Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
De forma pouco usual na F1 nos últimos anos, o grid de 2019 está definido antes mesmo da temporada começar. Um dia depois do GP de Abu Dhabi, a Toro Rosso anunciou a contratação do tailandês Alexander Albon (nascido em Londres) como substituto de Brendon Hartley e será companheiro de equipe de Daniil Kvyat. Um russo e um tailandês. Por incrível que pareça, tivemos um lá nos anos 1950.
Birabongse Bhanubandh. Ou simplesmente o Príncipe Bira. Correu pela Maserati e com a Gordini, inclusive dividiu carro com nada mais nada menos que Juan Manuel Fangio e estava inclusive na corrida de abertura da categoria em Silverstone 1950. Participou de outras 18 corridas na F1.
Albon já tinha assinado um pré-contrato com a Nissan para disputar a Fórmula E. No entanto, não apareceu nos testes coletivos, o que gerou burburinho de que poderia assinar com a Red Bull novamente, afinal foi dispensado por Helmut Marko em 2012. A exemplo de Kvyat e Hartley, foi recontratado para fazer a estreia na F1.
Com quatro vitórias e o terceiro lugar na F2, Albon teve grande desempenho. Uma de suas marcas características era estender o stint e aparecer na frente, atacando os oponentes no final das provas. Isso, somado a falta de talentos imediatos na academia dos taurinos e o insatisfatório desempenho do neozelandês forçaram Marko e cia a lhe darem uma chance. Justo. A Toro Rosso ganha um torcedor na próxima temporada.
A grande questão é saber se Kvyat vai se mostrar recuperado mentalmente das demissões e do péssimo desempenho que apresentou desde 2016. Receber uma terceira chance é raro, ainda mais no matadouro da Red Bull. Outra curiosidade: qual dos dois está sendo usado como boi de piranha enquanto o badalado Dan Ticktum não faz a pontuação necessária para ingressar na F1? O russo saco de pancadas ou o tailandês que pode fazer a temporada tampão igual Hartley?
Bom, será um confronto interessante nessa segunda temporada de parceria com a Honda. Albon é uma promessa e veremos como se sai nesse ambiente tão competitivo com um piloto tão jovem de idade mas com muito mais experiência (Kvyat tem 24 anos).
Agora, todas as 20 vagas estão ocupadas para a temporada de 2019. Confira:
MERCEDES: Lewis Hamilton e Valtteri Bottas FERRARI: Sebastian Vettel e Charles Leclerc RED BULL: Max Verstappen e Pierre Gasly RENAULT: Daniel Ricciardo e Nico Hulkenberg HAAS: Kevin Magnussen e Romain Grosjean McLAREN: Carlos Sainz e Lando Norris FORCE INDIA: Sérgio Pérez e Lance Stroll SAUBER: Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi TORO ROSSO: Daniil Kvyat e Alexander Albon WILLIAMS: George Russell e Robert Kubica
Até! Amanhã, a parte 2 do Especial Alonso!
Até que o GP de Abu Dhabi não é tão ruim assim. Nas últimas etapas, as três principais equipes estiveram com forças equiparadas e andaram próximas. O que decidiu foram as estratégias e a forma como lidar com as situações de corrida. Pena que foi justamente quando o campeonato acabou e, coincidência ou não, a Mercedes deixou de usar os pneus com furos.
O pentacampeão mostrou hoje porque é o melhor piloto da atualidade e deu aula de como administrar uma corrida. Depois que Kimi Raikkonen se despediu da Ferrari com um problema no motor logo na volta 8, o inglês antecipou a parada, algo já recorrente nesse tipo de situação. Voltando em quinto durante o VSC, passou Verstappen e depois foi ultrapassado, sem brigar pela posição e pensando no senso de corrida. Não valia a pena brigar e desgastar pneu a toa. Sem precisar fazer mais paradas, bastou administrar a vantagem e vencer pela 72a vez na carreira e estabelecer números tão impressionantes quanto a pilotagem.
