quarta-feira, 8 de março de 2017

BARCELONA, DIA 5 - RESISTÊNCIA

Foto: MotorSport

Se na semana passada a Williams foi centro das atenções de forma negativa pelos acidentes de Stroll, dessa vez a equipe de Glove está no noticiário pelo ótimo e surpreendente dia de Felipe Massa a bordo do FW40. O brasileiro não só fez a melhor volta do dia (1:19.726) usando os pneus supermacios como também andou incríveis 168 voltas, cerca de 2,5 GPs da Espanha, mesmo número de voltas da Ferrari de Vettel (terceiro, 1:19.906, com pneu macio), que manteve a boa impressão da semana passada. Entre eles, Daniel Ricciardo, apenas seis milésimos mais rápido que o ex-companheiro de equipe, mas com os pneus ultramacios (roxos). Aos poucos, a Red Bull também mostra o seu jogo.

A Mercedes ficou em quarto e quinto, ainda sem se preocupar em ser rápida. Hamilton andou apenas 49 voltas pela manhã, pois teve que substituir o assoalho do carro. Mesmo assim, ficou à frente de Bottas, que andou 86 voltas na parte da tarde (1:20.456 e 1:20.924, respectivamente). O inglês vem de uma série de declarações fortes para a imprensa: primeiro, disse que a Mercedes não era a favorita, e sim a Ferrari. Ontem, afirmou para todos "ficarem de olho na Williams que eles têm muito potencial". Massa, por outro lado, manteve os pés no chão e respondeu: "A Mercedes segue muito à frente das demais". É nesse jogo de despiste e ilusões que as equipes tentam enganar umas as outras.

Foto: Getty Images
Outra equipe que andou muito bem foi a Force India. Esteban Ocon acumulou ótimas 142 voltas, ficando em sexto. Outra coisa que deu para perceber nos treinos serão a dificuldades do carro em ultrapassar. Massa prevê corridas com menos trocas de posições. Ele virava cerca de um segundo e meio mais rápido que a Sauber e não conseguiu se livrar do carro azul. Seguir muito de perto o carro gera perda de pressão aerodinâmica. Isso, aliado a pistas travadas, irão gerar corridas monótonas e modorrentas, iguais as dos anos 2000, quando praticamente só existiam ultrapassagens nas estratégias dos boxes.

Haas e Toro Rosso conseguiram rodar boa quilometragem, mas os tempos não foram tão satisfatórias. Diante das dificuldades que enfrentam, o potencial de seus carros ainda são uma incógnita. Magnussen foi o oitavo (1:21.676, 81 voltas) e Kvyat o nono (1:21.743, 83 voltas).

As equipes de fábrica seguem sofrendo: A Renault de Palmer andou apenas 17 voltas e ficou em último na parte da manhã pois o motor do RS17 teve que ser trocado após falhas nos sensores do carro. De tarde, com o ótimo Hulkenberg e com o carro sem problemas, Nico foi o sétimo, com 1:21.589.

Foto: Motorsport
Na rabeira, a Sauber faz o que pode, com um carro de 2016 adaptado para 2017. Wehrlein fez 1:23.336 e Ericsson 1:23.630. Juntos, completaram 100 voltas, sendo 53 para o sueco e 47 para o alemão, que finalmente estreou pela nova equipe.

A McLaren segue com problemas. Aliás, é um pleonasmo. Mais um motor nipônico, o quinto em cinco dias, teve problema após uma falha elétrica. Com o carro recuperado para a parte da tarde, Vandoorne foi o décimo (1:22.537), com 80 voltas. Mais uma vez, os japoneses e Eric Boullier trataram de se explicar para a imprensa. É nítido a irritação da McLaren com a Honda. O futuro da parceria é um grande mistério. Mais uma vez, o motor japonês é frágil, repleto de problemas e sem confiabilidade, o pior entre as quatro fornecedoras de unidade híbrida da F1. O retorno da Honda foi anunciado em 2013. Foram quase dois anos para desenvolver um bom trabalho e, por teimosia dos asiáticos em não trabalharem em conjunto com o pessoal de Woking, a McLaren demorou muito tempo para melhorar minimamente. Agora, parece que a situação continua ruim. A última boa temporada do time de Woking foi em 2012. Até quando a McLaren irá continuar no fundo do grid? "Acabou a pas"

Confira a classificação do quinto dia de testes da pré-temporada em Barcelona, na Espanha. Prometo postar o sexto dia o mais rápido possível.


Até!

sexta-feira, 3 de março de 2017

SURPRESAS E DECEPÇÕES

Foto: Reprodução
A F1 começou na semana de Carnaval. Em virtude de curtir a folia (e também minha última semana de férias), não consegui fazer os tradicionais posts com o resumo de cada dia. Para contornar essa situação, farei o inverso: um post com um grande resumão e análise do que ocorreu nesses primeiros quatro dias de testes tradicionais em Barcelona.

