terça-feira, 3 de outubro de 2017

O QUE SOBROU DA WILLIAMS

Foto: Motorsport
Desde o início da temporada o foco da Williams está em 2018, ano do novo regulamento e a primeira temporada onde Paddy Lowe e seu staff irão trabalhar no carro do time de Grove. Com o know-how de ter sido campeão na Mercedes, é um bom indicativo para a equipe inglesa possa evoluir na aerodinâmica e não só depender do potente motor Mercedes, que deu resultado efetivo apenas em 2014. Com desconto para o uso do motor alemão, uma nova equipe para construir um novo carro para um novo regulamento para o ano que vem, as coisas parecem promissoras, não?

Bem... só falta o principal: pilotos. Sim, no plural. Esqueça: Stroll permanecerá na Williams até quando Sr. Lawrence cansar de queimar dinheiro. Ou seja, resta uma vaga, a mais importante disponível na F1 para o ano que vem, diante do fato que Ferrari, Red Bull, Mercedes, Renault, Force India e McLaren estão com seus cockpits definidos.

Felipe Massa está com sua posição ameaçada e corre sério risco de ser aposentado outra vez, agora sem direito a um retorno triunfal surpreendente. A questão é que o brasileiro vem perdendo rendimento nas últimas corridas e está próximo da façanha de ser ultrapassado pelo estreante rico no campeonato. O experiente brasileiro permaneceu na Williams para ser uma espécie de "tutor" de Stroll. Agora, a partir do momento em que Lance começa a superá-lo nos pontos, Massa já teria concluído sua missão nesse retorno à categoria e poderia ser descartado. Afinal, Stroll teria em seu currículo logo no primeiro ano de F1 superado um vice-campeão mundial. Nada mal, se não fosse por acasos e ordens de equipe como a realizada na última corrida, na Malásia.

Foto: LAT Images
Bom, e se Massa sair (o que acho provável), quem seria o seu substituto? Vamos com os candidatos: Paul di Resta. Sim, ele mesmo. O escocês ressuscitou na categoria ao substituir o brasileiro na Hungria. Não pode fazer muita coisa porque estava fora da F1 há quatro anos e entrou numa fria, num cockpit pequeno (ele é maior que Massa) e sem nunca ter andado com as novas unidades híbridas da F1. Bem, parece que ele impressionou o time de Grove e seria uma indicação de Sr. Lawrence. Nessas condições, seria mais um adversário fácil para Stroll vencer sem mais incomodações em seu segundo ano na F1. Se Di Resta quando mais jovem não empolgou durante os anos em que esteve na Force India, seria muito improvável conseguir fazer algo a essa altura da carreira, convenhamos.

Possível parceiro de Stroll para 2018. Foto: F1
Candidato dois: Robert Kubica. Depois de flertar com a Renault e ver Sainz pegar sua suposta vaga, as notícias envolvendo o polonês diminuíram justamente depois de seu teste coletivo pela equipe francesa na Hungria, em agosto. A informação de bastidores é que Kubica continua veloz, mas com stints inconsistentes para se manter competitivo na F1. Realmente, dirigir praticamente com uma mão só deve ser muito difícil, ainda mais afastado da categoria desde 2010. Dizem que Sr. Lawrence não deseja Kubica na equipe por dois motivos. 1) O polonês é naturalmente talentoso e 2) Mesmo bem longe de suas melhores condições físicas seria capaz de vencer Stroll, o que pegaria mal para o canadense. Como já escrevi antes, o retorno de Kubica seria fantástico para a F1, a questão é que sua real condição nesse momento é uma grande incógnita e ninguém parece, a princípio, disposto a embarcar nessa aposta.