Vettel fez uma corrida sem erros, algo que já merece ser chamada a atenção nessa temporada, que é para esquecer. Muito aquém do nível de um campeão. No ano que vem, terá que lutar contra Hamilton, Mercedes, Ferrari, seus próprios e agora também um jovem e faminto Charles Leclerc, outra vez sétimo colocado e com uma impressionante temporada de estreia na Sauber, elevando o nível da equipe e agora chega na equipe italiana com muita moral. Resta saber se vai suportar a pressão agora que vai ser protagonista e se a Ferrari vai ter paciência com o monegasco.
Verstappen começou a corrida com um problema no motor e perdeu posições. Combativo, arrojado e inconsequente como sempre, recuperou elas e terminou no pódio. Se envolveu de novo em embate na pista com Ocon, passando nos cotovelos e dando chega pra lá em Bottas, jogando o carro, de novo em posição de quem não tem nada a perder. Apesar dos destemperos, Verstappen em termos de rendimento só perdeu para Hamilton na segunda metade da temporada. Os números comprovam isso. Mais rápido e constante, precisa domar mais as emoções e pensar na corrida como um todo, não só na curva seguinte.
Foto: Getty Images
Nas despedidas positivas, Ricciardo terminou em quarto e tinha ritmo para ficar no pódio, mas a Red Bull optou por fazer a parada mais tarde e tentar recuperar o terreno com pneus frescos para atacar no final. Não deu certo. Para o australiano, o fato de não ter abandonado nas duas últimas provas é algo bastante positivo. Com oito abandonos, a temporada ficou completamente comprometida. Nos treinos se mostrou mais lento que Max, mas o ritmo de corrida é no mínimo igual ou ainda levemente superior ao do holandês. Resta saber o que será capaz de fazer na ainda combalida Renault.
Carlos Sainz foi o melhor do resto, com uma ótima estratégia. Hulkenberg, futuro parceiro de Ricciardo, capotou na primeira volta. Parecia algo sério, mas o santo antônio protegeu bem o alemão. Com o Halo, ficou impossível sair do carro sem ter esperado ele ter se virado pelos fiscais, que demoraram bastante para chegar no local. Foi um acidente de corrida com Grosjean, que incrivelmente não foi culpado. Hulk espalhou demais na curva e, em virtude do ponto cego, não viu o francês por ali, causando a batida. Depois de dois anos com Palmers e Sainzs, Hulk parte para o maior desafio da carreira: dividir a equipe com o australiano sorridente. Será um embate interessante de se assistir.
Pérez em oitavo e Magnussen em décimo complementaram o top 10. Um capítulo a parte é Bottas: o primeiro piloto da Mercedes na era híbrida a terminar o ano zerado. Era para ter vencido em Baku e na Rússia, mas as circunstâncias não ajudaram. Ademais, foi uma temporada lamentável, principalmente o fim. Hoje, sem ritmo, foi desgastando o pneu até não ter mais aderência e ser passado facilmente por Vettel e Red Bull. Se não fosse uma temporada tão errática quanto do alemão, a Mercedes poderia estar ameaçada nos dois campeonatos. O que Toto Wolff pretende para 2020: colocar Ocon, instável e que perdeu para Pérez? Ou as fichas vão para George Russell, o novo bola da vez? Problemas para quem deseja manter a hegemonia no campeonato. Só com Hamilton basta, mas é perigoso dar chance para o azar.
O mais legal da corrida aconteceu depois. Os três campeões mundiais andando lado a lado e fazendo zerinhos. Uma pena é que foi o público de Abu Dhabi que presenciou esse título histórico. Alonso, lado a lado com os dois maiores rivais e algozes, o respeito mútuo de quem teve diversas batalhas ao longo dos anos e vê um dos melhores pilotos da categoria sair em virtude do comportamento problemático fora da pista que queimou pontes até resultar no fim. Alonso é um gigante do esporte e que vai fazer muita falta. Tomara que volte. Foi um momento lindo reconhecer o grande piloto que foi, mas lamentar o que poderia ter sido se tomasse as decisões certas.
