terça-feira, 17 de outubro de 2017

NOVO VELHO ESCOLHIDO

Foto: Getty Images
Um velho conhecido do programa de pilotos da Red Bull está de volta, excepcionalmente para uma corrida, a princípio. Não lembra? Não reconhece? Trata-se de Brendon Hartley, neozelandês de 28 anos, será o substituto de Pierre Gasly na Toro Rosso no GP dos EUA e irá formar dupla com Daniil Kvyat.

Hartley ficou apenas dois anos como membro da Red Bull e chegou a fazer alguns testes pela Toro Rosso em 2009, quando quase chegou a categoria. Acabou dispensado em 2010. Desde então, não pilotou mais monopostos e partiu para o endurance, onde foi campeão mundial da WEC em 2015 e venceu as 24 Horas de Le Mans esse ano. Um quase trintão na Toro Rosso, fábrica de talentos e equipe B da Red Bull? Há motivos: bom, isso prova que a academia de pilotos dos taurinos vive uma entressafra, escassa de pilotos jovens, com potencial e confiáveis. Basta ver que Gasly subiu para a F1 porque Kvyat não tinha mais condições. Beneficiado pela mediocridade e a obrigação da FIA em que o piloto obtenha 40 pontos na superlicença em três anos (o título da WEC beneficia Hartley), o russo está de volta sabe-se até lá quando.

Hartley venceu a Le Mans desse ano. Foto: Getty Images
É evidente que quase uma década afastado da F1 irá fazer diferença no desempenho de Hartley, ambientado ao endurance. Entretanto, lembremos de André Lotterer, multicampeão do WEC que se aventurou na F1 em 2014 pela Caterham e largou na frente de Ericsson (tudo bem que o sueco não é lá essas coisas, mas Kvyat também não anda sendo). Quem sabe, se for razoavelmente bem, tenha chances de chegar a ser titular de fato na F1 em 2018, quase trintão e quando menos se esperava. Mesmo que na WEC ele tenha chances de reais de conquistar outro título, a categoria está bastante enfraquecida com as saídas de Audi e Porsche.

Às vezes a F1, tão robótica e monótona, é capaz de surpreender e nos mostrar histórias improváveis de promessas que ficaram longe da F1 e depois retornam mais experientes quando ninguém esperava mais, inclusive o próprio piloto.

Hartley pilotando a Toro Rosso em um teste de 2009. Foto: Getty Images
Curiosidade: Hartley será o nono neozelandês a disputar uma corrida de F1. O último foi Mike Thackwell, então com 34 anos, que correu pela Tyrell o GP do Canadá de 1984. O país tem representantes famosos como o Denny Hulme, campeão mundial pela Brabham em 1967 e o icônico Bruce McLaren, fundador da famosa equipe aquela... além de Chris Amon (falecido no ano passado), Howden Ganley, Graham McRae, John Nicholson e Tony Shelly.

Agora é só aguardar... Até!

terça-feira, 10 de outubro de 2017

INDEFINIÇÃO

Foto: Sky Sports
E faltando quatro etapas para o fim da temporada, a Toro Rosso está a procura de pilotos não só para 2018 como também para o fim do ano. Tudo porque Carlos Sainz irá se juntar imediatamente para a Renault na próxima etapa em Austin, substituindo o demitido Jolyon Palmer. Com isso, abre-se uma vaga para as próximas corridas. Quem será o parceiro de Pierre Gasly?

Parceiro? Bom, antes de se juntar a Toro Rosso, o francês estava exilado na Super Fórmula do Japão, onde é vice-líder. Acontece que, no final de semana da corrida dos Estados Unidos também será disputada a última etapa da categoria nipônica. As informações que chegam é que foi recusada a participação de Gasly na F1, o que obrigaria a escuderia de Faenza procurar dois pilotos para disputar o GP dos Estados Unidos daqui duas semanas.

Um dos nomes seria o retorno de Daniil Kvyat, recém chutado da equipe e que, pasmem, pode retornar a titularidade do time no ano que vem, dada a escassez de talentos da academia de pilotos da Red Bull. Ou seja, é preferível manter o russo, que vem em um péssimo momento, do que apostar em algum nome tipo Sean Gelael, que participa de algumas sessões de treinos livres durante o ano. Outro nome, o japonês Nobuharu Matsushita, não tem pontos suficientes na Super Licença para pilotar um F1.