Foto: Getty Images
Começando com a Ferrari, mais uma vez a grande sensação da primeira semana de testes. Blefe ou empolgação? Eis a questão. De acordo com os relatos dos profissionais de imprensa que acompanham os carros in loco, o SF70-H parece ser um carro bem nascido, para surpresa de todos. Com uma equipe de funcionários inexperientes (nomes como Mattia Binotto e Simone Resta) na F1 e tendo que lidar com a pressão do cavalinho rampante. Com Raikkonen (2x) e Vettel, a Ferrari liderou três dos quatro dias. Por outro lado, diferentemente dos últimos anos, o lema é "pés no chão, nada de se iludir". A Ferrari se anima de forma comedida para evitar frustrar a expectativa de seus torcedores. Entretanto, por outro lado, a amostragem é acima do esperado até aqui.

Foto: Getty Images
A Mercedes segue soberana. Sempre competitiva e priorizando acumular quilometragem para entender o carro e pensar em novas soluções para os próximos testes, os alemães foram o que mais andaram, apesar de alguns contratempos pontuais. Bottas, recém chegado, fez o tempo mais rápido dessa semana (1:19.705), que inclusive superou o recorde da pista, que pertence a Rubens Barrichello. O finlandês também passou por um susto durante a semana, quando rodou e quase bateu. Ainda buscando adaptação ao novo time, Bottas confessa que vai evoluir bastante na equipe, e precisa mesmo se quiser fazer frente a Lewis Hamilton. O tricampeão não se destacou nos testes, priorizando o ritmo de corrida e maior conhecimento do W08 ao invés de explorar sua capacidade máxima. Com mais um projeto de excelência, a Mercedes segue como favorita e grande expoente para o campeonato de 2017, não só com o carro em si, mas também com o potente motor alemão.

Foto: Motorsport
Na Williams, o esperado. Com carros mais largos, pesados e cinco segundos mais velozes que o do ano passado, a tarefa de domar esse monstro ficou cada vez mais difícil, mostrando que não é para qualquer um. Se tratando de Lance Stroll, não é novidade nenhuma as duas rodadas e a batida que danificou o chassi e impediu Massa de treinar hoje. Mesmo assim, os resultados da Williams nos primeiros dias foram de razoáveis para bons, até acima das minhas expectativas. Com a mudança de regulamento, que permite uma tocada agressiva quase constante, Massa pode se beneficiar e conseguir bons resultados durante a temporada. Stroll, por outro lado, é a contrapartida de Claire pelo vasto dinheiro do Sr. Lawrence e os descontos da Mercedes pelo uso do motor para a saída de Bottas... Certamente o jovem canadense irá evoluir, mas não acredito que seja muito melhor que isso.

Foto: Motorsport
Mais um vexame à vista para a McLaren. Nos dois primeiros dias, o time de Woking pouco ou mal andou. Alonso chegou a apenas fazer uma volta de instalação antes de recolher e perder um dia todo de trabalho, vítima de problema no motor Honda. Vandoorne também sofreu no dia seguinte. Visivelmente irritado, o espanhol das astúrias começa a seriamente ponderar se o melhor a fazer é a aposentadoria no final da temporada. Afinal, dinheiro e sucesso não faltam. Será que ainda vale a pena se sujeitar a correr no fim do grid a espera da evolução de um projeto que talvez nem aconteça? Embora nos últimos dois dias os problemas tenham diminuído, a quilometragem ainda é muito pequena, tanto é que a Williams andou mais que a McLaren sem participar da sessão de hoje. O time de Woking está honrando o laranja de Spyker e Arrows. As coisas, a princípio, não parecem muito promissoras.

Foto: Getty Images
Ainda existem dúvidas sobre a Red Bull. Será que elas estão escondendo muito o jogo? Ricciardo teve alguns problemas no primeiro dia. Depois, os taurinos acumularam um pouco mais da metade da quilometragem da Mercedes, por exemplo. A princípio, a prioridade também não é ser rápido. Os tempos foram bem acima das flechas de prata e da Ferrari. Entretanto, essa não é a tendência. Com a construção de novas peças, a Red Bull tem tudo para crescer e melhorar de desempenho já para a corrida inaugural, na Austrália. É o que Max e Ricciardo mais desejam, pois ninguém esperava a Ferrari tão forte nos treinos até aqui. Se é blefe ou não, apenas o futuro poderá responder.

Foto: Getty Images

Ontem, a pista foi molhada artificialmente para que os pilotos pudessem testar os pneus de chuva e os intermediários. A Pirelli admitiu que precisa melhorar os compostos. Essa nova atualização estará disponível no GP da China, o segundo da temporada.

Como confirmado, os carros chegam a ser cinco segundos mais rápidos que os do ano passado. O bólido chega a fazer uma curva cerca de 40 km/h mais veloz, por isso a maior dificuldade em guiar essas máquinas. Para isso, a preparação física dos pilotos será mais pesada para suportar o downforce e o carro com maior peso e esforço para ser "domado".

Foto: Getty Images
Nessa primeira semana, vimos Ferrari e Mercedes fortes; Red Bull ainda sem mostrar plenamente sua força, Force India mantendo o ótimo trabalho do ano passado; Williams aparentemente com o carro bem nascido; Haas, Toro Rosso e Renault apresentam alguns contratempos e estão medianas; McLaren com sérios problemas e desvantagens em relação as demais e a Sauber bem "folgada" na última posição, usando motor da Ferrari do ano passado e até um piloto reserva: o talentoso Giovinazzi no lugar do lesionado Wehrlein.