É claro que esse lindo momento e Hamilton tirando o macacão no pódio (ainda bem!) você não pode ver na Rede Globo porque ela resolveu optar mostrar torcedores bêbados comendo churrasco e palpitando sobre resultados de jogos inúteis do Brasileirão de quatro horas depois. Uma total falta de respeito com o fã que queria ver a última festa do pódio na temporada. Se é pra fazer transmissão porca, é melhor manter a corrida no SporTV e passar os melhores momentos depois do Domingo Maior como fazem nas corridas da América do Norte ao invés de nos tratar como idiotas.
Ademais, hoje Abu Dhabi presenciou a despedida de um ídolo do esporte e, com a presença do amigo Will Smith, vê a cada prova Lewis Hamilton se tornar mais lenda do que já é, podendo tornar-se o maior e superar Michael Schumacher. Somos privilegiados de ver tantos campeões em ação e a história sendo feita. Que venha 2019 com mais competitividade e emoção. Vai ser difícil, mas não podemos perder as esperanças.
Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:
Nesse fim de ano vem muito mais no blog: o restante do especial Alonso e a análise da temporada.
Corrida de Abu Dhabi é marcado pelo clima de fim de festa. Teremos a despedida (ou até logo?) de Fernando Alonso, a última prova de Daniel Ricciardo na Red Bull, Kimi Raikkonen na Ferrari, Esteban Ocon na F1 (por enquanto), Lance Stroll na Williams, Marcus Ericsson e Charles Leclerc na Sauber, Pierre Gasly na Toro Rosso, Stoffel Vandoorne na McLaren e Carlos Sainz na Renault. Ufa!
Verstappen liderou o FP1, Bottas o FP2. Nesse treino, a distância entre as três principais equipes foi apenas de seis décimos, o que signfica quase nada para o treino e a corrida. No entanto, esperamos ao menos emoção genuína nessa corrida onde tudo é chato e artificial. Por falar no segundo treino livre, Verstappen e Ocon quase se bateram nos boxes. É a última chance de Ocon tentar a revanche, depois só em 2020 e olhe lá.
Uma imagem curiosa no FP1 foi Hamilton usar pela primeira vez de forma espontânea o #1. Adepto do #44, ele não gosta do número dos campeões, mas decidiu utilizar em homenagem ao esforço e para comemorar mais uma temporada de sucesso com a equipe.
Foto: Reprodução
Também no FP1, Kubica guiou a Williams pela primeira vez após ser anunciado oficialmente como piloto titular. No onboard, percebe-se claramente que ele dirige com um braço só, apertando em todos os botões com a esquerda e usando a direita como apoio somente. Os resultados podem não ser animadores para alguém de seu calibre, mas só o fato de estar lá de novo já é estimulante para todos nós não desistirmos de nossos objetivos.
Foto: Getty Images
Com ressaca, calor e cansaço, veremos o que Abu Dhabi nos reserva. Provavelmente vai ser algo que nos faça dormir no domingo, o que seria uma boa despedida para essa temporada. Ou não. Quero testemunhar as últimas voltas da Fênix na categoria. Espero não me emocionar demais.
Confira os tempos dos treinos livres do GP de Abu Dhabi:
Já estava tudo acertado. Dessa vez, não tinha nenhum endinheirado no caminho. O que parecia apenas um teste virou coisa séria e agora é realidade. Robert Kubica finalmente está de volta a F1 e será parceiro de George Russell na Williams em 2019.
Antes de mais nada, o retorno do polonês ser quase nove anos depois da última corrida (Abu Dhabi 2010) só perde pra Jan Lammers (1982-1992) e Luca Badoer (1999-2009). Kubica era um piloto espetacular e com potencial de ser protagonista até sofrer o grave acidente que comprometeu sua carreira na F1.
Apoiado por uma empresa polonesa, Kubica tem menos força e um braço direito bem fino. Ele praticamente dirige somente com a esquerda. Terá botões e ajustes diferenciados. Pelos testes, não deve em nada no quesito velocidade aos concorrentes. Só a desconfiança para isso.
