sexta-feira, 25 de novembro de 2016

À ESPERA DE UM MILAGRE

Foto: Getty Images
Convenhamos: diante da atual F1, o título de Rosberg no domingo é uma mera formalidade a ser cumprida. Diante de um circuito chato, sem pontos de ultrapassagem e clima que varia (afinal, está localizado em um deserto), é muito difícil que o alemão não chegue, no máximo, na segunda posição.

Para Hamilton conseguir o tetra, o imponderável precisa acontecer: algum incidente com o carro de Nico, seja uma batida ou algum problema hidráulico ou mecânico. Do contrário, o filho de Keke conquistará seu primeiro título mundial da carreira em menos de 48 horas.

Nos treinos de hoje, ficou evidente que a Mercedes não terá concorrência na corrida. Hamilton liderou as duas sessões, mas com vantagem mínima. Nada está definido para o qualyfing. Aliás, mesmo se o carro #44 largar na frente, seu histórico ruim de largadas pode atrapalhar. Agora, só resta esperar (e rimou, rima pobre).

Depois das Mercedes, vem a Red Bull e a Ferrari (Pérez em sexto, na frente de Raikkonen). Sainz foi o oitavo, com Massa em nono e Ericsson em um excelente décimo lugar no TL1. Nasr foi o 13° e Bottas o 15°. Dois pilotos reservas participaram da sessão: Alfonso Celis Jr (Force India) e Jordan King (Manor).

Foto: Getty Images
Button irá utilizar um capacete com as cores da Brawn GP, onde foi campeão mundial em 2009 (as duas partes finais do Especial Jenson Button sairão amanhã e segunda...) foi apenas o 20° na primeira sessão.

No TL2, Vettel teve problemas no carro nos minutos finais e parou no meio do circuito. Kvyat, que já havia apresentado um problema de pneu no TL1. O pneu traseiro esquerdo furou e sua Toro Rosso rodou e quase bateu em cheio na barreira de pneus. Sorte que há uma larga área de escape, do contrário... Por conta disso, a equipe não mandou mais seus pilotos para a pista para investigar as causas. Sainz e Kvyat terminaram a sessão nas últimas posições.

Com a utilização dos pneus roxos (supermacios), Vettel se intrometeu entre as Red Bull e terminou o TL2 em terceiro, seguido de Verstappen e Ricciardo. Raikkonen foi o sexto, seguido de Bottas, Pérez, Hulkenberg e Massa fechando o top 10. Não é comum o brasileiro terminar a frente do finlandês nas duas sessões de sexta-feira. Bom sinal. Nasr ficou um décimo a frente de Ericsson, com a 18a posição.

Foto: Getty Images

Foto: Divulgação
CURTINHAS: O GP do Canadá foi confirmado para o ano que vem. Nurburgring, na Alemanha, foi descartado. Com isso, o Brasil é a única incógnita do calendário. Bernie disse que espera que tudo saia bem, e as coisas estão encaminhadas.

Na entrevista para o Lívio Oricchio, a Sauber deixa claro que Nasr dificilmente permanecerá na equipe para o ano que vem. Pagar os funcionários e ter dinheiro em caixa é mais importante que talento. A diminuição do patrocínio do Banco do Brasil é fator primordial nesse acordo (ou desacordo, no caso). Nem o fato de Felipe marcar os 2 pontos de 40 milhões de dólares seja o suficiente para sua permanência. Entre os candidatos ao seu lugar estão Wehrlein, Gutiérrez e até Haryanto. Para Nasr, só deve restar a Manor, que eu acredito ser uma alternativa melhor que a Sauber, que utilizará o motor Ferrari desse ano e não tem tanto dinheiro. A Manor também está com problemas, mas tem ao seu dispor o motor Mercedes e bom auxílio dos alemães, que desejam transformar a equipe em uma "Mercedes B". Espero que até o fim do ano a situação esteja resolvida e esperamos todos que com um final feliz para o Brasil.

Confira os tempos dos primeiros treinos livres para o Grande Prêmio de Abu Dhabi:



Até!


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

GP DE ABU DHABI - Programação



O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (RBR, 2009)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:38.481 (RBR, 2011)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel - 3x (2009, 2010 e 2013)


MALÁSIA E CINGAPURA DE SAÍDA DA F1

Foto: Divulgação
Nazri Abdul Aziz, ministro do Turismo e da Cultura da Malásia, o país deixará de sediar o Grande Prêmio em 2018, ano em que se encerra o contrato com a categoria. Ele afirma que a corrida é muito cara e não tem trazido o retorno esperado, tanto em público quanto em dinheiro. O país gasta cerca de US$ 68 milhões (R$ 230 milhões) por ano para realizar a corrida. Cingapura deve sair antes, no ano que vem. É o que afirma o chefão Bernie. 