As equipes já voltam a pista na semana que vem, dos dias 7 a 10 de março (terça a sexta) na segunda e última semana de testes em Barcelona antes da primeira prova da temporada, na Austrália. Tempo suficiente para que novas peças cheguem direto das fábricas para as pistas, buscando a melhora de rendimentos dos carros. Será que veremos novidades na hierarquia da F1?

Até!


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

SAINDO DA JAULA

Foto: Divulgação
Finalmente estamos conhecendo a cara dos novos carros! Seja por apresentações online ou em sofisticados eventos (iguais aos de antigamente, aliás, saudade disso), aos poucos está vindo a tona as novidades tão alardeadas nos últimos meses no design dos bólidos. Em breve saberemos, na pista, o que o novo regulamento irá mudar na disputa, seja a hierarquia das equipes ou comparações com os modelos anteriores e das últimas décadas, principalmente a de 2000.

Farei um review das apresentações que aconteceram desde o início da semana, com a Renault, culminando com a as mais aguardadas: Ferrari e McLaren. Bora conferir (ou conferir de novo!)

RENAULT

Foto: Divulgação
A meta do RS17 é conseguir a quinta posição nos construtores. Com um projeto ambicioso e apostando no médio/longo-prazo, o time de Nico Hulkenberg e Jolyon Palmer colocou preto junto ao amarelo do ano passado, remetendo ao carro de 2010 e também ao de 1977. Aliás, os franceses completam 40 anos de F1 (entre idas e vindas, é claro). Com um novo regulamento e o motor mais potente (confiável? No teste dos 100 km promocionais da Toro Rosso, a unidade motriz francesa deu problema e andou apenas seis voltas), a Renault busca se consolidar na zona dos pontos nesse ano. Com um carro melhor, dinheiro, equipe técnica de fábrica qualificada e o sempre competente Nico Hulkenberg (apesar de Palmer continuar na equipe), os franceses certamente terão uma temporada melhor que a de 2016, mas não sei se ainda assim será possível considerar, no final do ano, um grande avanço.

Renault R30, de 2010. Foto: Getty Images
Renault de 1977. Foto: Renault
FORCE INDIA

Foto: Divulgação

Parece que foi ontem, mas essa será a décima temporada da Force India. Sob o comando do excêntrico, polêmico e procurado pela justiça indiana Vijay Mallya, a equipe busca se consolidar entre as 5 melhores da F1 e manter o excelente quarto lugar conquistado em 2016, melhor resultado da história da escuderia. Vijay também aproveitou para cutucar Cyril Abiteboul, da Renault, que afirmou que as equipes independentes (aka Force India e Haas) iriam sofrer para acompanhar o ritmo das gigantes.

É sabido que a Force India é uma das equipes com maiores dificuldades financeiras do circo. Diferentemente da Sauber, os indianos sabem aproveitar muito bem o pouco dinheiro que tem e conseguem resultados muito acima do que seu orçamento poderia almejar. Sobre o carro: Ele continuou cinza demais. Precisamos de uma F1 mais colorida! Bem que a Force India podia voltar a pintura antiga, com branco e menos cinza/preto. Anyway, o bólido é bonito, mesmo com esse bico gonzo que lembra 2014. Agora, a responsabilidade de ser o líder do time é do mexicano promissor Sérgio Pérez, que a cada temporada evolui mais, agora com o talentoso e jovem francês Esteban Ocon do seu lado, que venceu a disputa com Pascal, mas terá que mostrar resultados quase que imediatos para os indianos.

Foto: Reprodução
Capacete de Ocon. Lembra o do Schumacher, não? Foto: Motorsport
MERCEDES

Foto: Divulgação
A beleza do carro aponta que o tetra de construtores está a caminho. A Mercedes manteve as flechas de prata impecáveis! Segundo informações da imprensa europeia, os alemães irão testar o carro com e sem a barbatana nas sessões de Barcelona. Os atuais tricampeões foram os únicos que não optaram pelo uso de tal artefato até então.

O W08 foi apresentado no circuito de Silverstone, onde Hamilton e Bottas fizeram o shakedown dos 100 km permitido para filmagens publicitárias. O tricampeão, aliás, transmitiu toda a cerimônia através do seu Instagram, e existe um vídeo para visualizar o carro em 360°. Mesmo com a manutenção do cinza predominante, o carro tem mais detalhes verdes e azuis nas laterais (fruto do patrocínio com a Petronas).




Mais uma vez como a equipe a ser batida, a Mercedes surge novamente como grande favorita a dominar o Mundial, com a Red Bull como única real concorrente. O grande desafio para os fãs é saber se Bottas será tão combativo quanto Rosberg contra o inglês, que está ferido com a perda do título no ano passado e vai fazer de tudo, dentro e fora da pista, para dominar o regular finlandês. Bottas terá a grande chance de mostrar e justificar todo seu hype pelo mundo da F1 e por Toto Wolff. Ano que vem Alonso e Vettel deverão estar livres no mercado...

Um fato: os carros estão muito mais largos do que em relação ao passado.

