quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

ANÁLISE TEMPORADA 2018 - Parte 1

Foto: Fox Sports

Fala, galera! Como já é tradicional por aqui, começamos a análise final da temporada 2018 da F1, que coroou Lewis Hamilton e a Mercedes como pentacampeões mundiais. Sem mais delongas, vamos com a primeira parte, que terá a análise de Mercedes, Ferrari, Red Bull, Force India (Racing Point) e Renault:

MERCEDES

Foto: Race Fans
Lewis Hamilton – 10,0: Irretocável. No auge da forma física e técnica. Ele representa o que é ser um piloto inteligente e talentoso. Se até os últimos anos a questão psicológica parecia ser a criptonita de Lewis, hoje não dá para questionar nada. O famoso “Q.I. de corrida” está no ápice. Ataca quando é para atacar e administra a situação quando não dá para vencer. Nessa temporada, conquistou vitórias extraordinárias, como na Alemanha e na Itália e herdou situações em Baku e no Brasil, por exemplo. A única coisa ruim foi a desnecessária troca de posições na Rússia, mas essa é uma questão da Mercedes e não do piloto, apesar de que com o tamanho e a situação do campeonato, Hamilton poderia ter batido de frente com a chefia, mas isso não influencia na nota final. Dez, nota dez!

Valtteri Bottas – 8,0: Começou o ano combativo, dando pinta de que poderia surpreender. Tinha tudo para vencer em Baku, mas o azar do pneu furado no final acabou com seu psicológico. O finlandês não conseguiu mais ser sequer o escudeiro de Hamilton e gradativamente foi sendo superado pelas Ferrari e depois por Ricciardo (na primeira metade) e posteriormente por Verstappen (na segunda metade). Na Rússia, no último brilho do ano, a Mercedes acabou com o piloto que ali restava. O fim do ano foi patético e isso foi refletido com a quinta posição no Mundial e sem nenhuma vitória no ano, algo inédito para um piloto da Mercedes na era híbrida. O finlandês parece ter prazo de validade e deve apenas esquentar banco para a chegada de Esteban Ocon. Cabe a Bottas mudar e voltar a ser o combativo dos tempos de Williams e da temporada passada.

FERRARI

Foto: Divulgação/Ferrari
Sebastian Vettel – 8,5: Parecia estar disposto a enfrentar Hamilton, vencendo corridas e disputando posições roda a roda, inclusive quando foi tocado por Verstappen na China.Com o melhor carro, empilhou vitórias e parecia ser o favorito para o penta, até que tudo mudou. O carro teve uma queda de rendimento e mais do que isso, Vettel ruiu tecnicamente e mentalmente. O prenúncio do fim foi pertinho de sua cidade natal, em Heppenheim, quando bateu sozinho na chuva numa corrida que era pra vencer. Depois disso, envolveu-se em vários acidentes bizarros na primeira volta, não sabendo o momento certo de atacar e colocando tudo a perder na primeira curva e com outros erros e punições, Vettel fez questão de acabar com a disputa do título bem antes do que era previsto e do que a Ferrari poderia produzir. O alemão vai começar 2019 na corda bamba, agora com a chegada do jovem e empolgado Charles Leclerc. Ou vai ou racha. Mais do que nunca, Vettel  precisa provar que não é apenas fruto de um grande trabalho de Adrian Newey.


Kimi Raikkonen – 8,5: Cresceu mais ainda em relação ao ano passado. Marcou pole e venceu. Ainda assim, prevaleceu o desejo do finado Sérgio Marchionne ao colocar o jovem Leclerc na equipe. Diante dos erros de Vettel, o IceMan pode andar mais próximo do alemão e chegou a ter preferência na estratégia em algumas corridas no final do campeonato, algo impensável. Ainda assim, no início do ano, foi sacrificado como escudeiro para beneficiar o alemão. Raikkonen fica com o gostinho de ter sido dispensado da equipe em sua melhor temporada nesse retorno. Depois de três anos ruins, os dois últimos foram bons. Insuficiente para um campeão do mundo, mas a última impressão é a que fica. Que bata recordes e tenha o prazer de guiar onde tudo começou, na Sauber.

RED BULL

Foto: James Allen

Daniel Ricciardo – 8,0: A primeira metade do ano foi maravilhosa: duas vitórias, incluindo a épica em Monte Carlo. Depois, coincidência ou não, simplesmente não conseguiu mais andar depois que foi anunciado pela Renault. Inúmeros problemas no carro durante a corrida e nos treinos. Não dá para avaliar. Desde o ano passado que o australiano vinha perdendo nos treinos para Verstappen. Mesmo assim, na saideira, conseguiu uma pole, no México. Na corrida, continua com um ritmo muito bom e conseguiu terminar as últimas provas. Na Renault, vai ter o nome na vitrine, apesar de que vai ficar longe das vitórias e do pódio no mínimo por dois anos. Ele já está acostumado com as quebras da Renault, então pior não pode ficar.


Max Verstappen – 8,5: O inverso de Ricciardo. Primeira metade desastrosa, com problemas e batendo em todo mundo, com muitos erros bobos. Na segunda metade, os erros desapareceram (exceção em Interlagos) e virou o segundo maior pontuador, perdendo apenas para o campeão. Falar de Max tecnicamente é chover no molhado: é um potencial campeão do mundo, arrojado, veloz e corajoso para fazer as ultrapassagens. O grande problema do holandês ainda é o mental e a maturidade. Apesar de já ter 20 anos, é o terceiro ano na Red Bull e poderia já ter assimilado algumas situações, como por exemplo o enrosco com Ocon no Brasil. Falta o “Q.I. de corrida”, de entender e assimilar que as vezes é melhor ficar em segundo ou terceiro do que forçar e bater ou perder mais posições. Como escrevi anteriormente, Max precisa amadurecer. Feito isso, vai depender de um carro minimamente confiável para brigar lá na frente.

FORCE INDIA (RACING POINT)

Foto: Grand Prix 247


Sérgio Pérez – 7,5: O único fora do Eixo que foi ao pódio. Sempre aproveitando as oportunidades, o mexicano teve que superar o grave problema financeiro da equipe que culminou não só com menos pontos na temporada como na falência e posterior compra do grupo capitaneado por Lawrence Stroll. Sem se envolver em tantas confusões com Ocon dessa vez, o mexicano fez o que pode. Agora, com o filho do dono e mais caixa para fazer um carro melhor pois a equipe de engenheiros seja talvez a mais competente da F1, Pérez pode sonhar com mais pódios e pontos para o ano que vem.

