sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O FUTURO DOS NOVATOS - Parte 1

Foto: Red Bull/Getty Images
Com a Fórmula 1 de férias, blog traça um exercício de futurologia para tentar desvendar o destino dos pilotos para a próxima temporada. Hoje, começaremos com os pilotos jovens: Estreantes, de pouca idade que estão e não estão na F1, além da análise do desempenho deles até aqui nessa primeira parte do ano.

Considerando que Max Verstappen já está com o futuro garantido na Red Bull pelos próximos dois ou três anos, vamos seguir a lista com quem está com o futuro indefinido:


P.S: O texto foi finalizado antes do anúncio de Ocon no lugar de Haryanto na Manor. Vamos lá!


Foto: XP8 Images
VALTTERI BOTTAS:  Com 26 anos e rumo à quarta temporada completa na F1 (sem contar 2012, quando andou bastante com o carro de Bruno Senna nos Treinos Livres), o finlandês já esteve com melhor fama no paddock. Para muitos, era a bola da vez para ir à Ferrari substituir Raikkonen no ano passado. Prestes a derrotar seu companheiro de equipe pela terceira vez, está “invicto” na carreira nesse quesito (também derrotou Maldonado em sua estreia, na temporada de 2013). Sua queda de desempenho é fruto da decadência da Williams, que piorou nos últimos anos ao não conseguir melhorar a aerodinâmica do carro, sendo refém do ótimo motor Mercedes. O futuro do bom (mas nada espetacular) piloto finlandês é a provável renovação com a escuderia de Woking e formar parceria com o eterno Jenson Button. Por outro lado, surge a especulação de que teria recebido uma proposta da Renault para o ano que vem. Sendo uma equipe de fábrica, o melhor para Bottas seria rumar para a equipe francesa, se essa proposta de fato existir, pois eles possuem mais recursos e, portanto, condições de se desenvolver em relação ao time do simpático Frank e sua filha chefe Claire Williams.

FOTO: NDTV Sports
SÉRGIO PÉREZ:  O mexicano de 26 anos já esteve com a batata muito assada no paddock após a mal sucedida passagem na McLaren, em 2013 (não por culpa dele). Ainda assim, recebeu um voto de confiança e rumou para a Force India no ano seguinte. Enquanto muitos achavam que seria trucidado por Hulkenberg, Checo provou do que é capaz, voltando aos velhos tempos de Sauber, quando chamou a atenção de todos. Embora tenha sido derrotado na primeira temporada, a sua evolução é nítida.  Com quatro pódios em três anos, Pérez conseguiu levar a Force India a feitos incríveis. Parece estar no seu melhor momento na carreira, depois dos terceiros lugares em Mônaco e Baku, onde chegou a fazer o segundo tempo na classificação, mas largou em sétimo por causa de uma troca de câmbio. Suas atuações foram muito elogiadas e foi o “bola da vez” de 2016 para ir à Ferrari. A nova renovação de Kimi frustrou os planos de Checo, ex-membro da academia de pilotos da Ferrari. Apesar de Vijay Mallya confirmar a manutenção do mexicano para o ano que vem, Pérez diz que seu futuro é incerto. Williams e Renault estão de olho no seu talento. Como escrevi para Bottas, a oportunidade de crescer em uma equipe de fábrica é tentadora. Aliás, essa seria uma dupla muito interessante para os franceses: Dois pilotos regulares, em busca da primeira vitória na carreira e com bastante tempo de carreira para tentar levar a Renault ao topo no longo-prazo.

Foto: XP8 Sports

CARLOS SAINZ JR: Talvez com o futuro mais “tranquilo” em relação aos jovens listados nesse texto. Depois de ser batido por Max Verstappen no ano passado na Toro Rosso, conseguiu melhorar seu desempenho nessa temporada. É verdade que o bólido evoluiu e o espanhol sofreu (e ainda sofre) com problemas técnicos provenientes do antigo motor Renault e do defasado da Ferrari do ano passado. Com a saída de Max, passou a ter seu trabalho mais percebido pelo paddock, ainda mais quando passou a bater de forma constante o apático Kvyat. Tal desempenho chegou a chamar a atenção de Ferrari e Renault, e os taurinos trataram de renovar contrato com o espanhol, que deve seguir na equipe filial por, no mínimo, mais dois anos. É um bom piloto, mas dependerá de acontecimentos externos para que, um dia, possa ascender a equipe-mãe Red Bull.

