Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
terça-feira, 24 de outubro de 2023
COMUNICADO
segunda-feira, 23 de outubro de 2023
O SONHO DO PAI
Foto: Getty Images |
De tanto escrever sobre Stroll e os perigos que a
jurisprudência do caso de ascensão dele poderiam proporcionar para o esporte,
ainda olhei para o outro lado.
O óbvio está aí: Stroll está apanhando de Alonso (o que não
é novidade), mas sequer consegue ir para o Q3 depois das férias. No Catar,
estava nervoso, tratou mal a equipe e mal respondia as perguntas da imprensa.
Estava irritado e de saco cheio, aparentemente. Faz parte, ele não deve estar
satisfeito com o próprio rendimento.
No entanto, há meses que surgem notícias de que Stroll vai
abandonar a carreira. Dizem que vai jogar tênis, dizem que cansou da F1. Dizem
que é um pedido da mãe. Dizem que ele pediu para o pai, que não deixou.
Chegamos na figura do texto: o responsável, Lawrence Stroll.
O homem que primeiro comprou uma vaga (Williams) e depois comprou um time para
alocar o filho nem tão talentoso. Um pai que faz de tudo, inegavelmente. Está
investindo pesado na estrutura da Aston Martin para a equipe ser protagonista
no médio prazo. Do contrário, não teria trazido Vettel e depois Alonso. 6
títulos, somente.
Bom, se Lance não quer mais a F1, então é óbvio que Lawrence
pularia fora, certo? Ele é um cara de negócios e bem sucedido, não rasgaria
dinheiro por algo que não fosse a própria família.
Então, diante de todas essas informações e a postura do
filho Lance, fiquei pensando: será que Lawrence e Lance não pode ser o caso do
pai que vive o sonho do filho? Tipo mãe de miss ou pai de jogador, que jogam as
frustrações da juventude na esperança através dos filhos para realizar o que eles
não puderam ou conseguiram?
Bom, a diferença aí é que não se trata de dinheiro, e sim
ambição, projeto de vida. Há negócios, claro, afinal Lawrence é acionista da
Aston Martin e Mercedes e fez o maior investimento por um piloto na história,
desde a base. Não falo somente de comprar vagas e equipes, mas tudo:
equipamentos, estruturas, simuladores, profissionais gabaritados para extrair
alguma coisa de Lance.
Não há talento que justifique a presença no grid. Todos
sabem. Claro, com dinheiro e profissionais infinitos na preparação, é possível
fazer um papel decente ou quase isso. Acontece que Stroll bateu no teto. Não
tem mais a desculpa da inexperiência. Acreditou quem quis.
Quando que o sonho dele ou o do pai vão acabar? Estamos
próximos do fim da jornada ou são apenas devaneios produzidos pela falta de
relevância numa temporada chatíssima? Os dois? O meio do caminho?
Até!
domingo, 22 de outubro de 2023
ASSOALHOS
Foto: Chris Grayten/Getty Images |
Da série "corridas que não vi": campeonato decidido, trabalhando no jogo do Inter (histórico, aliás...). Bom, li que Verstappen venceu, mesmo largando em sexto. Foi melhor na estratégia dos pit stops e mais agressivo nas ultrapassagens, enquanto Norris e Leclerc abriram alas para ele.
Só Hamilton que tentou lutar e se aproximou de Max, mas sem ser o suficiente para vencer. 15 vitórias no ano e 50 na carreira. Impressionante.
Bom, estou assistindo o VT da corrida agora. Está na largada. Antes de começar a escrever, li que Hamilton e Leclerc foram desclassificados por irregularidades no assoalho dos carros.
Segundo o GE, "Hamilton e Leclerc infringiram o artigo 3.5.9.e do regulamento técnico da F1. O texto faz referência à espessura da prancha de madeira no assoalho, que deve ser de pelo menos 10 mm, com tolerância a partir de 9 mm."
Assim, Norris e Sainz completaram o pódio e, entre outras coisas, permitiu que Logan Sargeant pontuasse pela primeira vez na F1. Logo em casa. Que reviravolta.
Enfim, li que McLaren e Mercedes poderiam ter feito estratégias mais ousadas para ganhar e que Hamilton foi prejudicado na estratégia e também em um pit stop. Piastri abandonou, assim Ocon. Destaque também para os bons pontos de Tsunoda e Stroll e o abandono de Alonso. É um fim de ano difícil para a Fênix, que flertou com as vitórias, mas a Aston Martin termina 2023 bem melancólica.
Bom, assistindo ou não, com estratégias, ritmos diferentes e até menos brilhantismo, ainda assim ninguém quer competir com Max Verstappen. E Norris segue flertando com as vitórias, mas sem vencer de fato. Ainda acho que Piastri vai romper o lacre antes dele.
Confira a classificação atualizada do GP dos EUA:
1 - Max Verstappen (RBR)
2 - Lando Norris (McLaren) +10s730
3 - Carlos Sainz (Ferrari) +15s134
4 - Sergio Pérez (RBR) +18s460
5 - George Russell (Mercedes) +24s999
6 - Pierre Gasly (Alpine) +47s996
7 - Lance Stroll (Aston Martin) +48s696
8 - Yuki Tsunoda (AlphaTauri) +1m14s385*
9 - Alexander Albon (Williams) +1m26s714
10- Logan Sargeant (Williams) +1m27s998
11- Nico Hulkenberg (Haas) +1m29s904
12- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) +1m38s904
13- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) +1 volta
14- Kevin Magnussen (Haas) +1 volta
15- Daniel Ricciardo (AlphaTauri) +1 volta
Fernando Alonso (Aston Martin) - ABANDONOU
Oscar Piastri (McLaren) - ABANDONOU
Esteban Ocon (Alpine) - ABANDONOU
Lewis Hamilton (Mercedes) - DESCLASSIFICADO
Charles Leclerc (Ferrari) - DESCLASSIFICADO
Até!
sexta-feira, 20 de outubro de 2023
CUMPRINDO TABELA
Foto: Mark Thompson/Getty Images |
Com o campeonato decidido, difícil encontrar alguma motivação para seguir assistindo a F1 em 2023. Há algumas questões que podem ser interessantes, vamos lá: Max Verstappen vai ganhar tudo até o fim do ano? Alguém vai parar Max e a Red Bull? Teremos alguma surpresa?
Bom, na classificação de agora há pouco, podemos perceber a decadência da Aston Martin. Don Alonso eliminado no Q1, assim como Lance Stroll, como sempre. Isso que as atualizações foram feitas, mas aparentemente não deram resultado... talvez o foco seja 2024 mesmo, mas é o caminho totalmente inverso que a McLaren fez, por exemplo.
Lando Norris ficou no quase de novo. A pole foi de Charles Leclerc, graças a mais um "limite de pista", que tirou a pole de Max Verstappen. Ao menos dessa vez a questão foi resolvida rapidamente e sem constrangimento para os envolvidos. Só isso para brecar a Red Bull.
Ferrari e McLaren muito rápidas, assim como a Mercedes tem boas perspectivas. A Alpine pode incomodar também. Importante lembrar do retorno de Daniel Ricciardo. Tanto tempo parado e agora se recuperando de lesão, vai ser difícil fazer alguma avaliação imediata nesse final de temporada. É evoluir fisicamente e fazer alguns pontos se possível, afinal Liam Lawson conseguiu passando por cima das dificuldades do pior carro do grid.
