sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O RETORNO DO REI DE SPA?

Foto: Getty Images
Em condições normais, a Ferrari é a favorita a vencer em Spa Francochamps. A questão é que a chuva pode aparecer ou no qualyfing ou na corrida, o que deixaria tudo em aberto.

Ignorando essa possibilidade, pode-se dizer que é a grande chance de Raikkonen finalmente ganhar uma corrida, algo que não acontece há cinco anos. Por incrível que pareça, é o cara com mais vitórias em Spa (quatro, a última em 2009, justamente pela Ferrari). Hoje, foi o mais rápido do dia, bem a frente de Vettel.

Como o próprio finlandês salientou, o treino de sexta não serve pra muita coisa. A Mercedes vai vir muito forte, sem dúvida. A Red Bull nem tanto. Vai depender das condições climáticas para brilhar na frente. Como será o tratamento a Daniel Ricciardo agora? No TL1, só deu uma volta rápida...

A Racing Point Force India teve uma importante vitória: as equipes concordaram em deixar que a "nova" equipe receba o valor de premiação obtida com a inscrição anterior, que foi válida até a última etapa, na Hungria. Sempre importante reforçar os bolsos. Um alento para quem estava sofrendo e hoje parece estar na melhor. A eterna "boa de reta" foi praticamente a melhor do resto nos treinos. Tudo isso para Stroll depois não entregar nem metade do que o carro pode produzir...

Outro ponto interessante foi a estreia de Lando Norris no TL1, no lugar de Alonso. O britânico conseguiu ainda assim ficar na frente de Vandoorne. O dono da casa reclamou de problemas no pedal do freio, que se repetiram no TL2. Ai, ai, Stoffel... a batata está ficando bem quente assim...

O resto é o mais do mesmo: Williams no fim do grid, Renault e Haas na parte intermediária e a Toro Rosso um pouco atrás das duas. Veremos se a chuva ou algo diferentão pode fazer com que a Ferrari não vença. Vettel precisa reagir agora mesmo, sem mais cometer erros, se quiser o penta. A responsabilidade está com o alemão.

Confira a classificação dos dois treinos livres:



Até!


GP DA BÉLGICA - Programação

O Grande Prêmio da Bélgica foi disputado pela primeira vez em 1925, e faz parte do calendário da Fórmula 1 desde a 1a temporada da categoria, em 1950.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Ayrton Senna - 1:41.523 (McLaren, 1991)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:42.533 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1992, 1995, 1996, 1997, 2001 e 2002)

LAUDA VAI SUPERANDO A MORTE, DE NOVO

Foto: Rodrigo Berton/ Grande Prêmio
Internado em um hospital de Viena desde o fim de julho com complicações de uma gripe que contraiu em Ibiza, na Espanha, Niki Lauda vem passando por uma série de procedimentos desde então. Diante das complicações, o tricampeão realizou um transplante de pulmão e segue internado em tratamento intensivo.

Nessa semana, a equipe médica disse para a imprensa que Lauda já consegue falar e respirar sem a ajuda de aparelhos, graças a trabalhos de fisioterapia visando a rápida adaptação ao novo pulmão que recebeu.

Nesses casos de transplante, principalmente em pessoas mais velhas, o tempo de adaptação e recuperação é maior. Portanto, ainda não há previsão de alta para o presidente não-executivo da Mercedes. A tendência é que seja liberado nas próximas semanas e continue os cuidados em casa. Uma das restrições é que Lauda não viaje de avião, portanto que não vá muito longe da Áustria.


Com isso, não deve acompanhar sua equipe pelas corridas no mínimo até o fim do ano. O mais importante é a plena recuperação desse ícone. Para quem já driblou a morte anteriormente, um problema respiratório não há de ser nada. Vida longa a Andreas Nikolaus Lauda!

SUPERA, RED BULL

Foto: Motorsport
Nem mesmo a confirmação de Pierre Gasly como parceiro de Max Verstappen para o ano que vem fez o consultor Helmut Marko virar a página. Falando para uma emissora austríaca, o doutor disse que a negociação com Ricciardo estava apalavrada, mas que de última hora o australiano ligou dizendo que tinha optado pela Renault.

