quinta-feira, 4 de maio de 2017

ALONSOMANIA, O RETORNO

Foto: Reprodução
Um momento histórico para o automobilismo foi realizado ontem, em Indianápolis. Fernando Alonso finalmente deu suas primeiras voltas no circuito, cumprindo o Programa de Orientação de Novatos (ROP, em inglês). Na Indy, os pilotos precisam atingir gradativamente determinadas médias de velocidade para poder passar de fase e ficar apto a disputar a classificação para a prova.

O efeito Alonso justifica-se: um batalhão de repórteres acompanharam in loco o espanhol, sem contar o sucesso nas redes sociais: cerca de 80 mil pessoas assistiram o treino, audiência maior do que as corridas e qualyfings da categoria. Todo mundo estava curioso para saber as primeiras impressões do bicampeão.

Foto: Reprodução
Com o número 29 no DW12 (que carro lindo aliás, por que a McLaren não utiliza essa cor na F1?) e um lindo capacete retrô, Alonso completou 51 voltas na primeira etapa, com média de 353, 498 km/h. Ele disse que sentiu dificuldades no começo, mas que gradativamente começou a ficar mais a vontade no bólido. O real é diferente do simulador. "O carro se guiava sozinho", completou o espanhol. Alonso já enxerga dificuldades, naturais de quem fez apenas um treino na categoria e justamente em Indianapólis. O mais difícil está por vir: a classificação e a competição com 31 carros no oval.

Na segunda fase, Alonso andou mais 37 voltas no oval e alcançou a marca de 358,15 km/h. A ameaça de chuva fez com que sua participação terminasse mais cedo, até porque seus pneus também se esgotaram. Na terceira e última parte, ele deu mais 22 voltas, totalizando 110 no total. Só no treino de hoje, Alonso andou mais que em toda a temporada na F1, somando as quatro primeiras etapas. Sua média de velocidade lhe permitia largar entre os 33 pilotos da corrida. Entretanto, a marca está distante dos ponteiros. No ano passado, em primeiro ficou James Hinchcliffe, com 371,37 km/h, seguido de Josef Newgarden (371,27), Ryan Hunter-Reay (371,19), Townsend Bell (370,92) e Carlos Muñoz (370,71).

Zak Brown, diretor da McLaren que estava acompanhando o treino, disse que fazia tempo que não via seu piloto tão feliz. Alonso até brincou: "podemos levar esse motor para Monza?". A fuga do ambiente tenso e pesado da F1 em busca de um novo desafio com certeza é um motivo para Alonso acreditar na possibilidade de fazer história, embora ele e todos nós saibamos que é muito difícil que ele consiga vencer ou até mesmo chegar ao pódio, não por falta de talento (muito longe disso), mas por conta da inexperiência em ovais.

Foto: Reprodução
 Se no início da década Alonso "levava" seus tietes com as indefectíveis camisetas azuis das Astúrias para o mundo inteiro, dessa vez a Alonsomania terá uma peregrinação inédita para os Estados Unidos. Seja física ou virtualmente, o mundo do automobilismo está aguardando ansiosamente pelo desfecho dessa aventura. A repercussão é monstruosa. A Indy agradece.

Ah, o espanhol cometeu um delito imperdoável: acabou atropelando dois pássaros!



O próximo compromisso do bicampeão com a Indy será no dia 15 de maio, após a participação no GP de "casa", na Espanha.

Até!

Foto: Reprodução
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terça-feira, 2 de maio de 2017

BOTTADA VIOLENTA

Foto: Getty Images
Diante do feriado e da impossibilidade de postar no blog ontem, hoje o texto será mais curto e objetivo, com impressões do final de semana. Vamos tentar:

Bottas nasceu para guiar na Rússia. Se com a Williams o finlandês já apresentava ótimos resultados, parecia que estava escrito que sua primeira vitória viria na terra de Vladimir Putin. Como escrito no último post, a Mercedes perdeu a pole no detalhe mas realizou ajustes e saiu vencedora de forma supreendente até para a própria escuderia alemã.

