma grande equipe. Imagina quando tiver 5 ou 10 vitórias ou se for campeão do mundo...

Foto: Getty Images
Verstappen com uma Red Bull distante da competitividade em pistas de alta cumpriu o papel de chegar em quarto. No entanto, deve ser frustrante ver toda a atenção da mídia e dos fãs na "nova estrela" e não poder fazer nada, dependendo da boa vontade e trabalho dos nipônicos. Albon, largando dos boxes, conseguiu chegar em quinto ultrapassando todo mundo, principalmente no final da prova, o que é sua especialidade. Já fez mais que Gasly durante todo esse tempo, isso que não pegou pré-temporada ou meses de simulador na preparação.

Sainz é o melhor do resto e voltou a pontuar com uma McLaren, que terá o retorno do motor Mercedes em 2021, mostrando que é definitivamente a quarta força. Pérez vem reagindo junto com a Racing Point e voltando a ser regular entre os 10. Norris também pontuou e teve uma corrida um pouco mais difícil. Foi beneficiado pela patética punição a Magnussen, que ganhou cinco segundos por não voltar pela pista através do caminho que os comissários tinham orientado. Ridículo. Ao menos a Haas voltou a pontuar. Hulkenberg fechou o top 10 na irregular e grande decepção do ano que é a Renault.

Foi interessante a briga entre as duas Toro Rosso, se estranhando durante quase toda a corrida. A Alfa Romeo não se encontrou depois das férias. Vê-los fechando o grid foi estranho. Primeiro grande erro de Russell e Ricciardo se envolvendo em mais um incidente logo na largada. Ele e Grosjean fizeram GIovinazzi de sanduíche. Pior para os dois primeiros e o coitado do francês dessa vez foi a vítima. Ao menos o australiano tá ganhando muita grana pra dar algumas voltinhas em circuitos pelo mundo.

E os Estados Unidos que fizeram tanto esforço para trocar de data com o México na esperança de ver o amigo dos rappers campeão por lá pode ter seus planos frustrados, isso porque faltam apenas 57 pontos para o hexa de Hamilton, que muito provavelmente pode ser conquistado pelo terceiro ano consecutivo no México. No entanto, o mais interessante do momento é a ascensão ferrarista e a disputa Vettel/Ferrari x Leclerc, enquanto a Mercedes segue vencendo apesar de já estar pensando em 2020 e 2021.

Confira a classificação final do GP do México:




Até!

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

VIROU O JOGO?

Foto: Getty Images
No penúltimo GP da Rússia que será disputado em Sochi (a partir de 2021, a ideia é transferir a prova para São Petersburgo porque serão realizadas obras que irão diminuir o traçado do atual circuito russo), podemos estar vendo uma inversão de forças para o final da temporada.

A Mercedes, já campeã de pilotos e de construtores, concentra suas forças para o carro do ano que vem e o novo regulamento de 2021. Com isso, permite a chegada de Ferrari e Red Bull. Os taurinos seguem com a Honda mostrando que ainda não é confiável o suficiente para chegar no patamar dos italianos e dos alemães. Todos os carros irão trocar o motor e vão largar nas últimas posições. Para brigar por títulos, é necessário melhorar isso. Tem que deixar de ser cobaia. A potência pode ser um bom sinal, afinal Verstappen foi o mais rápido no segundo treino livre.

Só a Mercedes venceu na Rússia até hoje. Será que teremos o fim desse jejum? Leclerc liderou o primeiro treino livre, mostrando que o avanço da Ferrari após as férias de verão é mais do que real. Talvez não seja o suficiente para o título, mas é bom para recuperar a confiança e manter os dois pilotos motivados.

Corrida interessante para ver se o motor da Renault também realmente melhorou, pois sabemos que o chassi está devendo e Riccardo disse que pode sair no final do ano que vem, para surpresa de ninguém e a sempre inquietante briga do meio do pelotão, acrescidos com as duas Red Bull saindo de trás.

Será que a Ferrari vai engatar a quarta? Será que Bottas vai mostrar a força que tem andando em Sochi? Será que a Mercedes já está pensando em 2020 ou a ameaça ferrarista é real? Veremos.

Confira os tempos dos treinos livres:



 Até!

GP DA RÚSSIA - PROGRAMAÇÃO

A Rússia entrou no calendário da Fórmula 1 pela primeira vez em sua história em 2014, com o GP disputado no circuito urbano de Sochi. A cidade fica às margens do Mar Negro, no sudoeste do país. A estrutura para o circuito se aproveita do que foi construído visando as Olimpíadas de Inverno, realizadas no mesmo ano.

