segunda-feira, 30 de abril de 2018

BATATA ASSANDO

Foto: Reprodução
Com a versão de 2017 da Ferrari, o carro da Haas prometia ser promissor e uma das surpresas de início de temporada, baseado nos testes em Barcelona. Isso se confirmou na Austrália, onde os dois carros estavam em quarto e quinto até acontecer aquele infame incidente nos boxes. Muitos pontos perdidos e lamentação geral, mas bola pra frente.

Três corridas depois, nenhuma oportunidade de ouro igual aquela apareceu. Magnussen marcou alguns pontos, enquanto Grosjean... nada. Erros, azares e mais erros. O que era para ser uma temporada de redenção para quem sabe ser promovido para a Ferrari está se tornando um pesadelo ainda maior.

Em Baku, Grosjean errou no qualyfing e travou o câmbio. Erro grosseiro que lhe custou a última posição no grid. Foi flagrado aos prantos, abalado com o erro. Ele está sentindo a batata assando e a cobrança por pontos em um bom carro, que lhe proporciona isso sem maiores sustos.

Chega o domingo. Romain parece se recuperar e, graças ao incidente Verstappen-Ricciardo, estava em sexto. Parecia o fim da zica e do mau momento, a hora de ressurgir no campeonato... até bater bisonhamente durante o Safety Car. Primeiro, acusou Ericsson (?) e depois disse que acabou resvalando em algum botão do volante que comprometeu os freios e causou o acidente. Foi visto irritadíssimo jogando as luvas na parede dos boxes. Gunther Steiner vai fazer picadinho dele.

Foto: Reprodução
Grosjean voltou a ser o piloto errático do início de carreira, o "maníaco da primeira volta" que causava acidentes quase sempre e chegou a ser suspenso de uma corrida de 2012, depois daquele strike em Spa Francorchamps. Reclamão com a equipe e de quase tudo suas declarações para a imprensa, não é um dos mais queridos dos fãs. O que era para ser uma temporada de consagração e quem sabe a última chance de galgar algo além, no fim das contas vai servir apenas para tentar salvar o emprego. Charles Leclerc e o lobby da Ferrari certamente irão conseguir ao menos uma vaga. A outra será a disputa interna entre o francês e seu companheiro de equipe, Kevin Magnussen, que no momento leva vantagem.

Acelera, Grosjean. Tua batata está assando.

Até mais!

CAIU DO CÉU - PARTE 2

Foto: Getty Images
É, sem dúvida nenhuma, o início de temporada mais discreto de Lewis Hamilton desde 2013, quando chegou nas flechas de prata. Também coincide com a primeira vez na era híbrida onde a Mercedes não é dominante. Pelo contrário, está levemente inferior a Ferrari. Sendo assim, o tetracampeão está sendo apenas burocrático, chegando onde é possível e contando com a famigerada sorte. Se na Austrália ela lhe faltou, não é o que pode ser dito nas duas últimas etapas. Graças a acidentes, erros e azares alheios, Lewis Hamilton encerrou um jejum de seis provas sem vitória, levou os alemães para a primeira vitória no ano e assumiu a liderança do campeonato, mesmo com o carro inferiorizado. O que mais chamou a atenção depois da corrida foi a solidariedade com o companheiro Bottas, que era quem mais merecia ganhar, fato este reconhecido pelo tetracampeão.

Isso tudo possível por quatro atos que se desencadearam nas últimas 15 voltas. Antes, um adendo: de novo a corrida só foi boa porque teve um Safety Car, o que embaralhou tudo. Como escrevi antes: parece a Indy, o que é bom, mas a corrida depender de um acidente ou bandeira amarela sempre para ter relevância é preocupante.

