quinta-feira, 13 de abril de 2017

INTERCÂMBIO

Foto: Getty Images
O mundo do automobilismo amanheceu incrédulo. A maioria acreditou que se tratava de um "primeiro de abril atrasado" mas não, é real. Fernando Alonso irá disputar as 500 Milhas de Indianapólis!

O acontecimento mais espetacular do esporte a motor nos últimos nasceu de uma piada feita por Zak Brown, americano que é o novo chefe da McLaren, na Austrália. A coisa foi ficando séria e... boom! Tudo foi esclarecido hoje. O grande sonho de Alonso é repetir o feito de Graham Hill, que foi campeão mundial, venceu em Mônaco, Le Mans e Indianapolis. A fênix possui os feitos da F1 e agora deseja se testar em outras categorias. O desejo vem a calhar em um momento onde até pontuar com a McLaren na F1 é quase impossível. A negociação foi facilitada pelos próprios japoneses, que fornecem motores para a Andretti na Indy.

Alonso correrá na Indy 500 (e somente nessa prova, por enquanto) pela equipe McLaren-Andretti-Honda. Woking não participava das 500 milhas há quase 40 anos (38, para ser mais exato). Por conta da administração Bernie Ecclestone de relação zero com categorias concorrentes, a Indy será disputada no mesmo final de semana do Grande Prêmio de Mônaco, que obviamente o espanhol bicampeão mundial abriu mão de participar. Especula-se que o recém-aposentado Button volte para disputar essa prova, afinal ainda tem contrato com a equipe como embaixador da marca. Bem que podiam trazer um Scott Dixon, Will Power ou até o Montoya de volta, não?

Foto: Reprodução
Em um passado distante, pilotos e equipes da F1 disputavam a prova de Indianapólis como uma corrida "amistosa", que não contava pontos para o campeonato. Os tempos passaram e isso, como vocês já sabem, não acontece mais. Pelo contrário, há uma rivalidade entre as categorias. Os detratores da F1 afirmam que a Indy é mais fácil, e baseiam-se com os títulos de Mansell e Fittipaldi depois de aposentados da F1, a vitória recente de Alexander Rossi nas 500 milhas (na F1, era apenas um piloto desconhecido da Manor) e principalmente a passagem desastrosa de Michael Andretti pela McLaren em 1992, onde não chegou sequer a terminar a temporada, sendo substituído por um tal Mika Hakkinen.

A escuderia já teve três vitórias em Indianapólis: 1972 (com Mark Donahue), 1974 e 1976 (ambas com Johnny Rutherford, da foto). Um dos acionistas da equipe, Mansour Ojjeh, afirmou que a McLaren estuda ter uma equipe na Indy nos próximos anos. A escuderia acompanha a categoria e nesse ano irá participar das 500 milhas. Indagado sobre Le Mans, ele disse que não tem planos imediatos. A McLaren também irá entrar na Fórmula E, em 2019.


Ou seja: o que pode parecer uma bela ação de marketing inocente pode acarretar em uma ação inicial estratégica que visa a expansão da McLaren a outras categorias do esporte a motor, ou ao menos algumas experimentações. Com isso, o time de Woking ao usar Alonso ganha notoriedade, visibilidade, mídia, marketing e fãs, que é o mais importante. 

Isso também sinaliza uma mudança de postura na administração da F1. Com Bernie, era bélico: provas marcadas no dia de Le Mans e Indianapólis para não perder audiência. O mais estranho é que Bernie sempre foi obcecado pelo mercado americano, mas nunca fez com que os estadunidenses realmente gostassem da F1. Todos sabem que a preferência são a Indy e a Nascar. Com uma atitude dessas, abre-se a possibilidade de um "intercâmbio" de pilotos das mais diferentes categorias para a disputa de diferentes provas renomadas do automobilismo, fazendo com que os fãs conheçam e acompanham outras categorias, nem que seja apenas pelo piloto e por uma prova. Vai que alguém goste e se apaixone por algo até então desconhecido e desinteresse por conta de uma ação dessas? Imagine Vettel e Hamilton correndo em outros lugares ao menos uma vez, Valentino Rossi na F1, etc. Recentemente, tivemos Hulkenberg vencendo Le Mans e o multicampeão de Endurance André Lotterer na F1.

