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terça-feira, 22 de agosto de 2023

INÊS É MORTA

 

Foto: Getty Images

O campeonato de 2008 sempre vai gerar dúvidas e questionamentos. Esse ano, tudo aumentou com a ação de ingresso de Felipe Massa na justiça para ser corado campeão mundial daquela temporada.

Neste ano, Bernie Ecclestone admitiu em entrevista que sabia do escândalo de Cingapura ainda em 2008 e não fez nada para não manchar o esporte, o que seria não cumprir com o próprio regulamento da FIA da época, que era presidida por Max Mosley.

Esse inclusive é o argumento da defesa, além das perdas financeiras por não ser campeão, as oportunidades que se abririam para Massa e os brasileiros impactados por um compatriota no topo (lembrem que nós só gostamos de quem vence, certo?), contratos, exposição, etc. Felipe Massa poderia ter sido uma super estrela, ou simplesmente um “novo Senna”, um novo vencedor e exemplo para o Brasil.

Pelo que li e foi contextualizado, são argumentos convincentes, inclusive com a definitiva infração da própria FIA ao lavar as mãos para o caso. Já passando dos 90, Ecclestone ativou a carta do “não lembro de ter dito isso”, mas a verdade é que a boca grande dele é que está gerando esse burburinho.

Mas na prática, é correto mudar alguma coisa? É possível mudar alguma coisa? Massa foi prejudicado nesses termos, além de uma tramóia ter tirado uma vitória que ele tinha grandes chances de confirmar. Aí que está. Tinha grandes chances, não é algo certo. Quem não poderia imaginar que algo aconteceria tal qual em Hungaroring?

E outra: Hamilton não tem nada a ver com isso e é tão vítima de uma atitude suja quanto Massa. Os dois tiveram problemas e foram irregulares naquele ano, por isso a quase igualdade.

Também não é justo e correto usar apenas a lógica de dar os pontos para Cingapura ou “se o Massa tivesse vencido ele era campeão”. Se o brasileiro vencesse em Cingapura ou chegasse com uma vantagem mínima para decidir em Interlagos, certamente o comportamento da McLaren e de Hamilton seriam diferentes no decorrer do ano após a corrida noturna.

A situação só chegou na catarse porque justamente era Hamilton que tinha a vantagem e pilotava o suficiente para ser campeão. Mudando essa estrutura, ele correria com uma outra motivação e estratégia. Ninguém pode prever o que aconteceria.

Sim, Massa parece ter sido vítima de uma negligência da própria FIA. Isso é o suficiente para ser considerado campeão ou co-campeão? Hamilton tem que pagar o pato por algo que ele também foi no mínimo prejudicado? É possível reescrever a história, colocar um asterisco?

Penso que não, assim como, infelizmente, não será possível fazer “justiça” para o brasileiro até porque, mesmo assim, um título reconhecido tardiamente também não mudaria em nada para o destino de todos. Agora, Inês é morta.

Até!

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

DE REPENTE, VITÓRIA!

Foto: Getty Images
Existe vitória injusta? Existe, tipo a do Hamilton no Canadá esse ano. Existe vitória que caiu do céu? Aos montes na história, cada vez mais impossível diante da confiabilidade dos motores híbridos e das equipes poupando equipamento até não poder mais, como bem criticou Lando Norris. Enfim, existe a vitória de Johnny Herbert pela Stewart em 1999.

A vitória de Vettel, que encerrou um jejum de 22 etapas sem subir no lugar mais alto do pódio, pode ter dois desses elementos. Sorte, competência ou incompetência da Ferrari? Desde o início da corrida, quando Hulkenberg parou cedo com danos no carro, ele virava mais rápido com pneus duros, de Renault. Apostando no desgaste dos pneus ferraristas, a Mercedes esperou, como uma raposa velha.

A Ferrari, protegendo Vettel do terceiro lugar para evitar o undercut de Verstappen, chamou o alemão. Na volta seguinte, o surpreendente pole, Leclerc, veio fazer o mesmo. Aliás, é muito surpreendente o rendimento da Ferrari em Cingapura. Sem longas retas e o circuito com mais curvas do ano, esperava-se um domínio dos alemães e uma briga com o holandês da Red Bull. Não foi bem assim.

Enfim, voltando, a volta livre com os pneus duros foi o suficiente para Vettel retornar à frente de Leclerc. Não só se protegeu de Verstappen como conseguiu duas posições em uma tacada só! Sorte, competência da Ferrari ou injustiça com o monegasco? Geralmente o melhor posicionado tem a preferência de parar primeiro. Não foi o que aconteceu, e por isso Leclerc ficou irritadíssimo no pós-corrida. Tá chorando demais e se fazendo de vítima, apesar de ter sido mais uma vez sacaneado.

Foto: Getty Images
A 53a vitória da carreira de Vettel, a quinta em Marina Bay, surge no momento mais duro da carreira do tetracampeão, que segurou o choro no pódio. Cena bonita, logo duas semanas após uma rodada justo em Monza, onde Leclerc se consagrou o novo ídolo. Merecia ter vencido antes, no Canadá, assim como Leclerc pode reclamar de ter perdido sua terceira corrida no ano: Bahrein, Áustria e agora. Se, se, se... Pela primeira vez em onze anos a Ferrari emplaca três vitórias seguidas, a mesma coisa na era híbrida, iniciada em 2014. O campeonato e os construtores já estão definidos, mas é sempre bom a Mercedes abrir o olho, ainda mais diante dessa inesperada derrota de hoje.

Quem também reclamou da estratégia foi Hamilton. Segundo ele, seria uma vitória fácil se tivesse parado antes. Perdida, a Mercedes alongou o stint temendo voltar no meio do tráfego e perdeu as posições. Mesmo assim, já são três corridas sem vencer. Mesmo que o campeonato já esteja definido, é a primeira vez que os alemães enfrentam essa situação em cinco anos. Ah se o #44 tivesse um rival do outro lado...

Verstappen já andou reclamando da Red Bull/Honda. É um desperdício vê-lo com a possibilidade de brigar apenas por dois vitórias no ano. Com Leclerc sendo a "nova sensação" em uma equipe grande e mais encorpada que os taurinos hoje, não é de se duvidar que esse casamento possa ruir caso as coisas não tenham uma perspectiva de melhora. Albon, mais uma vez seguro, fez o que pode: o sexto lugar.

Na "zona do agrião", destaque para Norris, o melhor do resto. Hulkenberg, com uma boa corrida de recuperação, contou com o Safety Car para ficar em nono nesse clima de despedida da categoria. Gasly deve ter feito sua segunda melhor corrida no ano e conquista pontos importantes. Por falar em ponto, de um em um Giovinazzi tenta sobreviver na Alfa Romeo, apesar de todos os dramas.

Grosjean já mostrou o cartão de visitas renovado ao alijar Russell da prova e começar o caos dos três Safety Car. Kvyat e Raikkonen se estranharam e ficaram pelo caminho. A Haas segue o calvário sem perspectiva de melhora. Ricciardo parece mais preocupado em dar show e se divertir nas disputas de pista do que propriamente com a pontuação. E tá errado?