Esteban Ocon – 7,0: Outro caso de quem ruiu mentalmente a partir da confirmação de que estaria fora da F1. Apesar disso, conseguiu largar em terceiro na Bélgica. Ocon envolveu-se em muitos incidentes durante a temporada e foi derrotado de novo por Pérez nos pontos, apesar deste ter se salvado pelo pódio e o francês ter mostrado mais consistência. Refém de Toto Wolff, vai ter que ficar no mínimo um ano assistindo nos boxes da Mercedes. Sinceramente, Ocon não mostrou nada para assumir a titularidade da Mercedes. Perder para Pérez e ainda mostrar imaturidade, aliado a chegada do outro pupilo, George Russell, na Williams, pode ocasionar na possível transformação de Ocon em um Wehrlein 2. Futuro incerto.

RENAULT

Foto: Race Fans
Nico Hulkenberg – 7,5: O melhor do resto. Isso já diz tudo. Uma pena que a estrela do alemão não brilha para os pódios e nas situações inesperadas de uma corrida. Ademais, está sempre onde é possível. Superou sem grandes dificuldades o espanhol Carlos Sainz, mas agora o desafio é outro: o sorridente Daniel Ricciardo. É o adversário mais difícil da carreira de Hulk, mas se quiser ainda sonhar com algum momento de glória na F1, é necessário superar o australiano.


Carlos Sainz – 7,0: Foi uma passagem rápida e no máximo mediana na equipe francesa. Sem impressionar e sem espaço na Red Bull e na própria equipe, que surpreendentemente conseguiu tirar Ricciardo dos taurinos, Sainz se vê forçado a herdar a posição de Alonso na McLaren. Não tem jeito nem experiência para ser líder de uma equipe, mas no momento é o máximo que os dois podem oferecer um ao outro. Com algumas pontes queimadas, o time de Woking pode ser o último suspiro do espanhol na categoria. Ônus e bônus de começar logo nas grandes e turbulentas equipes da categoria.

Semana que vem tem a parte 2. Até mais!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Final

Foto: Divulgação/McLaren

Fala, galera! Última parte do especial Fernando Alonso aqui no blog. As outras partes vocês podem acompanhar nos links anteriores:

Vamos lá:

McLAREN (2015-2018): RETORNO IMPROVÁVEL E MAIS DECEPÇÕES

Foto: MotorSport

Logo no segundo dia de pré-temporada, na Catalunha, a Honda já apresentava problemas graves no motor. A equipe mal corria. Pra piorar, Alonso sofreu um acidente até hoje MISTERIOSO (reportado na época ao clicarnesse link). O MP4-30, sofrendo com problemas no MGU-K, teria sofrido uma descarga elétrica que foi em toda em direção ao espanhol, que desmaiou e precisou ser atendido no hospital por algumas semanas.

Foto: Reprodução/Twitter
Depois de ficar consciente, alguns tablóides sensacionalistas chegaram a publicar uma história onde Alonso teria perdido a memória e que acreditava ainda estar em 1995, quando era piloto de kart. Alonso ficou fora da abertura da temporada,  na Austrália, reestreando pela McLaren justamente no palco onde venceu com a equipe inglesa pela primeira vez, na Malásia. Lá, ele negou esses boatos e as classificou como “história divertida”. O espanhol disse que nunca perdeu a consciência e que apagou em virtude do efeito colateral de um remédio que tomou antes de ser transferido para o hospital, afirmando que se lembra de tudo que aconteceu antes e depois do acidente.

Enquanto Vettel estreava no pódio com a Ferrari e a McLaren fechava o grid, Alonso afirmou que pódios não são mais importantes e que preferia correr riscos para ganhar e ser campeão. Com vários problemas na McLaren, Alonso nem completou a prova e viu o rival alemão vencer pela primeira vez com a Ferrari. O espanhol se defendeu dizendo que seria difícil apostar que a Ferrari faria uma temporada tão boa depois de um 2014 tão ruim e que só consideraria um erro sair da equipe se os italianos forem campeões. Distante dos pontos e levando volta de todo mundo, Alonso apenas disse estar feliz em completar a corrida e entender melhor o carro.

Na primeira volta da corrida da Áustria, se envolveu em um acidente com o ex-companheiro Kimi Raikkonen e chegou a ficar com o carro em cima da Ferrari do finlandês. Não houve feridos e foi apenas um acidente de corrida provocando com Raikkonen girando na frente de Alonso por ter rodado. Em Silverstone, marcou o primeiro ponto da temporada. 



Na Hungria, o melhor momento da temporada: foi o quinto, enquanto Button foi o nono. Foi a única vez na temporada que os dois marcaram pontos e a última na qual a McLaren chegou no top 10. No Japão, irritado com a falta de potência do motor Honda, chamou no rádio o motor dos japoneses de “GP2”, na corrida de casa, tornando-se um símbolo do que foi essa segunda parceria entre McLaren e Honda.


Em 2016, os problemas seguiam e a parceria com a Honda já começava a ser fortemente questionada e criticada. Na Austrália, Alonso se envolveu em um acidente violentíssimo com Esteban Gutiérrez  na curva, capotando e batendo forte na barreira de pneus. Com lesão no pulmão e fratura nas costelas, ficou de fora da corrida do Bahrein. O retorno foi na China, onde chegou em 12°. Na Rússia, Alonso marcou ótimos oito pontos com um grande sexto lugar e, duas corridas depois, chegou em quinto em Mônaco. 



Com a Honda cheia de problemas, abandonos e troca de peças/motores, Alonso era frequentemente penalizado, ou largando dos boxes ou em último. Na Bélgica, beneficiados pela bandeira vermelha causada pelo forte acidente de Kevin Magnussen, Alonso conseguiu um grande sétimo lugar. Na Malásia, também largando em último lugar por diversas punições, de novo chegou em sétimo.
Marcando mais pontos, a expectativa era que a McLaren seguisse evoluindo mais, mas não foi o aconteceu, como vocês puderam perceber por aqui. 

Com um “bom chassi” mas atrapalhado pelo fraco e inconfiável motor Honda. Diante da falta de competitividade, Alonso resolveu apostar no sonho de conquistar a “Tríplice Coroa do automobilismo” e decidiu correr nas 500 milhas de Indianápolis, se ausentando de Mônaco, que aconteceria no mesmo dia. A vitória não veio mas Alonso liderou algumas voltas e abandonou, novamente com o motor nipônico o deixando na mão.