Alonso encontrará ex-colegas de F1 como Bourdais, Montoya, Sato, Max Chilton e Alexander Rossi. A adaptação para a Indy não é fácil. Para isso, o espanhol terá que participar de uma semana inteira de treinos que acontecem antes do fim de semana de classificação (entre 20 e 21 de maio), com seis horas por dia para conhecer as características do carro e pista. Na semana seguinte ao treino classificatório, antes da corrida em 28 de maio, os pilotos ainda tem mais dois dias de treinos disponíveis. É muito difícil que ele vença. Se conseguir tal feito, os haters da Indy podem ter mais um motivo pra encher o saco: "treinou algumas vezes e ganhou". O fato de nunca ter andado em um oval também pensa. No entanto, o objetivo é se testar e não bater. Se ficar no pelotão inicial na parte final da prova já será considerado um grande desempenho.

Com certeza absoluta a Indy 500 terá um aumento incrível de audiência esse ano. Alonso, Andretti, Honda e Indy tomaram a decisão mais acertada dos últimos tempos. Que isso sirva como combustível para que mais pilotos de outros lugares possam se testar em outras categorias. O automobilismo agradece!



Até!


quarta-feira, 12 de abril de 2017

VÍDEOS E CURTINHAS #28 - Especulações

Foto: MotorSport
Interessante leitura que foi postada no fórum de F1 do VK, rede social russa:

- Temos um conjunto piloto/carro superior (Hamilton/Villeneuve), mas não muito

- Temos um alemão na Ferrari que aparenta estar tirando tudo e mais um pouco do carro (Vettel/Schumacher)

- O alemão tem um companheiro coadjuvante que gosta bastante de dinheiro (Kimi/Irvine)

- Tem um cara que está claramente andando menos do que o carrão permite (Bottas/Frentzen)

- Tem uma dupla razoavelmente jovem e promissora que está andando lá na frente com um carro que pode ganhar corridas, mas não o título (Red Bull/McLaren)

- Tem um brasileiro andando lá no meio do bolo com um carro branco (Massa/Barrichello)

- Tem um equilíbrio muito grande entre as equipes do meio

- Corridas muito boas no papel, mas meio enfadonhas de se ver na prática

E aí, o que acham? Tem lógica, de fato... algumas pequenas diferenças: o brasileiro está quase se aposentando outra vez (Rubinho estava se encaminhando para a metade da carreira), a Ferrari de 1997 estava mais distante da Williams do que a de 2017 em relação a Mercedes e... só. O que acham?

FINALMENTE LIBERADO: Wehrlein irá estrear pela Sauber no final de semana. O retorno vem a calhar em um bom momento, após o badalado Giovinazzi bater duas vezes. O italiano não tem muito a ganhar nesse carro. Agora, seu foco é testar a Ferrari. Por outro lado, o alemão da Mercedes precisa mostrar que está recuperado e em condições físicas de disputar o final de semana de corrida e superar Ericsson. Acredito que o faça, mas não estará em sua plenitude técnica e física. Precisará se adaptar ao carro ruim da Sauber durante o ano para alcançar seu objetivo.

Foto: Reprodução
Chase Carey, presidente da Liberty Media, encontrou-se com Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia. O que se comenta na imprensa estrangeira é que a reunião foi para tratar do retorno do GP da Turquia ao circo da F1, e parece que está tudo muito bem encaminhado, mas ainda não assinado. A diretriz da Liberty é trazer de volta os circuitos que os fãs gostam, além de mais uma prova nos Estados Unidos. O número mágico de corridas na temporada seria 21 no máximo, ou seja: Oriente Médio com os dias contados. Felipe Massa certamente curtiu isso, pena que não tenha mais carro para vencer em terras turcas pela quarta vez e talvez ano que vem ele esteja definitivamente aposentado. Confesso que estranho esse hype todo nessa pista, não acho tão espetacular quanto dizem, mas é uma das melhores pistas projetadas por Hermann Tilke. A última edição foi disputada em 2011.

MAS JÁ: O "especulômetro" começou a apitar. Comenta-se que a Ferrari deseja contratar Ricciardo para substituir Raikkonen em 2018, reeditando a dupla com Vettel de 2014, onde o australiano dominou o tetracampeão. Seria um bom nome, sem dúvida. Certamente os taurinos não irão liberar, e se o fizerem será por uma quantia considerável. Talvez Vettel vá para a Mercedes... As possibilidades são infinitas. Muita calma.



Em 12 anos de GP do Bahrein, Felipe Massa venceu pela primeira vez no circuito há dez anos (me lembro como se fosse ontem! Como passa rápido!). O brasileiro não teve problemas e liderou de ponta a ponta. Hamilton foi o segundo e Raikkonen o terceiro. Felipe também venceu no circuito em 2008 e foi segundo colocado em 2010. Confira!