Imagine um macacão da Williams aí? É possível. Foto: LAT Images
E a alternativa três surgiu de forma concreta nesse fim de semana. Toto Wolff, chefão da Mercedes, disse que Pascal Wehrlein é um dos candidatos a vaga da Williams. Ora, a equipe inglesa usa o motor alemão com um desconto... teria Toto, ex-sócio de Grove, poder de indicação? Ele diz que não. Também acho improvável, ainda mais com papai Stroll no comando... Outra situação que é um empecilho para a vida do jovem piloto alemão é o fato de a Martini, principal patrocinadora da Williams, exigir que um de seus pilotos tenha mais de 25 anos para que possa participar das campanhas de publicidade da empresa. Stroll tem 18 e Wehrlein 22. Ou seja, seria inviável. Entretanto, se o piloto reserva cumprisse esses requisitos, não haveria mais nenhum problema. Wehrlein vive situação parecida na Sauber. Prestes a ser substituído por Charles Leclerc, o talentoso alemão não teria condições de mandar Ericsson embora, o que seria o natural, pelo fato da Tetrapak mandar na Sauber e ser um dos patrocinadores do piloto.

Depois de pontuar com as duas piores equipes do grid, Pascal pode ganhar a grande chance da carreira. Foto: F1 Fanatic
Resumindo: é muito triste ver que a Williams, uma das três equipes mais tradicionais da F1 e que dominou os anos 1990, esteja nas mãos de um milionário canadense e se transformado em um playground de rico. Certamente Frank se arrepende de ter dispensado tantos grandes pilotos anteriormente como Hill, Mansell e Villeneuve pelo fato de que importava apenas o título de construtores para ter nos últimos anos pilotos como Maldonado e Nakajima. Desde a saída da BMW que os ingleses viraram coadjuvantes, apenas voltando a ter um leve brilhareco agora.

Se a equipe tem um bom material humano de engenheiros e saúde financeira para fazer um bom carro para 2018, certamente faltará pilotos capazes de extrair esse potencial, independente da escolha que será feita e que não fugirá desses nomes. O melhor seria dar uma chance para Wehrlein pelo trabalho do alemão nos dois últimos anos. Entretanto, Wehrlein e Stroll não é uma dupla compatível com a história da Williams. Minha segunda opção seria manter Felipe Massa porque Robert Kubica é uma incógnita e não existiria nenhum sentido o retorno de Paul di Resta para a categoria, mesmo que seja para levantar o hype de Stroll, isso seria muito feio.

Ou seja, o destino da icônica Williams está nas mãos e no dinheiro de Sr. Lawrence, que irá escolher ou um piloto aposentado, uma incógnita de um braço só ou uma jovem promessa. Independente da decisão, os ingleses sairão perdendo e Stroll será beneficiado. E o pai Lawrence está errado em querer o melhor para o filho? Claro que não, ainda mais que isso envolve muito dinheiro...

Qual a sua opinião?

Até mais!

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

AINDA HÁ CAMPEONATO?

Foto: Getty Images
Até sábado isso não era uma pergunta, mas sim uma certeza. Hamilton estava (e ainda está) com o caminho aberto para a conquista do tetracampeonato. Entretanto, diante da vitória com autoridade de Verstappen e o desempenho espetacular de Vettel me colocaram uma pulga atrás da orelha e retirar tal certeza até aqui.

A corrida da Malásia (uma pena ter sido a última) se apresentava, na teoria, para um certo domínio da Mercedes. Não foi o que se viu. Desde sexta-feira os alemães estiveram em dificuldades. O novo pacote aerodinâmico não funcionou, o que forçou Hamilton a utilizar o antigo, que se mostrou mais eficaz no fim de semana. Bottas permaneceu com o novo, porém seu desempenho foi muito fraco, um dos piores do ano.

A Red Bull apresentou um ritmo de corrida muito bom e iria incomodar. A vitória de Verstappen foi acachapante. Dizem que a pessoa vive um inferno astral um mês antes do dia do aniversário. Parece que o mau momento do holandês se foi. Vitória para virar a página e continuar mostrando seu imenso talento na categoria. Max pode ser o fiel da balança para o título, roubando pontos de Vettel e de Hamilton. Ricciardo, sempre consistente, fechou o pódio em terceiro. Lewis não quis brigar, pois sabe que tem um campeonato para disputar e que Verstappen é perigoso no que se refere a disputas.

