segunda-feira, 31 de julho de 2017

VANTAGEM NAS FÉRIAS

Foto: Getty Images
A foto é sugestiva, mas a vida de Vettel (e de Alonso, a estrela mor da F1) esteve longe de ser fácil, com sombra e água fresca. Impossível isso, no calor escaldante húngaro, que exigiu muito preparo físico dos pilotos. Digo, o único lugar com água fresca disponível foi no Mundial de Esportes Aquáticos, que está sendo disputado em Budapeste.

Vettel disse que teve problemas com o posicionamento do volante no carro, que pendia o bólido para a esquerda. Pode ser uma explicação. O fato é que, pela primeira vez na temporada, Kimi Raikkonen teve um desempenho consistente na corrida, superando o tetracampeão. Não venceu a corrida por dois motivos: é difícil ultrapassar em Hungaroring e, como segundo piloto da Ferrari, seria desastroso superar Vettel no campeonato.

Sobrou para o finlandês, eleito o piloto do dia (injustamente, diga-se), ser um mero escudeiro do comboio de Seb: não poderia tentar a evitar e conseguiu evitar os ataques de Bottas e Hamilton. O #77, sem ritmo, teve que deixar Lewis passar pois este tentaria atacar Kimi. Como não conseguiu passar, ele cumpriu o trato e devolveu a posição para Bottas na última curva, sob o risco de ser superado por Verstappen. Talvez esses três pontos façam falta no campeonato, mas Hamilton ganhou muito mais do que isso hoje. Foi uma pessoa honrada, digna de um tricampeão.

Foto: Getty Images
Verstappen, aliás, poderia ter atrapalhado ainda mais os planos da Mercedes. Conseguiu pular para o quarto lugar, mas acabou tirando Ricciardo da corrida e punido com dez segundos de punição. O australiano ficou muito irritado e cobrou de Max nas entrevistas, atitude incomum para o sorridente piloto. O holandês se desculpou, mas o clima parece ter ficado quente na Red Bull. Normal, com dois pilotos com potencial de título, uma hora isso ia acontecer.

O piloto do dia foi sim Fernando Alonso, a fênix. Um dos poucos a conseguir fazer uma ultrapassagem, e foi por fora contra o compatriota Carlos Sainz Jr. De quebra, o asturiano aniversariante do final de semana fez a volta mais rápida da corrida! A Liberty precisa urgentemente colocar o espanhol em um carro competitivo ano que vem. Ainda assim, o espanhol é a cara que a F1 tenta passar para o público jovem: memes, diversão e humor. Mas Alonso é muito mais do que isso. Ainda assim, foi demais hoje ele posar ao lado de seu desenho, uma homenagem ao mítico momento que ocorreu em Interlagos, em 2015.

Foto: Marca
Finalmente, um ponto para Vandoorne. Para que os malas parem de encher o saco. O belga tem muito potencial. Se até Alonso está sofrendo, imagina um estreante. Com esses sete pontos, a McLaren deixa a lanterna do Mundial de Construtores: 11 a 5, onde é possível que a Sauber consiga sair do último lugar. 

Diante de uma corrida tão chata, chamou a atenção uma treta pós-corrida: Magnussen jogou Hulkenberg para fora da pista e foi punido com cinco segundos. No paddock, enquanto o dinamarquês concedia entrevista, Hulk quis tirar satisfações, chamando-o de o "mais sujo do grid". A resposta? 


Confira a classificação final do Grande Prêmio da Hungria:


A F1 tira férias no verão europeu e retorna daqui um mês, no Grande Prêmio da Bélgica, em Spa Francorchamps, nos dias 25, 26 e 27 de agosto.

Até!


sábado, 29 de julho de 2017

SUSTOS E REAÇÕES

Foto: GP Update
Fala, galera... Voltando a escrever no sábado, como nos tempos antigos. Dessa vez foi por necessidade, mas também pela importância dos acontecimentos. Vamos lá:

Pole número 48 para Vettel. A Ferrari escondeu o leite até o final para dominar com P1 e P2. Teoricamente, uma pista travada favorece mais a Ferrari. Depois de Hungaroring, em tese, sobrará apenas Suzuka, Cingapura e Malásia para os italianos se sobressaírem. A Red Bull não confirmou as expectativas, com Verstappen e Ricciardo na habitual terceira fila. Aliás, o holandês meteu meio segundo no australiano.

Na segunda fila fica a Mercedes, com ritmo preocupante. Hamilton, maior vencedor do circuito, ainda não se achou no final de semana. Foi superado por Bottas. No total, 6 x 5 para o poleman no ano. Até que o finlandês está equilibrando as coisas. O tricampeão irá largar uma posição a frente de Verstappen, que promete vir agressivo e despreocupado como sempre. Bottas terá a missão de passar Raikkonen na largada e tentar imprimir pressão em Vettel. Do contrário, será um passeio ferrarista amanhã.