Interessante ressaltar que nesse início de ano, Bottas já venceu e foi pole. Ninguém imaginava que seria tão combativo e, de certa forma, protagonista, apesar da péssima corrida na China e uma atuação apagada no Bahrein. Subestimamos Valtteri? Não sei. Talvez esses resultados iniciais possam mostrar que Bottas é sim um bom piloto e que Massa não estava tão mal a ponto de ser derrotado nas três temporadas em que esteve ao lado do finlandês, na Williams.

Estatística: Dos nove finlandeses que já correram na categoria, seis venceram. Desses seis, três foram campeões. A Finlândia é o quinto país com mais vitórias na F1 (47). Fantástico!

Foto: Getty Images
Pior corrida de Hamilton nos últimos tempos. Desde Baku ele não vai tão abaixo de suas capacidades. Durante todo o fim de semana, Lewis foi mais lento que seu companheiro e distante das Ferrari. Muito aquém. Na corrida, teve problema de superaquecimento e apenas garantiu a posição número quatro. Rendimentos assim, somados com a ascensão da Ferrari e o crescimento de Bottas para lhe roubar pontos ligam o sinal vermelho em Hamilton, que precisa reagir imediatamente.

Vettel, apesar da frustração de perder a corrida na primeira curva, pode sair da Rússia satisfeito. A vantagem no campeonato aumentou em mais seis pontos (agora são 13). Até aqui, foram duas vitórias e dois segundos lugares. Regularidade estupenda. O "velho Seb" de 2010-2013 está de volta. mais forte e motivado do que nunca em busca do penta. O xilique com Massa no final faz parte de seu personagem boca-suja. Não tinha como ultrapassar. Isso é insuportável. Vettel está se tornando o "antigo Alonso". É melhor parar.

Foto: Getty Images
A Force India segue com um trabalho fantástico. Mesmo longe de ter condições de andar com frequência lá na frente, o time do preso Vijay Mallya pontuou com seus dois pilotos em todas as provas até aqui. Ocon finalmente saiu do décimo lugar e prova que, mesmo jovem, já demonstrou muito potencial para permanecer na F1 e até mesmo subir para a Mercedes no futuro próximo. O francês ainda é inferior a Pérez,o líder e mais cerebral da equipe. O time de Silverstone não tem um carro rápido, mas dispõe de bom ritmo de corrida. Desse jeito, provavelmente irá terminar de novo na quarta posição dos construtores, ganhando importante quantia da FIA. Tudo por conta da Renault e da Williams inovarem e correrem com apenas um piloto na equipe durante 2017. Stroll evoluiu. Conseguiu terminar uma corrida e quase pontuou. Palmer... hora extra. Erro juvenil, apesar de Grosjean ser considerado melhor e mais experiente, ter sido realmente o maior responsável pela barbeiragem.

Massa vinha fazendo outra corrida perfeita dentro de suas possibilidades até que a infelicidade do pneu furado tirou seis pontos do pessoal de Grove. Como escrito anteriormente, para a equipe de um piloto só isso fará muita falta. Enquanto isso, o brasileiro segue sua grande Tour de retorno a F1 sem sobressaltos e grandes responsabilidades, servindo de "tutor" do adolescente canadense aspirante a piloto de Fórmula 1.

Foto: MotorSport
A McLaren não consegue alinhar dois carros para disputar a corrida. No revezamento de azares e incompetência, o "sortudo" da vez foi a Fênix de Indianapólis, que conta as horas e os minutos para finalizar o contrato com time de Woking. Pior início de temporada desde os tempos de Minardi (17 anos atrás), com 100% de aproveitamento. Nem preciso dizer que o agravante é a diferença de investimento dos times citados, não?

Para finalizar, foi oficializada a parceria de Sauber e Honda, que terá início a partir do ano que vem. Como escrevi, vai ser bom para os dois, a "fome com a vontade de comer": os japoneses terão outra equipe para desenvolver seu motor e a Sauber, numa tentativa de desespero, busca a contribuição monetária da Honda para tentar sobreviver mais na F1 e buscar evitar o título de pior equipe, embora sabemos que é mais fácil um time horrível ingressar na categoria do que a Sauber evolua por conta própria. Já dizia Tiririca: "pior do que tá não fica".

