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A temporada 2023 já acabou. Fruto da competência da Red Bull
e menos competência das demais no novo regulamento. E ainda teremos mais dois
anos assim até a “nova F1” que vai entrar em vigor a partir de 2026, ainda que
a renovação do Pacto de Concórdia não tenha sido assinada.
Uma das disputas relevantes na queda de braço entre FIA e
Liberty/equipes é a entrada de uma 11ª equipe. Andretti, Hitech e outros
projetos estão interessados. A Liberty e os times não querem porque isso
significa menos dinheiro para eles. A FIA, rompida com o showbiz da F1 a partir
do novo presidente pós-Jean Todt, pensa com carinho.
O que falta para que isso se materialize? Quais os
interesses? Recentemente, tivemos os retornos da Renault e a entrada da Haas.
Antes disso, Caterham, Marussia e HRT naufragaram. Lembram quando tinha 24 carros
no grid de 2010 e 2011? Era fantástico, mas os times novatos ficaram muito para
trás em termos de competitividade.
Isso pode ser um risco, aquilo que o Galvão chamava de
“carro de F2 na F1”, mas considerando o tempo que falta para o novo regulamento
e a competência de nomes experientes no automobilismo como a Andretti (a
compatriota Haas não deixa mentir), a má vontade financeira poderia ficar para
trás em prol do bom senso.
Mais carros, mais pilotos, mais funcionários. Claro, a F1
assinou um compromisso de ser mais sustentável, em diversas práticas. Ter mais
pessoas e, consequentemente, mais gastos não é algo que ajude, mas pensem: a
Red Bull tem 20% do grid, a Alpine/Renault sempre está de vai e vem da
categoria (e já vendeu uma parte das ações para os americanos), a Audi está
chegando e o restante tem déficit, incluindo as equipes grandes.
A conta não fecha para eles, certo, imagina para os novatos.
Claro, é preciso que o projeto escolhido seja sério e coeso, mas a partir daí é
impossível prever qualquer coisa. Esse corporativismo dos times e a burocracia
da Liberty é um contrassenso na história da categoria: garagistas que tinham o
sonho de colocar os próprios carros na pista e fazer a coisa acontecer.
O amor e romantismo não existem mais, o importante são os
likes e o engajamento na série da Netflix. A preocupação é não correr na chuva
ou enfiar um monte de sprint race como se alguém gostasse disso ou achasse o
suprassumo do entretenimento. Pra quê mais carros, afinal?
Nesse lado da situação, torço para que a FIA encontre o bom
senso e faça o que Max Mosley transformou a categoria antigamente: as
montadoras comendo na mão da F1, e não contrário como estamos vendo hoje.
Até!