segunda-feira, 19 de junho de 2017

FIM DO JEJUM

Foto: Getty Images
A última vitória brasileira em Le Mans havia sido em 2009, com Jaime Melo Jr. No entanto, esse tabu acabou hoje. Daniel Serra, a bordo da Aston Martin Racing juntamente com Jonny Adam e Darren Turner, na classe LMGTE-Pro. A batalha não foi fácil e foi apenas resolvida nas voltas finais. A disputa estava acirrada com o Corvette de Jan Magnussen, Antonio Garcia e Jordan Taylor.

Faltando menos de cinco minutos para o fim, Adam e Taylor estavam a menos de um segundo de distância. O Aston Martin tentou passar, mas o Corvette defendeu bem a posição. Entretanto, na volta final, Taylor não resistiu a forte pressão e acabou ultrapassado por Adam, que conduziu a Aston Martin a vitória. Daniel Serra encerra um jejum brasileiro logo em sua primeira participação na tradicional prova, na edição que mais teve brasileiros: oito (seria nove, caso Di Grassi estivesse presente).

O incidente causou um furo no pneu do Corvette, que se arrastou na pista nas últimas voltas, o que possibilitou uma dobradinha brasileira: a Ganassi Ford GT #67, com Pipo Derani, Andy Priaulx e Harry Tincknell. Um dos estreantes em Le Mans, Tony Kanaan, que substituiu de última hora Sébastien Bourdais, foi o sexto na categoria, 23° no geral, também pela Ganassi, juntamente com Dirk Müller e Joey Hand.

Foto: Porsche Motorsport
Na classficação geral, foi uma prova dramática, repleta de reviravoltas e emoções. Como de praxe, a Toyota, que largou na pole, teve um problema na embreagem e abandonou. A liderança caiu no colo da Porsche 919 Hybrid #1. Todavia, uma falha no óleo logo na manhã de domingo estragou os planos dos alemães. A corrida teve, por algumas horas, o inimaginável: um LMP2, de Jackie Chan (!!!!) na liderança.

Na primeira parte da prova, o Porsche #2, encabeçado por Timo Bernhard, Earl Bamber e Nick Tandy teve um problema híbrido e ficou durante um bom tempo nos boxes, voltando na 57a e última posição. Com o carro no modo classificação e em um ritmo espetacular, rapidamente acabou tirando a vantagem em relação aos restantes e, contando com a sorte dos abandonos das Toyotas e da outra Porsche, acabou ultrapassando na hora final o Oreca-Gibson #38 do chinês Ho-Pin Tung para vencer as 24 Horas, o 19° triunfo dos alemães em 85 edições de Le Mans.

A corrida foi tão caótica e imprevisível que apenas dois dos seis carros da LMP2 terminaram as 24 Horas. A Toyota TS050 Hybrid #8, de Sébastien Buemi, Kazuki Nakajima e Anthony Davidson, com problemas durante a noite, terminou em oitavo na classificação geral, sem qualquer chance de brigar na ponta. É meio constrangedor ter apenas duas montadoras disputando a classe principal. Saudades da Audi...

Quem se deu bem foram os carros da LMP2, que mostraram o seu valor. Beneficiada pela série de quebras da LMP1, a equipe de Jackie Chan com Tung, Oliver Janis e Thomas Laurent venceu na categoria e ficou em segundo na classificação geral. A Rebellion teve um final frustrante. Após liderar boa parte da prova, o carro de André Negrão, aniversariante do dia, teve uma falha no freio e abandonou, possibilitando a Nelsinho Piquet, Mathias Beche e David Heinemeier-Hansson um pódio improvável no geral. Mais um pódio em categoria diferente para Nelsinho. Impressionante!

Foto: Reprodução/FIA
Rubens Barrichello, estreante em Le Mans aos 45 anos, foi o 12° na LMP2, 14° na classificação geral. A Racing Team Nederland, com o chassi Dallara em fase de desenvolvimento e inferior aos Oreca, teve em sua companhia Jan Lammers e Frits Van Eerd. O Oreca-Gibson #13 da Rebellion Racing de Bruno Senna foi apenas o 15° (17° no geral). Apesar de liderar no início, o carro sofreu com problemas no câmbio na segunda metade da prova, o que explica a queda de rendimento.