O retorno de Kubica depois de tantos acidentes e percalços em uma F1 cada vez mais física e competitiva levanta dúvidas. Será realmente necessário tudo isso ou "qualquer um" pode pilotar com um braço só? Talvez Kubica seja realmente diferenciado não só na técnica, mas também na capacidade de nunca desistir e se adaptar a nova realidade.
Não enxergo o retorno dele visando apenas o resultado. São nove anos sem disputar uma corrida, lançar várias voltas rápidas em diferentes circunstâncias, defender posição, etc. Além do mais, o carro da Williams é horroroso e no ano que vem será apenas menos ruim, até porque pior não fica. A equipe de Grove, aliás, volta a ter um pouco de simpatia ao voltar a apostar no talento do jovem Russell e no polonês que possui uma história de vida incrível, além da capacidade técnica.
Sinceramente, não acredito que Kubica possa superar Russell, mas a questão não é essa. Só pelo fato de conseguir voltar e superar a desconfiança de todos, o polonês já é um grande vencedor e, mesmo com um braço só, é mais piloto que Sirotkin e Stroll, por exemplo.
O lúdico me interessa muito mais que o desempenho, nesse caso. Pegar um cara que vai ter 34 anos em 2019 (o segundo mais velho, só depois de Raikkonen) em um universo tomado por jovens das grandes equipes já é um sopro e uma história muito interessante de se acompanhar. Quantos não se superaram em suas carreiras e se tornaram mais lendas e figuras extremamente respeitadas por justamente não terem limites?
O anúncio também significa que Esteban Ocon está fora da próxima temporada. A julgar ter perdido nos dois anos para Pérez, o ano sabático e a provável efetivação na Mercedes em 2020 não faz muito sentido na questão de mérito. Cuidado, Ocon. Pascal também achou a mesma coisa...
O retorno de Kubica é a concretização do pensamento do senso comum, que era somente um sonho distante, de imaginar como seria o polonês pós-acidente. Será que vai ser competitivo? Ou então como seria a carreira se tudo seguisse normalmente: iria para a Ferrari? Algumas dessas perguntas nunca serão respondidas mas outras serão, quase aos 45 do segundo tempo. No fundo, Kubica nunca esteve longe da F1, seja fisicamente ou através de sonhos, pensamentos e imaginações dos fãs.
O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.
Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (Red Bull, 2009)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:36.231 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2009, 2010 e 2013) e Lewis Hamilton (2011, 2014 e 2016) - 3x
COM SAINZ E NORRIS, McLAREN ESPERA 2019 DIFERENTE
Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio
A primeira temporada sem a Honda prometia uma evolução para a McLaren. Entretanto, os resultados mostraram o contrário. Gradativamente o time britânico foi caindo para as últimas posições. Irritado e desmotivado, Alonso anunciou aposentadoria. Vandoorne, com desempenho aquém do esperado e também vítima de um carro ruim, foi despedido.
Para o ano que vem, Carlos Sainz e a jovem promessa Lando Norris serão os responsáveis por guiar a McLaren. A questão é: sem um piloto bicampeão e com várias mudanças internas realizadas ainda nesse ano, para qual direção vai a McLaren? É possível piorar a situação?
“É impossível dizer que a gente não vai sentir falta do Fernando. Considero o Fernando como um dos melhores pilotos da história da F1. Então não tem como negar. Ele vai deixar um espaço grande. Mas é o sentido da vida, as coisas são como o relógio anda. Andamos para a frente, e tanto o Lando como o Carlos são dois pilotos jovens. Então vamos ter desafios diferentes, coisas diferentes, problemas diferentes e oportunidades diferentes para lidar. Mas vejo isso não como uma coisa negativa, mas como o sentido natural das coisas”, afirmou o diretor técnico, o brasileiro Gil de Ferran.
O desafio de 2019 é fazer a McLaren evoluir justamente com esses dois jovens pilotos. "Com relação ao carro deste ano, por exemplo, a gente entende bem onde errou, onde não foi bem, quais os pontos fracos do carro, a gente compreende bem isso. E toda essa compreensão acho que vai nos ajudar a fazer um carro melhor no ano que vem”, completou.