Justa ou não, a vitória de Vettel pode ser um combustível para o alemão finalmente sair da maré negativa, apesar dos prognósticos não serem bons. Afinal, para alguns ele "herdou" o resultado hoje e vem de seguidas derrotas nos treinos. Não parece estar bem adaptado ao SF90. Mesmo assim, que a cabeça volte a ficar no lugar e se imponha como um tetracampeão deve fazer.

Confira a classificação final do GP de Cingapura:


Até!



sexta-feira, 20 de setembro de 2019

ENCONTROS E DESPEDIDAS

Foto: Divulgação
A medida que a temporada vai se encerrando, as especulações viram (ou não) confirmações. A Williams, por exemplo, não terá Kubica em 2020. O polonês vai sair no final da temporada, provavelmente com destino para a DTM. Trata-se de uma linda história de superação ao retornar sete anos após o grave acidente de rali que quase tirou o braço direito, mas claramente o polonês não é mais competitivo. Apesar disso, é o responsável pelo único ponto da equipe no ano, o que mostra que o talento ainda está lá. Parabéns Kubica pela história de superação e que siga bem nos próximos passos da carreira. Nicholas Latifi, vice-líder da F2 e atual piloto de testes, é o favorito.

A Haas é assustadora. Dois pilotos inconstantes, um carro e ruim e o que é feito? Continuidade no trabalho. Mais um ano com Magnussen e Grosjean. Ao menos a diversão está garantida. Depois não adianta criticar a F1 pelos custos com uns pilotos desses, ainda mais agora sem dinheiro de uma patrocinadora. Que decepção, Gunther Steiner. E o Hulk, hein? Agora as chances de permanecer estão quase escassas.

Bom, indo para a pista, tivemos no primeiro TL1 Verstappen como o mais rápido e uma batida de Bottas. No segundo treino, Hamilton dominou. Como é de se esperar, Mercedes é favoritaça para dominar, com Verstappen em segundo plano. A Ferrari será coadjuvante. Pelo traçado travado, Cingapura exige bastante dos freios e sempre é promessa de Safety Car e corridas malucas. Espero que isso aconteça.

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!

GP DE CINGAPURA - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio de Cingapura é disputado desde 2008 e foi a 1a corrida noturna da história da Fórmula 1, que foi vencida de forma polêmica por Fernando Alonso, pilotando a Renault, após se beneficiar de um Safety Car oriundo de uma batida proposital de seu companheiro de equipe Nelsinho Piquet e o abandono do então líder da corrida Felipe Massa, da Ferrari, após a mangueira de reabastecimento ter ficado presa em seu carro. O caso ficou conhecido como Cingapuragate.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kevin Magnussen - 1:41.905 (Haas, 2018)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:36.015 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2011, 2012, 2013 e 2015) e Lewis Hamilton (2009, 2014, 2017 e 2018) - 4x

SEGUE O JOGO

Foto: Getty Images
Depois da constrangedora crise e troca de farpas via redes sociais, finalmente chegou ao fim a "parceria" entre a Haas e a Rich Energy. Isso é apenas a ponta do iceberg da péssima temporada que vive a equipe americana, estagnada na evolução do carro e com dois pilotos no mínimo inconstantes.


Apesar disso, a pintura da VF19 vai seguir a mesma: preta e dourada, sem o logo da ex-patrocinadora, é claro. Talvez o grande acerto desta temporada tenha sido a cor do carro, realmente muito bonito. Com a temporada perdida, é hora de pensar em 2020. Grosjean não pode mais receber oportunidades e tem Hulkenberg dando sopa no mercado. Uma dupla (ou trio) explosiva com o desafeto Magnussen mais a figura carismática de Gunther Steiner é tudo que a "F1 Lado B" precisa neste momento.


BERNIE QUER CALENDÁRIO MAIS CURTO

Foto: Getty Images

O ex-chefão da Fórmula 1 é contra o atual longo calendário de corridas da Fórmula 1. Nesta temporada, são 21 etapas. No ano que vem, teremos um recorde de 22, com as entradas de Zandvoort e Vietnã e a saída da Alemanha. Para 2021, é possível que sejam até 24 grandes prêmios, o que Bernie é contra:

“Isso seria muita coisa, definitivamente. 16 corridas já seria o suficiente. Quanto mais corridas, mais o produto se desvaloriza. Já tivemos essa supersaturação no tênis. São mais de 100 torneios, mas nem dez deles importam", afirmou à revista alemã "Auto Motor und Sport".

Bernie concluiu a linha de raciocínio:
“Se forem só 16 corridas, os organizadores vão precisar pagar mais, de acordo com isso. E eles vão pagar, porque o evento se torna mais valioso, já que o número de GPs fica escasso”, destacou.

O calendário de 16 corridas era comum até o início dos anos 2000. De março a outubro. Da Austrália ao Japão. Bem simples. O mais engraçado e irônico é que o aumento desse número foi justamente na gestão Bernie, que passou a explorar o mercado asiático com corridas no Bahrein, Índia, Coreia do Sul, etc. No último ano de Bernie como chefão, o número de etapas foi exatamente igual ao atual: 21 corridas.

Bernie é um personagem maravilhoso, para o bem e para o mal. Na lógica de gestor, talvez não esteja errado. No entanto, para os fãs, quanto mais melhor, de preferência todas as semanas.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 284 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 221 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 185 pontos
4 - Charles Leclerc (Ferrari) - 182 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 169 pontos
6 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 65 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 58 pontos
8 - Daniel Ricciardo (Renault) - 34 pontos
9 - Alexander Albon (Red Bull) - 34 pontos
10- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 33 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 31 pontos
12- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 31 pontos
13- Sérgio Pérez (Racing Point) - 27 pontos
14- Lando Norris (McLaren) - 25 pontos
15- Lance Stroll (Racing Point) - 19 pontos
16- Kevin Magnussen (Haas) - 18 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 3 pontos
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 505 pontos
2 - Ferrari - 351 pontos
3 - Red Bull Honda - 266 pontos
4 - McLaren Renault - 83 pontos
5 - Renault - 65 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 51 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 46 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 34 pontos
9 - Haas Ferrari - 26 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO:







segunda-feira, 17 de setembro de 2018

UM DEGRAU ACIMA

Foto: Getty Images
Foi difícil acompanhar a corrida hoje. Dormi pouco, como sempre, e dessa vez a corrida começou mais cedo, no então tradicional horário das 9h. Dei uns cochilos porque não tinha como não ser diferente.

As únicas coisas que podem animar uma corrida como Cingapura são os acidentes. Só teve um, na segunda curva. Pérez fechou Ocon, que bateu por ali. Mais um incidente entre os ainda parceiros de Racing Point. Todos sabem que sou fã do mexicano, mas hoje ele fez a pior corrida na carreira. Inadmissível a quantidade de erros que cometeu. Aquela fechada no Sirotkin foi criminosa. Incompatível com as oito temporadas e a experiência que possui na categoria. Instabilidades como essa é que não lhe permitiram maiores oportunidades no topo da F1.

A corrida foi uma porcaria, então não há muitos tópicos para comentar. Vou continuar pelo óbvio: mais uma atuação irretocável de Lewis Hamilton. Até agora não sei se a Mercedes escondeu o jogo nesse final de semana todo, mas parece que finalmente o fantasma de Marina Bay foi exorcizado. Pole e corrida magistrais. Sem sustos ou quase isso, só quando Grosjean (outro irresponsável que está fazendo hora extra na F1) ignorou as bandeiras azuis e permitiu a aproximação de Verstappen. Depois disso, seguiu a procissão.