 A explosiva dupla da Red Bull estava se estranhando desde o início. Ricciardo e Verstappen brigavam pelo quarto lugar. Max fazia o jogo duro de sempre, espalhando e não dando espaço. Daniel respondia, até que uma hora acabou passando. Como estava na frente, era lógico que fosse o primeiro a parar. Mais ou menos. Os supermacios estavam realizando voltas mais rápidas. O #3 foi o primeiro a parar e acabou voltando atrás de Verstappen.

Por quê a melhor estratégia daquele momento foi passada para o holandês? Lá foi Ricciardo remar tudo de novo. Sempre cirúrgico, tentou "driblar" Max, que acabou mudando de direção duas vezes, o que não é permitido. Sem ter para onde fugir, a batida foi inevitável, à la Istambul 2010 com Vettel e Webber. Mais pontos perdidos em uma disputa interna. Mais uma vez Max envolvido e (meio) culpado pela situação. Ricciardo também errou, e os dois foram duramente criticados interna e externamente. Quem sabe isso não possa ter desdobramentos para a permanência (ou não) do australiano ano que vem?

Foto: Getty Images

Ato número 2: a corrida já estava na reta final. A liberação do Safety Car faria com que houvesse uma disputa desenfreada nas voltas finais. Poderíamos ter mais, de fato, se não fosse o bisonho Romain Grosjean ter conseguido a proeza (mais uma) de bater durante o Safety Car. Até Prost já fez isso... mas o que impressiona é a sequência de erros juvenis do pseudo francês (é suíço) em um ano crucial da carreira. Perdeu mais pontos importantes para a Haas no campeonato e impediu mais voltas de briga na corrida, fazendo o Safety Car ficar mais tempo na pista. Não contente em ter feito outra cagada, Grosjean acusou Ericsson (?) de causar tudo e ainda deu piti nos boxes. Tá sentindo a pressão de quem sabe que pode estar jogando a última chance pela janela. Pra quem conseguiu bater na volta que levava o carro pro grid, é possível esperar de tudo. Aliás, Grosjean será o assunto do texto de amanhã aqui.

Foto: Getty Images

Ato número 3: Bottas aproveitou o Safety Car para fazer o pit stop e voltar a frente de Vettel. A Ferrari, de novo, errou na estratégia. Fez a parada cedo, quando Seb tinha 7 segundos de vantagem para Hamilton, que parou mais cedo porque estragou os pneus em um erro. A impressão é que marcaram apenas o inglês porque ele é o adversário direto, e talvez imaginaram que Bottas faria o papel de escudeiro tal qual Raikkonen. Não foi o caso. Com pneus novos e líder, Vettel via outra corrida com boas chances de vitória indo pelo ralo.

O caminho natural seria administrar e, na pior das hipóteses, garantir o segundo lugar e aumentar a vantagem para Hamilton? O tetracampeão não pensou assim e, na relargada, forçou demais ao tentar ultrapassar Bottas e caiu para quinto, superado na sequência por Hamilton, Raikkonen e Pérez. Faltou inteligência para Vettel. Um campeão de sua estirpe deveria ter administrado a situação, pensado no macro. Optou por tentar vencer, o que obviamente não é errado, mas correu muitos riscos. Perdeu o pódio, a vitória e a liderança do campeonato em duas corridas onde tinha condição para vencer ou chegar em uma posição melhor do que ficou.

Foto: Reprodução
Ato número 4: com o erro de Vettel e Hamilton com um pneu bastante desgastado, faltavam três voltas para consagrar Bottas como vencedor e, com aqueles resultados, líder do campeonato. Vitória magnífica e incontestável. Até que o finlandês passa por cima de um detrito, não retirado da pista pelos comissários, o que causa um pneu furado... e assim acabou todo o esforço de quem, desde o erro no treino da Austrália, vem fazendo uma grande temporada. Se continuar assim, o #77 tem boas chances de continuar nas flechas de prata e exorcizar a ameaça Ricciardo. O abatimento foi tão grande que o finlandês chorou ao sair do carro e prometeu beber até cair para esquecer desse final de semana. É o que todos nós fazemos, sem precisar necessariamente passar por uma experiência traumática dessas. Ou coisas piores, até. Saúde, Bottas! O jeito burocrático de Raikkonen o premiou com um segundo lugar. Até ele está andando melhor que o ano passado, mas para uma Ferrari isso é muito pouco, ainda mais pelo seu já longínquo histórico na F1.

