Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
26 de novembro de 2017 é um dia que vai entrar para a história da F1. O dia que a categoria, sob a administração da Liberty, anuncia que irá entrar em uma "nova era", cujo ninguém sabe do que se trata.
Ah, vamos ver: novo logo, corridas com o inútil Halo, apenas três motores para a temporada toda e muita interatividade, a única coisa boa nesse meio tempo. Opa, isso vai ser tema de outro post durante a semana (escrevendo agora, poderia ser interessante uma análise do primeiro ano da Liberty como proprietária da F1... escreverei? Talvez). Ah, a McLaren vetou o uso das barbatanas e teremos a câmera 360°. Uhul, mas quem se importa?
Bom, tentaremos falar sobre a corrida. Que corrida? Nona edição do GP de Abu Dhabi. Circuito está ficando tradicional... Tradicionalmente bosta. Sempre começa do jeito que termina, e não foi diferente: Bottas, Hamilton e Vettel. Raikkonen herdou o quarto lugar de Ricciardo, que herdou o azar que Max tinha na primeira metade da temporada. Hulkenberg foi o sexto, resultado que fez a Renault ultrapassar a Toro Rosso nos construtores. Felipe Massa se despediu da F1 com um suado pontinho do décimo lugar. Incrível o respeito do mundo da F1 com ele. Já agradecemos tanto Massa nos últimos dois anos que soa repetitivo fazer isso outra vez... foda-se: valeu, Felipe!
Foto: Getty Images
A corrida de Abu Dhabi serve como um instrumento de tortura transmitido mundialmente para masoquistas (ou não). Se um dia tiver filhos, farei um compilado de corridas desse espetacular circuito (até porque com o dinheiro investido, teremos esse GP por várias décadas, isso se a F1 existir até lá) para ele assistir na íntegra. Mais eficaz e barato que Super Nanny e essas psicologias baratas que existem por aí.
A corrida foi tão deprimente que os pilotos que mais apareceram foram Stroll e Grosjean. STROLL E GROSJEAN em uma disputa pelo 13°. Nem o pelotão intermediário salvou. Em uma corrida patética, o canadense de berço esplêndido terminou em último e chegou a levar um calor do Ericsson com motor de quase dois anos defasado. A Toro Rosso digladiando com a Sauber seria um prenúncio da nova parceria com a Honda.
Bom, o melhor momento da corrida foi quando acabou e teve um show de zerinhos. Bottas dominou do início ao fim, mas agora Inês é morta. Ou não, vai que ele se empolgue igual um certo filho de finlandês...
A nova era da F1 vem aí. Diante de tanta catástrofe, minha torcida é para que Ferrari, Red Bull ou outra equipe consiga frear o domínio de quase meia década da Mercedes. Talvez esteja pedindo demais (ou com certeza?). Tentei alguma analogia com "mais fácil __________ acontecer do que tal coisa", mas não pensei em nada bom. Sinal para encerrar por aqui a temporada 2017 da F1 no blog.
Confira a classificação do GP de Abu Dhabi. Fique atento que nesse final de ano ainda teremos alguns materiais interessantes por aí :)
Todo mundo louco pelas férias. Antes disso, a última corrida da temporada. Nesse clima de formalidade, a F1 chega mais uma vez em Abu Dhabi com tudo definido. Para os fãs, fica o registro da última corrida de Felipe Massa e também a última corrida com os carros sem o Halo, aquela coisa horrorosa que não sabemos se irá de fato proteger os pilotos nas batidas.
Bom, no TL1 Vettel foi o mais rápido, seguido por Hamilton, Verstappen, Raikkonen e Bottas. Massa foi o nono. Mais uma vez, a briga será entre Mercedes e Ferrari. Afinal, desde que Lewis sagrou-se tetra, ele ainda não venceu. Como sempre, a Mercedes é favorita no qualyfing por dispor de potência extra no motor. Na corrida, o equilíbrio é maior, e a promessa é que a corrida tenha emoção, apesar de ser no insosso circuito de Abu Dhabi e não valer mais nada por aqui.
Foto: Getty Images
A destacar o dedo do meio de Ricciardo em direção a Grosjean no TL2. Os pilotos da Haas estão com moral, hein? Também, cometem erros atrás de erros...
