segunda-feira, 20 de maio de 2019

KAISER NO LEITE

Foto: Divulgação/Indy Car
E o que parecia uma leve suspeita foi se confirmando nos dias seguintes até se materializar definitivamente neste domingo.

Fernando Alonso, que tanto se preparou e lutou para buscar a tríplice coroa no automobilismo, vai ter que esperar mais um ano. Ele foi eliminado no Bump Day e, portanto, está fora das 500 milhas de Indianápolis.

Desde o início da semana o desempenho do espanhol foi fraco, amargando as últimas posições. O forte acidente no treino livre de quinta também foi um fator agravante, pois sem o chassi feito diretamente da Inglaterra, Alonso teve que lutar com todas as forças com um carro muito problemático.

No sábado, Alonso ficou fora dos 30 que garantiram vaga. Teve que lutar hoje com Pato O'Ward, Max Chilton (aquele), Sage Karam, James Hinchcliffe e Kyle Kaiser. Hinchcliffe e Karam conseguiram. O clímax ficou para o final.

Em 33°, Alonso dependia de uma sequência de voltas mais lentas do piloto com sobrenome de cerveja. Ele corre pela modestíssima DragonRacing, o orçamento mais pobre da categoria em um carro remendado em virtude de um acidente na sexta, com peças emprestadas de outras equipes e com o acerto do carro para o circuito misto de Texas.

O jovem estreante mesmo assim conseguiu uma sequência de voltas suficientemente mais velozes que o espanhol, o que resultou na eliminação de Fernando Alonso da Indy e um momento marcante para Kaiser, que com certeza já é o grande herói desta edição, mesmo largando em último e com remotíssimas chances de fazer mais do que isso. E quem se importa? Isso é realmente necessário?


De quem é a culpa? Com certeza é mais um vexame histórico da McLaren. Depois de tantos anos apanhando na Fórmula 1, agora eu posso dizer que o que aconteceu ontem foi pior. Uma equipe campeã com um piloto bicampeão mundial errou desde o processo inicial ao assinar com a Carlin, que na Indy é uma equipe fraquíssima. Alonso, Chilton e Pato O'Ward estão fora. Dois ex-F1 e um foi recentemente contratado para a academia de pilotos da F1. O único da Carlin que vai largar é o especialista em ovais Charlie Kimball.

Por considerar a Carpenter cara demais e sem o apoio da Andretti igual em 2017, o orgulho e prepotência europeu foram engolidos hoje. Mais um mancha lamentável no cartel da McLaren que respinga em Alonso, o menor dos culpados. Afinal, o espanhol não tem experiência em ovais, mas com certeza a queda hoje não era algo esperado. O que será dele após o fim do Mundial de WEC? O pior é ser superado por equipes que mal têm orçamento e estrutura para competir, como é o caso do carro de Kyle Kaiser.

No Fast Nine, o campeão de 2016 Simon Pagenaud vai largar pela primeira vez na pole na Indy 500, depois do segundo lugar ano passado. Apesar do favoritismo, a Carpenter foi superada, mas colocou outros três carros nas quatro primeiras posições. Ed Carpenter, especialista em treinos na Indy 500, larga em segundo, seguido por Spencer Pigot e Ed Jones, uma Carpenter sob o nome de Scuderia Corsa, a versão americana da Ferrari. Se ferra aí, McLaren...

O estreante Colton Herta larga em quinto, seguido do atual vencedor Will Power e de Sebastian Bourdais. O campeão de 2017 (Josef Newgarden) e o vencedor da Indy 500 (Alexander Rossi) fecham o grid dos nove primeiros. Pesado.

Os brasileiros: buscando o tetra, Hélio Castroneves larga em 12°, Tony Kanaan é o 16° e Matheus Leist é o 24°. Helinho é o que tem mais chances. A dupla da A.J.Foyt vai ter que depender de circunstâncias externas para poderem brilhar. Atual campeão e pole do ano passado, Scott Dixon é só  o 18°, mas nunca se duvidem dele. Outro vencedor da Indy 500, Ryan Hunter-Reay é o 22°.

Legal também ver que o esforço da Pippa Mann dessa vez foi recompensado. Ela conseguiu o 30° lugar da classificação direta no sábado. Parabéns pra ela.

Agora é só aguardar para a corrida na semana que vem. Para Alonso e McLaren, fica aquele gosto de leite azedo com Kaiser. Se só a cerveja já é meio enjoante, imagina essa mistura...

Confira o grid completo com os 33 que largam na Indy 500 2019:


Até!

quarta-feira, 15 de maio de 2019

EFEITO MAX

Foto: Getty Images
E os boatos se confirmaram. A FIA anunciou que a partir do ano que vem teremos o retorno do GP da Holanda, em Zandvoort, depois de 35 anos de ausência. O contrato é de três anos.

O atual traçado tem 4.307 metros, 14 curvas e três retas. Segundo meus cálculos, terá em torno de 72 voltas, quase a mesma duração do GP do Brasil. O antigo traçado, que sediou a corrida de 1952 até 1985, já não existe mais. Atualmente, acontecem corridas de monopostos da base e carros de turismo.

Como disse o finado Charlie Whiting no ano passado, ainda serão necessários alguns ajustes no complexo, seja na pista, na estrutura do paddock ou em ambos. Pelo que eu vi da onboard do Max Verstappen dois anos atrás, é uma pista travada e estreita. Pista travada e estreita significa mais uma procissão... mas convenhamos, qual corrida não é chata hoje na Fórmula 1?

Uma parte do quebra-cabeça foi montada, a entrada da Holanda. Isso significa a saída da Espanha? A Liberty não confirmou nada, mas é isso que está sendo especulado nas últimas semanas. Nos próximos meses, as peças de Itália, Inglaterra, Alemanha e México deverão se mexer.

Zandvoort fica a 25 km de Amsterdã e tem uma bela praia. Realizada no verão europeu, com certeza será um sucesso de público, tanto pelo fanatismo dos holandeses com Max Verstappen, o que se tornou praxe no mundo inteiro, como pelas atrações da cidade de 15 mil habitantes no norte holandês.

Explorar mercados e aproveitar o embalo esportivo é fundamental para que a Liberty consiga o que quer: dinheiro e engajamento. Nisto eles são bons, não há dúvida. Agora, só falta o principal: aliar isso a um ótimo espetáculo esportivo.

Confira o onboard de Max Verstappen no seu quintal, em 2017. Gostou do "novo" circuito da Fórmula 1?

Até!




terça-feira, 14 de maio de 2019

EM CÍRCULOS

Foto: Getty Images
Cinco anos com as novas regras e tudo segue a mesma. Um amplo domínio da Mercedes. A Ferrari se aproximou, se distanciou, se aproximou, se aproximou e agora se distanciou mais. Com o regulamento congelado, a F1 não é Indy, mas anda em círculos.

Sem muitos testes, é impossível mudar a hierarquia das equipes. Enquanto uns tem muito dinheiro, outros têm quase nada. Como haver equilíbrio?

Com poucas montadoras, os motores ficam concentrados nelas. Alguém realmente acredita que as equipes satélites recebem o mesmo motor da matriz? Só aí já existe uma diferença clara de desempenho.

Outra coisa: a diferença entre Mercedes, Ferrari e Red Bull para os demais é constrangedora. Existe um abismo que só nos anos 1980/1990 existia. Nem com grid invertido teria alguma diversão, as coisas se resolveriam em 20 ou 30 voltas.

Diante de tantas reclamações, o que fazer? A Liberty não consegue nada porque a política interna das equipes a impede, além de não haver o jogo de cintura, hierarquia e autoridade que Bernie Ecclestone impunhava.

Nem na época de Schumacher a F1 era tão chata. Tirando 2002 e 2004, os outros anos foram bem decentes. Depois, tivemos temporadas boas e disputadas até 2012. Agora, depende de uma mudança no regulamento pra algo talvez acontecer.

Estamos em círculos há anos, mas parece que ninguém ali se importa.A F1 simplesmente atingiu seu limite com esse modelo. Como eu  escrevi, acho que eles não se importam. E os pouquíssimos fãs, o que farão? Muitos só assistem porque Hamilton é pop star. Os pilotos de hoje não têm carisma. Com as corridas iguais e nada de diferente acontecendo em absolutamente nada, é difícil ter o que escrever.

A F1 cansa pra escrever, assistir, acordar e tudo mais. Eu não tenho mais coelhos da cartola para tirar. É uma sensação de esgotamento, isso que estamos em maio. Eu cansei. Escrever algumas linhas inúteis aqui já está sendo bastante trabalhoso. Não vou abandonar nem nada, mas não existe algo além para continuar assim. Vou tentar explorar algumas histórias antigas que disse antes e ver o que acontece.

Até mais.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

500 METROS

Foto: Getty Images
Deve ter sido mais ou menos isso o que durou a corrida de hoje, na Espanha. Segundo Bottas, um problema na embreagem o fez largar mal e perder a liderança para Lewis Hamilton na primeira curva, de onde não saiu mais.

Vettel chegou a emparelhar por fora, mas travou os pneus e acabou atrapalhando Leclerc, permitindo que Verstappen ultrapassasse ambos. E assim terminou.

Impressionante como a Ferrari é comandada por lontras no quesito estratégia. Nas duas paradas, os dois atrapalharam um ao outro até a equipe dar a passagem de fato. Leclerc faria apenas uma parada, enquanto Vettel faria duas.

A procissão se encaminhava para seu final até que o herói Lando Norris resolveu dar emoção a corrida ao tentar passar Lance Stroll e acabar batendo no canadense. Duas grandes ações para acordar quem já estava roncando: bater e tirar Stroll. Safety Car. Habemus corrida.

Não. Ficou tudo do jeito que está entre os seis primeiros. Me recuso a acreditar que Gasly pilota a mesma máquina que Verstappen. A diferença entre os dois pilotos é grande, mas não pode ser essa. É desproporcional.

A única coisa que isso girou foi a briga encarniçada do sétimo lugar em diante pós-SC. Quase que os dois pilotos sem cérebro da Haas colocaram tudo a perder numa disputa de posição. Magnussen se defendeu e Grosjean danificou o assoalho, perdendo posições e fazendo de tudo para não pontuar mesmo com o carro americano sendo facilmente o quarto melhor do final de semana. Fracassou, pois foi o décimo.

Carlos Sainz saiu da 13° posição e, com sorte e estratégica, conseguiu ultrapassagens para conseguir um bom oitavo lugar em casa, para a vibração daqueles que ainda vão ao grande prêmio depois da aposentadoria da Fênix. Kvyat, o melhor final de semana dele em anos foi recompensado com um nono lugar positivo.

A Renault parece estagnada ou então pior, muito pior. Temporada decepcionante demais. Daqui a pouco, se continuar assim, eles vão pular fora do circo outra vez. Alguém viu a Alfa Romeo por aí? Giovinazzi é o novo Vandoorne.

Cinco dobradinhas no topo e no final. A Mercedes é uma máquina de regularidade e, sinceramente, apesar de não acontecer quase nada, está cada vez mais difícil de escrever sobre as corridas, justamente por isso. É doloroso escrever poucas linhas por algo tão ruim. E assim o mundo continua girando, resta a nós saber em qual etapa Hamilton será hexa. Agora faltam 15 para se igualar a Schummi.

Confira a classificação final do GP da Espanha:


Até!

sexta-feira, 10 de maio de 2019

MAIS DO MESMO

Foto: Reuters
Todas as equipes trazem alguma atualização para a Espanha, onde começa a temporada europeia. A Ferrari trouxe novo motor e até animou aqueles que ainda acreditam que desse mato sai cachorro. Na quinta-feira, Vettel tratou de jogar um balde de gelo em tudo, intencionalmente ou não, falando que mesmo assim não seria suficiente para superar os alemães.

Talvez isso seja verdade, porque Bottas dominou os dois treinos. A diferença variou entre um e três décimos. Hamilton foi um pouco apagado no primeiro treino livre, mas no segundo encostou no finlandês. O que estamos vendo, até aqui, é o finlandês sendo mais veloz que o maior poleman da história da Fórmula 1. Não é pouca coisa. No entanto, a velha pergunta: o quanto Hamilton, o próprio Bottas e a Ferrari estão escondendo o jogo pra sábado? Será que isso faz alguma diferença? E de novo Leclerc é mais rápido que o tetracampeão, o que não parece ser permitido nas terras de Maranello...

A Haas foi outra que trocou tudo no carro e, com tudo novo, está só atrás do trio de ferro. O problema é que falta pilotos, que sempre cometem pataquadas durante as corridas. O pelotão intermediário está, como sempre, encarniçado, e a Williams fecha o grid. Mais do mesmo.

Sobre o tal embróglio Rio-São Paulo, apenas algumas linhas porque não estou com vontade de refutar tudo: é mais fácil não ter mais corrida no Brasil do que a F1 ir para o Rio de Janeiro. É isso.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Espanha:



Até!

GP DA ESPANHA - Programação

O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Montmeló (desde 1991).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Daniel Ricciardo: 1:18.441 (Red Bull, 2018)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:16.173 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004)

LECLERC: "FERRARI PRECISA DE ACERTO PERFEITO"

Foto: Motorsport
Mesmo com quatro derrotas em quatro corridas, o monegasco está confiante com as capacidades do carro italiano em deter as flechas de prata.

"Dependendo das condições de pista, esse carro exige um acerto extremamente preciso para ser realmente rápido, mas o potencial está lá. Na Austrália e na China, a Mercedes foi mais rápida, mas, no Bahrein, nós tínhamos o carro mais rápido e de novo em Baku nós tínhamos tudo nas mãos para ter o melhor carro outra vez”, afirmou para o jornal monegasco 'Matin'.

Outro tópico abordado na entrevista foi, segundo Leclerc, ter aumentado o número de pessoas comentando sobre a disputa na Ferrari e sua relação com Sebastian Vettel.

“Eu notei que existem mais comentários sobre Vettel e eu nas redes sociais. De certa forma, posso entender isso. Hamilton e Bottas estão juntos há algum tempo, enquanto que a Ferrari trouxe um piloto jovem, e as pessoas estão acompanhando o que eu faço. Isso é natural”, completou.

É um otimismo admirável o de Leclerc. Apenas no Bahrein a Ferrari se apresentou em condições de dominar e vencer uma corrida e o teria feito, se não fosse o problema com o #16 no final da prova. Nas outras etapas, os italianos foram facilmente batidos e não acredito que Leclerc teria feito a pole se não tivesse batido no Q2.


Talvez a Ferrari realmente só funcione em determinadas características específicas, o que é suficiente para vencer corridas e não campeonatos. Em Barcelona, por exemplo, dominou nos treinos livres. Agora, lá está mais quente e as equipes também trazem novidades aerodinâmicas, além de andar no limite. Será que esse poderio por lá é real ou é mais uma ilusão de pré-temporada? Veremos.

À ESPERA DE UM MILAGRE

Foto: Grande Prêmio
A Williams vai trazer para este final de semana algumas atualizações para o FW42, visando diminuir a distância que existe com as demais equipes no campeonato.

“Teremos algumas pequenas melhoras que vão chegar em Barcelona. Acho que isso vai nos dar uma boa ideia de como o carro vai se desenvolver durante o restante da temporada. Não é uma atualização completa, mas vai nos dar um rumo mais claro para saber onde devemos nos focar, e com base neste resultados, vamos saber se teremos alguma esperança para o resto da temporada ou não”, disse George Russell para o 'Motorsport'.

Campeão da F2 e um dos pilotos da academia da Mercedes, Russell chegou na categoria repleto de expectativas que, neste primeiro momento, não podem ser sequer analisadas em virtude do terrível carro que pilota. No entanto, o inglês recorda que não é a primeira vez na carreira que enfrenta um período difícil pela falta de competitividade em uma categoria, como já foi visto no kart (onde foi campeão europeu) e também na F3 europeia.

“Não é meu primeiro ano complicado. Meu último ano no kart foi muito difícil. Fui para uma equipe que não estava dando certo no momento e vi como uma situação em que só valia a pena vencer. Se não tivesse feito isso, eles teriam me culpado por trocar de equipe. Você pode chamar a temporada de desenvolvimento de pilotos, e vivi isso também na F3. Minhas duas temporadas estiveram bem longe de ser perfeitas, e isso me ajudou a ser o piloto que sou hoje, já que aprendi muitas lições naqueles momentos”, finalizou o inglês do carro #63.


Nem a competição interna é capaz de fazer algum julgamento sobre Russell, pois Kubica não tem a mesma capacidade física para extrair o melhor do carro. No entanto, ele está fazendo o que pode. No ano passado, mostrou ter talento e regularidade para bater a sensação compatriota Lando Norris, por exemplo. Hoje, Lando é um dos destaques da McLaren. Se for possível usar isso como parâmetro de lógica, Russell está no caminho certo, mas isso só o futuro pode julgar, e provavelmente não vai ser nessa Williams combalida. Seria onde? Bottas está bem, Ocon é o reserva imediato, a Racing Point agora tem Stroll... não restam muitas opções para Russell.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 87 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 86 pontos
3 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 52 pontos
4 - Max Verstappen (Red Bull) - 51 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 47 pontos
6 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 13 pontos
7 - Pierre Gasly (Red Bull) - 13 pontos
8 - Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 13 pontos
9 - Lando Norris (McLaren) - 12 pontos
10- Kevin Magnussen (Haas) - 8 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 6 pontos
12- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 6 pontos
13- Daniel Ricciardo (Renault) - 6 pontos
14- Lance Stroll (Racing Point) - 4 pontos
15- Alexander Albon (Toro Rosso) - 3 pontos
16- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 173 pontos
2 - Ferrari - 99 pontos
3 - Red Bull Honda - 64 pontos
4 - McLaren Renault - 18 pontos
5 - Racing Point Mercedes - 17 pontos
6 - Alfa Romeo Ferrari - 13 pontos
7 - Renault - 12 pontos
8 - Haas Ferrari - 8 pontos
9 - Toro Rosso Honda - 4 pontos

CLASSIFICAÇÃO:







quarta-feira, 8 de maio de 2019

FIM DE CICLOS?

Foto: Divulgação
Estamos apenas na quinta etapa do ano, mas as coisas estão muito quentes no que se refere as negociações envolvendo Liberty Media e as organizadoras dos circuitos que querem entrar e/ou permanecer na categoria.

Começando pelo que está confirmado: no ano que vem, será realizado o primeiro Grande Prêmio do Vietnã, nas ruas da capital Hanoi. Já começaram as obras e a tendência é que seja realizada em outubro de 2020. Vendo o on-board de como ficaria, ela me lembra bastante uma mistura de Valência com Cingapura.


Vamos para a (extensa) lista de indefinições: começando pela próxima corrida, na Espanha. Segundo os organizadores, a questão é uma só, e quase unânime entre os negociantes de todos os GPs: diminuir a taxa anual paga a Liberty Media. Os valores foram assinados ainda sob a gestão Bernie Ecclestone, que pegava cada centavo e tornou essa indústria insustentável, principalmente para os países europeus, não abastecidos por donos e bilionários sheiks do Oriente Médio. Ah, um fator que pode ser muito importante também é a provável diminuição pela procura de ingressos em virtude da saída de Fernando Alonso da categoria.