Verstappen fez uma ótima corrida, consistente e cerebral, quem diria. Perdeu a posição na largada e depois conseguiu recuperar em um undercut. Soube administrar a situação do momento sem reações emocionais e colheu um ótimo resultado, o máximo que podia com a atual Red Bull em fim de relação com a Renault.

Vettel e a Ferrari. Quando não é um que vai mal é o outro, quando não os dois. Vettel fez uma largada limpa e tentava conter o dano. Chegando em segundo, as coisas não ficariam tão ruins quanto já estão. No entanto, de forma inexplicável, a Ferrari resolveu parar cedo demais e, com pneus hipermacios, restou ao alemão se arrastar na pista por mais de 40 voltas e chegar em terceiro. Bem distante do favoritismo pré-corrida. Ferrari e Vettel vivem uma grande crise de relação e resultados. A saída de Raikkonen, sempre defendido por Seb, é um forte indício. O alemão está longe da melhor forma e também muito longe de sequer ser competitivo diante de um cirúrgico e excepcional Lewis Hamilton. Está sendo engolido tal qual Rosberg em 2015. A vantagem agora é de 40 pontos.

Bottas conseguiu, sem problemas, ficar quase a um minuto do vencedor da prova. Queda brusca de rendimento. Enquanto isso, Ocon deve ser seu reserva no ano que vem... Alonso tem razão: se a Haas tivesse pilotos melhores, era para estar sobrando como a quarta colocada nos construtores, ainda mais que a Force India perdeu os pontos da metade do campeonato. Os dois ficaram bem longe da zona de pontuação. A Fênix brilhou e foi o melhor do resto, o único que não levou uma volta de Hamilton. É o que pode fazer nessas corridas finais. Leclerc voltou a pontuar, assim como a dupla da Renault.

40 pontos. Diante da fase de Hamilton e Vettel, não é absurdo dizer que o inglês começa a pavimentar o caminho para o penta. O título pode ser sacramentado bem antes do que imaginávamos. No ano passado, foi no México. E agora? Claro, isso tudo pode ir por água abaixo caso Lewis quebre e Vettel se recupere, mas convenhamos: esse não parece ser o quadro mais provável, até porque mesmo quando sofre um revés, Hamilton volta mais forte que nunca, enquanto Vettel desmorona. O emocional está justificando a diferença técnica dos dois tetras.

Confira a classificação final do GP de Cingapura:


Até!

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

SEM MAIS ERROS

Foto: Reuters
Diante do geralmente imprevisível circuito de rua de Cingapura, Sebastian Vettel começa uma difícil empreitada para tentar conquistar o penta: sem mais erros. Se contar com a sorte de Hamilton errar, bater ou ter problemas, ótimo. Se não, precisa fazer o que não tem feito: constância e equilíbrio.

Pode ser que a cota de erros tenha se esgotado hoje, quando lambeu o muro no TL2 e não pode mais treinar. A Ferrari tem um carro levemente superior. Cingapura sempre foi um lugar que a Mercedes sofreu. Se não fosse o acidente na primeira curva, possivelmente Hamilton e Bottas ficariam em quinto e sexto. Lewis ganhou e o finlandês chegou em terceiro.

A conferir a Red Bull. Será que chegam com favoritismo? Lideraram o TL1, mas ficariam relativamente distantes no TL2. É agora ou nunca. Se nem lá se mostrarem competitivos é porque os taurinos já estão pensando na próxima temporada, completamente desassistidos pela Renault no final desse outrora relacionamento vencedor.

No meio do grid, Renault e Haas podem se sobressair. Por outro lado, pode ser a última esperança da McLaren conquistar algo positivo. Está jogada as traças. Toro Rosso e Racing Point correm por fora, mas na corrida tudo pode acontecer.

Enfim, não há muito o que escrever quando um treino é realizado de dia e não serve pra nada em termos de acerto para a corrida. Só resta acompanhar os próximos desdobramentos dessa corrida que pode começar a definir o novo penta ou então a reação daquele que também deseja a mesma coisa.

Confira a classificação dos treinos livres do GP da Cingapura:





Até!

GP DE CINGAPURA - Programação

O Grande Prêmio de Cingapura é disputado desde 2008 e foi a 1a corrida noturna da história da Fórmula 1, que foi vencida de forma polêmica por Fernando Alonso, pilotando a Renault, após se beneficiar de um Safety Car oriundo de uma batida proposital de seu companheiro de equipe Nelsinho Piquet e o abandono do então líder da corrida Felipe Massa, da Ferrari, após a mangueira de reabastecimento ter ficado presa em seu carro. O caso ficou conhecido como Cingapuragate.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:45.599 (Ferrari, 2008)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:39.491 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel - 4x (2011, 2012, 2013 e 2015)

DESANIMADO

Foto: LAT Images

Diante da expectativa de fazer uma temporada de evolução com o motor Renault e o tão badalado chassi, a McLaren até que começou bem, mas depois involuiu. Apesar de vários pacotes de atualização, nenhum deu resultado satisfatório. Diante desse cenário, o diretor Zak Brown não se disse animado com o final da temporada e espera a tão sonhada evolução na próxima temporada.

“Vamos continuar tentando, mas infelizmente desenvolvemos um carro extremamente fraco, que não responde às mudanças, o que consequentemente indica que não temos um bom carro”, disse Brown, entrevistado pelo ‘Motorsport.com’. “Espero, infelizmente, o mesmo tipo de resultados [até o fim do ano]. Talvez dependendo um pouco das características de cada circuito, mas certamente não espero milagres”, lamentou.

O cenário da McLaren é simplesmente melancólico e desesperador. Com os dois pilotos fora da equipe para o próximo ano e aguardando as chegadas de Carlos Sainz e Lando Norris, parece que não há motivação necessária para buscar o algo a mais, apenas o talento de Fernando Alonso. Com um chassi problemático, motor mais fraco em relação aos demais e com pilotos inferiores pro ano que vem, o cenário da McLaren é desanimador não só hoje, mas também para os próximos anos.


SEM DESISTIR

Foto: Getty Images

Ao contrário da McLaren mas em situação igualmente desconfortável por motivo diferente, Esteban Ocon vive um 2019 incerto. Praticamente fora da Racing Point, onde será substituido por Lance Stroll talvez ainda nesse ano e sem espaço nas principais equipes, na Mercedes e nas equipes médias por pertencer ao programa de pilotos da equipe alemã, talvez o único lugar disponível para o francês é a Williams, que tem motores Mercedes. Recebendo o apoio dos fãs e de outros pilotos da categoria, o francês desabafou em suas redes sociais:

“Tenho que agradecer a todo mundo pelas boas mensagens e pelo apoio que recebo a cada dia. Estive em situações difíceis antes e sempre as superamos, minha carreira não foi nada fácil, como vocês sabem. Posso prometer que não vou jogar a toalha neste momento”, escreveu.