Hamilton fez o tempo mais rápido do fim de semana. Vettel ficou em segundo, Ricciardo em terceiro, seguido de Raikkonen e Bottas. Massa foi o 11°.
Foto: Reprodução Twitter
É nesse clima de fim de festa que a F1 passa mais uma vez por Abu Dhabi. Confira a classificação das duas primeiras sessões de treinos livres:
O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.
Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (Red Bull, 2009)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:38.481 (Red Bull, 2011)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2009, 2010 e 2013) e Lewis Hamilton (2011, 2014 e 2016) - 3x
UM NOVO LOGO PARA A F1
Foto: Divulgação
A Liberty Media registrou esses três logos como possíveis substitutos do atual, vigente desde o início dos anos 2000. A ideia é padronizar nos moldes da MotoGP, que usa logos semelhantes para a Moto2 e a Moto3, fazendo o mesmo com a F2 e a F3.
Um dos objetivos da Liberty é apresentar um ar de novidade, não só na gestão, mas também através do logo, sinalizando pra valer o fim da Era Bernie Ecclestone. Segundo o site Grand Prix 247, a expectativa é que o novo logo seja anunciado nessse final de semana, durante o GP de Abu Dhabi, e já irá entrar em vigor no ano que vem.
O logo da F1 é tão bonito. Honestamente, não gostei de nenhuma das três, mas deve ser questão de costume. A melhorzinha é o logo que tem a fonte semelhante a do Play Station. Aos poucos, a nova F1 fica cada vez mais evidencidada. Resta saber se essas mudanças irão seguir nos próximos anos em outras valências.
MAIS UM MANDATO PARA JEAN TODT
Foto: AP
Francês será reeleito para o terceiro mandato no comando da FIA. Todt foi o único a se candidatar para o cargo e será automaticamente eleito na Assembleia Geral da FIA, no dia 8 de dezembro, em Paris. O ex-dirigente da Ferrari assumiu a FIA em 2009, sucedendo Max Mosley e foi reeleito em 2013.
Nesses oito anos, Todt teve que lidar com a chegada (e saída) de três novas equipes e inúmeros problemas financeiros dos times menores. O novo regulamento de motores mudou apenas a hegemonia, ao invés de criar algum equilíbrio. Com a chegada da Liberty, a expectativa é que ambos trabalhem em conjunto para conciliar uma F1 mais atrativa para os fãs e para quem trabalha no ramo, onde as equipes tenham condições de competir sem gastar quantias exorbitantes.
Para isso, deveria ser feito um teto orçamentário, o que obviamente as gigantes não irão concordar. Todt também realiza em seus mandatos ações de segurança e prevenção a alta velocidade no trânsito.
Com a F-E sólida, mas WEC e categorias de base capenga, o desafio de Todt é trabalhar no interesse das empresas no automobilismo e pavimentar caminhos que seduzam os jovens pilotos a participar das competições da FIA.
CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 345 pontos (CAMPEÃO)
Sediar as últimas etapas do Mundial de F1 tem seus ônus e bônus. Enquanto se paquera com a possibilidade de sediar a etapa decisiva para o título, também pode ser uma corrida dispensável por estar tudo decidido. Nesse ano, foram os casos de Brasil e Abu Dhabi.
O circuito dos Emirados Árabes será disputado pela nona vez. Em apenas quatro a corrida teve caráter de decisão ou algo relevante: em 2010, quando Vettel foi campeão; 2012, quando Raikkonen venceu pela primeira vez após retornar a categoria e levar a decisão entre Vettel e Alonso para o Brasil; 2014, o segundo título de Hamilton e no ano passado, quando Rosberg foi o campeão. Ademais, corridas mornas em um circuito chatíssimo e com uma atmosfera que nada tem a ver com a F1 e sim com a administração Bernie Ecclestone: artificial, sem sal e apenas preocupada com status e dinheiro.
A corrida desse final de semana será nesses moldes. O que teremos de interessante? A última corrida (agora sim) de Felipe Massa. Também será a derradeira prova sem a presença do repugnante Halo. Outras curiosidades: última corrida da fracassada segunda parceria entre Honda e McLaren; a provável última participação de Pascal Wehrlein, que será substituído por Charles Leclerc na Sauber e é isso, pelo que eu me lembre.