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Valtteri Bottas - 1:35.861 (Mercedes, 2018)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:31.387 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 3x (2014, 2015 e 2018)

UM NOVO RUMO?

Foto: Getty Images

De saída da Williams no final da temporada, Robert Kubica pode ter o futuro ainda ligado à F1. Especulado pela Audi para disputar a DTM, o polonês está sendo sondado pela Haas para ser piloto reserva em 2020. Ao menos é isso que diz o chefão da equipe americana, Gunther Steiner:

“Tudo é possível e estamos conversando com ele”, disse Steiner. “Eu sempre falo com muita gente e tenho melhorar as coisas, mas ainda não sei [o que vai acontecer]. Preciso falar com o Robert [Kubica] para ver se ele topa fazer isso, agora que ele decidiu deixar a Williams. Não sei quais são os outros planos dele”, afirmou.

O piloto resserva trabalha com os testes no simulador para dar feedback a equipe. Atualmente, quem faz isso pela equipe americana é o brasileiro Pietro Fittipaldi, que também disputa a DTM.

“Ele tem muita experiência e é conhecido por ser um dos melhores pilotos de teste e de simulador que temos. Nunca trabalhei com ele, mas temos muita gente que trabalhou com ele. Todos os respeitam muito. Acho que ele não vai poder, ou não quer, trabalhar em tempo integral. Mesmo assim, ele é uma boa referência”, encerrou Steiner.

Kubica já era piloto de testes na Williams antes de assumir a titularidade. Infelizmente, mostrou que as lesões no braço comprometeram sua capacidade competitiva na F1, mas em outra função sua experiência pode ser de grande valia. No entanto, é isso que a Haas realmente precisa? Eles estão perdidinhos, perdidinhos.


"NÃO ESTAMOS A VENDA"

Foto: Getty Images
Mais uma notícia sobre a Haas, a grande personagem da F1 nesse ano. Com o fim do patrocínio com a tal Rich Energy, surgiram especulações de quem será o novo patrocinador do time. Um tweet da ex-parceira aponta que o grupo Haas será vendido para investidores da Arábia Saudita. Não é bem assim, segundo o chefão Gunther Steiner:

"Eu nem sei como responder. Desejo boa sorte e agradeço os investidores. Não os conheço. É um dos tweets da Rich Energy, e eu não respondo a tweets ou coisas parecidas. Não somos nós, não quero ir para lá", afirmou para a revista inglesa "Autosport".

É uma questão importante. Sem o patrocínio (e o dinheiro?) dos charlatões do energético, a Haas precisa de investimento para melhorar um carro que é uma verdadeira tragédia em 2019. Apesar de baratear custos usando peças da Ferrari e chassi Dallara, é muito pouco para um desempenho competitivo na F1, como está sendo provado. Difícil é encontrar alguém que acredite em um projeto de F1, ainda mais com essa crise mundial.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 296 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 231 pontos
3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 200 pontos
4 - Max Verstappen (Red Bull) - 200 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 194 pontos
6 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 69 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 58 pontos
8 - Alexander Albon (Red Bull) - 42 pontos
9 - Daniel Ricciardo (Renault) - 34 pontos
10- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 33 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 33 pontos
12- Lando Norris (McLaren) - 31 pontos
13- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 31 pontos
14- Sérgio Pérez (Racing Point) - 27 pontos
15- Lance Stroll (Racing Point) - 19 pontos
16- Kevin Magnussen (Haas) - 18 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 527 pontos
2 - Ferrari - 394 pontos
3 - Red Bull Honda - 289 pontos
4 - McLaren Renault - 89 pontos
5 - Renault - 67 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 55 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 46 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 35 pontos
9 - Haas Ferrari - 26 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

CLASSIFICAÇÃO



segunda-feira, 1 de outubro de 2018

HOJE SIM

Foto: Clive Rose/Getty Images
Só vi a largada e dormi praticamente a corrida toda. Rússia sempre foi assim, uma verdadeira procissão. Nem acidentes têm para animar. Estranhei quando vi o clima de velório no pós-corrida e as críticas de Galvão e companhia a Mercedes. Provavelmente devo ter acordado no meio da prova e ouvi algo relacionado, mas imaginei que fosse um undercut, algo simples porém eficiente.

