Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
Diante do foco e da catarse evidente nos sensacionais Jogos Olímpicos Rio 2016, muita coisa de outros esportes não-olímpicos em ficaram em última mão. Repetindo, mais do que justificável, e lógico.
Pois bem, a informação é do Lauro Jardim do O Globo: Na semana passada, Felipe Nasr se encontrou com o presidente interino Michel Temer, juntamente com seu empresário e um deputado paranaense não nomeado até aqui. O objetivo era simples: Nasr queria apoio estatal para conseguir mudar de equipe na próxima temporada. Dando nome aos bois: Queria mais dinheiro do Banco do Brasil para poder disputar a transferência para a Renault.
Além do apoio financeiro, Nasr teria pedido que Temer tentasse influenciar os franceses, com fábrica no Paraná e com CEO brasileiro (Carlos Ghosn) a contratá-lo. Em tese, é um dos inúmeros candidatos a uma das vagas restantes da Renault, supondo que Esteban Ocon já esteja acertado em um dos cockpits.
A questão é polêmica e complexa em muitos pontos: Atualmente, o Banco do Brasil já oferece uma boa quantia de patrocínio para Nasr, que o mantém na Sauber há duas temporadas. No mundo da F1, sabemos que são poucos os pilotos que entram no circo apenas pelo talento puro. Nesse mesmo mundo, paralelo que só, 40 milhões de reais é uma quantia baixa para a contribuição de um piloto "pagante" a uma equipe, principalmente se for uma que vive uma série crise financeira, como é a Sauber, que promete se recuperar depois da nova parceria anunciada no mês passado.
Foto: José Inácio
Sendo uma sociedade de economia mista, o Banco do Brasil, a concorrência no mercado e a exposição da marca no bólido seria muito mais vantajoso na Renault, onde, em tese, existe maior possibilidade de vitória do que na Sauber. A outra questão é: Vale investir mais dinheiro que também é público em um piloto de F1?
Nasr não é Maldonado nem Haryanto. Não precisa depender do governo para conseguir se manter na F1. Evidente que todo patrocínio de empresas é importante (A BB o "banca" desde 2012), mas Nasr tem talento para conseguir algo além. Basta seu empresário Steve Robertson se mexer. A grande desvantagem de ter recusado ser piloto Red Bull é essa. Do contrário, Nasr estaria tranquilo na Toro Rosso, assim como poderia já estar fritado por Helmut Marko.
Enfim, o teor da conversa foi buscar apoio político ou financeiro? Qual seria o trunfo que Nasr e seu staff teve em mente? O fato de ambos terem descendência libanesa? Única alternativa para dar um passo à frente na carreira? Perguntas que ficam no ar e só o tempo pode responder...
3 títulos mundiais, 5 vice-campeonatos e 3 terceiros
lugares. 803 GPs disputados. 58 vitórias, 188 pódios, 46 pole positions, 44
voltas mais rápidas e 4142 pontos. Esse é o currículo de Jenson Button,
Fernando Alonso e Felipe Massa juntos. Os três serão o tema do post de hoje.
Depois de analisarmos o futuro dos jovens pilotos, agora é hora de projetar o
que virá pela frente na carreira desses três dinossauros da F1. Desconsiderando
Raikkonen, de contrato renovado com a Ferrari para o ano que vem, são os três
pilotos mais experientes do grid, em idade, bagagem e tempo de carreira
(obviamente) na categoria. Sem mais delongas, vamos começar com quem chegou lá
primeiro:
Foto: National Turk
JENSON BUTTON – Voltamos ao longínquo ano 2000. O jovem
Jenson havia recém estreado na Fórmula 3 britânica, onde foi o 3° colocado na
classificação e venceu duas vezes. Recebeu o prêmio de piloto revelação da
McLaren. Foi alçado para a titularidade da Williams após vencer uma espécie de
qualificatória promovida por Frank Williams com o brasileiro Bruno Junqueira,
da Fórmula 3000. Enfim, 16 anos depois, Button conquistou um até então
inesperado título mundial pela também surpreendente Brawn GP. Depois,
transferiu para a McLaren e deu trabalho para Hamilton (o venceu em 2011).