Foto: Getty Images
O susto: a ausência confirmada de Felipe Massa. Realmente ele e a Hungria não combinam, muito pelo contrário. Depois do segundo treino livre, ele passou mal, com tontura, dor de cabeça, nos ouvidos e a temperatura corporal acima do normal. Foi para o hospital, fez um check-up e foi liberado. Durante o terceiro treino livre, a sensação estranha continuou e Massa, em conjunto com a equipe, optou por não disputar o grande prêmio.

A bomba ficou para Paul di Resta. Sem pilotar um F1 desde 2013, teve que entrar no FW38 ajustado para Massa. Mal cabendo no cockpit e com dificuldades para sair sozinho do carro, Paul não tinha muito o que fazer. Mesmo inativo todo esse tempo, irá largar em penúltimo. Diante dessas questões, me parece improvável que complete a prova, mas a culpa não é dele. É o que dá para fazer. Que Massa tenha uma boa recuperação e retorne mais forte para a metade final da temporada.

Foto: Getty Images
Outros destaques do treino: McLaren mostrando que o chassi é bom, mas o que falta é motor, assim como a Renault. Force India sofre do mesmo problema que a Williams: a ausência de pressão aerodinâmica.

Kvyat ganhou mais um ponto na carteira e chegou a 10, além de perder três posições por ter atrapalhado a volta rápida de Stroll. Mais dois e fica suspenso. Triste fim do russo na F1.

Confira o grid de largada (Hulkenberg trocou o câmbio e perde cinco posições) do Grande Prêmio da Hungria:


Até!

quinta-feira, 27 de julho de 2017

GP DA HUNGRIA - Programação

O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:19.071 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:18.773 (RBR, 2010)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 5x (2007, 2009, 2012, 2013 e 2016)


KUBICA CADA VEZ MAIS PERTO DO RETORNO

Foto: Getty Images
Cyril Abiteboul confirmou em um comunicado que Robert Kubica irá guiar o carro de 2017 da Renault em uma sessão que irá acontecer na semana que vem em Hungaroring, após o GP da Hungria. O treino será crucial para se saber se o polonês tem condições de guiar um F1 atual. Ele irá pilotar o bólido francês juntamente com Nicholas Lafiti, da F2.

Isso praticamente confirma os planos da escuderia francesa em contar com Kubica para o lugar de Palmer no ano que vem. Outras publicações afirmam que o polonês, caso tenha sucesso no teste da semana que vem, já participe de um treino livre em Spa ou Monza. Vale ressaltar que dessa vez o teste será disputado normalmente com as outras equipes, onde pode ocorrer disputas de posição e ultrapassagem.


Todo mundo está torcendo pelo sucesso de Kubica. Ele é o grande personagem central da silly season e do mercado de pilotos. Tomara que volte em condições de competir com Hulkenberg e que brigue por boas posições.

ASTON MARTIN PODE SER FORNECEDORA DE MOTORES A PARTIR DE 2021

Foto: Getty Images
De acordo com Andy Palmer, presidente do grupo, a montadora estaria disposta a discutir um programa de motores na Fórmula 1, com entrada em 2021. Em entrevista para o "Autosport", Palmer disse que se reuniu com a FIA com o intuito de ampliar a participação da empresa no campeonato. Atualmente, a Aston Martin apenas patrocina a Red Bull.

Diante dos gastos exorbitantes da categoria, Palmer descartou a possibilidade de ingressar como uma montadora, mas que se os custos diminuírem é possível gastar uma boa quantia em um desenvolvimento de motores. As conversas, que estão em um estágio inicial, estão longe de terem um desfecho, mas seguem "um caminho certo". Para que a possibilidade seja real, é necessário baixar os custos irreais da categoria. Palmer aproveitou para negar a possibilidade de parceria com a Cosworth, tradicional fornecedora de motores da F1, afastada desde o fim da parceria com a Williams, em 2011.


Quanto mais montadoras na F1 mais barateada no futuro (assim esperamos), melhor será para o espetáculo. Entretanto, as chances disso acontecerem são mínimas. É muito caro construir uma unidade de potência. Hoje, temos apenas Ferrari e Renault sólidas. A Mercedes, dizem, irá pular fora no final do Pacto de Concórdia de 2020.

A Honda está incerta para o ano que vem. Corrigindo: os franceses também são instáveis e podem abandonar a F1 outra vez a qualquer momento. Com isso, sobra apenas a Ferrari como fornecedora de motores para o futuro. Tenebroso.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 177 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 176 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 154 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 117 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 98 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 57 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 52 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 43 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 29 pontos
10- Nico Hulkenberg (Renault) - 26 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 23 pontos
12- Lance Stroll (Williams) - 18 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 18 pontos
14- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
15- Pascal Wehrlein (Sauber) - 5 pontos
16- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 4 pontos
17- Fernando Alonso (McLaren) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 330 pontos
2 - Ferrari - 275 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 174 pontos
4 - Force India Mercedes - 95 pontos
5 - Williams Mercedes - 41 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 33 pontos
7 - Haas Ferrari - 29 pontos
8 - Renault - 26 pontos
9 - Sauber Ferrari - 5 pontos
10- McLaren Honda - 2 pontos

TRANSMISSÃO




quarta-feira, 26 de julho de 2017

LEMBRANÇAS HÚNGARAS

Foto: Getty Images
Hoje vai ser jogo rápido. Vamos recordar três corridas que acredito serem relevantes na história do Grande Prêmio da Hungria, no calendário desde 1985.