Pro lugar da Espanha, pode chegar o retorno do GP da Holanda, em Zandvoort, afastada da categoria desde 1985. Claro que o motivo é evidente: aproveitar o efeito Max Verstappen que enche as corridas próximas da localidade holandesa, principalmente em Spa Francochamps. O falecido Charlie Whiting chegou a realizar vistorias e acreditava que apenas alguns ajustes devem ser feitos para tudo ficar pronto. Algumas publicações da imprensa europeia já cravam que a corrida holandesa irá substituir o circuito espanhol a partir do ano que vem.

Como sempre, Inglaterra e Itália todo ano tem drama e todo ano renovam, até que um dia isso não aconteça. Presentes desde os primórdios da categoria, o diretor de Silverstone já sinalizou que existem negociações, mas nada perto de algum desfecho. Por outro lado, como sempre dramático, o GP em Monza tem um "acordo provisório" para renovação até 2024. O empecilho financeiro é a grande questão para ser superada, pra variar.

A Alemanha praticamente participa uma vez a cada dois anos da categoria. Com Nurburgring falida há alguns anos, Hockenheim segue o mesmo caminho de dificuldades financeiras. Para esta temporada, a Mercedes ajudou com os custos. No entanto, diante dos cortes que estão fazendo, parece improvável que esse tipo de aporte seja realizado no ano que vem. Um país ioiô na F1 mesmo conquistando 12 títulos de pilotos e 5 de equipes nos últimos 25 anos, os custos são altíssimos. O promotor da corrida disse que houve maior procura de ingressos para assistir a F2, que tem Mick Schumacher, do que para a própria F1.

Incrível perceber que os três principais pólos tradicionais da F1 pode estar de saída, talvez quatro (considerando que a corrida na Espanha sempre foi tradicional, mesmo quando só De La Rosa e Alonso passaram a disputar a categoria no início dos anos 2000 enquanto a grande paixão é a Moto GP)

O México, país que mais recebe público desde o retorno para a categoria em 2015, também está com um pé fora. Sem mais o apoio do governo federal, que cortou gastos, a tendência é que mesmo sendo um sucesso de público e carisma os mexicanos voltem a ficar ausentes, pra tristeza de Checo Pérez. Outro mercado importantíssimo na América Latina e no "espalhamento" da popularidade da categoria pelo mundo.

Pra fechar, parece que o tal GP de Miami ficou em stand-by. Os organizadores recuaram após os protestos das associações de moradores das áreas onde ficaria o circuito nos três dias de competição e vão tentar renegociar um novo traçado. Essa é a que menos importa. Ninguém se importa com mais corridas nos Estados Unidos e nem os americanos ficam empolgados com a categoria europeia.

Provavelmente nem todas fiquem fora, o que seria uma loucura. Trata-se apenas de uma questão de barganha, embora Alemanha, México e Espanha parecem, pelos relatos, distantes. Isso vai de encontro ao que disse Christian Horner, chefão da Red Bull, sobre o possível aumento do calendário para 23 etapas. Hoje, são 21 etapas. Com a inclusão de Vietnã e talvez Holanda, seriam 23. No entanto, sem Alemanha, Espanha e México, cairia pra 20, talvez 19, se a Inglaterra também der pra trás.

São todos circuitos importantíssimos em termos de negócios e marketing, alguns nem são grandes traçados e por isso não fariam falta (né, Espanha?). No entanto, a maioria é da fatia europeia, que basicamente sustenta o negócio. Diante do impasse nas negociações do novo Pacto de Concórdia e da cada vez maior dificuldade de negociar os caríssimos termos das taxas assinadas ainda por Bernie Ecclestone, não é exagero dizer que o futuro da categoria está ameaçado no médio/longo-prazo, principalmente também pela questão do uso dos combustíveis fósseis cada vez diminuírem em acordos das montadores e dos países.

O futuro é realmente sombrio ou mais uma vez estamos sendo assustados pelos boatos e ameaças de negociações de barganha? Abre o olho, bigodudo, Ross Brawn e Jean Todt.

Até!