Bottas simplesmente parou o carro. Escancarou a palhaçada pra todo mundo. Foi pior que Rubinho parando nos metros finais ou o "faster than you" do Massa. Ele liderava a corrida e, naquelas condições, não corria risco nenhum de ser derrotado por Hamilton ou até mesmo por Vettel, como argumentou Toto Wolff depois da corrida.

Um momento: o que mais interessa para as equipes são os construtores. É muito dinheiro investido para brincar de ter esportividade. Então, mesmo com toda a publicidade negativa e as críticas, eles no fundo estão cagando para as nossas opiniões. O que vale é retornar o alto investimento de vários anos. Toto precisa defender seu cargo e garantir que os investimentos da equipe alemã sejam recompensados. De forma prática, a Mercedes está praticamente garantindo mais um título mundial de pilotos e construtores e é isso que importa, não interessa como. O próprio Toto disse: "melhor ser vilão hoje do que idiota em Abu Dhabi". Tanto é que todo mundo do circo

Agora, esse clima pós-corrida de climão e indignação foi patético. Hamilton tentando evitar entrevistas foi constrangedor. Um tetracampeão com a moral que tem tanto na equipe quanto na F1 poderia se recusar a fazer parte disso, afinal não precisa. Se terminasse em segundo, teria 43 pontos para Vettel. Agora, tem 50. Duas corridas inteiras. Já é penta. Poderia ter feito igual ano passado, na Hungria, quando devolveu a posição para Bottas após não conseguir ultrapassar as Ferrari. Agora, vai ser lembrado pra sempre com essa mancha de Sochi, mesmo que na sequência deixe Bottas vencer após garantir mais um título, igual Schumacher na Áustria e Alonso na Alemanha. Fazer aquela cena de trocar troféu com Bottas? Ah, faça-me o favor!

A Mercedes, que sempre se orgulhou de deixar o pau quebrar na pista com Hamilton e Rosberg, mostra que é mais uma hipócrita e covarde, que só deixava isso acontecer porque não tinha concorrentes. Todos sabíamos que Bottas seria usado para otimizar Hamilton contra a ameaça Vettel. Mostra, definitivamente, que não tem sangue de campeão do mundo. A Mercedes, claro, é só mais uma igual as outras, que vai ter cada vez mais antipatia enquanto seu poderio não for terminado.

A F1 hoje é isso: enquanto luta para se tornar moderninha entre aqueles que simplesmente se lixam pela sua existência, acabam realmente deixando de se importar com o mais importante: a disputa e a emoção na pista. Hoje não tivemos absolutamente nada, de novo! Só Max e sua corrida de recuperação para proporcionar um pouco de alívio, mas mesmo assim não foi o suficiente para me manter acordado.

O jogo de equipe sempre vai existir, não é essa a discussão. A Mercedes simplesmente não foi inteligente no uso. Foi burra e vai arcar com as consequências disso em termos de reputação. No entanto, quem se importa quando forem colher os louros dos títulos? O que vai valer mais? Enquanto isso, a F1 segue cada vez mais artificial, tal qual a administração da Liberty Media...

Confira a classificação final do GP da Rússia:


Até!

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

ENTRE UMA DECEPÇÃO E OUTRA

Foto: Getty Images
Toda a corrida fica a impressão de um "agora vai" para a Ferrari. Quase sempre favorita, quase sempre decepciona e quase sempre brilha a estrela, o talento e a genialidade de Lewis Hamilton. Em Sochi, o panorama é diferente, mas nem tanto.

Ano passado, Bottas dominou o final de semana, enquanto Hamilton sofria para lidar com o desgaste dos pneus em condições extremamente quentes. Agora, a corrida da Rússia pula para o fim da temporada, aproximando-se do inverno, e a Mercedes já superou essas dificuldades. Continua favorita a vencer, tanto é que Hamilton, de hipermacios, meteu meio décimo na Ferrari de Vettel.

Mesmo sabendo que em tese os italianos não têm a obrigação de vencer por ter o melhor equipamento, uma nova vitória de Hamilton pode significar definitivamente o fim do campeonato em termos anímicos para Ferrari e Seb. Por isso, os italianos vivem uma delicada situação nesse final de semana. Precisam de algo que não estão mostrando nas últimas semanas: sorte e competência, não necessariamente nessa ordem.

Interessante notar a grande presença de jovens e futuros pilotos da F1 no primeiro treino livre. Com o futuro de quase todas as equipes definida, resta aproveitar os poucos momentos de treinos para já começar uma mínima adaptação, visando o ano que vem, além de observar outros predicados de possíveis candidatos em um curto/médio-prazo. Giovinazzi, Markelov (Renault), Norris e Nicholas Latifi (Racing Point) participaram dessa sessão.