Foto: Reprodução
FERRARI

Foto: Reprodução
Intitulado SF70-H (de Humberto), a Ferrari vem com menos detalhes brancos. Ainda bem, o modelo do ano passado era muito feio. Os italianos também adotaram a barbatana e também uma "miniasa em T", também vista na Mercedes, além das entradas de ar laterais mais agressivas. 

Apesar de ser um carro muito bonito, é muito difícil apostar em um ano positivo para a Ferrari. Com o perfil de curto prazo e sem deixar os projetos evoluírem, Marchionne já cortou várias cabeças do time, como por exemplo James Allison, recém transferido para a Mercedes. Sem continuidade, os italianos deverão ficar atrás de Mercedes e Red Bull, com remotas chances de vitória. Um legítimo desperdício de dinheiro. O presente e futuro do cavalinho rampante é um mistério: deve ser o último ano de Kimi e talvez de Vettel. Com a falta de resultados fruto da não continuidade dos profissionais, a Ferrari deve continuar gastando e contratando "messias", em busca de um dia ser aquela equipe do tempo que tinha Schumacher-Todt-Brawn. Más notícias: isso nunca vai acontecer.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

McLAREN

Foto: Divulgação
Depois de anos com os fãs e malas imaginando e enchendo o saco por uma McLaren laranja, a equipe de Woking finalmente cedeu aos pedidos e apresentou o MCL32, o primeiro com tons alaranjados desde 1971.

Para a decepção dos que ainda acreditam no visual da McLaren, o carro ficou mais parecido com a Arrows, Marussia ou até Spyker do que o imaginário idealizava, que remete aos testes da pré-temporada de 2006. A mudança de cor, nome, acionista e regulamento são indicativos para que a McLaren volte a ser uma equipe vencedora. A última temporada decente foi em 2012 e a parceria com a Honda não engrenou, pelo contrário. Com Alonso e agora o jovem e talentoso Vandoorne, a expectativa é que a McLaren consiga pontuar mais vezes e que o motor japonês seja mais potente e confiável.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Macacões também têm detalhes alaranjados. Foto: Divulgação

Entretanto, o processo da McLaren também é "lento, gradual e seguro", como o da Renault. Apenas a continuidade e o forte investimento em todas as áreas da equipe que fará com que ambas possam voltar aos tempos de protagonista. Por enquanto, o caminho é longo e a desvantagem para Mercedes e Red Bull é imensa. Quem sabe essa distância comece a diminuir em 2017?

Só há uma maneira de saber: vendo na pista!

MCL32 ou Marussia? Foto: UK2
MCL32 ou Spyker? Foto: Getty Images

Arrows ou McLaren? Foto: Getty Images

Williams (de forma oficial), Haas, Toro Rosso e Red Bull apresentarão seus carros nos próximos dias. Na semana que vem, começam os primeiros testes da pré-temporada, sempre em Barcelona.

Pra você, qual é o carro mais bonito até agora?

Até mais!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O INFERNO ASTRAL DE PASCAL

Foto: Revista Carros e Motores
Quando o jovem Pascal Wehrlein venceu o DTM, competição alemã de carros de turismo, a Mercedes rapidamente o contratou. Desde então, o piloto passou a constantemente participar dos testes da F1, seja pela própria flecha de prata, seja pela Force India. As expectativas em seu redor estavam grandes.

No ano passado, Pascal conseguiu sua primeira chance. Óbvio que a Manor não é o lugar dos sonhos de ninguém mas era o que tinha no momento, graças a um acordo dos alemães com a finada equipe inglesa, que envolveu a cessão dos motores e do piloto da Mercedes. Até então, seria uma oportunidade para ganhar quilometragem, experiência e maturidade em um ambiente tão hostil e competitivo que é a Fórmula 1, sobretudo para esses jovens pilotos oriundos das academias de pilotos das principais montadoras da categoria, como Ferrari, Red Bull, McLaren e Mercedes.

Pascal conseguiu alguns feitos interessantes e improváveis com a Manor, como passar para o Q2 dos treinos classificatórios em algumas oportunidades e ser o autor do único ponto da equipe na F1, feito que só o finado Bianchi conseguiu com a também finada Marussia, "pai" da Manor. Embora também tenha sido batido em alguns treinos pelo companheiro da Indonésia Rio Haryanto, Pascal justificava seu talento até então.

Foto: Motorsport
Até que a temporada europeia chegou, e com ela veio outro membro da academia da Mercedes: Esteban Ocon substituiu Haryanto. Dois prospectos das flechas de prata no mesmo carro, disputando território e futuros cockpits. Com meia temporada de experiência, teoricamente Pascal teria vantagem em relação ao francês. Entretanto, a disputa foi acirrada, e outras portas se abriram.

Com a inesperada ida de Hulkenberg para a Renault, a Force India ficou com uma vaga disponível. A dívida dos indianos com os alemães na questão do fornecimento do motor fez com que a Mercedes tivesse poder de barganha para colocar um de seus pupilos no assento do carro de 2017. Para a surpresa geral, Ocon, com poucas corridas na categoria, foi escolhido em detrimento do alemão. 

O que pode ter causado isso? A telemetria dos dois, que ninguém pode ver a não ser os próprios técnicos e engenheiros de Manor/Mercedes ou foi algo além, como a personalidade de Pascal, tema de várias especulações desde os tempos de DTM? Em um olhar mais distante, pode haver a impressão de uma "injustiça" com Pascal.

Foto: F1Fanatic
Outro fato mais inesperado ainda foi a aposentadoria relâmpago do recém campeão Nico Rosberg. Em uma teoria da conspiração, poderia se pensar que de surpreendente não foi nada e que estava tudo planejado para que Pascal assumisse a vaga da equipe principal, pois é o "piloto número um" da academia da Mercedes e, caso surgisse a oportunidade, era o nome natural a ser escolhido. Afinal, se não for Pascal, pra quê serve a tal academia de pilotos? O que parecia óbvio foi tomando ares de suspense. No fim, Toto Wolff escolheu seu protegido desde os tempos de Williams para substituir o campeão. Ambos possuem características parecidas, é verdade, e no fim foi uma decisão acertada. Um acumulador de pontos por outro, motivado e sedento por poles, vitórias e títulos. E, pela segunda vez em dois meses, Pascal ficou para trás.

Como prêmio de consolação pelo seu "desempenho" na Manor (ou seria o tal do temperamento/ telemetria), parou na Sauber, a pior equipe do grid, em um ambiente novo, onde os donos da equipe suíça são os suecos que bancam Ericsson. Vai ser mais difícil que Haryanto e Ocon (esse último não pela qualidade, mas pelas "preferências", se vocês me entenderem).


No mês passado, na grande brincadeira chamada Race Of Champions que foi realizada em Miami, a zica de Pascal tomou proporções piores (ou seria uma justificativa aos "nãos" que ele levou?): capotou o carro, que tinha um fã e bateu em Massa, que também levava um espectador. O resultado dessa brincadeira? Com dores no pescoço, Wehrlein está fora dos primeiros testes da pré-temporada pela sua nova equipe. 

Pascal: azarado, injustiçado ou simplesmente não está pronto para desafios maiores na F1 (ou as três opções)?

Por falar em pré-temporada, essa semana teremos os primeiros lançamentos dos carros. A Williams se antecipou e mostrou imagens do FW40 na sexta-feira. O modelo não se diferencia dos bólidos das últimas três temporadas. Hoje, foi a vez da Sauber lançar o C36, em comemoração aos seus 25 anos na F1. A equipe manteve o azul dos últimos dois anos, mas lembra muito a Carlin, sem o amarelo que representava o patrocínio do Banco do Brasil.

Aí estão as imagens. O resto, com o passar dos dias, irei atualizar aqui. 

CURTINHAS: A Mercedes renovou com Toto Wolff e Niki Lauda até 2020. Caso os alemães não consigam manter a hegemonia existente desde 2014, será que um (ou os dois) serão demitidos?

"A Sauber precisa melhorar", é o que diz a chefe Monisha. Talvez o primeiro passo para isso seja ela pedir demissão, talvez.

Até!

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução




segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O QUE VEM POR AÍ?

Foto: Getty Images
É, eu sei. O blog tá parado, sem vida. Mas também, férias da F1 e da faculdade, preciso aproveitar. O ano será puxado. Entretanto, tudo será diferente a partir da semana que vem.

Na semana que vem, a Sauber será a primeira a lançar o carro da temporada de 2017. Quer dizer, será um carro do ano passado adaptado, com motor Ferrari do ano passado... Enfim, com a falência da Manor (que não foi repercutida aqui e, por consequência a ausência de Nasr no circo da F1), a Sauber está isolada no posto de pior equipe do grid.

Vou falar vagamente de algumas coisas que saíram nas últimas semanas. Aqui o ritmo também é de pré-temporada, vamos com calma.

A McLaren quer caminhar para uma nova era, a pós-Ron Dennis. Depois do afastamento do eterno chefão do time de Woking, o primeiro passo foi mudar a nomenclatura do carro. Intitulado MP4 desde 1981, a McLaren 2017 será chamada de MCL-32. A sigla significa Marlboro Project Four, referências a principal patrocinadora da equipe na época e a equipe de F2 que Ron Dennis dirigia antes de adquirir a McLaren. Aos poucos, os resquícios de Ron são apagados. Jos Capito, dirigente da Wolkswagen nas competições de rali e escolhido a dedo por Dennis, já foi mandado embora pelo novo "chefão", Zak Brown. Realmente não foi uma saída amigável...

Foto: AutoEntusiastas
O gaúcho Matheus Leist, depois de conquistar a F3 inglesa, parecia de malas prontas para a GP3. Entretanto, na última semana ele surpreendeu ao anunciar sua ida para a Indy Lights, defendendo a Carlin na categoria abaixo da Indy. Ele explicou que, apesar de estar mais próximo da Indy, ainda mantém o sonho de um dia competir na F1. O automobilismo europeu está cada vez mais caro, onde quem tem mais dinheiro irá garantir os melhores assentos e oportunidades (vide Lance Stroll) ou será necessário ser membro de alguma academia de pilotos. Embora os Estados Unidos não tenham o mesmo glamour que a F1, o caminho em solo americano e mais sólido e com mais possibilidades para o jovem gaúcho no futuro a médio/longo prazo. Decisão compreensível.