Foto: The Telegraph

DANIIL KVYAT: Ao contrário de seu companheiro de equipe, seu futuro é negro na categoria. Talvez nem termine a temporada. Com dois pódios na Red Bull em duas temporadas, foi  do céu (2° lugar na China) ao inferno (quando bateu duas vezes em Vettel e foi rebaixado por Helmut Marko). O russo admitiu que perdeu o prazer de pilotar depois desse episódio, e seus resultados (ou a falta de) comprovam. A sombra de Pierre Gasly está lhe atormentando no presente e no futuro. Kvyat está deprimido e depressivo (redundância desnecessária mas achei de bom tom reafirmar). Se não sair do fundo do poço, seu futuro na F1 estará acabado aos 22 anos de idade e se juntará ao “Hall de Chutados da Red Bull” junto com Buemi, Klien, Bourdais, Alguersuari (esse inclusive já se aposentou, com 24) e Vergne. Reage, Kvyat!

Foto: XP8 Images

KEVIN MAGNUSSEN: Também com futuro incerto. Diante de uma Lotus 2015 travestida de Renault, marcou apenas seis pontos.  Apesar de sofrer com as limitações do carro, muita gente pensa que o dinamarquês é capaz de fazer mais. Mesmo jovem, teoricamente é o “líder” da equipe nesse ano. Com experiência na McLaren, anda errando demais, principalmente nos qualyfings (batido em algumas ocasiões por Palmer) e nas corridas (acidentes que causam punições). Com um carro ruim, será difícil fazer mais do que está fazendo, mas ainda é pouco para a grandiosidade que a Renault deseja nesse retorno à F1. Lembrando que ele substituiu Maldonado de última hora. Sendo realista, dificilmente o dinamarquês permanecerá na F1. No máximo, talvez como um segundo piloto, mas não como protagonista de uma equipe grande e com grande capacidade de investimento.

Por enquanto é só pessoal. A Parte 2 sairá em breve! Até mais!


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

TROCA ESPERADA

Foto: Race Department
O que a imprensa europeia estava especulando nas últimas semanas se confirmou: Diante da falta de pagamento integral do acordo entre Manor e seus patrocinadores, a equipe finalizou o contrato com o indonésio Rio Haryanto. Em comunicado, a escuderia ressaltou o trabalho do piloto e disse ter convidado o indonésio para ser piloto reserva e pilotar em algumas sessões de treinos livres durante a segunda parte da temporada.

Ao contrário do que muitos pregavam e especulavam, o escolhido para seu lugar não foi Stoffel Vandoorne. Esteban Ocon, francês de 19 anos e piloto reserva tanto da Renault quanto da Mercedes foi anunciado hoje como piloto da Manor até o final do ano. Apesar de jovem, o currículo do francês é robusto: Em 2014, conquistou a F3 Europeia e ano passado foi campeão da GP2. Nos últimos treinos livres, esteve frequentemente treinando pela Renault, além de ter participado dos testes de Silverstone com os pneus de 2017 tanto pela equipe francesa quanto pela equipe alemã.

É uma ótima notícia para a F1. Dois pilotos com talento incrível na mesma equipe. Embora não seja uma de ponta, é ótimo para analisar de perto o verdadeiro talento e potencial dos dois. Em tese, Wehrlein deve levar vantagem pelo fato de já estar habituado ao bólido da Manor, enquanto o francês terá que se adaptar a um carro mais lento e difícil de guiar. Tudo isso com a pressão de ser um estreante em meio a temporada e com grandes perspectivas de ser titular da Renault no ano que vem.