Deixei o pior para o fim. A Haas anunciou que a dupla Magnussen e Grosjean está mantida para o ano que vem, pela terceira temporada seguida. Quarta, tinha escrito que os americanos aparentemente não estavam olhando para o mercado e que a única possibilidade de troca seria a passagem de Leclerc por lá, mas a Ferrari tinha outros planos para o monegasco.

Na boa, Grosjean não dá mais. Faz uma temporada pavorosa. Lento, só se envolve em acidentes e barbeiragens, além de nunca assumir responsabilidade dos erros. Ele falando sobre tirar as bandeiras azuis do regulamento foi de chorar! Piloto que não evoluiu e não acrescenta mais nada para a F1. Uma pena que Gunther Steiner não pense dessa forma. Incrivelmente lamentável ver talentos sem carro enquanto outros que já não rendem mais nada seguem na categoria. Mas tudo bem, uma coisa de cada vez. Já foi difícil tirar o Ericsson, agora basta ter paciência para esperar por Grosjean...

E assim a vida segue na F1, entre uma decepção e outra, assim como nas nossas vidas. Ao menos para o nosso lado as pequenas coisas são suficientes para superar esse sentimento. E com essa eu começo o final de semana. Até!

Confira a classificação dos treinos livres do GP da Rússia:




GP DA RÚSSIA - PROGRAMAÇÃO

A Rússia entrou no calendário da Fórmula 1 pela primeira vez em sua história em 2014, com o GP disputado no circuito urbano de Sochi. A cidade fica às margens do Mar Negro, no sudoeste do país. A estrutura para o circuito se aproveita do que foi construído visando as Olimpíadas de Inverno, realizadas no mesmo ano.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:36.844 (Ferrari, 2017)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:33.194 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 2x (2014 e 2015)


HORNER: MÉXICO É A ÚNICA CHANCE DE VITÓRIA ATÉ O FIM DO ANO

Foto: BT Sport

Com o final nada amigável da parceria entre Red Bull e Renault se aproximando, não resta muitas pretensões e expectativas de grandes resultados nessa temporada. A exceção, segundo o diretor Christian Horner, é a corrida do México, em novembro. Lá, no ano passado, Max Verstappen venceu sem maiores dificuldades.

“Sendo realista, acho que o México é provavelmente a única chance que ainda temos em circunstâncias normais”, disse Horner. “Tomara que consigamos mais alguns pódios antes do fim do ano”, seguiu.

Chefão da Mercedes, Toto Wolff concordou com o rival. “É bom tê-los na mistura, é bom para os fãs e para as corridas. Nós gostamos”, comentou. A corrida do México é a próxima onde, no papel, eles devem ser realmente rápidos, mas quem sabe o que vai acontecer em Sóchi e em Suzuka”, completou.

É o que resta para a Red Bull. Foram três vitórias no ano, o que não é ruim para quem está tão atrás de Mercedes e Ferrari, mas só em uma a equipe dominou (Mônaco), as outras foram circunstanciais (China e Áustria). Com um Ricciardo aguardando a ida para Renault e a Red Bull preocupada com o início da relação com a Honda e a chegada do Gasly, talvez uma vitória para a saideira seja um final menos conturbado para esse dueto tão vencedor quanto polêmico

LIBERTY QUER COLOCAR Q4 NOS TREINOS EM 2019

Foto: EFP
Depois do fracassado "mata-mata" nos qualyfings do início de 2016, no final da Era Bernie Ecclestone, a F1 retornou para a fórmula tradicional, existente desde 2006. No entanto, agora a Liberty quer tentar fazer a própria mudança. De acordo com a "Auto Motor und Sport", a ideia é criar uma quarta parte no qualyfing, o Q4, que teria apenas oito carros no final. O objetivo é aumentar a emoção nos sábados. Pra isso acontecer, teriam que acontecer algumas mudanças. 

O Q1 teria quatro ao invés de cinco eliminações, mas nada está certo, inclusive a duração de cada qualyfing. É importante frisar que historicamente o treino antigamente tinha duas horas, passando para uma.