Por fim, na LGTE-Am, vitória fácil da Ferrari 458 Italia da JMW Motorsport, formada por Robert Smith, Will Stevens (ele mesmo, ex-F1!) e Dries Vanthoor. Largando na pole, o Corvette #50 do brasileiro Fernando Rees, pole position pela Larbre Compétition, foi apenas o 15° na classe.

Por hoje é isso. Durante a semana, teremos mais posts para abordarmos o primeiro Grande Prêmio do Azerbaijão de F1. Até!

terça-feira, 13 de junho de 2017

CULHÃO E DESOBEDIÊNCIA

Foto: F1Fanatic

O que chamou a atenção na corrida do último final de semana foi a disputa caseira na Force India entre Sérgio Pérez e Esteban Ocon. Os dois formam uma das melhoras duplas da F1, onde ambos aproveitam quase todas as oportunidades para marcar o máximo de pontos possíveis (não pontuaram apenas em Mônaco), consolidando o quarto lugar da equipe nos construtores, com 71 pontos. A Toro Rosso, quinta colocada, tem apenas 22.

Muito já foi debatido sobre Pérez não ter carro para atacar Ricciardo, enquanto Ocon, com pneus mais novos, poderia tentar beliscar um pódio para equipe, o que seria o primeiro da carreira. Pérez bateu o pé, mesmo diante da insistência do francês no rádio. Pérez é o líder da equipe, está na sua quarta temporada na Force India e a sétima na F1. Ocon ainda não completou um ano na categoria, uma ascensão relativamente rápida. Como líder, Pérez não quis dar o braço a torcer e ceder o lugar para o novato. Se é mais rápido, que me ultrapasse na pista então.

Foto: GP Update

O que não faltou foi tentativa. Ocon insistia, mas Pérez se defendeu de forma bastante contundente. Ocon teve que recolher para evitar o desastre que seria se os dois colidissem no final da prova. Resultado: Ricciardo fugiu e Vettel chegou, passando os dois. Detalhe: o alemão ultrapassou facilmente o mexicano, o que deve ter irritado demais Ocon.

Pelo entretenimento, Pérez ganhou pontos. Não se rendeu ao jogo de equipe e proporcionou um belo espetáculo. Conseguiu sustentar a posição e mostrar a força do piloto mais experiente e dono do pedaço interno da equipe. Por outro lado, faltou espírito de equipe e pulso firme da Force India. Óbvio que, diante das circunstâncias, não tinha como obrigar Pérez a deixar Ocon passar. Na cabeça do mexicano, uma atitude dessas significaria a perda de espaço no ambiente interno e o fortalecimento de Ocon. Vale lembrar que a Red Bull, em 2015, adotou estratégia semelhante: Ricciado passou Kvyat para tentar o pódio. Não conseguiu, e no final os dois retornaram as posições originais, sem drama e sem a "clara demonstração de quem manda na equipe".

Foto: F1Fanatic


Ao mesmo tempo em que sua "rebeldia" custou a manutenção do status quo na Force India, Pérez pode ter fechado as portas para as equipes de ponta, que costumam utilizar desses artifícios, definindo claramente o piloto 1 e o piloto 2 (ou 1A e 1B, como preferirem). A Ferrari pode não ter visto com bons olhos a falta de envolvimento com o espírito coletivo. Imagina se o mexicano não deixa Vettel passar? Numa situação dessas, poderia até ser demitido na hora pelos italianos.

O que se pode concluir desse caso é que: Ocon sai fortalecido pela grande corrida que fez. Pérez pode ter vencido ontem, mas as consequências tanto na Force India quanto no futuro da sua carreira em uma equipe maior podem correr riscos. Há também a possibilidade de seu ato ser considerado como de extrema personalidade, de quem não irá se rebaixar para atingir seus objetivos. A guerra interna está só começando.

Aguardemos os próximos capítulos. Até!

segunda-feira, 12 de junho de 2017

FIM DE SEMANA PERFEITO

Foto: Getty Images
Antes da corrida, seria difícil imaginar que Lewis Hamilton teria vida tão fácil como a que ele teve hoje em Montreal. A sexta vitória em solo canadense (faltando uma para igualar Schumacher) teve o seu segundo Grand Chelem na temporada (quando é pole position,liderando todas as voltas e fazendo a volta mais rápida), a quarta na carreira e serviu para diminuir a vantagem em relação a Vettel para 12 pontos, embora poderia ter sido menos se não fosse uma grande recuperação do líder do campeonato. A segunda colocação caiu no colo de Bottas, sendo a primeira dobradinha das flechas de prata no ano.