Foto: Reprodução
Menções honrosas: Checo Pérez! Escrevi sobre ele essa semana. Mais um fim de semana onde ele mostra que poderia estar em uma equipe de ponta, se tivesse regularidade e um carro compatível. Em Baku, deu tudo certo: sobreviveu aos incidentes de largada (ao contrário do companheiro Ocon, tocado por Raikkonen)e, ao parar cedo, conseguiu subir posições conforme os acontecimentos da prova. Ele era o único com supermacio, e foi assim que passou Vettel de forma linda. Em um circuito onde o motor Mercedes faria a diferença, o mexicano capitalizou pontos importantíssimos para a equipe indiana nos construtrores: 15 x 1 contra o francês, mas é evidente que isso não reflete a capacidade de ambos. Entretanto, mais uma vez ficou claro: Pérez sempre vai aproveitar a oportunidade que tiver, não interessa como.

Foto: The Chequered Flag


Charles Leclerc e seus primeiros oito pontos! Brilhante sexto lugar. Já tinha feito um grande trabalho ao passar para o Q2. Subindo posições, conseguia se sustentar em oitavo. Na relargada, chegou a brigar pelo quinto lugar com Sainz, mas o sexto já era demais. Importante na disputa direta contra Ericsson e na briga da Sauber pelos construtores. O monegasco pode ter começado a pavimentar sua evolução na carreira aqui, logo na quarta etapa de sua primeira temporada. O piloto do dia!

Foto: LAT Images
Ah, Alonso... é um privilégio vê-lo desfilar todos os domingos! Pena que faz tempo que não briga lá na frente... hoje na largada teve os dois pneus avariados por Sirotkin, ficou se arrastando e batendo no muro pra chegar aos boxes aos trancos e barrancos para fazer os reparos, voltar para a corrida e pontuar. Sim, apesar disso ter sido ocasionado somente graças aos abandonos e ao Safety Car, Don Alonso conseguiu pular com maestria para o sétimo lugar, e ali ficou. 28 pontos com uma McLaren por enquanto claramente inferior a Renault e Haas. Para a alegria dos bons, deixando em êxtase aqueles que acompanhavam o grande prêmio.

Foto: Reprodução
Para completar: Sainz finalmente estreou em 2018 pela Renault. Bom quinto lugar para reagir e ver se engrena na temporada. Hulkenberg, ao contrário de Pérez, sempre desperdiça as chances quando elas aparecem na F1: mais um erro bobo ao bater no muro e perder bons pontos, incluindo talvez um pódio. Ocon não é diferente. É jovem, é talentoso, é constante, mas na hora do "vamos ver", por enquanto, vem se mostrando errático. Vandoorne conseguiu dois pontos que não merecia - está bem abaixo de Alonso - e precisa ter cuidado com um certo Lando Norris. Até Hartley conseguiu chegar aos pontos, meio décimo à frente de Ericsson!

Ah, Stroll foi o oitavo. Foi bem, marcou os primeiros pontos. Mesmo assim, ainda bem, a Williams segue em último nos construtores! Veremos se irão deixar Sirotkin ultrapassá-lo na tabela (e se o russo colaborar também).

Confira a classificação final do Grande Prêmio do Azerbaijão:


A F1 volta em duas semanas com o Grande Prêmio da Espanha, em Catalunha, nos dias 11, 12 e 13 de maio.