O doutor afirmou que Ricciardo provavelmente não confia no projeto da Honda e que os franceses haviam oferecido o valor que Ricciardo gostaria de receber. No entanto, Marko não acredita que tenha sido uma boa decisão do #3 por entender que os motores franceses ainda estão distantes do desempenho de Ferrari e Mercedes. “Desde 2014 a Renault não está à altura da Mercedes e Ferrari. Perdemos a fé nas garantias de estar na luta com eles no ano que vem. Estou convencido de que, no ano que vem, vamos estar firmemente à frente da Renault”.

E emendou. “Tenho certeza de que não vamos ver nenhum ‘shoey’ em 2019, mas posso entender que, depois de dez anos com a Red Bull, ele precise de um novo desafio. É uma pena porque Daniel é um dos melhores em corrida, suas manobras de ultrapassagem são únicas. Na classificação ele está um pouco atrás de Verstappen, mas ele a compensa com a velocidade em corrida”.

O discurso está claro: tornar Max Verstappen o mais jovem campeão da história. Para isso, é sempre bom ter um capacho por lá, igual Bottas e Raikkonen. Ricciardo não seria esse cara, pelo contrário. Bateu no holandês nas três temporadas em que estiveram lá. Além do motor Honda, esse foi o fator preponderante para deixar a equipe: perceber que o apoio e o trabalho uma hora ou outra se voltaria com toda a carga para o menino prodígio. Ricciardo não quer virar um Webber. A ida para a Renault pode não representar sucesso imediato, mas é aquilo que dá pra chamar de seu "canto" durante dois anos, sempre apostando no futuro de Ferrari e Mercedes pós-2021, possivelmente sem Hamilton e Vettel.


Veremos, aí, quem é o verdadeiro profeta.


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 213 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 189 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 146 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 132 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 118 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 105 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Kevin Magnussen (Haas) - 45 pontos
9 - Fernando Alonso (McLaren) - 44 pontos
10- Carlos Sainz Jr (Renault) - 30 pontos
11- Sérgio Pérez (Force India) - 29 pontos *
12- Esteban Ocon (Force India) - 29 pontos *
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 27 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 21 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos

* = Com a venda da equipe, a Force India se transformou em Racing Point Force India e teve sua pontuação zerada. Entretanto, a colocação dos pilotos ainda vai ficar por aqui nesse post.


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 345 pontos
2 - Ferrari - 335 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 223 pontos
4 - Renault - 82 pontos
5 - Haas Ferrari - 66 pontos
6 - Force India Mercedes - 58 pontos *
7 - McLaren Renault - 52 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 29 pontos
9 - Sauber Ferrari - 18 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

* = Com a venda da equipe, a Force India se transformou em Racing Point Force India e teve sua pontuação zerada. Entretanto, a colocação da antiga equipe ainda vai ficar por aqui nesse post.

TRANSMISSÃO


NOVA CARREIRA

Foto: Motorsport
Você está jogando um save de F1, sendo um piloto ou administrando uma equipe. Geralmente, tudo começa no início (uma redundância). Dessa vez, acontece de você estrear no meio da temporada. É o caso da tal Racing Point Force India, equipe comprada pelo consórcio de Lawrence Stroll que substitui a simpática Sahara Force India, de Vijay Mallya e Bob Fernley, chefe de equipe que já foi mandado embora pela nova administração. Um bom nome no mercado, não é mesmo Williams?

Mas por que Racing Point e tudo novo, embora pareça tudo igual? Para comprar a inscrição da Force India "original", a nova administração teria que pedir diversas autorizações de vários bancos da Índia que possuem acordos com a Force India das antigas. Não haveria tempo hábil para tais procedimentos. Ou seja: o grupo de Stroll comprou a estrutura da equipe (carros e funcionários), e não a inscrição, que ainda pertence a Force India S.A., que foi a falência depois de vários processos contra Vijay, que chegou a ser preso em Londres e pode ser deportado para o país de origem.

No regulamento, uma equipe só pode mudar de nome sem perder os pontos do Mundial se houvesse unanimidade das equipes. McLaren, Williams e Renault acabaram vetando. Possuem diferentes interesses nisso. É uma pena, mas faz parte do jogo. Resumindo: a Racing Point Force India está no Mundial de F1, mas zerada, assim como seus pilotos, Sérgio Pérez e Esteban Ocon.

