sábado, 29 de abril de 2017

MERCEDES ESCONDE O JOGO

Foto: Getty Images
Vettel falou durante a semana que o favoritismo para o GP da Rússia é da Mercedes. As flechas de prata, até então, sempre se sobressaíram nos qualyfings, tanto é que os alemães fizeram as três pole-positions do ano até agora. Entretanto, hoje a Ferrari dominou os dois treinos com relativa facilidade. Raikkonen foi o mais veloz no TL1, enquanto Vettel liderou no TL2, com a Ferrari fazendo 1-2 com relativa tranquilidade, colocando seis décimos em Bottas, o terceiro colocado.

Se a Mercedes foi considerada a favorita e mostrou até agora um melhor ritmo de classificação, o que explica tamanha vantagem nos treinos de hoje? O W08 está escondendo o jogo, obviamente. O que chamou a atenção foi a entrevista de Hamilton após os treinos. Ele pareceu incomodado com o fato de Vettel ter jogado a responsabilidade para ele e sua equipe. Será também um blefe do tricampeão negar qualquer favoritismo? Bom, duas verdades: a distância entre as duas equipes é mínima e a Mercedes pode até não conquistar a pole, mas não está de jeito nenhum seis décimos atrás dos italianos. O TL3 e o qualyfing obviamente irá provar isso. Bottas anda bem na Rússia e superou Hamilton nos dois treinos. Não será surpresa que o finlandês supere o britânico amanhã. Raikkonen é uma incógnita. Sempre forte na sexta, no sábado acaba sendo superado, como sempre. Deve garantir o quarto lugar no grid e é sempre esperança de Arrivabene para roubar pontos de Lewis e ajudar Vettel na conquista do penta.

Foto: Getty Images
A Red Bull segue distante dos ponteiros mas consolidada como terceira força, apostando todas as fichas na atualização do carro, que virá na próxima etapa e na atualização do motor Renault, no Canadá. Se a situação não evoluir, não é de se duvidar que o projeto de 2018 ganhe maior prioridade pelos lados do time de Adrian Newey e companhia. Felipe Massa, nas CNTP, é a quarta força. Faz o que pode, ao contrário de Stroll. Ele é jovem e é necessário dar um tempo para ele...

Quanto a briga do meio do pelotão, não me atrevo a teclar nada. É uma grande roda punk no escuro, de fato uma roleta russa (bá dum tssss). Pode acontecer de tudo, ou quase. Certamente McLaren e Sauber ficarão pelo caminho pelo Q1. Será que Vandoorne conseguirá completar um final de semana sem problemas no seu MCL32? É difícil, mas precisamos ter um pouquinho de fé.

Confira a classificação dos dois treinos livres:



Até!




sexta-feira, 28 de abril de 2017

GP DA RÚSSIA - Programação

A Rússia entrou no calendário da Fórmula 1 pela primeira vez em sua história em 2014, com o GP disputado no circuito urbano de Sochi. A cidade fica às margens do Mar Negro, no sudoeste do país. A estrutura para o circuito se aproveita do que foi construído visando as Olimpíadas de Inverno, realizadas no mesmo ano.

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Nico Rosberg - 1:39.094 (Mercedes, 2016)
Pole Position: Nico Rosberg - 1:35.417 (Mercedes, 2016)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 2x (2014 e 2015)


SAUBER HONDA VEM AÍ

Foto: F1

A informação é do Motorsport.com: os suíços e os japoneses estão próximos de selar o acordo para fornecimento de motores, que seria válido a partir da próxima temporada. O anúncio deve ocorrer até o dia 6 de maio, um sábado, data limite para as equipes informarem qual motor será utilizado em 2018.

Isso significaria o fim da parceria entre Sauber e Ferrari, que completa 20 anos nessa temporada. A relação piorou demais nos últimos anos, principalmente quando a Sauber deixou de ser a "equipe B" ferrarista, o que culminou com o declínio dos suíços, tanto técnico quanto financeiro (coincidência). A situação é tão complicada que, como todos sabem, a Sauber utiliza o defasado motor Ferrari do ano passado.

Essa especulação não é nova. Houveram negociações, vetadas pela McLaren, que exigia exclusividade dos japoneses. Todavia, diante dos resultados vexatórios, o acordo seria benéfico para ambos: a chance da Honda ter mais uma equipe para feedback e melhorias de seu equipamento e a Sauber com possibilidades de tentar melhorar, até porque piorar será muito difícil. Aguardemos a confirmação oficial (ou não).