Até!

segunda-feira, 10 de abril de 2017

O BENEFÍCIO DA DÚVIDA

Foto: Getty Images
A igualdade está evidenciada na tabela. 43 pontos e uma vitória para cada lado. A diferença é que Lewis foi o pole nessas duas primeiras provas (ele vai quebrar o recorde de Schumacher até o fim do ano). Por enquanto, a disputa entre os dois promete. Muito equilíbrio. A Ferrari encostou. Talvez tenha até um ritmo de corrida melhor, mas na China a Mercedes superou as dificuldades iniciais e reagiu. Venceu sem sofrer sustos. Essa será a tônica da temporada.

Começamos com os "ses".  A corrida da China foi atípica. O fim de semana todo, aliás. A chuva equilibrou as coisas e permitiu brigas disputadas e emocionantes. A Red Bull agradece. Vettel antecipou a parada para colocar os pneus macios logo no início e teve o azar de, na volta seguinte, Giovinazzi bater e ver todo mundo passar pelo pitlane e trocar os pneus. Caiu para quinto. Depois, diante de uma F1 mais difícil em se ultrapassar, perdeu muito tempo atrás de Raikkonen, que não conseguia se livrar de Verstappen e Riccardo, que estavam se descolando das Ferraris. Dado o modus operandi dos italianos, foi estranho que o finlandês não tenha recebido ordens para faciliar a vida de Seb. O tetracampeão, quando foi para cima, fez uma linda manobra. Seria correto afirmar que se não fosse o Safety Car, Vettel poderia ter brigado de forma mais direta com Hamilton? Não sei. Apenas estou colocando o mesmo raciocínio da corrida passada. Eu não sei a resposta. Talvez ela varie de acordo com as corridas ou se defina apenas na metade do ano.

Foto: Reprodução
Uma questão importante: as ultrapassagens. Até com o DRS aberto elas estão difíceis, e isso é preocupante. Tem que ter um meio termo. Não pode ser artificial igual nos últimos anos mas também não pode ser um parto. Sorte que a China tinha muitos pontos de ultrapassagem. Quero só ver em outras pistas travadas... vai ser a Austrália ou pior (Cingapura, Mônaco e Hungria, por exemplo). Entretanto, foi bonito ver o pega entre Red Bull e Ferrari. Automobilismo também é perseguir, esperar o momento certo para ultrapassar, levar o outro ao erro e por assim vai. Verstappen parece ser uma exceção à regra. Largando lá de trás, chegou a ganhar nove posições na primeira volta. Fácil como se fosse videogame, segundo suas palavras. Se beneficiou da corrida caótica. Mesmo assim, superou Ricciardo com uma bela ultrapassagem e brilhou. Sentiu a pressão de Vettel, errou e caiu para terceiro. Apesar dos pesares, conseguiu sustentar a terceira posição, mesmo com o australiano o pressionando. Na chuva e com as condições mais equilibradas, Max decide. É uma estrela, um talento e isso todos sabem. Uma pena que a Red Bull não dispõe de um carro que permita a briga pela vitória nesse momento. A F1 estaria fantástica.

Foto: Getty Images
A corrida começou elétrica e movimentada. A chuva mudou tudo. Depois, quando a pista secou, chegou a ficar monótona. A diferença de Mercedes e Ferrari para a Red Bull e dos austríacos para o resto é gritante. São duas categorias. A tendência é esse abismo aumentar, pois as três possuem elevada capacidade de investimento, as outras não (excetuando-se Renault e McLaren, que estão em estágios distintos e bem abaixo das três principais). Os finlandeses foram patéticos. Claramente não conseguem acompanhar o ritmo dos primeiros pilotos. Raikkonen ficou a corrida inteira reclamando do torque do motor, não conseguiu superar as Red Bull e ficou apenas em quinto. Bottas foi pior. Conseguiu a proeza de rodar durante o Safety Car. Um sexto lugar constrangedor. A Mercedes sente falta de Rosberg. Cada ponto será essencial na disputa dos construtores dessa temporada. O que vimos, até então, é que Hamilton e Vettel não terão problemas com a concorrência interna. Os finlandeses devem ser coadjuvantes de luxo no embate dos dois no campeonato.


Sainz e Magnussen se destacaram. O espanhol largou com os pneus macios e passou sufoco no início, rodando, caindo para último e mal conseguia andar pelo circuito. Depois, quando os carros pararam nos boxes, recuperou terreno e chegou a ser o quinto. Terminou em sétimo. Seu companheiro Kvyat abandonou e até agora não sei por quê. A transmissão não mostrou isso (aliás, não anda mostrando quase nada). Kevin trouxe os primeiros pontos da Haas, em uma corrida arrojada e de muitas ultrapassagens. Conseguiu esse feito antes de Grosjean, teoricamente o "líder" da equipe. A dupla da Force India novamente esteve nos pontos. De ponto em ponto, a equipe indiana segue combativa e com esperanças de crescer durante o ano.Outro que fazia um milagre era Alonso. Ele estava em sétimo até a Honda acusar um problema, o que era previsível. Mesmo assim, fica o sentimento de frustração. Vandoorne também abandonou. Fica claro que o problema da McLaren é velocidade e potência. O chassi parece ser bom. Dá para se embolar na briga do meio do grid se os japoneses colaborarem.

