segunda-feira, 5 de março de 2018

ENFIM BOAS NOTÍCIAS

Foto: F1 Technical
Desde 2013 a McLaren vive o famoso processo de "Williamszação". Com desempenhos decadentes ano após ano, o que era para ser a salvação da lavoura virou um retumbante fracasso com a Honda. Todos sabemos.

Era necessário dar um basta nessa situação e tentar ressuscitar a segunda equipe mais vencedora da F1. Se apostar no passado vencedor com os nipônicos não deu certo, tava na hora de olhar para o presente e o futuro.

Com os desempenhos ruins, a McLaren foi perdendo patrocinadores importantes, processo esse que começou ainda em 2012, quando a Vodafone deixou de ser a patrocinadora principal da equipe. Com Ron Dennis pedindo demais para potenciais marcas, o desempenho pífio da equipe e a mentalidade obtusa do chefão (que acabou saindo da sociedade do time de Woking), a McLaren chegou ao final do poço.

Para retornar ao velho caminho de antes, o processo não será tão fácil. A nova parceria com a Renault nesses próximos anos deverão servir para que a McLaren volte a pontuar regularmente e, aos poucos, se confirmar como uma quinta ou até quarta força outra vez, quem sabe beliscando alguns pódios fortuitos.

O mau desempenho dos últimos anos obrigou os ingleses a terem que comprar os motores dos franceses. Se eles conseguirem ser mais competitivos que a filial, é muito capaz da parceria se desfazer daqui duas temporadas.

Foto: McLaren
Os testes de pré-temporada não mostram muita coisa, a não ser que a equipe conseguiu andar mais em uma semana do que em todas as últimas pré-temporadas juntas. O grande desafio é mostrar que a aerodinâmica dos últimos projetos de Peter Prodromou eram boas, apenas equipadas com um motor fraco e problemático. Me parece claro que o MCL33 vai evoluir e talvez brigue com a Renault pela quarta força, visto que a Force India não tem dinheiro o suficiente para brigar com eles.

A partir do ano que vem a Petrobras será fornecedora de combustível da McLaren, o que ela não fazia desde 2005, quando detinha uma parceria com a Williams que durou 5 anos. Nesse ano, a empresa brasileira irá trabalhar com os ingleses e a Renault para desenvolver a gasolina. A Petrobras participou apenas como patrocinadora da Williams entre 2014 e 2016. Seu retorno para a F1 é uma boa forma de recuperar o crédito com os investidores e o mercado depois dos inúmeros desvios da Lava Jato e outros escândalos políticos.

A McLaren nega que isso possa influenciar a presença de jovens pilotos brasileiros na equipe no futuro. Na década passada, na Williams, Antonio Pizzonia, Bruno Junqueira, entre outros. Coincidência ou não, a Carlin ("equipe" da McLaren na F2) terá Lando Norris, piloto reserva da equipe, e o brasileiro Sérgio Sette Câmara. O retorno de uma conceituada empresa brasileira na F1 talvez seja o primeiro passo para que os pilotos do país retornem para a categoria.

Renault, Petrobras, MCL33 laranja papaia... finalmente a McLaren começa a ter boas notícias e a perspectiva de um futuro melhor e condizente com a sua representatividade na F1.

Até!

sexta-feira, 2 de março de 2018

DIA 4 - ACABOU A BRINCADEIRA

Foto: Getty Images
Como todos sabem, não teve treino ontem, em virtude da forte nevasca, chuva e baixa temperatura. O tempo resolveu melhorar hoje, no último dia da primeira parte da pré-temporada. Ferrari e Mercedes negaram o uso da sexta-feira para treinos para compensar o ocorrido na quarta, o que revoltou a McLaren. Vamos lá:

Lewis Hamilton ainda não havia dado o ar da graça, diante dos inúmeros infortúnios climáticos existentes nessa semana. Deixou o melhor para o fim: melhor tempo da semana, com 1:19.333, de pneus médios! No ano passado, a pole position foi apenas dois décimos mais veloz. O tetracampeão andou 69 voltas, todas na parte da tarde, onde as condições da pista haviam melhorado. Bottas andou pela manhã e, diante desse motivo, foi apenas o 12°. Outras equipes que colocaram seus dois pilotos na pista foram McLaren, Sauber, Williams e Renault. No primeiro momento em que foi possível aquecer os pneus com uma temperatura maior, as flechas de prata aparentemente impressionam. Entretanto, como sempre, é bom ter calma antes de análises mais definitivas.