A situação fica mais angustiante ao perceber que seus rivais da base (Verstappen e agora Leclerc e Gasly em 2019) já ocupam os principais carros da categoria, enquanto Bottas segue na Mercedes, lugar que poderia ser dele. “A motivação é grande, e meus velhos rivais estão em carros de ponta, e isso me faz ter mais vontade do que nunca. Sonho com a F1, treino F1, como F1, jogo F1 e penso na F1. Nasci para pilotar e meu único objetivo é ser campeão, e vai continuar sendo. Vejo todos vocês neste fim de semana”, completou.

Com apenas 20 carros e a infetação de pilotos pagantes, apenas a academia de pilotos poderia abrir portas. No caso de Ocon, estão fechando. É inacreditável que um cara com o talento de Ocon tenha talvez como única chance de ficar na categoria pilotando a fraquíssima Williams. A F1 está preocupada com tantas coisas, mas parece não ligar para o mais importante: a qualidade das corridas e dos pilotos. Preocupante e lamentável.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 256 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 226 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 164 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 159 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 130 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 118 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Kevin Magnussen (Haas) - 49 pontos
9 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 46 pontos
10- Esteban Ocon (Racing Point) - 45 pontos
11- Fernando Alonso (McLaren) - 44 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 34 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 27 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 415 pontos
2 - Ferrari - 390 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 248 pontos
4 - Renault - 86 pontos
5 - Haas Ferrari - 76 pontos
6 - McLaren Renault - 52 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 32 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 19 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO







quarta-feira, 12 de setembro de 2018

JÁ FAZ 10

Foto: Getty Images
O Grande Prêmio de Cingapura de 2008 tinha diversos motivos para entrar na história da F1. O primeiro, o mais simples: o primeiro a ser realizado nas ruas da cidade-estado. O segundo: a primeira corrida noturna da história do Mundial. A terceira: O GP número 800 da F1. Convenhamos que nenhuma (ou quase) delas foi lembrada.

Hamilton e Massa disputavam ponto a ponto o campeonato. Vantagem do inglês por um ponto. Entretanto, o brasileiro simplesmente voou no Q3 pra largar na pole, seis décimos mais veloz que o inglês. Raikkonen, Kubica e Kovalainen completaram os cinco primeiros. Rubens Barrichello foi só o décimo oitavo.

28 de setembro de 2008. Na largada, Massa mantém a primeira disposição e abre boa vantagem pra Hamilton. A corrida transcorre normalmente, até que o inesperado acontece.

Alonso, que só largou em 15°, para na volta 12, muito cedo segundo as projeções, para colocar os pneus duros. Voltou na distante última posição. Duas voltas depois, seu companheiro de equipe, Nelsinho Piquet, rodou e bateu de traseira. Safety Car.

Foto: Getty Images
Todo mundo nos boxes. O líder Massa se prepara paro o pit stop padrão. Na época, ainda era possível reabastecer e existia aquela mangueira. Pois bem, a parada é realizada, mas o sistema da Ferrari acaba acionando o sinal que libera Massa a sair dos pits, mas aí o grande problema: a mangueira ainda estava na bomba de combustível. E assim ele saiu...

Foto: Gazeta Press


Massa voltou em último. Com a corrida completamente modificada, Rosberg assumiu a ponta e Alonso, que parecia fora de jogo, pulou entre os ponteiros porque havia parado voltas antes. Com o desenrolar da prova, a maioria dos pilotos fez duas paradas, menos o espanhol.

Líder desde a 34a volta, a Fênix rumou para a vitória com uma fraquíssima Renault na primeira corrida noturna da história, o GP n° 800 da F1. Rosberg, ainda na Williams, foi o segundo e Hamilton conseguiu ficar em terceiro. Massa foi só o 13°e viu a vantagem aumentar para 7 pontos. Esses e outros erros da Ferrari e do brasileiro custaram o título daquela temporada. Golpe de sorte ou genialidade? Alonso tirou o coelho da cartola.

Bem, na verdade não. Um ano depois, quando foi demitido da Renault, Nelsinho Piquet e o pai revelaram para Reginaldo Leme que a batida do brasileiro foi proposital, em uma armação de Flávio Briatore e Pat Symonds. Uma bomba mundial. De novo Alonso estava envolvido, mesmo que de maneira indireta.

A investigação da FIA confirmou a versão brasileira. Briatore fez aquilo porque os franceses ameaçaram abandonar a categoria no fim do ano caso aquele carro ruim não ganhasse até o final da temporada (apesar de tudo, Alonso ganhou em Fuji, semanas depois). Briatore foi banido da F1 e Symonds suspenso por cinco anos. Voltou a trabalhar na Williams, justamente com Felipe Massa.

Alonso e Nelsinho foram inocentados. O espanhol não sabia da jogada, apesar das suspeitas existirem até hoje. O brasileiro perambula por várias categorias e foi campeão da Fórmula E em 2015. Alonso ficou mais um ano na Renault e encontrou Massa na Ferrari.

Além das questões históricas já citadas no primeiro parágrafo, a primeira corrida em Cingapura sempre será a mais lembrada: a corrida da marmelada, da entregada. Uma vergonha mundial. A Ferrari e Massa tentaram reverter o resultado, mas isso não aconteceu.

O mais incrível é que esse episódio já faz dez anos e um dos pivôs, indiretos, se despede desse palco nesse final de semana. Qualquer toque no muro, desde então, virou motivo para desconfiança.

Cingapura, dez anos. Corrida noturna, modernidade, circuito de rua, Safety Car, Cingapuragate, acidentes (o do ano passado também já entrou para a história). Como as coisas passam rápido. Impossível não lembrar. Estava assistindo na casa de um colega de escola, fazendo um trabalho. No fim do dia, o Inter goleou por 4 a 1 no Gre-Nal. Que dia, amigos.

Até!

quarta-feira, 6 de junho de 2018

ALONSO 300

Foto: Auto Racing
O título é auto-explicativo. Neste final de semana, em Montreal, Fernando Alonso irá participar de sua corrida número 300 na F1. É o mais longevo do grid. Na F1 desde 2001 (assim como Raikkonen, que ficou dois anos fora; Alonso ficou fora apenas em 2002), não faltam momentos de brilhantismo na grande carreira do bicampeão mundial.

Sem mais delongas, vamos rever algumas delas?

A PRIMEIRA POLE - Logo na segunda corrida como piloto da Renault, o jovem Ferdi foi o primeiro espanhol a fazer uma pole position e o primeiro a chegar no pódio, em terceiro. Além disso, foi o mais jovem da história a largar da posição de honra.


A PRIMEIRA VITÓRIA - Veio ainda em 2003. Pressionado por estar atrás de Trulli na tabela, o jovem Alonso foi novamente pole na Hungria e venceu de ponta a ponta, chegando a dar uma volta no então pentacampeão Michael Schumacher, que brigava ponto a ponto pelo hexa com Juan Pablo Montoya e Kimi Raikkonen. Na época, foi também o mais jovem da história a vencer na F1.



UM DOS GRANDES - 2005 começou promissor para Alonso. Com o novo regulamento, a Renault passou a ser a grande favorita ao título. Depois do companheiro Fisichella vencer na abertura da temporada, na Austrália, o espanhol venceu duas vezes seguidas na Malásia e Bahrein. Em Ímola, segurou o ímpeto de uma renovada Ferrari de Schumacher, em uma das disputas mais belas da história da categoria. Tudo o que precisava para provar ser um piloto de ponta.