STEINER: TROCA PERMITIU SABER "QUEM ESTAVA DEVENDO"

Foto: MotorSport
"Esteban [Gutiérrez] não marcou nenhum ponto ano passado, e era muito importante para nós saber quem estava devendo, o piloto ou a equipe”. Palavras do chefão da Haas, o alemão Guenther Steiner. Ano passado, os únicos pontos da equipe foram com Grosjean. Nesse ano, tanto o francês quanto Magnussen, o substituto do mexicano, pontuaram. Acho que isso é o suficiente para saber quem estava devendo, né? Nem precisava trocar, Steiner...

Outra diferença em relação ao ano passado foi o começo com menos abundância de pontos, porém com a regularidade dos pontos para os dois pilotos. Com passos cuidadosos, a equipe da Carolina do Norte ocupa a sétima posição dos construtores. De fato, Grosjean e Magnussen formam uma das duplas equilibradas do grid. Nenhum dos dois é espetacular, mas fazem aquele "feijão com arroz" bem feito. Ambos passaram por um momento difícil na carreira, ficaram fora da F1 por um tempo e voltaram. Magnussen pode dizer que pilotou em duas equipes de fábrica sem fazer feio mas também sem algo memorável para ser lembrado. Ok, o pódio na estreia, na Austrália em 2014. E só. Não por culpa dele, mas pelas circunstâncias.

“Acho que eles se encaixam bem na equipe. Talvez a gente também seja meio problemático. Existe um ditado, ‘o que te faz sofrer te deixa mais forte’”, concluiu Steiner. A resposta para isso era simples: bastava tirar Gutiérrez que a diferença seria sentida imediatamente. A Haas devia um favor para a Ferrari pelos equipamentos "emprestados" pelos italianos. Agora, estão quites. Quietinha, a Haas tem organização, estrutura e know-how para crescer de forma responsável na F1, sendo um caminho interessante para muitos pilotos que buscam ascender para os times principais, recomeçar depois de passagens ruins por lá ou solidificar a imagem de piloto médio em equipe média, muito comum até os anos 2000 mas cada vez mais raro diante da F1 mais jovem e dinâmica de atualmente.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 68 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 61 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 38 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 34 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 25 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 22 pontos
7 - Felipe Massa (Williams) - 16 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 14 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 10 pontos
10- Romain Grosjean (Haas) - 4 pontos
11- Kevin Magnussen (Haas) - 4 pontos
12- Esteban Ocon (Force India) - 3 pontos
13- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 2 pontos
14- Nico Hulkenberg (Renault) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 102 pontos
2 - Mercedes - 99 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 47 pontos
4 - Force India Mercedes - 17 pontos
5 - Williams Mercedes - 16 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 12 pontos
7 - Haas Ferrari - 8 pontos
8 - Renault - 2 pontos

TRANSMISSÃO





quarta-feira, 26 de abril de 2017

O PERIGO, APESAR DE TUDO

Foto: Reprodução
Dois graves acidentes envolvendo crianças e adolescentes mexeram e deixaram o mundo do automobilismo em clima de consternação. A morte e a gravidade de um impacto sempre mexe com todos nós, principalmente com aqueles que são muito jovens e que tem toda uma vida pela frente...

Durante o treino para uma competição, Gonzalo Basurto, de 11 anos, bateu seu kart contra o outro, capotou e teve ferimentos graves. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas não resistiu e faleceu. O fato aconteceu no kartódromo de Fernando Alonso, nas Astúrias/Espanha, que foi inaugurado recentemente.

Como não poderia deixar de ser, o bicampeão mandou uma mensagem de apoio para a família nesse momento tão complicado.

A Fundação Circuito e Museu Fernando Alonso, por sua vez, informou que todas as medidas de segurança haviam sido adotadas para a realização da prova. Gonzalo Basurto corria de kart há dois naos e estava se preparando para o campeonato das Astúrias.

Foto: Reprodução
Na semana passada, durante a sexta etapa da F4 britânica em Donington, o jovem Billy Monger (17 anos) seguia o traçado da pista até adotar o lado de fora do traçado. Como o clima estava nublado e não dava para ver muita coisa, Billy e a transmissão (que acompanhava em onboard o piloto) foram surpreendidos quando o carro colidiu frontalmente com a traseira do bólido do finlandês Patrik Pasma, que estava parado.