Foto: Getty Images
A maior perdedora das últimas duas corridas foi indiscutivelmente a Ferrari. Sendo otimista, os italianos tinham grandes chances de fazer dobradinha nas em Cingapura e na Malásia. O desempenho de Vettel diz tudo. Ritmo alucinante, uma corrida espetacular e, embora tenha aumentado em mais seis pontos a sua desvantagem em relação a Hamilton, ficou o gostinho de que podia ter sido pior (e melhor também). A Ferrari alterna com os alemães o posto de melhor carro. Suzuka é um circuito veloz. Teoricamente, a Mercedes teria menos vantagem e seria uma oportunidade de os italianos começarem a recuperar terreno. Ficou claro que, se Vettel participasse do treino, seria pole e venceria com facilidade e se Raikkonen largasse faria o mesmo. Mas o "se" não existe, e para piorar, Seb foi atingido por Stroll após o fim da corrida. Não houve culpados, apenas desatenção do canadense e imprudência do tetracampeão que pode lhe custar o câmbio.

Foto: Reprodução
No resto do pelotão, o grande destaque foi Stoffel Vandoorne. O que os críticos precoces têm a dizer sobre o belga? Ele é o futuro da McLaren. Sétimo lugar em uma corrida excelente, desde o início entre os dez primeiros e simplesmente ultrapassou Alonso no Mundial (13 a 10). Inegável dizer que a Honda teve uma evolução nas últimas provas. Feliz em ver que Vandoorne, mesmo em um ano tão complicado, começa a se destacar depois de um início muito complicado e alguns erros. Pérez e sua especialidade: o ritmo de corrida. Superou seu companheiro de equipe logo na largada. Aliás, Ocon não foi nada bem: largou mal, bateu em Massa no início, rodou e depois não conseguiu superar as Williams.

O desempenho de Massa é preocupante. O brasileiro começou a ser superado constantemente por um adolescente pagante. Tudo bem que era previsível que Sr. Lawrence ia dar as cartas na equipe, mas se sujeitar a isso e estar somente um ponto na frente de um novato é constrangedor. Sua vaga está mais do que incerta, e desempenhos como este justificam sua possível (e provável?) substituição por pilotos que estão afastados da categoria há um bom tempo. Falarei mais sobre esse tema nessa semana.

Pierre Gasly fez uma estreia regular. Não bateu e nem fez bobagens igual seu antecessor, mas não tinha muito o que fazer na prova. É difícil avaliar por uma corrida, porém se mantiver uma média de desempenhos semelhante a isso e conseguir alguns pontinhos, sua vaga na Toro Rosso em 2018 está mais do que certa.

Sobre a questão: A Ferrari e a Red Bull tem potencial para superar a Mercedes mais do que era esperado. Entretanto, nessas duas provas onde esteve em desvantagem dentro da pista, Hamilton conseguiu uma vantagem muito sólida de 34 pontos e Vettel, mesmo que emplaque uma grande sequência de vitórias, precisaria ainda torcer por um abandono do inglês que ainda não veio. Difícil? Sim, mas não impossível. Não sejam pessimistas que ainda há, sim, muito campeonato pela frente.

Confira a classificação final do Grande Prêmio da Malásia:


A Fórmula 1 volta nessa semana já com o Grande Prêmio do Japão, nos dias 6, 7 e 8 de outubro. Até mais!

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

SUSPENSE

Foto: Getty Images
E o grande destaque dessa sexta de treinos livres na Malásia foi um bueiro. Também pudera. Com a chuva que caia em Sepang e a política da F1 de evitar ao máximo correr em condições minimamente difíceis, os pilotos tiveram pouco tempo para efetuar os ajustes do final de semana e mantiveram o clima de expectativa para o qualyfing e a corrida.

No TL1, os pilotos só foram para a pista nos 30 minutos finais, quando o Safety Car liberou a entrada dos carros. A Red Bull foi a mais rápida com Verstappen e Ricciardo na frente. Em uma volta, Alonso ficou com o terceiro tempo, seguido de Raikkonen, Vettel, Hamiton e Bottas. Stroll foi o oitavo, confirmando que a pista molhada é o seu ponto forte.

A sessão também teve a estreia de Pierre Gasly na Toro Rosso e as presenças de Sergey Sirotkin na Renault, Charles Leclerc na Sauber, Antonio Giovinazzi na Haas e Sean Gelael, também na Toro Rosso.