A Force India acabou. Surge uma nova equipe, com a mesma estrutura da anterior. Outra consequência disso é que a nova administração não vai receber o dinheiro dos direitos comerciais que teria direito pelos próximos dois anos, pois o regulamento diz que uma nova equipe só recebe essa parte da grana se ficar ao menos duas vezes no top 10 em três anos. Só em 2020 que a grana vai entrar nos cofres de Stroll. Convenhamos: é bem possível que a tal Racing Point já ultrapasse a Williams nessa corrida e a Sauber na próxima. Com só dez equipes no Mundial, não há mais dramas.

Foto: Race Fans
Com isso, chega oficialmente ao fim a linda trajetória da simpática Force India (por isso era tolerável esse nome). 191 corridas. Saiu do fim do grid para pódios e até o ano passado era a quarta força do grid, quase falida, apenas com a capacidade de seus profissionais. Logo no segundo ano da equipe, o melhor momento de sua trajetória: a pole de Giancarlo Fisichella justamente em Spa, nove anos atrás. O italiano chegou em segundo na corrida, o melhor resultado da história da jovem equipe, que teve outros cinco pódios, todos conquistados por Sérgio Pérez. O último foi em Baku, meses atrás.

Se o aspecto financeiro deixou a desejar nos últimos anos, fruto da picaretagem de Vijay e do alto custo da F1, a Force India fez um trabalho honesto nas pistas, subindo degrau a degrau para se tornar uma das principais equipes do meio do pelotão, sem a ajuda de uma montadora ou algo do tipo. Para se orgulhar.

E a tal Racing Point?

Que nome feio pra caralho. Nem parece coisa de corrida. Lembra Match Point ou alguma loja de produtos automotivos, algo do tipo. Dessa vez nem carisma salva, até porque isso não existe com Strolls no comando. Aliás, é hora de projetar algumas coisas.

Ao menos para a corrida da Bélgica, Pérez e Ocon seguem na nova velha equipe. Depois, as coisas se complicam. Pelo que a imprensa europeia noticia, Pai Stroll quer colocar o filho na equipe a partir do GP da Itália, no lugar de Ocon. O francês, por sua vez, iria para a McLaren substituir Vandoorne. Kubica assumiria o lugar de Stroll na Williams, que poderia ter Nikita Mazepin como titular no ano que vem, impulsionado pelo dinheiro de outro pai bilionário.

É uma viagem muito grande, uma bagunça revoltante. O que se sabe, certamente, é que o Stroll vai correr pela Racing Point, cedo ou tarde, na Itália ou em 2019. Olha só que legal o clima: correndo na Williams contra o time do pai. Onde foi que a F1 errou?

Vai ser difícil ter qualquer simpatia pela tal Racing Point Force India, mas enquanto Pérez e Ocon tentarei me esforçar. Depois, vai ser difícil. Veremos se, com dinheiro, se mantém a administração eficiente da outrora simpática equipe ex-indiana.

Até!

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

INSANO

Foto: Grande Prêmio
Estava ansioso para poder escrever sobre uma das corridas mais épicas dos últimos 30 anos. Teve tudo que certamente não existe mais na F1. Acidentes, drama e um desfecho surpreendente.

Pra começar, com a chuvarada que estava na hora da largada, nem teria corrida. Iam esperar o circuito secar. Bom, ainda bem que naquela época não tinha essa frescura. Em 1998, a briga pelo título tinha a McLaren de Mika Hakkinen, que tinha o melhor carro e começou aquele ano de forma dominante, contra a Ferrari de Michael Schumacher, que reagiu logo em seguida. Antes de Spa, a vantagem do finlandês era de sete pontos (77 a 70).

No sábado, com tempo bom, a lógica: dobradinha da McLaren na pole. Uma surpreendente Jordan de Damon Hill parou no terceiro lugar, deixando as Ferrari de Schumacher e Irvine em quarto e quinto.

No entanto, mesmo no seco, o treino de sábado deu uma palhinha do que viria, com os acidentes de Jacques Villeneuve, numa combalida Williams Mecachrome, e Mika Salo (Arrows).