Até!

sexta-feira, 27 de abril de 2018

A TERCEIRA FORÇA

Foto: Getty Images
Sabemos que os treinos livres são um engana bobo na maioria das coisas. Por exemplo, a Williams e a Force India andando nas primeiras posições na primeira parte. Tudo bem que o motor Mercedes no retão de 2 km traz uma melhora significativa, mas o fato é que as duas equipes irão brigar com Haas, Renault e McLaren pelas migalhas. O que não deixa de ser, nesse final de semana, uma evolução, se pensarmos que na próxima etapa todas as equipes irão apresentar atualizações importantes em seus carros, na Espanha.

Outro exemplo: o desempenho discreto de Vettel. No TL1, os dois ficaram além do décimo lugar. No TL2, Raikkonen foi o segundo, poucos milésimos atrás de Ricciardo. Vettel foi apenas o 11°. Certamente o alemão está escondendo o jogo e vendo estratégias para a corrida. Em um clima frio (em virtude da antecipação da corrida para abril; centenário do Azerbaijão é comemorado em junho), o aquecimento dos pneus é diferente e pode fazer a... diferença (azar). A Ferrari está sendo investigada por possível irregularidade: o uso dos gases do escapamento para ganho aerodinâmico, o que é proibido pelo regulamento, e um controle extra no volante especificamente de Vettel, cuja finalidade é desconhecida. Nenhuma sanção foi tomada até agora, o que exclui a possibilidade de que os italianos já tenham sentido a diferença, e Raikkonen foi o segundo.

O que pode ser tendência: a Red Bull, outra vez, e cada vez mais interessada na disputa do campeonato, por que não? Ricciardo fez um temporal no TL2 e foi o líder. Verstappen foi o terceiro, mas continua errático. Bateu no TL1 e danificou o câmbio, além de cometer alguns deslizes no TL2. Justo no momento onde precisa se reafirmar, o holandês segue sentindo a pressão. Bom, na China o motor de Ricciardo estourou quase no fim do TL3 e mesmo assim conseguiu superar as adversidades para conquistar uma vitória improvável. Vai que Max tenha estourado sua cota de erros no fim de semana e ressurja no circuito de rua de Baku?

Foto: Getty Images
A Mercedes vem forte. O momento de turbulência e incerteza retira até, por enquanto, o favoritismo dos alemães. Não quer dizer que sejam a terceira força, longe disso. Quem sabe sejam, de fato, a primeira, pois erros de estratégia e azares tiraram no mínimo uma, talvez duas vitórias (uma de Bottas e outra de Hamilton). O finlandês depois da batida na Austrália reagiu e, pela terceira corrida seguida, tem chances reais de superar o tetracampeão. O que se passa com Hamilton? O que eu achava blefe dos alemães pode ter algum pingo de verdade. Mesmo assim, curioso que o inglês tenha tantas dificuldades nesse início de temporada, a exemplo do ano passado. A má notícia é que, aparentemente, as coisas não serão tão simples quanto eram antes.

Questões que seram elucidadas a partir de amanhã. Veremos.

Confira a classificação dos treino livres para o Grande Prêmio do Azerbaijão:

 


Até!

GP DO AZERBAIJÃO - Programação

O circuito de rua de Baku, capital do Azerbaijão, irá receber a F1 pela terceira vez na história. Em 2016, foi com a alcunha de GP da Europa. Desde o ano passado que o autódromo recebe o Grande Prêmio do Azerbaijão.

Um circuito urbano tão estreito como o de Mônaco, com retas tão rápidas como em Montreal, no Canadá, e com quase tantas curvas quanto o de Singapura.

O traçado é de autoria do arquiteto Hermann Tilke, responsável pelos desenhos de diversas pistas do calendário. A prova passará por diversos pontos turísticos, mostrando a mescla entre a arquitetura medieval e os modernos arranha-céus da cidade.

O traçado terá 6km, apenas menor que uma volta ao circuito de Spa-Francorchamps. A pista terá 20 curvas, perdendo apenas para Singapura, com 23, e Abu Dhabi, com 21.