Nesse clima de fim de feira, vamos ver o que acontece domingo. Com Max largando em quinto, a expectativa é que algumas voltas sejam competitivas até que o tricampeão chegue ao topo. Vamos curtir. Amanhã tem mais uma inesquecível sprint, praticamente no mesmo horário do UFC 294. Imperdível, é claro.
Confira o grid de largada:
Até!
quinta-feira, 19 de outubro de 2023
GP DOS EUA: Programação
O Grande Prêmio dos EUA entrou no calendário da Fórmula em 1950. Até 1960, as 500 Milhas de Indianapólis faziam parte do circo da Fórmula 1. Desde então, o GP foi disputado nos circuitos de Riverside (1960), Watkins Glen (1961-1980), Sebring (1959), Phoenix (1989-1991), Indianapólis (2000-2007) e Austin (2012-).
Em 2020, em virtude do coronavírus, a etapa foi cancelada, retornando para o calendário em 2021.
Foto: Wikipédia |
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Charles Leclerc - 1:36.069 (Ferrari, 2019)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:32.029 (Mercedes, 2019)
Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2007, 2012, 2014, 2015, 2016 e 2017) - 6x
CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 433 pontos (CAMPEÃO)
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 224 pontos
3 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 194 pontos
4 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 183 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 153 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 145 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 136 pontos
8 - George Russell (Mercedes) - 132 pontos
9 - Oscar Piastri (McLaren) - 83 pontos
10- Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos
11- Pierre Gasly (Alpine) - 46 pontos
12- Esteban Ocon (Alpine) - 44 pontos
13- Alexander Albon (Williams) - 23 pontos
14- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 10 pontos
15- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos
16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 6 pontos
17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 3 pontos
19- Liam Lawson (Alpha Tauri) - 2 pontos
CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 657 pontos (CAMPEÃ)
2 - Mercedes - 326 pontos
3 - Ferrari - 298 pontos
4 - Aston Martin Mercedes - 230 pontos
5 - McLaren Mercedes - 219 pontos
6 - Alpine Renault - 90 pontos
7 - Williams Mercedes - 23 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 16 pontos
9 - Haas Ferrari - 12 pontos
10- Alpha Tauri RBPT - 5 pontos
FIA GARANTE MOTOR PARA ANDRETTI
Foto: Indycar |
A ÚNICA ESCOLHA
Foto: Divulgação |
terça-feira, 17 de outubro de 2023
TANTA COISA ERRADA
Foto: Reprodução |
Ao mesmo tempo que a F1 cresce em audiência e no sentido de
espetáculo nos últimos anos graças a entrada da Liberty Media na categoria e a
administração à la Hollywood, essa tentativa de transformar tudo em show também
traz consequências embaraçosas para a F1.
2021 mesmo terminou com um erro humano de Michael Masi, que
passou por cima do regulamento para transformar o fim da corrida de Abu Dhabi
em algo de cinema. Foi tão equivocado que acabou sendo demitido, não só por
isso, mas por uma série de regras e interpretações errôneas nas corridas
durante aquele ano, juntamente com os comissários.
Talvez seja até repetitivo escrever isso aqui, mas temos
novos elementos para mostrar como a F1 está indo por um caminho esportivamente
equivocado. As punições (ou a falta delas), proibição de correr na chuva e
agora casos que ficaram extremos e ridicularizaram a F1 no Catar.
Primeiro: correr num calor desgraçado onde diversos pilotos
passaram mal, vomitaram e/ou quase desmaiaram durante e depois da corrida, no
centro médico. Sargeant desistiu da corrida, por exemplo. Outros diziam que
apagavam nas retas. Enfim, num clima desses, não deveria ter corrida. É colocar
a saúde de todo mundo em risco. Imagina se o cara desmaia na reta e passa reto
na curva?
A outra é o já conhecido limite de pista. Sem zebras ou
britas, a F1 tem que ficar colocando sensor pra ver se o carro fica com as
quatro rodas na pista. Se não, haja punições. Tivemos a questão ridícula de
Piastri e Norris punidos enquanto davam entrevista na classificação de sexta e
a mudança de resultados muito depois do fim da corrida.
É tão simples brita ou zebra? Ah, mas danifica o carro. É
lógico, é por isso que os pilotos não podem errar e são muito bem pagos para
isso, desde que o mundo é mundo. O que não faz sentido é não existir diferença
entre estar ou não na pista.
Aliás, outra punição inútil é o tal dos segundos
acrescentados no fim da prova para o infrator. Parece até uma tática: pega a
Red Bull do Pérez, sai batendo por todo mundo e que as “punições” não vão ser
suficientes para nada, pois o carro é tão mais rápido que os demais que é fácil
fazer mais tempo que a punição imposta pela FIA. Quem se ferra, na verdade, é
só quem teve o carro batido.
Por uma F1 menos artificial, não custa repetir. O presidente
da FIA falou que são situações inaceitáveis e que até ameaçou tirar Catar e
Áustria do calendário se algo não for feito, por exemplo.
O chefão também disse que tem muitas corridas no calendário.
Concordo demais. O problema é que sabemos o que é mais fácil de ser feito para
desinchar o calendário: tirar as corridas tradicionais como Interlagos, Spa,
Suzuka, Monte Carlo e manter aberrações como Miami, Arábia Saudita, Catar,
Holanda, entre tantas outras, porque elas pagam mais e sustentam toda essa
brincadeira.
Bom, pelo menos Spa está garantida por mais dois anos. Vamos
aproveitar enquanto dá tempo, afinal a campanha por vilanizar uma reta curva
(Eau Rouge) é uma das maiores bizarrices que eu já vi na imprensa e nas redes
sociais em muito tempo.
Até!
segunda-feira, 9 de outubro de 2023
MEMBERS ONLY
Foto: Getty Images |
Max Verstappen parecia, desde o início, alguém fadado a ser
diferente. Claro, essa história é antiga e já contei aqui trocentas vezes
porque acompanhamos juntos o surgimento de um talento geracional. Ninguém
estreia na F1 menor de idade sem ser, no mínimo, alguém diferente.
O grande porém de Max nunca foi o talento, mas o
comportamento. Claro, subir para a F1 muito jovem deu ao holandês grandes
responsabilidades e imaturidades naturais para alguém que ainda não era um
adulto.
Teve um tempo que o holandês parecia ainda imaturo e sem
margem para progressão, tanto que até cheguei a escrever sobre Leclerc ser
alguém mais completo, cerebral e equilibrado. Bem, se formos comparar,
Verstappen e Hamilton foram criticados quando jovens pelos mesmos motivos:
muita velocidade e ímpeto e falta de freio (literalmente), pensar melhor as
situações de corridas.
Na temporada onde conquistou o primeiro título, tivemos
alguns resquícios desse jogo duro de Max, mas isso foi suavizado. É evidente
que ele continua o mesmo cara e que estar na frente maquia muita coisa. O que
quero escrever é sobre a maturidade e a forma esplendorosa que vive Max.
Nunca alguém venceu um campeonato de forma tão
assustadoramente fácil. Nem jogando no fácil no modo carreira alguém vence 14
de 17 corridas. Geralmente a gente encerraria o save e partiria para outra, mas
é uma simbiose tão rara e especial que faz a gente refletir.