Foto: Getty Images

No TL2, com a pista seca, Vettel foi o mais veloz, seguido de Raikkonen, Ricciardo, Verstappen, Alonso e as Mercedes de Hamilton e Bottas somente nas sexta e sétima posições, respectivamente. Isso preocupa Lewis e coloca um ponto de interrogação no suposto favoritismo dos alemães para a corrida. Apesar disso, como sempre, prefiro dizer que é tudo blefe e será um passeio da Mercedes caso não tenha chuva.

Massa, que não participou do TL1, ficou em 12°, duas posições a frente de Stroll. Entretanto, o grande destaque do dia foi um bueiro solto após uma passagem de Bottas por uma das zebras do circuito acabou estourando o pneu de Romain Grosjean, fazendo a Haas bater forte na barreira de pneus. O piloto não teve graves lesões. Diante disso, a FIA deu mais tempo para a equipe americana fazer reparos no carro para classificação porque a ação não teve culpa do piloto ou da equipe. A Federação também afirmou que irá inspecionar todos os bueiros da pista e, como é a última edição no país, fazer o que é possível para acontecer mais incidentes como esse.

Massa passava logo atrás e chegou a brincar com a possibilidade de ser atingido pela tampa de bueiro em alta velocidade, lembrando da mola que lhe atingiu na Hungria, em 2009. Seria um azar inacreditável.

Com o favoritismo ainda não confirmado pela Mercedes e a incerteza quanto ao clima, a Malásia se despede da F1 prometendo agitar o campeonato nessa etapa final por Sepang.

Confira a classificação dos treinos livres para o Grande Prêmio da Malásia:



Até!

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

GP DA MALÁSIA - Programação

O Grande Prêmio da Malásia foi incluído no campeonato da Fórmula 1 pela primeira vez em 1999 e terá a sua última edição disputada nesse ano. Todas as corridas aconteceram no Sepang Internacional Circuit, em Sepang, Malásia.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Juan Pablo Montoya - 1:34.223 (Williams, 2004)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:32.850 (Mercedes, 2016)
Último vencedor: Daniel Ricciardo (Red Bull)
Maior vencedor: Sebastian Vettel - 4x (2010, 2011, 2013 e 2015)

ASTON MARTIN SERÁ PATROCINADORA PRINCIPAL DA RED BULL A PARTIR DE 2018

Foto: Getty Images
No ano passado, as duas companhias se juntaram para desenvolver o supercarro Valkyrie. No ano que vem, os taurinos têm um novo nome: Aston Martin Red Bull Racing. Como parte do acordo, será construído um novo Centro Avançado de Performance na fábrica da Red Bull, em Milton Keynes.

Andy Palmer, presidente da companhia britânica, afirma que a Aston Martin tem interesse em produzir motores para a F1 a partir de 2021. No entanto, o foco agora é na parceria comercial e técnica com a Red Bull. Motor do futuro?
Neste novo acordo, a Aston Martin estará de forma "proeminente" em toda a equipe e existe a previsão de criação de mais de 100 vagas de trabalho com a extensão do projeto de supercarros entre as duas partes.

Será que as coisas estão ficando mais claras? Com a Renault sinalizando o fim da parceria com a Red Bull para o fim do ano que vem, a alternativa da equipe austríaca seria um acordo de dois anos com a Honda para as temporadas 2019 e 2020 para construir o próprio motor em 2021, ou uma parceria com Porsche ou agora a Aston Martin.


Pena que falta muito tempo para que isso se desenrole, mas confesso que EMPOLGOU legal por aqui. Resta saber se Helmut Marko e Christian Horner irão abrir mão de mais duas temporadas sem títulos com os japoneses apostando em um pulo do gato para daqui quatro anos.

HAMILTON NÃO PENSA EM SUPERAR TÍTULOS DE SCHUMACHER

Foto: Getty Images
Inglês, no entanto, foi contraditório: um de seus objetivos é superar o número de vitórias do alemão (91) até o fim da carreira. A distância ainda é longa: Faltam 31 vitórias, o que poderia ser alcançado em mais três ou quatro anos caso Hamilton mantenha-se como uma força hegemônica na categoria, o que acontece desde 2014.