Com a corrida paralisada, Pasma foi levado para o hospital. O caso de Billy foi mais grave: ele ficou preso nas ferragens por 90 minutos antes de ser removido. Diante do impacto frontal em alta velocidade na traseira do outro carro, Billy teve sérias lesões nas pernas, que foram amputadas. Ele chegou a ficar em coma, mas já saiu desse estado, que continua crítico.

Diante da repercussão nas redes sociais, foi organizada uma vaquinha para ajudá-lo. A meta era atingir a marca de 260 mil libras (R$ 1 milhão), que foi dobrada em dois dias de duração, com mais de 12 mil doações, entre elas de pilotos da F1 como Max Verstappen, Felipe Massa, Jenson Button e Lewis Hamilton. Ontem, o jovem Billy agradeceu o envolvimento de todos na sua recuperação.


Diante de acontecimentos sempre tão arrasadores, a conclusão que precisa ficar clara para as pessoas é que: por mais que os carros e os equipamentos fiquem mais modernos e tecnológicos e seja possível diminuir os riscos de danos a saúde dos pilotos, mecânicos e comissários, o fator risco no automobilismo nunca deixará de existir, em qualquer categoria que exista. Os carros são cada vez mais rápidos e acelerar 200 km/h sempre vai ser perigoso.

O que não pode é negligenciar e não oferecer condições de segurança para os profissionais do esporte a motor. Para isso, os autódromos precisam estar bem estruturados e as autoridades cientes das medidas que devem tomar para sempre visar a saúde dos envolvidos.

Sim, mesmo que todas essas medidas sejam tomadas, o risco e o perigo sempre estarão do lado do piloto a cada curva e disputa de posição. Isso é automobilismo, e quem entra nesse universo sabe perfeitamente os riscos disso. Afinal, isso não é para pessoas meramente normais, e os pilotos mostram o porque de tanta adrenalina e fascínio que os carros proporcionam nas pessoas.

Até!



terça-feira, 25 de abril de 2017

PRIMEIROS PASSOS

Foto: Reprodução
Fernando Alonso passou alguns dias nos Estados Unidos para se ambientar ao clima da Fórmula Indy. Ontem, ele visitou a fábrica da Andretti para fazer o molde do banco do carro onde irá correr na Indy 500.

Nesse período de pouco mais de um mês antes da corrida, o espanhol terá como "tutor" para conhecimento da categoria o brasileiro Gil de Ferran (embaixador da Honda), bicampeão da Champ Car em 2000 e 2001 e vencedor das 500 Milhas em 2003. Além disso, Alonso conheceu Michael Andretti, o dono da equipe que não vence uma prova desde as 500 Milhas do ano passado, vencida pelo ex-F1 Alexander Rossi.

Foto: Reprodução
No final de semana, a Fênix marcou presença no GP de Alabama, vencido por Josef Newgarden, da Ganassi. Coincidência ou não, foi a primeira corrida da temporada que um motor Honda não venceu na categoria. Muito animado, Alonso deixou claro que seu objetivo é conquistar a "tríplice coroa do automobilismo", pensava na possibilidade de disputar a prova "há quatro ou cinco anos" e que não pensa em abandonar a F1.

O acordo Honda, Andretti, Alonso e McLaren será vantajoso para todos, tanto em termos financeiros quanto em exposição de marca para o mundo todo, atraindo mais fãs para a Indy 500, que terá audiência mais monstruosa ainda, tudo para ver como o bicampeão se sairá em tal empreitada. É preciso deixar uma coisa bem claro: é muito difícil que Alonso consiga vencer. Se para um rookie já é raro, imagina para quem sequer correu na categoria até agora. Além do mais, uma vitória logo de cara (e, portanto, histórica) do Espanhol poderia acirrar ainda mais o preconceito de muitos fãs da F1 que desdenham da Indy, onde "lá qualquer um da F1 ganha". Se Alonso enfrentar dificuldades, o que é natural que aconteça, os fãs da Indy poderão responder que aqui não é bagunça, e realmente não é.

Toda essa ação de marketing e financeira também mostra como Honda e McLaren desejam contar com Alonso por mais algum tempo. Com o contrato expirando no fim do ano e sem paciência com o pífio desenvolvimento (ou falta de) da unidade híbrida japonesa, é natural que o bicampeão reconsidere opções para o próximo ano.

O problema é que as principais equipes estarão de portas fechadas, por incrível que pareça. Resta a eterna Renault. O ano só começa quando sai na mídia o interesse dos franceses em contar com seu campeão em mais uma passagem. Dizem que a proposta é forte e a promessa é de disputar o título em 2019. Alonso já esperou demais e não tem mais tempo para perder, também fruto de suas péssimas escolhas na carreira. Nunca é tarde para acertar alguma vez ou continuar errando de forma definitiva...