Bom, por hoje é isso. Até mais!

TEREMOS NOVIDADES EM BREVE. AGUARDEM.

sábado, 29 de abril de 2017

MERCEDES ESCONDE O JOGO

Foto: Getty Images
Vettel falou durante a semana que o favoritismo para o GP da Rússia é da Mercedes. As flechas de prata, até então, sempre se sobressaíram nos qualyfings, tanto é que os alemães fizeram as três pole-positions do ano até agora. Entretanto, hoje a Ferrari dominou os dois treinos com relativa facilidade. Raikkonen foi o mais veloz no TL1, enquanto Vettel liderou no TL2, com a Ferrari fazendo 1-2 com relativa tranquilidade, colocando seis décimos em Bottas, o terceiro colocado.

Se a Mercedes foi considerada a favorita e mostrou até agora um melhor ritmo de classificação, o que explica tamanha vantagem nos treinos de hoje? O W08 está escondendo o jogo, obviamente. O que chamou a atenção foi a entrevista de Hamilton após os treinos. Ele pareceu incomodado com o fato de Vettel ter jogado a responsabilidade para ele e sua equipe. Será também um blefe do tricampeão negar qualquer favoritismo? Bom, duas verdades: a distância entre as duas equipes é mínima e a Mercedes pode até não conquistar a pole, mas não está de jeito nenhum seis décimos atrás dos italianos. O TL3 e o qualyfing obviamente irá provar isso. Bottas anda bem na Rússia e superou Hamilton nos dois treinos. Não será surpresa que o finlandês supere o britânico amanhã. Raikkonen é uma incógnita. Sempre forte na sexta, no sábado acaba sendo superado, como sempre. Deve garantir o quarto lugar no grid e é sempre esperança de Arrivabene para roubar pontos de Lewis e ajudar Vettel na conquista do penta.

Foto: Getty Images
A Red Bull segue distante dos ponteiros mas consolidada como terceira força, apostando todas as fichas na atualização do carro, que virá na próxima etapa e na atualização do motor Renault, no Canadá. Se a situação não evoluir, não é de se duvidar que o projeto de 2018 ganhe maior prioridade pelos lados do time de Adrian Newey e companhia. Felipe Massa, nas CNTP, é a quarta força. Faz o que pode, ao contrário de Stroll. Ele é jovem e é necessário dar um tempo para ele...

Quanto a briga do meio do pelotão, não me atrevo a teclar nada. É uma grande roda punk no escuro, de fato uma roleta russa (bá dum tssss). Pode acontecer de tudo, ou quase. Certamente McLaren e Sauber ficarão pelo caminho pelo Q1. Será que Vandoorne conseguirá completar um final de semana sem problemas no seu MCL32? É difícil, mas precisamos ter um pouquinho de fé.

Confira a classificação dos dois treinos livres:



Até!




sexta-feira, 28 de abril de 2017

GP DA RÚSSIA - Programação

A Rússia entrou no calendário da Fórmula 1 pela primeira vez em sua história em 2014, com o GP disputado no circuito urbano de Sochi. A cidade fica às margens do Mar Negro, no sudoeste do país. A estrutura para o circuito se aproveita do que foi construído visando as Olimpíadas de Inverno, realizadas no mesmo ano.

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Nico Rosberg - 1:39.094 (Mercedes, 2016)
Pole Position: Nico Rosberg - 1:35.417 (Mercedes, 2016)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 2x (2014 e 2015)


SAUBER HONDA VEM AÍ

Foto: F1

A informação é do Motorsport.com: os suíços e os japoneses estão próximos de selar o acordo para fornecimento de motores, que seria válido a partir da próxima temporada. O anúncio deve ocorrer até o dia 6 de maio, um sábado, data limite para as equipes informarem qual motor será utilizado em 2018.

Isso significaria o fim da parceria entre Sauber e Ferrari, que completa 20 anos nessa temporada. A relação piorou demais nos últimos anos, principalmente quando a Sauber deixou de ser a "equipe B" ferrarista, o que culminou com o declínio dos suíços, tanto técnico quanto financeiro (coincidência). A situação é tão complicada que, como todos sabem, a Sauber utiliza o defasado motor Ferrari do ano passado.

