segunda-feira, 17 de abril de 2017

VETTEL 2 x 1 HAMILTON

Foto: Getty Images
Tivemos a primeira boa corrida do ano. Diferente da chatice da Austrália e da China, onde a prova foi interessante somente enquanto a pista estava seca, o Grande Prêmio do Bahrein foi interessante do começo ao fim. Incrível como as provas passaram a ser melhores a partir do momento em que ela passou a ser realizada à noite. Coincidência?

Diferentemente das outras provas também, me pareceu que dessa vez nenhum fator tenha interferido no resultado final, embora tenha aparecido várias circunstâncias. Independentemente se Hamilton não fosse punido ao diminuir intencionalmente a velocidade ao entrar no pit para atrapalhar Ricciardo, o alemão seria o vencedor. Por enquanto, está claro: a Mercedes, em volta lançada, é superior. A Ferrari iguala (ou até mesmo supera) as flechas de prata no ritmo de corrida e na estratégia. Outra vez, Seb chegou a ponta por conta de um undercut, pois estava pressionando Bottas. Será mais difícil passar rapidamente, mas a pressão imposta pela Ferrari no finlandês foi fundamental para que a estratégia fosse seguida. Os alemães precisam melhorar na estratégia e ficar mais atentos nos movimentos de Vettel. Isso pode fazer a diferença no final.

O tetracampeão está retomando a fase de seu auge na Red Bull. Rápido, preciso e arrojado, extrai tudo o que pode do SF70. O grande desafio é saber se os italianos terão capacidade de evoluir o carro e seguir nesse ritmo de equilíbrio com a Mercedes. Também era inimaginável acreditar que um piloto que não fosse da Mercedes seria o líder. Temos uma disputa sólida e que promete ser muito emocionante e equilibrada nas pistas durante o ano.

Foto: Getty Images
Hamilton se prejudicou por largar mal. Tem a justificativa de ter estado no lado sujo, mas não teria essa desvantagem se tivesse feito a lição de casa, a pole position. O ritmo de Bottas foi ruim o tempo todo. No primeiro stint, os cinco carros (mais as duas Red Bulls) estavam na mesma imagem. Não conseguiria sustentar a ponta e, por isso, foi orientado pela Mercedes a sair da frente de Lewis. Isso acaba com o mito de que as flechas de prata "deixam a briga rolar solta". Não mais, diante das circunstâncias passadas e porque também nesse ano existe uma disputa contra a Ferrari (ou o sinônimo, Vettel). Achei estranho sua cara de poucos amigos no pódio, dando a entender que estava insatisfeito com as ordens de equipe. Certamente ele veio para ser segundão e coadjuvante de Lewis, mas apenas precisava do choque de realidade, mas não é o que aparentemente ele deu a entender quando disse algo parecido nas últimas semanas. Bem vindo a realidade da F1, um esporte individual mas ao mesmo tempo coletivo. Deveria estar triste com o péssimo ritmo de prova, pois chegou apenas dois segundos a frente de seu compatriota.

Raikkonen foi outro que fez uma corrida ruim, mostrando ser claro sua incapacidade de andar no mesmo ritmo que Vettel, o que é muito pouco pelo ótimo material que a Ferrari possui, por isso as cobranças mais incisivas de Marchionne. Hoje, largou mal e caiu para sétimo. Brigou com Massa a corrida inteira e contou com o fato de ter um dos melhores carros do grid para ficar em quarto, longe de brigar pelo pódio. O que fica mais evidente ainda: os finlandeses serão meros coadjuvantes de Vettel e Hamilton. A diferença é que Bottas pode roubar pontos dos dois eventualmente, Kimi sequer se aproxima disso.

Foto: Getty Images
Massa vai bem em circunstâncias específicas que beneficiam o FW40: calor, circuitos de alta e sem chuva. No aniversário de 75 anos de Frank Williams, o brasileiro o presenteou com uma atuação combativa, brigando com Raikkonen e outros carros do pelotão da frente o quanto pode. No fim, terminou em sexto, a melhor posição que poderia ficar em virtude do estranho abandono de Verstappen. Será que foi "praga" após a polêmica de sábado (que, quando puder, farei um post sobre isso). Enquanto isso, Stroll segue sem contribuir em nada, pelo contrário. De novo, foi vítima da barbeiragem de Sainz, punido com três posições para a próxima corrida e com três pontos na carteira da FIA (se chegar a 12 em um ano, o piloto é suspenso de uma prova). Entretanto, estava longe dos pontos, que é o que a Williams precisa para ficar em quarto lugar nos construtores e abocanhar um bom dinheiro, apesar do forte aporte financeiro bancado pelo pai do canadense.

