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Foto: Jared C. Tilton/ Getty Images |
Mais anúncios e reviravoltas nesse final de semana tão
decisivo, onde a corrida vai ficar em segundo plano, menos para os mexicanos e
Checo Pérez. A Red Bull vai trabalhar para que Checo vença em casa? Max vai
cooperar? Tomara que sim, mas precisamos ver o que vai acontecer.
A falta de critério da FIA é assustadora. Os comissários
aceitaram um protesto da Haas que foi feito depois do tempo. Com isso, Alonso recuperou
o sétimo lugar que conquistou em Austin. Como os comissários fizeram uma
presepada? Como eles consideraram perigoso o carro da Alpine permanecer na
pista se nenhum aviso foi dado durante a corrida?
Pelo menos tiveram o bom senso de assumir o erro e seguir em
frente, mas a impressão que dá é que a FIA está refém de tantas regras esdrúxulas
que não consegue mais gerir com bom senso tudo o que compõe uma corrida de
automóveis. Isso precisa ser urgentemente revisto, porque há muitos erros,
interpretações confusas e polêmicas que sugam os fãs para as letras miúdas do
regulamento ao invés das disputas de pista.
Nessa semana, tivemos o anúncio oficial da chegada da Audi
para a F1 a partir de 2026, numa parceria com a Sauber. Ainda só confio e
acredito vendo, daqui quatro anos. No entanto, a oportunidade sorriu para os
suíços: depois da parceria e o nome da Alfa Romeo, o ex-time de Peter tem a grande
chance de voltar a sonhar com algum destaque na F1, relembrando o sucesso com a
BMW, que permitiu até hoje a única vitória da equipe na categoria.
Com o know how, estrutura e investimento dos alemães, pode
ser que surja uma nova força formidável e interessante para o médio/longo-prazo
da F1. Escreverei sobre isso em um post específico, mas a impressão é de ânimo
e confiança com esse anúncio.
Na pista, no Hermanos Rodríguez, a mesma estrutura da semana
passada, em Austin: o primeiro treino teve muitos novatos e substituições, como
Pietro Fittipaldi, a estreia de Doohan na Alpine (e Piastri chupando dedo),
Liam Lawson, Logan Sargeant e De Vries (agora na Mercedes!).
Zhou teve problemas, assim como Pietro Fittipaldi. O
brasileiro, ao menos, conseguiu andar um pouco. No entanto, deve ser frustrante
esperar tanto e, quando chega a hora, acontece alguma coisa com o carro. Liam Lawson,
o outro novato da Red Bull/Alpha Tauri, também teve problemas no finalzinho do
treino.
Sem ter o carro dominante, o motor da Red Bull domina o México
há anos. Agora que são bicampeões, parece improvável que os adversários façam
alguma concorrência, embora a diferença entre os tempos seja bem pequena e
exista um equilíbrio, aparentemente.
Mesmo assim, a Ferrari fez dobradinha no TL1, com Sainz e
Leclerc, seguidos pela Red Bull, Hamilton e Alonso. Com muitas retas e altitude
considerável, o motor faz a diferença na corrida mexicana.
No TL2, mais testes de 1h30 com a Pirelli. E outra batida de
Leclerc. Se pode servir de alento para Ferrari, é melhor bater na sexta do que
no final de semana. Claro que a batida forte de traseira pode ser trabalhosa
para os mecânicos, mas também pode encerrar a cota. A classificação pode estar
em perigo, mas a temporada acabou mesmo. O que é mais um erro ou frustração
para a Ferrari de 2022, mesmo?
Eu achava Leclerc mais completo que Verstappen, até escrevi
sobre isso. No entanto, o tempo mostrou que um evoluiu e o outro não. Leclerc é
até um piloto naturalmente mais veloz, mas é muito inconstante. Erra demais nos
momentos decisivos, bate sozinho, se martiriza, faz um drama.
Na posição que está, precisa ser mais calmo, seguro e
consistente, Já são cinco temporadas na F1. Não é mais nenhum garoto, embora
seja jovem. É um ponto que o monegasco vai precisar mudar para romper a barreira
entre bom piloto para alguém capaz de ser campeão.
No final do treino, Zhou teve um problema e o treino
terminou em bandeira vermelha, assim como na primeira sessão.
Russell foi o mais rápido porque foi um dos poucos que pode
usar os compostos atuais, mais velozes. No entanto, há equilíbrio no México: em
voltas rápidas, Red Bull, Ferrari e Mercedes não estão tão distantes. A
diferença vai ser o ritmo de corrida e aí os taurinos sobram.
A expectativa é grande para Checo Pérez fazer história em
casa. O azar do México nesse ano, para nós brasileiros, é o timing. Final da
Libertadores e Eleições. Certamente vai ser complicado para mim assistir ao
vivo, mas vai ser aquela tensão saber dos pormenores enquanto o futuro do país
está em jogo.
E que o México também exploda em felicidade com o herói
local.
Confira a classificação dos treinos livres: