sexta-feira, 6 de abril de 2018

CONTRATEMPOS

Foto: Getty Images
Em um circuito que tem duas sessões, uma de dia e outra que vai escurecendo ao passar do tempo, me parece mais adequado escrever que o segundo treino é o maior importante, por simular a condição de corrida. Sendo assim, é importante salientar a dobradinha da Ferrari no TL2, com Raikkonen 11 milésimos a frente de Vettel. Como o próprio finlandês disse depois dos treinos, "hoje é apenas sexta".

Entretanto, o que chamou a atenção foi um erro bobo da Ferrari, repetindo as presepadas da Haas duas semanas atrás. Uma roda mal fixada fez o #7 parar na pista e custou uma multa aos italianos. Tem certas coisas que só acontecem com o Raikkonen, quando finalmente parece ser competitivo nas pistas novamente. Na Austrália, estava na frente de Vettel e só não brigou pela vitória pelo casual Virtual Safety Car. Dizem que o carro escorrega mais de traseira, o que beneficia o estilo de pilotagem do IceMan e não é como Vettel gosta de guiar suas indomáveis máquinas com nomes femininos.

Foto: Reprodução
A Red Bull andou muito pouco pela manhã. Verstappen relatou problemas de tração e sequer deu uma volta rápida. Ricciardo foi para a pista apenas nos 15 minutos finais e cravou o primeiro tempo, um pouco a frente de Bottas. No TL2, ocuparam a terceira fila, como de sempre. Verstappen foi o mais veloz. A Mercedes foi tímida. Andando com compostos mais duros, ficaram longe dos ponteiros, em relação a diferença de tempos (sobretudo Hamilton). No entanto, como sabemos, é apenas jogo de cena. O modo festa só começa no Q3 e aí a brincadeira acaba.

No pelotão intermediário, a Haas parece manter o destaque. Outra pista veloz e quente, o que vai de acordo com as suas características. Todas esperam (menos os concorrentes, é claro) que dessa vez dê tudo certo nos pit stops. Renault e McLaren seguem com altos e baixos. Alonso disse que a tendência é a equipe de Woking avançar nas próximas etapas. Melhor ter calma. O quinto lugar foi mais fruto do acaso e do talento do espanhol do que méritos do carro. A realidade é brigar no tapa por alguns pontos e uma vaga no Q3.

Foto: Getty Images
Gasly, que já trocou de motor Honda, andou lá na frente, mas não sabemos se é mais uma armadilha dos japoneses. Sauber, Force India e Williams, além da Toro Rosso, brigando fortemente pelas últimas posições. Uma pena para os indianos, vítimas da falta de dinheiro. Pérez e Ocon não merecem passar sufoco contra Strolls e Ericssons da vida, mas antes isso do que a iminente falência do time de Vijay Mallya.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP do Bahrein:



Até!


GP DO BAHREIN - Programação

Um dos mais recentes GPs da Fórmula 1 (começou a ser construído em 2002) o Grande Prêmio do Bahrein começou ser disputado em 2004. Desde 2014, a corrida é realizada de noite, "imitando" Cingapura.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:28.769 (Mercedes, 2017)
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:30.252 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Fernando Alonso (2005, 2006 e 2010) e Sebastian Vettel (2012, 2013 e 2017) - 3x

LIBERTY PRETENDE FAZER MAIS MUDANÇAS NO FORMATO DA F1

Foto: Divulgação
Segundo o jornal alemão "Auto Motor und Sport", a Liberty Media está disposta a fazer mais alterações na estrutura da F1. Depois de mudar o logo e a transmissão, o foco agora é fazer eventos mais curtos, tornando a categoria mais dinâmica e atrativa para buscar mais audiência, sobretudo os jovens.

A ideia seria repetir a Nascar, com a criação de uma "Sprint Race", logo após uma sessão de classificação para definir o grid de largada do dia seguinte. Os treinos livres seriam organizados apenas na sexta-feira, com duração de uma hora. Além disso, a intenção é também introduzir uma inspecção técnica pública, aberta aos fãs, em outra ideia inspirada na Nascar.