Uma largada fantástica fez Verstappen pular de quinto para segundo. Na primeira, ao ultrapassar por fora, acabou danificando o aerofólio direito da asa dianteira de Vettel, que precisou parar logo em seguida. Na segunda curva, Sainz quase jogou Grosjean para fora da pista. O francês tocou na Toro Rosso do espanhol que saiu rodando pista adentro até acertar Massa, que nada tinha a ver com a história e estava fazendo a curva. O fim de semana começou e terminou péssimo para Sainz que, diante da barbeiragem, foi punido com três posições na largada da próxima corrida, no Azerbaijão. Para o brasileiro, fica a frustração. Ele tinha carro para brigar até pelo pódio hoje. Certamente esses pontos farão falta.

Um rápido adendo para a outra Toro Rosso: Kvyat ficou na volta de apresentação e saiu depois. Pela regra, sairia em último. Entretanto, o russo se posicionou na posição original e foi justamente punido. Como que o piloto não sabe o bê-a-bá, tampouco a equipe o avisar disso? O russo brigava pelos pontos quando teve que abandonar no fim, com problemas no motor.

Pouco depois, a Red Bull de Verstappen teve mais um problema no motor. Uma pane forçou o abandono do holandês, que se irritou muito. Também pudera: ele começava a abrir distância para Bottas, que assumiu a segunda posição até o fim da corrida, com Ricciardo em terceiro, onde também ficou até o final. Vettel parou nos boxes e começou a escalada pelo pelotão, conseguindo chegar em quarto. Raikkonen, por sua vez, teve outro desempenho pífio, sendo apenas o sétimo, incapaz de incomodar as Force India quando pode até sofrer problemas no carro que o limitaram a essa posição.

Foto: Motorsport
Começou a guerra interna na Force India. Esteban Ocon fazia uma grande corrida. Chegou a ser segundo, quando parou depois de todo mundo e voltou em quinto. Com pneus mais novos, era mais rápido que Pérez e Ricciardo. Sem pneus, o mexicano não conseguia atacar o australiano. Ocon insistiu no rádio em fazer com quê o mexicano lhe cedesse a posição para brigar pelo pódio. Caso desse errado, voltaria tudo ao normal. Pérez, líder do time, não topou. Com isso, o francês tentou atacá-lo, sem sucesso. Sem condições de pressionar Ricciardo, as Force India bateram cabeça. Quem agradeceu foi Vettel, que ultrapassou os dois e garantiu o quarto lugar em uma brilhante corrida de recuperação, diminuindo o prejuízo que poderia ter. Certamente, se tivesse mais algumas voltas, estaria no pódio. Aliás foi a primeira vez que não esteve nessa temporada. Que regularidade!

Voltando ao assunto Force India: faltou experiência e jogo de cintura. Se as posições estivessem invertidas, será que o procedimento seria feito? Existem duas visões: 1) Pérez está certo. Não acatou uma ordem de equipe e defendeu o seu, na pista e na marra. 2) Sua desobediência pode ser prejudicial em equipes grandes e hierarquizadas (leia-se Ferrari), assim como evitou uma grande chance de pódio da equipe indiana hoje. Dois grandes pilotos no mesmo ambiente, sem regras... a briga na Force India vai esquentar bastante. O francês sai fortalecido com a melhor corrida da carreira, mostrando para a Mercedes que possui totais condições de guiar as flechas de prata.

Foto: Reprodução

Hulkenberg consegue mais quatro pontos para a Renault, um grande resultado. Lance Stroll finalmente saiu do zero. Posou como "herói nacional" e foi bastante elogiado, como se a atuação de hoje fosse um "agora vai". Ridículo. Largando em 17° e com o abandono de vários carros melhores, seu mérito foi permanecer na pista sem grandes incidentes. A Williams periga perder a quinta posição dos construtores no fim do ano (já é sexta) diante da falta de contribuição do canadense nos pontos. Se hoje ele foi nono, não é absurdo afirmar que Massa certamente brigaria com as Force India pelo pódio. Ah se a Williams tivesse dois pilotos ao invés de um semi-aposentado e um novato ruim...