Quem se aproveita disso é a eficiente Force India, a equipe mais equilibrada do grid. Outra vez, os dois pilotos pontuaram. Pérez saiu da 18° para ser sétimo. Sua especialidade é se sobressair em condições caóticas e aleatórias como foi hoje, além do fato de historicamente ir bem na pista de Sakhir (tem dois pódios no Bahrein). Ocon saiu de 14° para ser décimo outra vez, com 100% de aproveitamento nessa posição, o suficiente para deixar os indianos em vantagem em relação a Massa Racing Team (17 a 16). A Force India parece ser outra equipe que possui melhor um ritmo de corrida do que de classificação.

Foto: MotorSport
A Renault de Hulkenberg parece ser um pouco o contrário, mas o alemão fez o suficiente para pontuar, chegando em nono. Grosjean foi o oitavo e se igualou a Magnussen na equilibrada disputa da Haas. Wehrlein, que mal saiu da licença médica, foi muito combativo e quase conseguiu a façanha de pontuar com a Sauber. Faltou uma "quebra". Impressionante também ter andado 45 voltas com o mesmo pneu e já ter colocado Ericsson bem para trás. Inadmissível ver Palmer largar em décimo e terminar em último (15°). Faz hora extra na F1. A McLaren está 100% em abandonos. Enquanto Vandoorne sequer conseguiu largar, com problema no "adivinha aonde", Alonso travou batalhas competitivas com Sauber, Force India e Renault na rabeira do grid, mas nas retas era facilmente superado, mesmo quando entrava 300 metros a frente. Abandonou na penúltima volta. A McLaren mostra que tem piloto e chassi para brigar pelos pontos. O que falta é um motor minimamente potente, eficiente e confiável. Acho que todos já batemos um pouco nessa tecla, né?

Confira a classificação final da corrida:


A F1 volta daqui duas semanas, no Grande Prêmio da Rússia, nos dias 28, 29 e 30 de abril. Até!

quinta-feira, 13 de abril de 2017

GP DO BAHREIN - Programação

Um dos mais recentes GPs da Fórmula 1 (começou a ser construído em 2002) o Grande Prêmio do Bahrein começou ser disputado em 2004. Desde 2014, a corrida é realizada de noite, "imitando" Cingapura.

ESTATÍSTICAS:
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:29.493 (Mercedes, 2016)
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:30.252 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Fernando Alonso - 3x (2005, 2006 e 2010)

RETORNOS E DESPEDIDAS

Foto: Getty Images

Presente na F1 a quase duas décadas, o Grande Prêmio da Malásia terá a sua última edição realizada esse ano. O contrato com a pista de Sepang iria até o ano que vem, mas por comum acordo entre a FIA e os promotores ficou decidido antecipar a despedida da corrida.

Um dos motivos são os altos custos para a realização do evento, somada com a baixa procura por ingressos. A situação ficou pior ainda quando os ministros do governo anunciaram que não iriam renovar o atual contrato, que será encerrado nesse ano. O interessante é que a MotoGP renovou e tem um ótimo público por lá e os malaios tem a Petronas como principal apoiador e patrocinador. Enfim, já considerava um circuito tradicional e gostava do traçado. A melhor pista de Hermann Tilke, uma pena que irá sair do calendário.

Entretanto, o diretor comercial da F1, Sean Bratches, também confirmou os retornos de França e Alemanha no circo da F1 para o ano que vem, totalizando 21 provas. O lendário circuito de Paul Ricard será o palco do GP da França, que teve sua última edição em 2008, enquanto Nurburgring e Hockenheim devem disputar o evento. Pela regra anterior, pode ser Nurburgring, mas não houve nenhuma confirmação até agora.

A nova administração da F1 parece priorizar no mercado tradicional europeu, diferente de Bernie, que era guiado pelo dinheiro. A falta de interesse na renovação evidencia que o objetivo desses circuitos no Oriente Médio pode ter sido atingido: expor o país ao mundo. Agora que não gera mais tanto lucro e a marca está devidamente exposta, não há mais o interesse em pagar elevada quantia para a FIA. A Liberty vai se reconciliar com administradores de circuitos que foram alijados da F1 no passado. Não se surpreendam com o retorno de mais pistas europeias nos próximos anos...