Depois de críticas públicas de Alonso e da equipe aos motores da Honda, a McLaren anunciou o fim da união e assinou com a Renault para a temporada de 2018. Com um bom chassi e um motor mais potente e confiável, seria a última cartada do espanhol em guiar um carro competitivo na carreira.

A decisão parecia acertada. Logo na Austrália, Alonso chegou em quinto e no rádio dizia que “agora nós podemos lutar”. No entanto, no Bahrein, Alonso chegou em sétimo e levando volta das três principais equipes, apesar de ser o melhor do resto. Na largada de Baku, o espanhol foi atingido por dois carros nas curvas 2 e 3, furando os dois pneus da direita. Se arrastando na pista com extrema dificuldade, Alonso teve técnica para conseguir levar seu carro para os boxes. Beneficiado por uma corrida caótica repleta de acidentes e Safety Car, Alonso conseguiu ser o sétimo mesmo com o carro avariado. Depois, disse que essa foi uma das “melhores corridas da minha vida”. 


Na Espanha, com um novo motor, finalmente Alonso conseguiu chegar no Q3, largando em oitavo e terminando na mesma posição. Com muitas especulações sobre o futuro, em agosto o bicampeão anunciou a saída da F1 no final da temporada. Desde então, foram especulados diversos possíveis caminhos para Alonso no ano que vem.

O que é certo é que o espanhol vai terminar a temporada no Mundial de WEC até junho, com a disputa das 24 Horas de Le Mans e vai buscar o bicampeonato da prova. Semanas atrás, foi confirmado que ele vai disputar novamente as 500 Milhas de Indianápolis em uma parceria com a McLaren. Ao contrário do que parecia tendência, Alonso não deve participar de toda a temporada da categoria americana.

NÚMEROS FINAIS DA CARREIRA DE FERNANDO ALONSO:

Corridas: 314
Títulos: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 32
Pódios: 97
Pole Positions: 22
Voltas mais rápidas: 23
Pontos na carreira: 1.899
Primeira pontuação: Austrália 2003 (7° lugar)
Primeira pole: Malásia 2003
Primeiro pódio: Malásia 2003
Primeira vitória: Hungria 2003
Última pole: Alemanha 2012
Última vitória: Espanha 2013
Último pódio: Hungria 2014
Última pontuação: Cingapura 2018 (7° lugar)

E essa foi a carreira e os números de Fernando Alonso Díaz, um dos maiores e melhores de todos os tempos na categoria. Que seja feliz em outras competições e em sua vida e “até logo”, quem sabe? Já estou com saudades. Obrigado, Fênix!

Na sequência, a análise final da temporada e algumas outras coisas especiais. 

Até!

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Parte 3

Foto: MotorSport

Olá, amigos! Aqui vai mais uma parte do especial Fernando Alonso aqui no blog. Para acompanhar as outras partes, clique nos links abaixo:

Agora, vamos ao trabalho:

FERRARI (2010-2014): MAIS POLÊMICAS E FRUSTRAÇÕES

Foto: RaceFans
Depois da passagem conturbada e dos dois anos “sabáticos” (mas igualmente polêmicos) na Renault, Alonso voltava para o protagonismo de quem era bicampeão mundial, agora com o surpreendente retorno de Michael Schumacher na  Mercedes. Agora, o desafio era na antiga rival, a Ferrari, que dispensou o campeão mundial Kimi Raikkonen, que tinha mais um ano de contrato, e manteve Felipe Massa na equipe, completamente recuperado do acidente na Hungria na temporada passada.

Na estreia, no Bahrein, Alonso largou em terceiro, atrás de Massa e do pole Vettel. Na largada, o espanhol passou o brasileiro e depois assumiu a liderança após um problema no motor do carro da Red Bull. Alonso foi o quinto piloto da história a estrear na Ferrari com uma vitória (Fangio 1956, Andretti 1971, Mansell 1989 e Raikkonen 2007). Na Austrália, Alonso de novo largou em terceiro, atrás das Red Bull. Na largada, na pista molhada, foi acertado por Jenson Button e caiu para a última posição, conseguindo se recuperar e chegar em quarto. Outra vez saindo em terceiro na China, Alonso queimou a largada, foi punido e caiu para 15°, mas foi beneficiado por vários Safety Car para chegar em quarto.




Na Espanha, Alonso largou e manteve-se em quarto até o final, quando um problema nos freios de Vettel e nos pneus de Hamilton o alçaram para o segundo lugar. Em Mônaco, um acidente no último treino livre o impediu de participar do treino e largou em último, em 24°. Ainda assim, chegou em sexto, com direito a ultrapassagem de Schumacher na última curva após a saída do Safety Car, mas o alemão foi punido. No Canadá, Alonso largou e chegou em terceiro. Em Valência, o espanhol vinha em quarto mas terminou em oitavo após ser prejudicado pela entrada do Safety Car após o acidente entre Mark Webber e a Caterham de Kovalainen.

Na Inglaterra, Alonso largou em terceiro. Largando mal, penalizado por ultrapassagem ilegal em Kubica e com problemas no carro, foi somente o 14°, um minuto atrás do vencedor Mark Webber. Na Alemanha, Alonso foi apenas 2 centésimos mais lento que o pole Vettel. Na largada, Alonso passou Vettel, mas foi superado por Felipe Massa. Mais rápido que o brasileiro durante várias voltas mas sem conseguir passar, o espanhol reclamou para a equipe e exigiu a passagem para o primeiro lugar, o que foi atendido logo depois com a famosa mensagem do “Fernando is faster than you” para Felipe Massa. Alonso venceu, mas o clima não estava bom, tanto com o companheiro de equipe quanto com os fãs e a imprensa, que desaprovaram a manobra à la Áustria 2002, que envolveu a própria Ferrari.


Na Hungria, Alonso outra vez largou em terceiro, atrás das Red Bull e chegou em segundo depois de uma penalidade aplicada para Vettel. Na Bélgica, Alonso largou só em décimo e foi atingido por Rubens Barrichello na largada. Ele chegou a ficar em oitavo até abandonar no fim da prova. Na casa da Ferrari, em Monza, Alonso largou na pole pela primeira vez com a equipe. Na largada, foi ultrapassado por Button, mas uma boa estratégia nos boxes garantiu a vitória para enlouquecer os tifosi, a 24ª da carreira de Ferdi, a terceira na temporada e a primeira da Ferrari em casa desde 2006 (e até hoje a última).