No domingo, a largada com chuva era uma realidade. Depois de todo mundo sair da primeira curva, Coulthard foi tocado por Irvine e acabou batendo de frente, voltando para a pista. Diante da falta de visibilidade para quem vinha atrás (com a água subindo fica impossível enxergar), o que aconteceu em seguida foi um grande efeito dominó: a Ferrari de Eddie Irvine, a Benetton de Alexander Wurz, a Sauber de Johnny Herbert, as Tyrrell de Ricardo Rosset e Tora Takagi, as Stewart de Rubens Barrichello e Jos Verstappen, as Arrows de Pedro Paulo Diniz e Mika Salo e as Prost de Jarno Trulli e Olivier Panis bateram entre si, causando o maior engavetamento da história da categoria. O resultado só poderia ser um: bandeira vermelha para retirar os carros e a sujeira da pista.



Mais de uma hora depois, a corrida teve uma nova largada. Rubinho, Panis, Salo e Rosset não participaram da relargada porque não tinham um carro reserva. Nisso, Damon Hill largou melhor e pulou para a liderança. Hakkinen rodou e foi acertado pela Sauber de Herbert. Fim de prova para o líder do campeonato e caminho aberto para Schumi vencer e assumir a liderança. A outra McLaren, de Coulthard, também se envolveu em um incidente com Wurz e caiu para a última posição.


Algumas voltas depois, Schumacher finalmente ultrapassou Hill e arrancou para a vitória, o que lhe daria a liderança no campeonato. Com 40 segundos de vantagem para o rival, Schumi foi passar o retardatário Coulthard. O escocês freou demais quando o alemão estava bem perto, não conseguiu desviar e acabou batendo na traseira da McLaren. Schumacher chegou a levar o carro sem bico e com três rodas para os boxes, mas não tinha o que fazer. Fim de prova e a grande chance de virar líder ir por água abaixo (com perdão do trocadilho). Possesso, o alemão resolveu invadir os boxes da McLaren para tirar satisfações, mas acabou contido pela turma do "deixa disso".


Pouco depois, Irvine rodou sozinho e pôs fim a corrida da Ferrari justamente na etapa número 600 na categoria. Com isso, Hill pulou para a liderança e o irmão de Michael, Ralf, ficou em segundo. Uma improvável dobradinha da Jordan se formou. Pra deixar tudo mais apimentado, a Benetton de Fisichella bateu em cheio na Minardi do Shinji Nakano, fazendo com que o Safety Car entrasse de novo na pista.

Com apenas seis carros na pista, coube ao campeão mundial de 1996 segurar a pressão do companheiro Ralf para vencer pela última vez na carreira e a primeira da equipe Jordan, logo com uma dobradinha. Também foi o último pódio da carreira de Jean Alesi, em terceiro com a Sauber. Heinz Harald Frentzen (Williams) foi o quarto, o brasileiro Pedro Paulo Diniz (Arrows) foi o quinto e Jarno Trulli (Prost) fechou aqueles que completaram a prova.

No fim das contas, pode-se dizer que os pontos que Schumacher perdeu fizeram falta na briga pelo título. Anos depois, Coulthard admitiu que fez um "brake test" na reta de Spa a pedido da equipe para beneficiar Hakkinen na disputa do título. Ralf, brigado com a Jordan rumo a Williams, também disse anos depois que, a pedido de Eddie Jordan e dos antecedentes da prova, não atacou Hill e se contentou com um segundo lugar.


Resumo da ópera: que insano! Será que Spa ainda é capaz de proporcionar essas emoções para a gente?

Até!

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

NÃO PASSOU DE UM GRANDE SUSTO

Foto: Reprodução
Uma pancada quase frontal no alambrado, vários giros cinematográficos e destroços na pista. Na hora o impacto já deixou os telespectadores bem impressionados e apreensivos do ocorrido. Com o passar do tempo e a falta de informações oficiais, o estado de tensão aumentou. Quando um piloto sai de helicóptero do autódromo, não é bom sinal.

O canadense Robert Wickens, o melhor novato dessa temporada da Indy, estava disputado posição com Ryan Runter Heay quando se precipitou e, sem espaço, acabou batendo na Andretti e foi catapultado para o alambrado na curva 2 do circuito de Pocono, no mesmo ponto onde Justin Wilson acabou falecendo em 2015, quando destroços do carro de Sage Karam acertaram a cabeça do piloto inglês.