Bom, não acho uma boa ideia, a princípio. Se hoje, com a limitação de motores, os carros já andam se poupando e mal conseguem uma ultrapassagem, imagina arriscar ainda mais o equipamento em uma outra corrida, mesmo que curta? E outra: qual seria a diferença das corridas? Os mesmos carros andariam na frente... no que nisso chamaria a atenção do público? Assistir uma corrida que na prática é inútil?


O grande problema da F1 há anos nunca é solucionado: a aerodinâmica e os altos custos, que minam a grande maioria das equipes e tornam o certame cada vez menos competitivo. Se isso não for modificado, não adianta mudar layout, treinos ou até inverter ou sortear o grid. Nada vai dar certo e estarão apenas maquiando a F1, tornando-a mais artificial do que já é.

RICCIARDO NÃO QUER MAGOAR RED BULL

Foto: Divulgação

Nas três principais equipes, ao menos um piloto tem o contrato se encerrando no fim do ano (Bottas, Raikkonen e Ricciardo). O desempenho deles (e dos outros também) irão condicionar as negociações que serão feitas a partir da metade do ano. Apesar de Ricciardo querer definir o seu futuro até o fim do mês, o australiano não quer magoar a equipe onde está há mais de dez anos, quando entrou no programa de pilotos.

- Eu posso até ter mais de uma opção pela primeira vez, o que é incrível, mas quero fazer tudo da maneira correta. Não quero desrespeitar ou deixar alguém de lado. Talvez eu siga meu caminho, mas o que quer que faça, a RBR fez muito pela minha carreira, então seria errado sair e falar mal deles em qualquer que seja o cenário. Acho que é uma coisa minha, não sou esse tipo de pessoa. Eu falo o que penso, mas sempre com respeito - afirmou ao "Motorsport.com.

Recentemente, Vettel disse não se importar em ser parceiro do australiano outra vez na Ferrari, onde já foi especulado. Por outro lado, o chefão Christian Horner disse que está incomodado com as especulações e deseja que quem esteja na Red Bull fique comprometido com a equipe. Uma indireta para Ricciardo, que está frequentemente falando sobre mudar de ares caso a Red Bull não se aproxime da Mercedes nessa temporada.

Ricciardo pode ser disputado para ir para a Ferrari, pois Leclerc pode não estar pronto para uma transição tão radical. Na Mercedes, acredito que Ocon pode ser o bola da vez, mas precisa bater Pérez na Force India. Na Red Bull, Ricciardo sabe que a preferência será de Verstappen. Tantas opções, tantos desafios. O australiano ao mesmo tempo que pode dar as cartas na negociação, também depende de outros interesses das equipes e da própria evolução da Red Bull. Um pilotaço, sem dúvidas, mas que precisa se concentrar na batalha interna contra Max para não ter seu passe diminuído ou posto em cheque. A conferir.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 25 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 18 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 15 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 12 pontos
5 - Fernando Alonso (McLaren) - 10 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 8 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 6 pontos
8 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 4 pontos
9 - Stoffel Vandoorne (McLaren) - 2 pontos
10- Carlos Sainz Jr (Renault) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 40 pontos
2 - Mercedes - 22 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 20 pontos
4 - McLaren Renault - 12 pontos
5 - Renault - 7 pontos

TRANSMISSÃO



terça-feira, 3 de abril de 2018

FLASHBACK BAHREIN

Foto: BMW
Como o tempo passa! O agora noturno GP do Bahrein completa 14 anos no calendário da F1 (em 2011, a edição não aconteceu em virtude dos conflitos da Primavera Árabe na região) e em duas oportunidades foi a abertura da temporada (2006 e 2010). Tradicionalmente a terceira etapa do ano, o circuito barenita é pelo segundo ano seguido a segunda etapa do ano.