O desafio é muito interessante para Wehrlein. O mundo da F1 poderá ver qual o real talento do alemão. Durante a temporada, largou algumas vezes atrás de Haryanto, considerado "bração", lento e batedor. Evidente que na corrida sobrou e conseguiu até então um ponto histórico para si e a equipe. Com certeza Ocon irá elevar o level de competitividade na equipe, forçando Wehrlein a dar mais de si para provar sua capacidade de pilotagem. Num futuro não tão distante, os dois poderão estar brigando pelo título por Renault e Mercedes (ou ambos nas Flechas de Prata), por quê não? Ah, Ricciardo também começou assim. Estreou em 2011 na Hispania (pior carro do grid) no lugar de Karthikeyan. No ano seguinte, subiu para a Toro Rosso e hoje está na Red Bull. É um caminho que Ocon certamente tentará se espelhar.

Sobre Haryanto: Não fará falta na F1, mas não deixou uma impressão negativa. O fato de muitos alardearem sobre a falta de qualidade do indonésio deu a impressão para os fãs que ele seria um "novo Yuji Ide". Preconceito por ser asiático? Não sei. Pelo que o acompanhei na GP2, era um piloto mediano, não tão bom mas nem tão ruim. Ao menos representou seu país (inédito na categoria) por algumas corridas e, quem sabe, não possa retornar em breve? Equipes pobres sempre necessitam de pilotos pagantes, e na hora do desespero...

Para completar: Ontem fez 30 anos da icônica ultrapassagem de Nelson Piquet sobre Ayrton Senna no GP da Hungria. Nunca é demais acompanhar essa belíssima ultrapassagem. Até!


terça-feira, 2 de agosto de 2016

O HOMEM QUE MATOU A MORTE

Foto: Getty Images
1 de Agosto de 1976. 40 anos atrás, Niki Lauda disputava o título da F1 com seu rival, o britânico James Hunt, da McLaren. Uma rivalidade de equipes e pilotos com personalidades completamente distintas: O hardworker x O festeiro, e por aí vai. Enfim, naquele final de semana em Nurburgring, o "Inferno Verde", o austríaco liderava o campeonato e largava em segundo, justamente atrás do arquirrival.

Com a chuva caindo no extenso circuito, à época com 23 quilômetros de extensão e mais de 200 curvas, a largada foi adiada em meia hora pois as equipes não sabiam se iriam correr com pneus slicks ou de chuva (o circuito gigante tinha pontos secos e molhados, por isso tamanha incerteza). Depois de completada uma volta, os pilotos viram que era inevitável a opção pelos slicks. Por isso, 14 carros foram para os boxes, incluindo Lauda.

Em uma curva à direita de alta velocidade, a Ferrari do austríaco derrapou e bateu num guard rail. O capacete foi arremessado e o tanque de combustível perfurado. O capacete era da marca AGV, modelo X1. O problema é que ele era diferente das outras marcas.  Por exemplo, não havia vários tamanhos para o piloto escolher de acordo com o tamanho da cabeça, mas sim o casco era feito em um único tamanho grande e eles iam colocando espuma no forro conforme ficasse folgado na cabeça, ou retirando se ficasse apertado. Esse capacete não tinha o visto da SNELL (Órgão mundial responsável pelo teste de capacetes de automobilismo) e, no caso do Lauda, muita espuma foi colocada pra ficar firme na cabeça, mas ainda assim, na hora da batida, a espuma se comprimiu e o capacete voou, deixando ele exposto só com a balaclava, que não dá conta de segurar o fogo por muito tempo. (Trecho retirado do comentário do Fabio Henrique, no Fórum da F1 Brasil no VK)

O carro voltou para o traçado em chamas e ainda foi atingido por outro carro. Lauda inalou muita fumaça e como o circuito era muito grande, não havia equipes de resgate e de incêndio por perto. Com isso, os próprios pilotos que realizaram os "primeiros socorros" (entre eles o compatriota Harald Ertl e o britânico Guy Edwards, ambos da Hesketh e o italiano Arturo Merzario, da Wolf-Williams), retirando Lauda do carro. Ele ficou consciente e gritava, urrava a todo tempo, dizendo que estava sendo queimado. A ambulância chegou dez minutos depois e colocou oxigênio nele.