O novo recordista de pole position da F1 (69) busca o tetracampeonato, mas não pensa em igualar o hepta Schummy. "Estou aproveitando o desafio - o fato de termos um carro equilibrado ao lado de uma Ferrari e às vezes uma RBR, então é ótimo poder ser desafiado por outra equipe e realmente ter que jogar com suas qualidades e trabalhar em suas fraquezas. Mas no final de cada temporada, você sempre pensa em seu futuro. Eu estabeleci um bom plano quinquenal, mas é alterado todos os anos, quando você adiciona mais um ano a ele", afirmou.

O novo líder do campeonato completou afirmando que "As vitórias são mais excitantes para tentar e perseguir. Os recordes existem para ser quebrados, então, em algum momento, alguém vai quebrá-los. Se serei eu, não posso te dizer". É inacreditável pensar que um dos recordes de Schumacher tenha durado "apenas" onze anos. Um gênio que enfileirou títulos, poles, vitórias e pódios. A marca de 91 vitórias me parece impossível de ser atingida por um piloto da F1 no médio-prazo, a não ser que um menino prodígio estreie no melhor carro aos 18 anos e fique a carreira inteira por lá, aí sim teremos números mais impressionantes.


A nem tão nova geração da F1 provavelmente terá dois tetracampeões, um recordista de poles e dois pilotos entre os maiores poleman e vencedores da história da categoria. Somos privilegiados de ver Hamilton e Vettel disputando quase que igualmente o título mundial. Uma pena o talento de Alonso não ser refletido em números, mas isso é culpa do espanhol e assunto para outros debates.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 263 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 235 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 212 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 162 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 138 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 68 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 68 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 56 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 48 pontos
10- Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 31 pontos
12- Lance Stroll (Williams) - 28 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 26 pontos
14- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
15- Fernando Alonso (McLaren) - 10 pontos
16- Jolyon Palmer (Renault) - 8 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 7 pontos
18- Pascal Wehrlein (Sauber) - 5 pontos
19- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 4 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 475 pontos
2 - Ferrari - 373 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 230 pontos
4 - Force India Mercedes - 124 pontos
5 - Williams Mercedes - 59 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 52 pontos
7 - Renault - 42 pontos
8 - Haas Ferrari - 37 pontos
9 - McLaren Honda - 17 pontos
10- Sauber Ferrari - 5 pontos

TRANSMISSÃO:



RETROSPECTIVA SEPANG

Foto: Bandeira Verde
Fala, galera! Como será a última corrida da F1 na Malásia, o blog resolveu listar as corridas mais significativas que aconteceram em Sepang para que você possa acompanhar. Vamos lá!

Foto: Lemyr Martins
Essa corrida eu publiquei no ano passado. A primeira vez da Malásia na F1 foi em 1999, na penúltima etapa do campeonato. Ela marcou o retorno de Michael Schumacher nas pistas após ter fraturado a perna em Silverstone. O alemão teve um fim de semana de gala: pole position e tinha tudo para coroar com uma vitória magistral. Entretanto, o então bicampeão mundial teve que fazer, quem diria, papel de escudeiro: no fim da prova, abriu passagem para o companheiro de equipe Eddie Irvine vencer e abrir vantagem para Mika Hakkinen na disputa pelo título. Dobradinha da Ferrari e tudo indicava que o jejum de 20 anos sem títulos seria quebrado pelo irlandês. Ledo engano: em Suzuka, Hakkinen venceu, Irvine foi apenas o quinto e o finlandês sagrou-se bicampeão mundial.


Foto: F1 Expert
O F2001 foi um dos carros mais dominantes da F1. Tudo indicava uma dobradinha Schumacher-Barrichello, até que as duas Ferraris escaparam da pista após derraparem na mancha de óleo deixada pela BAR de Olivier Panis, a chegada da chuva e um erro no pit de Rubinho fizeram as duas Ferraris caírem para as últimas posições. Entretanto, depois que a pista secou, os dois não tiveram dificuldades para escalar o pelotão e fazer uma das tantas dobradinhas que os dois protagonizaram nas seis temporadas que ficaram juntos na Ferrari.