O PRIMEIRO TÍTULO - Bastando um terceiro lugar para ser o mais jovem campeão da história da categoria, Fernando Alonso foi o primeiro campeão em um GP do Brasil. Entrou para a história como o primeiro espanhol a ser campeão e o homem que quebrou a hegemonia da Ferrari e de Michael Schumacher. A Fênix das Astúrias já estava na história da F1.


A PRIMEIRA EM CASA - Atual campeão, faltava a vitória em casa. Largando na pole e "comboiado" pelo companheiro Fisichella, Ferdi fez a festa da AlonsoMania em plena Catalunha para vencer pela primeira vez em casa.


O BI - Precisando de apenas um oitavo lugar, Alonso não deu chances para o azar e terminou em segundo para celebrar o seu segundo título mundial, em final de semana dominado por Felipe Massa, que quebrou o tabu de 13 anos sem vitória brasileira em Interlagos. Alonso, "o homem que aposentou o heptacampeão Michael Schumacher".



A GUERRA ESCANCARADA - 2007 não foi um ano fácil para Alonso. Na McLaren, esperava o tri e a continuação de sua dinastia. Entretanto, viu o jovem Lewis Hamilton chamar a atenção do mundo. O espanhol insinuou favorecimento da equipe inglesa ao compatriota. No Q3 do GP da Hungria, Alonso ficou parado nos boxes mais tempo do que precisava, evitando que Hamilton pudesse voltar para a pista e fazer uma nova tentativa. Com isso, Alonso foi pole. Entretanto, a FIA o puniu por atitude antidesportiva e perdeu cinco posições. Depois disso, ficou inviável a permanência do espanhol, que voltou para a Renault no ano seguinte.



CINGAPURAGATE - Na primeira corrida noturna da história, Alonso aproveitou a batida de Nelsinho Piquet no início da prova para entrar nos boxes durante o Safety Car e voltar na liderança da corrida. O espanhol também aproveitou o infame erro na mangueira de Felipe Massa e venceu pela primeira vez no retorno à Renault, que estava pressionada pela direção a vencer, do contrário iria se retirar da F1, logo no GP n° 800 da F1. No ano seguinte, veio a tona que Nelsinho bateu de propósito para favorecer o espanhol, que nega envolvimento no caso.


FASTER THAN YOU - No primeiro ano na Ferrari, Alonso brigava pelo tri contra a Red Bull e a McLaren. Na Alemanha, Massa liderava exatamente um ano depois de seu grave acidente na Hungria. Pressionando o brasileiro na pista e no rádio, a Ferrari cedeu e obrigou o brasileiro a deixá-lo passar, num remember da Áustria no histórico "Fernando is father than you". 




SHOW EM VALÊNCIA - Largando em 11° na corrida nas ruas de Valência, Alonso deu verdadeiro show para vencer em casa e dar um passo importante para o tri (que não veio). Essa corrida também ficou marcada como o último pódio da carreira de Michael Schumacher.


A ÚLTIMA VITÓRIA? - Largando em quinto, Alonso deu mais um show em casa, na Catalunha. Administrando melhor os pneus Pirelli, chegou a ponta com facilidade e venceu sem mais sustos, naquela que pode ter sido sua última vitória na categoria, em 2013.



Esses foram alguns momentos que eu achei marcantes da carreira do espanhol na F1 até aqui. Concorda? Discorda? Acrescente, comente!

Até!

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

ENCAMINHANDO O TETRA

Foto: Getty Images
Nem Lewis Hamilton poderia imaginar o que aconteceu em Cingapura. Para quem esperava não só perder a liderança mas também ficar no mínimo uns 10 pontos atrás de Vettel, o britânico sai com incríveis 28 pontos de vantagem e com o título muito próximo. Se a previsão era uma disputa final em Abu Dhabi, Lewis pode liquidar a fatura em Interlagos, pois a tendência é que a vantagem aumente nessas corridas iniciais. Entretanto, era tendência a Ferrari dominar e até a Red Bull ser a segunda força e não aconteceu, então é melhor não ser tão definitivo assim.

Mesmo assim, vou cometer a "ousadia" de afirmar que o campeonato acabou na primeira curva. No ao vivo, responsabilizei Verstappen pelo toque em Raikkonen. Entretanto, analisando os vários replays que a transmissão exibiu durante a corrida, acredito que a responsabilidade maior foi de Vettel. Ele fez um movimento natural de "fechar" o segundo como sempre o pole position faz nas largadas. Entretanto, acredito que ele não tenha imaginado que Raikkonen largaria tão bem assim e estivesse emparelhado com Max. Os dois últimos foram os menos culpados. Até quando o finlandês tem seus lampejos, o "azar" corta suas asas. Não acho que Vettel deva ser punido. Incidente de corrida. Foi óbvio que ele calculou errado. Apostando na competitividade de Max nas disputas na pista e principalmente pelo fato de a Red Bull estar forte para vencer, o alemão arriscou tudo para manter a ponta na primeira curva, mas viu suas chances de ser penta virarem quase improváveis. Escolhas.

Foto: Getty Images
Outro azarado é Don Alonso. Ele e Hamilton, no lado contrário da confusão, encaminhavam-se para terceiro e segundo respectivamente, até que a Fênix foi atropelada pela Ferrari desgovernada de Kimi, que acertou Verstappen, que acertou o espanhol. Quando não é a Honda é um acidente, ou os dois. Karma. Ricciardo contou que estava lidando com um problema no câmbio e por isso não conseguiu incomodar as Mercedes como todo mundo esperava. Inegável que seu gerenciamento de corrida lembra e muito Jenson Button: regular e preciso. Se Hamilton tem sete vitórias, Ricciardo chega ao sétimo pódio, contra apenas um de seu companheiro. É chover no molhado escrever que ele precisa urgentemente de um carro que lhe dê condições de brigar pelo título.

Bottas fez uma típica corrida mediana. Enquanto a pista esteve molhada, conseguiu levar passão até de Palmer. Quando a pista secou, ganhou as posições nos boxes e fechou o pódio. Entretanto, está confortável diante do novo contrato já estar em vigor, fazendo aquilo que se espera: roubar o máximo de pontos possíveis dos concorrentes e ajudar a Mercedes a emplacar mais um título de construtores. Fim de semana mágico para Sainz: transferência confirmada para a Renault e a melhor posição da carreira com um carro que não lhe permite voos altos. Outro piloto consistente que, a partir de 2018, veremos do que é capaz com um equipamento mais adequado. Pérez chegou em um bom quinto lugar e se igualou a Verstappen na tabela. Que fase.

Foto: Getty Images
Fim de semana de redenção para Palmer e Vandoorne. O campeão da GP2 de 2014 marcou seus primeiros oito pontos no ano. Tarde demais para permanecer na F1, o jeito é se despedir da categoria fazendo o que pode, agora sem a pressão dos resultados e ajudar a Renault nos construtores. Hulkenberg tornou-se o piloto com mais GPs sem pódio, superando a marca de seu ex-colega de Force India, Adrian Sutil (129). Corrida típica do alemão: chegou a flertar com o pódio, tinha tudo para ser o quarto mas abandonou o final. Melancólico. Vandoorne conseguiu ser combativo e, num circuito que poderia sonhar com os pontos, teve o trabalho facilitado pelos abandonos. Bom sétimo lugar e sete pontos na tabela para o talentoso belga. Outro que terá que confirmar suas boas credenciais da base com a nova McLaren Renault.