Enfim, diante das dificuldades da Honda e da idade, muita gente quer aposentar
Button. Entendem que é preciso alguém jovem e motivado na McLaren. É verdade
que Button, assim como todo mundo, reclamou da equipe britânica nos últimos
tempos. Como piloto campeão e experiente, é difícil “largar o osso”, e ainda
tem muito mercado nas equipes inglesas. É tratado como uma estrela pela mídia
britânica. Diante da falta de condições de conseguir algo além do que pontuar
com certa frequência pela McLaren, é difícil dizer o que prenderia Button na
F1. Superar o recorde de 326 GPs de Rubens Barrichello e o dinheiro? Certamente.
Por isso, no meu achismo, ele deverá retornar a Williams para encerrar a
carreira onde tudo começou, em no máximo duas temporadas. Claire já demonstrou
interesse, e isso abriria espaço para que Vandoorne finalmente estreasse pela
McLaren no ano que vem, seria bom para quase todos, menos Massa.
Foto: Motorsport
FERNANDO ALONSO – Desde sempre assessorado por Flávio
Briatore, estreou na Minardi em 2001. No ano seguinte, ficou como piloto de
testes da Renault, sendo efetivado na temporada seguinte, onde venceu pela
primeira vez na carreira, tornando-se o piloto mais jovem a realizar tal feito.
O resto da história todo mundo conhece: O bicampeonato em 2005 e 2006, a
transferência para a McLaren em 2007 e a briga de foice no escuro com Hamilton
e Ron Dennis, o retorno à Renault em duas temporadas apagadas (excetuando a
falcatrua da vitória de Cingapura/2008). O espanhol, pelo seu estilo bélico,
tomou muitas decisões erradas na carreira, o que certamente impediu de
conquistar mais títulos e se tornar o “novo Schumacher”. Isso e também um certo
Sebastian Vettel. Depois de cinco anos na Ferrari e três vices, o surpreendente
retorno a McLaren, onde era persona non grata. Ninguém esperava um retorno
pífio da Honda. Esse ano, ao menos,
melhoraram um pouco, mas o motor ainda está abaixo de Mercedes, Ferrari e até
Renault. Alonso é sempre polêmico. Mesmo nessa fase “paz e amor”, onde relembra
a carreira e diz não se importar com a ausência do tricampeonato, qualquer
frase do samurai espanhol ganha um contorno especial. Sempre envolvido em
especulações malucas na Mercedes e o eterno retorno a Renault (seria Alonso um
Nilmar da equipe francesa?). Pode (e deve) seguir na McLaren, voltar à Renault,
tirar um ano sabático ou até se aposentar. Alonso é (ou era, não sei)
considerado o melhor piloto do grid, em uma clara crítica a Vettel e suas
vitórias com o “foguete” Red Bull. Parece ter perdido esse posto para Hamilton.
Entretanto, é difícil saber se o veterano de 35 anos teve uma decaída. O carro
da McLaren não permite que se faça essa avaliação. Alonso deve ficar na
McLaren, apostando em uma ascensão da equipe de Woking para o ano que vem,
quando muda o regulamento. É a última chance de tentar brigar pelo tri. Do
contrário, deve se aposentar em breve. A fênix é uma das maiores personagens da
história da F1, para o bem e para o mal.
Foto: Getty Images
FELIPE MASSA – O mais “moço” em tempo de carreira dentre os
três: Estreia em 2002 na Sauber (Confere AQUI a Saga da Sauber, desde o
início!). Em 2003, ficou parado como piloto de testes da Ferrari. Retorna a
equipe suíça em 2004 e 2005, promovido a Ferrari em 2006 para substituir
Barrichello. Com vitórias e boas atuações, disputou títulos com Raikkonen e
Hamilton. Foi o “campeão dos 28 segundos”.
Na melhor forma da carreira, a molada que quase o matou. Depois da recuperação,
um “faster than you” que, coincidência ou não, acabou com a autoestima e
desempenho do brasileiro na Ferrari, que ficou muitos anos “sustentado” em
razão do tempo de casa e dos serviços prestados. Sai em 2014 e consegue uma boa
vaga na Williams em um novo contexto da F1, com novas regras. A equipe de
Woking voltava a ser competitiva. Fez pole na Áustria, se envolveu em muitos
acidentes, conquistou bons pódios. Foi superado por Bottas e a irregularidade
da carreira ficou evidente nessa fase final de sua trajetória na F1. Nos
últimos dois anos, com o decréscimo de qualidade da Williams, Massa também
caiu, mas suas atuações também foram horríveis. O piloto que reagia no segundo
semestre virou o piloto que começa bem o primeiro e não consegue se manter.