Caso não haja o espaço que Don Alonso necessite na F1, ele seguirá em busca da tríplice coroa, seja correndo na Indy 500 outra vez e/ou em Le Mans. Ele quer fazer história, mais do que já fez. Esse é o verdadeiro desafio de um piloto. Que a atitude de Alonso seja o início de uma nova era no automobilismo: que os pilotos eventualmente saiam de sua zona de conforto e participem de outras categorias que desejarem, nem que seja por uma única vez. Os fãs e a indústria agradecem.

Será que a Fênix vai levantar a taça? Foto: Reprodução
Até!

quarta-feira, 19 de abril de 2017

FUTURO MAIS INCERTO

Foto: Getty Images
Ficar na Inglaterra sem poder deixar o país não foi o suficiente para Vijay Mallya escapar das algemas da polícia. O indiano foi preso pela Unidade Metropolitana de Extradição da Scotland Yard hoje.

O simpático mas picareta dono da Force India é acusado pelo governo da Índia por não pagar uma dívida de 900 milhões de libras (R$ 3,5 bilhões) referente a falência da sua antiga empresa de companhia aérea, a Kingfisher. Vijay morava em Londres desde o ano passado e sua única aparição pública recente na F1 foi no próprio GP da Inglaterra. Ele será extraditado para a Índia nos próximos dias.

Obviamente ele nega as acusações.

Vijay comprou a Spyker no final de 2007 e a transformou em Force India. A antiga Jordan foi a última equipe que começou de baixo e foi, com muito esforço, evoluindo até chegar ao meio do pelotão e mais recentemente ao posto de quarta ou quinta força da F1. Talvez aí esteja um dos motivos da falência do Sr. Mallya: a necessidade de investimentos cada vez maiores para se manter a equipe competitiva e funcionando sem um lucro minimamente proporcional. Tudo isso é fruto da discrepância da categoria e da própria incapacidade financeira de Vijay controlar suas finanças.

Isso apenas engrandece o trabalho atual da equipe, que recebe muito menos que Williams, Renault, Force India e até a Sauber e mesmo assim entrega resultados além da sua capacidade de investimento. Hoje, Vijay tem apenas uma parte minoritária da equipe. Mesmo assim, não deixa de ser mais preocupante o futuro de sua escuderia. Quais as consequências internas e externas que sua prisão pode acarretar, tanto para os pilotos, engenheiros e funcionários quanto na parte administrativa, de (possíveis) investidores e os atuais patrocinadores do time?

Quanto tempo a Force India irá aguentar sem seu dono? Será possível continuar com essa trajetória ascendente enfrentando essa crise financeira e institucional?

Bom, o futuro dirá, com ou sem Vijay.

Até.

terça-feira, 18 de abril de 2017

ATRASADOS

Foto: Zumbio
A polêmica de Verstappen está longe de acabar. Até agora, a frase "ele é brasileiro, não adianta discutir" não foi explicada pelo polêmico holandês. O que ele quis dizer com isso? A maioria entendeu como uma ofensa ao caráter do brasileiro ou até mesmo as habilidades de Felipe, único representante do país na F1. Não importa. Digo, importa. Os HUEBR, putos da cara, invadiram as redes sociais de Max com ofensas, que se desculpou hoje.

Cheguei a ler que a frase foi proferida em tom de brincadeira, aos risos, mas transformada em muito mais sério do que deveria. Esse tipo de comentário é complicado de se fazer, principalmente quando esse alguém é uma pessoa pública, de muitos fãs e que representa uma marca de penetração mundial, como é a Red Bull em diversos segmentos. Por isso, também, que internamente o rebelde holandês levou um leve "puxão de orelhas".

Não vou me estender no debate sociológico de quem acredita que isso resume o pensamento de um europeu do primeiro mundo sobre alguém do terceiro mundo. Especificamente, Max vive em sua "bolha", nascido e criado para guiar karts e monopostos, alienado a todos os aspectos de vivência e conhecimento de outras línguas, lugares e pessoais. O que prefiro escrever é que não é a primeira vez e não será a última em que o adolescente irá proferir uma declaração infeliz. Desde os tempos de Toro Rosso, Max mostra sua personalidade, com frases fortes e rusgas com outros pilotos, tudo isso com 18 anos. É natural que, com o passar da idade, ele ficará ainda mais indomável. Todo o talento e arrojo, motivos de admiração de muitos (sempre tem que ter a comparação com o Senna) pode o transformar em vilão e figura antipática dentre os próprios torcedores. Lembram do que ele falou ao Villeneuve?