Foto: Motorsport
Essa corrida de 2003 teve efeitos simbólicos para a F1. No começo da temporada, a McLaren continuou o projeto de 2002 e já havia vencido na Austrália com David Coulthard. Na Malásia, um jovem Fernando Alonso fez sua primeira pole position da carreira, até então o mais jovem a alcançar tal feito. Entretanto, a estratégia da McLaren prevaleceu e o também jovem Kimi Raikkonen venceu pela primeira vez na F1, aproveitando a quebra do companheiro e o incidente de Schumacher e Trulli na largada. De quebra, Alonso marcou a primeira pole e o primeiro pódio de um espanhol na categoria.



Foto: Gazeta Press
Em 2008, Raikkonen venceu pela segunda vez em Sepang. Entretanto, destaco essa corrida pelo erro de Felipe Massa. O brasileiro largou na pole e tinha tudo para vencer, mas acabou rodando sozinho e abandonou. Certamente essa foi uma das corridas que lhe custaram o título daquele ano.




Foto: Motorsport
A última corrida que foi interrompida antes da metade. Com isso, ela valeu menos pontos. Em 2009, o GP da Malásia teve apenas 33 voltas em virtude da forte chuva que começou a cair e não parou mais. Com o céu escurecendo e a ausência de luz natural, Button venceu e levou apenas 5 pontos; Nick Heidfeld foi o segundo, com 4 pontos e Timo Glock o terceiro, com 3; o início arrasador da Brawn e de Button foi o melhor de uma equipe estreante na história da F1, mas o que ficou marcado na memória dos fãs foi Kimi Raikkonen abandonando a pista para comer picolé.



Foto: Motorsport
Outra corrida marcada pela chuva. A dupla da McLaren (Hamilton e Button) largou na pole. Com a chuva aumentando de intensidade, a corrida chegou a ser paralisada e quem se deu melhor foi Alonso, que pulou para a liderança, seguido de Sérgio Pérez, da Sauber. Com a pista secando, o mexicano foi se aproximando do espanhol quando estranhamente errou e perdeu a chance de vencer pela primeira vez na carreira e na história da Sauber, mas conquistou seu primeiro pódio na carreira e levou Peter Sauber às lágrimas. O espanhol faturou a corrida malaia pela terceira vez na carreira.


Foto: Getty Images
Com a Mercedes dominando a F1 desde 2014, tudo se encaminhava para mais uma vitória tranquila das flechas de prata. Entretanto, para a surpresa de todos, a Ferrari superou os alemães na pista e Sebastian Vettel, o maior vencedor da história do circuito até então, venceu pela primeira vez com a Ferrari logo em sua segunda corrida pela equipe, quebrando um jejum de um ano e meio sem vitórias pessoais e de quase dois anos da Ferrari.




Foto: Getty Images
A imagem do campeonato. O momento que decidiu o título para Nico Rosberg no ano passado. Hamilton liderava tranquilamente até o motor estourar na volta 43. Isso permitiu uma dobradinha da Red Bull, com Ricciardo e Verstappen, seguidos de Rosberg em terceiro, quebrando um jejum de dois anos sem vitória do australiano e a primeira dobradinha taurina desde o Grande Prêmio do Brasil em 2013.




Gostaram das corridas selecionadas? Tem sugestão de outras temporadas? Participe!

Até!

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA

Foto: LAT Images
Em dois anos, um piloto russo passou do status de ter derrotado nada mais nada menos que Daniel Ricciardo para estar fora da F1. Em dois anos, duas demissões. Melhor dizendo, rebaixamentos. Daniil Kvyat, por ora, teve sua trajetória na F1 finalizada.

A única explicação para seu desempenho horroroso nesse um ano e meio é o efeito psicológico que sua saída da Red Bull lhe custou. Em 2014 ele não mostrou ser um piloto ruim, pelo contrário, tanto é que foi esquecido para ser o substituto de Sebastian Vettel. O alemão, que lhe abriu a vaga no time taurino,  de certa forma fechou suas portas depois do incidente em sua casa no ano passado.