- A corrida lá em Cingapura custa caro, mas eles também fizeram muito dinheiro. Do nada, Cingapura deixou de ser apenas um ponto parada em seu aeroporto. Agora eles acreditam que atingiram o seu objetivo e, por isso, não precisam mais de um GP – revelou.

Em relação a Canadá, Brasil e Alemanha, Bernie disse que está "fazendo o possível" para mantê-las. A situação do circuito alemão é a mais complicada. "Fica difícil subsidiar uma corrida na Alemanha e não fazer isso com as outras provas da Europa", disse o chefão.

Bernie trocou as corridas europeias pelo dinheiro do Oriente. É o seu direito. Entretanto, está começando a levar um pé na bunda. Sua postura intransigente também não contribui para a manutenção de outros circuitos tradicionais. Talvez seja a hora de rever seus métodos e também pensar em alternativas para manter o circo da F1 com 20 corridas. Ímola, Donington e Magny Cours poderiam retornar, não? E Buenos Aires, claro! (Mais por questões de logística hahaha)

"SURPRESA": SAUBER RENOVA COM ERICSSON

Foto: F1 Fanatic
O anúncio do óbvio foi realizado na segunda pela manhã. Será a terceira temporada do sueco com a equipe suíça. Ericsson está na F1 desde 2014, quando estreou pela finada Caterham. Desde então, foram sete pontos conquistados em quatro anos, todos no ano passado. A Tetrapak salvou a Sauber da falência. Então, podemos considerar Ericsson como um "dono" do time, nada mais natural a sua permanência. Ninguém dá a mínima para a capacidade do piloto, principalmente em equipes pequenas.

Nasr, com o grande corte do patrocínio do Banco do Brasil (aliás, segunda foi anunciado o fechamento de diversas agências e demissão de funcionários), está praticamente fora da F1. Não duvido do retorno de Gutierrez e seu grande capital mexicano nos bolsos. Wehrlein? Possibilidade secundária.

Sobram-se duas vagas na Manor, onde uma teoricamente é do próprio alemão Pascal. A regra é: quem tem mais dinheiro, leva. Haryanto pode voltar, e Giovinazzi não é descartado. Aliás, creio que a vaga fica entre o brasileiro e o italiano na Manor. Infelizmente, um talento ficará fora do grid. Resta saber qual.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 367 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 355 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 246 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 197 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 192 pontos
6 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 178 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 97 pontos
8 - Valtteri Bottas (Williams) - 85 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Force India) - 66 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 53 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 51 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 46 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 29 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 25 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 21 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 7 pontos
17- Felipe Nasr (Sauber) - 2 pontos
18- Jolyon Palmer (Renault) - 1 ponto
19- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto
20- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 722 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 446 pontos
3 - Ferrari - 375 pontos
4 - Force India Mercedes - 163 pontos
5 - Williams Mercedes - 136 pontos
6 - McLaren Honda - 75 pontos
7 - Toro Rosso Ferrari - 63 pontos
8 - Haas Ferrari - 29 pontos
9 - Renault - 8 pontos
10- Sauber Ferrari - 2 pontos
11- Manor Mercedes - 1 ponto


TRANSMISSÃO






ESPECIAL BUTTON - Parte 3

Foto: F1 Fanatic
E aí, galera! Parte 3 do Especial Jenson Button chegando! Nesse post, escreverei sobre sua trajetória na equipe Honda, na sua pior fase da carreira, onde Jenson esteve muito perto de sair da F1... Enfim, sem mais delongas, vamos começar!

Honda (2006-2008): O momento mais difícil da carreira

Foto: Pinterest
A Honda fez bons tempos na pré-temporada, o que animou Button, beneficiado pelos recursos extras da equipe japonesa.

A primeira parte da temporada 2006 foi difícil: No Bahrein, foi o quarto. Na Malásia, ele terminou em terceiro. Na Austrália, Button fez a pole. Entretanto, foi ultrapassado por Alonso logo na largada e por Raikkonen após a saída do Safety Car. Ele estava em quinto quando o motor estourou na última volta. Em Silverstone, corrida da casa, decepção: largou em 19°, depois de perder tempo com o carro sendo pesado e não conseguindo voltar para a pista a tempo. Na corrida, abandonou na volta 8, depois de rodar devido a um vazamento de óleo de motor.