HORA DA BRONCA

Foto: Media Crash
O presidente da Ferrari, Sérgio Marchionne, não gostou nada do desempenho de Raikkonen na semana passada. Muito distante de Vettel, a equipe italiana vai marcar uma reunião com o Ice Man para entender os motivos da discrepância de rendimento e resultados dos dois pilotos até aqui. Enquanto Vettel tem 43 pontos, Kimi tem somente 22, quase a metade.

O finlandês se queixou durante toda a prova de um problema no torque na saída da curva 12."Eu falei sobre isso com Maurizio", explicou Marchionne depois da corrida. "Talvez eles devessem sentar em torno de uma mesa e conversar. Hoje [ontem] ele parecia estar ocupado com outras coisas. Vettel era mais agressivo", comentou.

Se antes a Ferrari era condescendente com o desempenho do finlandês, agora a paciência pode estar se esgotando. A diferença é que esse ano a Ferrari parece que vai brigar pelo título. Então, cada ponto a menos vai fazer falta nos construtores. Kimi também precisa roubar pontos de Bottas e Hamilton para se ajudar e também beneficiar Seb. Como todo ano parece ser o último de Kimi, a julgar pela competitividade da Ferrari frente ao equilíbrio com a Mercedes na disputa dessa temporada, não é de se duvidar que o Ice Man saia no fim do ano. A insistência com o último campeão pela Ferrari lembra muito os últimos anos de Massa na Ferrari. 

Quem seria um possível substituto do finlandês? Grosjean, para ser segundão? Rosberg, abdicando da aposentadoria? Algum ataque em cima de verstappen ou Ricciardo? Apenas o desempenho de Kimi que pode elucidar todas essas questões.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 43 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 43 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 25 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 23 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 22 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 12 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 10 pontos
8 - Felipe Massa (Williams) - 8 pontos
9 - Sérgio Pérez (Force India) - 8 pontos
10- Kevin Magnussen (Haas) - 4 pontos
11- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 2 pontos
12- Esteban Ocon (Force India) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 66 pontos
2 - Ferrari - 65 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 37 pontos
4 - Toro Rosso Renault - 12 pontos
5 - Force India Mercedes - 10 pontos
6 - Williams Mercedes - 8 pontos
7 - Haas Ferrari - 4 pontos

TRANSMISSÃO:




INTERCÂMBIO

Foto: Getty Images
O mundo do automobilismo amanheceu incrédulo. A maioria acreditou que se tratava de um "primeiro de abril atrasado" mas não, é real. Fernando Alonso irá disputar as 500 Milhas de Indianapólis!

O acontecimento mais espetacular do esporte a motor nos últimos nasceu de uma piada feita por Zak Brown, americano que é o novo chefe da McLaren, na Austrália. A coisa foi ficando séria e... boom! Tudo foi esclarecido hoje. O grande sonho de Alonso é repetir o feito de Graham Hill, que foi campeão mundial, venceu em Mônaco, Le Mans e Indianapolis. A fênix possui os feitos da F1 e agora deseja se testar em outras categorias. O desejo vem a calhar em um momento onde até pontuar com a McLaren na F1 é quase impossível. A negociação foi facilitada pelos próprios japoneses, que fornecem motores para a Andretti na Indy.

Alonso correrá na Indy 500 (e somente nessa prova, por enquanto) pela equipe McLaren-Andretti-Honda. Woking não participava das 500 milhas há quase 40 anos (38, para ser mais exato). Por conta da administração Bernie Ecclestone de relação zero com categorias concorrentes, a Indy será disputada no mesmo final de semana do Grande Prêmio de Mônaco, que obviamente o espanhol bicampeão mundial abriu mão de participar. Especula-se que o recém-aposentado Button volte para disputar essa prova, afinal ainda tem contrato com a equipe como embaixador da marca. Bem que podiam trazer um Scott Dixon, Will Power ou até o Montoya de volta, não?