Essa especulação não é nova. Houveram negociações, vetadas pela McLaren, que exigia exclusividade dos japoneses. Todavia, diante dos resultados vexatórios, o acordo seria benéfico para ambos: a chance da Honda ter mais uma equipe para feedback e melhorias de seu equipamento e a Sauber com possibilidades de tentar melhorar, até porque piorar será muito difícil. Aguardemos a confirmação oficial (ou não).

STEINER: TROCA PERMITIU SABER "QUEM ESTAVA DEVENDO"

Foto: MotorSport
"Esteban [Gutiérrez] não marcou nenhum ponto ano passado, e era muito importante para nós saber quem estava devendo, o piloto ou a equipe”. Palavras do chefão da Haas, o alemão Guenther Steiner. Ano passado, os únicos pontos da equipe foram com Grosjean. Nesse ano, tanto o francês quanto Magnussen, o substituto do mexicano, pontuaram. Acho que isso é o suficiente para saber quem estava devendo, né? Nem precisava trocar, Steiner...

Outra diferença em relação ao ano passado foi o começo com menos abundância de pontos, porém com a regularidade dos pontos para os dois pilotos. Com passos cuidadosos, a equipe da Carolina do Norte ocupa a sétima posição dos construtores. De fato, Grosjean e Magnussen formam uma das duplas equilibradas do grid. Nenhum dos dois é espetacular, mas fazem aquele "feijão com arroz" bem feito. Ambos passaram por um momento difícil na carreira, ficaram fora da F1 por um tempo e voltaram. Magnussen pode dizer que pilotou em duas equipes de fábrica sem fazer feio mas também sem algo memorável para ser lembrado. Ok, o pódio na estreia, na Austrália em 2014. E só. Não por culpa dele, mas pelas circunstâncias.

“Acho que eles se encaixam bem na equipe. Talvez a gente também seja meio problemático. Existe um ditado, ‘o que te faz sofrer te deixa mais forte’”, concluiu Steiner. A resposta para isso era simples: bastava tirar Gutiérrez que a diferença seria sentida imediatamente. A Haas devia um favor para a Ferrari pelos equipamentos "emprestados" pelos italianos. Agora, estão quites. Quietinha, a Haas tem organização, estrutura e know-how para crescer de forma responsável na F1, sendo um caminho interessante para muitos pilotos que buscam ascender para os times principais, recomeçar depois de passagens ruins por lá ou solidificar a imagem de piloto médio em equipe média, muito comum até os anos 2000 mas cada vez mais raro diante da F1 mais jovem e dinâmica de atualmente.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 68 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 61 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 38 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 34 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 25 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 22 pontos
7 - Felipe Massa (Williams) - 16 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 14 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 10 pontos
10- Romain Grosjean (Haas) - 4 pontos
11- Kevin Magnussen (Haas) - 4 pontos
12- Esteban Ocon (Force India) - 3 pontos
13- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 2 pontos
14- Nico Hulkenberg (Renault) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 102 pontos
2 - Mercedes - 99 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 47 pontos
4 - Force India Mercedes - 17 pontos
5 - Williams Mercedes - 16 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 12 pontos
7 - Haas Ferrari - 8 pontos
8 - Renault - 2 pontos

TRANSMISSÃO





quarta-feira, 26 de abril de 2017

O PERIGO, APESAR DE TUDO

Foto: Reprodução
Dois graves acidentes envolvendo crianças e adolescentes mexeram e deixaram o mundo do automobilismo em clima de consternação. A morte e a gravidade de um impacto sempre mexe com todos nós, principalmente com aqueles que são muito jovens e que tem toda uma vida pela frente...

Durante o treino para uma competição, Gonzalo Basurto, de 11 anos, bateu seu kart contra o outro, capotou e teve ferimentos graves. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas não resistiu e faleceu. O fato aconteceu no kartódromo de Fernando Alonso, nas Astúrias/Espanha, que foi inaugurado recentemente.

Como não poderia deixar de ser, o bicampeão mandou uma mensagem de apoio para a família nesse momento tão complicado.

