sexta-feira, 31 de agosto de 2018

TIFOSI À ESPERA

Foto: Getty Images
Nunca o cenário esteve tão favorável para a Ferrari finalmente voltar a vencer em casa. A última vez foi em 2010, com Alonso. Hoje, o motor mais potente permite afirmar que estão superiores aos atuais tetracampeões. Se a chuva não aprontar (o que vem acontecendo com frequência para estragar os planos ferraristas) ou Vettel não cometer um erro bobo, as chances de uma vitória consagradora são quase certas.

No entanto, geralmente são nesses casos que o imponderável age e nos deixa sem graça. Não digo que torço contra a Ferrari, mas torço para uma corrida movimentada. Sempre sequei hegemonias, independente de quem seja. Com pista molhada, as distâncias diminuem e o imponderável aumenta.

Ademais, a nota do dia foi o capote de Ericsson. Mais uma vez a asa traseira foi a causadora do problema. Tá na hora de tirar esse artefato ultrapassado e perigoso da nossa F1! Onde já se viu? Bando de neandertais! (Bom, Ross Brawn pretende fazer isso em breve - ainda bem).

Foto: Reprodução



Choveu forte no primeiro treino, então basicamente não há nada para tirar como base. Vou postar igual só para que todos apreciem a Racing Point entre os três primeiros e Hartley em quarto. O resto das forças estão a mesma de sempre. Confesso que estou cansado de repetir as coisas aqui, menos o novo álbum do Eminem. Recomendo!

Confira os tempos do treino livre para o GP da Itália:




GP DA ITÁLIA - Programação

O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Rubens Barrichello - 1:20.089 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 5x (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006)


NAS CORDAS (OU NA GRADE)

Foto: Crash.net
Como quase sempre, é possível comparar várias disputas com uma luta de Boxe ou o MMA, que está mais em evidência. A Mercedes detém o "cinturão" da F1 desde 2014 e somente ano passado uma desafiante foi capaz de lhe dar algum trabalho. Ainda assim, "and still" (e ainda) campeões. Nesse ano, o cenário parece ser outro: com muito equilíbrio, a Ferrari aos poucos começou a equilibrar as ações. Entretanto, as flechas de prata exploravam os "contra-ataques", o ponto fraco e os erros dos alemães no primeiro assalto. No segundo, os italianos estão conseguindo manter a calma e, com uma sequência limpa de golpes (upgrades mais satisfatórios do motor), está deixando a Mercedes na grade e ameaça virar essa história.

Um frustrado, resignado e preocupado Toto Wolff viu sua equipe, que venceu as últimas quatro etapas em Spa, ser dominada pela Ferrari. Com a pole vinda graças a chuva, o domingo sem o molhado mostrou o óbvio: a superioridade da Ferrari. Bastaram alguns metros para Vettel atropelar Hamilton sem maiores dificuldades.“Fomos engolidos na reta; É uma sensação de vazio. Não fomos bons o bastante. Nosso carro não é o mais rápido, e você pode ver muita diferença. Estamos com falta de tração. Simplesmente não estamos onde deveríamos estar em baixa velocidade [nas curvas]. Estávamos com bolhas nos pneus”, disse o dirigente para a Sky Sports.

O chefão da Mercedes foi além: “Podemos ver que eles têm uma pequena vantagem em termos de potência, e quando você soma isso com nossas fraquezas, especialmente na curva 1, isso causa o duplo golpe. Ainda é possível buscar performance. Mas não há uma bala de prata que, de repente, vai colocar 0s3 ao carro ou ao motor”, concluiu.


A preocupação é evidente. O alerta está claro. A Mercedes vai ter um longo trabalho até o fim do ano para voltar a ser a equipe dominante. Num primeiro momento, vai faltar tempo. A aposta ficaria, talvez, para a etapa da Rússia ou então nas decisões na América e depois Abu Dhabi. Apesar de liderarem os pilotos e construtores, faltam sete etapas. A Mercedes precisa resistir até o fim do round e voltar para o próximo assalto ainda em condições de revidar os ataques da Ferrari. Tudo isso para poder, no fim das contas, gritar "and still" pela quinta vez.

INJUSTIÇA

Foto: Divulgação/ Force India
Até o provável novo piloto da Racing Point a partir de Cingapura concorda que não será justo Esteban Ocon ficar de fora da equipe e potencialmente em riscos de ficar a pé ano que vem. É o que diz o próprio Lance Stroll. O canadense também faz ressalvas para que olhem seus resultados na categoria, afirmando ser merecedor de tal promoção. "“Se meu pai me levar para a Force India, é uma escolha dele. E entendo que não vai ser legal ou justo para Esteban, mas acho que mereço ser mais reconhecido pelos resultados que alcancei”, disse.