É evidente que ter o melhor carro é um grande ponto de
influência, mas o bom piloto não vence 14 de 17 corridas em um ano. O bom
piloto não vence aos 18 anos na estreia na Red Bull depois de ter subido
puramente por política e a pressão de perder o talento para outra equipe no
futuro.
Max já chegou no clube dos tricampeões como Ayrton Senna,
Nelson Piquet, Niki Lauda, Jackie Stewart e Jack Brabham. Olha o tamanho desses
caras.
Sim, Max Verstappen chegou no clubinho dos grandes campeões
e dos melhores pilotos de todos os tempos. Qual o tamanho comparado aos outros?
Sei lá, só quando ele se aposentar é que teremos essa dimensão.
Em certo momento, Hamilton parecia uma eterna promessa de um
título só e Sebastian Vettel seria o grande nome de uma geração. Até Alonso era
o “novo Schumacher”. Entenderam?
Mas é inegável o tamanho que o jovem Max Verstappen já tem.
E assusta pensar no que ele ainda pode ser, se a Red Bull permitir (e
provavelmente isso vai acontecer).
Até!
domingo, 8 de outubro de 2023
SEM PALAVRAS
Foto: Clive Rose/Getty Images |
Qualquer coisa escrita sobre o tricampeonato de Max Verstappen é correta. Difícil achar algo ou algum prisma inédito que sirva para coroar o trabalho brilhante de um piloto e de uma equipe.
Gostaria de pontuar algumas situações. Em 2021, foi a questão Masi. Ano passado, a confirmação do bicampeonato veio depois da corrida em uma punição a Leclerc. Agora, o tri vem numa escapada do cada vez pior Pérez numa corrida sprint, num sábado. Max merecia maior reverência do destino para celebrar o ponto final das conquistas, mas é um detalhe menor, talvez.
Patética a FIA com suas ideias de zebras diferentes e limites de pista que não seja uma boa e velha brita. O constrangimento da Pirelli em ter que obrigar os pilotos a pararem nos boxes depois de certo número de vitórias para não repetir Indianápolis é expor uma marca que talvez não queira renovar com a categoria no médio prazo. Por quê não fazer o simples?
Por quê insistir em fazer sprints race e transformar o momento da consagração de um piloto geracional como se fosse uma gincana? Como dar importância a vitória numa sprint se isso não existe?
Enfim, vamos pontuar outras coisas.
A Mercedes saiu de controle na briga igualitária dos dois pilotos. Cada ponto é importante para um time tão regular mas que ainda não conseguiu fazer o grande salto. Hamilton testou alguns limites e dessa vez se deu mal. Pode ser o estabelecimento de uma linha traçada para o futuro esportivo da dupla do carro alemão, mas por sorte Russell ainda assim conseguiu se recuperar. Veremos se isso terá maiores sequelas quando os prateados voltarem ao protagonismo de vitórias e títulos. Como fazer?
Quem deu o grande salto e tem uma dupla de pilotos tão boa quanto a Mercedes é a McLaren. Lindo ver a grande evolução do time que no início do ano era eliminado no Q1. Piastri ainda não está no pico do desempenho, mas mesmo assim já incomoda Norris. Ainda tem um stint inferior, fruto da primeira temporada e a exigência física de um F1 ainda estar debilitando o jovem, mas Oscar responde porque venceu a F3 e a F2 de forma consecutiva e foi disputado a tapa por duas equipes. A Alpine deve se arrepender...
Sainz sequer largou e a Ferrari fica no meio do caminho. Uma corrida de sobrevivência que quase foi abreviada por um raro erro de Alonso, que ainda assim pontuou com a Aston Martin meio de tabela. Trabalho correto de Albon e alguns pontos fundamentais para a Alfa Romeo na briga do fim do grid, e com os dois pilotos ainda!
Pérez, Pérez, Pérez... que ele está de aviso em 2024 é evidente, mas não é possível alguém ter uma queda tão vertiginosa assim na temporada. Ele corre o risco de conseguir a proeza de não ser vice em uma temporada que o carro dele venceu 16 de 17 corridas... 16 de 17! São erros e falta de ritmo inacreditáveis... a gente sabe que a diferença dos pilotos e os estilos de pilotagem adaptados ao carro fazem a diferença, mas isso salta aos olhos até de nós, leigos! Qual o futuro de Checo Pérez daqui sei lá, uns seis meses?
Logan Sargeant é outro que só vai conseguir se salvar se for pela nacionalidade ou um protecionismo corporativista da equipe que o revelou, porque está errando demais, dando chance para o azar.
Max Verstappen: absoluto, imparável e tantos outros adjetivos. Definitivamente já dentro de um clubinho seleto, não apenas de tricampeões, mas dos grandes da história. Sim. Já. Não é empolgação.
Confira a classificação final do GP do Catar:
Até!
sexta-feira, 6 de outubro de 2023
É AMANHÃ!
Foto: Clive Rose/Getty Images |
36 anos depois, a F1 vai voltar a consagrar um campeão em um sábado. O último foi Nelson Piquet, quando Nigel Mansell bateu no treino do Japão e ficou fora da corrida no domingo, o que deu o tricampeonato para o brasileiro.
Pois bem, pro constrangimento ficar maior, Verstappen será tricampeão numa corrida sprint. Basta chegar em sexto. A única forma disso não acontecer é se o holandês bater em todas as corridas e Pérez fazer milagre, mas é difícil saber o que aconteceria antes.
Por exemplo, Verstappen larga na pole, com poucas voltas. Pérez não classificou para o Q3. Aí se tira o nível. Também está cada vez mais constrangedor para Stroll em relação a Alonso. Dizem que o canadense vai desistir da carreira e, como consequência, o papai Lawrence vai passar adiante o controle da Aston Martin. É um desperdício de vaga que nem todo o dinheiro do mundo compensa.
Mais uma vez a F1 teimosa, ao invés de optar pela brita ou algo do tipo, também tirou as zebras e fica com essas linhas idiotas. O resultado? Constrangimento para os pilotos: as McLaren, que eram p2 e p3, foram informadas durante as entrevistas que tinham passado dos limites da pista. Horrível expor os pilotos ao ridículo dessa forma. Assim, a Mercedes é que tem o papel de pelo menos tentar incomodar Max na primeira curva, com Russell e Hamilton.
A Ferrari decepcionou no treino, mas pode ser que consiga reagir na corrida. Sejamos sinceros: o resto é irrelevante.
A F1 aguarda finalmente pelo tri de Max Verstappen. Quanto mais cedo, mais enfadonho será o fim do campeonato. Já dá pra afirmar que o campeonato acaba nesse finde se nada der errado, certo?
É amanhã!
Confira o grid de largada para domingo:
quinta-feira, 5 de outubro de 2023
GP DO CATAR: Programação
O Grande Prêmio do Catar aconteceu pela primeira vez na história em 2021, entrando no calendário de última hora em virtude de arranjos causados pelo Covid-19. A corrida aconteceu no autódromo de Lusail.
Ausente do calendário de 2022 em virtude dos preparativos para a Copa do Mundo, a corrida do Catar retorna em um novo autódromo.