Eis então que a imprensa especializada vem especulando um terceiro nome: o recém campeão da Indy Josef Newgarden. Uma corrida nos Estados Unidos e com a presença do atual campeão da principal categoria do país poderia acarretar em mais público e engajamento dos fãs das duas categorias, a exemplo do que aconteceu com Alonso e a Indy, obviamente em menor escala. Bom, não quero estragar o barato, mas na única vez que um campeão da Indy pilotou pela Toro Rosso o desfecho não foi positivo para o piloto, não é Bourdais?

Bom, nos próximos dias teremos o desenrolar dessa questão um tanto quanto bizarra na atual F1. Olhem os classificados e mandem seus currículos para Faenza, vai que você não seja contratado?

Até!

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

2 + 2

Foto: Getty Images
Não há mais campeonato. A esperança forçada da Malásia foi por água abaixo em Suzuka. A Ferrari, buscando potência, sacrificou a confiabilidade para alcançar os alemães. Isso deu resultados até a metade do campeonato e os italianos começam a pagar o preço da pior maneira possível. Um problema na vela de ignição do motor fez Vettel largar no sacrifício, perder potência, ser ultrapassado facilmente e abandonar o sonho do penta em 2017. As possibilidades são matemáticas. Somente uma hecatombe com a Mercedes e Hamilton seriam capazes de dar uma nova esperança para Seb.

Uma pena que campeonato que estava emocionante e que parecia ser decidido apenas em Abu Dhabi tenha um desfecho tão precoce. Com 59 pontos de vantagem, a tendência é que Lewis aumente nas próximas provas. Apesar da onda de azares da Ferrari, ainda acho improvável que Hamilton seja tetra já em Austin, daqui duas semanas. Possivelmente o título está agendado para a Cidade do México, no dia 29.

Foto: Getty Images
Apesar de ter vencido de ponta a ponta, Hamilton foi ameaçado por Verstappen, o terror da F1, que ficou no seu cangote durante toda a prova. Primeiro, Bottas serviu de escudeiro durante a prova para fazer o holandês perder tempo no tráfego. No fim da prova, foi a vez de os retardatários Massa e Alonso, que brigavam pelo décimo lugar, "ajudarem" Hamilton e impedirem Max de um ataque final. O próprio holandês admitiu que era muito difícil fazer algo além. Suzuka é difícil de se ultrapassar. Ricciardo, o consistente, completou o pódio. De certa forma, foi ajudado pela direção de prova, que optou por um Virtual Safety Car após o abandono de Stroll, impedindo a aproximação de Bottas, que chegou perto na quarta posição.

Raikkonen, o burocrático, chegou em quinto. Uma boa corrida de recuperação, mas ainda muito aquém do nível de Vettel na Ferrari, assim como o compatriota na Mercedes. A dupla da Force India conseguiu acumular mais pontos, com Ocon em sexto e Pérez em sétimo. O mexicano quis se assanhar para atacar o francês, mas a equipe disse "não", tendo em vista o retrospecto recente de ambos. A dupla da Haas também teve um bom desempenho e conseguiram pontuar juntos, uma raridade. Boa corrida de Magnussen, o oitavo, e Grosjean, o nono. Massa lutou para conquistar seu pontinho, também um resultado aceitável para a Williams.

Foto: Getty Images
Hulkenberg perdeu a chance de fazer bons pontos ao ter um problema em sua asa móvel. E, como sabemos, se o alemão não pontua, a Renault também não pontua. Por isso que resolveram demitir Palmer antes do fim da temporada, o que era até especulado nos últimos meses. Com isso, Carlos Sainz, que bateu logo na primeira volta, já irá assumir o cockpit francês na próxima corrida, em Austin. Em um efeito dominó, Kvyat (!!) estará de volta a Toro Rosso, fazendo dupla com Gasly, simulando o que virá por aí em 2018 provavelmente, ainda sem o motor Honda.

A cara de Vettel na foto diz tudo. A briga pelo título na F1 chegou no anticlímax. Faltam menos de três semanas para o fim da temporada. Tudo está tão claro, como dois e dois são quatro, digo, é tetra.

Confira a classificação final do GP do Japão:


A Fórmula 1 retorna daqui duas semanas no Grande Prêmio dos Estados Unidos, que será realizado nos dias 20, 21 e 22 de outubro. Até lá!