Também se envolveram no acidente James Hinchcliffe e o brasileiro Pietro Fittipaldi, que teve uma lesão bem no tornozelo fraturado meses atrás no acidente de Spa Francochamps. Os dois e Hunter-Reay passaram por avaliação médica e foram liberados logo em seguida.

Uma hora depois, Wickens foi retirado de helicóptero para um hospital da Pensilvânia que fica a 70 km da pista. A informação inicial era de que estava "consciente e alerta". No fim da noite, um relatório mais detalhado: lesões nas pernas, no braço direito e na coluna vertebral. Wickens também sofreu uma contusão pulmonar e vai passar exames de imagem e provavelmente por cirurgia no hospital.

De acordo com uma publicação em uma rede social, o ex-piloto e comentarista Paul Tracy escreveu que Wickens quebrou os dois tornozelos, o braço direito e possivelmente fraturou a vértebra. Ainda, disse que o compatriota estava acordado e esperando a cirurgia.

Preciso ou não, sabemos que o canadense vai ficar um bom tempo longe das pistas. Precisa se recuperar com calma para quem sabe voltar no início da próxima temporada.

A corrida demorou duas horas para recomeçar porque precisavam consertar o alambrado. No fim, ficou algo bem porco e perigoso. Caso houvesse outro acidente, poderia existir uma boa chance do carro sair mato afora. Outra questão é que acidentes graves como esse em um oval (de novo em Pocono!) abre margem para que sejam excluídos dos próximos anos, em prol da "segurança". Um calendário só de mistos seria um fim lento da Indy. Outros já querem colocar o Halo nas terras do Tio Sam. Esquecem que automobilismo é um esporte de risco e sempre vai ser, por mais moderno que seja.

Bom, que Wickens se recupere bem das múltiplas lesões que teve e volte as pistas quando estiver pronto. Uma pena que a temporada do rookie acabe dessa forma, talvez até ganhe o prêmio de novato da temporada. Ainda bem que foi um susto, pra ele e para Pietro Fittipaldi.




sexta-feira, 17 de agosto de 2018

ENCAIXANDO AS PEÇAS

Foto: Motorsport
A notícia da saída de Alonso da Fórmula 1 me abalou tanto que afetou o meu sistema imunológico. Ainda não estou 100%, por isso hoje tentarei ser um pouco mais breve nas palavras:

Dois dias depois do anúncio de um espanhol, a McLaren anunciou o compatriota Sainz como piloto da equipe para as próximas duas temporadas. É evidente que essas negociações iniciaram meses atrás. Estava tudo entrelaçado. Alonso não vai tirar seus patrocinadores do time de Woking. Ele e Sainz têm o mesmo empresário. Coincidências? Arranjos? Acordos?

Bom, o fato é que uma "grife" foi parar em outra. Fora da Renault e sem espaço na Red Bull, Sainz está sendo derrotado sem grandes dificuldades por Hulkenberg. Como recompensa, virou primeiro piloto da gigante McLaren. Ela, que teve Prost, Lauda, Senna, Hakkinen, Fittipaldi, Alonso e Hamilton agora será liderada por alguém que mostrou nada além do que a média até aqui. Isso mostra a decadência que se encontra a McLaren. Uma Williams 2.0., desde 2012 sem vencer e desde 2014 sem ir ao pódio. Antes, restava a grife dos campeões mundiais Alonso e Button. Agora, nem isso. A decadência sem a elegância.

Bom, quem vai estar com a outra vaga? Muitas especulações. Vandoorne, antes visto como carta fora do baralho, parece que voltou ao jogo, em tese. Lando Norris? Apadrinhado da equipe, parece que não depende do resultado da F2 para subir (atualmente, é o vice-líder). Um plano C seria Pérez e seus 15 milhões de euros como aporte. Falaram até de Ocon também. Loucura total. Pela tendência, apostaria no apadrinhado de Zak Brown, embora torça para que deem mais uma chance para o belga, apesar de gostar do mexicano, que provavelmente sairá da Force India e está caçando equipes para que contem com seu subestimado talento.