Segundo o site "Race Fans", Stroll vai realizar nessa semana, em Silverstone, o molde de assento no carro ex-indiano. No entanto, o canadense não confirmou nem negou que vai se juntar a equipe do pai daqui duas semanas. Stroll vem insistindo na tecla de que não é só apenas filho de um bilionário, mas alguém que merece chegar onde chegou: “Meus resultados e o que eu fiz deveriam ser mais reconhecidos. É muito difícil. Às vezes, um jogador tem mais talento e potencial que outro, mas acontece que ele termine num time de merda e aí, um menos talentoso, recebe um grande salário em um clube melhor", disse.

"Não estou negando que o sistema não é totalmente justo, mas mereço mais do que apenas ser citado que chego com dinheiro, que não é só do meu pai. Além dele, faço parte de parcerias com a JCB, Canada Life e Bombardier, então acho que há uma separação entre mim e meu pai até certo ponto”, finalizou em entrevista ao "The Telegraph".


Que resultados o credenciam ir para a Racing Point? Um pódio sem querer que caiu do céu no ano passado no Azerbaijão? Ficar atrás de um piloto que estava aposentado? Estar a frente da tabela que um outro novato que veio pra ser segundo piloto? Stroll nem deveria estar na F1 se não fosse filho de quem é, simples assim.

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 231 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 214 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 146 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 144 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 120 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 118 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Kevin Magnussen (Haas) - 49 pontos
9 - Fernando Alonso (McLaren) - 44 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 40 pontos *
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 37 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 30 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 27 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 375 pontos
2 - Ferrari - 360 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 238 pontos
4 - Renault - 82 pontos
5 - Haas Ferrari - 76 pontos
6 - McLaren Renault - 52 pontos
7 - Toro Rosso Honda - 31 pontos
8 - Sauber Ferrari - 19 pontos
9 - Racing Point Force India Mercedes - 18 pontos *
10- Williams Mercedes - 4 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO










quarta-feira, 29 de agosto de 2018

OUTRAS HISTÓRIAS DE MONZA

Foto: Getty Images
Depois de publicar um material especial sobre a corrida pós-morte de Enzo Ferrari, o post de hoje relembra outras corridas marcantes realizadas em Monza. Sem mais delongas:

1983. Alain Prost (Renault), René Arnoux (Ferrari) e Nelson Piquet (Brabham) chegaram na Itália brigando pelo título. Enquanto isso, os preparativos para a adoção do motor turbo na temporada seguinte já estava sendo feitos. Fora da jogada, a McLaren TAG-Porsche, de Niki Lauda e John Watson, começava os testes.

Na pole, um italiano, mas não era a Ferrari. Com a Brabham, Riccardo Patrese superou os franceses Patrick Tambay e Arnoux. Piquet era o quarto e Prost largava em quinto. Na largada, Piquet pula para a segunda posição e herda a liderança logo na segunda volta depois do motor de Patrese estourar. Líder do campeonato, Prost teve um problema elétrico em sua Renault e abandonou na 35a volta.

No fim das contas, Piquet venceu, com a Ferrari de Arnoux em segundo e a Renault de Eddie Cheever em terceiro. Faltando duas etapas para o fim do campeonato, Prost liderava com 51, Arnoux tinha 49 e Piquet 46. O resto da história vocês já conhecem...


Pulamos dez anos no tempo. A grande expectativa da época era saber quando Prost iria se tetra e se iria continuar na categoria depois disso. Um bom indício disso foi a pole, com Damon Hill fechando a fila da Williams. Alesi (Ferrari) e Senna (McLaren) na segunda fila.

Na largada, Senna, Hill e Berger se tocam, o que causa um incidente mais grave que envolve cinco carros: a Sauber de J.J. Lehto, a Jordan de Marco Apicella e Rubens Barrichello e as Footwork de Aguri Suzuki e Derek Warwick. Tentando se recuperar, Senna tenta passar a Ligier de Martin Brundle, bate e faz os dois abandonarem.