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

NO DETALHE

Foto: Reprodução
E nesse esquenta para o qualyfing do Grande Prêmio do Japão, serei sucinto. Até porque não teve muita coisa.

No único treino que dá para comentar algo, a Ferrari de Vettel foi a mais veloz. Entretanto, Ferrari, Red Bull e Mercedes estão muito próximas uma da outra, e isso merece dar muita atenção para o disputado GP disputado no veloz traçado de Suzuka e difícil de se ultrapassar. Portanto, o qualyfing pode fazer a diferença e será decidido no detalhe.

Na chuva, as coisas ficam mais embaralhadas ainda. No segundo treino livre, apenas cinco carros marcaram voltas rápidas. Hamilton liderou, mas não dá para avaliar muito, a não ser que tudo fica mais incerto do que nunca. Vettel disse que tem condições para vencer as cinco provas restantes. Não duvido disso. A Ferrari mostrou em Cingapura, na Malásia e agora dá indícios no Japão.

Foto: Getty Images
Os fatos do dia foram a forte pancada de Carlos Sainz no TL1 e Bottas ter trocado o câmbio, o que lhe irá custar cinco posições no grid e um a menos no caminho entre Hamilton e Vettel. Sainz saiu do grampo da curva 11 quando mordeu a zebra, perdeu a traseira do carro e foi projetado com força conta a barreira de proteção. Apesar da destruição no carro, o espanhol nada sofreu. O problema é que Sainz terá de pagar 20 posições de punição pela troca de diversos componentes do motor (6º MGU-H, 5º motor a combustão e 5º turbo).

Se em condições normais está tudo embaralhado, imagina com uma chuvinha no treino e/ou na corrida? Vai ser de arrepiar!

Até!

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

GP DO JAPÃO - Programação

O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:31.540 (McLaren, 2005)
Pole Position: Felipe Massa - 1:29.599 (Ferrari, 2006)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)

FALHAS DA FERRARI IRRITAM MARCHIONNE

Foto: Getty Images
O fato de a equipe ter desperdiçado duas vitórias quase certas em Cingapura e na Malásia irritou o chefão Sergio Manchionne.

- Nossos dois carros poderiam ter vencido a corrida de ontem. Isso é um fato. Poderia ter sido o mesmo em Cingapura, isso é outro fato. Outro fato é que nós tivemos problemas com os nossos motores porque temos um time novo cuidando dessa área, mas também por termos algumas peças que não estão no nível certo para um carro de corrida - comentou para o jornal italiano "La Gazzetta dello Sport".
O mandatário também disse que irá tomar providências nos setores responsáveis pela unidade de potência do SF70H.

- Estamos mexendo agora na parte de produção, mas também promovendo algumas mudanças na nossa organização. Ter esse problema na corrida nos deixou bem bravos. Não é um problema tão grande quando um defeito desses acontece na fábrica, durante os testes, mas é muito feio quando você está no segundo lugar do grid e simplesmente não consegue largar - finalizou.

O presidente da Ferrari costuma fazer várias alterações durante o ano. Ele cobra bastante, assim como a caótica imprensa italiana, que deseja a cabeça de Maurizio Arrivabene em uma bandeja desde o ano passado. Uma questão interessante: o fato de a Ferrari ter a necessidade de ser a pole, andar na frente e vencer não fez com que a equipe desse tudo de si e ficasse propensa a falhas como essa?


O que parece claro, no entanto, é que o conjunto da Ferrari é mais frágil que o da Mercedes, e essas falhas estão causando uma desvantagem enorme no Mundial de pilotos. Para que Vettel conquiste o penta, isso deverá ser equacionado com urgência. Ah, e ter um pouco mais de sorte também, por que não?

HORNER COMPARA VERSTAPPEN A VETTEL

Foto: Getty Images
O chefão da Red Bull, que trabalha com um e já trabalhou com outro, pontuou similaridades entre os dois como piloto, apesar de suas personalidade serem bastante distintas.

Ao Motorsport, Horner afirmou que “Sebastian era muito forte sob grande pressão, e Max também tem essa habilidade. Ele estava muito tranquilo liderando a corrida. Ele era o cara mais tranquilo de todos.”

O dirigente complementou dizendo que “é possível ver que, sob pressão, ele realmente entrega em um nível altíssimo, e suas performances neste ano, especialmente aos sábados, têm sido muito impressionantes.”