Na semana que vem começarão os testes visando a próxima temporada. É possível que Robert Kubica seja oficializado pela Williams. Afinal, o polonês irá participar de algumas sessões. Outra notícia que corre essa semana é, mais uma vez, uma possível aquisição da Sauber por parte da Ferrari, transformando-a na Alfa Romeo e colocando outro piloto de sua academia no certame: Giovinazzi, que já participou das duas corridas iniciais nesse ano, substituindo Marcus Ericsson, bancado pelos donos da equipe, que são investidores da também sueca Tetrapak.
Ademais, podemos esperar muito luxo, artificialidade, celebridades, shows do Pharell, Imagine Dragons e The Killers para celebrar o fim de mais uma temporada da F1 em Abu Dhabi. Parece até o fim da minha faculdade: contando os dias para a banca.
O fim de semana foi de fortes emoções para o automobilismo brasileiro. Tudo começou na sexta-feira, quando Pietro Fittipaldi garantiu o título da Fórmula V8, no Bahrein. O neto de Emerson Fittipaldi tinha dez pontos de vantagem para o vice-líder e rival Matevos Isaakyan. Na classificação, Pietro fez o segundo tempo, mas foi punido por passar do limite de velocidade nos boxes e foi punido perdendo dois lugares, largando em quarto, enquanto o rival largou na pole. Entretanto, logo na volta de apresentação Isaakyan deixou o carro morrer, largando dos boxes.
Na largada, Pietro pulou para o segundo lugar e de lá não saiu, garantindo o título. Isaakyan foi o décimo. O brasileiro se junta a nomes como Fernando Alonso, Robert Kubica, Marc Gené, Kevin Magnussen e Heikki Kovalainen como campeões da categoria. A diferença fundamental é que antigamente a Fórmula V8 tinha apoio da Renault (era denominado World Series) e, portanto, era uma categoria mais valorizada. Pietro fez sua obrigação, tinha o melhor carro e encarou uma Fórmula V8 praticamente sucateada. Essa pode ser a última edição da categoria, que não existirá em 2018 por não ter inscrições suficientes.
Apesar disso, Pietro garantiu a Superlicença da FIA, necessária para chegar a F1. No entanto, o próximo passo do neto de Emerson rumo à F1 deve ser a F3 ou a F2, categorias mais competitivas e com desafios mais elevados, onde certamente deverá ser colocado à prova se Pietro terá condições de chegar à F1 nos próximos anos. Enfim, parabéns para o brasileiro!
Foto: Dutch Photo Agency
No dia seguinte, também no Bahrein, um Senna voltou a ser campeão mundial. Válido pela categoria LMP2 do Mundial de Endurance, o carro #31 da equipe Rebellion composto por Bruno Senna, Nicolas Prost e Julien Canal venceu a etapa final da temporada. A vitória veio com muito sofrimento, pois o carro #38 da Jackie Chan Racing pressionou nas voltas finais. O Rebellion #13 de Nelsinho Piquet e seus companheiros ficou em terceiro.
Por outro lado, na LMP1, a vitória foi do trio da Toyota composto de Anthony Davidson, Kazuki Nakajima e Sebastién Buemi. A corrida do Bahrein marcou a despedida da Porsche do Mundial. O trio já campeão Brendon Hartley (que agora ficará em definitivo na Toro Rosso), Timo Bernhard e Earl Bember ficou em segundo, seguido do também trio da marca alemã Neel Jani, Nick Tandy e André Lotterer.
Muito bom ver Bruno Senna e o Brasil vencendo um título mundial homologado pela FIA, 26 anos depois. Mais simbólico ainda com Nicolas Prost como companheiro de equipe. Quem imaginaria?
Foto: Divulgação
Se Bruno Senna e Pietro Fittipaldi viveram dias de glória no Bahrein, os brasileiros em Macau viveram um pesadelo. Sérgio Sette Câmara quase fez história. Largando em terceiro, assumiu a liderança na terceira volta, após a relargada. Durante toda a corrida, o brasileiro foi atacado pelo austríaco Ferdinand Habsburg nas últimas curvas da última volta. Na última curva, o descendente da família real austríaca tentou uma manobra na última curva e os dois carros perderam o equilíbrio e colidiram na barreira de pneus. Habsburg conseguiu se arrastar para terminar em quarto, enquanto o brasileiro ficou pelo caminho e terminou em 13°.