No Canadá, Button largou na frente de Rubinho pela primeira vez desde Ímola, mas terminou a corrida em nono. Ele abandonou na primeira volta o GP dos Estados Unidos em um acidente com vários pilotos e também na França, devido a uma falha no motor. Na Alemanha, Jenson largou em quarto e na corrida chegou a ficar em terceiro, mas terminou na quarta posição.


Hungria: A primeira vitória da carreira

Foto: F1 Experts
Foto: Julianne Cesaroli
Foto: Motorsport
Ah, o caótico Grande Prêmio da Hungria de 2006... A 113a corrida de Button na F1. Ele largou em 14°, punido em dez posições por trocar o motor. Diante da forte chuva, a corrida teve seu rumo alterado, e Button foi passando todo mundo até chegar a quarta posição logo na décima volta. Aproveitando os abandonos dos líderes Alonso, que estava atrás de Button (embora o britânico precisasse fazer mais um pitstop) e Raikkonen, Button finalmente venceu pela primeira vez na F1 com 30 segundos de vantagem para o segundo colocado Pedro de la Rosa (!!!) da McLaren, que substituía o demitido Montoya. Heidfeld, de BMW Sauber, completou o insólito e improvável pódio. Jenson superou o feito de Nigel Mansell em 1989, quando ele venceu na Hungria largando em 12°. Foi a primeira vitória britânica na F1 desde Coulthard em Março de 2003 e a primeira inglesa desde Johnny Herbert, no GP da Europa de 1999.

 

Na parte final da temporada, Button chegou ou em quarto ou em quinto, exceção da corrida final no Brasil, onde foi terceiro, corrida que coroou a primeira vitória de Massa em Interlagos e o bicampeonato de Fernando Alonso. Nas últimas seis etapas do campeonato, Button somou 35 pontos, o melhor do final do ano.






Foto: Wikipédia
Button não participou dos testes de inverno de 2007 em virtude de fraturas na costela em uma corrida de kart no final de 2006. Antes do campeonato, havia uma expectativa muito grande na Honda brigar pelo título, dado o desempenho do ano anterior. Damon Hill disse: "se Button quer ser campeão, precisa estar em um carro a altura".  Alan Henry, do The Guardian, escreveu: "Button irá vencer algumas corridas, mas não é um postulante ao título". A previsão foi extremamente errada, pois a Honda RA107 mostrou-se um carro muito ruim, decepcionando a todos.

Na Austrália, Button largou apenas em 14° após lidar com alguns problemas no carro. A corrida não foi muito melhor, tendo que pagar uma penalidade de stop and go por passar da velocidade limite nos boxes. As duas corridas seguintes também foram horríveis. Na Malásia, foi o 12°, atrás de Rubinho, e no Bahrein sequer completou uma volta após colidir com a Red Bull de Coulthard na curva 4. No GP da França, Jenson foi o oitavo, marcando o primeiro ponto da equipe no ano. Após o Grande Prêmio da Inglaterra, foi anunciada sua renovação por mais uma temporada na equipe.

Sua posição de principal piloto britânico da F1 foi tomada pelo então estreante Lewis Hamilton, da McLaren, que estava muito próximo de tornar-se campeão mundial logo em seu ano estreia. Nigel Mansell criticou Jenson, afirmando que ele deveria ter vencido mais corridas e que seu desempenho estava abaixo do esperado. Nick Fry respondeu Mansell, dizendo que a fama de "festeiro" de Button era de 5 anos atrás. Button disse que foi um ano frustrante, apesar de lampejos de bom desempenho nas corridas chuvosas, mas que não foram convertidas em pontos.

Foto: Wikipédia
O Honda RA108 continuou com desempenho muito fraco, e Button pontuou apenas na Espanha, quando foi o sexto. Na Inglaterra, circuito da casa, Jenson abandonou e perdeu a chance de se destacar no chuvoso grande prêmio, que teve seu companheiro de equipe Rubinho no pódio. No fim do ano, a Honda anunciou que estava deixando a F1 em virtude da crise financeira mundial. O futuro do piloto dependia de alguém comprar a ex-equipe Honda.

E parecia o fim da trajetória de Jenson Button na F1, com apenas uma vitória e muitas polêmicas e críticas... um talento que não se confirmava por diversas circunstâncias. Eis que o destino agiu e... Bem, você sabe o que aconteceu. Se não sabe, acompanhe em breve a penúltima parte do Especial Jenson Button!