Prost se encaminhava para uma vitória tranquila quando teve um problema no motor, na volta 48, e abandonou. Enquanto isso, Damon Hill fez uma corrida espetacular de recuperação e venceu com incríveis 40 segundos de vantagem para o segundo colocado, Jean Alesi. Mais incrível ainda foi ter colocado uma volta do terceiro em diante. Michael Andretti conquistou seu melhor resultado na F1, mas foi demitido da McLaren. Um jovem finlandês de nome Mika Hakkinen o substituiu.

Mesmo assim teve tempo para um acidente espetacular. Christian Fittipaldi tentou ultrapassar o Pierluigi Martini, parceiro de Minardi. O italiano freou na reta e fez o carro do brasileiro decolar e dar um loop. Pra sua sorte, acabou caindo de frente sem grandes sustos.

Foto: Motorsport


1998. Disputa acirrada de Michael Schumacher e Mika Hakkinen. O alemão largou na pole com a surpreendente Williams de Jacques Villeneuve alinhando em segundo. A dupla da McLaren ficou na segunda fila. A corrida foi um passeio de Schumacher, que venceu sem dificuldades. Dessa vez, teve dobradinha ferrarista em Monza, pra delírio dos tifosi. Eddie Irvine foi o segundo e Ralf Schumacher, com a Jordan, chegou em terceiro. Pela primeira vez dois irmãos estavam em um pódio na F1.


Finalmente. 2008. Enquanto Hamilton, Massa e até Kubica duelavam pelo título, um temporal em Monza fez tudo mudar. Grandes surpresas e a história sendo feita. Um tal de Sebastian Vettel fez sua primeira pole na carreira, a primeira e até hoje única da Toro Rosso e o mais jovem da história a conseguir tal feito. Heikki Kovalainen (McLaren) ficou em segundo e uma surpreendente segunda fila formada por Mark Webber (Red Bull) e Sebastien Bourdais (Toro Rosso). Massa foi o sexto e Hamilton somente o 15°.

A largada com Safety Car fez Vettel disparar na frente. Hamilton, Alonso e Kubica optaram por fazer uma parada mais longa, ganhando posições. Lewis chegou a ser o segundo, mas a pista secou e os três foram obrigados a fazer um novo pit stop. No fim das contas, Vettel dominou o fim de semana todo e venceu pela primeira vez na carreira e até então o mais jovem da história a conseguir tal feito, bem como o responsável pela única vitória da Toro Rosso até aqui. Kovalainen foi o segundo e Kubica (BMW Sauber) o terceiro, com Alonso (Renault) em quarto, Heidfeld (BMW Sauber) em quinto, Massa em sexto e Hamilton em sétimo.

A vantagem do inglês para o brasileiro caiu para um ponto (78 a 77), e Cingapura prometia ser uma corrida histórica, a primeira realizada à noite. Bem, foi histórica, né?



Menção honrosa para 2003: depois de ter sido dominado na Hungria (levando uma volta do vencedor Alonso), a Ferrari reagiu e começou a caminhada do hexa de Schumi em Monza. Largado na pole, manteve a posição para vencer e seguir na liderança do campeonato. Montoya foi o segundo e Rubinho o terceiro, com Raikkonen em quarto. Faltando duas etapas para o fim, três pilotos de três equipes diferentes disputavam o título, uma raridade naqueles anos de Era Schumi.




Espero que tenham gostado.

Até!

terça-feira, 28 de agosto de 2018

RITO DE PASSAGEM - Parte 3

Foto: Reprodução/Fernando Alonso.eu

Acabo de completar 23 anos. Meu pai e meu irmão vieram aqui, comemos pizza. Ganhei dois livros de presente.  A princípio, são muito interessantes: “A elite do atraso”, do Jessé de Souza, e um do Mário Sérgio Cortella cujo nome não lembro agora e está muito escuro e tarde para eu levantar e ver. A velha preguiça. Quase dois anos depois, estou aqui de volta para fazer um balanço de como as coisas estão.

Ao contrário do que esperava, Kimi e Alonso seguem. Ou, não tão contrário assim, pode ser suas últimas temporadas. Alonso já disse que se despede no fim do ano. O ponto central do texto. Quando comecei a escrever, tudo se motivava em perceber como as saídas de Button e Massa (essa só, de fato, no ano passado) mostravam que a F1 e a minha vida estavam caminhando para um novo momento.

Tinha acabado de me mudar de residência. Primeiros dois meses, mas já pareciam mais. Agora, são mais de dois anos. Parece mais do que já. Aqui, concluí os semestres que faltavam. Me formei. Uma etapa concluída. Parecia o fim da fase de estudos e de um destino guiado desde pequeno. Quis o destino, minhas decisões e a consequência delas que voltasse para a sala de aula. Curso técnico. Necessário o DRT para trabalhar. Comecei uma nova língua, estou tentando aprender a falar em italiano. Inglês parecia mais fácil no início, mas vamos lá.