Apenas a experiência pode manter Felipe Massa na F1 em 2017, em virtude da
mudança de regulamento, que necessita de pilotos rodados para passar o feedback
adequado aos engenheiros. Certamente não será na Williams. Nicolas Todt
certamente está trabalhando nos bastidores para encontrar uma boa vaga na F1.
Diante do mercado, sobraram Haas e Renault. Teoricamente, baseado nas notícias
que lemos, é complicado. Todavia, o universo da F1 não reflete o que a imprensa
julga saber. Caso não consiga permanecer na F1, Massa já declarou que gostaria
de ir pra WEC ou Fórmula E. A Stock sempre é uma opção... E a Indy, por que
não? Enfim, torço para estar errado, mas Massa está caminhando para seus
últimos momentos na F1. Tomara que eu erre (sentimentos patrióticos exalando).
Então é isso, você concorda, discorda? Deixe seu comentário!
Semana que vem a F1 está voltando... Pena que as Olimpíadas estão chegando ao
fim L
FALA, GALERA! Tô muito animado e orgulhoso em poder anunciar que a segunda parte do texto sobre o futuro dos jovens pilotos da F1 está em um link diferente!
A galera do Autoracing publicou meu texto na íntegra no site deles :), até tirei print do momento histórico em que minha publicação estava como CAPA do site hahaha (tenho que me achar um pouco, né)
Enfim, sem mais delongas, se você não acompanhou a Parte 1 no blog, você pode acompanhar a Parte 1 + Parte 2 (o famoso "texto completo") no site da Autoracing, clicando AQUI
Com a Fórmula 1 de férias, blog traça um exercício de
futurologia para tentar desvendar o destino dos pilotos para a próxima
temporada. Hoje, começaremos com os pilotos jovens: Estreantes, de pouca idade
que estão e não estão na F1, além da análise do desempenho deles até aqui nessa
primeira parte do ano.
Considerando que Max Verstappen já está com o futuro
garantido na Red Bull pelos próximos dois ou três anos, vamos seguir a lista
com quem está com o futuro indefinido:
P.S: O texto foi finalizado antes do anúncio de Ocon no
lugar de Haryanto na Manor. Vamos lá!
Foto: XP8 Images
VALTTERI BOTTAS: Com
26 anos e rumo à quarta temporada completa na F1 (sem contar 2012, quando andou
bastante com o carro de Bruno Senna nos Treinos Livres), o finlandês já esteve
com melhor fama no paddock. Para muitos, era a bola da vez para ir à Ferrari
substituir Raikkonen no ano passado. Prestes a derrotar seu companheiro de
equipe pela terceira vez, está “invicto” na carreira nesse quesito (também
derrotou Maldonado em sua estreia, na temporada de 2013). Sua queda de
desempenho é fruto da decadência da Williams, que piorou nos últimos anos ao
não conseguir melhorar a aerodinâmica do carro, sendo refém do ótimo motor
Mercedes. O futuro do bom (mas nada espetacular) piloto finlandês é a provável
renovação com a escuderia de Woking e formar parceria com o eterno Jenson
Button. Por outro lado, surge a especulação de que teria recebido uma proposta
da Renault para o ano que vem. Sendo uma equipe de fábrica, o melhor para
Bottas seria rumar para a equipe francesa, se essa proposta de fato existir,
pois eles possuem mais recursos e, portanto, condições de se desenvolver em
relação ao time do simpático Frank e sua filha chefe Claire Williams.
FOTO: NDTV Sports
SÉRGIO PÉREZ: O
mexicano de 26 anos já esteve com a batata muito assada no paddock após a mal
sucedida passagem na McLaren, em 2013 (não por culpa dele). Ainda assim,
recebeu um voto de confiança e rumou para a Force India no ano seguinte.