Massa foi ultrapassado por todo mundo. Caiu de sexto para penúltimo (ou décimo quarto). Inexplicável. Até agora ninguém se manisfestou. A FW40 teve um problema? Esse carro é uma cópia quase fiel dos últimos dois bólidos, ou seja: com um bom motor e em circuitos velozes, vai se dar bem; em circuitos de baixa velocidade média e com chuva, será um desastre. Previsível (ou não), mas ainda assim indignante. O novato Stroll não resistiu a uma volta sequer. Fica a impressão de que falta piloto para a Williams, talvez a dupla mais fraca depois da Sauber ou Renault. A escolha foi deles. Felipe estava aposentado. Hulkenberg teve seis pontos deduzidos na sua carteira da FIA (o máximo permitido é 12) no fim de semana. Muita barbeiragem e excesso de velocidade nos boxes. Diante de um Palmer que não acrescenta nada, um fim de semana péssimo de Hulk significa chances remotas de pontos para os franceses. Um velho conhecido espanhol está disponível para o ano que vem...

"Bastou ele fazer um post para Giovinazzi que o italiano bateu duas vezes no mesmo ponto". Hahaha. Mais uma zicada em meu currículo. Faz parte do aprendizado do jovem italiano, que sequer havia pilotado na China na carreira. Diferentemente de Stroll e Palmer, tem crédito e talento, mas ficou claro que precisa ser lapidado com calma. Uma equipe intermediária seria o ideal. Provavelmente terá no Bahrein mais uma chance de guiar, agora em uma pista que já conhece dos tempos de GP2, pois o estado de Wehrlein é um grande mistério.

Confira a classificação final do Grande Prêmio da China:


A próxima etapa será na semana que vem no Grande Prêmio do Bahrein, nos dias 14, 15 e 16 de abril.

Até!

quinta-feira, 6 de abril de 2017

GP DA CHINA - Programação

O Circuito Internacional de Shanghai teve sua primeira corrida em 2004, vencida por Rubens Barrichello. É o autódromo mais caro da história. A sua construção custou cerca de 240 milhões de dólares.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:32.238 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:33.706 (RBR, 2011)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 4x (2008, 2011, 2014 e 2015)

NOVOS MOTORES PARA 2021?

Atuais V6 turbo. Foto: Reprodução
Com a Liberty Media ávida por resultados competitivos aliados a emoção, novo chefão Ross Brawn começa a pensar no futuro. Com o fim do Pacto de Concórdia estipulado para 2020, a FIA já pensa em alternativas de um novo motor para a F1, mais potente e "barulhento".

O desejo de substituir os atuais V6 turbo e híbridos, complexos, caros e silenciosos surgiu na reunião da semana passada na FIA em Paris, que contou com os fabricantes de motores da F1 mais a Toyota e Audi. A ideia seria criar um motor biturbo com quase 1200cv de potência, adicionando mais uma turbina e removendo o sistema MGU-H, que transforma o calor liberado pela turbina em energia. Além de ser complexo, esse componente seria um dos principais responsáveis pelo "silêncio" dos motores. A informação é da revista alemã "Auto Motor und Sport".

Como conciliar o gosto dos fãs, por motores potentes, barulhentos e "beberrões" (mais poluentes para o meio ambiente) com o vanguardismo da F1, que cada vez mais se adapta com unidades de potência mais verdes e sendo laboratório para os carros de rua? Essa é uma boa questão. O meio ambiente é uma questão muito importante. A Alemanha, por exemplo, até 2030 não terá mais carros com gasolina, apenas elétricos. O fã quer ver a F1 barulhenta, emocionante e difícil de ser guiada. 

Ross Brawn terá bastante tempo para pensar e aprimorar o projeto, mas isso é apenas um dos fatores que a F1 precisa melhorar para dar mais competitividade e emoção nas pistas. Não adianta ser fantástico para o público interno e um lixo para a audiência e os fãs, que são o que realmente importa nessa equação toda, e a Liberty sabe muito bem disso.