O post de hoje é simples: relembrar como foi a corrida no circuito há dez anos atrás.

Depois de Lewis Hamilton vencer na Austrália e Kimi Raikkonen ganhar na Malásia, Felipe Massa chegava pressionado: 14 pontos atrás do inglês, zerado na temporada e com um abandono muito criticado em Kuala Lumpur, quando rodou sozinho enquanto era líder após ter feito uma pole fácil. Os italianos, passionais que só eles, o encheram de críticas.

No Bahrein, onde havia vencido no ano anterior, Massa era novamente favorito. Era proibido errar. Entretanto, mais um imprevisto: Robert Kubica surpreendeu e fez a primeira pole da carreira com uma BMW Sauber que estava ainda melhor do que a de 2007. Coube a Massa largar em segundo, seguido de Hamilton e Raikkonen na segunda fila, respectivamente. Barrichello, penando na Honda, era o 12°. Estreante, Nelsinho Piquet largou em 14°

Na largada, a especialidade da casa: Massa pulou para a ponta tranquilamente e liderou do início ao fim, deixando Kubica em segundo e Raikkonen em terceiro. Hamilton largou muito mal e caiu para nono. Na volta seguinte, ao tentar passar Nelsinho, bateu na traseira do brasileiro e perdeu a asa dianteira, caindo para as últimas posições. Na terceira volta, Raikkonen passou Kubica e a Ferrari assim seguiu sua primeira dobradinha da temporada até o final da corrida. Mostrando a força da BMW, Heidfeld ultrapassou Kovalainen e se posicionou em quarto.

No fim das contas, a corrida terminou assim. Hamilton foi apenas o décimo terceiro. Foi a sexta vitória da carreira de Felipe Massa, a segunda no Bahrein. Na ocasião, Raikkonen saiu do Bahrein líder do campeonato com 19 pontos, seguido de Heidfeld com 16, Kubica e Hamilton com 14 e Kovalainen 11.

Início de temporada é assim: muitas vezes, é tudo diferente do que vai acontecer lá no final. Creio que deve se repetir o que aconteceu em 2017: a consistência da Ferrari vai fazer com que a Mercedes assuma a ponta definitivamente  no final do campeonato.

Foto: Getty Images


Até!


quinta-feira, 29 de março de 2018

UM MÊS PARA SOBREVIVER

Foto: Getty Images
A situação não é novidade. Nos últimos anos, a Force India vem lidando com a crise financeira na equipe. O dinheiro farto que vinha do carismático (porém picareta) Vijay Mallya começou a diminuir. Acusado de evasão, fraude fiscal e lavagem de dinheiro foi preso no ano passado, mas pagou fiança. Os ingleses tentam extraditá-lo para a Índia, onde sonegou bastante grana do governo indiano.

Mesmo assim, os resultados da equipe foram inversamente proporcionais a sua capacidade de investimento. Organizada, com um bom corpo técnico e pilotos competentes ao longo dos anos, em dez anos a Force India saiu do fim do grid para ser a quarta força da F1 nos últimos dois anos. A verdadeira continuação da também carismática Jordan, que conseguiu algumas vitórias e chegou a sonhar com o título de 1999 com Heinz Harold Frentzen.

Com a implementação do Halo e o encarecimento cada vez maior dos custos para sustentar uma equipe, a Force India teve uma queda compreensível de patamar nesse início de temporada. Pérez e Ocon foram apenas 11° e 12°. A quarta força virou a sétima. Pontuar sem os azares dos outros virou tarefa complicada. Mas o pior pode surgir.

As primeiras glórias: pole e segundo lugar de Fisichella em Spa, em 2009. Foto: Getty Images


Desde o ano passado, haviam negociações com um grupo britânico de bebidas energéticas para que fosse assumido as operações da equipe. Tudo estava próximo de um desfecho. Entretanto, não deu certo. Agora, o problema é outro. Bob Fernley, chefão da Force India, tem cerca de um mês para finalizar toda essa situação. Do contrário, a Force India irá acabar.

