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No ano passado, Pascal conseguiu sua primeira chance. Óbvio que a Manor não é o lugar dos sonhos de ninguém mas era o que tinha no momento, graças a um acordo dos alemães com a finada equipe inglesa, que envolveu a cessão dos motores e do piloto da Mercedes. Até então, seria uma oportunidade para ganhar quilometragem, experiência e maturidade em um ambiente tão hostil e competitivo que é a Fórmula 1, sobretudo para esses jovens pilotos oriundos das academias de pilotos das principais montadoras da categoria, como Ferrari, Red Bull, McLaren e Mercedes.
Pascal conseguiu alguns feitos interessantes e improváveis com a Manor, como passar para o Q2 dos treinos classificatórios em algumas oportunidades e ser o autor do único ponto da equipe na F1, feito que só o finado Bianchi conseguiu com a também finada Marussia, "pai" da Manor. Embora também tenha sido batido em alguns treinos pelo companheiro da Indonésia Rio Haryanto, Pascal justificava seu talento até então.
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Até que a temporada europeia chegou, e com ela veio outro membro da academia da Mercedes: Esteban Ocon substituiu Haryanto. Dois prospectos das flechas de prata no mesmo carro, disputando território e futuros cockpits. Com meia temporada de experiência, teoricamente Pascal teria vantagem em relação ao francês. Entretanto, a disputa foi acirrada, e outras portas se abriram.
Com a inesperada ida de Hulkenberg para a Renault, a Force India ficou com uma vaga disponível. A dívida dos indianos com os alemães na questão do fornecimento do motor fez com que a Mercedes tivesse poder de barganha para colocar um de seus pupilos no assento do carro de 2017. Para a surpresa geral, Ocon, com poucas corridas na categoria, foi escolhido em detrimento do alemão.
O que pode ter causado isso? A telemetria dos dois, que ninguém pode ver a não ser os próprios técnicos e engenheiros de Manor/Mercedes ou foi algo além, como a personalidade de Pascal, tema de várias especulações desde os tempos de DTM? Em um olhar mais distante, pode haver a impressão de uma "injustiça" com Pascal.
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Outro fato mais inesperado ainda foi a aposentadoria relâmpago do recém campeão Nico Rosberg. Em uma teoria da conspiração, poderia se pensar que de surpreendente não foi nada e que estava tudo planejado para que Pascal assumisse a vaga da equipe principal, pois é o "piloto número um" da academia da Mercedes e, caso surgisse a oportunidade, era o nome natural a ser escolhido. Afinal, se não for Pascal, pra quê serve a tal academia de pilotos? O que parecia óbvio foi tomando ares de suspense. No fim, Toto Wolff escolheu seu protegido desde os tempos de Williams para substituir o campeão. Ambos possuem características parecidas, é verdade, e no fim foi uma decisão acertada. Um acumulador de pontos por outro, motivado e sedento por poles, vitórias e títulos. E, pela segunda vez em dois meses, Pascal ficou para trás.
Como prêmio de consolação pelo seu "desempenho" na Manor (ou seria o tal do temperamento/ telemetria), parou na Sauber, a pior equipe do grid, em um ambiente novo, onde os donos da equipe suíça são os suecos que bancam Ericsson. Vai ser mais difícil que Haryanto e Ocon (esse último não pela qualidade, mas pelas "preferências", se vocês me entenderem).
No mês passado, na grande brincadeira chamada Race Of Champions que foi realizada em Miami, a zica de Pascal tomou proporções piores (ou seria uma justificativa aos "nãos" que ele levou?): capotou o carro, que tinha um fã e bateu em Massa, que também levava um espectador. O resultado dessa brincadeira? Com dores no pescoço, Wehrlein está fora dos primeiros testes da pré-temporada pela sua nova equipe.
Pascal: azarado, injustiçado ou simplesmente não está pronto para desafios maiores na F1 (ou as três opções)?
Por falar em pré-temporada, essa semana teremos os primeiros lançamentos dos carros. A Williams se antecipou e mostrou imagens do FW40 na sexta-feira. O modelo não se diferencia dos bólidos das últimas três temporadas. Hoje, foi a vez da Sauber lançar o C36, em comemoração aos seus 25 anos na F1. A equipe manteve o azul dos últimos dois anos, mas lembra muito a Carlin, sem o amarelo que representava o patrocínio do Banco do Brasil.
Aí estão as imagens. O resto, com o passar dos dias, irei atualizar aqui.
CURTINHAS: A Mercedes renovou com Toto Wolff e Niki Lauda até 2020. Caso os alemães não consigam manter a hegemonia existente desde 2014, será que um (ou os dois) serão demitidos?
"A Sauber precisa melhorar", é o que diz a chefe Monisha. Talvez o primeiro passo para isso seja ela pedir demissão, talvez.
Até!
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