Foto: Auto Guide


Lauda acredita que perdeu o controle do carro em virtude de um nova peça que conectava o braço da suspensão traseira ao bloco do motor, feita em magnésio ao invés de aço, como eram as peças anteriores. Até hoje ninguém sabe o que de fato ocorreu. Enfim, Lauda foi levado primeiramente para o hospital de Adenau, o mais próximo do autódromo. Depois, para um outro especializado em queimaduras e no domingo foi levado para o Hospital Universitário de Mannheim, onde fez tratamento intensivo. Além das queimaduras elevadas na cabeça, mãos e pulsos, Lauda inalou muitos gases tóxicos. Durante o tratamento, o quadro se agravou: A equipe médica liderada pelo Dr. Eike Martin não estava conseguindo reverter o intoxicação. Depois de quatro dias, muitos consideravam como provável a morte do piloto austríaco. Enquanto isso, Enzo Ferrari convidava Emerson Fittipaldi, que estava na Copersucar, para substituí-lo na próxima corrida, na Áustria. O brasileiro recusou.

Um padre foi chamado para dar a extrema unção (ritual católico de despedida) a Lauda. Reza a lenda que ele, ainda entubado, teria expulsado o padre a pontapés. Curiosamente, após a visita do religioso, Lauda voltou a reagir rápido, sempre com muita disciplina e superou o quadro crítico, surpreendendo os médicos. Depois de um tempo, Lauda disse que precisava sair do hospital e correr porque disputava o campeonato ("Ou eu volto logo a correr ou abandono o automobilismo", disse). Enfim, depois de apenas 2 GPs fora (Áustria e Holanda), Niki voltou a correr no GP da Itália, em Monza. Realizou muitos exames e foi liberado pelos médicos. Na corrida, chegou em quarto, ovacionado pelos tifosi. Inacreditável! Depois de pouco mais de 40 dias de um dos acidentes mais graves da história da F1, Niki Lauda estava de volta, firme e forte para buscar o bicampeonato!


Foto: Reprodução

O resultado final acredito que vocês já sabem: A história desse campeonato foi retratada no filme Rush, lançado em 2013 (quem não viu VEJAAAAAAAA!). Na corrida final, no Japão, o acordo era dar uma volta e regressar aos boxes, em razão da forte chuva. Lauda recolheu. Hunt, não. O diretor de prova disse que era necessário largar por causa dos acordos com a TV. Diferentemente do mito que "Lauda abandonou por medo", o austríaco abandonou porque não havia condições de ter corrida. Com isso, Hunt seguiu na prova e foi campeão daquela temporada por um ponto.

Como o próprio disse, Lauda cometeu o maior erro da vida dele: Não ter agradecido Arturo Merzario por tê-lo socorrido no acidente. A reconciliação veio apenas 30 anos depois, quando foi realizado um evento por Bernie Ecclestone em Nurburgring, 2006, relembrando o incidente. Os dois percorreram o local juntos e participaram de um programa especial para a TV alemã.

Esse é o polêmico Niki Lauda, que no ano seguinte foi bi-campeão na Ferrari, se aposentou, voltou a correr e ainda conseguiu o tricampeão em 1984, na McLaren, aposentando-se definitivamente da F1 em 1985. O circuito de Nurburgring só retornou a F1 em 1984, pois passou por uma grande reforma e teve a sua extensão diminuída para cerca de quatro quilômetros. Portanto, Lauda voltou a correr no local onde quase perdeu a vida, mas que acabou matando a morte. Até!




segunda-feira, 1 de agosto de 2016

COMEÇANDO A DISPARAR

Foto: AP
E a maré virou. Hamilton, que vinha de largadas péssimas, resolveu acordar e decidiu, novamente, a corrida na primeira curva. O inglês contou com o fato de Rosberg, também novamente, ter largado muito mal e cair para a quarta posição, de onde não conseguiu sair. Ricciardo e Verstappen largaram muito bem também (destaque para a ousadia e talento do holandês). Vitória número 49 de Lewis, a duas de igualar Prost, e faltando também alguns meses para confirmar o tetracampeonato.