Em Cingapura, onde sempre mostra muita força, a Fênix fez a pole diante das Red Bull e das McLaren. Na corrida, Alonso foi atacado o tempo todo por Vettel mas conseguiu vencer chegando apenas três décimos a frente do alemão. No Japão, terceiro lugar, atrás das Red Bull. Na sequência, vitória no novo circuito da Coreia do Sul após Vettel abandonar com problemas no motor.


Em Abu Dhabi, com oito pontos de vantagem para ser campeão, Alonso largou em terceiro. Na largada, foi superado por Button. Um erro de estratégia da Ferrari fez o espanhol parar cedo demais. Marcando Webber, que bateu no muro e foi para os boxes, Alonso voltou atrás da Renault de Vitaly Petrov e foi incapaz de passar o russo no travado circuito, perdendo o título para o jovem Sebastian Vettel.

Em 2011, a temporada não começou bem. Apesar do quarto lugar na Austrália, a distância de mais de um minuto para Vettel assustou. Com a Ferrari confirmando o péssimo rendimento inicial, Alonso chegou em quinto na Malásia e em sétimo na China, sendo superado por Felipe Massa em ambas. O primeiro pódio do ano veio só na Turquia, quando ficou boa parte da prova em segundo, só ultrapassado por Webber no final, faltando sete voltas.

 Na corrida da casa, Alonso renovou com a Ferrari até 2016. Largou em terceiro e chegou a assumir a liderança na largada, mas foi superado pelas Red Bull na primeira parada nos boxes e terminou em quinto, uma volta atrás. Em Mônaco, depois de largar em quarto, Alonso perseguia Vettel pelo segundo lugar. Com os pneus gastos, os dois foram beneficiados por um acidente que provocou bandeira vermelha, fazendo o espanhol alcançar o melhor resultado no ano, em segundo.No caótico GP do Canadá, Alonso abandonou após ser tocado por Button e ficado na brita. Em Valência, chegou em segundo. 

Na Inglaterra, os difusores foram banidos, o que daria em tese vantagem para a Ferrari crescer no campeonato. Alonso era o segundo colocado quando um erro no pit stop do líder Vettel permitiu ao espanhol vencer pela primeira vez no ano. 


Na Alemanha, ficou em segundo depois de duelar com o vencedor Hamilton e Mark Webber. O quarto pódio consecutivo veio na Hungria, quando terminou em terceiro. O quinto pódio seguido não veio porque foi superado por Webber e Button nas voltas finais de Spa. Na Itália, chegou a liderar após a largada, mas não resistiu a Vettel e Button, sendo capaz de se defender de Hamilton e conseguir um pódio na casa da Ferrari. Alonso conseguiu mais três pódios: segundo no Japão, terceiro na Índia e segundo em Abu Dhabi. Na corrida final, no Brasil, foi o quarto, a mesma posição final na classificação do campeonato.

A Ferrari não parecia estar melhor para a temporada 2012. No entanto, na abertura da temporada, na Austrália, Alonso largou só em 12° depois de rodar no cascalho durante o Q2. Na corrida, chegou em quinto. Na Malásia, largou em nono. A corrida, disputada na chuva, fez Alonso assumir a liderança na volta 16. Na cola estava a Sauber de Sérgio Pérez, cada vez mais próximo de assumir a ponta. No entanto, estranhamente o mexicano rodou e diminuiu o ritmo, dando a Alonso uma improvável vitória. 



O terceiro lugar em Mônaco fez o espanhol assumir a liderança do campeonato. No entanto, o quinto lugar no Canadá fez Alonso perder a ponta para Lewis Hamilton.
Uma das maiores corridas da carreira de Alonso foi em Valencia, no GP da Europa. Largando em 11°, o espanhol foi escalando o grid e contou com os abandonos de Vettel e Hamilton. Em Silverstone, na chuva, Alonso fez a primeira pole da Ferrari desde 2010, mas chegou em segundo na corrida. Alonso de novo fez a pole numa chuvosa Alemanha e venceu a corrida, mantendo a liderança do Mundial.


Na Bélgica, se envolveu em um grave acidente na primeira curva quando foi acertado pela Lotus de Romain Grosjean. No Japão, outra vez Alonso foi atingido num acidente de primeira volta e perdeu pontos importantes na briga pelo título.




No fim da temporada, com o crescimento da Red Bull e a queda da Ferrari, Alonso não foi páreo e perdeu mais uma vez o sonho do tri para Sebastian Vettel no Brasil, chegando três pontos atrás graças a um segundo lugar em Interlagos e a quinta posição do alemão.

Alonso começou a temporada de 2013 largando em quinto na Austrália, numa sessão que só terminou no domingo em virtude da forte chuva no sábado. No final da primeira volta, o espanhol já era o terceiro. Depois, parando mais cedo, passou Vettel e chegou em segundo, atrás de Kimi Raikkonen. Na Malásia, largou em terceiro. Na segunda curva, acabou acertando a traseira de Vettel e danificou a frente do carro. A equipe mandou Alonso seguir na pista para ir nos boxes mais tarde e se aproveitar dos pneus mais novos, afirmando que o bico do carro não seria problema. No entanto, logo na segunda volta, o bico se soltou do carro e Alonso abandonou. 

A Fênix finalmente venceu pela segunda vez na Espanha largando do quinto lugar, em uma atuação espetacular. Essa foi a última vitória da carreira.



 No entanto, depois de chegar em sétimo em Mônaco, Alonso já estava 29 pontos atrás de Vettel. Com a Ferrari sem rendimento e a Red Bull sobrando a partir dos novos pneus Pirelli, mais duros, terem entrado em vigor na segunda parte da temporada,  foi um passeio do alemão, que virou tetra com muitas corridas de antecipação e várias quebras de recordes. Apesar disso tudo, Alonso foi outra vez vice de Vettel.

A nova F1 de 2014, a era híbrida, teve diversas novidades e prometia mudar as forças da categoria, dominada pela Red Bull. A Ferrari tentava se aproveitar e Alonso via nisso uma nova  oportunidade para buscar o tricampeonato. Uma das mudanças era que cada piloto deveria escolher um número fixo para atuar na categoria. Alonso escolheu o #14, número com o qual foi campeão mundial de kart e era considerado também “número da sorte”. Agora com Kimi Raikkonen como companheiro de equipe, Alonso e Ferrari tiveram uma temporada difícil, com diversas críticas do espanhol para a equipe, conturbando ainda mais o clima entre as duas partes.