Foto: Reprodução
Em um passado distante, pilotos e equipes da F1 disputavam a prova de Indianapólis como uma corrida "amistosa", que não contava pontos para o campeonato. Os tempos passaram e isso, como vocês já sabem, não acontece mais. Pelo contrário, há uma rivalidade entre as categorias. Os detratores da F1 afirmam que a Indy é mais fácil, e baseiam-se com os títulos de Mansell e Fittipaldi depois de aposentados da F1, a vitória recente de Alexander Rossi nas 500 milhas (na F1, era apenas um piloto desconhecido da Manor) e principalmente a passagem desastrosa de Michael Andretti pela McLaren em 1992, onde não chegou sequer a terminar a temporada, sendo substituído por um tal Mika Hakkinen.

A escuderia já teve três vitórias em Indianapólis: 1972 (com Mark Donahue), 1974 e 1976 (ambas com Johnny Rutherford, da foto). Um dos acionistas da equipe, Mansour Ojjeh, afirmou que a McLaren estuda ter uma equipe na Indy nos próximos anos. A escuderia acompanha a categoria e nesse ano irá participar das 500 milhas. Indagado sobre Le Mans, ele disse que não tem planos imediatos. A McLaren também irá entrar na Fórmula E, em 2019.


Ou seja: o que pode parecer uma bela ação de marketing inocente pode acarretar em uma ação inicial estratégica que visa a expansão da McLaren a outras categorias do esporte a motor, ou ao menos algumas experimentações. Com isso, o time de Woking ao usar Alonso ganha notoriedade, visibilidade, mídia, marketing e fãs, que é o mais importante. 

Isso também sinaliza uma mudança de postura na administração da F1. Com Bernie, era bélico: provas marcadas no dia de Le Mans e Indianapólis para não perder audiência. O mais estranho é que Bernie sempre foi obcecado pelo mercado americano, mas nunca fez com que os estadunidenses realmente gostassem da F1. Todos sabem que a preferência são a Indy e a Nascar. Com uma atitude dessas, abre-se a possibilidade de um "intercâmbio" de pilotos das mais diferentes categorias para a disputa de diferentes provas renomadas do automobilismo, fazendo com que os fãs conheçam e acompanham outras categorias, nem que seja apenas pelo piloto e por uma prova. Vai que alguém goste e se apaixone por algo até então desconhecido e desinteresse por conta de uma ação dessas? Imagine Vettel e Hamilton correndo em outros lugares ao menos uma vez, Valentino Rossi na F1, etc. Recentemente, tivemos Hulkenberg vencendo Le Mans e o multicampeão de Endurance André Lotterer na F1.

Alonso encontrará ex-colegas de F1 como Bourdais, Montoya, Sato, Max Chilton e Alexander Rossi. A adaptação para a Indy não é fácil. Para isso, o espanhol terá que participar de uma semana inteira de treinos que acontecem antes do fim de semana de classificação (entre 20 e 21 de maio), com seis horas por dia para conhecer as características do carro e pista. Na semana seguinte ao treino classificatório, antes da corrida em 28 de maio, os pilotos ainda tem mais dois dias de treinos disponíveis. É muito difícil que ele vença. Se conseguir tal feito, os haters da Indy podem ter mais um motivo pra encher o saco: "treinou algumas vezes e ganhou". O fato de nunca ter andado em um oval também pensa. No entanto, o objetivo é se testar e não bater. Se ficar no pelotão inicial na parte final da prova já será considerado um grande desempenho.

Com certeza absoluta a Indy 500 terá um aumento incrível de audiência esse ano. Alonso, Andretti, Honda e Indy tomaram a decisão mais acertada dos últimos tempos. Que isso sirva como combustível para que mais pilotos de outros lugares possam se testar em outras categorias. O automobilismo agradece!



Até!


quarta-feira, 12 de abril de 2017

VÍDEOS E CURTINHAS #28 - Especulações

Foto: MotorSport
Interessante leitura que foi postada no fórum de F1 do VK, rede social russa:

- Temos um conjunto piloto/carro superior (Hamilton/Villeneuve), mas não muito

- Temos um alemão na Ferrari que aparenta estar tirando tudo e mais um pouco do carro (Vettel/Schumacher)

- O alemão tem um companheiro coadjuvante que gosta bastante de dinheiro (Kimi/Irvine)

- Tem um cara que está claramente andando menos do que o carrão permite (Bottas/Frentzen)

- Tem uma dupla razoavelmente jovem e promissora que está andando lá na frente com um carro que pode ganhar corridas, mas não o título (Red Bull/McLaren)

- Tem um brasileiro andando lá no meio do bolo com um carro branco (Massa/Barrichello)

- Tem um equilíbrio muito grande entre as equipes do meio

- Corridas muito boas no papel, mas meio enfadonhas de se ver na prática

E aí, o que acham? Tem lógica, de fato... algumas pequenas diferenças: o brasileiro está quase se aposentando outra vez (Rubinho estava se encaminhando para a metade da carreira), a Ferrari de 1997 estava mais distante da Williams do que a de 2017 em relação a Mercedes e... só. O que acham?