Mas a grande característica do circuito é sua largura. Ainda que o regulamento exija que as pistas devem ter no mínimo 12m de largura, em Baku isso será consideravelmente menor, com o máximo de 13m e, em determinados pontos apenas 7,6m. Os carros atualmente têm 1,8m de largura.

A partida e chegada terá lugar na praça Azadliq, um dos principais pontos turísticos de Baku. A velocidade máxima deverá rondar os 340 km/h no final da enorme reta do circuito.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:43.441 (Ferrari, 2017)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:40.593 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Daniel Ricciardo (Red Bull)
Maior vencedor: Daniel Ricciardo - 1x (2017)

PÉREZ DIZ SER "TÃO BOM QUANTO QUALQUER UM" E AINDA SONHA COM EQUIPES DE PONTA

Foto: Motorsport
Sétimo colocado nos últimos dois campeonatos e vitórias no currículo de diante de um piloto consolidado (Nico Hulkenberg) e uma promessa (Esteban Ocon), o mexicano vive um começo de ano difícil. Com menos investimento, a Force India caiu de rendimento e somou apenas um ponto até aqui, que foi com o francês do carro #31. 

No entanto, para Pérez, os resultados dos últimos anos o credenciam para estar em uma grande equipe da F1. "Não é coincidência que eu tenha vencido bons pilotos como Nico Hülkenberg, no tempo que passamos juntos. Eu acredito que posso ser tão bom quanto qualquer um . Eu ainda tenho o meu objetivo e acho que vou ter a chance de lutar pelos melhores resultados possíveis, porque acredito que sou tão bom quanto qualquer um aqui", afirmou.Apesar de já ter corrido na McLaren cinco anos atrás e apenas por uma temporada, Pérez teria qualidade sim. O problema é que faltam vagas e o mexicano é apenas um bom acumulador de pontos.

Não tem um talento incrível como o de Max, mas conquistou todos os seus sete pódios em carros medianos como a Sauber e a Force India. O comportamento dito arrogante no dia-a-dia com a equipe minou sua estadia na McLaren e também seria um empecilho em ambientes como a Mercedes e a Ferrari, que necessitam de um "primeiro piloto", que não seria Pérez, que certamente não teria pavio de se sujeitar a ser um mero segundão. Uma pena que, pelo jeito, pode se contentar no máximo em apostar em uma Renault nos próximos anos, em um cenário completamente incerto. Apesar disso, torcida é o que não falta para o #11. Sou fanzaço dele!

RICCIARDO JÁ TERIA ASSINADO PRÉ-CONTRATO COM A FERRARI; RED BULL FARÁ DEFINIÇÕES ATÉ AGOSTO

Foto: Sky Sports
Segundo o jornalista Mark Hughes, do Sky Sports, Ferrari e Daniel Ricciardo teriam assinado um pré-contrato onde determina que os dois irão negociar exclusivamente até o dia 30 de junho. A Red Bull, além da definição do futuro do piloto australiano, precisa ver com qual motor irá para o próximo ano: se vai renovar com a Renault ou irá assinar com a Honda, que já impulsiona a equipe-satélite Toro Rosso. Nesse caso, o prazo dos taurinos para os dois é o mesmo: agosto. O jornal alemão "Auto Motor und Sport" aponta inclusive que Helmut Marko já começou a aprender japonês para facilitar no relacionamento com a Honda. Caso Ricciardo de fato deixe a equipe, a solução natural de Christian Horner e cia é efetivar Carlos Sainz, nesse momento emprestado para a Renault.