Por mais que muita coisa esteja mudando, é difícil a McLaren piorar mais. Não se sabe se a melhora virá justamente dessas turbulências. Sem patrocínios e a qualidade de Alonso, resta ao time de equipe Woking apostar em um novo regulamento ou numa jogada de mestre da nova equipe de engenheiros que está desenvolvendo o MCL34. Com Sainz e o novato Norris, será difícil saber qual será realmente o potencial do carro, mas repito: dificilmente será pior que o do passado.
INCOMODADO
Foto: Daily Express
Sergey Sirotkin não estava confortável com as crescentes especulações (QUE AGORA FORAM CONFIRMADAS; POST SAIRÁ MAIS TARDE) de que Robert Kubica vai tomar seu lugar na Williams para o ano que vem. O anúncio, segundo a imprensa europeia, será realizado nos próximos dias. "Eu só quero que as coisas fiquem claras. É muito desagradável ler as últimas notícias. Mesmo assim, em Abu Dhabi vou sentar atrás do volante e os problemas vão desaparecer”, afirmou, questionado pelo jornal russo ‘Sport-Express’.
O russo disse não estar pronto para perder a titularidade. "Já disse várias vezes que me dediquei muito mais nessa temporada do que as pessoas veem. A última coisa que eu quero é que os resultados do meu trabalho fiquem com outra pessoa. Está claro esse ano que trabalhamos pensando no futuro, em resultados da próxima temporada. Vai ser uma grande decepção se eu perder aquilo pelo qual eu trabalhei”, encerrou.
Se isso acontecer será o troco, pois Kubica perdeu a vaga para Sirotkin nesse ano.
Superar Stroll seria obrigação se estivesse na Williams por mais tempo. É mais veloz, mas na corrida o péssimo conjunto inglês deixa o russo na mão. Sirotkin também não mostrou grandes credenciais a não ser o dinheiro. Estava no momento certo na hora errada. Não fará falta na categoria. Equipe pequena é um matadouro e só busca formas de sobreviver (leia-se dinheiro). É isso que a Williams virou, infelizmente.
CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 383 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 302 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 251 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 237 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 234 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 158 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 69 pontos
8 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 58 pontos *
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 55 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 49 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 45 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 35 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 33 pontos
15- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 29 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 12 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 9 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 4 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto
* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.
CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 620 pontos
2 - Ferrari - 553 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 392 pontos
4 - Renault - 114 pontos
5 - Haas Ferrari - 90 pontos
6 - McLaren Renault - 62 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 48 pontos *
8 - Sauber Ferrari - 42 pontos
9 - Toro Rosso Honda - 33 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos
* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.
Nesse fim de semana, Fernando Alonso faz no mínimo um “até
logo” na F1, pois o espanhol ainda deixou em aberto um possível retorno para a
categoria a partir de 2020. Se isso vai acontecer nós não sabemos, mas
aproveitamos o final dos quase 17 anos na categoria (2002 ele foi piloto de
testes) para relembrar a carreira do bicampeão e considerando um dos maiores
pilotos da história. Vamos lá:
HISTÓRIA
Fernando Alonso nasceu no dia 29 de julho de 1981 em Oviedo,
capital da região autônoma das Astúrias, no norte da Espanha. A mãe trabalhava
numa loja de departamento e o pai era mecânico em uma fábrica de explosivos
perto da cidade. José Luis, o pai, era um kartista amador e queria passar sua
paixão pela velocidade para os filhos. Ele construiu um kart para Lorena, irmã
mais velha de Alonso mas ela não se interessou, ao contrário de Fernando, que
com três anos de idade deu suas primeiras arrancadas por aí.
Alonso competiu em competições de kart pela Espanha ajudado
pelo pai, que também era mecânico. A família não tinha condições financeiras de
apoiar Fernando nas competições, mas as vitórias do jovem kartistas atraíram
patrocinadores. Sem grana pra comprar pneus para chuva, Alonso aprendeu a
controlar o kart com pneus slicks. O kart foi fundamental para o espanhol lidar
com diferentes estilos de pilotagem, uma de suas grandes qualidades na F1.