A vitória caiu no colo do inglês Daniel Ticktum. Ele largou em oitavo e nas voltas finais fez uma bela ultrapassagem, passando dois carros de uma só vez na curva Lisboa para assumir a terceira posição. Lando Norris, agora piloto reserva da McLaren, foi o segundo e o estoniano Ralf Aron ficou em terceiro. Pedro Piquet, o outro brasileiro que participou da prova, fez uma corrida discreta e terminou em sexto. Confira:
Logo na primeira volta da etapa da Copa do Mundo de FIA GT, com carros de turismo, o piloto espanhol Daniel Juncadella perdeu o controle de sua Mercedes em uma das várias curvas apertadas do traçado e bateu. O pessoal que vinha atrás não conseguiu desviar e o que aconteceu? Os carros foram batendo e se empilhando, causando um Big One inacreditável e paralisando a prova. O único que conseguiu escapar foi Rafaelle Marciello. A batida envolveu 11 carros. A corrida foi vencida por Edoardo Mortara, da Mercedes, com o brasileiro Augusto Farfus em segundo e Rafaelle Marciello em terceiro. Veja o acidente:
Convenhamos que botar um monte de carro de Turismo em um circuito estreito como Macau não é uma boa ideia... mas que vale pelo espetáculo, entretenimento e principalmente para quem gosta de acidentes. Ainda bem que ninguém se feriu gravemente.
Fim de semana realmente atribulado para o automobilismo brasileiro, com festa e frustração.
A Fórmula Indy seguirá com dois brasileiros na categoria. Após a saída de Helio Castroneves (que irá participar apenas da Indy 500), o gaúcho Matheus Leist foi anunciado como piloto da A.J.Foyt Racing e será companheiro do compatriota Tony Kanaan, que deixou a Ganassi. A dupla brasileira foi escolhida pelo chefão A.J. Foyt, quatro vezes campeão das 500 milhas de Indianápolis.
Com 19 anos, o gaúcho de Novo Hamburgo se destacou nas últimas temporadas. Em 2016, foi campeão da F3 Inglesa. Entretanto, acabou rumando para os Estados Unidos para disputar a temporada da Indy Lights, categoria de acesso à Indy em 2017. E fez uma grande temporada.
Em seu ano de estreia, terminou em quarto lugar, com três vitórias pela Carlin: Iowa, Road America e as 100 Milhas de Indianápolis, preliminar da Indy 500. Foi o segundo melhor estreante da Indy Lights. Em junho, guiando a Andretti, foi o mais rápido dos novatos no primeiro teste com um carro da Indy em Road America e agora, no fim do ano, foi premiado com o troféu Capacete de Ouro na categoria Top Internacional.
Leist venceu as 100 Milhas de Indianápolis. Foto: Divulgação
Leist será o piloto mais jovem da categoria em uma das equipes mais antigas. O primeiro teste de Matheus e Kanaan pela nova equipe será em janeiro, no circuito de Sebring. A temporada começa no GP de São Petersburgo, no dia 11 de março.
Vale ressaltar que a A.J. Foyt não irá dispor aos dois brasileiros um carro capaz de ser campeão e vencer corridas. Para a Leist, a temporada será de aprendizado, principalmente com um compatriota do lado, campeão da Indy e das 500 Milhas para lhe dar dicas. Desde que não bata muito e consiga andar no mesmo ritmo de Tony, a temporada de Matheus pode ser considerada positiva. Estamos na torcida pelos primeiros passos do brasileiro na Indy, categoria que provavelmente deverá ser o único representante brasileiro nos próximos anos, pois Tony Kanaan já está com 40 anos.
O caminho de Leist foi o inverso de todos os meninos brasileiros: ao perceber que não teria a quantia necessária para chegar a F1, acabou indo para os Estados Unidos, onde é mais viável e as condições de competição são mais equilibradas. Esse, talvez, seja um caminho a seguir para muitos jovens pilotos que sonham com o glamour da F1, mas que não terão dinheiro ou apadrinhamento de uma grande equipe para se sustentarem.
OFF Topic: a Toro Rosso confirmou Hartley e Gasly para 2018. Reginaldo Leme e a imprensa europeia cravaram Robert Kubica como piloto da Williams para o ano que vem. O contrato teria sido assinado após o GP do México. Além da participação de Nico Rosberg no negócio, pesou o fato de um patrocinador se dispor a pagar R$ 32 milhões para a equipe de Glove. O negócio deverá ser oficializado nas próximas semanas. Para mais informações, clique AQUI.