Rumores importantes: Paddy Lowe deverá, de fato, se tornar chefão da Williams e até acionista. Ele vai substituir Pat Symonds, que vai se aposentar no fim do ano. A equipe de Glove também contratou Dave Reading, diretor de operações que estava na McLaren. Com o dinheiro que ganhou na transação de Bottas e no que vai economizar ao não pagar os motores Mercedes, além de Stroll, a Williams tem orçamento para fazer carros competitivos de 2018 em diante.

Foto: Divulgação
A falida Manor divulgou imagens do projeto do carro que estava construindo para esse ano. A primeira impressão que temos e podemos observar é o retorno da "barbatana",  utilizado pelas equipes entre 2008 e 2010. Já se sabia que ela iria retornar, mas não como ela será utilizada. Na foto, o apetrecho não é conectado a asa traseira, como na versão anterior e parece ser menor. A barbatana está de volta pelo mesmo motivo que serviu de base em 2008: em virtude da traseira estar mais baixa, o dispositivo visa proteger a asa traseira do ar turbulento gerado pelo resto do carro.

O lado bom é que finalmente veremos a aparência dos novos carros dentro de 10 dias e todas as dúvidas e mitos serão respondidas. A ansiedade aumenta a cada dia que passa!

Acredito que sairá um novo post quando os carros forem lançados e após a realização dos primeiros testes, em Barcelona. Programe-se com o dia em que as equipes irão lançar os carros:

20/02 - Sauber
21/02 - Renault
22/02 - Force India
23/02 - Mercedes
24/02 - Ferrari
24/02 - McLaren
26/02 - Toro Rosso

Red Bull, Haas e Williams devem lançar em uma cerimônia antes dos carros irem para a pista nos testes da pré-temporada.

Até!

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O REI ESTÁ DEPOSTO

Foto: Sutton Images
A história de Bernie Ecclestone e da Fórmula 1 se confundem. Não existe um sem a presença do outro. Pelo menos até hoje, e em março começaremos a nos acostumar com isso. Presente desde os primórdios quando tentou ser piloto (sem sucesso), passando por dono da vencedora Brabham até virar o grande líder do esporte nos últimos 40 anos, a Era Bernie chegou ao fim.

Bernie foi demitido da empresa em que ele ajudou a construir um império tecnológico, moderno e bilionário. A F1 será eternamente grata a ele, exemplo de liderança, empreendedorismo, carisma (por que não?), administração, marketing, negócios e inovação. Tudo isso formou a F1 de hoje, sinônimo de modernidade e organização (você pode ver o perfil que eu escrevi sobre ele ainda em 2015). Mas...

A fórmula se desgastou. Se o estilo ditatorial e altamente concentrado em si mesmo permitiu o crescimento da categoria nas décadas anteriores, o mesmo não poderia ser dito agora. Com a audiência caindo cada vez mais, a falta de interação com o público jovem e a teimosia na utilização das redes sociais para interação com o público são alguns dos problemas que a F1 e agora a Liberty Media irão enfrentar pela frente. Todas as decisões passavam pelas mãos de Bernie, que com o passar do tempo não se atualizou aos novos tempos e suas ideias ficaram anacrônicas e atrasadas, refletindo no espetáculo da categoria dentro e fora das pistas.

Bernie permitiu a F1 sair do centro europeu para desbravar o "novo mundo" do Oriente Médio, atraindo mais dinheiro e, como consequência, a saída de circuitos tradicionais, diante de valores exorbitantes e fora da realidade, assim como as eternas ameaças de exclusão de outros centros tradicionais (e até de fato, como a Alemanha).

O automobilismo agradece uma vida inteira dedicado aos negócios na F1 e será eternamente grata pelo crescimento financeiro e midiático da categoria nas últimas décadas. Bernie, para o bem e para o mal, é o responsável por tudo positivo e negativo que vemos no circo, e essa impressão pode demorar décadas para ser desfeita, se é que vai ser.

OS NOVOS MANDA-CHUVAS

Foto: Divulgação/Twitter
Esses três homens terão a responsabilidade de tocar a F1 sem Bernie Ecclestone, algo praticamente inédito na história, se considerarmos que antigamente não havia a complexidade existente no mundo atual. 

Começando pela esquerda: Sean Bratches, de 56 anos, será o responsável por gerir os direitos comerciais da F1. Ele trabalhou durante quase três décadas (ou 27 anos) na ESPN americana, trabalhando como vice-presidente de vendas e marketing. Seu desafio será as negociações de transmissões da categoria para além da TV a cabo (em praticamente todo mundo, sendo o Brasil uma das exceções), como na internet, nem que seja gradual, como treinos livres, por exemplo.