A saída de Alonso é mais um passo rumo ao final definitivo de um capítulo da minha vida: o do estudo acadêmico,acompanhado desde Canoas até agora. Sem ele e Raikkonen, eu e a F1 estaremos começando um novo ciclo e procurando por novos desafios, assim como a fênix.

Bom, talvez o curso técnico seja o último suspiro, tal qual as permanências de Raikkonen e Alonso na categoria. Quem diria que o IceMan seria o veterano mais longevo dos quatro, olhando lá de trás? Quem diria que ainda estaria estudando e com um ano mais corrido do que o anterior?

Foto: Reprodução/Twitter
Assim como na F1, não sei o que virá em diante. O simples e óbvio é dizer que uma hora ou outra estarei empregado em algum lugar. Assim espero. O que será da F1? Já temos Halo, um monte de modernidades e coisas artificiais, mas cadê as verdadeiras mudanças? O equilíbrio financeiro, a gestão responsável e o crescimento de quem está lá atrás? E os novos pilotos? Vamos seguir acompanhando Vettel e Hamilton empilhando títulos até cansarem? Aliás, os dois se encaminham para serem não só os mais vencedores como também os mais longevos.


Estranho perceber que o primeiro negro da F1 e aquele que parecia o Justin Bieber representam o que eu enxergava em Schumacher na infância. Bom, dessa vez são dois grandes campeões na mesma geração, dois entre os maiores de todos os tempos. Saudosismo em excesso? São as transformações da vida.

Assim como Raikkonen, Vettel e Hamilton, talvez continue estudando ou encontrando alternativas para seguir minha vida e minha carreira (?). Estamos sem respostas e sim com muitas dúvidas, incertezas, inseguranças, inquietações e ao mesmo tempo animação e ansiedade em descobrir o desconhecido. Resta para eu e a F1 buscarmos essas respostas aos nossos anseios, lembrando o passado que nos acompanha mas também buscando o que vai nos sustentar lá na frente
.
Talvez pela primeira vez em muito tempo que nós estejamos tão incertos. O que vai ser de nós em 2021? Hora de percorrer (ou continuar) o caminho que me levará a essa resposta. Prometo não demorar a voltar. Quando sentir as coisas igual eu estou sentindo agora, estarei pronto para descrever tudo isso.

Até.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

RETOMADA VERMELHA

Foto: Getty Images
Quando até em Spa Francorchamps a corrida é uma porcaria, isso mostra o tamanho do problema da F1 e a provável incapacidade de resolvê-la em curto-prazo devido, é claro, aos interesses políticos. Bom, Sebastian Vettel não teve nada a ver com isso e teve uma vitória importante pela terceira vez em solo belga. Dessa vez, foi tudo simples: não teve dificuldades para ultrapassar Hamilton na primeira volta e partir para a vitória. Restou a Lewis administrar o segundo lugar e ter a vantagem de 17 pontos no campeonato.

O novo motor da Ferrari deixou os italianos ainda mais fortes. É o carro a ser batido. Isso com certeza está mexendo com a Mercedes. As retas longas de Monza têm grandes possibilidades de repetir o resultado de hoje. Assimilando essa informação, Vettel passa a ser o favorito para o penta, mesmo que esteja atrás na tabela. Hamilton pareceu preocupado. Não tinha como duelar com Seb. Não pode ficar sempre em segundo. Se continuar assim, vai perder a liderança em três corridas. Alerta quase vermelho na atual tetracampeã do mundo.

Max Verstappen aproveitou o azar inacreditável de Kimi Raikkonen (ou seria a zica desse blog?) e os problemas de Daniel Ricciardo para chegar num bom terceiro lugar, uma recompensa para a massa laranja que está dominando os assentos dos autódromos pelo mundo. Largada no fim do grid, coube a Bottas ficar em quarto. Se não foi possível repetir o sábado grandioso, a tal Racing Point "estreou" sendo a melhor do resto e fazendo o quinto e sexto lugares com Pérez e Ocon. O francês, como recompensa, vai parar na McLaren. Meritocracia... Os pilotos mantiveram as pontuações no campeonato, menos a equipe, que mesmo assim já passou a Williams na tabela. Que estreia!