Alonso foi tetracampeão espanhol de kart de forma
consecutiva, além da Copa do Mundo Júnior da modalidade em 1996. No ano
seguinte, ele venceu o italiano Inter-A. Em 1998, foi a vez de vencer o
Espanhol Inter-A, além de ser vice-campeão europeu na mesma temporada.
Com 17 anos, o compatriota Adrián Campos deu a Alonso a
oportunidade de testar uma Minardi. Em três dias de testes no circuito de
Albacete, Ferdi igualou os tempos de Marc Gené. Para 1999, Alonso competiu no
Euro Open MoviStar. Na segunda etapa, outra vez em Albacete, venceu pela
primeira vez. Alonso foi campeão com apenas um ponto de vantagem para Manuel
Giao depois de vencer e fazer a volta mais rápida na última corrida. No fim do
ano, Alonso fez outro teste pela Minardi e foi um segundo e meio mais rápido do
que os outros pilotos que testaram o carro.
Em 2000, o último passo: a Fórmula 3000. Mais jovem do grid,
Alonso demorou sete corridas para marcar os primeiros pontos, quando teve duas
vitórias e dois segundos lugares, terminando o campeonato em quarto, atrás do
brasileiro Bruno Junqueira, do francês Nicolas Minassian e do australiano Mark
Webber.
MINARDI (2001)
Foto: Minardi
Alonso foi o terceiro piloto mais jovem da história (na
época, é claro) a estrear na F1. Foi também a primeira temporada da Minardi sob
a administração de Paul Stoddart. O carro não era nem rápido e tampouco
confiável.
Fazendo o que podia, o espanhol chamou a atenção das equipes
maiores. A Sauber chegou a cogitar contratá-lo para substituir Kimi Raikkonen,
mas preferiu ficar com o brasileiro Felipe Massa. No entanto, seu empresário Flavio Briatore
tinha outros planos. Ele queria colocar o espanhol na Benetton, no lugar de
Jenson Button. Com a Renault comprando a equipe inglesa/italiana, Alonso ficou
como piloto de testes na temporada seguinte.
Na última corrida da temporada, no
Japão, Alonso foi o 11°, a frente de carros como a Prost de Frentzen e a BAR de
Olivier Panis, além das duas Arrows e do então companheiro de equipe, o malaio
Alex Yoong. Anos depois, Stoddart classificou a corrida da Fênix como “53
voltas de classificação”. O espanhol ficou atrás na tabela do outro companheiro
de equipe que teve na temporada, o brasileiro Tarso Marques. O melhor resultado
da temporada foi o décimo lugar na Alemanha, o que hoje lhe daria um ponto na
F1.
RENAULT (2003-2006): PRIMEIRAS VITÓRIAS E FIM DA ERA SCHUMMI
Foto: MotorSport
Em 2002, Alonso foi apenas piloto de testes da equipe
francesa, onde andou 1.642 voltas e mais 52 pela Jaguar em um teste em
Silverstone. Como planejado, Briatore sacou Jenson Button e colocou o espanhol
para correr junto com o italiano Jarno Trulli. É claro que a imprensa britânica
não gostou da decisão. Em entrevista para a F1 Racing, o diretor técnico Mike
Gascoyne disse que era a decisão certa a se fazer porque a equipe estava
impressionada com o trabalho realizado pelo espanhol como piloto de testes.
E a justificativa fez sentido. Logo na segunda etapa, na
Malásia, Alonso sagrou-se o piloto mais jovem da história a ser pole position e
também o mais jovem a ir no pódio na mesma corrida, quando foi o terceiro. Foi
a primeira vez que um piloto espanhol conseguiu tal façanha na categoria. Na
corrida seguinte, no Brasil, Alonso bateu forte depois de não ver as bandeiras
amarelas agitadas e os destroços na pista causadas pelo acidente da Jaguar de
Mark Webber.
Na Espanha, corrida da casa, outro feito histórico: segundo lugar. Além disso, Alonso conseguiu a primeira vitória da carreira em uma atuação esplêndida na Hungria, sagrando-se o mais jovem a vencer uma corrida na história da F1. Ele terminou o campeonato em sexto, com 55 pontos e quatro pódios.