Diferentemente do ano passado, o mercado esse ano vai ser muito agitado. As três principais equipes estão com um dos assentos incertos. Em uma temporada que aparentemente será muito equilibrada e decidida nos detalhes, o desempenho em todas as corridas vai ser fundamental para o mercado de pilotos, cada vez mais aquecido pelo hype, desempenho e o aporte financeiro. Ricciardo teria pedido R$ 170 milhões em dois anos de contrato com os italianos. Ele não quer se comprometer em um acordo longo até chegar "a nova F1", a partir de 2021. Certamente também não receberá no mínimo 60% do valor que pediu. Analisando o contexto todo, parece que o australiano realmente vai realizar o sonho de correr pela Ferrari a partir do ano que vem.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 54 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 45 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 40 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 37 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 30 pontos
6 - Fernando Alonso (McLaren) - 22 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 22 pontos
8 - Max Verstappen (Red Bull) - 18 pontos
9 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 12 pontos
10- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
11- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 6 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 3 pontos
13- Marcus Ericsson (Sauber) - 2 pontos
14- Esteban Ocon (Force India) 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 85 pontos
2 - Ferrari - 84 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 55 pontos
4 - McLaren Renault - 28 pontos
5 - Renault - 25 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 12 pontos
7 - Haas Ferrari - 11 pontos
8 - Sauber Ferrari - 2 pontos
9 - Force India Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO:




quarta-feira, 25 de abril de 2018

A QUARTA ETAPA, HÁ 20 ANOS

Foto: Getty Images
Bom, como o GP do Azerbaijão será realizado apenas pela segunda vez, é complicado traçar algum tipo de paralelo histórico. Tava difícil pensar em algum post que se encaixasse aqui. Mas tentei.

Bom, no post do Bahrein eu relembrei o contexto daquele início do campeonato de 2008. Pra não virar uma série sobre o campeonato de 2008 (não que não mereça um especial, foi um campeonato incrível), quis apostar em outras frentes. Poderia falar dos 15 anos que Schumacher venceu um dia depois da morte da mãe, mas isso já foi abordado em outros lugares e a ideia aqui é buscar algo mais "trash" e diferente.

No caso, diferente até mais: a quarta etapa do campeonato de 1998. Depois do (último) título da Williams no ano anterior, os ingleses ficaram para trás com o motor Mecachrome após a saída da Renault. Coube a McLaren e a Ferrari polarizarem a disputa do título. Na abertura da temporada, na Austrália, uma surpreendente ordem de equipe fez Mika Hakkinen vencer pela segunda vez consecutiva, deixando David Coulthard em segundo. Michael Schumacher abandonou e saiu atrás na disputa.

No Brasil, outra dobradinha inglesa, na mesma ordem, com Schumacher em terceiro. A superioridade da McLaren era evidente. A sequência foi quebrada com a vitória de Schumacher no último GP da Argentina realizado até então, com Hakkinen em segundo e Coulthard apenas em sexto.

San Marino era a primeira corrida europeia do ano. Com a McLaren superior, não difícil colocar os dois carros na primeira fila: Coulthard fez sua sétima pole position, com as duas Ferrari logo atrás.

Haviam três brasileiros na categoria, e os três em carros bem ruins: Barrichello, na Stewart, foi o 17°; na mesma fila estava Pedro Paulo Diniz, com a Arrows e fechando o grid, de Tyrrell (a última temporada da escuderia), Ricardo Rosset.

Foto: Getty Images
Na largada, Hakkinen pulou para a liderança. Teoricamente, a hierarquia do time de Woking estava definida. Com um circuito travadíssimo, parecia que a corrida se manteria dessa forma. Pois bem, com um problema no câmbio, o finlandês abandonou e Coulthard, 20 segundos à frente, assumiu a ponta. No final, com problemas no carro, foi administrando a vantagem para um faminto Schumacher chegar em segundo, quatro segundos e meio atrás. Irvine completou o pódio, a dupla da Williams (Villeneuve e Frentzen) e Alesi (Sauber) nos pontos.

Nenhum dos três brasileiros completou a prova. Rosset e Diniz tiveram problemas no motor, enquanto Rubinho sequer largou.

O panorama do campeonato era o seguinte: Hakkinen se manteve com 26 pontos; Coulthard chegou a 23 e Schumacher 20. A briga durou até o fim, o que garantiu o primeiro título mundial de Mika.