Por exemplo, a McLaren de Stoffel Vandoorne ficou em segundo. A principal notícia não é a posição, mas sim o fato de o MCL33 não ter registrado problemas. O belga andou 110 voltas durante todo o dia, com o tempo de 1:19.854 com os hipermacios, os pneus de melhor aderência. Ou seja: mesmo assim, levou no mínimo cinco décimos da Mercedes. Em condições normais, em tese, a diferença seria acrescentada em mais um minuto. A McLaren Renault não pode querer dar um passo maior que a perna. O objetivo é se estabelecer entre os 10 e, se possível, conseguir alguns pódios fortuitos. Alonso guiou nas últimas duas horas e conseguiu um bom quinto lugar, com o supermacio, cerca de um segundo mais lento que Vandoorne, em 51 voltas anotadas nesse meio tempo.

Foto: Getty Images
Vettel foi o terceiro, quase um segundo mais lento que Hamilton, e ambos utilizaram o mesmo composto. Apenas não sabemos sobre a quantidade de combustível em cada carro. Esses nove décimos certamente deixaram preocupados os italianos. Não era a distância que todos imaginavam entre as duas equipes, mesmo nos primeiros e inconclusivos dias de testes. A boa notícia é a confiabilidade do conjunto SF71H: 120 voltas para o tetracampeão. Quem mostra sinais de evolução (Toto Wolff chamou a atenção dias atrás) é a Renault. Carlos Sainz foi o sexto e Nico Hulkenberg o décimo primeiro. Ambos somaram 109 voltas (60 a 49, respectivamente). Com a temperatura melhor, a Haas conseguiu finalmente uma boa sessão, com Kevin Magnussen em quarto. Os estadunidenses devem aproveitar tudo o que há de melhor do SF70 da Ferrari do ano passado para seguir competitiva no pelotão intermediário.

A Red Bull começou bem, mas não conseguiu manter o mesmo ritmo. Azar ou não, os problemas do RB14 começaram a surgir novamente com Max Verstappen. Sem especificar o problema, o holandês deu apenas 35 voltas e parou na brita, ocasionando bandeira vermelha.

Inevitavelmente a grande surpresa desses testes iniciais são a Toro Rosso e a Honda. Pierre Gasly andou incríveis 147 voltas e, com o pneu supermacio, fez o décimo tempo. Os italianos foram os que mais andaram até aqui (324 voltas), sendo 229 do piloto francês. Em comparação com a Sauber, Gasly foi sete décimos mais veloz que Charles Leclerc (1:22.1 contra 1:22.8) com os mesmos pneus supermacios. Sempre lembrando que é muito cedo tomar algum tipo de convicção, mas o paddock começa a ter dúvidas se a Toro Rosso será, de fato, a última do grid. Só o tempo dirá.

Com a Mercedes tão a frente logo no quarto dia e com Ferrari e Red Bull encontrando dificuldades e aparentemente regredindo em relação ao que estavam no último ano, a torcida dos fãs é que o teste de hoje seja muito, mas muito inconclusivo. Do contrário, estamos muito próximos de mais uma temporada da Fórmula Mercedes. Vamos aguardar.