Stroll parece ter um ritmo melhor na chuva. Foi a corrida onde foi mais agressivo, brigando e se defendendo por posições. Até então, evitava ao máximo qualquer tentativa de qualquer coisa. Parece estar mais a vontade e vem superando Massa com mais frequência. No entanto, ainda consegue a proeza de perder para um piloto semi aposentado. Com medo do vexame ser maior e tomar uma surra de um polonês de uma mão só, sr. Lawrence parece disposto a bancar o brasileiro por mais uma temporada ou efetivar Paul Di Resta, piloto de testes, para o posto de titular. Como não odiar um ser desses? Como não se decepcionar com o rumo decadente que a Williams tomou desde o fim da parceria com a BMW?

Foto: Getty Images
Massa teve uma corrida horrível. Na chuva e com essa Williams isso não é uma novidade. A questão é que, outra vez, a estratégia de Smedley foi péssima, também algo normal. Enquanto a pista já criava um trilho seco, o brasileiro continuava com pneu de chuva forte, se arrastando no grid. Conseguiu ficar em 11 numa corrida onde só 12 carros completaram. Desse jeito, é capaz de conseguir ser superado pelo adolescente canadense. Kvyat a cada corrida mostra que não pode mais ficar na F1. Ele tem 10% dos pontos de Sainz e está a somente à frente de Ericsson no campeonato. O rebaixamento acabou com o talento que havia mostrado em seus primeiros anos. Por mais que seja arriscado, Matsushita e Gasly podem tentar trazer algo novo para a Toro Rosso. Mas sei lá, o presente/futuro dessa equipe é tão nebuloso que é capaz de acontecer de tudo e não acontecer nada ao mesmo tempo.

Confira a classificação do Grande Prêmio de Cingapura:


A próxima etapa será o Grande Prêmio da Malásia, em Kuala Lumpur, nos dias 29 e 30 de setembro e 1° de outubro. Até lá!

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A GRANDE CHANCE

Foto: Getty Images
Tudo o que era especulado durante a semana se confirmou. A McLaren deu um pé na bunda na Honda e se acerta com a Renault para as próximas três temporadas. A partir de 2021, a ideia do time de Woking é produzir o próprio motor. Agora, o desafio é encontrar um patrocinador que despeje uma boa quantia para a equipe, sobretudo para sustentar Alonso, que tem um alto salário apesar de que certamente irá reduzir seus vencimentos a partir da próxima temporada, pois era a Honda quem o pagava.

Os japoneses, por sua vez, confirmam acerto com a Toro Rosso, também para o ano que vem. A novidade é o que o futuro pode reservar para a Red Bull. A Renault acena que 2018 será a última temporada que ela irá fornecer motor para os taurinos. A justificativa: a partir de 2019, a ideia é que os franceses comecem a brigar por vitórias. Então, não faria sentido fornecer motor para um concorrente direto.

"Ah, mas por que então aceitaram um acordo com a McLaren?". Boa pergunta. É uma questão política também. Renault, Honda, Red Bull e McLaren conversam com a FIA e a Liberty. O relacionamento é bom, ambos se entendem e buscam seus interesses. Hoje, a McLaren, apesar de toda a grandeza e investimento, está muitos degraus abaixo da Red Bull e é inferior que a Renault. Existe, sim, o risco de que em 2019 e 2020 a própria McLaren seja mais eficaz que os franceses, mas a chance é menor do que em relação a Red Bull. É um "tiro no pé", o que foi possível negociar.

Foto: Getty Images
A Toro Rosso Honda tem Matsushita, Gasly e Kvyat como candidatos, mas quem treinou no primeiro treino livre de hoje foi uma espécie de Lance Stroll asiático, o tal Sean Gelael. Eu apostaria as minhas fichas no japonês e no francês, dois estreantes, mas provavelmente Kvyat, mesmo numa fase lamentável, irá ganhar mais um ano extra na F1.

A Renault, danadinha, tentou levar Ricciardo para sua equipe. A Red Bull, obviamente, recusou. Os franceses tiveram que se contentar com o empréstimo de Carlos Sainz Jr. Sim, ele ainda mantém vínculo com os taurinos, uma informação que não estava sendo circulada. Palmer fica até o fim do ano e já está no lucro.

Acredito que agora é hora de falar da corrida, não? Pois bem, Ricciardo dominou os dois treinos. A Red Bull aguarda ansiosamente por Cingapura todos os anos, é a grande chance para conquistarem mais uma vitória na temporada, isso se o motor Renault não deixar Max pelo caminho ou o mesmo for afoito e se envolver em uma confusão. No entanto, sabemos que as equipes blefam nos treinos livres e, portanto, não descarto que a Mercedes e a Ferrari dominem a classificação amanhã. O favoritismo é ferrarista. Se Vettel ainda sonha com o penta, é obrigatório vencer em Cingapura pela sexta vez na carreira.

Foto: Getty Images
Aliás, o circuito da cidade-estado teve seu contrato renovado por mais quatro temporadas, até 2021. Ano que vem a primeira corrida noturna da F1 completará dez anos. Estamos velhos, não? É um circuito chato, mas a atmosfera é interessante e sempre recheado de Safety Car. Espero uma corrida com bastante incidentes, para seguir a tradição.

Enfim, confira a classificação dos treinos livres para o Grande Prêmio de Cingapura:




quinta-feira, 14 de setembro de 2017

GP DE CINGAPURA - Programação

O Grande Prêmio de Cingapura é disputado desde 2008 e foi a 1a corrida noturna da história da Fórmula 1, que foi vencida de forma polêmica por Fernando Alonso, pilotando a Renault, após se beneficiar de um Safety Car oriundo de uma batida proposital de seu companheiro de equipe Nelsinho Piquet e o abandono do então líder da corrida Felipe Massa, da Ferrari, após a mangueira de reabastecimento ter ficado presa em seu carro. O caso ficou conhecido como Cingapuragate.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:45.599 (Ferrari, 2008)
Pole Position: Nico Rosberg - 1:42.584 (Mercedes, 2016)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel - 4x (2011, 2012, 2013 e 2015)

EFEITO DOMINÓ

Foto: LAT Images
Uma das consequências óbvias de tudo explicado no post de terça-feira é que Robert Kubica estranhamente dançou na briga por uma vaga pela F1 na Renault. Isso logo depois de realizar os testes pela equipe na Hungria. Bom, o que se pode entender é que o polonês não teria condições de atingir os objetivos esperados pela equipe. Mas vai saber... 

Enfim, Kubica rompeu com a Renault e busca outro cockpit para voltar a F1 em 2018. As especulações desencontradas do momento apontam possíveis interesses de Sauber e Williams, ambas ainda com futuro incerto. Os suíços devem correr com Ericsson e Leclerc, segundo informações semi-oficiais. Sobraria a Williams que, como sempre, está absolutamente perdida no que fazer para agradar a família Stroll em 2018. Pegaria mal para o garoto "sensação" canadense ser derrotado por um piloto semi-aposentado e outro que praticamente dirige com uma mão só? 