Rosberg mais uma vez mostrou não saber agir diante da pressão e das adversidades. Não conseguiu impor ritmo para brigar com as Red Bulls tendo o melhor carro e, quando finalmente teve a possibilidade de ultrapassar, novamente não fez a curva, espalhou no apex e fechou Verstappen, sendo punido com 5 segundos de tempo nos boxes. Quando o alemão imprimiu um bom ritmo e foi aos boxes, a Mercedes deixou o alemão parado por 8,3 segundos, em um erro no cronômetro manual, que custou caro ao alemão. Rosberg parece não saber jogar. Quando precisa somar pontos, deixa tudo a perder e compromete o seu campeonato. Agora, são 19 pontos atrás de Lewis. A reação parece ser difícil, mas o fato de Hamilton provavelmente trocar uma unidade de potência e ser penalizado dá esperança ao alemão.

Foto: Getty Images
As últimas corridas mostraram claramente que a Red Bull, em condições normais, é a segunda força da F1, salvo corridas que o motor é muito bem exigido, como Spa e Monza. Já ultrapassaram a Ferrari faz tempo, e a tabela de construtores tratou de mostrar essa verdade. Ricciardo conseguiu superar Verstappinho e comemorou muito, até bebendo champagne no sapato (!!!!!). Com a mudança de regulamento, é natural dizer que os taurinos talvez sejam os grandes favoritos para o ano que vem. A Ferrari, por sua vez, parece sem rumo. Encostada como terceira força, com um chefe de equipe pressionado e sem James Allison, o futuro ferrarista é duvidoso, embora Vettel e Arrivabene tratem de despistar. O sinal de alerta está ligado no cavalinho rampante.

Foto: Reprodução
Depois do top-6, destaque para Hulkenberg, o "melhor do resto", seguido de Button (boa corrida!) e Bottas (fazendo o possível), pressionado por Pérez, que largou bem e poderia ter obtido um resultado melhor. Alonso ficou fora do top 12, assim como a Toro Rosso e a Haas. Os brasileiros foram os únicos que abandonaram. Massa levou um toque de Palmer na largada e perdeu rendimento, com o carro danificado, e abandonou na volta 38. Apesar do azar, a fase de Massa é injustificável: Apenas 1 ponto nas últimas 6 corridas. Assim fica difícil permanecer na F1 no ano que vem. Nasr, por sua vez, teve uma ótima largada, subindo para 16°. Entretanto, a Sauber trabalhou mal no seu primeiro pit stop (12,3 segundos) e caiu novamente para as últimas posições. No fim, o carro perdeu potência e abandonou. Nasr faz o que pode, mas o carro não permite muito mais do que isso. Tenho dúvidas se a equipe suíça é o melhor caminho para o brasileiro em 2017.

Agora, a F1 dá uma pausa para as férias de verão na Europa. As fábricas das equipes ficam obrigatoriamente fechadas por 15 dias. A F1 só volta no fim de agosto, no Grande Prêmio da Bélgica, em Spa Francochamps, nos dias 26, 27 e 28 de agosto.

Confira a classificação final do Grande Prêmio da Hungria. Até!


sábado, 30 de julho de 2016

PADDOCK AGITADO

Foto: Divulgação
Os holofotes do mundo da F1 estavam ligados no paddock e nas reuniões do Grupo de Estratégia da F1. Para o bem da categoria, foram tomadas decisões sensatas: Primeiro, agora as equipes voltarão a falar no rádio quando quiserem com seus pilotos sem serem penalizados. A exceção é na volta de apresentação e largada, que continua proibido. Faz sentido. Se os pilotos dirigem "naves espaciais", eles precisam ser minimamente orientados em como proceder com determinados fatos e informações. Por exemplo, Rosberg foi punido por tal "conduta" em Silverstone e perdeu três pontos importantíssimos na disputa do campeonato. E se Hamilton for campeão for uma vantagem igual ou menor a essa, como que fica? O campeonato ficaria manchado e/ou sob suspeita por uma regra ridícula que nem deveria existir.