FINALMENTE LIBERADO: Wehrlein irá estrear pela Sauber no final de semana. O retorno vem a calhar em um bom momento, após o badalado Giovinazzi bater duas vezes. O italiano não tem muito a ganhar nesse carro. Agora, seu foco é testar a Ferrari. Por outro lado, o alemão da Mercedes precisa mostrar que está recuperado e em condições físicas de disputar o final de semana de corrida e superar Ericsson. Acredito que o faça, mas não estará em sua plenitude técnica e física. Precisará se adaptar ao carro ruim da Sauber durante o ano para alcançar seu objetivo.

Foto: Reprodução
Chase Carey, presidente da Liberty Media, encontrou-se com Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia. O que se comenta na imprensa estrangeira é que a reunião foi para tratar do retorno do GP da Turquia ao circo da F1, e parece que está tudo muito bem encaminhado, mas ainda não assinado. A diretriz da Liberty é trazer de volta os circuitos que os fãs gostam, além de mais uma prova nos Estados Unidos. O número mágico de corridas na temporada seria 21 no máximo, ou seja: Oriente Médio com os dias contados. Felipe Massa certamente curtiu isso, pena que não tenha mais carro para vencer em terras turcas pela quarta vez e talvez ano que vem ele esteja definitivamente aposentado. Confesso que estranho esse hype todo nessa pista, não acho tão espetacular quanto dizem, mas é uma das melhores pistas projetadas por Hermann Tilke. A última edição foi disputada em 2011.

MAS JÁ: O "especulômetro" começou a apitar. Comenta-se que a Ferrari deseja contratar Ricciardo para substituir Raikkonen em 2018, reeditando a dupla com Vettel de 2014, onde o australiano dominou o tetracampeão. Seria um bom nome, sem dúvida. Certamente os taurinos não irão liberar, e se o fizerem será por uma quantia considerável. Talvez Vettel vá para a Mercedes... As possibilidades são infinitas. Muita calma.



Em 12 anos de GP do Bahrein, Felipe Massa venceu pela primeira vez no circuito há dez anos (me lembro como se fosse ontem! Como passa rápido!). O brasileiro não teve problemas e liderou de ponta a ponta. Hamilton foi o segundo e Raikkonen o terceiro. Felipe também venceu no circuito em 2008 e foi segundo colocado em 2010. Confira!

Até!

segunda-feira, 10 de abril de 2017

O BENEFÍCIO DA DÚVIDA

Foto: Getty Images
A igualdade está evidenciada na tabela. 43 pontos e uma vitória para cada lado. A diferença é que Lewis foi o pole nessas duas primeiras provas (ele vai quebrar o recorde de Schumacher até o fim do ano). Por enquanto, a disputa entre os dois promete. Muito equilíbrio. A Ferrari encostou. Talvez tenha até um ritmo de corrida melhor, mas na China a Mercedes superou as dificuldades iniciais e reagiu. Venceu sem sofrer sustos. Essa será a tônica da temporada.

Começamos com os "ses".  A corrida da China foi atípica. O fim de semana todo, aliás. A chuva equilibrou as coisas e permitiu brigas disputadas e emocionantes. A Red Bull agradece. Vettel antecipou a parada para colocar os pneus macios logo no início e teve o azar de, na volta seguinte, Giovinazzi bater e ver todo mundo passar pelo pitlane e trocar os pneus. Caiu para quinto. Depois, diante de uma F1 mais difícil em se ultrapassar, perdeu muito tempo atrás de Raikkonen, que não conseguia se livrar de Verstappen e Riccardo, que estavam se descolando das Ferraris. Dado o modus operandi dos italianos, foi estranho que o finlandês não tenha recebido ordens para faciliar a vida de Seb. O tetracampeão, quando foi para cima, fez uma linda manobra. Seria correto afirmar que se não fosse o Safety Car, Vettel poderia ter brigado de forma mais direta com Hamilton? Não sei. Apenas estou colocando o mesmo raciocínio da corrida passada. Eu não sei a resposta. Talvez ela varie de acordo com as corridas ou se defina apenas na metade do ano.