Um piloto tipo Alonso. Ele fez milagre o quanto pode, 69 voltas. Faltava uma e meia quando o motor Honda pediu arrego. Levar passão de Stroll é o fim. Resignado e talvez convencido pelo futuro, resta o espanhol entreter a galera com o seu drama tragicômico. Ele foi para os braços do povo, no meio da massa! Uma coisa é inegável: a imagem de Alonso melhorou significativamente desde o seu retorno a McLaren. Desde então, muitos haters viraram fãs e admiradores de sua postura carismática e divertida. Só fala um carro que corresponda ao seu talento. Na F1, acho difícil. Quem sabe na Indy, talvez? Ele participou da transmissão americana e parece estar bem à vontade por lá...

Para finalizar: Professor Xavier entrou na onda do Shoey! Fantástico (e nojento)! Ricciardo e Alonso, os dois mais simpáticos da F1 atual.

Foto: Reprodução


Confira a classificação final do Grande Prêmio do Canadá:


A próxima corrida será no inédito Grande Prêmio do Azerbaijão, nas ruas de Baku (ano passado, o evento era intitulado Grande Prêmio da Europa), nos dias 23, 24 e 25 de junho. 

Até!

sábado, 10 de junho de 2017

(IN) DEFINIÇÕES

Foto: Getty Images
Se antes poderíamos dizer que a Mercedes era um carro mais veloz em termos de voltas lançadas, hoje já não podemos mais afirmar o mesmo. Em relação a Mônaco, a Mercedes teve uma evolução no consumo de pneus com menor desgaste. Na primeira sessão, Hamilton foi o mais veloz, com as Ferrari e Bottas bem perto. No treino, com a pista mais emborrachada e menos suja, a Ferrari reagiu e Raikkonen fez o melhor tempo do dia, com as flechas de prata apenas um pouco mais lentas, cerca de no máximo dois décimos.

Terceira força, a Red Bull enfrentou, mais uma vez, problemas de confiabilidade. Nos dois treinos, Ricciardo andou pouco, enquanto o motor de Verstappen estourou no TL2. Hoje, não parece ser uma tendência o fato de os taurinos esboçarem alguma reação para diminuir a distância em relação a Mercedes e Ferrari. Fica para 2018.

Massa consegue extrair o que dá dessa Williams. Sempre forte no Canadá, foi o sexto mais rápido. Ótimo trabalho do brasileiro, que carrega nas costas o time de Grove. O piloto da casa, Lance Stroll, segue no bolo do fundão sem evoluir e sequer mostrar perspectiva de que irá contribuir positivamente para sua equipe. Até quando Claire e companhia serão condescendentes com o adolescente? Até o dinheiro dele acabar? Se for assim, será uma paciência eterna.

Foto: Getty Images
"Obrigado Fernando Alonso por existir". Apenas. O bicampeão parece ter tomado uma decisão: no fim do ano ele deixa a McLaren. Cansou de esperar um carro competitivo. Quer dizer, se não fosse o motor Honda, a McLaren poderia estar brigando com a Force India pelos pontos. Nas últimas corridas: Alonso fez o sétimo tempo na Espanha, Button e Vandoorne chegaram ao Q3 em Mônaco e hoje Alonso foi o sétimo de novo. Falta consistência e confiabilidade para que os resultados venham. Hoje, uma pane hidráulica fez o espanhol abandonar o TL1. Rumores do paddock apontam para o retorno da Mercedes como parceira da McLaren a partir de 2018, em uma encruzilhada para a rescisão com os japoneses, que despejam uma quantia considerável. Até setembro, o máximo que Alonso irá conseguir será alguns pontos heroicos, porque se depender da Honda...

Foto: Reprodução
A questão é: para onde Alonso iria? Analisando as opções, a única alternátiva viável seria uma terceira passagem pela Renault. O top três está fechado para o ano que vem. Por falar em Renault, a especulação é que Palmer será sacado no meio da temporada pelo francês Pierre Gasly ou até mesmo Robert Kubica (!!!!, o que eu duvido muito). Seria uma bênção. Hulk tem contrato longo. Uma dupla entre ele e Alonso seria deveras interessante, um passo importante para a Renault continuar a sua saga buscando o retorno do protagonismo como equipe, onde o último brilho foi na década passada (2005 e 2006 já é "década passada"!!!!!!). Com 36 anos, a Fênix vive seus últimos momentos de uma carreira na F1 que poderia ter sido bem mais vencedora do que foi se tivesse feito as escolhas certas durante a carreira.