Bom, se Sainz está acertado com a McLaren, isso significa que Gasly será o parceiro de Max Verstappen na Red Bull. Anúncio indireto. Helmut Marko e cia tem um ou dois problemas agora: contratar um ou dois pilotos para a próxima temporada, pois é possível que Brendon Hartley não permaneça. Existe algum outro jovem da Red Bull pronto para tal missão? Se não tiver, vai ter; ou serão obrigados a pegar alguém emprestado. Quem toparia? A bola da vez é Dan Ticktum, de 19 anos, piloto Red Bull atualmente vice-líder da F3 Europeia. Precisa ser campeão para obter a superlicença necessária para correr na F1. Caso não consiga, quem será?

Em suma, Sainz e McLaren hoje podem casar. Grifes que não se sustentam, mas que podem realizar um bom trabalho na parte média da tabela no longo processo de reestruturação já citado por Zak Brown em diversas entrevistas desse ano.

Até!

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

O MILAGRE DE ENZO FERRARI

Foto: Getty Images
1988. Primeiro ano da disputa direta entre Alain Prost e Ayrton Senna. A McLaren sobra. Vence todas no campeonato até o momento das férias de verão. Com Williams, Lotus e Ferrari muito atrás, o confronto foi praticamente mano a mano.

Itália, 14 de agosto de 1988. Com insuficiência renal, morria aos 90 anos em casa, na cidade de Modena, o Comendador Enzo Anselmo Ferrari, dono e criador da Scuderia Ferrari e também da fábrica de automóveis mundialmente conhecida.

A morte do Comendador foi anunciada para a imprensa mundial somente dois dias depois, após a realização do funeral. O motivo? Ele nasceu no dia 18 de fevereiro de 1898 e foi registrado dias depois, devido a uma forte nevasca na região. Portanto, "compensou" os dias a menos do registro.

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Um golpe duro para a equipe e os torcedores. Sem vencedor o título mundial desde 1979 e o de construtores em 1981, a Ferrari estava muito longe de suas concorrentes históricas. Pra piorar, o mito Enzo falece justamente três semanas antes da corrida em Monza. Ou seja: a primeira pós-morte.

Azar?

11 de setembro de 1988, quase um mês. Como era de se esperar, o autódromo prestou emocionadas homenagens ao criador. Também como era de se esperar, a dupla da McLaren largou na frente e disparou na disputa particular que travavam, Prost em primeiro e Senna em segundo.

O script de sempre. Peraí: era uma data diferente. Não é possível que não aconteceria algo anormal em uma data não normal. As preces dos tifosi foram atendidas na volta 35. Com problemas na ignição, Prost começou a perder ritmo,foi ultrapassado por Berger e Alboreto, que estavam na terceira e quarta posições, respectivamente, até abandonar. O burburinho aumenta (A PARTIR DE 7:30).


O único problema da McLaren em toda a temporada. Senna na frente, seguido de Berger e Alboreto. Dois ferraristas no pódio. Já é algo. Os dois descontam a vantagem. O brasileiro, preocupado com o que aconteceu com o rival, tira o pé. A vantagem é perigosa. Duas voltas para o final. O brasileiro estava dando uma volta em cima de "Jo" Schlesser, que substituía Nigel Mansell na Williams, ausente do final de semana em virtude de uma catapora. Eis que... (A PARTIR DE 4:00)





Foto: Grand Prix 247

O imponderável acontece! Dobradinha da Ferrari, com Gerhard Berger e Michele Alboreto chegando em uma diferença de meio segundo! A única vitória de uma "não McLaren" no histórico ano de 1988. Histórico em vários motivos: a disputa de Senna e Prost e o "Milagre de Enzo Ferrari", a despedida definitiva do Comendador diante da massa. Nada mais simbólico e épico do que isso.

Foto: Grand Prix 247
O americano Eddie Cheever, com a Arrows, ficou em terceiro, seguido pelo companheiro de equipe, Derek Warwick. Ivan Capelli (March) e Thierry Boutsen (Benetton) completaram o top 6. Maurício Gugelmin (March) foi o oitavo, enquanto Nelson Piquet (Lotus) abanonou na volta número 11, com problemas na embreagem.

E assim, o mundo e a F1 deram o adeus definitivo a Enzo Anselmo Ferrari, o Criador da marca de carros mais querida do mundo. Viva o Cavalinho Rampante! Que isso sirva de inspiração para o atual momento da Scuderia.

Até!