Outra grande notícia é o adiamento do uso do Halo. Inicialmente previsto para o ano que vem, a FIA, juntamente com as equipes e Bernie Ecclestone decidiram suspender a adesão do adereço. Estou sendo um pouco egoísta. Esteticamente, é horrível. Honestamente, não sei se esse "treco" seria o suficiente para salvar vidas, pelo contrário. Automobilismo é um esporte de risco. Agora, se forem seguir nesse caminho, o Aeroscreen parece ser muito mais agradável, tanto esteticamente quanto na "usabilidade".

Outra batalha entre FIA, FOM e equipes são o excesso de punições por qualquer coisa. A F1 tá mimizenta demais. Evidente que deve-se existir regras e elas devem ser cumpridas e respeitadas. Entretanto, não se pode transformar tudo em regra e passível de punição. Quantas disputas fantásticas existiram na categoria anteriormente e hoje seriam consideradas "ilegais" e os pilotos punidos? É ridículo.

Um exemplo são os tais "sensores" colocados nas zebras de determinadas curvas. Quem colocar as quatro rodas fora da linha branca "será investigado e punido". Pois bem, só no primeiro treino livre foram registradas 93 violações de pista, 14 delas de Max Verstappen, que não foi punido, a maioria delas na curva 1. Como escrito em outros posts, é mais fácil colocar a porra de uma brita ao invés de extensas e inúteis áreas de escape, que não oferecem desafio técnico algum para os pilotos, que se dão ao luxo de errar e "escapar" uma que outra vez.

Foto: Reprodução

Os treinos foram bem chatos e constaram o de sempre: Rosberg mais rápido nas duas sessões e favorito para vencer no fim de semana, seguido de Hamilton. Red Bull e Ferrari embolados brigando pelas quatro posições seguintes. McLaren estabelecida, até o momento, como quarta força da F1, brigando com a Force India. Decadência apavorante da Williams. Nasr muito atrás de Ericsson. Problemas? Enfim, pouco a comentar sobre 180 minutos de treinos livres.

Fica o registro dos capacetes "especiais" que Rosberg e Vettel, "donos da casa", utilizarão nesse final de semana:

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
A sexta-feira também foi dia de festa no paddock, especificamente o da McLaren: Aniversário de Fernando Alonso. A Fênix completa 35 anos de idade e comemorou com sua equipe, colegas e amigos de outras escuderias com um bolo. O espanhol, bicampeão mundial e dono de 32 vitórias e 22 pole position é, sem dúvida nenhuma, uma das grandes figuras da F1, para o bem e para o mal.

Foto: Getty Images

Confira os tempos dos treinos livres de sexta do Grande Prêmio da Alemanha:




sexta-feira, 29 de julho de 2016

GP DA ALEMANHA - Programação

O Grande Prêmio da Alemanha (Grosser Preis Von Deutschland) é uma corrida que entrou no calendário da F1 na segunda temporada, em 1951, e ficou de fora do circo apenas quatro vezes: 1955, 1960, 2007 e 2015
Foram utilizados os circuitos de AVUS, Nurburgring (Anel Norte), Nurburgring, Hockenheim antigo e Hockenheim atual. Nesse ano, a corrida será realizada no circuito de Hockenheim.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:13.780 (McLaren, 2004)
Pole Position: Michael Schumacher - 1:13.306 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 4x (1995, 2002, 2004 e 2006)


KVYAT DEVE DEIXAR A TORO ROSSO NO FIM DO ANO

Foto: The Telegraph
A informação é da agência Russa "Izvestia". Depois do rebaixamento da Red Bull para Max Verstappen, o russo não atingiu o desempenho e os resultados esperados por Helmut Marko e Christian Horner. Muito pelo contrário. Ele claramente sentiu o baque e aparentemente seu emocional já era. Foi superado em praticamente todas as corridas pelo seu companheiro de equipe Carlos Sainz Jr.

O candidato natural a substituí-lo é o piloto reserva da Red Bull, francês e líder da GP2 Pierre Gasly. Anteriormente, Marko já havia afirmado que o francês "ainda não estava pronto para F1". A reação na GP2 e o fraco desempenho do russo podem fazer a cúpula dos taurinos mudarem de ideia. Entretanto, a agência ainda noticia uma possível negociação com a Williams para a próxima temporada.