Com uma Ferrari dominante em 2004, Alonso não pode fazer
muita coisa. Manteve os quatro pódios (Austrália, França, Alemanha e Hungria).
Em Mônaco, bateu e jogou a culpa em Ralf Schumacher. Na França, foi pole e
quase venceu, se não fosse a extraordinária atuação de Michael Schumacher,
vencedor com quatro paradas. Nas últimas três etapas da temporada, Trulli foi
demitido e substituído por Jacques Villeneuve. Alonso fez 59 pontos e terminou
o campeonato na quarta posição.
Em 2005, outro italiano como companheiro de equipe:
Giancarlo Fisichella. Na corrida de abertura, na Austrália, a chuva atrapalhou
o treino de Alonso, que ainda assim conseguiu chegar em terceiro.
Ele venceu as
duas corridas seguintes (Malásia e Bahrein) largando da pole e venceu a
terceira seguida em uma batalha épica contra Schumacher em Ímola. O espanhol
revelou que estava com o motor avariado. O problema só foi descoberto depois do
treino e a equipe optou por correr ao invés de trocar o motor e ser penalizado
com 10 posições no grid.
A McLaren melhorou e Raikkonen venceu as duas seguintes, na
Espanha e em Mônaco. Era o único adversário de Alonso, visto que Ferrari e
Williams estavam bem abaixo de seus potenciais. Raikkonen iria vencer pela
terceira vez seguida em Nurburgring, mas o estouro da suspensão
dianteira-esquerda na última vez fez Alonso herdar uma improvável e
importantíssima vitória no campeonato.
Alonso bateu no Canadá e não disputou a
corrida dos Estados Unidos em virtude do Caso Michelin. Na França, fez a
terceira pole e venceu pela quinta vez na corrida da casa da equipe. Em
Silverstone, outra pole, mas dessa vez o espanhol foi superado pela McLaren de
Montoya. Na Alemanha de novo, outra vez Raikkonen liderava até sofrer um
problema hidráulico, e lá foi Alonso vencer mais uma.
Na Hungria, Alonso largou só em sexto e terminou apenas em
11° depois de se envolver em um acidente com Ralf Schumacher. Na reta final,
Alonso terminou em segundo em três provas consecutivas. Raikkonen venceu na
Turquia e na Bélgica e terminou em quarto na Itália, reduzindo a vantagem de
Alonso em apenas um ponto.
O título veio com um terceiro lugar em Interlagos. Alonso
sagrou-se o mais jovem campeão da história da F1, o primeiro da Espanha e
terminou com a Era Schumacher. Após a corrida, ele declarou: “eu quero dedicar
este campeonato a minha família e a todos os meus amigos próximos que me
apoiaram durante a minha carreira. A Espanha não é um país que tenha a cultura
da F1e nós tivemos que lutar sozinhos, cada passo do nosso caminho, para fazer
isso acontecer. Um obrigado muito especial também para a minha equipe –eles são
os melhores na F1 e nós fizemos isso juntos. Eu vou dizer que sou campeão, mas
nós somos todos campeões – e eles merecem isso.” Em entrevista anos depois,
Alonso disse que essa foi sua grande corrida da carreira: “Foi um sonho se
tornando realidade e um dia muito emocionante. Nas últimas voltas, eu pensava
estar ouvindo barulhos do motor –de todos os lugares! Mas estava tudo ok. Eu
posso lembrar do meu alívio quando cruzei a linha de chegada”.
Nas etapas finais, no Japão e na China, Alonso e Renault
sagraram-se ainda campeões de construtores. O espanhol foi terceiro em Suzuka e
venceu em Shangai.
Em 2006, defendendo o título, Alonso já começou vencendo no
Bahrein, superando Schumacher e saindo da quarta posição. Na Malásia, ficou em
segundo, atrás de Fisichella. Na Austrália, venceu após superar a Honda de
Jenson Button. Largando em uma posição ruim em San Marino, Alonso recebeu o
troco de Schumacher em Ímola e foi superado também no GP da Europa, mesmo
largando na pole. O troco veio justamente na Espanha, onde venceu pela primeira
vez. Em Mônaco, herdou a pole de Schumacher, punido em 10 posições depois de
parar deliberadamente o carro depois completar sua volta no Qualyfing e também
venceu.