Foto: Wikipédia |
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:20.827 (Mercedes, 2021)
Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:23.196 (Red Bull, 2021)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2021) - 1x
CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 400 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 223 pontos
3 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 190 pontos
4 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 174 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 150 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 135 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 115 pontos
8 - George Russell (Mercedes) - 115 pontos
9 - Oscar Piastri (McLaren) - 57 pontos
10- Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos
11- Pierre Gasly (Alpine) - 46 pontos
12- Esteban Ocon (Alpine) - 38 pontos
13- Alexander Albon (Williams) - 21 pontos
14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos
15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 6 pontos
16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 3 pontos
19- Liam Lawson (Alpha Tauri) - 2 pontos
CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 623 pontos (CAMPEÃ)
2 - Mercedes - 305 pontos
3 - Ferrari - 285 pontos
4 - Aston Martin Mercedes - 221 pontos
5 - McLaren Mercedes - 172 pontos
6 - Alpine Renault - 84 pontos
7 - Williams Mercedes - 21 pontos
8 - Haas Ferrari - 12 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 10 pontos
10- Alpha Tauri RBPT - 5 pontos
CANDIDATO, MAS SEM GARANTIAS
Foto: Getty Images |
QUASE LÁ
Foto: Getty Images |
terça-feira, 3 de outubro de 2023
COBIÇADA
Foto: Getty Images |
O assento de Logan Sargeant na Williams está muito cobiçado
por um motivo simples: é o único lugar disponível para a F1 2024.
Apesar do chefão James Vowles vir a público defender o
garoto e de certa forma indicar que ele vai permanecer no time, ainda não há
uma confirmação oficial. O motivo é simples e até cruel: Sargeant não faz uma
boa temporada.
Quer dizer, o problema vai além disso. Era óbvio que ele seria
superado pelo bom Alexander Albon, o problema é que a discrepância é grande. O
tailandês nascido e criado na Inglaterra marcou 100% dos pontos do time. Mais
lento, Sargeant também está batendo bastante, o que traz prejuízo para a
equipe, embora a Williams tenha se reestruturado desde que família saiu de cena
da administração.
A crueldade da F1 com os jovens pilotos é algo complicado.
Sim, Sargeant está mal. Sim, provavelmente Sargeant não será um prodígio como o
contemporâneo Oscar Piastri, mas talvez ele tenha subido cedo demais. Ele está
ali porque é da Academia de Pilotos da Williams e por ser americano, importante
para o mercado e principalmente para a categoria que é administrada pelos
compatriotas.
Talvez Sargeant precisasse de mais um ano afirmado na F2,
brigando pelo título para chegar com moral na F1, com menos dúvidas e
asteriscos. Talvez isso não fizesse diferença nenhuma também.
A F1 é cruel com os jovens porque hoje a transição é brutal.
Os carros da base são muito diferentes e só há três dias de pré-temporada.
Simulador não é a mesma coisa. Antigamente existiam os testes ilimitados que
facilitavam os processos, mas hoje não mais.
Sargeant não está confirmado, então ainda podemos escrever
sobre a esperança brasileira. A imprensa europeia tem insistido que Felipe
Drugovich é o principal candidato, caso a Williams opte pela mudança em 2024.
O aporte não seria barato: falam em cerca de 15 milhões de
euros, um valor considerável e que certamente a Williams não rejeitaria. O
brasileiro teria vencido a concorrência e o lobby da Mercedes por Mick
Schumacher, o que não é pouco. É simplesmente o maior sobrenome da história da
categoria.
Entre Felipe e Logan, sou mais Drugovich, apesar que ele
também vai passar pelo desafio de se adaptar à F1 por completo, mesmo fazendo
testes, no simulador e participando de alguns treinos livres.
A vaga é cobiçada, Sargeant parece estar prestigiado mas,
como todo brasileiro, a esperança é a última que morre e não dá para desistir.
Até!
segunda-feira, 25 de setembro de 2023
CANETADA
Foto: Getty Images |
A Alpha Tauri seguiu a lógica e confirmou a dupla de pilotos
para 2024: Daniel Ricciardo e Yuki Tsunoda.
Claro, eles não querem um De Vries 2.0., então Liam Lawson
segue como reserva. Faz sentido?
Bem, Lawson foi o último a pontuar com esse carro e sem
pré-temporada ou três anos na equipe igual Tsunoda.
O japonês, por sua vez, não justifica a renovação até aqui.
O carro não é bom, o time é uma bagunça (será assumido por Laurent Mekies em
2024), mas Yuki andar menos que o reserva nesse recorte é indefensável.
Indefensável.
Não há nem a desculpa de ser um piloto Honda porque a
parceria oficialmente acabou. Tudo bem, é um motor japonês com outro nome até
2025, mas Lawson mostrou estar capacitado para continuar. Enfim, uns tem quatro
anos de boa vontade, outros dez corridas...
Ricciardo está sendo preparado para voltar ao time
principal, então é claro que sua vaga não correria perigo, mesmo machucado.
Claro, ele vai perder algumas corridas de adaptação, mas não consigo imaginar
ele sendo superado pelo japonês. Se até Lawson fez isso...
E isso não é deboche para o neozelandês. Ele se sobressaiu
em um período complicado e em um recorte curto. Não foi apenas acaso de uma
prova só, mas enfim, essa foi uma decisão mais política e institucional do que
meramente técnica.
O que esperar disso para o ano que vem? Honestamente, não
muita coisa. Nem aquela conversa de ser um laboratório para a Red Bull serve. A
Alpha Tauri é o pior carro do grid e 2024 é na verdade a grande prova de fogo
para Ricciardo voltar ou não para a Red Bull. O que fazer se algo for diferente
disso? Não sei, aí é assunto para outro texto.
Agora, resta apenas a vaga de Logan Sargeant disponível para
2024. E, segundo a imprensa europeia, ainda há esperanças para Felipe
Drugovich. Em breve, novidades.
Até!
domingo, 24 de setembro de 2023
3 PARA O TRI
Foto: Clive Rose/Getty Images |
Acho que tô velho demais pra assistir corrida de madrugada em pleno sábado. Como a temporada não ajuda, então olhar os highlights e ler alguma coisa já serve para escrever. Aqui está o meu review/react do GP do Japão.
Bom, a Red Bull é hexacampeã de construtores. Seis corridas de antecedência. Em aproveitamento eu não sei, mas é o carro mais dominante da história. Conseguiu superar a Mercedes em termos de chatice e falta de imprevisibilidade. Tudo isso com um só piloto.
Pérez parece que guia com um carro diferente. É uma diferença abissal. Tipo a Benetton de 1995. O mexicano teve uma corrida constrangedora. Além dos erros, ainda teve que voltar pra pista pra não acumular punição para a próxima etapa. Eu fiquei envergonhado sem sequer assistir a corrida, imagina vivenciar isso.
Singapura foi uma exceção. Max Verstappen voltou a humilhar a concorrência e só precisa de três pontos para o tri. Ele deve vir no sábado, daqui 13 dias, na corrida sprint do Catar. Que coisa patética: um campeão no sábado... óbvio que não vai ser a primeira vez que isso aconteceria na F1, mas Max pode igualar o título de Nigel Mansell em 1992 como o mais antecipado da história: cinco etapas.
De resto... a McLaren pode até passar a Aston Martin nos construtores, hein? O time de Woking virou a segunda força com consistência. Lando Norris está batendo na trave. Uma hora a vitória chega... Oscar Piastri consegue o primeiro pódio na carreira. Parecia impensável quando ele chegou, agora com mais três anos de contrato. É uma dupla muito competente e estão entregando o que podem.