A Toro Rosso teve problemas com Sainz logo na volta de instalação do primeiro treino, quando outro motor Renault abriu o bico. Kvyat andou bem entre os dez. A equipe de Faenza vai brigar com Force India e Massa pelos pontos.

Confira a classificação dos treinos livres do GP do Canadá:




sexta-feira, 9 de junho de 2017

GP DO CANADÁ - Programação

O Grande Prêmio do Canadá foi disputado pela primeira vez em 1967, sendo disputado até 2008 nos circuitos de Mosport Park, Mont-Tremblant e Montreal (atual), retornando a categoria em 2010.

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:13.622 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Ralf Schumacher - 1:12.275 (Williams, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 7x (1994, 1997, 1998, 2000, 2002, 2003 e 2004)

DE VOLTA A REALIDADE

Foto: Autosport
Depois de uma experiência única e incrível na Indy, Fernando Alonso está de volta ao circo da F1 para encarar sua rotina de problemas e sofrimento com a McLaren MCL32. O espanhol, que recentemente anda passando tempo demais na América do Norte, retorna a categoria para a disputa do Grande Prêmio do Canadá. "Participar das 500 Milhas significou uma experiência incrível, além de ter sido muito bom aprender um estilo de pilotagem completamente diferente, com um desenho de circuito completamente diferente em um carro também diferente. Mas já me sinto pronto para voltar a minha rotina diária e correr na F1 novamente", afirmou em nota divulgada pela McLaren nesta segunda-feira (06).

O bicampeão demonstra confiança com as atualizações feitas no carro durante o GP de Mônaco, onde esteve ausente, embora o motor Honda ainda irá demorar mais um pouco para lançar uma versão atualizada, mais potente e com menos problemas de confiabilidade e durabilidade. "Tanto Sroffel quanto Jenson me passaram feedbacks positivos a respeito das atualizações feitas no carro, então eu torço para que possamos subir um degrau em Montreal", declarou. Sendo um circuito mais travado e com a equipe inglesa conseguindo ir para o Q3 por duas corridas consecutivas, não é absurdo afirmar que Alonso tem chances de obter um bom resultado no final de semana, no sábado ao menos. 

O problema é no domingo, quando a McLaren ainda não se mostra competitiva o bastante para marcar pontos e brigar com seus concorrentes - aliás, é a única equipe zerada até então, o que pega mal, levando-se em conta que até a Sauber já conseguiu seus pontinhos na temporada. Veremos como Alonso se comporta no retorno à F1. Será que o fato de ter circulado em um ambiente diferente pode lhe dar confiança e motivação para conseguir alcançar os objetivos traçados pela McLaren nessa temporada?

KUBICA VOLTA A PILOTAR UM F1 DEPOIS DE SEIS ANOS

Foto: Reprodução
Um dos maiores talentos recentes da categoria, o polonês Robert Kubica voltou a guiar um F1, o que não acontecia desde 2011, antes de sofrer grave acidente em uma prova de rali que machucou seriamente o antebraço direito. Recentemente, o polonês testou um carro da GP3 em Franciacorta (Itália) e um Fórmula E em Donington, chegando a ensaiar um retorno a categoria dos monopostos, além de guiar um carro da LMP2 em Monza, onde esteve confirmado até a última hora no WEC, desistindo de última hora.

O polonês andou 115 voltas, com direito a longos stints, simulação de classificação e treino de largada. Segundo o Twitter da Renault, Kubica reclamou da aderência, saída de frente, downforce e tinha o maior sorriso no final da sessão. Ele, inclusive foi mais veloz nos stins do que Sergey Sirotkin, piloto de testes da equipe francesa, que também participou do evento. Recentemente, foi mostrada do braço de Kubica, inédita até então, mostrando que o polonês perdeu a tônus muscular, o que praticamente inviabiliza um retorno a algum monoposto, ao menos no que tange o aspecto de competição. Kubica terá eternamente a dúvida sobre o quê ele poderia ter sido na F1. 