Alonso esteve perto de vencer na Hungria, mas foi superado no final pela Red Bull de Daniel Ricciardo. Alonso foi só o sexto no campeonato e outro pódio só, na China. Apesar do pior campeonato na Ferrari, sobrou em relação a Raikkonen. Com a falta de resultados, Luca di Montezemolo foi demitido do comando da Ferrari. No lugar entrou Marco Mattiacci, que bateu de frente com Alonso. O resultado foi a saída de ambos da equipe. O rival Vettel ocuparia o seu lugar.

Sem clima para ir para a Red Bull e a impossibilidade óbvia de ser companheiro de Hamilton outra vez, Alonso novamente não tinha grandes opções. Dessa vez, a Renault já não existia. A única opção era a McLaren, outra ponte implodida pelo espanhol, parecia impossível. A McLaren não vinha de temporadas competitivas e encerrou a parceria com a Mercedes, apostando no retorno com a Honda, visando reeditar os tempos áureos de Senna e Prost. Um campeão do mundo eles já tinham, Jenson Button. Qual o outro que estava dando sopa no mercado?

E na útima parte, tudo sobre o improvável retorno de Alonso para a McLaren e o convívio com Ron Dennis. Até!

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Parte 2

Foto: Getty Images

Olá, amigos! Agora vem a segunda parte do especial Fernando Alonso para vocês. Para ler a primeira parte, clique AQUI.

Vamos lá:

McLAREN (2007): GUERRA CONTRA HAMILTON E RON DENNIS

Foto: RaceFans

Logo depois de ser bicampeão mundial com a Renault, ver o maior rival Michael Schumacher se aposentar e ir para a McLaren, era unânime entre os analistas que a F1 estava vivendo uma nova era, a “era Alonso”.

Ainda em 2006, devido as conquistas com a Renault, o antigo chefe Flavio Briatore o liberou para fazer o primeiro teste com a equipe de Woking, em Jerez. Com o MP4-21, guiou por 95 voltas. O escolhido para ser o companheiro de equipe era um jovem inglês Lewis Hamilton, campeão da GP2 na temporada anterior e piloto da McLaren/Mercedes desde os tempos de kart. Segundo publicações, Alonso receberia U$$ 40 milhões anuais. A estreia oficial de Alonso com o novo carro da equipe foi em Valencia, em janeiro de 2007.

Na abertura da temporada, Alonso não foi páreo para a Ferrari do estreante Kimi Raikkonen, que venceu. A primeira vitória do espanhol (e a primeira da McLaren desde 2005) veio logo na corrida seguinte, na Malásia. Também largando em segundo, Alonso liderou a dobradinha da McLaren. 


Semanas depois, no Bahrein, Alonso teve uma corrida difícil e foi apenas o quinto, enquanto o jovem Hamilton conquistava mais um pódio, em terceiro. Na Espanha, em casa, largou em segundo e partiu para cima de Felipe Massa na largada, mas um toque acabou jogando o espanhol para a brita e o máximo que deu foi chegar em terceiro.

Em Mônaco, a segunda vitória pela McLaren, onde fez a pole e a volta mais rápida, permanecendo em terceiro no campeonato. Alonso chegou a terceira vitória na temporada logo em Nurburgring em uma corrida caótica, cheia de chuva e mudanças climáticas. Ele passou Felipe Massa no final em um toque e os dois discutiram após a corrida diante das câmeras do mundo todo.




Spygate e briga com Hamilton e Ron Dennis:

Foto: Sky Sports
Segundo investigação da FIA, alguns membros da McLaren, incluindo Alonso, estavam cientes de informações confidenciais da Ferrari. O projetista-chefe da McLaren, Mike Coughlan, trocou informações com Nigel Stepney, chefe de mecânicos da Ferrari. Meses antes, a Ferrari declarou ter descoberto um roubo de dados após denúncia feita por um funcionário de uma copiadora próxima à sede da McLaren, na Inglaterra, que teria copiado 780 páginas de um material confidencial de propriedade da equipe italiana e entregue ao projetista britânico.

O arquivo que foi passado de Stepney para Coughlan contava com dados importantes sobre o funcionamento da escuderia italiana, dados de telemetria, aerodinâmica e muitas outras informações de seus carros e motores, como consumo, quilometragem e pneus. A FIA começou a investigar.
Posteriormente, a FIA descobriu entre trocas de mensagens entre Coughlan, De La Rosa e Alonso que eles sabiam as estratégias da Ferrari nas corridas da Austrália e Bahrein, apesar do espanhol duvidar da autenticidade dos dados. Nesse meio tempo, chegou o GP da Hungria.

Atrás do novato da equipe, Alonso exigia ser o piloto número um. Ou seja, ter regalias. Afinal, era o bicampeão contra o novato inglês. No entanto, Ron Dennis foi contra e Alonso acusava a McLaren de beneficiar Hamilton por este ser inglês, uma questão muito semelhante a apontada por Piquet durante os anos em que foi companheiro de Mansell na Williams, nos anos 1980. No Q3 do treino da Hungria, Alonso parou nos boxes primeiro para trocar os pneus. Ele ficou mais segundos do que o imaginado e, parado, atrapalhou Hamilton, que não conseguiu abrir uma nova volta e Alonso ficou com a pole. Hamilton não tinha concordado com a ideia do espanhol parar antes, o que fez Alonso se antecipar. 



O espanhol foi punido em cinco posições no grid e terminou apenas em quinto na corrida, fazendo a McLaren perder os 15 pontos do campeonato de construtores. Hamilton herdou a pole e venceu sem maiores dificuldades. 

Durante a reunião pós-treino, Ron Dennis teria cobrado de Alonso. O espanhol teria respondido que, se não fosse primeiro piloto declarado da equipe, iria denunciar a McLaren para FIA com o que sabia do caso de espionagem. Tudo isso foi negado por Dennis posteriormente. McLaren, Ron Dennis, Hamilton e Alonso foram chamados para dar explicações para a FIA. No fim das contas, apenas a McLaren foi punida: excluída dos construtores e teve que pagar multa de U$$ 100 milhões, além de mostrar com antecedência o projeto do carro de 2008 para FIA, evitando uma nova possível cópia de dados da Ferrari.

Voltando...