Até!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

ESPECIAL BUTTON - Parte 2

Foto: Divulgação
Fala, galera! Tá chegando a segunda parte do Especial Jenson Button, revisitando a carreira deste grande piloto que no final de semana irá participar de sua última corrida na F1 (Será?). Hoje falaremos de seu período na BAR/Honda, onde conquistou seus primeiros pódios e sua primeira vitória na carreira.

Foto: F1Fanatic
Jenson chegou na equipe onde Villeneuve era um dos donos. O clima hostil prevaleceu desde o início. O campeão mundial disse que Button tinha marketing do que habilidade e parecia um membro de boy band. Button não ligou muito. Logo na primeira corrida, na Austrália, Villeneuve não parou na volta prevista e foi aos boxes na mesma volta de Button, que ficou atrás do canadense, esperando o pit stop, perdendo segundos preciosos. Villeneuve disse que teve um problema no rádio, mas a história não parecia muito verídica. Nas seis primeiras provas, Jenson marcou oito pontos contra três do seu companheiro de equipe (destaque para o quarto lugar na Áustria). Seu grande susto foi a batida à quase 300 km/h em Mônaco num treino de sábado, ficando inconsciente e, portanto, de fora da prova. Ele retornou na prova seguinte, no Canadá, e seguiu batendo Villeneuve, que sofria de inúmeros problemas técnicos e mecânicos. Button conquistou outro quarto lugar e terminou o campeonato com 17 pontos. Após o fim da temporada, foi anunciado que o japonês Takuma Sato seria seu parceiro de equipe no ano de 2004.


2004: Primeira pole e muitos pódios - Button começa a se destacar

Foto: Motorsport
Pela primeira vez na carreira, Button era o cara mais experiente da equipe. 2004 foi a sua melhor perfomance na carreira até então. Logo na segunda etapa, na Malásia, conquistou o primeiro pódio, chegando em terceiro. Na corrida seguinte, também chegou na mesma posição, no Bahrein. Duas semanas depois, a primeira pole: Ímola foi o palco, dez anos depois da morte de Senna e Ratzenberger. Na corrida, chegou em segundo, atrás de Schumacher e sua mais que dominante Ferrari F2004. O desempenho de Button foi impressionante: 10 pódios em 18 corridas e não pontuou em apenas três etapas. Com isso, o britânico foi o terceiro colocado no Mundial de Pilotos, atrás apenas de Schumacher e Barrichello e garantiu o vice-campeonato inédito da BAR/Honda nos construtores.


Última volta a partir de 1:34:00



Apesar do ano muito positivo dentro das pistas, Button se envolveu em uma polêmica contratual. No meio da temporada, ele assinou um contrato de dois anos para retornar a Williams. Foi uma decisão surpreendente, visto que a BAR era a segunda ou terceira força da F1 no momento e a equipe de Grove buscava se retornar ao topo. A BAR insistiu que tinha prioridade em exercer a cláusula de renovação automática e levou a questão à FIA. O staff de Button respondeu que a cláusula perdia validade caso a BAR estivesse ameaçada de perder os motores Honda para os próximos anos. Após uma batalha de judicial de dois meses, a FIA decidiu a favor da BAR, e Button permaneceu na equipe. David Richards, antigo chefão, foi substituído por Nick Fry depois da Honda comprar 45% da equipe, e Button trocou de empresário.

Foto: F1 Fansite
A temporada de 2005 prometia a manutenção do ótimo desempenho do ano anterior. Entretanto, isso não esteve nem longe de acontecer. O começo foi difícil: os dois carros da equipe abandonaram nas duas primeiras etapas (na Malásia, depois de apenas três voltas de corrida). No Bahrein, Jenson vinha de uma ótima corrida de recuperação. Estava em quarto depois de largar em 11°, mas teve que abandonar outra vez. Em San Marino, o terceiro lugar veio. Todavia, os comissários encontraram na inspecção pós-corrida que havia um segundo tanque de combustível mantido dentro do principal. O carro estava 5,4 kg abaixo do peso mínimo. Embora os comissários não tenham feito nada, a FIA apelou e levou para a Corte Internacional. Não se podia provar que a BAR agiu deliberadamente de má fé, mas os dois carros da BAR foram desclassificados da corrida de San Marino e a equipe foi suspensa da F1 por duas corridas.