Claro, Lando ainda é o mais rápido e provavelmente vai ser o primeiro piloto, mas os dois se completam. Se a McLaren continuar evoluindo, é uma dupla que vai fazer muito barulho no médio prazo. É bom ver o ressurgimento da McLaren em um trabalho sólido.
A Mercedes precisa ajustar algumas coisas. Russell e Hamilton se atacando livremente pode ser um problema no futuro. Foi assim que a amizade entre o Sir e de Rosberg terminou. É melhor administrar agora que os alemães não estão brigando por vitória do que quando a equipe retomar o protagonismo.
Até mesmo nas estratégias os alemães erraram. Tentaram copiar o que Sainz fez em Singapura, mas aí Russell foi o sacrificado e Hamilton se limitou a defender um quinto lugar. É preciso melhorar essas questões internas antes que seja tarde.
No resto, Alonso e as Alpine fizeram o que podiam. Lawson novamente na frente de Tsunoda, mas é o japonês que está incrivelmente prestigiado em uma estrutura sem paciência com os pilotos. Bem, amanhã eu escrevo mais sobre isso.
Red Bull hexa e Max Verstappen a três pontos do tri. A conquista vai ser sacramentada no sábado, 7 de outubro, no Catar. Salve a data no calendário e desfrute do carro mais dominante da história da categoria.
Confira a classificação final do GP do Japão:
Até!
sexta-feira, 22 de setembro de 2023
PROGRAMAÇÃO NORMAL
Foto: Clive Rose/Getty Images |
Oscar Piastri renovou com a McLaren até 2026. Se a entrada
na categoria foi um imbróglio, a permanência vai ser tranquila. Um pouco de
calmaria. Quer dizer, enfrentar Lando Norris não é tão tranquilo assim, mas o
australiano está bem para quem ficou um ano sem guiar nada e chegou numa equipe
estruturada e hierarquizada por Lando.
É uma dupla promissora e será interessante de continuar acompanhando
a jornada dos dois juntos. Que a McLaren proporcione um carro competitivo para
que eles briguem mais por vitórias e pódios.
Outra novidade do final de semana foi a utilizada dos pneus
C2 de 2024, que serão mais macios e aderentes.
Ao que parece, Singapura foi apenas uma exceção a regra,
onde a Red Bull não casou o carro com as características da pista. Em Suzuka,
Verstappen foi o mais rápido nos dois treinos.
A briga pelo pódio segue equilibrada, com McLaren e Ferrari
fortes, a Mercedes aparentemente um pouco mais atrás, a Williams rápida de reta
e a Aston Martin no meio do pelotão.
Pode ser que até chova no final de semana, o que embaralha
tudo, mas salvo as possíveis mudanças da mãe natureza, me parece que neste
final de semana voltaremos a programação normal, que na temporada 2023 se chama
Show de Max Verstappen.
Confira os tempos dos treinos livres:
quinta-feira, 21 de setembro de 2023
GP DO JAPÃO: Programação
O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1 até 2020, quando o circuito ficou de fora do calendário por duas temporadas em virtude do Covid-19, retornando à F1 em 2022.
Foto: Wikipédia |
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:30.983 (Mercedes, 2019)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:27.064 (Ferrari, 2019)
Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)
CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 374 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 223 pontos
3 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 180 pontos
4 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 170 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 142 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 123 pontos
7 - George Russell (Mercedes) - 109 pontos
8 - Lando Norris (McLaren) - 97 pontos
9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos
10- Pierre Gasly (Alpine) - 45 pontos
11- Oscar Piastri (McLaren) - 42 pontos
12- Esteban Ocon (Alpine) - 36 pontos
13- Alexander Albon (Williams) - 21 pontos
14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos
15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 6 pontos
16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 3 pontos
19- Liam Lawson (Alpha Tauri) - 2 pontos
CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 597 pontos
2 - Mercedes - 289 pontos
3 - Ferrari - 265 pontos
4 - Aston Martin Mercedes - 217 pontos
5 - McLaren Mercedes - 139 pontos
6 - Alpine Renault - 81 pontos
7 - Williams Mercedes - 21 pontos
8 - Haas Ferrari - 12 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 10 pontos
10- Alpha Tauri RBPT - 5 pontos
A PORTA AINDA ESTÁ ABERTA
Foto: Reprodução/Alfa Romeo |
ELE FICA
Foto: Red Bull Content Pool |
quarta-feira, 20 de setembro de 2023
ENTRE ASAS E ASSOALHOS
Foto: Red Bull Content Pool |
Como uma equipe que vence quinze corridas consecutivas não
consegue ir para o Q3 com os dois carros em Singapura?
Bom, não foi nada climático ou algum erro dos pilotos,
simplesmente faltou velocidade. O interessante é que isso acontece na primeira corrida
após a normativa da FIA sobre as asas e assoalhos dos carros.
Trecho retirado de reportagem do site Grande Prêmio:
“Às vésperas da etapa de Marina Bay, a entidade máxima do
esporte solicitou às equipes os projetos das asas dianteiras e traseiras para
verificar se todos os modelos estão de acordo com o regulamento e barrou
recursos que possam movimentar ou rotacionar em relação à estrutura de fixação.”
Ou seja: sem flexibilidade de asas. Pode ter sido uma
coincidência apenas? Pode.
Mas é no mínimo curioso que isso aconteça imediatamente após
Max Verstappen quebrar o recorde de vitórias consecutivas, assim como a Red
Bull.
No ritmo de corrida, não teve tanto prejuízo. A equipe foi
vítima do azar com a chegada do Safety Car. Com a estratégia dos pneus duros,
não havia possibilidade de brigar com as outras três equipes, que estavam muito
superiores.
Fica a pulga atrás da orelha para a semana que vem, no
Japão. Acidente de percurso, azar, as características da pista não encaixaram
com o carro?
Claro, é bom lembrar que a Red Bull teve desenvolvimento
limitado no túnel de vento esse ano, consequência de ter burlado o teto
orçamentário em 2021.
Como diria um ex-dirigente, abrindo a porta para as teorias
conspiratórias de plantão, “que tá gozado, tá!”
Claro, ninguém espera que a Red Bull vença todas as corridas
para sempre. A questão foi, em um fim de semana, ter virado a quarta força.
Isso aconteceu com outras equipes no passado. A própria Mercedes, quando
dominava, tinha na própria Singapura um ponto fraco.
A temporada, obviamente definida, ganha contornos
interessantes para o seu final. A Red Bull vai voltar a dominância
avassaladora? Está todo mundo pensando em 2024? Teremos alguém que vai
rivalizar de forma mais nítida a ponto de termos na próxima temporada uma
competição mais elevada na busca pelo título?
Perguntas e conspirações. Quem diria que uma normativa e
seus efeitos dariam um tempero para o final insosso da temporada. Aguardemos.
Até!
terça-feira, 19 de setembro de 2023
O FENÔMENO DA VEZ
Foto: Reprodução/Mercedes |
Mais um da série “anote esse nome”, como já aconteceu com
tantos outros pilotos que vingaram (ou não).
Você conhece Andrea Kimi Antonelli? Pois deveria. Com 17
anos, ele já é piloto Mercedes e os alemães decidiram estrear o italiano na F2
já na próxima temporada. Ele já venceu a Formula Regional Europeia e corre na
F4 italiana e alemã, onde já venceu corridas em ambas.
Filho do piloto Marco Antonelli, que fez carreira nos carros
de turismo em categorias europeias, o jovem Andrea Kimi (vocês imaginam a
influência do nome, certo?) nasceu no dia 25 de agosto de 2006 (!!!) em
Bolonha, na Itália.