Foto: Getty Images
Confira a classificação do quarto dia de testes da pré-temporada da F1:


Lewis Hamilton (Inglaterra) Mercedes 1m19s333 Médio 69
Stoffel Vandoorne (Bélgica) McLaren-Renault 1m19s854 Hipermacio 110
Sebastian Vettel (Alemanha) Ferrari 1m20s241 Macio 120
Kevin Magnussen (Dinamarca) Haas-Ferrari 1m20s317 Supermacio 96
Fernando Alonso (Espanha) McLaren-Renault 1m20s929 Supermacio 51
Carlos Sainz (Espanha) Renault 1m20s940 Médio 60
Lance Stroll (Canadá) Williams-Mercedes 1m21s142 Macio 54
Sergio Perez (México) Force India-Mercedes 1m21s973 Macio 65
Max Verstappen (Holanda) RBR-Renault 1m22s058 Macio 35
10º Pierre Gasly (França) STR-Honda 1m22s134 Supermacio 147
11º Nico Hulkenberg (Alemanha) Renault 1m22s507 Macio 49
12º Valtteri Bottas (Finlândia) Mercedes 1m22s789 Médio 60
13º Charles Leclerc (Mônaco) Sauber-Alfa Romeo 1m22s808 Supermacio 59
14º Marcus Ericsson (Suécia) Sauber-Alfa Romeo 1m23s825 Supermacio 79
15º Sergey Sirotkin (Rússia) Williams-Mercedes 1m31s979 Intermediário 47


Até!


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

DIA 2 - FERRARI NA FRENTE

Foto: Getty Images
A chuva e as temperaturas baixíssimas são os grandes adversários das equipes nessa primeira semana de treinos em Barcelona. Em virtude da queda de temperatura e da neve, o segundo dia de treinos não teve a tradicional parada de almoço como intervalo da sessão. Segundo os meteorologistas, a expectativa é de neve na quarta-feira. Com isso, as equipes pediram para a FIA para que, caso isso se confirme, exista autorização para que a sexta-feira seja utilizada para treinos.

Vamos ao que aconteceu nesse segundo dia: Vettel foi o mais veloz. Com os pneus macios, fez o tempo de 1:19.673, três décimos mais rápido que Bottas, segundo colocado e com os pneus médios. Ferrari e Mercedes foram as que mais andaram na sessão: 98 e 94 voltas, respectivamente.

A McLaren voltou a enfrentar problemas. O carro de Stoffel Vandoorne ficou praticamente sem andar pela parte da tarde devido a um problema no escapamento. Apesar disso, com os pneus macios, acabou marcando o terceiro melhor tempo. Se ontem a Red Bull liderou e não teve problemas, hoje Max Verstappen teve que lidar com um vazamento de combustível. Mesmo assim, foi o quarto.

Foto: Getty Images
A novidade do dia foi Robert Kubica ter sido um dos pilotos da Williams hoje. O polonês pilotou de tarde e foi três décimos mais veloz que o titular Sergey Sirotkin, que guiou pela manhã. Uma obviedade: Kubica, com todas as limitações, é muito mais piloto que os dois titulares juntos. Azar da Williams, que irá perder o patrocínio da Martini no fim do ano. No entanto, isso não parece afetar muito Claire Williams, que disse preferir os pagantes. É a sauberização da equipe de Grove em seu máximo. Para completar: Kubica foi quase dois segundos mais lento que os ponteiros.

Quem seguiu surpreendendo foi a Honda. A Toro Rosso teve mais um dia com bastante quilometragem para seus motores. Pierre Gasly andou 82 voltas (apenas menos que Ferrari e Mercedes) e foi o sexto. Não é coincidência que os resultados começam a aparecer, de forma tímida é verdade, a partir do momento em que os japoneses finalmente aceitaram a ajuda de Mario Illien (que já tinha ajudado a Renault em 2014/2015) e de outros estrangeiros para consertar e melhorar o motor.

Confira a classificação do segundo dia de testes em Barcelona:


Até!

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

DIA 1 - NOVAS E VELHAS TENDÊNCIAS

Foto: Divulgação
Aos poucos os motores voltam a roncar (ou menos do que deveriam, mas enfim). Como todo mundo sabe, a pré-temporada serve para mostrar alguns parâmetros, mas eles não são definitivos e tampouco servem como grandes referências para o que irá acontecer durante o ano.