TORTURA À VISTA

Foto: Sky Sports
O pior motor da F1 em todos os quesitos irá desembarcar em Shangai sabendo que vai passar vergonha outra vez. Com retas muito grandes, a Honda será facilmente engolida pelas demais. Com isso, a McLaren promete ter um daqueles finais de semana típico de equipe pequena de fim de grid, papel que está se acostumando a cumprir. Alonso e Vandoorne terão extremas dificuldades até para ficar na penúltima fila. Quem sabe o motor Ferrari de 2016 da Sauber não apronte?

Diante da forte exigência do circuito e da fragilidade do conjunto, é muito provável que os abandonos aconteçam. Não há o que fazer, apenas trabalhar muito para melhorar, e isso não tem sido feito em plena terceira temporada de parceira McLaren-Honda. Pelo contrário.

Zak Brown, diretor executivo da escuderia, descartou a construção de motores feitos pela própria McLaren, através de uma das empresas do conglomerado, a McLaren Automotive. Não se descarta que a Ilmor esteja auxiliando os ingleses para tentar alguma melhora e "salvar o motor". Novamente, uma rescisão esbarra nos altos valores do contrato e do dinheiro que os japoneses despejam na equipe de Woking.

Com a queda dos lucros, a ausência de um patrocinador master há 5 anos e resultados pífios, a McLaren não se pode dar ao luxo de romper a parceria, teoricamente, mas continuá-la também pode lhe destruir mais ainda. O que fazer? Parece o óbvio: arrumar um jeito de dar um pé na bunda da Honda e recomeçar mais uma vez (pleonasmo justificado - recomeçar um novo projeto pela segunda vez, com outra parceria ou os próprios recursos da McLaren).

A McLaren precisa acordar.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 25 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 18 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 15 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 12 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 10 pontos
6 - Felipe Massa (Williams) - 8 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 6 pontos
8 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 4 pontos
9 - Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 2 pontos
10- Esteban Ocon (Force India) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari -            37 pontos
2 - Mercedes -           33 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 10 pontos
4 - Williams Mercedes -   8 pontos
5 - Force India Mercedes -7 pontos
6 - Toro Rosso Renault -  6 pontos


TRANSMISSÃO:






terça-feira, 4 de abril de 2017

MAIS UMA CHANCE PARA ANTÔNIO

Foto: F1 Fanatic
Na F1, assim como na vida, é necessário aproveitar as oportunidades que aparecem. Muitas delas surgem quando menos se espera. Por exemplo, um jovem Sebastian Vettel substituiu às pressas o acidentado Robert Kubica em algumas corridas pela BMW Sauber na temporada 2007. Na estreia, pontuou e tornou-se o mais jovem a pontuar na categoria até então. Isso contribuiu para que fosse, pouco tempo depois, para a Toro Rosso continuar com seus bons resultados. O resto da história todo mundo sabe...

Não quero comparar Giovinazzi com Vettel. Não faz sentido e não é cabível. O que digo é que o italiano novamente terá outra chance de causar boa impressão. Após quase ter ido para o Q2 depois de apenas um treino (só não foi porque errou na última curva da volta) e ter ficado em 12° na corrida com o pior carro do grid (sendo que o "líder da equipe" Ericsson sequer completou a prova), o italiano mostrou o que pode e justificou o hype oriundo da GP2, onde também com um equipamento razoável brigou de igual para igual com o campeão Pierre Gasly, piloto da academia da Red Bull, hoje na Super Fórmula.

Foto: F1 Fanatic

Ao contrário de Wehrlein, que vem numa decrescente e numa série de infelicidades já citadas AQUI, seja por azar, alguma conspiração do destino e/ou irresponsabilidade em causar o próprio acidente na Race Of Champions, o promissor italiano não tem nada a ver com isso. Ainda sem condições físicas para guiar um carro mais potente, pesado e que exige o máximo durante toda prova, o alemão até então prodígio da Mercedes parece caminhar para ser mais um daqueles que se depositavam grande esperança na categoria e que, por motivos variados, acabam não rendendo o que se espera. Estou dramatizando. Ainda há muito pela frente. Certamente Wehrlein irá voltar e, mesmo algumas corridas distante, (não se sabe se ele retorna no Bahrein ou na Rússia) superar o fraco Ericsson. Entretanto, é hora de reagir.

Enquanto Wehrlein não retorna (será que volta?), Giovinazzi, que é piloto da academia da Ferrari, segue com oportunidades de demonstrar seu talento em mais um final de semana, onde aposto minhas fichas que será superior a Ericsson. Se continuar nesse caminho, o que não estará reservado para Antônio? Vaga na Haas para o ano que vem? Substituir logo de cara Raikkonen na Ferrari? (convenhamos que isso é pura ilusão; Ferrari não coloca jovens pilotos na equipe principal assim, ainda mais italianos - há um trauma da equipe com os pilotos compatriotas).