No final, Horner também se disse satisfeito com Daniel Ricciardo e afirmou que a Red Bull está muito bem servida de pilotos.

Palavra de quem entende. No início da carreira, Vettel também colecionou alguns incidentes e isso quase lhe custou o título de 2010, por exemplo. Por ser jovem, é normal Verstappen ainda apresentar um comportamento errático. Todavia, o talento dos dois estão ali. Talvez por isso Vettel respeite demais o holandês. O enxerga como uma ameaça para o futuro, quando a Red Bull for capaz de brigar pelo título.


A diferença, é claro, é que Vettel já está estabelecido e não precisa provar mais nada. Verstappen ainda tem uma nuvem de desconfiança que paira sobre sua cabeça e precisará lidar com isso nos próximos anos até que conquiste seus títulos mundiais. Cada um no seu estilo, ambos são pilotos espetaculares e extremamente competitivos. Rivalidade para o futuro?

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 281 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 247 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 222 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 177 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 138 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 93 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 76 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 57 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 48 pontos
10- Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 33 pontos
12- Lance Stroll (Williams) - 32 pontos
13- Romain Grosjean (Haas)-  26 pontos
14- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 13 pontos
15- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
16- Fernando Alonso (McLaren) - 10 pontos
17- Jolyon Palmer (Renault) - 8 pontos
18- Pascal Wehrlein (Sauber) - 5 pontos
19- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 4 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 503 pontos
2 - Ferrari - 385 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 270 pontos
4 - Force India Mercedes - 133 pontos
5 - Williams Mercedes - 65 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 52 pontos
7 - Renault - 42 pontos
8 - Haas Ferrari - 37 pontos
9 - McLaren Honda - 23 pontos
10- Sauber Ferrari - 5 pontos

TRANSMISSÃO:



terça-feira, 3 de outubro de 2017

O QUE SOBROU DA WILLIAMS

Foto: Motorsport
Desde o início da temporada o foco da Williams está em 2018, ano do novo regulamento e a primeira temporada onde Paddy Lowe e seu staff irão trabalhar no carro do time de Grove. Com o know-how de ter sido campeão na Mercedes, é um bom indicativo para a equipe inglesa possa evoluir na aerodinâmica e não só depender do potente motor Mercedes, que deu resultado efetivo apenas em 2014. Com desconto para o uso do motor alemão, uma nova equipe para construir um novo carro para um novo regulamento para o ano que vem, as coisas parecem promissoras, não?

Bem... só falta o principal: pilotos. Sim, no plural. Esqueça: Stroll permanecerá na Williams até quando Sr. Lawrence cansar de queimar dinheiro. Ou seja, resta uma vaga, a mais importante disponível na F1 para o ano que vem, diante do fato que Ferrari, Red Bull, Mercedes, Renault, Force India e McLaren estão com seus cockpits definidos.

Felipe Massa está com sua posição ameaçada e corre sério risco de ser aposentado outra vez, agora sem direito a um retorno triunfal surpreendente. A questão é que o brasileiro vem perdendo rendimento nas últimas corridas e está próximo da façanha de ser ultrapassado pelo estreante rico no campeonato. O experiente brasileiro permaneceu na Williams para ser uma espécie de "tutor" de Stroll. Agora, a partir do momento em que Lance começa a superá-lo nos pontos, Massa já teria concluído sua missão nesse retorno à categoria e poderia ser descartado. Afinal, Stroll teria em seu currículo logo no primeiro ano de F1 superado um vice-campeão mundial. Nada mal, se não fosse por acasos e ordens de equipe como a realizada na última corrida, na Malásia.

Foto: LAT Images
Bom, e se Massa sair (o que acho provável), quem seria o seu substituto? Vamos com os candidatos: Paul di Resta. Sim, ele mesmo. O escocês ressuscitou na categoria ao substituir o brasileiro na Hungria. Não pode fazer muita coisa porque estava fora da F1 há quatro anos e entrou numa fria, num cockpit pequeno (ele é maior que Massa) e sem nunca ter andado com as novas unidades híbridas da F1. Bem, parece que ele impressionou o time de Grove e seria uma indicação de Sr. Lawrence. Nessas condições, seria mais um adversário fácil para Stroll vencer sem mais incomodações em seu segundo ano na F1. Se Di Resta quando mais jovem não empolgou durante os anos em que esteve na Force India, seria muito improvável conseguir fazer algo a essa altura da carreira, convenhamos.