Começando com Daniel Ricciardo, que liderou esse primeiro dia de testes com o tempo de 1:20.179. Além disso, o RB14 foi o que mais andou: 105 voltas, mostrando que, a princípio, a Renault aparenta estar com mais confiabilidade em relação ao ano passado. Claro, em tese. O que iremos saber nas próximas semanas é se os taurinos ultrapassaram a Ferrari e estão próximos da Mercedes ou não. Bottas, que só correu pela parte da manhã, foi o segundo (0s170 atrás do australiano), seguido por Kimi Raikkonen e Nico Hulkenberg. Analisando de forma bem preliminar novamente, tudo indica que os franceses brigam para ser a quarta força nesse ano (ao contrário do Corinthians, isso não seria ruim para eles nesse momento).

Ao contrário dos seis primeiros (Sainz em quinto e Hamilton em sexto), Raikkonen foi o único a utilizar o pneu macio, ficando quatro décimos atrás de Ricciardo. Entretanto, é uma informação difícil de se interpretar, pois não se sabe qual era a quantidade de combustível que estava no SF71H.

Com o aclamado laranja-papaia e sem a Honda, era de se imaginar que a McLaren começasse com o pé direito o ano. Mais ou menos... inacreditável, mas a porca da roda traseira esquerda do carro do asturiano se soltou e ele rodou, encerrando suas atividades da manhã. Entretanto, o espanhol voltou a tarde e seguiu com o cronograma de treinamentos, e o incidente não diminuiu sua confiança em um bom ano.

Foto: Getty Images
Por falar em expectativas, a primeira amostragem da Honda na Toro Rosso dá para considerar positiva. Brendon Hartley deu incríveis 93 voltas com o novo motor nipônico, só perdendo para a matriz como a equipe com maior quilometragem dia. Talvez esse número tenha sido superior ao que a McLaren andou em toda a primeira semana de pré-temporada junta... apesar disso, a Honda tem sérios problemas para resolver: a confiabilidade e a potência. A tendência, preliminar é claro, é que a Toro Rosso vire a última força do grid.

Para finalizar, a  por enquanto Force India (em breve com algum novo nome) mostrou o VJM11 momentos antes de adentrar a pista. Como dá para perceber, o bólido tem mais tons brancos em relação ao último ano, mantendo o rosa. Carro bonito. O russo Nikita Mazepin foi o responsável pelo primeiro dia com a ainda equipe indiana, ficando com o penúltimo tempo. Sérgio Pérez e Esteban Ocon assumem as funções nos primeiros dias.

Foto: Getty Images
Confira a classificação do primeiro dia de pré-temporada em Barcelona:


Daniel Ricciardo (Austrália) RBR-Renault 1m20s179 Médio 105
Valtteri Bottas (Finlândia) Mercedes 1m20s349 Médio 58
Kimi Raikkonen (Finlândia) Ferrari 1m20s506 Macio 80
Nico Hulkenberg (Alemanha) Renault 1m20s547 Médio 73
Carlos Sainz (Espanha) Renault 1m22s168 Macio 26
Lewis Hamilton (Inglaterra) Mercedes 1m22s327 Médio 25
Fernando Alonso (Espanha) McLaren-Renault 1m22s354 Supermacio 51
Brendon Hartley (Nova Zelândia) STR-Honda 1m22s371 Macio 93
Lance Stroll (Canadá) Williams-Mercedes 1m22s452 Macio 46
10º Romain Grosjean (França) Haas-Ferrari 1m22s578 Macio 55
11º Marcus Ericsson (Suécia) Sauber-Alfa Romeo 1m23s408 Macio 63
12º Nikita Mazepin (Rússia) Force India-Mercedes 1m25s628 Médio 22
13º Sergey Sirotkin (Rússia) Williams-Mercedes 1m44s148 Macio 28

Até mais!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

SHAKEDOWNS - Parte 2

Salve, gurizada!

Daqui algumas horas tera início a pré-temporada da Fórmula 1. Apenas a Force India ainda não apresentou o carro e só fará isso momentos antes de entrar na pista. Bom, bora mostrar as quatro equipes restantes: Toro Rosso, Mercedes, Ferrari e McLaren.