O da direita vocês conhecem: Ross Brawn, icônico dirigente campeão por Benetton, Ferrari e pela sua própria equipe, com última passagem pela Mercedes. Irá comandar os direitos esportivos da F1. É um cara bastante experiente, que conhece os bastidores da F1 pela sua longa atuação como dirigente e, consequentemente, conhece a política ardilosa das equipes do circo. A sua grande missão é, assim como Bernie, percorrer os caminhos para não ser dobrado na guerra contra os times e seus chefões. Por ser mais jovem e estar trabalhando até recentemente na Mercedes, Brawn está mais ligado com as inovações tecnológicas, sendo assim uma peça importante para futuras mudanças de regulamento e composição dos carros.

Para finalizar, o bigodudo do meio. É o chefe da porra toda. Chase Carey, presidente e CEO da Liberty Media, grupo que comprou a F1. Ao que tudo indica, em breve eles irão adquirir 100% das ações (hoje possuem 65%), que pertencem a Delta Topco (empresa irmã da F1). A FIA já aprovou os planos da empresa, que foram mostrados aos acionistas na semana passada. O grupo de telecomunicações americano adquiriu a F1 em um acordo de US$ 8,5 bilhões (R$ 27 bilhões). Primeiro, foi comprado a Delta Topco e 18,7% das ações da CVC Capital Partners por US$ 747 milhões em dinheiro. No total, a Liberty Media investirá US$ 4,4 bilhões e assumirá débitos de US$ 4,1 bilhões.

A expectativa de todos é uma mudança de gestão. A mentalidade americana busca mais a competitividade e o equilíbrio entre as forças, ao contrário da visão europeia e da própria F1 desde os primórdios: o desenvolvimento tecnológico dos carros, onde quem não tem dinheiro não terá vez. No mundo de hoje, esses valores precisam ser revistos, pois a F1 não pode ficar refém das montadoras como está hoje. A categoria precisa dar suporte as garagistas. Como era bonito ter Jordan, Minardi, Tyrrell, entre outras no grid. Hoje, vimos apenas Force India, Sauber e Haas nesse conceito, nem tão exato assim. As três possuem dificuldades financeiras. O resto, tirando as tradicionais Williams e McLaren, que também capengam, são montadoras. Diminuir o excesso de regras, tornar as corridas mais interessantes e mais atrativas para a mídia e o público e uma linguagem que chame a atenção dos jovens são alguns dos desafios a serem superados pelo conglomerado americano.

Os americanos já sinalizam com uma proposta para cortar os benefícios da Ferrari, por exemplo. Os italianos recebem uma bonificação anual altíssima por estarem na F1 desde o início, em 1950. Deve existir uma tentativa de negociação. Os italianos, por sua vez, não gostaram e devem, mais uma vez, ameaçar abandonar a categoria. A queda de braço começa por aí... são apenas especulações, mas o novo grupo vai encarar encrencas como essa para manter a F1 como está para depois fazer as melhorias que todos desejam.

Isso me deixa cada vez mais ansioso para o começo da temporada, que sinalizará o início de uma nova era para a F1. Em tempos de de "pós-verdade", amplamente utilizado recentemente e eleita a palavra do ano de 2016, segundo o dicionário Oxford. o "pós-Bernie" irá demorar muito tempo para se ter uma análise conclusiva, onde serão necessárias décadas para definir se o impacto da "nova F1" pode ser comparada ao "mundo de Bernie" e se isso teve mais defeitos do que virtudes. O que resta, agora, é apenas esperar para ver.

Até!


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

VAI E VEM

Foto: Divulgação
Quase um mês de descanso depois, o blog está de volta. Estávamos apenas esperando os anúncios que todo mundo já sabia com um mês de antecedência. Vamos na ordem de importância.

Primeiro, a escolha de Valtteri Bottas para suceder Nico Rosberg na Mercedes. A primeira escolha conservadora do dia. A troca de um piloto que somava muitos pontos, era rápido e constante e com isso aproveitou os erros de Hamilton para ser campeão por outro com características parecidas. Se o finlandês não aparece com frequência nos highlights com grandes ultrapassagens e desempenhos notáveis, também não aparece batendo de forma patética.

A Mercedes quer dois grandes somadores de pontos para garantir o tetracampeonato consecutivo dos construtores. Se Bottas irá brigar pelo título? Terá carro, mas a concorrência é forte dentro da própria equipe e também da Red Bull. É hora de mostrar porque há tanto hype em Bottas, mais um finlandês que correrá em equipe de ponta, com condições de vencer. Keke, Mika, Kimi e agora Valtteri?

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Mudando um pouco o nome do CD do Emicida: O glorioso retorno de quem sempre esteve aqui. Perde o sentido? Foda-se, mas só isso me veio a cabeça. Depois que o favoritismo de Wehrlein esfriou e o nome de Bottas passou a ser o mais ventilado pela imprensa europeia, o retorno de Massa parecia uma pegadinha do João Kléber que passou a ser verdade e apenas foi confirmada hoje.

Outra escolha conservadora. Diante do adolescente Lance Stroll, a Williams optou por um piloto experiente ao invés de fazer outra aposta, até porque a Martini precisa de ao menos um piloto com mais de 25 anos para fazer as campanhas, ações e eventos de publicidade por aí. Com a mudança de regulamento, o feedback de Massa para com os engenheiros e o restante da equipe técnica será importante para definir melhorias diante de um cenário diferente do que era nos últimos três anos. Além disso, deverá passar "dicas" para o bilionário canadense. Aliás, acho até provável que Lance ande a frente de Massa, diante do histórico avassalador e assustador de sua carreira na base... Logo na tão tradicional Williams.