O que eu mais poderia torcer no curto-prazo mas que não irá acontecer por motivos de "empresas suecas mandam na equipe": Wehrlein e Giovinazzi formarem a dupla da Sauber. Seria um sopro para que os suíços tentassem pontos milagrosos. Com o sueco e um alemão novo na equipe e cambaleante física e psicologicamente, as chances que são normalmente pequenas tornam-se mínimas.

De corrida em corrida, Giovinazzi tem as ferramentas necessárias para tornar-se em breve uma das estrelas da F1. É o que eu aposto, e vocês?

Até!

segunda-feira, 27 de março de 2017

TEMOS UM CAMPEONATO

Foto: Getty Images
Quatro meses depois, a F1 voltou. Na madrugada de sábado para domingo, testando o sono e a paciência dos fãs. Bom, por ser a corrida de estreia da "nova F1", era difícil não ficar empolgado com o que ia acontecer: carros potentes, mais rápidos, mais difíceis de serem guiados, promessa de emoção na pista com a busca por alguém que possa deter a Mercedes, etc. Pois bem, vimos apenas a última coisa: pelo que parece, a princípio, a Mercedes não irá dominar o campeonato de ponta a ponta como nos últimos três anos. A Ferrari voltou. A Ferrari voltou (ao menos Vettel). Entretanto, a "nova F1" parece uma releitura dos anos 2000: carros impressionantes, mas com pouco ou quase nada de competitividade dentro da pista.

A vitória foi decidida no famigerado box (o que era comum pelos idos de 2004). Hamilton, com maior desgaste nos pneus, parou mais cedo. Vettel, que não deixou o inglês escapar, aproveitou o tempo a mais na pista para continuar andando forte no primeiro stint e fez o suficiente para fazer o pit stop e voltar a frente do tricampeão. O que ficou claro: o W08 é mais veloz em ritmo de classificação; em corrida, as coisas se equivalem, e a Ferrari parece ter menos problema de desgaste dos pneus. Hamilton voltou do pit atrás de Verstappen e, embora estivesse mais rápido, não esboçou tentativa de ultrapassagem, pois era muito difícil se aproximar, devido a aerodinâmica desses novos bólidos. Com isso, Vettel se isolou e partiu para a vitória. Hamilton, novamente com problema de desgaste dos pneus, não teve forças para acompanhar o SF70 e teve Bottas chegando bem próximo, em terceiro.

Foto: Getty Images
A nova F1 mostrou como será difícil ultrapassar com essas regras. Embora tenha embolado a disputa enre Ferrari e Mercedes, a corrida foi uma procissão. Dormi umas 10 voltas, algo impensável para um GP da Austrália, sempre movimentado e com Safety Car, independentemente da condição climática. Pouquíssimas disputas dentro da pista. Apenas me lembro de Ocon e Hulkenberg passarem Alonso no fim da prova, isso que a McLaren do espanhol estava com problemas. A Liberty Media certamente vai rever isso no curto/médio-prazo e fazer ajustes no regulamento, inclusive na questão da distribuição financeira das equipes. Com o dinheiro melhor distribuído, mais equipes terão condições de brigar por vitórias. Hoje, claramente só temos Ferrari, Mercedes e Red Bull com potencial. O abismo para o resto é gritante.

A Red Bull está distante das outras duas equipes, mas está isolada como terceira força até aqui. Não se pode duvidar de Adrian Newey e seus homens, mas existe um caminho para percorrer até poder brigar por vitórias. Raikkonen e Bottas estão muito distantes de seus companheiros de equipe. Ambos, até aqui, podem servir para atrapalhar o adversário, embora Valtteri tenha feito um papel melhor que Kimi, distante até de brigar pelo pódio. Ricciardo errou no Q3 de sábado e pagou pelo preço dos danos do carro. Com problemas de câmbio, abandonou a prova, decepcionando o público local.