Corrida de Ímola foi aquele pega histórico entre Alonso e Schumacher

A BAR retornou no GP da Europa. Button tentava melhorar,mas chegou em décimo. Ele surpreendeu todo mundo ao fazer a segunda pole da carreira no Canadá, mas bateu na volta 47 da corrida quando estava em terceiro. A corrida seguinte, dos Estados Unidos, foi a famosa "corrida dos seis carros", e a BAR estava zerada em nove corridas. Entretanto, depois disso Button pontuou em todas as corridas, com dois pódios (Alemanha e Bélgica), terminando a temporada em nono e a BAR em sexto nos construtores.


A segunda pole de Button começa em 1:38



Melhores momentos do GP da Alemanha de 2005


Pódio do GP da Bélgica de 2005


Pelo segundo ano seguido, Button envolveu-se em uma polêmica contratual com a Williams. Ele assinou um pré-contrato pelo time para a temporada 2006, mas no meio do caminho entendeu que as perspectivas na BAR eram melhores e que não era obrigado a ir para a equipe de Glove. Frank Williams exigiu a apresentação do piloto. Depois de alguns meses de negociação, Button pagou 18 milhões de libras pela liberação do contrato e permaneceu na BAR, que virou Honda. Os japoneses compraram da empresa de tabaco os 55% restantes das ações. Antes disso, a equipe havia anunciado a contratação de Rubens Barrichello, ex-Ferrari, para a próxima temporada. 

A continuação será no próximo post, que contará a trajetória de Button pela Honda. Até!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

ESPECIAL BUTTON - Parte 1

Foto: F1Fanatic
Fala, galera! Essa semana temos a despedida de dois grandes pilotos que marcaram época na Fórmula 1: Jenson Button e Felipe Massa. Começarei os especiais primeiro escrevendo sobre o inglês e na semana que vem tentarei fazer um balanço da carreira de Massa, já finalizada. Vamos a primeira parte do resumo da carreira de Jenson Button:

2000-2002: Williams, Benetton e Renault

A estreia em Melbourne.Foto: Getty Images
Jenson estreou na F1 em 2000, aos 20 anos. No ano anterior, ele chegou a fazer testes na McLaren e na Prost. A vaga na Williams ficou disponível após a equipe dispensar Alex Zanardi. Frank Williams promoveu testes "eliminatórios" entre o britãnico e o então campeão da Fórmula 3000, o brasileiro Bruno Junqueira. Jenson se saiu melhor e foi contratado, sendo o britânico mais jovem da história a estrear na F1. Sua primeira aparição foi cercada de expectativas: Gerhard Berger o chamou de "fenômeno" e foi comparado a Ayrton Senna. 

Na corrida de estreia, ele bateu no treino e largou em penúltimo. Na corrida, ia realizando uma ótima corrida de recuperação, mas abandonou faltando 11 voltas para o final. Na prova seguinte, chegou em sexto no Brasil e sagrou-se o mais jovem a pontuar na categoria até então. Embora Button tenha conseguido bons desempenhos, ele também alternava momentos ruins, normal para um iniciante. Superado por Ralf, a Williams estava de olho em Montoya. Depois do colombiano vencer as 500 milhas de Indianapólis, ele foi anunciado para seu lugar para a temporada de 2001. Com contrato na Williams até 2003, Button foi emprestado por duas temporadas a Benetton.

Seus melhores resultados foram largar em terceiro em Spa e chegar em quarto no Grande Prêmio da Alemanha vencido por Rubens Barrichello. Um vídeo curioso foi durante o Safety Car do GP da Itália, onde o líder Schumacher freou bruscamente na reta e Button teve que virar para o lado para não bater nos outros carros, danificando o carro e abandonando logo em seguida. Ele terminou em oitavo o campeonato, com 12 pontos, metade de Ralf Schumacher, seu companheiro de equipe.


Foto: Reddit
Seu companheiro de equipe foi o italiano Giancarlo Fisichella. A Benetton havia sido arrecém comprada pela Renault, que voltaria a ter uma equipe própria na F1. Foi uma temporada difícil. O carro da Benetton era muito pouco competitivo, e Jenson foi constantemente batido por Fisichella. Button foi o 17° no Mundial de Pilotos, com apenas dois pontos oriundos do quinto lugar também do Grande Prêmio da Alemanha. Durante a temporada, foi especulada a sua saída da equipe antes mesmo do fim do ano. Flávio Briatore, o chefe, disse: "Ou ele mostra que é bom ou ele deixa o grande escalão de pilotos", oferecendo a chance de sair. 