A Fundação Circuito e Museu Fernando Alonso, por sua vez, informou que todas as medidas de segurança haviam sido adotadas para a realização da prova. Gonzalo Basurto corria de kart há dois naos e estava se preparando para o campeonato das Astúrias.

Foto: Reprodução
Na semana passada, durante a sexta etapa da F4 britânica em Donington, o jovem Billy Monger (17 anos) seguia o traçado da pista até adotar o lado de fora do traçado. Como o clima estava nublado e não dava para ver muita coisa, Billy e a transmissão (que acompanhava em onboard o piloto) foram surpreendidos quando o carro colidiu frontalmente com a traseira do bólido do finlandês Patrik Pasma, que estava parado.

Com a corrida paralisada, Pasma foi levado para o hospital. O caso de Billy foi mais grave: ele ficou preso nas ferragens por 90 minutos antes de ser removido. Diante do impacto frontal em alta velocidade na traseira do outro carro, Billy teve sérias lesões nas pernas, que foram amputadas. Ele chegou a ficar em coma, mas já saiu desse estado, que continua crítico.

Diante da repercussão nas redes sociais, foi organizada uma vaquinha para ajudá-lo. A meta era atingir a marca de 260 mil libras (R$ 1 milhão), que foi dobrada em dois dias de duração, com mais de 12 mil doações, entre elas de pilotos da F1 como Max Verstappen, Felipe Massa, Jenson Button e Lewis Hamilton. Ontem, o jovem Billy agradeceu o envolvimento de todos na sua recuperação.


Diante de acontecimentos sempre tão arrasadores, a conclusão que precisa ficar clara para as pessoas é que: por mais que os carros e os equipamentos fiquem mais modernos e tecnológicos e seja possível diminuir os riscos de danos a saúde dos pilotos, mecânicos e comissários, o fator risco no automobilismo nunca deixará de existir, em qualquer categoria que exista. Os carros são cada vez mais rápidos e acelerar 200 km/h sempre vai ser perigoso.

O que não pode é negligenciar e não oferecer condições de segurança para os profissionais do esporte a motor. Para isso, os autódromos precisam estar bem estruturados e as autoridades cientes das medidas que devem tomar para sempre visar a saúde dos envolvidos.

Sim, mesmo que todas essas medidas sejam tomadas, o risco e o perigo sempre estarão do lado do piloto a cada curva e disputa de posição. Isso é automobilismo, e quem entra nesse universo sabe perfeitamente os riscos disso. Afinal, isso não é para pessoas meramente normais, e os pilotos mostram o porque de tanta adrenalina e fascínio que os carros proporcionam nas pessoas.

Até!



terça-feira, 25 de abril de 2017

PRIMEIROS PASSOS

Foto: Reprodução
Fernando Alonso passou alguns dias nos Estados Unidos para se ambientar ao clima da Fórmula Indy. Ontem, ele visitou a fábrica da Andretti para fazer o molde do banco do carro onde irá correr na Indy 500.

Nesse período de pouco mais de um mês antes da corrida, o espanhol terá como "tutor" para conhecimento da categoria o brasileiro Gil de Ferran (embaixador da Honda), bicampeão da Champ Car em 2000 e 2001 e vencedor das 500 Milhas em 2003. Além disso, Alonso conheceu Michael Andretti, o dono da equipe que não vence uma prova desde as 500 Milhas do ano passado, vencida pelo ex-F1 Alexander Rossi.

Foto: Reprodução
No final de semana, a Fênix marcou presença no GP de Alabama, vencido por Josef Newgarden, da Ganassi. Coincidência ou não, foi a primeira corrida da temporada que um motor Honda não venceu na categoria. Muito animado, Alonso deixou claro que seu objetivo é conquistar a "tríplice coroa do automobilismo", pensava na possibilidade de disputar a prova "há quatro ou cinco anos" e que não pensa em abandonar a F1.