Foto: Divulgação
O "novo" modelo da Toro Rosso tinha sido vazado horas antes de seu lançamento. Com isso, a equipe acabou lançando horas depois algumas fotos do STR13 na pista de Misano, na Itália. A única novidade é a estreia do motor Honda na equipe italiana, que irá dar continuidade a Pierre Gasly e Brendon Hartley como dupla de pilotos, o que já era assim desde o fim da temporada passada. Considerando a falta de experiência dos dois pilotos na F1, aliado ao fraco motor nipônico, a perspectiva da equipe satélite da Red Bull não é nada boa.

Foto: Divulgação
Na Mercedes, o lema "time que tá ganhando não se mexe" se aplica até ao design do carro. O W09 é igual ao seus cinco antecessores. E é assim que os alemães buscam o penta de pilotos e de construtores. E é só isso que posso escrever. Em tese, Hamilton é o favorito para o penta. Entretanto, deixarei meus pitacos para somente após os primeiros testes.

Foto: Divulgação
Começando as mudanças: uma Ferrari quase toda vermelha, com alguns detalhes em preto. Isso se deve, principalmente, a saída do Santander como patrocinador, o que dava um pouco de branco no carro. Apostando na mística do vermelho, o SF71H tenta tirar a Ferrari de 11 anos da fila do título de pilotos e de uma década sem vencer nos construtores. Veremos se Vettel terá essa honra ou pode caber novamente a Kimi Raikkonen fazer história com a escuderia de Enzo Ferrari.

Foto: Divulgação
O MCL33 da McLaren é o mais bonito dos últimos anos, sem dúvidas! Finalmente a equipe de Woking parou com aqueles carros prateados sem graça e atendeu ao clamor popular do laranja-papaia da Indy, que remete aos primórdios do time de Bruce McLaren nos anos 1960 e as vitórias na Indy 500 de Johnny Rutherford. A beleza do carro que Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne irão pilotar é simplesmente espetacular. A lindeza dele mais o novo motor Renault está empolgando todo mundo. Tomara que seja o início da ressurreição da McLaren depois de cinco temporadas tenebrosas em sua história. Esse carro merece pódios e até uma vitória. Vou torcer muito!

Vou escrever muito mais sobre esse carro da McLaren e sua parceria com a Petrobras em algum post durante a semana, assim como o que irá acontecer nesses primeiros dias de pré-temporada em Barcelona. Me cobrem!

Até!

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

SHAKEDOWNS - Parte 1

Aos poucos, aos passos de tartaruga, a F1 está voltando. Metade das equipes já apresentaram seus carros para a temporada 2018 (a Red Bull, como sempre, com uma pintura diferente para esconder os detalhes aerodinâmicos do RB14), e vamos escrever sobre elas por aqui.

Antigamente os eventos de apresentação dos carros eram recheados de pompa. Um grande evento, com vários jornalistas, uma coisa sofisticada, a presença de toda a equipe e os pilotos em volta do carro, com destaque do Globo Esporte no dia seguinte. Hoje, tudo se resume a um desenho no paint com pintura provisória disponibilizado no site de forma fria, sem emoção. E o pior: dessa vez com o Halo, que acaba enfeiando os bólidos. Essa desgraça é o motivo da minha raiva compulsiva recente. Vamos ao que interessa.

Foto: Reprodução
A Haas foi a primeira a apresentar o carro de 2018, que é praticamente igual ao do ano passado, incluindo os dois pilotos. O VF-18 tem a vantagem de aproveitar quase tudo o possível do que tinha na Ferrari ano passado, em uma estratégia similar ao que a Sauber fazia na década passada, quando tinha essa parceria com os italianos.

Foto: Reprodução
 Outra que não mudou nada em termos estéticos (a não ser uns detalhes pretos no assoalho) foi a Williams, segunda a lançar seu bólido, o FW41, que será guiado pelos possantes Lance Stroll e Sergey Sirotkin. A grande novidade é que é o primeiro projeto assinado por Paddy Lowe, que chegou na equipe ano passado.  Ele contou com a ajuda dos também contratados na temporada passada Dirk de Beer e o projetista chefe Ed Wood. Uma pena que o potencial desse carro não será devidamente explorado, pois os dois pilotos não irão conseguir extrair o melhor deles por falta de braço. Ficará sempre um ponto de interrogação de qual o real potencial da equipe de Grove no Mundial.