Ele se diz confiante em um desfecho positivo. Uma outra alternativa, que era antecipar a renda oficial na divisão dos lucros na F1 e premiações, foi vetada pela Williams, que se esforça para ser a equipe mais pau no cu do grid.

Tudo converge para que em 2021 sejam feitas (ou irão tentar) grandes mudanças na F1. Em tudo. Enquanto isso, tudo pode acabar bem antes disso. Vejamos: se a Force India encerrar as operações, teremos a vexatória presença de somente 18 carros (o menor grid de todos). Como consequência, Williams e Sauber passarão a ser as lanternas. Quem vai investir neles? Entende o efeito dominó? Numa visão catastrófica, tudo pode se limitar a 14 carros.

Nos últimos anos, a F1 se assemelha a DTM, onde grandes corporações comandam tudo (leia-se Mercedes, Ferrari e Red Bull). Equipes e pilotos satélites. A maioria das equipes vive grandes dificuldades financeiras. Isso é mais do que um aviso óbvio: que a FIA/Liberty crie condições de tornar a categoria agradável em todos os aspectos para... todos (desculpe a redundância). "Ah mas a Ferrari fica ameaçando sair da F1, Mercedes e Red Bull também". Que saiam. Elas dependem mais da categoria do que o outro. Que criem seu próprio mundinho. Quero ver até onde isso vai dar.

Precisamos de mais Force India, Jordan, Minardi, Lotus, Brabham... ode aos garagistas! Esses sim transmitem a paixão de estar na F1. Que dê tudo certo e isso seja apenas mais um obstáculo superado.

Até!

terça-feira, 27 de março de 2018

O POSTE MIJANDO NO CACHORRO

Foto: Getty Images
Tava com a ideia de escrever sobre a teoria da conspiração e as coincidências envolvendo o abandono das duas Haas que propiciaram a Ferrari de Vettel tomar a frente do GP de Austrália e vencer, numa suposta "semelhança" ao Cingapuragate de 2008 orquestrado por Renault, Flavio Briatore e Pat Symonds.

Isso não faz nenhum sentido. Primeira corrida da temporada, a Haas com um carro bom e com grandes probabilidades de terminar o campeonato na frente de adversários diretos dos italianos como McLaren e Renault e toda a reputação da única equipe estadunidense da F1, além dos pilotos, engenheiros e mecânicos envolvidos. Bom, Cingapura não parecia ter lógica, mas sinceramente vou pagar de inocente e afirmar que não existem relações nesses casos. E isso não será determinante para o título ou não dos ferraristas, pois ficou claro que as flechas de prata estão com a faca e o queijo na mão para o penta de pilotos e construtores.

Escrito isso, vamos ao assunto do post de hoje. Como era de se esperar, a Williams fez uma corrida deplorável. Tem todo um contexto por volta. O FW41 é completamente diferente dos seus últimos quatro predecessores. O primeiro trabalho de Paddy Lowe, com dois inexperientes ao volante, o que aumenta a probabilidade de não saber qual é a real capacidade desse carro.

Foto: LAT Images
Se a postura de Lowe foi proteger os pilotos após os testes em Barcelona, Lance Stroll resolveu chutar o pau da barraca depois da corrida. E quem vai impedi-lo? Afinal, é o dono da equipe. O canadense disse que a Williams "não estava correndo, mas sobrevivendo". Ora, todo mundo sabe que os pilotos são fracos. Sirotkin durou apenas cinco voltas porque uma sacola de sanduíche entrou nas tomadas de ar do carro e superaqueceu os freios. Mesmo assim, esses dois não darão resultados que os ingleses precisam.

Stroll conseguiu terminar atrás do estreante Leclerc com o pior carro do grid. Analisando esse xilique à la Alonso do menino riquinho, a Williams merece tudo isso. Uma equipe tradicional se render a caprichos de pilotos pagantes e ser cobrado por um deles é muito pouco, apenas o início. A Williams merece se ferrar mais. É o poste mijando no cachorro.