Enquanto muitos achavam que seria trucidado por Hulkenberg, Checo provou do que
é capaz, voltando aos velhos tempos de Sauber, quando chamou a atenção de
todos. Embora tenha sido derrotado na primeira temporada, a sua evolução é
nítida. Com quatro pódios em três anos,
Pérez conseguiu levar a Force India a feitos incríveis. Parece estar no seu
melhor momento na carreira, depois dos terceiros lugares em Mônaco e Baku, onde
chegou a fazer o segundo tempo na classificação, mas largou em sétimo por causa
de uma troca de câmbio. Suas atuações foram muito elogiadas e foi o “bola da
vez” de 2016 para ir à Ferrari. A nova renovação de Kimi frustrou os planos de
Checo, ex-membro da academia de pilotos da Ferrari. Apesar de Vijay Mallya
confirmar a manutenção do mexicano para o ano que vem, Pérez diz que seu futuro
é incerto. Williams e Renault estão de olho no seu talento. Como escrevi para
Bottas, a oportunidade de crescer em uma equipe de fábrica é tentadora. Aliás,
essa seria uma dupla muito interessante para os franceses: Dois pilotos
regulares, em busca da primeira vitória na carreira e com bastante tempo de
carreira para tentar levar a Renault ao topo no longo-prazo.
Foto: XP8 Sports
CARLOS SAINZ JR: Talvez com o futuro mais “tranquilo” em
relação aos jovens listados nesse texto. Depois de ser batido por Max
Verstappen no ano passado na Toro Rosso, conseguiu melhorar seu desempenho
nessa temporada. É verdade que o bólido evoluiu e o espanhol sofreu (e ainda
sofre) com problemas técnicos provenientes do antigo motor Renault e do
defasado da Ferrari do ano passado. Com a saída de Max, passou a ter seu
trabalho mais percebido pelo paddock, ainda mais quando passou a bater de forma
constante o apático Kvyat. Tal desempenho chegou a chamar a atenção de Ferrari
e Renault, e os taurinos trataram de renovar contrato com o espanhol, que deve
seguir na equipe filial por, no mínimo, mais dois anos. É um bom piloto, mas
dependerá de acontecimentos externos para que, um dia, possa ascender a
equipe-mãe Red Bull.
Foto: The Telegraph
DANIIL KVYAT: Ao contrário de seu companheiro de equipe, seu
futuro é negro na categoria. Talvez nem termine a temporada. Com dois pódios na
Red Bull em duas temporadas, foi do céu
(2° lugar na China) ao inferno (quando bateu duas vezes em Vettel e foi
rebaixado por Helmut Marko). O russo admitiu que perdeu o prazer de pilotar
depois desse episódio, e seus resultados (ou a falta de) comprovam. A sombra de
Pierre Gasly está lhe atormentando no presente e no futuro. Kvyat está
deprimido e depressivo (redundância desnecessária mas achei de bom tom
reafirmar). Se não sair do fundo do poço, seu futuro na F1 estará acabado aos
22 anos de idade e se juntará ao “Hall de Chutados da Red Bull” junto com
Buemi, Klien, Bourdais, Alguersuari (esse inclusive já se aposentou, com 24) e
Vergne. Reage, Kvyat!
Foto: XP8 Images
KEVIN MAGNUSSEN: Também com futuro incerto. Diante de uma
Lotus 2015 travestida de Renault, marcou apenas seis pontos. Apesar de sofrer com as limitações do carro,
muita gente pensa que o dinamarquês é capaz de fazer mais. Mesmo jovem,
teoricamente é o “líder” da equipe nesse ano. Com experiência na McLaren, anda
errando demais, principalmente nos qualyfings (batido em algumas ocasiões por
Palmer) e nas corridas (acidentes que causam punições). Com um carro ruim, será
difícil fazer mais do que está fazendo, mas ainda é pouco para a grandiosidade
que a Renault deseja nesse retorno à F1. Lembrando que ele substituiu Maldonado
de última hora. Sendo realista, dificilmente o dinamarquês permanecerá na F1.
No máximo, talvez como um segundo piloto, mas não como protagonista de uma
equipe grande e com grande capacidade de investimento.
Por enquanto é só pessoal. A Parte 2 sairá em breve! Até mais!