Foto: Reprodução
A Red Bull apresentou o RB14 com uma pintura linda, porém provisória. Com o objetivo de camuflar as novidades aerodinâmicas, as cores originais devem aparecer somente nos testes de pré-temporada ou então só na abertura da temporada, na Austrália. A grande mudança em relação ao ano passado é o envolvimento integral de Adrian Newey desde o início. No ano passado, o “mago” só ajudou no decorrer da temporada, quando os taurinos apresentaram diversos problemas de confiabilidade e melhoraram apenas na parte final do ano. Agora, a expectativa é que Verstappen e Ricciardo consigam fazer frente a Mercedes e Ferrari logo no início, quem sabe até brigando pelo título.

Foto: Reprodução
Com certeza a Sauber é a que está de cara nova. Ou nem tanto, se considerarmos que o visual do carro tinha sido previamente mostrado na cerimônia que oficializou a parceria entre Alfa Romeo e os suíços. Com branco e detalhes vermelhos, o carro tem muitas semelhanças com o período da parceria com a BMW (2006-2009) e também os bólidos do início da década (2010-2012). Muito bonitos. Com o retorno da parceria técnica com os italianos, o que inclui motores desse ano para a Sauber, a expectativa é que a equipe deixe de ocupar as últimas posições. A grande curiosidade será saber como a jovem promessa Charles Leclerc irá se portar em sua estreia na F1. Dependendo do que acontecer, pode ser catapultado para a Ferrari já no ano que vem, no lugar de Kimi Raikkonen.

Foto: Reprodução
A Renault apresentou o carro mais bonito até aqui, na minha humilde opinião. O RS18 de lado é preto com detalhes amarelos e de frente é amarelo com detalhes pretos. Tomara que a estética seja agraciada com uma temporada mais competitiva, que é o caminho gradual que os franceses buscam com tanto investimento. O que irá ajudar dessa vez, certamente, é o fato de ter dois pilotos. Hulkenberg e Sainz são consistentes. O primeiro parece fadado a ser o sucessor de Nick Heidfeld. Será que o segundo terá estrela e capacidade para brilhar no mesmo lugar em que o compatriota e ídolo sagrou-se bicampeão mundial?

No próximo post, os outros carros restantes, que já devem ser apresentados às vésperas dos primeiros treinos em Barcelona, a partir de 25 de fevereiro. Também farei um post sobre o retorno da Petrobras como fornecedora de combustível, agora da McLaren, a partir do ano que vem. Até mais!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

GRIDS, KIDS E KITS

Foto: MotorSport
É, eu deveria ter feito esse post antes, mas não consegui, apenas agora. Vou tentar ser sucinto.

Primeira parte: Grids

A Liberty está tentando agradar um público que, em sua grande maioria, não assiste F1. É a única justificativa para o fim das grid girls. É evidente que para a esmagadora maioria dos espectadores a presença delas ali não faz diferença nenhuma, até porque muitos (aka eu) ligam a TV e os carros já estão na volta de aquecimento. Isso se restringe aos presentes nos autódromos.

As grid girls ficaram indignadas, é claro. A presença em um evento de porte mundial como uma corrida de F1 pode avalancar carreiras, além de ser um bom pagamento, onde em muitos casos é a fonte de renda para essas garotas custearem seus estudos. Se elas estão lá é porque querem. A Liberty, ao tomar essa medida, tenta impor o que é ou não aceito no mundo do automobilismo e mexe mais uma vez em uma atração do automobilismo.

Não é a coisa mais relevante, mas o acúmulo delas preocupam: novo logo sem ninguém pedir, a polêmica das grid girls e, o pior de tudo, o halo. Isso sim é de matar. Pra ser sincero, esse apetrecho ridículo, aliado a improvável perspectiva de que as forças mudem essa temporada, me fazem estar muito pouco empolgado para o que virá, muito em breve, por aí.

Isso nos leva a próxima atitude cínica da Liberty Media.