Baseado no relato, a corrida não foi das melhores. Comparando com o que nós estamos vendo ultimamente, não chega a ser muito distinto. Enfim, essa "série" serve para comparar as épocas e o conceito de equilíbrio e desequilíbrio dos campeonatos, a qualidade das corridas, etc.

Espero no futuro começar outra série especial. Até mais, por enquanto!


quarta-feira, 18 de abril de 2018

O QUE ESPERAR DA McLAREN?

Foto: LAT Images
A pré-temporada foi assustadora. Com o fim do pesadelo da Honda e a chegada da Renault, tudo parecia que ia mudar para melhor. Apesar de os franceses não serem o motor dos sonhos, qualquer coisa que fosse minimamente confiável já seria o sonho dos ingleses. Isso não foi visto nos primeiros testes em Barcelona. E a culpa não era da Renault.

A McLaren continuou com muitos problemas em seu MCL33, a maioria na parte estrutural. Em mais um projeto assinado por Peter Prodromou e seus motores compactos, o carro superaqueceu e os ingleses treinaram bem menos do que imaginavam. De quebra, viam a Toro Rosso executar com surpreendente segurança uma extensa quilometragem com os japoneses. Será que o problema era todo deles?

Eric Boullier avisou: modificações precisavam ser feita e não estariam prontas para a corrida de abertura, na Austrália. A preocupação era grande. Alonso disse que o objetivo era tentar terminar a corrida. Se nos treinos a McLaren confirmou a decepção, na corrida houve uma boa surpresa: graças a estratégia e ao Safety Car, Alonso conseguiu um excelente quinto lugar. Vandoorne foi o nono. Em uma corrida, foram marcados quase todos os pontos de 2017.

O mesmo script se repetiu no Bahrein e na China. Treino ruim e boa corrida. A McLaren não tem motor nem chassi, por enquanto, para alçar voos maiores. Entretanto, o ritmo de corrida parece bom. O caso lembra a Red Bull, de desempenho igualmente distinto nos dois dias, claro que nas proporções em que merecem ser destacadas. Alonso chegou a dizer que o pódio era possível. Calma.

Ontem, Boullier disse que a McLaren correu com uma versão adaptada do carro do ano passado, e que na Espanha o MCL33B estaria de fato pronto. Aí é que os ingleses estariam no páreo para tentar brigar pelo pódio, tentando diminuir a enorme distância entre o G6 (Mercedes, Ferrari e Red Bull) e o resto. Apenas eles e os franceses da Renault dispõem condições de fazer isso no médio-prazo, ainda mais diante da incerteza sobre o que será feito da F1 a partir do final do Pacto de Concórdia em 2020.

A promessa é que surja uma nova e real McLaren, a que aos poucos busca sair do inferno onde se meteu desde 2013. A pergunta que fica é: o que esperar da McLaren? Apenas a partir da Espanha é que poderemos saber.

Até!

segunda-feira, 16 de abril de 2018

CONTRASTES DE XANGAI

Foto: Getty Images

Terceira etapa do ano. Terceira vez que a corrida se encaminhava para um final, digamos, morno. Bottas deu um undercut no Vettel, que atacava e tenta ultrapassar o finlandês. Parecia até questão de tempo para vencer pela terceira vez no ano.

Se na Austrália as Haas tiveram problemas e acabaram beneficiando indiretamente a Ferrari... dessa vez as duas Toro Rosso bateram. Gasly, empolgado pelo quarto lugar, achou que Hartley iria lhe dar passagem na grandiosa disputa pelo antepenúltimo lugar. Os dois bateram, e pedaços dos carros ficaram pela pista.

Duas voltas depois, o Safety Car. Igual na Austrália. Charlie Whiting o aciona logo após os líderes Vettel e Bottas passarem pela reta. A Red Bull não pensa duas vezes: Ricciardo e Verstappen nos boxes. Com pneus macios novos contra os médios da concorrência e o grid realinhado, a dobradinha estava quase garantida.