Basta lembrar que havia um acordo para ele se transferir para a Ferrari em 2012. Mesmo sem dispor dos melhores carros, teve grandes perfomances com a BMW Sauber e a Renault. Hoje, com toda a certeza, estaria brigando com Vettel e Hamilton pelo título, pois tinha potencial para ser campeão do mundo. Uma pena. Entretanto, o mais importante é a sua saúde e, apesar do estado de seu braço direito, ainda é possível pilotar, nem que seja apenas por diversão.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 129 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 104 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 75 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 67 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 52 pontos
6 - Max Verstappen (Red BUll) - 45 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 34 pontos
8 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 25 pontos
9 - Felipe Massa (Williams) - 20 pontos
10- Esteban Ocon (Force India) - 19 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 14 pontos
12- Romain Grosjean (Haas) - 9 pontos
13- Kevin Magnussen (Haas) - 5 pontos
14- Pascal Wehrlein (Sauber) - 4 pontos
15- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 4 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 196 pontos
2 - Mercedes - 179 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 97 pontos
4 - Force India Mercedes - 53 pontos
5 - Toro Rosso Renault - 29 pontos
6 - Williams Mercedes - 20 pontos
7 - Renault - 14 pontos
8 - Haas Ferrari - 14 pontos
9 - Sauber Ferrari - 4 pontos

TRANSMISSÃO





quarta-feira, 7 de junho de 2017

VÍDEOS E CURTINHAS #31

Foto: Getty Images
Fala, galera! Mais uma semana de corrida com algumas notícias e boatos fresquinhos. Vamos lá:

TRANSFERINDO A RESPONSABILIDADE - Com Hamilton 25 pontos atrás de Vettel, aliado a vitória dominante da Ferrari em Mônaco enquanto a Mercedes conquistou um tímido quarto e sétimo lugares, Toto Wolff parece estar colocando o favoritismo do Mundial para os italianos. Em entrevista, ele afirmou que "infelizmente, a Mercedes não tem o melhor carro". Creio que é blefe. Sim, é fato que a Ferrari foi muito melhor na última prova, mas o mérito de Vettel está na regularidade, tanto é que Hamilton e Bottas fizeram mais pole-positions. A diferença é o ritmo de corrida. Sem dúvida alguma, o momento é favorável para os vermelhos. Veremos como as flechas de prata irão reagir.

MASSA 2018? - A aposentadoria repentina de Rosberg permitiu a Massa e, consequentemente, ao Brasil continuar com um representante na F1. Com o papel de ser o "tutor"do jovem Lance Stroll, o brasileiro é o único que pontuou pela equipe até agora (20 pontos), o que justifica o sexto lugar da Williams, atrás de Force India (já distante) e Toro Rosso, com Haas e Renault apenas seis pontos atrás. Se seguir essa lógica, existe a chance da equipe da Grove terminar o ano em oitavo, até porque Stroll não demonstra nenhum sinal de que evoluiu até aqui.

Sentindo-se relaxado e tranquilo, Massa declarou que, se sentir que está na direção certa, pretende continuar na F1 por mais uma temporada. Pois bem, a Williams precisa optar entre se sujeitar ao dinheiro de um bilionário e não ter ambições ou ganhar menos e ter dois pilotos jovens, motivados e capazes de levar o time para a frente. Claramente, a escolha foi pelo primeiro, mas até quando isso vai valer a pena? Massa, que não tem nada a ver com isso, agradece. O Brasil também.

Foto: Jorge Sá
DE VOLTA? - Há 20 anos fora do circo, corre o rumor na imprensa europeia de que Portugal negocia o retorno para a F1. Segundo a revista "Autosport", representantes do autódromo de Algarve, construído em 2008, estão conversando com pessoas ligadas a F1. Isso seria um pedido do próprio governo português, com o apoio do prefeito da cidade de Portimão, sede do autódromo. A publicação frisa que as conversas estão em um estágio inicial, longe e sem previsão de alguma definição, seja positiva ou negativa para o desfecho do negócio.

Nos anos 1980 e 1990, o circuito de Estoril recebeu a F1 e saiu do calendário por apresentar estrutura defasada e falta de segurança. Vale lembrar que a Liberty Media deseja recolocar circuitos e praças tradicionais na categoria. França e Alemanha, por exemplo, estarão de volta ano que vem. Com a possibilidade de negociar um preço mais acessível do que nos tempos de Bernie, podemos esperar que talvez, nos próximos anos, o retorno dos gajos na F1. O último resquício foi com Tiago Monteiro em 2006, pela Midland. Antes disso, conquistou o único pódio português na F1 pela Jordan em Indianápolis, no inesquecível GP de seis carros.