Geralmente ocupando o posto de quarta força, a Haas conseguiu ficar em sétimo e oitavo, com Grosjean (guiou bem, apesar de toda a imprensa ignorar isso e focar somente no terceiro lugar de Ocon no grid) e Magnussen. Fechando os pontos, tivemos Pierre Gasly com a Toro Rosso Honda (sinal de evolução do motor japonês?) e Ericsson, com a Sauber. Isso só mostra que o carro dos suíços está bem competitivo. Imagina o que poderia ter feito Leclerc?

Foto: Mark Thompson/Getty Images

Ficou só na imaginação. Uma barbeiragem inacreditável de Hulkenberg na largada fez um efeito domínio: encheu a traseira do carro de Alonso, que voou por cima de Leclerc, que bateu em Ricciardo, que bateu em Raikkonen... Incrível como o espanhol está se envolvendo nessas decolagens, outra vez em Spa. Hulk já perdeu 10 posições para a corrida da semana que vem, na Itália. No entanto, não podemos ser injustos: apesar de ter cometido uma bobagem, isso acabou sendo o ponto alto da corrida. Literalmente.

"Mas felizmente, para a alegria dos bons, o espanhol soberbo, como uma fênix que renasce, levantou-se do cockpit e deixou em êxtase aqueles que acompanhavam de perto o grande prêmio."

Ademais, interessante notar como Sirotkin está começando a ficar na frente de Stroll. Uma pena que dificilmente irá pontuar. A essa altura o canadense nem se importa, afinal uma vaga quentinha comprada pelo pai vai estar a disposição a partir de Cingapura. Brendon Hartley e Stoffel Vandoorne caminhando a passos largos a deixarem a F1. O primeiro não é novidade. O segundo precisa torcer que a amizade e o histórico com Frederic Vasseur na GP2 sejam suficientes para desbancar o outrora dono da equipe.

Confira a classificação final do GP da Bélgica:


Até!

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O RETORNO DO REI DE SPA?

Foto: Getty Images
Em condições normais, a Ferrari é a favorita a vencer em Spa Francochamps. A questão é que a chuva pode aparecer ou no qualyfing ou na corrida, o que deixaria tudo em aberto.

Ignorando essa possibilidade, pode-se dizer que é a grande chance de Raikkonen finalmente ganhar uma corrida, algo que não acontece há cinco anos. Por incrível que pareça, é o cara com mais vitórias em Spa (quatro, a última em 2009, justamente pela Ferrari). Hoje, foi o mais rápido do dia, bem a frente de Vettel.

Como o próprio finlandês salientou, o treino de sexta não serve pra muita coisa. A Mercedes vai vir muito forte, sem dúvida. A Red Bull nem tanto. Vai depender das condições climáticas para brilhar na frente. Como será o tratamento a Daniel Ricciardo agora? No TL1, só deu uma volta rápida...

A Racing Point Force India teve uma importante vitória: as equipes concordaram em deixar que a "nova" equipe receba o valor de premiação obtida com a inscrição anterior, que foi válida até a última etapa, na Hungria. Sempre importante reforçar os bolsos. Um alento para quem estava sofrendo e hoje parece estar na melhor. A eterna "boa de reta" foi praticamente a melhor do resto nos treinos. Tudo isso para Stroll depois não entregar nem metade do que o carro pode produzir...

Outro ponto interessante foi a estreia de Lando Norris no TL1, no lugar de Alonso. O britânico conseguiu ainda assim ficar na frente de Vandoorne. O dono da casa reclamou de problemas no pedal do freio, que se repetiram no TL2. Ai, ai, Stoffel... a batata está ficando bem quente assim...

O resto é o mais do mesmo: Williams no fim do grid, Renault e Haas na parte intermediária e a Toro Rosso um pouco atrás das duas. Veremos se a chuva ou algo diferentão pode fazer com que a Ferrari não vença. Vettel precisa reagir agora mesmo, sem mais cometer erros, se quiser o penta. A responsabilidade está com o alemão.

Confira a classificação dos dois treinos livres:



Até!


GP DA BÉLGICA - Programação

O Grande Prêmio da Bélgica foi disputado pela primeira vez em 1925, e faz parte do calendário da Fórmula 1 desde a 1a temporada da categoria, em 1950.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Ayrton Senna - 1:41.523 (McLaren, 1991)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:42.533 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1992, 1995, 1996, 1997, 2001 e 2002)

LAUDA VAI SUPERANDO A MORTE, DE NOVO

Foto: Rodrigo Berton/ Grande Prêmio
Internado em um hospital de Viena desde o fim de julho com complicações de uma gripe que contraiu em Ibiza, na Espanha, Niki Lauda vem passando por uma série de procedimentos desde então. Diante das complicações, o tricampeão realizou um transplante de pulmão e segue internado em tratamento intensivo.