Possível parceiro de Stroll para 2018. Foto: F1
Candidato dois: Robert Kubica. Depois de flertar com a Renault e ver Sainz pegar sua suposta vaga, as notícias envolvendo o polonês diminuíram justamente depois de seu teste coletivo pela equipe francesa na Hungria, em agosto. A informação de bastidores é que Kubica continua veloz, mas com stints inconsistentes para se manter competitivo na F1. Realmente, dirigir praticamente com uma mão só deve ser muito difícil, ainda mais afastado da categoria desde 2010. Dizem que Sr. Lawrence não deseja Kubica na equipe por dois motivos. 1) O polonês é naturalmente talentoso e 2) Mesmo bem longe de suas melhores condições físicas seria capaz de vencer Stroll, o que pegaria mal para o canadense. Como já escrevi antes, o retorno de Kubica seria fantástico para a F1, a questão é que sua real condição nesse momento é uma grande incógnita e ninguém parece, a princípio, disposto a embarcar nessa aposta.

Imagine um macacão da Williams aí? É possível. Foto: LAT Images
E a alternativa três surgiu de forma concreta nesse fim de semana. Toto Wolff, chefão da Mercedes, disse que Pascal Wehrlein é um dos candidatos a vaga da Williams. Ora, a equipe inglesa usa o motor alemão com um desconto... teria Toto, ex-sócio de Grove, poder de indicação? Ele diz que não. Também acho improvável, ainda mais com papai Stroll no comando... Outra situação que é um empecilho para a vida do jovem piloto alemão é o fato de a Martini, principal patrocinadora da Williams, exigir que um de seus pilotos tenha mais de 25 anos para que possa participar das campanhas de publicidade da empresa. Stroll tem 18 e Wehrlein 22. Ou seja, seria inviável. Entretanto, se o piloto reserva cumprisse esses requisitos, não haveria mais nenhum problema. Wehrlein vive situação parecida na Sauber. Prestes a ser substituído por Charles Leclerc, o talentoso alemão não teria condições de mandar Ericsson embora, o que seria o natural, pelo fato da Tetrapak mandar na Sauber e ser um dos patrocinadores do piloto.

Depois de pontuar com as duas piores equipes do grid, Pascal pode ganhar a grande chance da carreira. Foto: F1 Fanatic
Resumindo: é muito triste ver que a Williams, uma das três equipes mais tradicionais da F1 e que dominou os anos 1990, esteja nas mãos de um milionário canadense e se transformado em um playground de rico. Certamente Frank se arrepende de ter dispensado tantos grandes pilotos anteriormente como Hill, Mansell e Villeneuve pelo fato de que importava apenas o título de construtores para ter nos últimos anos pilotos como Maldonado e Nakajima. Desde a saída da BMW que os ingleses viraram coadjuvantes, apenas voltando a ter um leve brilhareco agora.

Se a equipe tem um bom material humano de engenheiros e saúde financeira para fazer um bom carro para 2018, certamente faltará pilotos capazes de extrair esse potencial, independente da escolha que será feita e que não fugirá desses nomes. O melhor seria dar uma chance para Wehrlein pelo trabalho do alemão nos dois últimos anos. Entretanto, Wehrlein e Stroll não é uma dupla compatível com a história da Williams. Minha segunda opção seria manter Felipe Massa porque Robert Kubica é uma incógnita e não existiria nenhum sentido o retorno de Paul di Resta para a categoria, mesmo que seja para levantar o hype de Stroll, isso seria muito feio.

Ou seja, o destino da icônica Williams está nas mãos e no dinheiro de Sr. Lawrence, que irá escolher ou um piloto aposentado, uma incógnita de um braço só ou uma jovem promessa. Independente da decisão, os ingleses sairão perdendo e Stroll será beneficiado. E o pai Lawrence está errado em querer o melhor para o filho? Claro que não, ainda mais que isso envolve muito dinheiro...

Qual a sua opinião?

Até mais!

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

AINDA HÁ CAMPEONATO?

Foto: Getty Images
Até sábado isso não era uma pergunta, mas sim uma certeza. Hamilton estava (e ainda está) com o caminho aberto para a conquista do tetracampeonato. Entretanto, diante da vitória com autoridade de Verstappen e o desempenho espetacular de Vettel me colocaram uma pulga atrás da orelha e retirar tal certeza até aqui.