A impressão que fica é que estão aguardando apenas a morte do Frank para enterrar de vez a identidade de uma escuderia que já foi tão vencedora, mas que agora se presta a fazer um papel desses na F1.

Até!

segunda-feira, 26 de março de 2018

CAIU DO CÉU

Foto: Getty Images
Depois de cravar uma pole position assustadora para a concorrência, Lewis Hamilton vinha mantendo uma tranquila vantagem de três segundos para Kimi Raikkonen, o segundo colocado. Parecia estar controlando e administrando tudo. Entretanto, a corrida mudou abruptamente quando, de forma inacreditável, as duas Haas, que faziam uma ótima corrida, abandonaram com o mesmo problema: má fixação de uma das rodas logo após o primeiro pit stop. Os americanos provaram que terão um bom ano utilizando praticamente o carro da Ferrari do ano passado, mas perderam pontos importantíssimos na briga pelos construtores. Isso causou um Virtual Safety Car e depois um Safety Car.

Vettel, que era o terceiro, havia alongado a primeira parada e liderava. Hamilton e Raikkonen já tinham feito o primeiro pit stop. Com o VSC, todos tiveram que diminuir a velocidade. Foi aí que o acaso e a oportunidade entraram em ação. Seb aproveitou para fazer a parada e conseguiu voltar a frente de Hamilton. O inglês bem que tentou atacar, mas a turbulência causada por esses carros dificultam as ultrapassagens e Lewis teve que se contentar em chegar em segundo. Vettel venceu na abertura da temporada, uma vitória absolutamente circunstancial e que não condizia com o que estava acontecendo na corrida. Raikkonen foi bem e fechou em terceiro.

A Ferrari sai na frente com importantíssimos 40 pontos no campeonato, de cara. A Mercedes fica com apenas 22: 18 de Hamilton e o péssimo final de semana de Bottas. Bateu no Q3, teve que consertar o carro, largou em 15° e, com dificuldades para ultrapassar, terminou apenas em oitavo, somando quatro pontos. Se esse ano será fundamental para a sua permanência (ou não) na Mercedes, o finlandês começou da pior forma possível.

Foto: Getty Images
Na Red Bull, Ricciardo bem que tentou e fez o possível, mas não foi dessa vez que ele conseguiu um pódio em casa. Certamente teria seu trabalho facilitado se não fosse a autoritária punição da FIA. Foi um dos poucos a conseguir ultrapassar no circuito, ao contrário de seu companheiro de equipe, que não o fez. Verstappen perdeu posição para Magnussen na largada e, ao tentar ultrapassá-lo, rodou e caiu para oitavo. Ganhou as posições dos americanos, mas foi superado por Alonso, nos mesmos moldes de Vettel, e foi incapaz de ficar além da sexta posição. Esses tipos de erros ficam cada vez mais intoleráveis para quem deseja brigar pelo título em breve.

Ah, Fernando Alonso. A Fênix voltou. Pela primeira vez em quatro anos o espanhol conseguiu completar a prova de abertura da temporada. Bastou um motor Renault, um pouquinho melhor, para que aprontasse das suas. Vandoorne, em nono, contribuiu para que em apenas uma corrida a McLaren já marcasse 12 pontos. Tudo bem que poderiam ter sido bem menos em virtude da barbeiragem da Haas, mas para quem marcou só 17 em 2017 inteiro... as perspectivas de melhoras são muito boas. Dá para sonhar com um pódio? Só se a confiabilidade permitir.

Foto: Mark Thompson/Getty Images
A Renault fez seu papel: Hulkenberg em sétimo e Sainz em apenas em décimo. A questão é que não se esperava uma diferença tão grande em relação a Haas. Entretanto, se não fosse o VSC, poderia estar ocupando a posição de Alonso. O equilíbrio é muito grande e a disputa entre esses dois pilotos de nível parecido promete trazer boas consequências para os franceses. A Force India, sem dinheiro, nem com o acaso conseguiu pontuar. Entretanto, chama a atenção a superioridade tão grande de Pérez diante de Ocon. E o resto...