Foto: Reprodução
Uma questão importante: as ultrapassagens. Até com o DRS aberto elas estão difíceis, e isso é preocupante. Tem que ter um meio termo. Não pode ser artificial igual nos últimos anos mas também não pode ser um parto. Sorte que a China tinha muitos pontos de ultrapassagem. Quero só ver em outras pistas travadas... vai ser a Austrália ou pior (Cingapura, Mônaco e Hungria, por exemplo). Entretanto, foi bonito ver o pega entre Red Bull e Ferrari. Automobilismo também é perseguir, esperar o momento certo para ultrapassar, levar o outro ao erro e por assim vai. Verstappen parece ser uma exceção à regra. Largando lá de trás, chegou a ganhar nove posições na primeira volta. Fácil como se fosse videogame, segundo suas palavras. Se beneficiou da corrida caótica. Mesmo assim, superou Ricciardo com uma bela ultrapassagem e brilhou. Sentiu a pressão de Vettel, errou e caiu para terceiro. Apesar dos pesares, conseguiu sustentar a terceira posição, mesmo com o australiano o pressionando. Na chuva e com as condições mais equilibradas, Max decide. É uma estrela, um talento e isso todos sabem. Uma pena que a Red Bull não dispõe de um carro que permita a briga pela vitória nesse momento. A F1 estaria fantástica.

Foto: Getty Images
A corrida começou elétrica e movimentada. A chuva mudou tudo. Depois, quando a pista secou, chegou a ficar monótona. A diferença de Mercedes e Ferrari para a Red Bull e dos austríacos para o resto é gritante. São duas categorias. A tendência é esse abismo aumentar, pois as três possuem elevada capacidade de investimento, as outras não (excetuando-se Renault e McLaren, que estão em estágios distintos e bem abaixo das três principais). Os finlandeses foram patéticos. Claramente não conseguem acompanhar o ritmo dos primeiros pilotos. Raikkonen ficou a corrida inteira reclamando do torque do motor, não conseguiu superar as Red Bull e ficou apenas em quinto. Bottas foi pior. Conseguiu a proeza de rodar durante o Safety Car. Um sexto lugar constrangedor. A Mercedes sente falta de Rosberg. Cada ponto será essencial na disputa dos construtores dessa temporada. O que vimos, até então, é que Hamilton e Vettel não terão problemas com a concorrência interna. Os finlandeses devem ser coadjuvantes de luxo no embate dos dois no campeonato.


Sainz e Magnussen se destacaram. O espanhol largou com os pneus macios e passou sufoco no início, rodando, caindo para último e mal conseguia andar pelo circuito. Depois, quando os carros pararam nos boxes, recuperou terreno e chegou a ser o quinto. Terminou em sétimo. Seu companheiro Kvyat abandonou e até agora não sei por quê. A transmissão não mostrou isso (aliás, não anda mostrando quase nada). Kevin trouxe os primeiros pontos da Haas, em uma corrida arrojada e de muitas ultrapassagens. Conseguiu esse feito antes de Grosjean, teoricamente o "líder" da equipe. A dupla da Force India novamente esteve nos pontos. De ponto em ponto, a equipe indiana segue combativa e com esperanças de crescer durante o ano.Outro que fazia um milagre era Alonso. Ele estava em sétimo até a Honda acusar um problema, o que era previsível. Mesmo assim, fica o sentimento de frustração. Vandoorne também abandonou. Fica claro que o problema da McLaren é velocidade e potência. O chassi parece ser bom. Dá para se embolar na briga do meio do grid se os japoneses colaborarem.

Massa foi ultrapassado por todo mundo. Caiu de sexto para penúltimo (ou décimo quarto). Inexplicável. Até agora ninguém se manisfestou. A FW40 teve um problema? Esse carro é uma cópia quase fiel dos últimos dois bólidos, ou seja: com um bom motor e em circuitos velozes, vai se dar bem; em circuitos de baixa velocidade média e com chuva, será um desastre. Previsível (ou não), mas ainda assim indignante. O novato Stroll não resistiu a uma volta sequer. Fica a impressão de que falta piloto para a Williams, talvez a dupla mais fraca depois da Sauber ou Renault. A escolha foi deles. Felipe estava aposentado. Hulkenberg teve seis pontos deduzidos na sua carteira da FIA (o máximo permitido é 12) no fim de semana. Muita barbeiragem e excesso de velocidade nos boxes. Diante de um Palmer que não acrescenta nada, um fim de semana péssimo de Hulk significa chances remotas de pontos para os franceses. Um velho conhecido espanhol está disponível para o ano que vem...