A corrida da Malásia (uma pena ter sido a última) se apresentava, na teoria, para um certo domínio da Mercedes. Não foi o que se viu. Desde sexta-feira os alemães estiveram em dificuldades. O novo pacote aerodinâmico não funcionou, o que forçou Hamilton a utilizar o antigo, que se mostrou mais eficaz no fim de semana. Bottas permaneceu com o novo, porém seu desempenho foi muito fraco, um dos piores do ano.

A Red Bull apresentou um ritmo de corrida muito bom e iria incomodar. A vitória de Verstappen foi acachapante. Dizem que a pessoa vive um inferno astral um mês antes do dia do aniversário. Parece que o mau momento do holandês se foi. Vitória para virar a página e continuar mostrando seu imenso talento na categoria. Max pode ser o fiel da balança para o título, roubando pontos de Vettel e de Hamilton. Ricciardo, sempre consistente, fechou o pódio em terceiro. Lewis não quis brigar, pois sabe que tem um campeonato para disputar e que Verstappen é perigoso no que se refere a disputas.

Foto: Getty Images
A maior perdedora das últimas duas corridas foi indiscutivelmente a Ferrari. Sendo otimista, os italianos tinham grandes chances de fazer dobradinha nas em Cingapura e na Malásia. O desempenho de Vettel diz tudo. Ritmo alucinante, uma corrida espetacular e, embora tenha aumentado em mais seis pontos a sua desvantagem em relação a Hamilton, ficou o gostinho de que podia ter sido pior (e melhor também). A Ferrari alterna com os alemães o posto de melhor carro. Suzuka é um circuito veloz. Teoricamente, a Mercedes teria menos vantagem e seria uma oportunidade de os italianos começarem a recuperar terreno. Ficou claro que, se Vettel participasse do treino, seria pole e venceria com facilidade e se Raikkonen largasse faria o mesmo. Mas o "se" não existe, e para piorar, Seb foi atingido por Stroll após o fim da corrida. Não houve culpados, apenas desatenção do canadense e imprudência do tetracampeão que pode lhe custar o câmbio.

Foto: Reprodução
No resto do pelotão, o grande destaque foi Stoffel Vandoorne. O que os críticos precoces têm a dizer sobre o belga? Ele é o futuro da McLaren. Sétimo lugar em uma corrida excelente, desde o início entre os dez primeiros e simplesmente ultrapassou Alonso no Mundial (13 a 10). Inegável dizer que a Honda teve uma evolução nas últimas provas. Feliz em ver que Vandoorne, mesmo em um ano tão complicado, começa a se destacar depois de um início muito complicado e alguns erros. Pérez e sua especialidade: o ritmo de corrida. Superou seu companheiro de equipe logo na largada. Aliás, Ocon não foi nada bem: largou mal, bateu em Massa no início, rodou e depois não conseguiu superar as Williams.

O desempenho de Massa é preocupante. O brasileiro começou a ser superado constantemente por um adolescente pagante. Tudo bem que era previsível que Sr. Lawrence ia dar as cartas na equipe, mas se sujeitar a isso e estar somente um ponto na frente de um novato é constrangedor. Sua vaga está mais do que incerta, e desempenhos como este justificam sua possível (e provável?) substituição por pilotos que estão afastados da categoria há um bom tempo. Falarei mais sobre esse tema nessa semana.

Pierre Gasly fez uma estreia regular. Não bateu e nem fez bobagens igual seu antecessor, mas não tinha muito o que fazer na prova. É difícil avaliar por uma corrida, porém se mantiver uma média de desempenhos semelhante a isso e conseguir alguns pontinhos, sua vaga na Toro Rosso em 2018 está mais do que certa.

Sobre a questão: A Ferrari e a Red Bull tem potencial para superar a Mercedes mais do que era esperado. Entretanto, nessas duas provas onde esteve em desvantagem dentro da pista, Hamilton conseguiu uma vantagem muito sólida de 34 pontos e Vettel, mesmo que emplaque uma grande sequência de vitórias, precisaria ainda torcer por um abandono do inglês que ainda não veio. Difícil? Sim, mas não impossível. Não sejam pessimistas que ainda há, sim, muito campeonato pela frente.

Confira a classificação final do Grande Prêmio da Malásia:


A Fórmula 1 volta nessa semana já com o Grande Prêmio do Japão, nos dias 6, 7 e 8 de outubro. Até mais!