Desde sempre sabíamos das dificuldades e do quão improvável seria um retorno de Kubica para F1, mas embarquei na ilusão, e não quero acordar. Seria um desfecho frustrante mas não surpreendente para Kubica, a F1 e os fãs.


RICCIARDO SE INSPIRA EM VALENTINO ROSSI: "ENCONTROU MANEIRA DE EVOLUIR"

Foto: Getty Images

Desde o ano passado, o australiano vive uma situação diferente na Red Bull: acostumado a ser sempre o mais novo da equipe, agora Ricciardo está encarando o "desafio Max Verstappen". Aos 28 anos, uma década mais velho que o holandês, Ric tem uma vitória e seis pódios no ano, totalizando 144 pontos, 76 a mais que Max, que sofre com inúmeros problemas no carro ou com incidentes de corrida causados pelo seu ímpeto arrojado.

Para lidar com essa rivalidade, Ricciardo afirmou se inspirar em Valentino Rossi, mito da MotoGP. "Antes, eu era sempre o mais novo ou a mesma coisa em termos de idade e atenção, então provavelmente era um pouco como a posição de Vettel comigo quando eu cheguei na RBR. Acho que Max tem mais atenção do que eu tive. Acho que é com o que Valentino Rossi vem lidando nos últimos dez anos", disse em entrevista ao site "Autosport".

O italiano é heptacampeão da principal categoria de Motovelocidade e tem mais de 300 GPs no currículo. Atualmente, tem como concorrente interno na Yamaha o espanhol Maverick Viñales, de 22 anos. "Tenho tentado encontrar maneiras de melhorar, tentar me manter acima da curva - acho que como Rossi tem feito nos últimos anos. Estes garotos estão chegando e ficando cada vez melhores, e ele encontrou uma maneira de ainda evoluir. É aí que sou crítico comigo mesmo, mas acho que consegui acompanhar", completou.

Ricciardo é cirúrgico. Tem um grande ritmo de corrida e consegue administrar as situações, aproveitando-as para si e capitalizando em cima delas, diferente de Max, tanto é que o holandês largou mais vezes na frente que o australiano. Enquanto Verstappen ainda é um talento bruto instável de fortes lampejos, o segredo é a consistência para superá-lo. Quando a Red Bull lhes dar um carro em condições de brigar pelo título será uma disputa interetessante: o consistente Ricciardo versus o amadurecido (?) Verstappen. Já estou ansioso.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 238 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 235 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 197 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 144 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 138 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 68 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 58 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 55 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 36 pontos
10- Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
11- Felipe Massa (Wiliiams) - 31 pontos
12- Lance Stroll (Williams) - 24 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 24 pontos
14- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
15- Fernando Alonso (McLaren) - 10 pontos
16- Pascal Wehrlein (Sauber) - 5 pontos
17- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 4 pontos
18- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 435 pontos
2 - Ferrari - 373 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 212 pontos
4 - Force India Mercedes - 113 pontos
5 - Williams Mercedes - 55 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 40 pontos
7 - Haas Ferrari - 35 pontos
8 - Renault - 34 pontos
9 - McLaren Honda - 11 pontos
10- Sauber Ferrari - 5 pontos

TRANSMISSÃO:




quinta-feira, 24 de novembro de 2016

GP DE ABU DHABI - Programação



O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (RBR, 2009)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:38.481 (RBR, 2011)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel - 3x (2009, 2010 e 2013)


MALÁSIA E CINGAPURA DE SAÍDA DA F1

Foto: Divulgação
Nazri Abdul Aziz, ministro do Turismo e da Cultura da Malásia, o país deixará de sediar o Grande Prêmio em 2018, ano em que se encerra o contrato com a categoria. Ele afirma que a corrida é muito cara e não tem trazido o retorno esperado, tanto em público quanto em dinheiro. O país gasta cerca de US$ 68 milhões (R$ 230 milhões) por ano para realizar a corrida. Cingapura deve sair antes, no ano que vem. É o que afirma o chefão Bernie. 

- A corrida lá em Cingapura custa caro, mas eles também fizeram muito dinheiro. Do nada, Cingapura deixou de ser apenas um ponto parada em seu aeroporto. Agora eles acreditam que atingiram o seu objetivo e, por isso, não precisam mais de um GP – revelou.

Em relação a Canadá, Brasil e Alemanha, Bernie disse que está "fazendo o possível" para mantê-las. A situação do circuito alemão é a mais complicada. "Fica difícil subsidiar uma corrida na Alemanha e não fazer isso com as outras provas da Europa", disse o chefão.

Bernie trocou as corridas europeias pelo dinheiro do Oriente. É o seu direito. Entretanto, está começando a levar um pé na bunda. Sua postura intransigente também não contribui para a manutenção de outros circuitos tradicionais. Talvez seja a hora de rever seus métodos e também pensar em alternativas para manter o circo da F1 com 20 corridas. Ímola, Donington e Magny Cours poderiam retornar, não? E Buenos Aires, claro! (Mais por questões de logística hahaha)

"SURPRESA": SAUBER RENOVA COM ERICSSON

Foto: F1 Fanatic
O anúncio do óbvio foi realizado na segunda pela manhã. Será a terceira temporada do sueco com a equipe suíça. Ericsson está na F1 desde 2014, quando estreou pela finada Caterham. Desde então, foram sete pontos conquistados em quatro anos, todos no ano passado. A Tetrapak salvou a Sauber da falência. Então, podemos considerar Ericsson como um "dono" do time, nada mais natural a sua permanência. Ninguém dá a mínima para a capacidade do piloto, principalmente em equipes pequenas.

Nasr, com o grande corte do patrocínio do Banco do Brasil (aliás, segunda foi anunciado o fechamento de diversas agências e demissão de funcionários), está praticamente fora da F1. Não duvido do retorno de Gutierrez e seu grande capital mexicano nos bolsos. Wehrlein? Possibilidade secundária.

Sobram-se duas vagas na Manor, onde uma teoricamente é do próprio alemão Pascal. A regra é: quem tem mais dinheiro, leva. Haryanto pode voltar, e Giovinazzi não é descartado. Aliás, creio que a vaga fica entre o brasileiro e o italiano na Manor. Infelizmente, um talento ficará fora do grid. Resta saber qual.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 367 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 355 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 246 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 197 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 192 pontos
6 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 178 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 97 pontos
8 - Valtteri Bottas (Williams) - 85 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Force India) - 66 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 53 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 51 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 46 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 29 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 25 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 21 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 7 pontos
17- Felipe Nasr (Sauber) - 2 pontos
18- Jolyon Palmer (Renault) - 1 ponto
19- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto
20- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 722 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 446 pontos
3 - Ferrari - 375 pontos
4 - Force India Mercedes - 163 pontos
5 - Williams Mercedes - 136 pontos
6 - McLaren Honda - 75 pontos
7 - Toro Rosso Ferrari - 63 pontos
8 - Haas Ferrari - 29 pontos
9 - Renault - 8 pontos
10- Sauber Ferrari - 2 pontos
11- Manor Mercedes - 1 ponto


TRANSMISSÃO






segunda-feira, 19 de setembro de 2016

RETOMADA COM SOBRAS E AUTORIDADE

Foto: Reuters
Depois de voltar das férias 19 pontos atrás de Lewis, muitos (inclusive eu) acreditavam que o tetra do inglês estava encaminhado. Ledo engano. Muito pelo contrário, Nico reagiu. O alemão voltou a ser o piloto dominante do início da temporada e emplaca a terceira vitória consecutiva, a oitava na temporada e a 22a na carreira para retornar a liderança do campeonato, oito pontos a frente de Hamilton (273 a 265). Uma vitória suada (literalmente, no calor de Cingapura). Se tivesse mais uma volta, provavelmente a história seria outra e Ricciardo teria vencido. O alemão sobrou nos treinos e na corrida, mostrando o ótimo momento que vive. O psicológico virou.