Foto: Getty Images
Apesar das críticas, Jenson manteve-se na equipe. Dessa vez, seu companheiro de equipe foi outro italiano: Jarno Trulli. Button trabalhou duro com a equipe durante as férias e se sentia confiante para o ano de 2002. Na Malásia, logo na segunda etapa, tinha tudo para conquistar seu primeiro pódio. Ele estava em segundo quando o carro sofreu uma quebra de suspensão. Com a queda de rendimento, terminou em quarto. Seu desempenho tinha melhorado muito, apesar de ser superado na maioria dos treinos pelo experiente piloto italiano. Ele queria continuar na Renault, mas no GP da França foi anunciado que ele sairia da equipe para a entrada do então piloto de testes Fernando Alonso. Briatore foi criticado e respondeu: "O tempo vai dizer se estou errado", e acusou Jenson de ser um "playboy preguiçoso". Pouco tempo depois, Button assinou um contrato de dois anos com a BAR Honda para ser companheiro de equipe de Jacques Villeneuve, campeão mundial de 1997. O britânico foi o sétimo colocado no campeonato com 14 pontos, cinco a mais que Trulli.

Amanhã, a parte 2 da carreira de Jenson Button! Até!

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

FORÇADO A DIZER ADEUS

Foto: BBC
A onda de despedidas de personagens tão icônicos para a categoria não para. Prestes a ver Button se aposentando (ou "tirando um ano sabático"), a McLaren sofre um duro golpe (golpe mesmo) na sua administração: depois de 36, Ron Dennis deixou o comando do grupo McLaren.

Os motivos? Problemas com os outros acionistas, como Mansour Ojjeh (saudita que tem 25% das ações) e o grupo de investimento barenita Mumtalakat (que detém 50% das ações). Dennis tem 25%.

A grande reclamação é que a forma de organização e gestão de Dennis é obsoleta para a F1 e o inglês também foi "acusado" de usar grande parte do dinheiro do grupo na confecção de carros de rua que não deram lucro, diminuindo o poderio do império McLaren.

Basta lembrar que a McLaren não possui um patrocinador master desde 2012 (Vodafone) e nos últimos anos perdeu outros patrocinadores históricos, como a TAG Heuer, que foi para a Red Bull. A incapacidade em acertar com outra marca também é um dos motivos dos acionistas para destituir Dennis do cargo (por muito tempo especulou-se a Sony, mas até hoje nada).

Ron tentou apelar na Suprema Corte, sem sucesso. Ele segue como membro do Conselho da empresa, mas que pretende lançar um novo fundo de investimento em tecnologia quando seus compromissos contratuais com a empresa de Woking se encerrarem. Ele foi forçado a tirar "férias remuneradas".

Foto: Divulgação
O estilo duro e extremamente organizado, sendo até um TOC, permitiu a Ron Dennis e a McLaren 20 campeonatos. Entretanto, o último ano realmente competitivo da equipe foi em 2012 (e a última vitória também). A diminuição dos lucros assusta. A McLaren é um grupo gigante, mas que já foi bem maior, e o mundo é tornar-se uma "nova Williams". A impressão que dá é que depois do escândalo de 2007, a imagem de Dennis não foi mais a mesma.

Sair dessa forma da empresa que ajudou a construir e levou aos grandes feitos com certeza é muito doloroso, principalmente quando não é forçado a dizer adeus. Ron Dennis é sinônimo de McLaren, e vice-versa. Ninguém irá apagar seus feitos. A F1 leva mais um golpe em sua identidade, com mais um nome histórico que sai de cena. Se essa atitude irá ajudar a reerguer a McLaren, apenas o tempo pode dizer. Com certeza Ron merecia uma despedida digna, mas vai saber o que se passa nas entranhas de Woking... Obrigado, Ron Dennis!

Foto: Divulgação
Rubens Barrichello fará sua estreia nas 24 Horas de Le Mans no ano que vem! Ele disputará a prova pela Racing Team Netherlands, na categoria LMP2, que seria a segunda mais importante do mundial de Endurance. Ele terá ao seu lado Jan Lammers (que correu na F1 entre 1979 e 1992) e Frits van Eerd, famoso empresário dono da rede de supermercados holandesa Jumbo, que atualmente patrocina Verstappen.

O carro é um Dallara desenvolvido para disputar o European Le Mans Series. Lammers e Eerd já realizaram testes com o protótipo na pista de Magny Cours, na França.