Mais isolado no posto de quarta força é a Williams, digo Massa. O brasileiro largou em sétimo, superado pelo ótimo tempo de Grosjean, mas logo na largada pulou para sexto e ficou ali até o final, chegando 1 minuto e 23 segundos atrás do vencedor. A Williams não estava perto das primeiras equipes como se alardeava nos testes, mas está bem na briga pelos pontos. O problema é Stroll. Além de errar muito, o que era esperado, mostra-se incrivelmente lento. O onboard de seu carro mostra o volante "tremendo" na reta e evidenciando a dificuldade de condução do FW40. Abandonou faltando 14 voltas. A Williams disse que foi "problema técnico". O paddock diz que o canadense cansou. Se a segunda hipótese for verdade, os novos carros deixam claro que os mais novos não têm condição de dirigir um F1 mais robusto e difícil que nem o desse ano (Wehrlein o que diga). Óbvio que Verstappen foi bem, mas o erro é comparar o holandês com Lance. Não existe semelhança nenhuma. Seria melhor para a família Stroll ter ido para a GP2 agora. A exigência é outra e o jovem piloto só estará se queimando na F1. Até que ponto o staff da Williams vai se sujeitar ao dinheiro do senhor Lawrence? É isso que queremos saber.

Foto: Jason Reed/Reuters
Force India e Toro Rosso mostraram bons carros e conseguiram colocar seus dois pilotos na zona de pontuação. Embora os indianos rosas aparentemente estejam um pouco atrás da Williams na briga pela quarta força, tudo indica que eles devem ficar a frente dos ingleses na tabela, até porque o time de Vijay Mallya tem dois pilotos que pontuam. Isso faz diferença. Pérez ganhou quatro posições e foi seguro, fez o papel de líder do time. Kvyat parece ter se recuperado depois de um ano traumático. Apenas não entendi o porquê de ter feito duas paradas, sendo que a primeira foi mais tarde que as demais. Chegou em nono. No fim, o jovem Ocon estreou na Force India com um pontinho conquistado sobre Alonso, que fazia milagre, e Hulkenberg. A Renault ainda não mostra evolução o suficiente para pontuar, apesar de ter um piloto espetacular, mas esbarra no mesmo problema da Williams: o outro não é. Dinheiro não vai faltar para os franceses evoluírem no decorrer da temporada, e tenho certeza que isso irá ocorrer.

Foto: Getty Images
Alonso quase fez milagre com a carroça da Honda. O espanhol ganhou as posições de Ocon e Hulkenberg na largada e aproveitou o abandono de Grosjean para ficar em décimo, posição que sustentou até quase o final, quando teve problemas de suspensão e abandonou a prova faltando quatro voltas, depois de ser superado pelos carros da Force India e Renault. A fênix disse que poucas vezes teve um carro tão pouco competitivo e essa foi uma das "melhores corridas da carreira". A Honda chega a ser mais de 10 km/h mais lenta do que os demais motores. Ou os japoneses melhoram urgentemente ou a McLaren ficará definitivamente no fim do grid quando a F1 chegar nos circuitos de alta velocidade. Imagina em Spa ou em Monza? Se em três anos a Honda só acumulou fracassou, a tendência é que sigam em dificuldades, embora prometam um novo motor até Mônaco. Talvez só no tempo da Minardi que o bicampeão enfrentasse tantas dificuldades. Seu companheiro de equipe, Vandoorne, foi o 13°.

Para finalizar: Giovinazzi tem muito potencial para ficar na F1. Depois de pegar uma bucha e substituir Wehrlein a partir do TL3, quase foi para o Q2, se não tivesse errado na última curva da volta. Na corrida, fez um papel correto e chegou em 12°, enquanto Ericsson abandonou. O italiano aproveitou a chance. Pontuar seria pedir demais, mas é mais um que mostrou superioridade ao sueco. Fica a campanha pela chegada de Giovinazzi como piloto titular, seja no lugar de Wehrlein ou de Ericsson. O piloto, que agora é da Academia da Ferrari, mostrou cartaz. Se a F1 tivesse 22, 24 ou 26 carros, certamente não teria esse problema, mesmo sem um grande patrocínio. É uma pena que essas oportunidades sejam cada vez mais raras e Strolls, Palmers e Ericsson imperem na categoria...

Confira a classificação final do GP da Austrália:


A próxima corrida será no Grande Prêmio da China, daqui duas semanas, nos dias 7, 8 e 9 de abril.

Até!

sexta-feira, 24 de março de 2017

MATANDO A SAUDADE

Foto: Sutton Images

Às 22h em ponto, a F1 voltou. A goleada do Brasil nas Eliminatórias fez o tempo passar tão rápido quanto a velocidade desses carros na pista que bastou apenas trocar de canal que estava tudo pronto. Finalmente voltamos a escutar o ronco dos motores.

Apesar da Mercedes despistar, as flechas de prata dominaram o treino, com Hamilton e Bottas fazendo 1-2, meio segundo mais rápido que as Red Bull, que ficaram em terceiro. Entretanto, não sabemos a quantidade de combustível que cada carro utilizou, então nada pode ser descartado. Será despiste ou é a vantagem real? Vale ressaltar que a Mercedes utilizou o pneu ultramacio, o mais rápido, enquanto os outros não.