Geralmente movimentado de Safety Car, a corrida dessa edição só teve uma intervenção, logo na largada. Depois de pouco mais de 300 metros, Hulkenberg foi espremido por Sainz e Verstappen (que largou muito mal), rodou e bateu, abandonando. Incrível como esse tipo de "azar" só acontece com o alemão.

A corrida de Cingapura foi ótima no quesito estratégia. Red Bull, Ferrari e Mercedes optaram por táticas diferentes. Os alemães sofriam com um problema de desgaste excessivo nos freios, o que fez ambos diminuírem o ritmo. Nos pits stops, a Mercedes colocou os pneus macios, a Red Bull manteve os supermacios e a Ferrari também optou pelos pneus vermelhos.

Foto: Getty Images
Hamilton foi apático. Ao contrário de Rosberg, teve mais dificuldades para administrar os problemas do W06 Hybrid e foi ultrapassado por Raikkonen. O terceiro lugar ficou sob risco. Entretanto, os alemães deram um undercut (quando antecipam a estratégia de parada) e retomaram a posição. Faltou visão a Ferrari, que jogou fora a chance de pódio. Vettel foi o piloto do dia. Saindo de último, fez uma grande corrida de recuperação e ficou em quinto.

No final da prova, a Red Bull resolvou ousar e Ricciardo parou mais uma vez, colocando pneus novos e velozes. A Mercedes chegou a tentar repetir a tática, mas os retardatários e os cálculos diziam que não iria ser o suficiente para retornar na frente do australiano. Ricciardo tirava 3 segundos por volta, mas Rosberg soube administrar com maestria as vantagens e as adversidades do carro, levando Toto Wolff a "quase se mijar nas calças", segundo palavras do próprio. O australiano está mostrando que merece muitas vitórias e é o "melhor do resto". Verstappen, por sua vez, não foi bem. Largou mal, foi agressivo como sempre mas ficou para trás, foi apenas o sexto. Destaque para a briga encarniçada com Kvyat. O russo finalmente foi um destaque positivo depois de meses, se defendendo de forma agressiva e limpa e evitando a ultrapassagem do holandês, sendo superado apenas no final. Não sei se isso será o suficiente para que permaneça na F1, mas foi um alento.

Foto: Getty Images
Alonso em sétimo foi o melhor depois das três principais equipes. Magnussen levou a Renault a pontuar pela segunda vez na temporada (Até então, tinha sido apenas na China). Importante para tentar se manter na equipe e na F1. Falando dos brasileiros: Massa ficou em 12°, prejudicado pela equivocada estratégia de quatro paradas da Williams. Não pode fazer muito. Nasr extraiu o máximo que podia da Sauber e terminou atrás do compatriota, à frente de Ericsson. Bottas abandonou com um problema no cinto de segurança do carro. E foi isso.

Confira a classificação final do GP de Cingapura:


A próxima corrida será o Grande Prêmio da Malásia, nos dias 30 de setembro, 1 e 2 de outubro. Até!


sábado, 17 de setembro de 2016

INDEFINIDO

Foto: Getty Images
Cingapura talvez seja a única pista do calendário onde a Mercedes não é superior as demais. Ou, se é, não é por muita diferença, muito pelo contrário. Dispostos a mostrar que aprenderam com o ocorrido no ano passado, as flechas de prata até conseguiram marcar o melhor tempo do dia (Rosberg, TL2 - 1:44.152), mas Ferrari e Red Bull estão colados logo atrás.

Talvez seja a única chance da Ferrari vencer uma prova na temporada. Foi aqui o último triunfo de Sebastian Vettel - e por consequência - dos italianos. No TL1, Vettel foi o terceiro mais rápido (1:46.426), Kimi o sexto. No TL2, o alemão foi o quinto e Raikkonen o segundo, apenas dois décimos mais lento que Rosberg, que chegou a bater no final do primeiro treino livre.

Foto: Divulgação
Entretanto, quem começou ditando as cartas foi a Red Bull, com uma dobradinha na frente: Verstappen foi apenas 50 milésimos mais veloz que Ricciardo. O holandês foi o único a utilizar a nova unidade motriz disponibilizada pela Renault, o que deixou o carro taurino mais veloz. Entretanto, a Renault já anunciou que os outros três pilotos que utilizam seus serviços (Ricciardo, Magnussen e Palmer) também as utilizarão. No TL2, novamente uma diferença mínima: Verstappen, em terceiro, foi 25 milésimos superior a Ricciardo, o quarto.

Foto: Getty Images
As sessões também foram marcadas por problemas: No TL1, Grosjean, com problemas na Haas, andou apenas duas voltas e ficou a sessão inteira jogando carteado. No segundo treino livre, Hamilton deu dez voltas em virtude de um problema hidráulico, terminando em sétimo.

Por falar em "dar as cartas"... Foto: Reprodução
Hamilton abandonado a segunda sessão de Treinos Livres. Foto: Reprodução

Os brasileiros conseguiram superar seus companheiros de equipes nas duas sessões, o que é um fato raro nessa temporada. Continuando sua World Tour, Massa foi o nono no TL1, cinco posições e quase cinco décimos mais rápido que Bottas, 14°. Na segunda sessão, o desempenho foi pior, mas ainda assim o brasileiro superou o finlandês por muito pouco: 14° e 15° respectivamente, com menos de um décimo de diferença.

Na Sauber, Nasr mostra que evoluiu após os suíços lhe darem um carro minimamente melhor (ou menos pior) que o do início do ano, que era basicamente o modelo C34 com motor Ferrari desse ano. Foi o 18° e 15°, enquanto Ericsson foi o 20° nas duas, quase dois segundos mais rápido na primeira sessão e mais de um segundo mais veloz no segundo Treino Livre.

Resumindo: Cingapura tem tudo para ser o treino mais emocionante da temporada. Seis carros brigando pela pole. A curiosidade de ver se a Mercedes conseguiu aprender e corrigir os erros do ano passado, se a Ferrari vai finalmente brilhar no ano ou se a Red Bull vai provar que é uma das, senão a grande favorita a partir da próxima temporada, com sua aerodinâmica incrível e o retorno de Newey trabalhando como um dos líderes do projeto do ano que vem. Ou seja: Ao menos nesse fim de semana, está tudo em aberto, indefinido. Não dá para perder!

Confira a classificação dos dois primeiros Treinos Livres do GP de Cingapura:



Até!