Desde então, foi surrado por Sainz e está atrás até de Wehrlein, que participou de duas corridas a menos com o pior carro do grid. Todos sabem que sou fã do russo, mas convenhamos que era para ele estar fora da F1 desde o fim do ano passado. Ganhou a sorte grande ao tentar renascer, mas passou longe disso. Afundou-se de vez a ponto de a Red Bull ter que apostar em Pierre Gasly como seu substituto. O campeão da GP2 não goza de grande confiança entre o staff taurino. Entretanto, diante das deficiências do russo e da falta de talentos na academia Red Bull, é o velho ditado: "não tem tu vai tu mesmo".

Foto: Reprodução
Como todo campeão da GP2 que acaba não subindo imediatamente para a F1, Gasly estava exilado na Super Fórmula, do Japão. Atualmente é o segundo colocado no campeonato, apenas meio ponto atrás do líder. O francês finalmente ganha a sua grande chance de se firmar na categoria. Com a desconfiança dos próprios superiores, sua vantagem é que teoricamente pior do que Kvyat não tem como ficar, apesar da inexperiência. Terá que mostrar serviço.

O mais estranho dessa história toda é que Kvyat tem sim chances de voltar a ser titular da Toro Rosso para o ano que vem. Depende, é claro, do Gasly fizer (ou não fizer). A outra vaga deve ser do japonês Matsushita, indicado pela Honda. Na rinha da Red Bull, Gasly e Kvyat se digladiam pela migalha chamada Toro Rosso.

O paradoxo da F1 moderna: mais precoce é a entrada na F1, mais precoce é o fim do sonho em participá-la. Muito difícil que Kvyat retorne. Sua cartada seria a necessidade de um piloto russo. Certamente teria apoio de Bernie Ecclestone, mas como ele está fora da F1, é melhor que o jovem russo pense em alternativas para a carreira: Fórmula E, Indy, WEC, Nascar, etc.

Kvyat, Vergne, Buemi, Alguersuari e Bourdais. A Red Bull/Toro Rosso é uma grande trituradora de pilotos. Será Gasly a próxima vítima? Veremos como o francês irá se comportar em sua estreia na Malásia.

Até!

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

UMA OUTRA FRUSTRAÇÃO

Foto: Wikipédia
Na semana passada, a grande notícia no mundo da F1 foi o fim da vexatória segunda passagem da parceria entre McLaren e Honda. Com a pausa no calendário, o blog resolve contar a história de outra parceria da McLaren que fracassou e que muita gente não lembra. Vamos lá.

Voltamos para o final de 1993. No primeiro ano após o fim da satisfatória parceria com a Honda (!), a McLaren resolveu apostar nos motores Ford para brigar com a imbatível combinação Williams Renault de 1992. Não deu certo. Apesar das cinco vitórias de Ayrton Senna na temporada, em nenhum momento o conjunto de Woking foi páreo para Alain Prost, que sagrou-se tetracampeão e se aposentou. A Williams terminou o campeonato com 168 pontos, o dobro da McLaren Ford, segunda colocada (sendo 73 pontos de Senna, 7 de Michael Andretti e 4 de Mika Hakkinen).


Insatisfeito com tamanha inferioridade, Senna estava disposto a ir para a Williams substituir Prost e voltar a brigar por títulos. Para tentar segurar o brasileiro, a McLaren recebeu propostas, uma delas da Lamborghini, que equipava o carro da Larrousse. A Crysler, que detinha a marca na época, forneceu alguns motores para a equipe de Woking fizesse os testes.

Senna testando a McLaren Lamborghini, em 1993. Foto: Getty Images
Senna fez o teste no circuito de Estoril e gostou. Disse que o motor precisava de mais potência mas que tinha tudo para fazer uma grande temporada em 1994. Hakkinen pilotou em Silverstone. Com aquele motor V12, foi cerca de um segundo e meio mais veloz do que em relação ao carro equipado com o Ford V8. Parecia o suficiente para que fosse feita a aposta na Lamborghini e de quebra convencesse Senna a permanecer na equipe.

Não foi o que aconteceu. No fim daquele ano, a McLaren anunciou de forma surpreendente um acordo com a Peugeot, que até então jamais havia participado da F1. A empresa entrou na categoria para combater a compatriota e dominante Renault. Até hoje não se sabe os motivos para que o negócio com a Lamborghini não tenha sido concretizado. Com Senna indo para a Williams, abria-se uma vaga para pilotar a equipe que tinha mais vitórias na F1 até então (104).