Foto: Sky Sports

Em três corridas, pela terceira vez um elemento “anormal” acabou mudando a corrida de cabeça para baixo, dando emoção e imprevisibilidade. Não é ruim. O problema é depender sempre disso. De novo, sem criticar: lembra muito as bandeiras amarelas da Indy e da Nascar. É bom para o espetáculo? É. Mas nem sempre é assim que funciona. Hamilton tinha tudo para vencer tranquilamente na Austráiia sem ser incomodado. Se não fosse a Ferrari mudar a estratégia (muito em virtude do atropelamento do mecânico), outra corrida seria marcada por uma procissão.

Se não fosse a irresponsabilidade de Pierre Gasly, só teríamos uma disputa entre Bottas e Vettel, que valia a vitória, mas sem saber até quanto tempo. O alemão era mais rápido. Bom, com o fato novo, o melhor ultrapassador da F1 abriu caminho e, na especialidade da casa, venceu pela sexta vez na carreira. Não desperdiça nenhuma oportunidade. Cirúrgico e preciso. E pensar que quase não participou do treino depois do primeiro motor Renault ter ido pro saco no TL3.

Quem não aproveita as chances que têm é Verstappen. Devidamente escrito e explicado na semana passada, o que vimos foi apenas mais uma jornada irresponsável do nosso Montoya do século XXI. Uma surpresa: admitiu o erro e se desculpou com Vettel. Será que é o início de uma jornada de amadurecimento? Era para ter vencido.


Foto: Reprodução

Bottas se recuperou da péssima impressão deixada na Austrália. Embora pudesse ter sido mais contundente no Bahrein, dessa vez fez uma boa jornada na China, passando o compatriota na largada e ter feito um undercut para assumir a liderança. No campo do “se”... poderia ter vencido uma ou até duas corridas no ano. E o mais importante: duas semanas seguidas amplamente superior ao tetracampeão.

Hamilton. A pontuação é muito acima do desempenho. Se na Austrália ele deveria ter vencido e no Bahrein o problema do câmbio o limitou, na China a falta de aquecimento de pneus o fez coadjuvante. Só apareceu na corrida no enrosco com Verstappen e Ricciardo. Mesmo assim, soube capitalizar diante desses incidentes e por pouco não conseguiu um pódio que não seria merecido. De possíveis e incríveis 36 pontos de desvantagem, acabou apenas 9 atrás do líder Vettel. Não há do que reclamar.

Chega a ser triste o papel que Raikkonen presta na Ferrari. Justo ele, o último campeão pela escuderia e com personalidade suficiente para se impor. Entretanto, nada disso basta. A tradição ferrarista de concentrar todos os esforços em um piloto atinge situações ridículas. O finlandês teve a corrida sacrificada para segurar Bottas, visando uma aproximação e tentativa de ultrapassagem de Seb. Depois de descartado, parou para ficar esquecido em sexto. Sorte dele que o Safety Car mudou tudo e conseguiu um pódio. Enfim, não faz diferença para o IceMan. Sendo justo, está andando bem aos sábados e razoável aos domingos. Suficiente para renovar por mais uma temporada. É aqui que Ricciardo quer parar? Tem que pensar bem.

Foto: LAT Images
A McLaren comprova que falta chassi e um pouco de potência para ter finais de semana melhores. Alonso, de novo nos pontos. Nas corridas o panorama muda. Vandoorne foi abaixo de sua capacidade. Se o faminto Lando Norris ganhar a F2 facilmente como se espera, sei não...

Outro destaque é para Hulkenberg, que vem batendo facilmente Carlos Sainz, quando todos finalmente esperavam um desafio a altura na Renault. Ou o espanhol se cuida ou pode ver sua provável vaga para a Red Bull caso Ricciardo saia ficar com o novo queridinho, o #10 da Honda.

Contrastes, contrastes.

Até!