Rubinho disputou as últimas três edições das 24 Horas de Daytona, onde foi o segundo colocado esse ano, seu melhor resultado. Barrichello, após a saída da F1, mostra-se um cara polivalente: Indy, Stock Car, Endurance, Kart... Esse sim ama o que faz! E com muito prazer! Boa sorte, Rubinho! Estou na torcida!

Até!


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

EMOÇÃO PARA A ETERNIDADE

Foto: Getty Images
O Grande Prêmio do Brasil desse ano cumpriu com todas as expectativas que tínhamos criado durante a semana. Diria mais: foi um mix de Spa 1998, Interlagos 2003, Malásia 2009, Canadá 2011 e Interlagos 2012. A segunda mais longa da história da categoria, perdendo apenas para o GP de Montreal de cinco anos atrás. Emoção à flor da pele, dentro e principalmente fora das pistas.

Vou começar pelo que é emblemático para todos nós. Na volta 48, Massa encerrou sua participação no Grande Prêmio do Brasil. Desde a classificação que as coisas não saíam do jeito que ele gostaria. Na tentativa de arriscar, após ser punido por ultrapassar antes da linha depois da saída do Safety Car, Massa arriscou com os pneus intermediários e bateu na subida da reta principal. 13 anos de F1 praticamente encerrados naquele instante.

Não era o que ninguém gostaria. Entretanto, é interessante notar que se não fosse o acidente, Massa jamais seria reverenciado por TODO MUNDO, inclusive os mecânicos das outras equipes. O choro e a caminhada, enrolado na bandeira brasileira e o carinho do público e da família é uma das imagens mais emocionantes que eu pude acompanhar na F1. Quase chorei, mas os olhos ficaram marejados. Muita gente não escondeu a emoção. Normal. Um momento lindo. Moralmente, Massa se despediu hoje da F1, mostrando como era querido por todo o paddock em um ambiente tão egoísta, traíra e competitivo. Conseguiu a proeza de, ao longo do tempo, receber efusivas homenagens de grandes equipes como Williams e Ferrari. Que curta a folga e apareça em breve em uma nova categoria. Ah, Abu Dhabi, como é anticlímax saber que essa corrida será a derradeira do ano outra vez. Bate até um desânimo.

Foto: Reprodução Sauber
Felipe Nasr brilhou. Sim, brilhou. Na única chance que poderia aproveitar, ele foi certeiro. Diante de condições caóticas, soube manter a estratégia correta e praticamente garante 40 milhões de euros para a Sauber no ano que vem. Sabemos que o mundo da F1 é ingrato e talvez nem assim ele consiga permanecer na F1, mas seria uma puta injustiça. Ericsson, com toda a prioridade da equipe, aquaplanou e bateu. Não aproveitou a chance. É um piloto mediano. O nono lugar de Nasr garante a Sauber na décima posição do Mundial de Construtores. O brasileiro conseguiu se sustentar na zona de pontuação mesmo diante da pressão de Alonso, Kvyat, Ricciardo e tantos outros. Embora sua temporada tenha sido bem ruim, espero que esses dois pontos tragam o alento e sejam suficientes para que renove e permaneça mais um ano nesse péssimo carro azul, que continuará péssimo (afinal, irão correr com o motor da Ferrari desse ano ainda em 2017). Melhor do que nada ou ir para outra categoria é a solução?

O duro é ver Palmer, que bateu pateticamente em Kvyat durante a Safety Car, estar na F1 e na Renault ainda por cima. Ainda bem que Gutiérrez, que estava bem nervosinho, está de malas prontas para nunca mais voltar a F1. "Desapareça!"

Foto: Getty Images
Max Verstappen foi o dono da corrida. O dono incontestável. Se não fosse o erro do estrategista da Red Bull, era para o holandês ter roubado o segundo lugar de Rosberg. O "se", como todos sabem, não existe. Ainda assim, Max deu show desde o início: passou Nico por fora na "primeira largada" e seguia em ritmo alucinante, só perdendo para Hamilton. O erro de estratégia o fez cair para 14a posição, faltando 16 voltas para o fim. Nesse período de tempo, ele fez simplesmente 11 ultrapassagens que pareciam ser muito fáceis. Tudo bem que seus pneus estavam mais novos, mas ele sobrava de uma maneira que há muito não se via. É uma corrida pontual, é uma geração. Goste ou não, Verstappen fez uma atuação digna de Schumacher, Hamilton, Alonso e Vettel e tem potencial de sobra para superar com sobras os três últimos. É assustador o talento desse holandês indomável, desde já um dos candidatos a título do ano que vem.