O que a imprensa europeia estava especulando nas últimas semanas se confirmou: Diante da falta de pagamento integral do acordo entre Manor e seus patrocinadores, a equipe finalizou o contrato com o indonésio Rio Haryanto. Em comunicado, a escuderia ressaltou o trabalho do piloto e disse ter convidado o indonésio para ser piloto reserva e pilotar em algumas sessões de treinos livres durante a segunda parte da temporada.
Ao contrário do que muitos pregavam e especulavam, o escolhido para seu lugar não foi Stoffel Vandoorne. Esteban Ocon, francês de 19 anos e piloto reserva tanto da Renault quanto da Mercedes foi anunciado hoje como piloto da Manor até o final do ano. Apesar de jovem, o currículo do francês é robusto: Em 2014, conquistou a F3 Europeia e ano passado foi campeão da GP2. Nos últimos treinos livres, esteve frequentemente treinando pela Renault, além de ter participado dos testes de Silverstone com os pneus de 2017 tanto pela equipe francesa quanto pela equipe alemã.
É uma ótima notícia para a F1. Dois pilotos com talento incrível na mesma equipe. Embora não seja uma de ponta, é ótimo para analisar de perto o verdadeiro talento e potencial dos dois. Em tese, Wehrlein deve levar vantagem pelo fato de já estar habituado ao bólido da Manor, enquanto o francês terá que se adaptar a um carro mais lento e difícil de guiar. Tudo isso com a pressão de ser um estreante em meio a temporada e com grandes perspectivas de ser titular da Renault no ano que vem.
O desafio é muito interessante para Wehrlein. O mundo da F1 poderá ver qual o real talento do alemão. Durante a temporada, largou algumas vezes atrás de Haryanto, considerado "bração", lento e batedor. Evidente que na corrida sobrou e conseguiu até então um ponto histórico para si e a equipe. Com certeza Ocon irá elevar o level de competitividade na equipe, forçando Wehrlein a dar mais de si para provar sua capacidade de pilotagem. Num futuro não tão distante, os dois poderão estar brigando pelo título por Renault e Mercedes (ou ambos nas Flechas de Prata), por quê não? Ah, Ricciardo também começou assim. Estreou em 2011 na Hispania (pior carro do grid) no lugar de Karthikeyan. No ano seguinte, subiu para a Toro Rosso e hoje está na Red Bull. É um caminho que Ocon certamente tentará se espelhar.
Sobre Haryanto: Não fará falta na F1, mas não deixou uma impressão negativa. O fato de muitos alardearem sobre a falta de qualidade do indonésio deu a impressão para os fãs que ele seria um "novo Yuji Ide". Preconceito por ser asiático? Não sei. Pelo que o acompanhei na GP2, era um piloto mediano, não tão bom mas nem tão ruim. Ao menos representou seu país (inédito na categoria) por algumas corridas e, quem sabe, não possa retornar em breve? Equipes pobres sempre necessitam de pilotos pagantes, e na hora do desespero...
Para completar: Ontem fez 30 anos da icônica ultrapassagem de Nelson Piquet sobre Ayrton Senna no GP da Hungria. Nunca é demais acompanhar essa belíssima ultrapassagem. Até!
1 de Agosto de 1976. 40 anos atrás, Niki Lauda disputava o título da F1 com seu rival, o britânico James Hunt, da McLaren. Uma rivalidade de equipes e pilotos com personalidades completamente distintas: O hardworker x O festeiro, e por aí vai. Enfim, naquele final de semana em Nurburgring, o "Inferno Verde", o austríaco liderava o campeonato e largava em segundo, justamente atrás do arquirrival.
Com a chuva caindo no extenso circuito, à época com 23 quilômetros de extensão e mais de 200 curvas, a largada foi adiada em meia hora pois as equipes não sabiam se iriam correr com pneus slicks ou de chuva (o circuito gigante tinha pontos secos e molhados, por isso tamanha incerteza). Depois de completada uma volta, os pilotos viram que era inevitável a opção pelos slicks. Por isso, 14 carros foram para os boxes, incluindo Lauda.