Bem, a Williams está enrascada. Com dois pilotos ruins (estou sendo injusto: não deu para ver qual é a do Sirotkin ainda), será difícil ter boas notícias. Stroll conseguiu terminar atrás do Leclerc de Sauber. E a Honda, mais do mesmo. Render com potência minimamente competitiva são outros quinhentos. É o trio dos lanternas da F1.

A vitória de Vettel veio por acaso. Ainda bem. É bom criar essa aura de disputa e competição, mesmo que nós saibamos que ela seja mentirosa. Entretanto, ao menos pode servir para evitar que Hamilton seja penta em agosto ou setembro talvez. Faltam vinte corridas e muitos acasos irão acontecer por aí.

Confira a classificação final do Grande Prêmio da Austrália:


Até!


sexta-feira, 23 de março de 2018

CHINELADAS

Foto: Getty Images
A F1 voltou, senhoras e senhores! Lewis Hamilton já mostrou quem manda e liderou os dois primeiros treinos livres, seguidos pela Ferrari e pela Red Bull. A grande questão é que as três equipes ora estavam próximas, ora distantes. É uma questão que saberemos a realidade apenas no Q3, com amplo favoritismo das flechas de prata, sobretudo do atual campeão.

Nunca um piloto australiano conseguiu um pódio na corrida realizada em seu país. As coisas começam a se complicar para o sorridente Ricciardo. No segundo treino livre, durante uma bandeira vermelha causada por um fio solto na linha de chegada, o australiano excedeu a velocidade limite para esse tipo de situação e foi punido pela FIA com a perda de três posições no grid de largada. Foi um erro na leitura do painel do volante que causou essa infração para o #3, que por conta disso teve a pena reduzida. Diante do equilíbrio existente entre austríacos e italianos, uma posição de largada ruim pode comprometer a corrida de Ricciardo. Bom para a Ferrari e para Verstappen.

Como não poderia deixar de ser, todo mundo viu claramente a porcaria estética que é o Halo. As onboards ficaram horríveis, é triste de se ver. Na câmera "normal", esse artefato na frente do cockpit muitas vezes impede o rápido reconhecimento do piloto em questão. Depois eu volto para esse assunto.

Foto: Reprodução
 A grande expectativa era saber como a McLaren iria se comportar. Para variar, um problema na exaustão do MCL33 fez Alonso e Vandoorne andarem muito pouco. Entretanto, quando conseguiram ir para a pista, marcaram bons tempos - entre os 10 primeiros. A Fênix já disse que a evolução do carro se dará durante a temporada e que é improvável até mesmo completar a corrida desse fim de semana. Por enquanto, isso é um tapa na cara de todos nós que apenas culpávamos a Honda nesse processo todo.

Voltando para o Halo. O artefato é feio mas abriu oportunidades extraordinárias para o marketing. Na semana passada, uma marca de chnelos anunciou acordo com a McLaren. Agora, a grande novidade: a Force India (que manterá esse nome durante o ano) terá em algumas corridas o patrocínio da Havaianas. Sensacional! Se lançarem um chinelo rosa personalizado da equipe eu compro, viu? Ou até mesmo um laranja papaia da McLaren... Taí a utilidade do Halo. Menti?

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Para finalizar: parece que Haas e Renault brigam pelo posto de quarta força com a McLaren, que fica um pouco para trás nesse início de ano pela falta de confiabilidade em seus equipamentos. Toro Rosso parece estar segura no pelotão intermediário, enquanto Force India, Williams e Sauber parecem ser as mais fragilizadas no momento, por diferentes motivos. Veremos como as coisas se desenrolam.

Confira a classificação dos primeiros treinos livres do Grande Prêmio da Austrália:



Até!