Foto: Getty Images
Finalmente irei escrever sobre os postulantes ao título. A corrida teve tantos elementos que justamente eles, os protagonistas, viraram figurantes. Incrível pensar que finalmente Lewis Hamilton venceu no Brasil, terra que tanto ama e idolatra por conta de seu ídolo Senna. Também é incrível pensar que Rosberg está com uma mão na taça. Uma corrida com muita chuva e confusão, como a que foi hoje, era o que Lewis precisava para Nico se enrolar e poder ser surpreendido. Entretanto, tudo deu certo para o alemão. Verstappen, que era o único que iria ultrapassá-lo, ficou para trás em um erro de estratégia da Red Bull. Hamilton passeou na chuva, uma vida "tranquila", segundo ele. Rosberg está apenas administrando a longa vantagem que possui, é o seu direito, mas ganhar um título assim é meio "sem graça". Quem se importa? Basta Nico chegar no pódio em Abu Dhabi para ser campeão mundial. Hamilton corre o risco de ser o piloto com mais vitórias (10) e pódios sem ser campeão em uma temporada. A cada corrida que passa, a quebra da Malásia torna-se mais ainda o diferencial para o campeonato. Vai que Nico enfrente problemas igual em 2014... essa é a esperança de Hamilton. Em condições normais como Abu Dhabi, sem chuva e uma chatice de dar sono, Nico já está com cinco dedos na taça. Falta confirmar.

Algumas outras linhas: crueldade com a Manor. Ocon mostrou porque foi o escolhido de Toto Wolff para ocupar a vaga na Force India. Muito combativo e andando bem na chuva, o francês de 19 anos mostrou seus predicados. Em um carro melhor, tem tudo para se desenvolver ainda mais. Merecia um pontinho.

Checo Pérez = Que piloto! Sempre aproveitando as oportunidades que aparecem! Inacreditável não estar em um carro que permita vitórias. Se não fosse um Max Verstappen fora de série, ele iria conseguir outro pódio. Tomara que vá para a Ferrari em 2018!

Carlos Sainz = Mais um ótimo resultado com a Toro Rosso de motor Ferrari do ano passado. Depois da saída de Max, cresceu muito de desempenho (ou Max que atraía as atenções, ou Kvyat que está abaixo da crítica, ou os dois?). Provavelmente ele não será promovido pela Red Bull em um futuro próximo, então é preciso se desvencilhar dos taurinos para ir para uma equipe de ponta. Talento ele está demonstrando.

Daniel Ricciardo = Corrida muito abaixo de seu potencial. Ele mesmo declarou que não gosta muito de correr em Interlagos, mas ser ultrapassado por fora pelo companheiro no S do Senna é meio constrangedor. Enfim, acontece. Daniel é um dos grandes pilotos da temporada.

Foto: Getty Images
Para finalizar: tudo bem que hoje a chuva foi muito forte em São Paulo, mas começar corrida com Safety Car é ridículo e sempre será. O álibi da batida de Grosjean era o que os diretores de prova precisavam para tomar essa decisão. O público brasileiro vaiou corretamente. Pagar uma barbaridade para ver Safety Car e corrida parada por conta da chuva? Não! Evidente que a segurança dos pilotos vem em primeiro lugar, mas a paranoia com a pista molhada está acabando com a F1. Depois da morte de Bianchi, a chuva foi a culpada e esquecem que se um trator não estivesse na pista nada daquilo teria acontecido... Os pilotos são muito bem pagos para mostrarem suas habilidades nas condições mais extremas possíveis, e havia segurança na maioria dos momentos em que a corrida esteve paralisada. Como sempre escrevo, é por essas e outras que a F1 não atrai mais público e audiência. Isso precisa ser revisto urgentemente.

Depois de tudo isso, confira a classificação final do Grande Prêmio do Brasil:


A decisão do campeonato será daqui duas semanas no Grande Prêmio de Abu Dhabi, nos dias 25, 26 e 27 de novembro! Até!

P.S: Interlagos não pode sair do calendário de jeito nenhum! Que os promotores e o governo de São Paulo e federal deem um jeito, e o Bernie pare de fazer ameaças! Imagina Interlagos fora da F1? Imagina o risco de perder corridas épicas como essa? Isso é muito melhor que o dinheiro e a artificialidade das corridas do Oriente Médio, sem dúvida alguma.

Obrigado, Massa!