"Bastou ele fazer um post para Giovinazzi que o italiano bateu duas vezes no mesmo ponto". Hahaha. Mais uma zicada em meu currículo. Faz parte do aprendizado do jovem italiano, que sequer havia pilotado na China na carreira. Diferentemente de Stroll e Palmer, tem crédito e talento, mas ficou claro que precisa ser lapidado com calma. Uma equipe intermediária seria o ideal. Provavelmente terá no Bahrein mais uma chance de guiar, agora em uma pista que já conhece dos tempos de GP2, pois o estado de Wehrlein é um grande mistério.

Confira a classificação final do Grande Prêmio da China:


A próxima etapa será na semana que vem no Grande Prêmio do Bahrein, nos dias 14, 15 e 16 de abril.

Até!

quinta-feira, 6 de abril de 2017

GP DA CHINA - Programação

O Circuito Internacional de Shanghai teve sua primeira corrida em 2004, vencida por Rubens Barrichello. É o autódromo mais caro da história. A sua construção custou cerca de 240 milhões de dólares.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:32.238 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:33.706 (RBR, 2011)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 4x (2008, 2011, 2014 e 2015)

NOVOS MOTORES PARA 2021?

Atuais V6 turbo. Foto: Reprodução
Com a Liberty Media ávida por resultados competitivos aliados a emoção, novo chefão Ross Brawn começa a pensar no futuro. Com o fim do Pacto de Concórdia estipulado para 2020, a FIA já pensa em alternativas de um novo motor para a F1, mais potente e "barulhento".

O desejo de substituir os atuais V6 turbo e híbridos, complexos, caros e silenciosos surgiu na reunião da semana passada na FIA em Paris, que contou com os fabricantes de motores da F1 mais a Toyota e Audi. A ideia seria criar um motor biturbo com quase 1200cv de potência, adicionando mais uma turbina e removendo o sistema MGU-H, que transforma o calor liberado pela turbina em energia. Além de ser complexo, esse componente seria um dos principais responsáveis pelo "silêncio" dos motores. A informação é da revista alemã "Auto Motor und Sport".

Como conciliar o gosto dos fãs, por motores potentes, barulhentos e "beberrões" (mais poluentes para o meio ambiente) com o vanguardismo da F1, que cada vez mais se adapta com unidades de potência mais verdes e sendo laboratório para os carros de rua? Essa é uma boa questão. O meio ambiente é uma questão muito importante. A Alemanha, por exemplo, até 2030 não terá mais carros com gasolina, apenas elétricos. O fã quer ver a F1 barulhenta, emocionante e difícil de ser guiada. 

Ross Brawn terá bastante tempo para pensar e aprimorar o projeto, mas isso é apenas um dos fatores que a F1 precisa melhorar para dar mais competitividade e emoção nas pistas. Não adianta ser fantástico para o público interno e um lixo para a audiência e os fãs, que são o que realmente importa nessa equação toda, e a Liberty sabe muito bem disso.

TORTURA À VISTA

Foto: Sky Sports
O pior motor da F1 em todos os quesitos irá desembarcar em Shangai sabendo que vai passar vergonha outra vez. Com retas muito grandes, a Honda será facilmente engolida pelas demais. Com isso, a McLaren promete ter um daqueles finais de semana típico de equipe pequena de fim de grid, papel que está se acostumando a cumprir. Alonso e Vandoorne terão extremas dificuldades até para ficar na penúltima fila. Quem sabe o motor Ferrari de 2016 da Sauber não apronte?

Diante da forte exigência do circuito e da fragilidade do conjunto, é muito provável que os abandonos aconteçam. Não há o que fazer, apenas trabalhar muito para melhorar, e isso não tem sido feito em plena terceira temporada de parceira McLaren-Honda. Pelo contrário.

Zak Brown, diretor executivo da escuderia, descartou a construção de motores feitos pela própria McLaren, através de uma das empresas do conglomerado, a McLaren Automotive. Não se descarta que a Ilmor esteja auxiliando os ingleses para tentar alguma melhora e "salvar o motor". Novamente, uma rescisão esbarra nos altos valores do contrato e do dinheiro que os japoneses despejam na equipe de Woking.