Em uma curva à direita de alta velocidade, a Ferrari do austríaco derrapou e bateu num guard rail. O capacete foi arremessado e o tanque de combustível perfurado. O capacete era da marca AGV, modelo X1. O problema é que ele era diferente das outras marcas. Por exemplo, não havia vários tamanhos para o piloto escolher de acordo com o tamanho da cabeça, mas sim o casco era feito em um único tamanho grande e eles iam colocando espuma no forro conforme ficasse folgado na cabeça, ou retirando se ficasse apertado. Esse capacete não tinha o visto da SNELL (Órgão mundial responsável pelo teste de capacetes de automobilismo) e, no caso do Lauda, muita espuma foi colocada pra ficar firme na cabeça, mas ainda assim, na hora da batida, a espuma se comprimiu e o capacete voou, deixando ele exposto só com a balaclava, que não dá conta de segurar o fogo por muito tempo. (Trecho retirado do comentário do Fabio Henrique, no Fórum da F1 Brasil no VK)
O carro voltou para o traçado em chamas e ainda foi atingido por outro carro. Lauda inalou muita fumaça e como o circuito era muito grande, não havia equipes de resgate e de incêndio por perto. Com isso, os próprios pilotos que realizaram os "primeiros socorros" (entre eles o compatriota Harald Ertl e o britânico Guy Edwards, ambos da Hesketh e o italiano Arturo Merzario, da Wolf-Williams), retirando Lauda do carro. Ele ficou consciente e gritava, urrava a todo tempo, dizendo que estava sendo queimado. A ambulância chegou dez minutos depois e colocou oxigênio nele.
Foto: Auto Guide
Lauda acredita que perdeu o controle do carro em virtude de um nova peça que conectava o braço da suspensão traseira ao bloco do motor, feita em magnésio ao invés de aço, como eram as peças anteriores. Até hoje ninguém sabe o que de fato ocorreu. Enfim, Lauda foi levado primeiramente para o hospital de Adenau, o mais próximo do autódromo. Depois, para um outro especializado em queimaduras e no domingo foi levado para o Hospital Universitário de Mannheim, onde fez tratamento intensivo. Além das queimaduras elevadas na cabeça, mãos e pulsos, Lauda inalou muitos gases tóxicos. Durante o tratamento, o quadro se agravou: A equipe médica liderada pelo Dr. Eike Martin não estava conseguindo reverter o intoxicação. Depois de quatro dias, muitos consideravam como provável a morte do piloto austríaco. Enquanto isso, Enzo Ferrari convidava Emerson Fittipaldi, que estava na Copersucar, para substituí-lo na próxima corrida, na Áustria. O brasileiro recusou.
Um padre foi chamado para dar a extrema unção (ritual católico de despedida) a Lauda. Reza a lenda que ele, ainda entubado, teria expulsado o padre a pontapés. Curiosamente, após a visita do religioso, Lauda voltou a reagir rápido, sempre com muita disciplina e superou o quadro crítico, surpreendendo os médicos. Depois de um tempo, Lauda disse que precisava sair do hospital e correr porque disputava o campeonato ("Ou eu volto logo a correr ou abandono o automobilismo", disse). Enfim, depois de apenas 2 GPs fora (Áustria e Holanda), Niki voltou a correr no GP da Itália, em Monza. Realizou muitos exames e foi liberado pelos médicos. Na corrida, chegou em quarto, ovacionado pelos tifosi. Inacreditável! Depois de pouco mais de 40 dias de um dos acidentes mais graves da história da F1, Niki Lauda estava de volta, firme e forte para buscar o bicampeonato!
Foto: Reprodução
O resultado final acredito que vocês já sabem: A história desse campeonato foi retratada no filme Rush, lançado em 2013 (quem não viu VEJAAAAAAAA!). Na corrida final, no Japão, o acordo era dar uma volta e regressar aos boxes, em razão da forte chuva. Lauda recolheu. Hunt, não. O diretor de prova disse que era necessário largar por causa dos acordos com a TV. Diferentemente do mito que "Lauda abandonou por medo", o austríaco abandonou porque não havia condições de ter corrida. Com isso, Hunt seguiu na prova e foi campeão daquela temporada por um ponto.
Como o próprio disse, Lauda cometeu o maior erro da vida dele: Não ter agradecido Arturo Merzario por tê-lo socorrido no acidente. A reconciliação veio apenas 30 anos depois, quando foi realizado um evento por Bernie Ecclestone em Nurburgring, 2006, relembrando o incidente. Os dois percorreram o local juntos e participaram de um programa especial para a TV alemã.