RELEMBRE: O GP do Canadá completa 50 anos na F1. Em 1999, a corrida ficou marcada pelos acidentes de Damon Hill, Jacques Villeneuve e Michael Schumacher no muro da última curva, que desde então passou a ser intitulado de "Muro dos Campeões". O vencedor foi Mika Hakkinen, o único campeão que passou ileso nessa corrida.


Outra edição destacada é a de 35 anos atrás. Em 1982, Nelson Piquet venceu. Entretanto, o que ficou marcado foi a morte do piloto Ricardo Paletti. Na largada, a Ferrari de Didier Pironi ficou parada e o Osela do italiano bateu. O forte impacto contra o volante causou lesões no tórax e o piloto ficou preso nas ferragens. Enquanto a equipe médica tentava realizar o resgate, o tanque de combustível do carro explodiu e o carro pegou fogo. Paletti foi resgatado sem vida, mas foi declarado morto no hospital, vítima de hemorragia. Ele tinha 23 anos e fazia sua primeira temporada na F1.




Por enquanto é isso, até mais!

terça-feira, 30 de maio de 2017

PITACOS PÓS-INDY 500

Foto: Reprodução
Mais uma edição histórica das 500 Milhas de Indianápolis, o segundo principal evento esportivo do final de semana, só perdendo para a emocionante despedida de Francesco Totti da Roma (não menti!). Pela primeira vez na história um asiático venceu a Indy 500. Takuma Sato, tão criticado e vítima de piadas preconceituosas sobre os japoneses não serem bons pilotos, deu a volta por cima. Essa foi apenas sua segunda vitória na categoria. No fim, a justiça foi feita: o japonês esteve perto de vencer em 2012, quando tentou passar Franchitti na última volta e bateu.

Diante de uma corrida sempre caótica e aleatória, Sato se deu bem nas estratégias e foi agressivo quando necessário. Mais uma bela história na Indy 500, coroando a carreira de um piloto que, com certeza, é um dos maiores (senão o maior) do automobilismo japonês. Curiosidade: seu melhor resultado na F1 também foi em Indianapólis, quando foi o terceiro, em 2004.

O delírio da televisão japonesa, que comemorou bebendo leite!


Quando se trata de Indy 500, Helio Castroneves é um gigante. Largou lá atrás, mas com a estratégia correta e um pouco sorte o fez subir, aos poucos a classificação. Chegou a assumir a ponta nas voltas finais, mas foi ultrapassado por Sato e teve que se contentar com outro segundo lugar, adiando "La Quarta", que o igualaria com nomes como Al Unser, Rick Mears e A.J. Foyt no hall dos maiores vencedores das 500 Milhas. Além disso, o #3 sai fortalecido na briga pelo tíitulo, líder da tabela. Que Helinho não se desanime e nem tenha uma queda de rendimento. É forte candidato ao título!

O brasileiro teve sorte demais. Ele passou por baixo do carro de Scott Dixon enquanto este decolava de ponta-cabeça para o muro, danificando apenas a asa traseira. O pole-position ficou vendido e decolou após Jay Howard bater no muro e voltar na sua frente. O neozelandês nasceu de novo. Teve muita sorte. Um ângulo minimamente diferente poderia ter causado uma trégia incalculável. Ainda bem que tudo correu conforme o que os boletins médicos informaram. Dixon saiu até caminhando! Um milagre!

Foto: Getty Images


Alonso mostrou o porquê de tanta badalação ao seu redor durante essa experiência. Novato, com os auxílios de Gil de Ferran e Marco Andretti, o espanhol se manteve entre os dez primeiros durante toda a corrida e liderou durante 22 voltas. O bicampeão aprendeu que, nas primeiras 150 voltas, o pessoal não é tão combativo, mas nas 50 finais é que realmente começa a Indy 500 e as dificuldades aumentam. 

Quando estava em sétimo, brigando com Sato e Kanaan, o motor Honda resolveu agir até no continente americano. Se antes já haviam tirado Hunter-Reay da disputa, Alonso não se livrou da zica e teve que abandonar, faltando cerca de 30 voltas. Fazia tempo que não se via o espanhol tão feliz, que prometeu retornar em breve para a disputa de uma (ou umas) edição (edições). Afinal, a missão não está completa. E até bebeu o leite dos vencedores. Alonso sai mais gigante dessa experiência do que quando entrou.

Foto: Getty Images
Por enquanto é isso. Até!