Segunda parte: Kids

Foto: CNET

A decisão foi tomada em virtude da repercussão das grid girls, isso é claro. Se pensarmos pelo mesmo raciocínio politicamente correto, posso escrever que essas crianças ficarão expostas o dia todo ao calor, em um ambiente que possui bebidas alcoólicas como patrocinadores e que isso pode influenciá-los a beber no futuro. Ridículo, né?

Segundo trecho publicado pelo Globo Esporte, "As crianças que acompanharão os pilotos serão escolhidas pelas federações locais, por mérito ou sorteio, com a ajuda dos promotores da prova, e precisarão já estarem competindo em karts ou categorias de monopostos. A ideia, dentro do possível, deve ser aplicada nas categorias de base, como a F2 e GP3. Os familiares receberão ingressos para acompanhar a corrida no domingo, com direito a entrada no paddock."

Ou seja: pelo que eu pude entender, as crianças escolhidas já estarão em contato com o mundo do automobilismo, pois estarão competindo. Ou seja, já são crianças que naturalmente gostam do esporte, independente de estar do lado do ídolo ou não. Outra: qual será o critério para que as crianças sejam escolhidas?  Como que a Liberty vai conseguir atrair os jovens com tais medidas, halo, DRS, corridas com disputas falsas, dominância de uma só equipe, etc?

Eles que se virem. Por essas e outras que estou mais empolgado com a Indy.

Terceira parte: Kits

Foto: Blank/Indycar
O novo kit universal da Dallara é baseado no IR-12, introduzido na categoria em 2012. O carro é mais leve que o dos últimos anos, com um total de 66% da pressão aerodinâmica sendo gerada na parte inferior do veículo - um aumento de 19%.

Com isso, espera-se que a turbulência diminua, o que pode facilitar aos pilotos na hora de acompanhar os rivais de perto para realizar as ultrapassagens. E o mais importante: não tem Halo!

Bom, tudo isso para escrever que, de forma até surpreendente, Pietro Fittipaldi assinou com a Dale Coyne para correr 7 das 17 etapas da Indy nesse ano. O campeonato começa dia 11 de março, no circuito de rua de St. Petersburg, na Flórida. A estreia de Pietro será no dia 7 de abril, no oval de Phoenix. Depois, o brasileiro participará das duas provas em Indianápolis, no circuito misto (12 de maio) e no oval da Indy 500 (29 de maio). Revezando o cockpit com o canadense Zachary Claman DeMelo, Pietro ainda disputará as provas do Texas (oval, dia 9/6), Mid Ohio (misto, 29/7), Portland (misto, dia 2/9) e a grande final da temporada no misto de Sonoma, em 16 de setembro.

Na semana passada, Pietro fez alguns testes em um carro da Indy Lights. Dias depois, recebeu o convite de Dale Coyne para fazer outro teste, agora com a Indy. Assim ele foi escolhido para ser um dos companheiros de equipe de Sebastièn Bourdais.

Teremos quatro brasileiros na Indy nessa temporada: Leist e Kanaan na temporada completa e companheiros de A.J. Foyt, enquanto Pietro irá disputar sete etapas e Hélio Castroneves apenas a Indy 500 pela Penske.

Foto: Divulgação
O discurso de Pietro é de que ele segue sonhando com a Fórmula 1. Entretanto, ir para a Indy não é um bom indício, até porque a F1 geralmente não liga para o que acontece fora do circuito europeu. Se fosse, Scott Dixon poderia ter sido piloto da categoria algum dia. Pietro diz que negocia com algumas equipes da F1 para ser piloto reserva ou algo do gênero. Entretanto, a decisão mais acertada seria ter migrado para F2, onde de fato estaria mais próximo da F1. O sobrenome também pesa. Vale ressaltar que Pietro foi campeão regional da Nascar aos 15 anos e migrou para os monopostos. Já possui experiência em ovais e pode se dar bem nas sete experiências que terá na Indy, mas seguirá distante da F1, por mais que o sobrenome ajude.

De resto, bom carnaval para vocês. Se cuidem. Até!