O acordo Honda, Andretti, Alonso e McLaren será vantajoso para todos, tanto em termos financeiros quanto em exposição de marca para o mundo todo, atraindo mais fãs para a Indy 500, que terá audiência mais monstruosa ainda, tudo para ver como o bicampeão se sairá em tal empreitada. É preciso deixar uma coisa bem claro: é muito difícil que Alonso consiga vencer. Se para um rookie já é raro, imagina para quem sequer correu na categoria até agora. Além do mais, uma vitória logo de cara (e, portanto, histórica) do Espanhol poderia acirrar ainda mais o preconceito de muitos fãs da F1 que desdenham da Indy, onde "lá qualquer um da F1 ganha". Se Alonso enfrentar dificuldades, o que é natural que aconteça, os fãs da Indy poderão responder que aqui não é bagunça, e realmente não é.

Toda essa ação de marketing e financeira também mostra como Honda e McLaren desejam contar com Alonso por mais algum tempo. Com o contrato expirando no fim do ano e sem paciência com o pífio desenvolvimento (ou falta de) da unidade híbrida japonesa, é natural que o bicampeão reconsidere opções para o próximo ano.

O problema é que as principais equipes estarão de portas fechadas, por incrível que pareça. Resta a eterna Renault. O ano só começa quando sai na mídia o interesse dos franceses em contar com seu campeão em mais uma passagem. Dizem que a proposta é forte e a promessa é de disputar o título em 2019. Alonso já esperou demais e não tem mais tempo para perder, também fruto de suas péssimas escolhas na carreira. Nunca é tarde para acertar alguma vez ou continuar errando de forma definitiva...

Caso não haja o espaço que Don Alonso necessite na F1, ele seguirá em busca da tríplice coroa, seja correndo na Indy 500 outra vez e/ou em Le Mans. Ele quer fazer história, mais do que já fez. Esse é o verdadeiro desafio de um piloto. Que a atitude de Alonso seja o início de uma nova era no automobilismo: que os pilotos eventualmente saiam de sua zona de conforto e participem de outras categorias que desejarem, nem que seja por uma única vez. Os fãs e a indústria agradecem.

Será que a Fênix vai levantar a taça? Foto: Reprodução
Até!

quarta-feira, 19 de abril de 2017

FUTURO MAIS INCERTO

Foto: Getty Images
Ficar na Inglaterra sem poder deixar o país não foi o suficiente para Vijay Mallya escapar das algemas da polícia. O indiano foi preso pela Unidade Metropolitana de Extradição da Scotland Yard hoje.

O simpático mas picareta dono da Force India é acusado pelo governo da Índia por não pagar uma dívida de 900 milhões de libras (R$ 3,5 bilhões) referente a falência da sua antiga empresa de companhia aérea, a Kingfisher. Vijay morava em Londres desde o ano passado e sua única aparição pública recente na F1 foi no próprio GP da Inglaterra. Ele será extraditado para a Índia nos próximos dias.

Obviamente ele nega as acusações.

Vijay comprou a Spyker no final de 2007 e a transformou em Force India. A antiga Jordan foi a última equipe que começou de baixo e foi, com muito esforço, evoluindo até chegar ao meio do pelotão e mais recentemente ao posto de quarta ou quinta força da F1. Talvez aí esteja um dos motivos da falência do Sr. Mallya: a necessidade de investimentos cada vez maiores para se manter a equipe competitiva e funcionando sem um lucro minimamente proporcional. Tudo isso é fruto da discrepância da categoria e da própria incapacidade financeira de Vijay controlar suas finanças.

Isso apenas engrandece o trabalho atual da equipe, que recebe muito menos que Williams, Renault, Force India e até a Sauber e mesmo assim entrega resultados além da sua capacidade de investimento. Hoje, Vijay tem apenas uma parte minoritária da equipe. Mesmo assim, não deixa de ser mais preocupante o futuro de sua escuderia. Quais as consequências internas e externas que sua prisão pode acarretar, tanto para os pilotos, engenheiros e funcionários quanto na parte administrativa, de (possíveis) investidores e os atuais patrocinadores do time?

Quanto tempo a Force India irá aguentar sem seu dono? Será possível continuar com essa trajetória ascendente enfrentando essa crise financeira e institucional?

Bom, o futuro dirá, com ou sem Vijay.

Até.