Diante desses fatos, ficou evidente que Alonso não tinha mais clima pra seguir na equipe, mesmo tendo assinado contrato até 2009. O espanhol venceu pela última vez na Itália e alguns erros custaram o sonho do tri, como a batida no temporal de Fuji, no Japão. No Brasil, embora tivesse chances matemáticas, Alonso em nenhum momento esteve em condições de ser campeão, chegando em terceiro e vendo Kimi Raikkonen conquistar um título improvável, o que não foi de todo ruim para o espanhol.

Em novembro, saiu o anúncio que McLaren e Alonso romperam o contrato. Três semanas depois, o espanhol assinou o retorno a Renault por 25 milhões de libras em um contrato de dois anos, apesar de também ter recebido sondagens da Red Bull, Toyota e Honda. Ele seria companheiro de equipe de Nelsinho Piquet.

RENAULT (2008-2009): NOVAS POLÊMICAS


Os dois anos seguintes de Alonso foram repletos de rumores. Nas primeiras corridas da temporada 2008, a Renault não foi tão competitiva e o espanhol foi o quarto na Austrália e oitavo na Malásia. Rapidamente surgiram especulações de Alonso estar insatisfeito e querer deixar a equipe. Mario Theissen, chefe da BMW Sauber, queria o espanhol no lugar de Nick Heidfeld para conquistar a primeira vitória da equipe. Em entrevista, Alonso disse que queria pilotar com eles em 2009 e ir para a Ferrari em 2010. A Toyota também se interessou. Existia a especulação de uma cláusula de rescisão e de produtividade que Alonso poderia deixar a Renault e substituir Felipe Massa a partir de 2010, o que foi negado por Luca di Montezemolo.

No Bahrein, o reencontro entre Hamilton e Alonso. Em um incidente, a traseira da Renault ficou danificada, enquanto o bico do carro inglês também. A imprensa acusou Alonso de frear antes da hora, mas a telemetria dos dois carros desmentiu isso.  Em casa, na Espanha, Alonso largou em segundo porque estava com o tanque vazio, mas o motor estourou na volta 35, quando estava em quinto. Depois de chegar em sexto na Turquia, o espanhol elogiou a evolução da Renault.

Em Mônaco, chegou em décimo. No Canadá, largando em quarto, se envolveu em um acidente com Nick Heidfeld na volta 45 e ficou fora. Na França, de novo largou leve em terceiro, entre as duas Ferrari. Na corrida, foi sendo superado por todo mundo, inclusive o companheiro de equipe Nelsinho Piquet, e o espanhol foi o oitavo. Em Silverstone, Alonso foi o sexto. Na Alemanha, após largar em quinto, envolveu-se em um incidente com a Williams de Nico Rosberg e terminou em 11°. Na Hungria, largou em sétimo e chegou em quarto, beneficiado pelos abandonos de Lewis Hamilton e Felipe Massa.

No GP da Europa, Alonso vinha forte durante os treinos, mas foi somente o 12°. Na largada, foi atingido por outra Williams, dessa vez a de Kazuki Nakajima, que danificou a asa traseira e o câmbio. Em Spa, o espanhol era  o quinto a corrida toda, quando a chuva apertou. Alonso apertou no pneu de chuva forte. A pista secou, mas mesmo assim Alonso conseguiu passar Kubica e Vettel no final para chegar em quarto. Em Monza, repetiu a colocação, fazendo a Renault empatar com a Toyota nos construtores.

Cingapuragate:

Foto: Race Fans

Na primeira corrida noturna da história, um problema na pressão do combustível fez Alonso largar somente na 15°. Parecia uma corrida sem perspectivas para a Renault outra vez, até Nelsinho Piquet bater no início da corrida, provocar um Safety Car logo depois da parada de Alonso e contar com o erro no pitstop de Felipe Massa para o espanhol vencer de forma improvável pela primeira vez no retorno a Renault. A verdade foi descoberta só no ano seguinte. 







Depois de ser demitido, Nelsinho Piquet denunciou o fato para a FIA. Briatore foi avisado de que se a Renault não vencesse, a equipe seria fechada na F1. Ameaçando demitir Piquet, o brasleiro contou que foi coagido a bater de propósito em Cingapura para ajudar Alonso, que não sabia de nada. Briatore foi suspenso e Pat Symonds suspenso por cinco anos.

Voltando...

No Japão, com uma estratégia de duas paradas em Fuji, Alonso voltou a vencer, evidenciando a boa forma. Dessa vez, sem polêmicas. A reta final da temporada foi muito boa. Na China, chegou em quarto. No Brasil, foi o segundo, enquanto o arquirrival Hamilton derrotava Massa na disputa do título mundial. Nas últimas oito corridas, Alonso foi o piloto que mais marcou pontos na temporada, superando inclusive os dois que disputavam o título. Foi o quinto colocado no Mundial, com 61 pontos, deixando a Renault em quarto nos construtores, com 80 pontos. No fim da temporada, renovou por mais dois anos com a Renault, encerrando as especulações que dominaram a temporada.

O R29 teve desempenho muito ruim nos testes de pré-temporada e Alonso não esperava um grande ano outra vez. Na abertura da temporada, Alonso escapou de um acidente e, beneficiado pelo Safety Car causado pelo acidente entre Kubica e Vettel no fim, conseguiu chegar em quinto. O espanhol não tinha gostado de como o KERS, grande novidade da temporada, havia funcionado. Na Malásia, foi o décimo primeiro. Na China, largou em segundo e chegou em nono, chegando em ambas mais de um minuto atrás de Jenson Button, vencedor com a surpreendente Brawn GP. 

No Bahrein, chegou em oitavo após uma dura batalha após o carro ficar com pedaços de garrafa quebrada. Tamanho esforço fez Alonso ficar desidratado e passando mal após a corrida. Na Espanha, brigou o tempo todo com Webber pelo sexto lugar, mas chegou em quinto após Massa abandonar na última volta. Em Mônaco, contou com os abandonos de Kovalainen e Vettel para chegar em sétimo, tendo largado em nono. Lutando bastante com o carro, chegou em décimo na Turquia e em 12° na Inglaterra. No GP da Alemanha, Alonso perdeu posições na primeira curva, mas conseguiu chegar na sétima posição.

Praticamente sem combustível, marcou a única pole da temporada, na Hungria. Alonso liderava a corrida até a parada do pit stop no primeiro stint, quando colocaram a roda traseira esquerda incorretamente. Depois, o espanhol abandonou com problemas na bomba de combustível. Em Valência, chegou em sexto e disse que era o melhor a ser feito. Lá, estreou seu novo companheiro de equipe, o francês Romain Grosjean.