É o melhor para os dois lados a saída de Kvyat. Claramente está abalado e apático com tudo que aconteceu. Aliás, quem não ficaria? É constrangedor ser rebaixado e voltar para Toro Rosso como se nada tivesse acontecido sem sentir nada... Mas o russo precisa se ajudar também: É fundamental mostrar desempenho consistente para chamar a atenção de equipes. Do contrário, é melhor pensar em outra categoria.

É a cadeira elétrica da Red Bull fazendo mais uma vítima...


VANDOORNE PODE SUBSTITUIR HARYANTO AINDA NESTA TEMPORADA

Foto: F1
Informação da imprensa europeia afirma que o piloto reserva da McLaren pode pilotar a Manor após o GP da Alemanha. A dificuldade no pagamento do acordo estabelecido entre a empresa que banca Haryanto e a Manor pode ser um facilitador do negócio. Vandoorne correu o GP do Bahrein nessa temporada após substituir Alonso (vítima daquele acidente na Austrália) e chegou em décimo, marcando um pontinho. Atualmente, disputa a Super Fórmula, categoria do Japão.

Seria legal, um teste tanto para Vandoorne quanto para Wehrlein. Um teste entre as promessas de McLaren e Mercedes, até para ver se o Pascal é tudo isso mesmo. Pelo pouco que vimos, parece ser mediano em treinos, pois Haryanto já largou a frente em algumas ocasiões. Aguardemos para saber se é um boato ou se irá confirmar-se nas próximas semanas.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 192 pontos
2 - Nico Rosberg (Mercedes) - 186 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 115 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 114 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 110 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 100 pontos
7 - Valtteri Bottas (Williams) - 56 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 47 pontos
9 - Felipe Massa (Williams) - 38 pontos
10- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 30 pontos
11- Romain Grosjean (Haas) - 28 pontos
12- Nico Hulkenberg (Force India) - 27 pontos
13- Fernando Alonso (McLaren) - 24 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 23 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 13 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 6 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
18- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 378 pontos
2 - Ferrari - 224 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer- 215 pontos
4 - Williams Mercedes - 94 pontos
5 - Force India Mercedes - 74 pontos
6 - Toro Rosso Ferrari - 53 pontos
7 - McLaren Honda - 38 pontos
8 - Haas Ferrari - 28 pontos
9 - Renault - 6 pontos
10- Manor Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO




quarta-feira, 27 de julho de 2016

O RETORNO DA ALEMANHA

Foto: Enciclopédia F1
Uma nação que tem 11 títulos mundiais e 164 vitórias ficou sem um GP na última temporada. Por problemas financeiros em Nurburgring, Bernie Ecclestone cortou a corrida do calendário. Originalmente acordada para acontecer em anos, Hockenheim volta ao circo nesse ano, mas deseja manter a corrida nas próximas temporadas, em virtude da crise de Nurburgring.

A primeira edição da prova foi realizada em 1970, vencida pelo austríaco e campeão póstumo daquela temporada Jochen Rindt, a bordo da Lotus. Em 1971, a corrida não fez parte do calendário e foi vencida pelo belga Jacky Ickx, da Ferrari. O GP retornou ao circo da F1 apenas em 1977, quando Niki Lauda venceu, de Ferrari.

Jochen Rindt, o primeiro vencedor da corrida em Hockenheim. Foto: Getty Images

Infelizmente, o circuito teve cinco casos de acidentes fatais: Em 1968, o tricampeão Jim Clark faleceu após sofrer um acidente durante uma prova de Fórmula 2. Com isso, foram feitas duas chicanes de cada uma das duas retas longas do traçado, aumentando-o para 21 metros e deixando a pista dividida nas quatro retas mais o complexo do estádio. Quatro anos depois, foi a vez do Neozelandês Bert Hawthorne. Em 1980, duas tragédias: O francês Patrick Depailler e o austríaco Markus Hottinger. Diante disso, o circuito ganhou mais uma chicane (a Bremskurve), na Ostkurve, passando a ter oito metros de perímetro. Além disso, tivemos outros incidentes graves, como o acidente de Didier Pironi em 1982 e diversas capotagens em largadas nas últimas décadas.