Esse é o polêmico Niki Lauda, que no ano seguinte foi bi-campeão na Ferrari, se aposentou, voltou a correr e ainda conseguiu o tricampeão em 1984, na McLaren, aposentando-se definitivamente da F1 em 1985. O circuito de Nurburgring só retornou a F1 em 1984, pois passou por uma grande reforma e teve a sua extensão diminuída para cerca de quatro quilômetros. Portanto, Lauda voltou a correr no local onde quase perdeu a vida, mas que acabou matando a morte. Até!
E a maré virou. Hamilton, que vinha de largadas péssimas, resolveu acordar e decidiu, novamente, a corrida na primeira curva. O inglês contou com o fato de Rosberg, também novamente, ter largado muito mal e cair para a quarta posição, de onde não conseguiu sair. Ricciardo e Verstappen largaram muito bem também (destaque para a ousadia e talento do holandês). Vitória número 49 de Lewis, a duas de igualar Prost, e faltando também alguns meses para confirmar o tetracampeonato.
Rosberg mais uma vez mostrou não saber agir diante da pressão e das adversidades. Não conseguiu impor ritmo para brigar com as Red Bulls tendo o melhor carro e, quando finalmente teve a possibilidade de ultrapassar, novamente não fez a curva, espalhou no apex e fechou Verstappen, sendo punido com 5 segundos de tempo nos boxes. Quando o alemão imprimiu um bom ritmo e foi aos boxes, a Mercedes deixou o alemão parado por 8,3 segundos, em um erro no cronômetro manual, que custou caro ao alemão. Rosberg parece não saber jogar. Quando precisa somar pontos, deixa tudo a perder e compromete o seu campeonato. Agora, são 19 pontos atrás de Lewis. A reação parece ser difícil, mas o fato de Hamilton provavelmente trocar uma unidade de potência e ser penalizado dá esperança ao alemão.
Foto: Getty Images
As últimas corridas mostraram claramente que a Red Bull, em condições normais, é a segunda força da F1, salvo corridas que o motor é muito bem exigido, como Spa e Monza. Já ultrapassaram a Ferrari faz tempo, e a tabela de construtores tratou de mostrar essa verdade. Ricciardo conseguiu superar Verstappinho e comemorou muito, até bebendo champagne no sapato (!!!!!). Com a mudança de regulamento, é natural dizer que os taurinos talvez sejam os grandes favoritos para o ano que vem. A Ferrari, por sua vez, parece sem rumo. Encostada como terceira força, com um chefe de equipe pressionado e sem James Allison, o futuro ferrarista é duvidoso, embora Vettel e Arrivabene tratem de despistar. O sinal de alerta está ligado no cavalinho rampante.
Foto: Reprodução
Depois do top-6, destaque para Hulkenberg, o "melhor do resto", seguido de Button (boa corrida!) e Bottas (fazendo o possível), pressionado por Pérez, que largou bem e poderia ter obtido um resultado melhor. Alonso ficou fora do top 12, assim como a Toro Rosso e a Haas. Os brasileiros foram os únicos que abandonaram. Massa levou um toque de Palmer na largada e perdeu rendimento, com o carro danificado, e abandonou na volta 38. Apesar do azar, a fase de Massa é injustificável: Apenas 1 ponto nas últimas 6 corridas. Assim fica difícil permanecer na F1 no ano que vem. Nasr, por sua vez, teve uma ótima largada, subindo para 16°. Entretanto, a Sauber trabalhou mal no seu primeiro pit stop (12,3 segundos) e caiu novamente para as últimas posições. No fim, o carro perdeu potência e abandonou. Nasr faz o que pode, mas o carro não permite muito mais do que isso. Tenho dúvidas se a equipe suíça é o melhor caminho para o brasileiro em 2017.
Agora, a F1 dá uma pausa para as férias de verão na Europa. As fábricas das equipes ficam obrigatoriamente fechadas por 15 dias. A F1 só volta no fim de agosto, no Grande Prêmio da Bélgica, em Spa Francochamps, nos dias 26, 27 e 28 de agosto.
Confira a classificação final do Grande Prêmio da Hungria. Até!