Apesar de perder Bottas, o negócio foi espetacular para a equipe de Grove. Méritos para a ótima negociadora Claire Williams. Apesar da perda do finlandês, a Williams conseguiu motores de graça e terá, provavelmente, a liberação de Paddy Lowe da Mercedes. Como parte de um acordo entre as equipes, alguém que trabalha na equipe técnica de alguma escuderia deve ficar um ano fora para não repassar informações sigilosas para a concorrente. É possível que um acordo seja feito para que se antecipe sua chegada para agora, substituindo Pat Symonds, que está de saída. Lowe decidiu sair da Mercedes porque recusou a proposta de renovação de Toto Wolff, julgando-a pouco vantajosa financeiramente, lhe valorizando pouco.

James Allison deve subsituir Lowe na Mercedes, mas isso não significa que Dirk de Beer, seu parceiro na Lotus e Ferrari, irá também para os alemães. A Williams tem interesse. de Beer + Lowe + Massa + dinheiro de Lance Stroll (R$ 56 milhões) permite ótimas condições para desenvolver o carro desse ano e, principalmente, de 2018. Evidente que faltam essas confirmações, se é que irão correr. No entanto, a realidade é que a Williams está apostando em um piloto inexperiente e em outro praticamente aposentado. Perigoso.

Foto: Autoracing
Preterido pela Force India e pela Mercedes... restou a Sauber. A (por enquanto) pior equipe do grid. Esse foi o prêmio para Pascal Wehrlein depois de pontuar pela Manor. Deve existir algo que jamais saberemos que explique a falta de confiança da Mercedes em seu pupilo (?). Será que ele é tão bom assim? Sua personalidade é um empecilho? Bom, o alemão ficou com a última vaga disponível até aqui na F1 e será companheiro de Ericsson. Ele deve superar o sueco na disputa interna, mas precisará de outros "milagres" para pontuar.

E isso significa, por enquanto, o fim de Felipe Nasr na F1. Por enquanto... O que resta é virar piloto reserva e correr em outra categoria buscando retornar para a categoria em 2018. Sem dinheiro do patrocínio do Banco do Brasil e uma temporada não muito boa impediram a manutenção do brasileiro até na Sauber. No fundo do grid, o dinheiro sempre será prioridade, lembrem-se disso.

Foto: PlanetF1
Por que tanto "por enquanto"? Bom, por enquanto a Manor não existe mais. A equipe decretou falência e espera por compradores para sobreviver. Um dos supostos interessados é Ron Dennis, recém-chutado da McLaren. Ele, juntamente com investidores da Ásia, poderiam adquirir a cambaleante equipe inglesa. Entretanto, o boato esfriou. A tendência é que apenas 20 carros disputem a Fórmula 1 em 2017. Com a distribuição desigual de dinheiro, o futuro será de uma F1 com 3 Ferrari, 3 Red Bull, 3 Mercedes... e tem gente que acha isso legal.

Bom, caso a Manor consiga prolongar sua expectativa de vida, candidatos é o que não faltam para ocupar esse assento: Nasr, Gutiérrez (que até anunciou que irá para a Fórmula E), Maldonado, Haryanto e qualquer outro nome aleatório possível que esteja na sua mente.

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Para finalizar, Frederic Vasseur não é mais chefe de equipe da Renault. Ele confirmou que existiam divergências na forma de gerir a escuderia francesa com Cyril Abiteboul, o outro homem forte da Renault. Dirigente consagrado da ART Grand Prix, da GP2, Vasseur aguarda propostas para voltar ao automobilismo. Isso evidencia a falta de convicção da Renault em seguir seu caminho nesse novo retorno à F1. Em tese, as coisas devem ficar mais fáceis agora, pois não existirá mais divergências internas. Entretanto, quem disse que Abiteboul é o cara capaz de levar a Renault para o caminho das vitórias outra vez? Será que Hulkenberg deu "azar" até nessa escolha de equipe? Os franceses anunciaram que só irão estrear o novo motor no GP da Espanha. Mais um ano mediano, mas menos medíocre do que 2016. E a possibilidade de vazar da F1 está sempre aberta, afinal... É a Renault.

Se a Manor morrer de fato, estes serão os pilotos do Mundial de Fórmula 1 de 2017:

MERCEDES: Lewis Hamilton e Valtteri Bottas
RED BULL: Daniel Ricciardo e Max Verstappen
FERRARI: Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen
FORCE INDIA: Sérgio Pérez e Esteban Ocon
WILLIAMS: Felipe Massa e Lance Stroll
McLAREN: Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne
TORO ROSSO: Carlos Sainz Jr e Daniil Kvyat
HAAS: Romain Grosjean e Kevin Magnussen
RENAULT: Nico Hulkenberg e Jolyon Palmer
SAUBER: Pascal Wehrlein e Marcus Ericsson

Bom, por enquanto é isso. Talvez apareça com alguma série especial ou algo do gênero, mas não se iludam. Até mais!