Não vamos falar sobre o impacto da ausência de um representante do país na categoria. A questão é ampla. Uma série de acontecimentos lamentáveis desse final de semana permitem a reflexão sobre os próximos anos da corrida em Interlagos e no país.
Para começar: o contrato da F1 com a organização do autódromo vai até 2020. Teremos F1 em São Paulo no mínimo em mais três edições. Na semana passada, a Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou o projeto de privatização do autódromo de Interlagos. Segundo João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo, os serviços vão melhorar e o autódromo receberá mais eventos (além do Lollapalooza) e melhorias. O que preocupa os fãs de velocidade é que a ideia é também construir um shopping, condomínios e um restaurante panorâmico. O temor é que Interlagos vire Jacarepaguá.
Todavia, os vereadores aprovaram com um adendo ao projeto: o autódromo tem que ser para uso do esporte a motor. Desse modo, teoricamente isso evita que Interlagos vire vários condomínios residenciais, restaurantes ou qualquer outra porcaria a partir de 2021, quando encerra-se o contrato com a FIA/FOM/Liberty Media.
Circuito de Jacarepaguá virou gramado de golfe dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Foto: Google Maps
O ponto preocupante é, sem dúvida nenhuma, a segurança. Nesse final de semana, assaltos à van da Mercedes na sexta e tentativas de roubo em um carro da FIA e uma van da Sauber no sábado. No domingo, depois da prova, ladrões tentaram abordar um carro da Pirelli, mas o veículo escapou sem ter nada roubado. Diante disso, tanto a fornecedora de pneus quanto a McLaren cancelaram os testes que seriam feitos no circuito terça e quarta. Três dias seguidos com casos de furtos e insegurança.
Nada de novo no Brasil. Isso é uma consequência de diversos erros que se repetem há séculos, mas esse não é o mote do texto. Muito se argumentou nos últimos dias que a segurança irá melhorar com a privatização do circuito. Será mesmo que seguranças particulares dão conta se os incidentes são no entorno de Interlagos? Essa medida é o suficiente? A imagem do Brasil indo por água abaixo por não proporcionar sequer o mínimo de segurança para a realização de um grande evento justamente depois de receber a Copa do Mundo e as Olímpiadas.
Também existem os problemas financeiros: sem uma patrocinadora principal, o GP do Brasil segue dando prejuízos. Apesar da Petrobras e da Heineken (em 2017) apoiarem, relatórios apontam que o prejuízo será de R$ 100 milhões. A prefeitura não pode arcar com esse custo, ainda mais com tantas prioridades a lidar de gastar dinheiro público em automobilismo, mas não pode ser 8 ou 80. Se a tal privatização acontecer, a prioridade é para uso do esporte a motor com a evidente melhorias dos serviços e infraestruturas.
Desde o ano passado existe um impasse em relação a São Paulo. A FOM entrou em contato com Florianopólis para possivelmente receber uma corrida de rua a partir de 2021, caso São Paulo e Interlagos não consigam mais realizar o evento. O trajeto teria a Avenida Beira-Mar Norte e também iria utilizar a imagem da Ponte Hercílio Luz, grande cartão-postal da cidade. Os contatos foram telefônicos e até agora não passaram disso, segundo a Folha de S.Paulo.
Entretanto, um problema para a realização da corrida seria a mobilidade urbana na capital catarinense. Com dificuldades no trânsito por ser uma ilha e ter apenas uma ligação com o continente, Florianópolis tem dificuldade com filas e deslocamento dentro da cidade. Sexta-feira, dia de treino livre na F1, é um dos momentos mais complicados para locomover-se pelas ruas do município.
Florianopólis: plano B? Foto: Divulgação/David Sadowski
A Argentina também estaria disposta a voltar para a F1 (a última edição foi em 1998). A FIA e a FOM preferem aguardar os desdobramentos de São Paulo para se manifestar e tomar os próximos passos. Entretanto, a mensagem que fica dessa semana é bem clara: se as coisas não mudarem, o Brasil não só estará sem piloto como corre o risco de perder um dos circuitos mais tradicionais do automobilismo mundial. Uma perda esportiva e financeira para todas as partes.