A Ferrari em quinto e sexto pode ter desapontado alguns, mas penso que foi apenas uma escondida de jogo. No TL2, os italianos mostraram suas credenciais da pré-temporada e estão empolgando a todos. Finalmente teremos uma rival a altura da Mercedes depois de três temporadas?

Massa em sétimo evidenciou a hierarquia da F1: Mercedes-Ferrari-Red Bull-Williams, embora acredite que a linda Force India rosa (carro fofo, parece um danoninho ou uma bala de iogurte) tenha condições de brigar com o pessoal de Grove. Stroll foi o 13° e conseguiu boa quilometragem. Só pelo fato de não bater, é possível considerar que tenha feito uma boa sessão.

Ademais, Haas, Toro Rosso e Renault vão brigar no tapa por dois ou três lugares na pontuação. Evidente que o primeiro treino não mostrou nada ainda e que muitos times irão evoluir não só no final de semana, mas também na temporada. Dizem que a Renault conseguiu ganhar alguns cavalos a mais na potência de seu motor. Hulkenberg conseguiu andar bem no top 10. O alemão irá carregar os franceses, pois Palmer claramente não tem condições de pilotar uma equipe de fábrica. Sua permanência é o erro mais gritante dessa temporada.

Por fim, a McLaren e a Sauber ocupam os últimos quatro lugares. O time de Woking conseguiu aguentar mais ou menos bem. Vandoorne mal andou, com problemas no carro. Alonso fez uma boa classificação. Será mais um ano de muita luta e batalha para tentar conquistar heroicos pontinhos. A Sauber apenas completa o grid, com Ericsson e Wehrlein duelando para definir quem será o penúltimo.

Confira a classificação do TL1:


Foto: Reprodução

A Ferrari mostrou a que veio no TL2. Hamilton liderou a sessão, Vettel o segundo e os dois finlandeses logo atrás, na ordem Mercedes e Ferrari. Tudo indica que alemães e italianos disputarão centésimo a centésimo a pole position e irão ficar próximos na corrida. É o que o mundo da F1 torce, por uma competitividade maior. A Red Bull ficou com a quinta e sexta posição, de Ricciardo e Verstappen, mesmo o holandês tendo andado menos de dez voltas.

Foto: Reprodução

Entretanto, o treino ficou marcado pela primeira porrada no muro da temporada, e só poderia ser do Palmer. Contrariando o favoritismo de Stroll, o carro número 30 perdeu o controle na entrada da reta dos boxes e bateu de frente na proteção de pneus, paralisando o treino por quase 10 minutos. Pouco depois do reinício da sessão, o azar de Massa apareceu rápido demais: um problema no câmbio forçou a abandonar o treino. Problema de confiabilidade justo agora é uma questão delicada de se resolver. Espera-se que não haja punições para o brasileiro pela troca do equipamento. Sejamos francos: Melbourne nunca foi um lugar de sorte para Felipe, tanto é que seu melhor resultado foi um quarto lugar, em 2013.

                       
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No fim, Ericsson não conseguiu frear e o carro rodou, parando na brita, logo na curva do final do setor 1. Olhando essas coisas é que bate uma saudade do Nasr... imagina o brasileiro olhando isso de muito longe? Deve bater uma tristeza e uma sensação de injustiça muito grande. Enfim, é o mundo da F1, que só quer saber de dinheiro.
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A grande novidade na transmissão foram espécies de "pontinhos" que sinalizavam cores diferentes. A cada 500m, sensores captavam o tempo de volta dos carros. Se aparecesse a cor verde, sinalizava o melhor tempo pessoal do piloto. Se fosse roxo, era o melhor da sessão. Se fosse cinza é porque o tempo estava abaixo do seu próprio melhor. Além disso, do lado aparecia a estimativa de posição que o carro estaria ao completar a volta. Impressionante essa tecnologia, mas também tira a graça e o suspense de acompanhar a volta inteira sem saber o que ia acontecer, apenas se baseando nos tempos dos dois setores. Com certeza será algo a ser trabalhado durante o ano, mas gostei muito da novidade.

Resumindo: Ferrari e Mercedes muito próximas, seguidas de Red Bull, Williams e Force India. Haas, Toro Rosso e Renault disputam a tapa a zona do pelotão intermediário, com McLaren e Sauber no fim do grid. Ansioso pelo treino e a disputa das flechas de prata com o cavalinho rampante. Será que teremos briga ou tudo não vai passar de uma doce ilusão?

Confira a classificação do TL2:



Até!