O Brasil tem sete vitórias em Hockenheim. A primeira foi em 1981, com Nelson Piquet, na Brabham. Depois, o país alcançou cinco vitórias seguidas: Mais duas de Piquet (1986 e 1987) e três de Senna (1988, 1989 e 1990).









Nos anos 1990, vou destacar o incêndio da Benetton de Jos Verstappen no pit-stop em 1994 e a última vitória da carreira de Gerhard Berger em 1997 pela Benetton, na semana em que perdeu o pai, depois de ficar um mês e meio afastado por uma cirurgia.




A pista sofria muitas críticas por ser muito grande (embora fosse extremamente popular) e o público acompanhar apenas 45 voltas. As arquibancadas no estádio não acompanhavam muita coisa porque as ultrapassagens aconteciam no retão da Floresta Negra. Depois da corrida do ano 2000, a FIA exigiu que o tamanho do circuito fosse diminuído, ameaçando retirá-lo da F1. A última edição da Hockenheim "antiga" foi em 2001. Antes disso, é óbvio que iria postar a histórica vitória de Rubens Barrichello pela Ferrari, saído da 18a posição, a primeira na carreira e a primeira do Brasil desde a morte de Senna.



Em 2002, Hermann Tilke fez o novo traçado para Hockenheim, completamente diferente do traçado anterior. Toda a parte da Floresta Negra foi removida, sobrando apenas a primeira e a última reta. A parte removida foi desasfaltada e replantada com árvores, eliminando a possibilidade de serem usadas. Desde então, muitas críticas de fãs, pilotos e chefes de equipes ao atual traçado. Para mim, Hockenheim de verdade é a que existiu até 2001. 

De 1995 até 2006, eram disputadas duas corridas em solo alemão. O GP em Nurburgring era chamado de GP da Europa ou de GP de Luxemburgo (em 1997 e 1998). A partir de 2007, Nurburgring não sediou mais o GP Europeu, e as duas pistas revezavam na realização do GP: Nurburgring em anos ímpares e Hockenheim nos anos pares. Esse revezamento durou até 2014, pois em 2015 o circuito de Nurburgring não teve condições financeiras de sediar o GP.

Em Hockenheim, foram disputadas 34 provas:
4 vitórias de Michael Schumacher (1995, 2002, 2004 e 2006)
3 vitórias de Fernando Alonso (2005, 2010 e 2012)
3 vitórias de Ayrton Senna (1988, 1989 e 1990)
3 vitórias de Nelson Piquet (1981, 1986 e 1987)
2 vitórias de Gerhard Berger (1994 e 1997)
2 vitórias de Nigel Mansell (1991 e 1992)
2 vitórias de Alain Prost (1984 e 1993)
1 vitória de Nico Rosberg (2014)
1 vitória de Lewis Hamilton (2008)
1 vitória de Juan Pablo Montoya (2003)
1 vitória de Ralf Schumacher (2001)
1 vitória de Rubens Barrichello (2000)
1 vitória de Eddie Irvine (1999)
1 vitória de Mika Hakkinen (1998)
1 vitória de Damon Hill (1996)
1 vitória de René Arnoux (1983)
1 vitória de Patrick Tambay (1982)
1 vitória de Jacques Laffite (1980)
1 vitória de Alan Jones (1979)
1 vitória de Mario Andretti (1978)
1 vitória de Niki Lauda (1977)
1 vitória de Jochen Rindt (1970)

Vitórias por equipe:
11 vitórias da Ferrari
9 vitórias da Williams
6 vitórias da McLaren
2 vitórias da Benetton
2 vitórias da Lotus
1 vitória da Mercedes
1 vitória da Renault
1 vitória da Brabham
1 vitória da Ligier

Vitórias por nacionalidade:
7 vitórias do Brasil
6 vitórias da Alemanha
5 vitórias do Reino Unido
5 vitórias da França
4 vitórias da Áustria
3 vitórias da Espanha
1 vitória da Colômbia
1 vitória da Finlândia
1 vitória da Austrália
1 vitória dos Estados Unidos

Esse foi o resumão da corrida em HOCKENHEIM (não estão contidas as estatísticas de Nurburgring!). Até o próximo post!