Ele começou no kart aos sete anos e venceu em diversas
categorias, inclusive um bicampeonato europeu organizado pela FIA em 2020 e
2021.
A precocidade é a marca do rapaz. Apenas três semanas depois
de completar 15 anos, ele já estreou em um monoposto, numa etapa da F4
italiana, na Áustria. Ele impressionou marcando pontos naquele final de semana.
Ele também correu em Mugello, mas se destacou em Monza, onde fez pódios e
brigou com o líder do campeonato, Ollie Bearman.
Mesmo sem disputar a temporada inteira, Antonelli ficou
apenas seis pontos atrás do titular da Prema, Conrad Laursen.
Um adendo: desde os 13 anos que ele já é piloto assinado
pela Mercedes, em 2019!
Em 2022, ele foi campeão da F4 italiana. Ele teve como
companheiro de equipe um outro brasileiro talentoso e piloto da academia da
Ferrari, o Rafael Câmara. Um ano antes, ele já havia participado da F4 dos
Emirados Árabes, onde também causou boa impressão com vitórias e terminando em
oitavo, mesmo participando só de metade do campeonato.
Em paralelo com a F4 italiana, ele também disputou a alemã.
Em Hockenheim, venceu todas as corridas, largou na pole em todas e também fez a
volta mais rápida em todas as etapas daquele final de semana. Uma temporada
avassaladora, onde Kimi foi campeão antecipado mesmo não participando de um
final de semana.
Nesse ano, já conquistou a F-Regional, que é uma espécie de
pré-temporada da FRECA, onde é o atual líder da temporada, com 3 poles, 3
vitórias, 7 pódios e 4 voltas mais rápidas.
Todos esses resultados avassaladores com tão pouca idade
fizeram com que a Mercedes, então, acelerasse o garoto.
Já no ano que vem, ele vai direto para a Prema disputar a
F2. Ele pula a F3, portanto, quando geralmente é feito o contrário. Alguns
pilotos chegaram na F1 depois de vencer a então GP3, como por exemplo Daniil
Kvyat e Valtteri Bottas.
No paddock, Andrea Kimi é comparado a Max Verstappen, que
vocês sabem, estreou na F1 ainda com 17 anos e não passou por F3 ou F2. Esse é
o tamanho que o italiano de nome finlandês tem no automobilismo internacional.
Outro fator que justifica esse processo acelerado em Andrea
Kimi é que a F2 vai mudar ano que vem. O carro vai ser diferente em relação aos
últimos anos. Assim, todo mundo vai precisar se adaptar ao novo bólido partindo
do zero. Não há vantagem de adaptação dos anos posteriores igual agora.
Dependendo do que fizer, a chegada de Andrea na F1 pode ser
mais rápida do que a gente imagina. É italiano e afiliado da Mercedes.
Oportunidades e caminhos não vão faltar. Só vai depender dele. Sem pressão.
Lembrem-se: apenas 17 aninhos, um adolescente. Muita calma.
Mas o paddock já decretou: é o novo Max Verstappen. Durmam
com essa. Estaremos de olho. Certamente, Andrea e Bortoleto serão alguns dos
nomes que vão tornar a F2 algo mais sedutor do que foi essa temporada.
Ele é o fenômeno da vez.
Até!
domingo, 17 de setembro de 2023
CALCULADO
Foto: Reuters |
O problema dessas corridas que mudam o horário em relação a classificação é que as vezes eu esqueço de colocar o horário certo no despertador. Resultado: assisti apenas a metade final da corrida. Tive que recorrer aos VTs para me inteirar sobre o resto.
Começando pelo sábado. Não era blefe. Coincidência ou não, a nova diretiva das asas e assoalhas tirou a competitividade da Red Bull, ao menos em voltas rápidas. Chocante a eliminação dos dois pilotos. Se Max Verstappen queria a 11a vitória, teve que se contentar com o 11° lugar no grid.
A pole foi de Carlos Sainz novamente. Na largada, Leclerc pulou para o segundo lugar e as chances de algo inédito no ano eram evidentes. Por outro lado, a Red Bull tinha ritmo para escalar o pelotão. O ritmo não foi tão afetado, mas isso é papo para outras corridas e outros textos.
As Mercedes e Norris seguiam no encalço de Sainz, protegido pelo escudeiro Leclerc. Percebam a inversão dos papéis. Quem deveria ser o líder do time era o monegasco, mas na prática vimos as duas melhores pilotagens de Sainz na carreira, digno de um líder e um piloto de ponta.
Um Safety Car aparentemente ridículo mudou as estratégias e sepultou a Red Bull. Leclerc caiu para quarto e aí então vimos o Sainz frio e calculista: segurar o grid para que Norris, em segundo, pudesse se defender dos ataques da Mercedes, enquanto Carlos segurava o ex-colega de McLaren.
Não é novidade isso. Hamilton tentou a mesma coisa para que Rosberg fosse ultrapassado e perdesse o título de 2016, mas na época isso não deu certo. Um risco calculado que seria criticado se desse errado para o espanhol.
Quando Ocon abandonou, era necessário o Safety Car, mas a americanização da categoria dessa vez optou pelo Virtual Safety Car. Russell parou e, com pneus mais novos, foi à caça. Era até o favorito a vencer.
No entanto, ele não conseguiu passar, ficou travado em Norris. Não bastasse isso, ainda bateu nas voltas finais, quando já não tinha pneu para ultrapassar. Perdeu o timing. A impressão é que Hamilton parecia mais inteiro para vencer, mas a Mercedes teve que priorizar quem andou a frente no final de semana inteiro. Russell está abaixo do esperado. Quando se espera mais do que um acumulador de pontos, ele tem falhado. Hoje, a vitória estava ao alcance e a desperdiçou.
Frio e calculista, Carlos Sainz coroou toda a luta das últimas corridas para vencer pela segunda vez na carreira e mostrar que, hoje, não é segundão da Ferrari. Se falta velocidade, sobra inteligência, ritmo e agora vimos mais arrojo e garra para defender e lutar para a vitória. Está fazendo o que Leclerc deveria, mas a irregularidade do monegasco e o brilhantismo do espanhol jogam luzes amarelas para o "dono do time".
Sainz, com contrato até o ano que vem, já começa a acenar para ter um papel melhor na equipe. A renovação começa a fazer sentido, baseado num mundo onde somos sempre a última corrida ou algo do tipo. A primeira vitória da Era Vasseur e o fim da sequência avassaladora da Red Bull.
Apesar dos pesares, o ritmo dos taurinos foi bom. Em mais algumas voltas, Verstappen conseguiria o quarto lugar. Poderia brigar mais de perto se não fosse o azar do Safety Car controverso. Pérez segue atrás e ainda acabou com a corrida de Albon. O prêmio foi uma punição inútil que é praticamente um convite para os pilotos de que o crime compensa.
Norris é um pilotaço. Deixou a Mercedes no bolso. Está maturando a primeira vitória na carreira. É um ano de grande explosão como "dono" da McLaren, que avança significativamente enquanto coletivo e estrutura de equipe. O futuro pode ser animador para Zak Brown e companhia.
Liam Lawson mostra que merece uma das vagas da Alpha Tauri. Foi para os pontos na terceira corrida. Considerando que a próxima etapa é no Japão, onde corria na Super Fórmula, é obrigação continuar. Ricciardo que se vire. Tsunoda, aliás, pode estar em apuros.