O problema da Hungria persistiu na Bélgica e fez Alonso abandonar novamente, apesar dessa vez a origem do problema ter sido o toque com Adrian Sutil na largada. Na Itália, chegou em quinto, reclamando novamente do KERS. Um ano depois do escândalo e já com Briatore banido, Alonso conseguiu dessa vez um bom terceiro lugar, sem suspeitas e o único pódio na temporada. O espanhol polemizou ao dedicar o resultado ao recém-banido chefe, dizendo que ele “fazia parte disso tudo”.

No Japão, Alonso perdeu cinco posições da largada ao não diminuir a velocidade durante a bandeira amarela provocada pelo acidente de Sebastien Buemi. Sem velocidade e chegando apenas em décimo, Alonso admitiu que a punição decidiu o rumo da corrida. No Brasil, a corrida durou uma volta, quando o espanhol não conseguiu escapar do acidente entre a Toyota de Jarno Trulli e a Force India de Adrian Sutil, danificando o sidepod do carro da Renault.

Nesse meio tempo, já tinha sido anunciada a ida de Alonso para a Ferrari, desejo pessoal dos últimos anos, onde seria companheiro de Felipe Massa. Na corrida final, em Abu Dhabi, foi apenas o 14°. Ele agradeceu os serviços da Renault e relembrou as conquistas mundiais e de construtores. Ele foi o nono colocado no Mundial, marcando todos os 26 pontos da Renault, oitava colocada nos construtores.

Em breve, a terceira parte do Especial Alonso. Até!

terça-feira, 27 de novembro de 2018

GRID FECHADO

Foto: F1 Mania
De forma pouco usual na F1 nos últimos anos, o grid de 2019 está definido antes mesmo da temporada começar. Um dia depois do GP de Abu Dhabi, a Toro Rosso anunciou a contratação do tailandês Alexander Albon (nascido em Londres) como substituto de Brendon Hartley e será companheiro de equipe de Daniil Kvyat. Um russo e um tailandês. Por incrível que pareça, tivemos um lá nos anos 1950.

Birabongse Bhanubandh. Ou simplesmente o Príncipe Bira. Correu pela Maserati e com a Gordini, inclusive dividiu carro com nada mais nada menos que Juan Manuel Fangio e estava inclusive na corrida de abertura da categoria em Silverstone 1950. Participou de outras 18 corridas na F1.

Albon já tinha assinado um pré-contrato com a Nissan para disputar a Fórmula E. No entanto, não apareceu nos testes coletivos, o que gerou burburinho de que poderia assinar com a Red Bull novamente, afinal foi dispensado por Helmut Marko em 2012. A exemplo de Kvyat e Hartley, foi recontratado para fazer a estreia na F1.

Com quatro vitórias e o terceiro lugar na F2, Albon teve grande desempenho. Uma de suas marcas características era estender o stint e aparecer na frente, atacando os oponentes no final das provas. Isso, somado a falta de talentos imediatos na academia dos taurinos e o insatisfatório desempenho do neozelandês forçaram Marko e cia a lhe darem uma chance. Justo. A Toro Rosso ganha um torcedor na próxima temporada.

A grande questão é saber se Kvyat vai se mostrar recuperado mentalmente das demissões e do péssimo desempenho que apresentou desde 2016. Receber uma terceira chance é raro, ainda mais no matadouro da Red Bull. Outra curiosidade: qual dos dois está sendo usado como boi de piranha enquanto o badalado Dan Ticktum não faz a pontuação necessária para ingressar na F1? O russo saco de pancadas ou o tailandês que pode fazer a temporada tampão igual Hartley?

Bom, será um confronto interessante nessa segunda temporada de parceria com a Honda. Albon é uma promessa e veremos como se sai nesse ambiente tão competitivo com um piloto tão jovem de idade mas com muito mais experiência (Kvyat tem 24 anos).

Agora, todas as 20 vagas estão ocupadas para a temporada de 2019. Confira:

MERCEDES: Lewis Hamilton e Valtteri Bottas
FERRARI: Sebastian Vettel e Charles Leclerc
RED BULL: Max Verstappen e Pierre Gasly
RENAULT: Daniel Ricciardo e Nico Hulkenberg
HAAS: Kevin Magnussen e Romain Grosjean
McLAREN: Carlos Sainz e Lando Norris
FORCE INDIA: Sérgio Pérez e Lance Stroll
SAUBER: Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi
TORO ROSSO: Daniil Kvyat e Alexander Albon
WILLIAMS: George Russell e Robert Kubica

Até! Amanhã, a parte 2 do Especial Alonso!

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

EU SOU A LENDA

Foto: Getty Images
Até que o GP de Abu Dhabi não é tão ruim assim. Nas últimas etapas, as três principais equipes estiveram com forças equiparadas e andaram próximas. O que decidiu foram as estratégias e a forma como lidar com as situações de corrida. Pena que foi justamente quando o campeonato acabou e, coincidência ou não, a Mercedes deixou de usar os pneus com furos.

O pentacampeão mostrou hoje porque é o melhor piloto da atualidade e deu aula de como administrar uma corrida. Depois que Kimi Raikkonen se despediu da Ferrari com um problema no motor logo na volta 8, o inglês antecipou a parada, algo já recorrente nesse tipo de situação. Voltando em quinto durante o VSC, passou Verstappen e depois foi ultrapassado, sem brigar pela posição e pensando no senso de corrida. Não valia a pena brigar e desgastar pneu a toa. Sem precisar fazer mais paradas, bastou administrar a vantagem e vencer pela 72a vez na carreira e estabelecer números tão impressionantes quanto a pilotagem.

Vettel fez uma corrida sem erros, algo que já merece ser chamada a atenção nessa temporada, que é para esquecer. Muito aquém do nível de um campeão. No ano que vem, terá que lutar contra Hamilton, Mercedes, Ferrari, seus próprios e agora também um jovem e faminto Charles Leclerc, outra vez sétimo colocado e com uma impressionante temporada de estreia na Sauber, elevando o nível da equipe e agora chega na equipe italiana com muita moral. Resta saber se vai suportar a pressão agora que vai ser protagonista e se a Ferrari vai ter paciência com o monegasco.