Como disse o Massa, Max terá que vir ao Brasil no fim do ano. Muitos talvez o perdoem, mas certamente também haverá uma série de manifestações negativas em solo tupiniquim. Como superar? Talvez com outra atuação espetacular em Interlagos.

Foto: Daily Star
A VOLTA DOS QUE JÁ FORAM - Não será em 2017 que experimentarei o estranho gosto amargo de ver Button e Massa fora do grid. O campeão mundial de 2009 terá seu retorno de uma corrida só para substituir Alonso em Mônaco, ocupado com a disputa da Indy 500. Com isso, irá participar em 18 temporadas consecutivas na F1. A legítima prova de despedida, sem responsabilidade por resultados e sabendo que nada do que acontecer é sua responsabilidade. O retorno inesperado de Button mostra que as coisas mudaram, mas não ficaram tão diferentes.

Foto: Autosport
Como é lindo ver um Fittipaldi vencendo pela Lotus! Pietro foi perfeito: duas vitórias e duas poles na primeira rodada dupla da Fórmula V8, em Silverstone. A categoria fez o "esquenta" da primeira etapa do Mundial de Endurance (WEC). "Não há palavras suficientes para agradecer a Lotus, o meu engenheiro e todos os mecânicos, que fizeram um trabalho fantástico. Sair daqui líder é incrível e já estou ansioso para a próxima etapa, em Spa-Francorchamps", afirmou o brasileiro. Com 100% de aproveitamento, Fittipaldi tem 24 pontos de vantagem a Alfonso Celis Jr (Fortec Motorsports), vice-líder do campeonato e piloto de testes da Force India. Rene Binder, companheiro de Pietro, é o terceiro, dois pontos atrás de Celis Jr. A próxima temporada é em Spa Francorchamps, nos dias 5 e 6 de maio.

Que todos (inclusive o próprio staff) tenham muita calma com Pietro e toda a garotada que ainda está começando nas categorias de baixo na Europa. O segredo é seguir com os pés no chão e aproveitar as oportunidades. Assim, quem sabe, o Brasil não volte a ter um piloto na F1 nos próximos anos?

Até!

segunda-feira, 17 de abril de 2017

VETTEL 2 x 1 HAMILTON

Foto: Getty Images
Tivemos a primeira boa corrida do ano. Diferente da chatice da Austrália e da China, onde a prova foi interessante somente enquanto a pista estava seca, o Grande Prêmio do Bahrein foi interessante do começo ao fim. Incrível como as provas passaram a ser melhores a partir do momento em que ela passou a ser realizada à noite. Coincidência?

Diferentemente das outras provas também, me pareceu que dessa vez nenhum fator tenha interferido no resultado final, embora tenha aparecido várias circunstâncias. Independentemente se Hamilton não fosse punido ao diminuir intencionalmente a velocidade ao entrar no pit para atrapalhar Ricciardo, o alemão seria o vencedor. Por enquanto, está claro: a Mercedes, em volta lançada, é superior. A Ferrari iguala (ou até mesmo supera) as flechas de prata no ritmo de corrida e na estratégia. Outra vez, Seb chegou a ponta por conta de um undercut, pois estava pressionando Bottas. Será mais difícil passar rapidamente, mas a pressão imposta pela Ferrari no finlandês foi fundamental para que a estratégia fosse seguida. Os alemães precisam melhorar na estratégia e ficar mais atentos nos movimentos de Vettel. Isso pode fazer a diferença no final.

O tetracampeão está retomando a fase de seu auge na Red Bull. Rápido, preciso e arrojado, extrai tudo o que pode do SF70. O grande desafio é saber se os italianos terão capacidade de evoluir o carro e seguir nesse ritmo de equilíbrio com a Mercedes. Também era inimaginável acreditar que um piloto que não fosse da Mercedes seria o líder. Temos uma disputa sólida e que promete ser muito emocionante e equilibrada nas pistas durante o ano.