Gasly bem, boa corrida de recuperação para Piastri e o pontinho da sorte para coroar o trabalho de Magnussen. O conto de fadas da Aston Martin terminou. Hoje foi apenas um carro na pista, pois Stroll destruiu o dele no treino e não largou.
Merecida e justa vitória de Sainz pelo trabalho que realizou nas últimas corridas. O ex-Red Bull é responsável pelo fim da sequência impressionante dos taurinos. A questão é: não teve encaixe nesse final de semana ou podemos ver algum padrão para o restante da temporada? A gente agradece, afinal, tomara que voltemos a ter corridas mais competitivas valendo a vitória.
Confira a classificação final do GP de Singapura:
Até!
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
CORRENDO NO INCERTO
Foto: Roslan Rahman/AFP |
Além dos pequenos lagartos que invadiram a pista algumas vezes durante o dia e a noite, o que chamou a atenção da sexta feira de treinos livres foi o fato da Ferrari ter liderado ambos. Geralmente, em circuitos não tão velozes, os italianos sofrem. No entanto, as coisas correram bem na sexta.
Claro, nada é definitivo, como todos sabemos, até porque a própria Red Bull teve um desempenho tímido. Antigamente era o contrário: faltava motor aos taurinos, agora eles estão sofrendo com essa característica de circuito mais travado. Quer dizer, foi o que a sexta mostrou. Não dá para acreditar em tudo, porque o sábado é uma outra história.
Não há nada de muito interessante que possa ser escrito sobre treinos livres. Toto Wolff afirmou que está acompanhando com atenção o imbróglio entre Felipe Massa e a FIA. Claro, até hoje o fim da temporada 2021 é um grande controvérsia. Se houver precedentes, pode-se abrir um efeito dominó enorme para a categoria, que defendendo os interesses dela, deve achar isso terrível.
Será que Singapura vai parar Max Verstappen? A Ferrari pode ser a grande antagonista e reservar um momento diferente de 2023. O jeito é torcer para que o circuito de rua, sempre travado e repleto de incidentes, nos reserve emoções legítimas, sem escândalos.
Confira os tempos dos treinos livres:
Até!
quinta-feira, 14 de setembro de 2023
GP DE SINGAPURA: Programação
O Grande Prêmio de Cingapura é disputado desde 2008 e foi a 1a corrida noturna da história da Fórmula 1, que foi vencida de forma polêmica por Fernando Alonso, pilotando a Renault, após se beneficiar de um Safety Car oriundo de uma batida proposital de seu companheiro de equipe Nelsinho Piquet e o abandono do então líder da corrida Felipe Massa, da Ferrari, após a mangueira de reabastecimento ter ficado presa em seu carro. O caso ficou conhecido como Cingapuragate.
Em virtude da pandemia do covid-19, o circuito ficou dois anos ausente do calendário (2020 e 2021), retornando para o circo da F1 em 2022.
Foto: Wikipédia |
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kevin Magnussen - 1:41.905 (Haas, 2018)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:36.015 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Sérgio Pérez (Red Bull)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2011, 2012, 2013, 2015 e 2019) - 5x
CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 364 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 219 pontos
3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 170 pontos
4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 164 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 117 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 111 pontos
7 - George Russell (Mercedes) - 109 pontos
8 - Lando Norris (McLaren) - 79 pontos
9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos
10- Pierre Gasly (Alpine) - 37 pontos
11- Esteban Ocon (Alpine) - 36 pontos
12- Oscar Piastri (McLaren) - 36 pontos
13- Alexander Albon (Williams) - 21 pontos
14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos
15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 6 pontos
16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos
CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 583 pontos
2 - Mercedes - 273 pontos
3 - Ferrari - 228 pontos
4 - Aston Martin Mercedes - 217 pontos
5 - McLaren Mercedes - 115 pontos
6 - Alpine Renault - 73 pontos
7 - Williams Mercedes - 21 pontos
8 - Haas Ferrari - 11 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 10 pontos
10- Alpha Tauri RBPT - 3 pontos
ALONSO É O EXEMPLO
Foto: Reprodução |
UMA VAGA A MENOS
Foto: Getty Images |
A Alfa Romeo, futura Sauber, era uma das poucas vagas ainda disponíveis para 2024. Bottas está confirmadísismo em acordo de muitos anos. Era porque Guanyu Zhou também renovou o contrato com a equipe. O anúncio oficial foi hoje (14).
Os planos de Felipe Drugovich e Mick Schumacher, especulados como candidatos a vaga, foram frustrados. Agora, restam apenas 3 vagas oficiais para 2024. A Alpha Tauri não confirmou nenhum piloto, enquanto que a Williams ainda não renovou com Logan Sargeant, mas deve fazer isso em breve, segundo as publicações europeias.
Theo Pourchaire, da academia da Sauber e ainda na F2, segue como piloto reserva.
É o chinês viável. Zhou tem feito um trabalho aceitável nessa bagunça de transição entre equipes. É difícil apontar qualquer outra situação. A diferença em pontos para Bottas é quase mínima, o que é um pretexto positivo. No entanto, na F1, nem tudo é sobre a pista. Todos nós sabemos disso, mas a jornada de Zhou continua, o que é justo com o talento dele e o contexto bagunçado em que vive entre três equipes, que juntas mal dão uma no momento: Alfa Romeo, Sauber e Audi.
TRANSMISSÃO:
15/09 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)
15/09 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
16/09 - Treino Livre 3: 6h30 (Band Sports)
16/09 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
17/09 - Corrida: 9h (Band)
terça-feira, 12 de setembro de 2023
SÓ FALTA CARRO
Foto: MotorSport |
As aventuras de Lewis Hamilton e George Russell na Mercedes
continuam até 2025, pelo menos. A renovação saiu de forma oficial há algumas
semanas, para a surpresa de absolutamente ninguém.
Esse papo de aposentadoria depois de sair do topo é muito
difícil quando se trata de esportistas que competem e vencem desde a infância.
O exemplo Alonso pode fazer a diferença, afinal Hamilton é mais jovem e ainda
um heptacampeão. Os resultados desse ano mostram que não há sinais de
desaceleração vindas da idade.
Russell está um pouco abaixo, seja por alguns erros, azares
e até mesmo erros de leitura da Mercedes, o que agora custa caro, devido ao
fato de não estarem mais na posição de dominância e não se darem ao luxo de
alguns equívocos.
Aliás, esse é o grande x da questão. É nítido que Hamilton e
Russell é a melhor dupla de pilotos. Os dois se completam em velocidade, ritmo
de corrida, leitura das situações, administrar os pneus, guiar na chuva, entre
outros.
Assim como escrevi no ano passado, está faltando carro, está
faltando a Mercedes propiciar aos dois um bólido a altura do talento de ambos.
Mais dois anos, com pressão, ou esperar 2026 com algum pulo do gato no novo
regulamento. O tempo passa de forma diferente para os dois. Hamilton está em
contagem regressiva, Russell não. No entanto, George imaginava que estaria
brigando por mais vitórias e pódios após sair da Williams. As coisas azedaram
justo na vez dele.
Ninguém duvida da capacidade dos alemães. Eles sempre
crescem durante a temporada, a questão é acertar tudo desde o início.
