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A discussão mais quente do momento envolve a queda repentina
de desempenho de Sérgio Pérez. Outrora a menos de quatro pontos atrás de Max
Verstappen no campeonato, alguns inocentes acreditaram que o mexicano brigaria
pelo título de igual para igual com o futuro tricampeão.
Vocês sabem, aqui está o maior fã do Checo que se tem
notícia, desde quando vi aquele capacete em homenagem a Roberto Gomes Bolaños
em Mônaco, mais de uma década atrás (como voa o tempo!). Não sei Checo também
acreditou nisso, mas não pode ser coincidência simplesmente não conseguir mais
fazer o mínimo.
Claro, os ajustes da equipe durante o ano vão naturalmente
beneficiar o melhor piloto e o dono do projeto. Só aí uma diferença de
performance seria natural. A outra é a confiança. Depois de tantos insucessos e
desempenhos aquém, principalmente sendo eliminado no Q2 com o melhor carro, é
natural que o piloto comece a duvidar de si mesmo.
Com um adversário implacável, vindo de uma rixa pública e
que praticamente não erra mais, tudo fica mais complicado. Porque, como escrevi
ontem, não basta apenas perder. Nos últimos tempos, Pérez tem sido trucidado,
tal qual era Gasly e Albon, que foram moídos e torrados da Red Bull pelo mesmo
motivo.
O implacável Helmut Marko e até mesmo Christian Horner não
ficam confortáveis com isso. Agora, há uma sombra de peso, grife e história
dentro da organização: o hoje reserva Daniel Ricciardo. Em breve, vai testar os
pneus Pirelli pela equipe, na semana que vem, após o GP da Inglaterra. Se o
panorama do mexicano não melhorar e o australiano provar que é um cara
diferente dos anos da McLaren, pode acontecer de tudo, mesmo que Pérez tenha
mais um ano de contrato.
As discussões sobre os segundões prosseguem. Muitos afirmam,
provavelmente com razão (até porque não me expandi muito a respeito), que Pérez
é inferior a outros escudeiros históricos, talvez apenas superior a Fisichella
e Irvine. Talvez. A discussão, na verdade, depende da referência.
Eu enxergo o caminho inverso. Pérez sempre foi um piloto de
muito potencial e irregular, vítima da própria personalidade forte e dos carros
que guiou. Mesmo assim, conseguiu o que outros caras mais badalados do grid e
seus colegas não fizeram. Venceu com uma equipe indo para a falência, embora tenha
evitado o fim na primeira vez. Assim, só de chegar na Red Bull e vencer mais
algumas vezes por um carro dominante já é uma carreira extraordinária.
Para outros, mais haters ou até mesmo inocentes, repetindo o
termo do primeiro parágrafo, frustrados por alguma disputa, emoção ou alguém
que possa peitar Verstappen nesse momento, não ser vice campeão com esse
foguete é um fracasso. Não deixa de ser verdade, afinal Webber não conseguiu
isso em nenhum momento na outra Red Bull dominante. Até Bottas, veja, conseguiu
isso na mesma circunstância, onde só corria contra Hamilton.
Bem, nesse caso, então não há como defender Pérez, mas esses
estão querendo demais de alguém que em nenhum momento teve condições de
entregar o esperado. O máximo que aconteceu foi sonhar, e isso não tem problema
e nem custa nada.
Tudo depende da referência.
Até!