Ross Brawn, diretor esportivo da categoria, diz que o treino tem potencial de embolar os carros para a corrida, tornando o domingo mais atrativo e emocionante para todos.Quando se pensa na classificação como elemento que influencia no desenrolar da corrida, você quer que haja certa desordem para que os carros mais fortes terminem em posições equivocadas. Nesses casos, a classificação melhora a corrida”, disse o britânico.

No entanto, a questão não é simples. A mudança precisaria ser aprovada pelas equipes, habituadas há décadas com esse sistema. Quando se pensa na classificação como elemento que influencia no desenrolar da corrida, você quer que haja certa desordem para que os carros mais fortes terminem em posições equivocadas. Nesses casos, a classificação melhora a corrida”, disse o britânico.

Liberty, não inventa: isso não vai dar certo. Treino sempre foi para ver qual é o carro mais veloz na pista. Com exceções da chuva ou mudança de clima é que as coisas se embaralham. Isso é exceção e não pode ser regra. O único sistema que eu gostava era o de 2003, com volta única lançada em ordem. Essa sim poderia dar certo.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 281 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 241 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 174 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 171 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 148 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 126 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 53 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 49 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 46 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 45 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 38 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 27 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 15 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 452 pontos
2 - Ferrari - 415 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 274 pontos
4 - Renault - 91 pontos
5 - Haas Ferrari - 76 pontos
6 - McLaren Renault - 58 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 32 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 21 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO:







terça-feira, 2 de maio de 2017

BOTTADA VIOLENTA

Foto: Getty Images
Diante do feriado e da impossibilidade de postar no blog ontem, hoje o texto será mais curto e objetivo, com impressões do final de semana. Vamos tentar:

Bottas nasceu para guiar na Rússia. Se com a Williams o finlandês já apresentava ótimos resultados, parecia que estava escrito que sua primeira vitória viria na terra de Vladimir Putin. Como escrito no último post, a Mercedes perdeu a pole no detalhe mas realizou ajustes e saiu vencedora de forma supreendente até para a própria escuderia alemã.

Interessante ressaltar que nesse início de ano, Bottas já venceu e foi pole. Ninguém imaginava que seria tão combativo e, de certa forma, protagonista, apesar da péssima corrida na China e uma atuação apagada no Bahrein. Subestimamos Valtteri? Não sei. Talvez esses resultados iniciais possam mostrar que Bottas é sim um bom piloto e que Massa não estava tão mal a ponto de ser derrotado nas três temporadas em que esteve ao lado do finlandês, na Williams.

Estatística: Dos nove finlandeses que já correram na categoria, seis venceram. Desses seis, três foram campeões. A Finlândia é o quinto país com mais vitórias na F1 (47). Fantástico!

Foto: Getty Images
Pior corrida de Hamilton nos últimos tempos. Desde Baku ele não vai tão abaixo de suas capacidades. Durante todo o fim de semana, Lewis foi mais lento que seu companheiro e distante das Ferrari. Muito aquém. Na corrida, teve problema de superaquecimento e apenas garantiu a posição número quatro. Rendimentos assim, somados com a ascensão da Ferrari e o crescimento de Bottas para lhe roubar pontos ligam o sinal vermelho em Hamilton, que precisa reagir imediatamente.

Vettel, apesar da frustração de perder a corrida na primeira curva, pode sair da Rússia satisfeito. A vantagem no campeonato aumentou em mais seis pontos (agora são 13). Até aqui, foram duas vitórias e dois segundos lugares. Regularidade estupenda. O "velho Seb" de 2010-2013 está de volta. mais forte e motivado do que nunca em busca do penta. O xilique com Massa no final faz parte de seu personagem boca-suja. Não tinha como ultrapassar. Isso é insuportável. Vettel está se tornando o "antigo Alonso". É melhor parar.

Foto: Getty Images
A Force India segue com um trabalho fantástico. Mesmo longe de ter condições de andar com frequência lá na frente, o time do preso Vijay Mallya pontuou com seus dois pilotos em todas as provas até aqui. Ocon finalmente saiu do décimo lugar e prova que, mesmo jovem, já demonstrou muito potencial para permanecer na F1 e até mesmo subir para a Mercedes no futuro próximo. O francês ainda é inferior a Pérez,o líder e mais cerebral da equipe. O time de Silverstone não tem um carro rápido, mas dispõe de bom ritmo de corrida. Desse jeito, provavelmente irá terminar de novo na quarta posição dos construtores, ganhando importante quantia da FIA. Tudo por conta da Renault e da Williams inovarem e correrem com apenas um piloto na equipe durante 2017. Stroll evoluiu. Conseguiu terminar uma corrida e quase pontuou. Palmer... hora extra. Erro juvenil, apesar de Grosjean ser considerado melhor e mais experiente, ter sido realmente o maior responsável pela barbeiragem.

Massa vinha fazendo outra corrida perfeita dentro de suas possibilidades até que a infelicidade do pneu furado tirou seis pontos do pessoal de Grove. Como escrito anteriormente, para a equipe de um piloto só isso fará muita falta. Enquanto isso, o brasileiro segue sua grande Tour de retorno a F1 sem sobressaltos e grandes responsabilidades, servindo de "tutor" do adolescente canadense aspirante a piloto de Fórmula 1.

Foto: MotorSport
A McLaren não consegue alinhar dois carros para disputar a corrida. No revezamento de azares e incompetência, o "sortudo" da vez foi a Fênix de Indianapólis, que conta as horas e os minutos para finalizar o contrato com time de Woking. Pior início de temporada desde os tempos de Minardi (17 anos atrás), com 100% de aproveitamento. Nem preciso dizer que o agravante é a diferença de investimento dos times citados, não?

Para finalizar, foi oficializada a parceria de Sauber e Honda, que terá início a partir do ano que vem. Como escrevi, vai ser bom para os dois, a "fome com a vontade de comer": os japoneses terão outra equipe para desenvolver seu motor e a Sauber, numa tentativa de desespero, busca a contribuição monetária da Honda para tentar sobreviver mais na F1 e buscar evitar o título de pior equipe, embora sabemos que é mais fácil um time horrível ingressar na categoria do que a Sauber evolua por conta própria. Já dizia Tiririca: "pior do que tá não fica".

Bom, por hoje é isso. Até mais!

TEREMOS NOVIDADES EM BREVE. AGUARDEM.

sábado, 29 de abril de 2017

MERCEDES ESCONDE O JOGO

Foto: Getty Images
Vettel falou durante a semana que o favoritismo para o GP da Rússia é da Mercedes. As flechas de prata, até então, sempre se sobressaíram nos qualyfings, tanto é que os alemães fizeram as três pole-positions do ano até agora. Entretanto, hoje a Ferrari dominou os dois treinos com relativa facilidade. Raikkonen foi o mais veloz no TL1, enquanto Vettel liderou no TL2, com a Ferrari fazendo 1-2 com relativa tranquilidade, colocando seis décimos em Bottas, o terceiro colocado.

Se a Mercedes foi considerada a favorita e mostrou até agora um melhor ritmo de classificação, o que explica tamanha vantagem nos treinos de hoje? O W08 está escondendo o jogo, obviamente. O que chamou a atenção foi a entrevista de Hamilton após os treinos. Ele pareceu incomodado com o fato de Vettel ter jogado a responsabilidade para ele e sua equipe. Será também um blefe do tricampeão negar qualquer favoritismo? Bom, duas verdades: a distância entre as duas equipes é mínima e a Mercedes pode até não conquistar a pole, mas não está de jeito nenhum seis décimos atrás dos italianos. O TL3 e o qualyfing obviamente irá provar isso. Bottas anda bem na Rússia e superou Hamilton nos dois treinos. Não será surpresa que o finlandês supere o britânico amanhã. Raikkonen é uma incógnita. Sempre forte na sexta, no sábado acaba sendo superado, como sempre. Deve garantir o quarto lugar no grid e é sempre esperança de Arrivabene para roubar pontos de Lewis e ajudar Vettel na conquista do penta.

Foto: Getty Images
A Red Bull segue distante dos ponteiros mas consolidada como terceira força, apostando todas as fichas na atualização do carro, que virá na próxima etapa e na atualização do motor Renault, no Canadá. Se a situação não evoluir, não é de se duvidar que o projeto de 2018 ganhe maior prioridade pelos lados do time de Adrian Newey e companhia. Felipe Massa, nas CNTP, é a quarta força. Faz o que pode, ao contrário de Stroll. Ele é jovem e é necessário dar um tempo para ele...

Quanto a briga do meio do pelotão, não me atrevo a teclar nada. É uma grande roda punk no escuro, de fato uma roleta russa (bá dum tssss). Pode acontecer de tudo, ou quase. Certamente McLaren e Sauber ficarão pelo caminho pelo Q1. Será que Vandoorne conseguirá completar um final de semana sem problemas no seu MCL32? É difícil, mas precisamos ter um pouquinho de fé.

Confira a classificação dos dois treinos livres:



Até!