Com a queda dos lucros, a ausência de um patrocinador master há 5 anos e resultados pífios, a McLaren não se pode dar ao luxo de romper a parceria, teoricamente, mas continuá-la também pode lhe destruir mais ainda. O que fazer? Parece o óbvio: arrumar um jeito de dar um pé na bunda da Honda e recomeçar mais uma vez (pleonasmo justificado - recomeçar um novo projeto pela segunda vez, com outra parceria ou os próprios recursos da McLaren).

A McLaren precisa acordar.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 25 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 18 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 15 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 12 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 10 pontos
6 - Felipe Massa (Williams) - 8 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 6 pontos
8 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 4 pontos
9 - Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 2 pontos
10- Esteban Ocon (Force India) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari -            37 pontos
2 - Mercedes -           33 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 10 pontos
4 - Williams Mercedes -   8 pontos
5 - Force India Mercedes -7 pontos
6 - Toro Rosso Renault -  6 pontos


TRANSMISSÃO:






terça-feira, 4 de abril de 2017

MAIS UMA CHANCE PARA ANTÔNIO

Foto: F1 Fanatic
Na F1, assim como na vida, é necessário aproveitar as oportunidades que aparecem. Muitas delas surgem quando menos se espera. Por exemplo, um jovem Sebastian Vettel substituiu às pressas o acidentado Robert Kubica em algumas corridas pela BMW Sauber na temporada 2007. Na estreia, pontuou e tornou-se o mais jovem a pontuar na categoria até então. Isso contribuiu para que fosse, pouco tempo depois, para a Toro Rosso continuar com seus bons resultados. O resto da história todo mundo sabe...

Não quero comparar Giovinazzi com Vettel. Não faz sentido e não é cabível. O que digo é que o italiano novamente terá outra chance de causar boa impressão. Após quase ter ido para o Q2 depois de apenas um treino (só não foi porque errou na última curva da volta) e ter ficado em 12° na corrida com o pior carro do grid (sendo que o "líder da equipe" Ericsson sequer completou a prova), o italiano mostrou o que pode e justificou o hype oriundo da GP2, onde também com um equipamento razoável brigou de igual para igual com o campeão Pierre Gasly, piloto da academia da Red Bull, hoje na Super Fórmula.

Foto: F1 Fanatic

Ao contrário de Wehrlein, que vem numa decrescente e numa série de infelicidades já citadas AQUI, seja por azar, alguma conspiração do destino e/ou irresponsabilidade em causar o próprio acidente na Race Of Champions, o promissor italiano não tem nada a ver com isso. Ainda sem condições físicas para guiar um carro mais potente, pesado e que exige o máximo durante toda prova, o alemão até então prodígio da Mercedes parece caminhar para ser mais um daqueles que se depositavam grande esperança na categoria e que, por motivos variados, acabam não rendendo o que se espera. Estou dramatizando. Ainda há muito pela frente. Certamente Wehrlein irá voltar e, mesmo algumas corridas distante, (não se sabe se ele retorna no Bahrein ou na Rússia) superar o fraco Ericsson. Entretanto, é hora de reagir.

Enquanto Wehrlein não retorna (será que volta?), Giovinazzi, que é piloto da academia da Ferrari, segue com oportunidades de demonstrar seu talento em mais um final de semana, onde aposto minhas fichas que será superior a Ericsson. Se continuar nesse caminho, o que não estará reservado para Antônio? Vaga na Haas para o ano que vem? Substituir logo de cara Raikkonen na Ferrari? (convenhamos que isso é pura ilusão; Ferrari não coloca jovens pilotos na equipe principal assim, ainda mais italianos - há um trauma da equipe com os pilotos compatriotas).

O que eu mais poderia torcer no curto-prazo mas que não irá acontecer por motivos de "empresas suecas mandam na equipe": Wehrlein e Giovinazzi formarem a dupla da Sauber. Seria um sopro para que os suíços tentassem pontos milagrosos. Com o sueco e um alemão novo na equipe e cambaleante física e psicologicamente, as chances que são normalmente pequenas tornam-se mínimas.

De corrida em corrida, Giovinazzi tem as ferramentas necessárias para tornar-se em breve uma das estrelas da F1. É o que eu aposto, e vocês?

Até!