Novamente, uma parte do ano foi perdida ao apostar em um conceito errado,
influenciado pela solitária vitória em Interlagos, que o tempo mostrou ser uma
exceção do que regra ou sinal de caminho correto a ser seguido.
Dar meia volta significa mais algum tempo de progresso e
paciência. Os recursos são quase infinitos, a capacidade técnica dos
engenheiros e pilotos também.
A Mercedes “só” precisa de um carro, ou melhor, dois para
voltar a era prateada/preta que vai, por incrível que pareça, se afastando e se
tornando um passado improvável. Parecia que era ontem. Parecia. Já está virando
semanas, meses, dois anos ou mais...
Até!
segunda-feira, 4 de setembro de 2023
O PUPILO DA FÊNIX
Foto: Getty Images |
Gabriel Bortoleto em breve vai fazer 19 anos. Ele nasceu em
São Paulo no dia 14 de outubro de 2004, em São Paulo. Ele começou no kart aos 8
anos, no Campeonato Sulbrasileiro de Kart. Ele foi campeão do Open do
Brasileiro de Kart e vice-campeão do Campeonato Paulista e Brasileiro de Kart
Mirim.
O kartismo no Brasil seguiu até 2014, quando venceu Open
Brasileiro de Kart novamente (agora no Cadete), foi vice no Super Kart Brasil e
terceiro colocado no Campeonato Brasileiro de Kart.
Bortoleto, então, foi para a Europa e continuou no kart até
os 15 anos. No velho continente, o ano de melhores resultados foi em 2018,
quando foi terceiro colocado no Campeonato Mundial e Europeu da categoria OKJ e
vice-campeão do Super Master Series e do Troféu Andrea Margutti.
A estreia nos bólidos foi em 2020, com 15 anos. Bortoleto
disputou a F4 Italiana na Prema, com nomes como Sebastián Montoya (sim, filho
do Juan Pablo), Gabriele Mini e Dino Beganovic. Com alguns pódios e vitórias, o
brasileiro terminou em quinto no campeonato.
Em 2021, Bortoleto participou da Fórmula Regional Europeia
com a FA Racing by MP e foi 15°, com um pódio em 20 corridas. Ele também
disputou a Stock Car Light, onde venceu uma vez e fez uma pole em quatro
etapas.
No ano passado, ele disputou novamente a Fórmula Regional
Europeia e foi o sexto no campeonato, duas vitórias, duas poles e cinco pódios.
Ele também participou de seis corridas na Formula Regional Asiática, com uma
vitória.
E, em setembro de 2022, quando estava prestes a atingir a
maioridade, Bortoleto deu o grande passo da carreira até aqui. Aliando o
passado kartista com os desempenhos nos bólidos, o brasileiro assinou com a
A14, agência de desenvolvimento de pilotos criada e administrada simplesmente
por Fernando Alonso.
Quando Bortoleto nasceu, o espanhol já tinha vencido na F1 e
no ano seguinte conquistaria o primeiro título. Que loucura. E o relacionamento
de Alonso e Bortoleto é bem estreito.
Em entrevistas, o brasileiro afirma que Alonso
constantemente dá dicas de abordagens nas pistas e no desenvolvimento da
pilotagem. Quando foi campeão da F3, em Monza, Alonso chegou a mandar um áudio
de 10 minutos no Whatsapp do brasileiro, parabenizando pela conquista e falando
sobre outros aspectos. Um privilégio, sem dúvidas.
Os caminhos do brasileiro estão interessantes. Ser campeão
da F3 no ano de estreia é um belo cartaz para o futuro na F2, onde é possível
beliscar a vaga de alguma equipe grande, como a Prema, ART, Carlin ou a
Virtuosi.
Ser agenciado por
Alonso ajuda nos meandros internos, mas é claro que o brasileiro terá ainda
mais possibilidades de avançar na carreira nos próximos anos se assinar com a
academia de pilotos de alguma equipe grande.
Bom, certamente o próximo passo será fundamental para o
desenvolvimento da carreira de Bortoleto. Sabemos que nem sempre o talento é
suficiente, é necessário dinheiro, contatos e estar no lugar certo e na hora
certa. Teremos novidade em breve mas, enquanto isso, o brasileiro precisa
desfrutar dessa grande conquista, inédita para o automobilismo brasileiro.
Afinal, ninguém é escolhido como pupilo da Fênix a toa.
Até!
domingo, 3 de setembro de 2023
10
Foto: ANP |
Pela primeira vez na história, um piloto vence dez corridas consecutivas. Max Verstappen já está na história. Poucas vezes se viu um conjunto piloto e carro tão imbatíveis. O resto é chover no molhado. A vitória veio depois de 15 voltas de muita pressão em cima de Carlos Sainz. Com pneus desgastados, o espanhol fritou eles na primeira curva e o resto é história.
A corrida teve duas voltas a menos porque o motor de Tsunoda falhou na volta de apresentação. Muitos protocolos e enrolações, até quando o dia estava lindo e ensolarado em Monza. As burocracias da FIA irritam demais.
Mesmo largando na pole e terminando em terceiro, pressionado por três pilotos a corrida inteira e ultrapassado por dois, Carlos Sainz fez a melhor corrida da carreira, justamente num palco especial como Monza é para os tifosi. Foi combativo, vendeu caro a ultrapassagem para Max, não resistiu ao carro de Checo Pérez e segurou Leclerc. A Ferrari liberou a briga e por pouco não teve acidente dos dois.
Tudo porque Sainz foi muito aguerrido. Se as vezes falta velocidade e ritmo, o espanhol sabe ler muito bem as situações da corrida. O que sobra em velocidade falta em constância e equilíbrio para Leclerc. Grande final de semana dentro do possível para a Ferrari e especialmente para Sainz, que sai muito fortalecido para a sequência da temporada.
A Mercedes foi terceira força. Um adendo a essas punições que não punem: Hamilton tirou Piastri dos pontos e teve só cinco segundos de acréscimo, que foram facilmente revertidos com o ritmo da corrida. Ou seja: alguém que comete uma infração não paga por ela porque a pena chega a ser risível. Voltem com o drive through!
Alexander Albon e a Williams de meio de tabela. Que trabalho impecável de recuperação da equipe que até ontem era a pior do grid. Méritos para a Dorilton Capital e a chegada do ex-Mercedes James Vowles. Muito rápida de reta, Monza casou certinho com o carro de Grove e dessa vez não teve apendicite para impedir os pontos do tailandês nascido e criado na Inglaterra. Com uma temporada de afirmação, Albon pode se permitir a novos voos na carreira.
A McLaren também chegou a ter problemas entre os pilotos. Norris tenta usar a influência para se afirmar como um primeiro piloto intocável, mas Piastri está evoluindo e vai fazer frente com o passar do tempo no time. O australiano foi vítima de Hamilton hoje, mas vai ser interessante esses dois jovens pilotos se encontrando na pista com frequência.
Alonso fez o possível e Bottas voltou para os pontos. Liam Lawson fez um trabalho correto, embora aí mesmo em Monza De Vries pontuou com a Williams e deu o "golpe" na Red Bull.
Sem muito o que comentar, a grande pergunta é: quando a Red Bull (15 vitórias seguidas) e Max Verstappen vão deixar de ganhar? Russell e a Mercedes em Interlagos foram os últimos que se atreveram a vencer nesse meio tempo.
Confira a classificação final do GP da Itália:
Até!