Alonso chegou a quatro vitórias seguidas ao vencer em
Silverstone e no Canadá, as duas largando da pole position. Alonso foi o
primeiro piloto da história a terminar as nove primeiras corridas da temporada
em primeiro ou segundo, sendo igualado depois por Sebastian Vettel em 2011.
Schumacher respondeu em Indianápolis, quando venceu e o espanhol terminou em
quinto. Nova vitória do alemão na França, com Alonso em segundo. O espanhol
ficou em quinto na Alemanha e a vantagem para o heptacampeão era de 11 pontos.
Na Hungria, Alonso foi penalizado no Qualyfing e só largou
em 15°, Schummy ficou em 11° pelo mesmo motivo. Na corrida, Alonso se
encaminhava para uma vitória épica na chuva quando uma porca da roda soltou de
seu carro após o pit stop. Schumacher fez apenas um ponto depois que Robert
Kubica foi desclassificado.
Alonso foi o segundo na Turquia, onde Felipe Massa venceu
pela primeira vez na carreira. Na Itália, uma corrida desastrosa. Um furo na
parte de trás da carroceria fez Alonso largar apenas em quinto. No entanto, o
espanhol foi punido por ter atrapalhado Felipe Massa e caiu para décimo. Um
problema no motor o fez abandonar e com a vitória de Schummy a vantagem caiu
para apenas dois pontos.
Na China, Alonso fez a pole na chuva mas ficou em segundo.
Com a vitória de Schumacher, o campeonato estava empatado, com o alemão na
frente pelo número de vitórias. No Japão, a Ferrari largou na pole, mais de um
segundo a frente das Renault, que ficaram em quinto e sexto. No entanto, na
corrida, Alonso pulou para segundo e venceu após Schumacher abandonar com um
problema no motor. Com 10 pontos de vantagem, bastava um oitavo lugar no Brasil
para ser bicampeão.
Massa venceu em Interlagos e Alonso foi o segundo,
Schumacher o quarto. Alonso bicampeão mundial, outra vez no Brasil. O espanhol
sagrou-se o mais jovem bicampeão da história e a Renault também venceu os construtores
por 5 pontos. Desde 2005 Alonso já tinha acertado com a McLaren para a temporada
de 2007, onde, sem o recém-aposentado Michael Schumacher, prometia ser o novo
dono da F1.
Até que surgiu um certo Lewis Hamilton... mas isso é assunto
para o próximo post. Até mais!
Sábado teve a segunda edição da Heineken F1 Experience. A primeira foi no RJ e teve Felipe Massa dirigindo a Williams. Aqui em Porto Alegre foi a vez de Rubens Barrichello.
Cheguei quase 12h e perdi a primeira arrancada do Rubens. Um calor escaldante e mesmo assim consegui um lugar na grade. Foi bem legal. Teve espetáculos de motos e drift, coisa bacana para o público em geral, além de muita música. A nota ruim foi o calor que vitimou umas queimaduras no meu pescoço hehehe
Destaque negativo foi pro locutor do evento que teve a proeza de chamar Sir Jackie Stewart de JACK SMITH. Meu Deus, o sangue subiu na hora! O momento era de tanta emoção e perplexidade que só me dei conta que JACKIE STEWART ESTEVE EM PORTO ALEGRE! INACREDITÁVEL!
Bom, pra fechar a conta, comprei dos ambulantes uma camisa da Mercedes. Estava vestindo a camisa de Johan Cruyff... sacaram a referência? Abaixo, fotos e vídeos dessa experiência única!
P.S.: Bem na hora que Rubinho veio para a segunda arrancada, saí da grade pra comprar um refri. Sacanagem. É muito rápido e impossível de gravar, mas valeu ouvir o V8. Emoção única! Imagina estar em Interlagos!
Espero voltar um dia, seja para a F1, seja para a música.