Verstappen começou a corrida com um problema no motor e perdeu posições. Combativo, arrojado e inconsequente como sempre, recuperou elas e terminou no pódio. Se envolveu de novo em embate na pista com Ocon, passando nos cotovelos e dando chega pra lá em Bottas, jogando o carro, de novo em posição de quem não tem nada a perder. Apesar dos destemperos, Verstappen em termos de rendimento só perdeu para Hamilton na segunda metade da temporada. Os números comprovam isso. Mais rápido e constante, precisa domar mais as emoções e pensar na corrida como um todo, não só na curva seguinte.

Foto: Getty Images
Nas despedidas positivas, Ricciardo terminou em quarto e tinha ritmo para ficar no pódio, mas a Red Bull optou por fazer a parada mais tarde e tentar recuperar o terreno com pneus frescos para atacar no final. Não deu certo. Para o australiano, o fato de não ter abandonado nas duas últimas provas é algo bastante positivo. Com oito abandonos, a temporada ficou completamente comprometida. Nos treinos se mostrou mais lento que Max, mas o ritmo de corrida é no mínimo igual ou ainda levemente superior ao do holandês. Resta saber o que será capaz de fazer na ainda combalida Renault.

Carlos Sainz foi o melhor do resto, com uma ótima estratégia. Hulkenberg, futuro parceiro de Ricciardo, capotou na primeira volta. Parecia algo sério, mas o santo antônio protegeu bem o alemão. Com o Halo, ficou impossível sair do carro sem ter esperado ele ter se virado pelos fiscais, que demoraram bastante para chegar no local. Foi um acidente de corrida com Grosjean, que incrivelmente não foi culpado. Hulk espalhou demais na curva e, em virtude do ponto cego, não viu o francês por ali, causando a batida. Depois de dois anos com Palmers e Sainzs, Hulk parte para o maior desafio da carreira: dividir a equipe com o australiano sorridente. Será um embate interessante de se assistir.

Pérez em oitavo e Magnussen em décimo complementaram o top 10. Um capítulo a parte é Bottas: o primeiro piloto da Mercedes na era híbrida a terminar o ano zerado. Era para ter vencido em Baku e na Rússia, mas as circunstâncias não ajudaram. Ademais, foi uma temporada lamentável, principalmente o fim. Hoje, sem ritmo, foi desgastando o pneu até não ter mais aderência e ser passado facilmente por Vettel e Red Bull. Se não fosse uma temporada tão errática quanto do alemão, a Mercedes poderia estar ameaçada nos dois campeonatos. O que Toto Wolff pretende para 2020: colocar Ocon, instável e que perdeu para Pérez? Ou as fichas vão para George Russell, o novo bola da vez? Problemas para quem deseja manter a hegemonia no campeonato. Só com Hamilton basta, mas é perigoso dar chance para o azar.

O mais legal da corrida aconteceu depois. Os três campeões mundiais andando lado a lado e fazendo zerinhos. Uma pena é que foi o público de Abu Dhabi que presenciou esse título histórico. Alonso, lado a lado com os dois maiores rivais e algozes, o respeito mútuo de quem teve diversas batalhas ao longo dos anos e vê um dos melhores pilotos da categoria sair em virtude do comportamento problemático fora da pista que queimou pontes até resultar no fim. Alonso é um gigante do esporte e que vai fazer muita falta. Tomara que volte. Foi um momento lindo reconhecer o grande piloto que foi, mas lamentar o que poderia ter sido se tomasse as decisões certas.

É claro que esse lindo momento e Hamilton tirando o macacão no pódio (ainda bem!) você não pode ver na Rede Globo porque ela resolveu optar mostrar torcedores bêbados comendo churrasco e palpitando sobre resultados de jogos inúteis do Brasileirão de quatro horas depois. Uma total falta de respeito com o fã que queria ver a última festa do pódio na temporada. Se é pra fazer transmissão porca, é melhor manter a corrida no SporTV e passar os melhores momentos depois do Domingo Maior como fazem nas corridas da América do Norte ao invés de nos tratar como idiotas.

Ademais, hoje Abu Dhabi presenciou a despedida de um ídolo do esporte e, com a presença do amigo Will Smith, vê a cada prova Lewis Hamilton se tornar mais lenda do que já é, podendo tornar-se o maior e superar Michael Schumacher. Somos privilegiados de ver tantos campeões em ação e a história sendo feita. Que venha 2019 com mais competitividade e emoção. Vai ser difícil, mas não podemos perder as esperanças.

Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:


Nesse fim de ano vem muito mais no blog: o restante do especial Alonso e a análise da temporada.

Até!

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

ÚLTIMOS ATOS

Foto: Getty Images
Corrida de Abu Dhabi é marcado pelo clima de fim de festa. Teremos a despedida (ou até logo?) de Fernando Alonso, a última prova de Daniel Ricciardo na Red Bull, Kimi Raikkonen na Ferrari, Esteban Ocon na F1 (por enquanto), Lance Stroll na Williams, Marcus Ericsson e Charles Leclerc na Sauber, Pierre Gasly na Toro Rosso, Stoffel Vandoorne na McLaren e Carlos Sainz na Renault. Ufa!

Verstappen liderou o FP1, Bottas o FP2. Nesse treino, a distância entre as três principais equipes foi apenas de seis décimos, o que signfica quase nada para o treino e a corrida. No entanto, esperamos ao menos emoção genuína nessa corrida onde tudo é chato e artificial. Por falar no segundo treino livre, Verstappen e Ocon quase se bateram nos boxes. É a última chance de Ocon tentar a revanche, depois só em 2020 e olhe lá.

Uma imagem curiosa no FP1 foi Hamilton usar pela primeira vez de forma espontânea o #1. Adepto do #44, ele não gosta do número dos campeões, mas decidiu utilizar em homenagem ao esforço e para comemorar mais uma temporada de sucesso com a equipe.

Foto: Reprodução

Também no FP1, Kubica guiou a Williams pela primeira vez após ser anunciado oficialmente como piloto titular. No onboard, percebe-se claramente que ele dirige com um braço só, apertando em todos os botões com a esquerda e usando a direita como apoio somente. Os resultados podem não ser animadores para alguém de seu calibre, mas só o fato de estar lá de novo já é estimulante para todos nós não desistirmos de nossos objetivos.

Foto: Getty Images
Com ressaca, calor e cansaço, veremos o que Abu Dhabi nos reserva. Provavelmente vai ser algo que nos faça dormir no domingo, o que seria uma boa despedida para essa temporada. Ou não. Quero testemunhar as últimas voltas da Fênix na categoria. Espero não me emocionar demais.

Confira os tempos dos treinos livres do GP de Abu Dhabi:



Até!