Foto: Getty Images
Hamilton se prejudicou por largar mal. Tem a justificativa de ter estado no lado sujo, mas não teria essa desvantagem se tivesse feito a lição de casa, a pole position. O ritmo de Bottas foi ruim o tempo todo. No primeiro stint, os cinco carros (mais as duas Red Bulls) estavam na mesma imagem. Não conseguiria sustentar a ponta e, por isso, foi orientado pela Mercedes a sair da frente de Lewis. Isso acaba com o mito de que as flechas de prata "deixam a briga rolar solta". Não mais, diante das circunstâncias passadas e porque também nesse ano existe uma disputa contra a Ferrari (ou o sinônimo, Vettel). Achei estranho sua cara de poucos amigos no pódio, dando a entender que estava insatisfeito com as ordens de equipe. Certamente ele veio para ser segundão e coadjuvante de Lewis, mas apenas precisava do choque de realidade, mas não é o que aparentemente ele deu a entender quando disse algo parecido nas últimas semanas. Bem vindo a realidade da F1, um esporte individual mas ao mesmo tempo coletivo. Deveria estar triste com o péssimo ritmo de prova, pois chegou apenas dois segundos a frente de seu compatriota.

Raikkonen foi outro que fez uma corrida ruim, mostrando ser claro sua incapacidade de andar no mesmo ritmo que Vettel, o que é muito pouco pelo ótimo material que a Ferrari possui, por isso as cobranças mais incisivas de Marchionne. Hoje, largou mal e caiu para sétimo. Brigou com Massa a corrida inteira e contou com o fato de ter um dos melhores carros do grid para ficar em quarto, longe de brigar pelo pódio. O que fica mais evidente ainda: os finlandeses serão meros coadjuvantes de Vettel e Hamilton. A diferença é que Bottas pode roubar pontos dos dois eventualmente, Kimi sequer se aproxima disso.

Foto: Getty Images
Massa vai bem em circunstâncias específicas que beneficiam o FW40: calor, circuitos de alta e sem chuva. No aniversário de 75 anos de Frank Williams, o brasileiro o presenteou com uma atuação combativa, brigando com Raikkonen e outros carros do pelotão da frente o quanto pode. No fim, terminou em sexto, a melhor posição que poderia ficar em virtude do estranho abandono de Verstappen. Será que foi "praga" após a polêmica de sábado (que, quando puder, farei um post sobre isso). Enquanto isso, Stroll segue sem contribuir em nada, pelo contrário. De novo, foi vítima da barbeiragem de Sainz, punido com três posições para a próxima corrida e com três pontos na carteira da FIA (se chegar a 12 em um ano, o piloto é suspenso de uma prova). Entretanto, estava longe dos pontos, que é o que a Williams precisa para ficar em quarto lugar nos construtores e abocanhar um bom dinheiro, apesar do forte aporte financeiro bancado pelo pai do canadense.

Quem se aproveita disso é a eficiente Force India, a equipe mais equilibrada do grid. Outra vez, os dois pilotos pontuaram. Pérez saiu da 18° para ser sétimo. Sua especialidade é se sobressair em condições caóticas e aleatórias como foi hoje, além do fato de historicamente ir bem na pista de Sakhir (tem dois pódios no Bahrein). Ocon saiu de 14° para ser décimo outra vez, com 100% de aproveitamento nessa posição, o suficiente para deixar os indianos em vantagem em relação a Massa Racing Team (17 a 16). A Force India parece ser outra equipe que possui melhor um ritmo de corrida do que de classificação.

Foto: MotorSport
A Renault de Hulkenberg parece ser um pouco o contrário, mas o alemão fez o suficiente para pontuar, chegando em nono. Grosjean foi o oitavo e se igualou a Magnussen na equilibrada disputa da Haas. Wehrlein, que mal saiu da licença médica, foi muito combativo e quase conseguiu a façanha de pontuar com a Sauber. Faltou uma "quebra". Impressionante também ter andado 45 voltas com o mesmo pneu e já ter colocado Ericsson bem para trás. Inadmissível ver Palmer largar em décimo e terminar em último (15°). Faz hora extra na F1. A McLaren está 100% em abandonos. Enquanto Vandoorne sequer conseguiu largar, com problema no "adivinha aonde", Alonso travou batalhas competitivas com Sauber, Force India e Renault na rabeira do grid, mas nas retas era facilmente superado, mesmo quando entrava 300 metros a frente. Abandonou na penúltima volta. A McLaren mostra que tem piloto e chassi para brigar pelos pontos. O que falta é um motor minimamente potente, eficiente e confiável. Acho que todos já batemos um pouco nessa tecla, né?

Confira a classificação final da corrida:


A F1 volta daqui duas semanas, no Grande Prêmio da Rússia, nos dias 28, 29 e 30 de abril. Até!