1994 era uma temporada importante. Estava sendo implementado um novo regulamento. A suspensão ativa, os freios assistidos e ABS e o controle de tração foram banidos. O objetivo era dar ênfase as habilidades do piloto para que elas se sobresaíssem (parece familiar esse assunto, não?). A Peugeot queria o compatriota Philippe Alliot como companheiro de Hakkinen. A pressão e o desejo de interferência enfureceram Ron Dennis. Alliot estava na F1 desde 1984 e tinha a fama de ser um piloto rápido mas propenso a acidentes. A escolha de Dennis foi Martin Brundle, também veloz, porém mais constante que o francês. 

Alain Prost testando o MP4/9 na pré-temporada de 1994. Foto: Pinterest
Antes disso, o recém-aposentado Prost chegou a testar o MP4/9 durante os testes de pré-temporada. Diante do “tanque” em que estava metido, acabou desistindo de se desaposentar. O novato motor francês já dava indícios de que não andaria no nível desejado pelos ingleses naquele primeiro momento (de novo, parece familiar, né?). Na época, segundo reportagem de Flávio Gomes para a Folha, o chassi do carro era “decente, um carrinho estreito, moderno, com cara de mau e, se tivesse um motor decente, certamente daria trabalho”.

A primeira versão do MP4/9 foi alimentado pelo motor Peugeot A4 V10, que produzia cerca de 700 cv. Logo nas duas primeiras corridas ele se mostrava pouco confiável, tanto Hakkinen quanto Brundle abandonaram nas duas primeiras corridas da temporada (Brasil e Pacífico) com falhas no motor. Na terceira etapa, em Ímola, foi introduzido o A6 V10 de 760 cv. Houve uma significativa melhora que levou Hakkinen ao terceiro lugar na fatídica prova e Brundle ao segundo lugar em Mônaco, corrida seguinte. Apesar disso, as falhas nos testes, treinos e corridas eram freqüentes e o motor era conhecido como uma “granada de mão”. O problema de confiabilidade persistiu até a Itália. No meio do caminho, Hakkinen conseguiu outro pódio, o terceiro lugar em Silverstone.

Hakkinen conquistou seis pódios com o MP4/9. Foto: Car Throttle



O finlandês chegou a enfileirar quatros pódios seguidos (Bélgica, Itália, Portugal e Jerez). Entretanto, em nenhum momento a McLaren sequer flertou com a vitória e terminou uma temporada zerada pela primeira vez desde 1980. Ron Dennis apostava na rivalidade francesa para alcançar um rápido desenvolvimento do novato motor Peugeot. Com os problemas constantes não sendo resolvidos, criou-se uma dúvida em relação a continuidade no projeto.

Hakkinen terminou o campeonato em quarto lugar, com 26 pontos. Brundle foi o sétimo, com 16. Os 42 pontos do conjunto McLaren Peugeot deixaram a equipe apenas em quarto nos construtores, 74 pontos atrás da campeã Williams Renault (118), 59 da Benetton Ford (campeã mundial com Michael Schumacher) e 29 da Ferrari. Um vexame para quem dominava a F1 no início da década.

Diante não só desses números como também do desempenho, a McLaren encerrou sua parceria com a Peugeot em apenas uma temporada e anunciou o acerto de um projeto com a Mercedes para 1995, que durou vinte temporadas (até 2014). A história nós sabemos: vitórias, competitividade e três títulos mundiais, dois de Hakkinen (1998 e 1999) e um de Lewis Hamilton (2008).




E a Peugeot, “que fim levou?” (leia com a voz de Milton Neves): bom, no ano seguinte os franceses fecharam acordo com a Jordan e posteriormente com a equipe Prost. Os resultados continuaram sendo ruins e a divisão de motores foi vendida para a preparadora Asiatech, que fechou em 2002.

Estatisticamente, podemos dizer que a McLaren vem de duas parcerias ruins nas últimas três que firmou. Resta saber se a McLaren Renault 2018-2019-2020 irá igualar ou piorar a situação. Até!

Brundle em Mônaco 1994. Foto: José Inácio