Nessa semana, a equipe médica disse para a imprensa que Lauda já consegue falar e respirar sem a ajuda de aparelhos, graças a trabalhos de fisioterapia visando a rápida adaptação ao novo pulmão que recebeu.

Nesses casos de transplante, principalmente em pessoas mais velhas, o tempo de adaptação e recuperação é maior. Portanto, ainda não há previsão de alta para o presidente não-executivo da Mercedes. A tendência é que seja liberado nas próximas semanas e continue os cuidados em casa. Uma das restrições é que Lauda não viaje de avião, portanto que não vá muito longe da Áustria.


Com isso, não deve acompanhar sua equipe pelas corridas no mínimo até o fim do ano. O mais importante é a plena recuperação desse ícone. Para quem já driblou a morte anteriormente, um problema respiratório não há de ser nada. Vida longa a Andreas Nikolaus Lauda!

SUPERA, RED BULL

Foto: Motorsport
Nem mesmo a confirmação de Pierre Gasly como parceiro de Max Verstappen para o ano que vem fez o consultor Helmut Marko virar a página. Falando para uma emissora austríaca, o doutor disse que a negociação com Ricciardo estava apalavrada, mas que de última hora o australiano ligou dizendo que tinha optado pela Renault.

O doutor afirmou que Ricciardo provavelmente não confia no projeto da Honda e que os franceses haviam oferecido o valor que Ricciardo gostaria de receber. No entanto, Marko não acredita que tenha sido uma boa decisão do #3 por entender que os motores franceses ainda estão distantes do desempenho de Ferrari e Mercedes. “Desde 2014 a Renault não está à altura da Mercedes e Ferrari. Perdemos a fé nas garantias de estar na luta com eles no ano que vem. Estou convencido de que, no ano que vem, vamos estar firmemente à frente da Renault”.

E emendou. “Tenho certeza de que não vamos ver nenhum ‘shoey’ em 2019, mas posso entender que, depois de dez anos com a Red Bull, ele precise de um novo desafio. É uma pena porque Daniel é um dos melhores em corrida, suas manobras de ultrapassagem são únicas. Na classificação ele está um pouco atrás de Verstappen, mas ele a compensa com a velocidade em corrida”.

O discurso está claro: tornar Max Verstappen o mais jovem campeão da história. Para isso, é sempre bom ter um capacho por lá, igual Bottas e Raikkonen. Ricciardo não seria esse cara, pelo contrário. Bateu no holandês nas três temporadas em que estiveram lá. Além do motor Honda, esse foi o fator preponderante para deixar a equipe: perceber que o apoio e o trabalho uma hora ou outra se voltaria com toda a carga para o menino prodígio. Ricciardo não quer virar um Webber. A ida para a Renault pode não representar sucesso imediato, mas é aquilo que dá pra chamar de seu "canto" durante dois anos, sempre apostando no futuro de Ferrari e Mercedes pós-2021, possivelmente sem Hamilton e Vettel.


Veremos, aí, quem é o verdadeiro profeta.


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 213 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 189 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 146 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 132 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 118 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 105 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Kevin Magnussen (Haas) - 45 pontos
9 - Fernando Alonso (McLaren) - 44 pontos
10- Carlos Sainz Jr (Renault) - 30 pontos
11- Sérgio Pérez (Force India) - 29 pontos *
12- Esteban Ocon (Force India) - 29 pontos *
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 27 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 21 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos

* = Com a venda da equipe, a Force India se transformou em Racing Point Force India e teve sua pontuação zerada. Entretanto, a colocação dos pilotos ainda vai ficar por aqui nesse post.


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 345 pontos
2 - Ferrari - 335 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 223 pontos
4 - Renault - 82 pontos
5 - Haas Ferrari - 66 pontos
6 - Force India Mercedes - 58 pontos *
7 - McLaren Renault - 52 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 29 pontos
9 - Sauber Ferrari - 18 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

* = Com a venda da equipe, a Force India se transformou em Racing Point Force India e teve sua pontuação zerada. Entretanto, a colocação da antiga equipe ainda vai ficar por aqui nesse post.

TRANSMISSÃO