Começamos em 1997. Atual campeão do mundo, Damon Hill amargava o único assento que lhe restou para aquele ano: na Arrows, uma das piores do grid. Inusitado para um atual campeão ir para o fim do grid. Pois bem, Hill vinha fazendo o que podia, sem muitos resultados. Entretanto, o GP da Hungria de vinte anos atrás pode ser considerado a sua maior atuação na carreira. A surpresa começou no treino: com os compostos resistentes da Bridgestone, largou em terceiro, atrás apenas de Schumacher e Villeneuve, que brigavam pelo título.

Na largada, Hill superou o canadense. Com o superaquecimento dos pneus Goodyear, a Ferrari de Schummy foi presa fácil para o inglês, que assumiu a liderança da prova e disparou, deixando todos incrédulos. Schumacher, Frentzen e Coulthard abandonaram, e Villeneuve não conseguia acompanhar o ritmo de Damon. Estava 35 segundos atrás.

Até que, restando três voltas para o final, o pedal do acelerador da Arrows de Hill. O resultado? Confere aí:


As primeiras três edições da corrida húngara foram vencidas por Nelson Piquet (duas vezes) e Ayrton Senna. Relembre a segunda vitória consecutiva de Piquet em Hungaroring, há três décadas atrás, com Senna em segundo e Prost em terceiro:




Para finalizar, o post deveria conter uma vitória do maior vencedor nessa pista, marca alcançada no ano passado. Há dez anos, Hamilton venceria a primeira das cinco (talvez seis no domingo?) vitórias no traçado húngaro, três vezes com a McLaren e duas pela Mercedes (onde inclusive venceu pela primeira vez com as flechas de prata). 

O que mais chamou atenção nesse final de semana foi um acontecimento histórico: no sábado, durante o Q3, Alonso ficou propositalmente mais tempo nos boxes, com o objetivo de atrasar Hamilton e impedir que o inglês conseguir realizar novas voltas lançadas. Alonso saiu com a pole, mas o espanhol foi punido pela direção de prova em cinco punições, largando em sexto. Hamilton herdou a pole e venceu mas a McLaren não levou os pontos para os construtores, onde depois foi banida em virtude do escândalo de espionagem. Relembre:

Aí foi o início da guerra entre Alonso contra Hamilton e Ron Dennis.


Até!

terça-feira, 25 de julho de 2017

O FUTURO DO AUTOMOBILISMO

Foto: Reprodução/Red Bull
Pela primeira vez, me recusei a escrever um texto para o blog. O motivo? Minha total contrariedade a decisão que a FIA tomou na semana passada, ao regularizar o Halo para a próxima temporada. Fiquei muito decepcionado. Passaram-se alguns dias e o sentimento é o mesmo. Entretanto, acho que agora consigo despejar essa raiva de forma um pouco mais racional, eu acho.

A FIA argumenta que, após o dispositivo passar por rigorosos testes de impacto, a decisão foi confirmada pelo Halo ter passado com êxito em todos eles. Além do mais, a medida não poderia entrar esse ano porque as equipes precisariam ainda testar minimamente. Niki Lauda foi contra, as equipes também. A Associação de Pilotos, liderada pelo ex-piloto Alexander Wurz, apoiou.

Foto: Reprodução
Automobilismo sempre foi e sempre será um esporte de risco. Por mais que a tecnologia se desenvolva, andar a 300 km/h sempre será perigoso. O motivo para o Halo entrar na F1 é simples: uma espécie de resposta a morte de Jules Bianchi. Acontece que o piloto francês faleceu não pela F1 ser insegura, mas sim por um erro humano, uma irresponsabilidade atroz da direção de prova do GP do Japão que deixou um trator na pista. O Halo em nada evitaria que Jules tivesse falecido, assim como não teria contribuído em evitar que uma mola atingisse Felipe Massa na Hungria, em 2009.

O Screen talvez fosse mais seguro que o Halo. Apesar de Vettel reclamar de tontura com aquele vidro, ele poderia ser transparente e melhorar. O Halo tem aquela "tira de Havaianas" que além de prejudicar a visão do piloto pode causar sérios danos em casos de capotamento ou batidas. Em todo caso, a FIA diz que isso não é problema.

Colocar uma proteção no cockpit por conta de uma morte que não tem nada a ver com a insegurança de um carro de F1 é uma decisão retrógada e arbitrária. Nenhum fã gostou. A maioria dos pilotos se posicionaram contra. Isso não é F1. Isso não é explorar os riscos onde não é qualquer ser humano que tenha coragem para encarar um carro de corrida.

Foto: Reprodução

Talvez o esporte a motor não seja mais isso. Com o advento das redes sociais, e-sports, youtubers e novas formas de entretenimento, o carro ficou para trás. Além de caro, é um esporte de nicho, visto como um poluente. Não a toa muitas montadoras estão migrando para a Fórmula E e em breve os carros deixarão de ser à gasolina.

Categorias como F1, Indy, Nascar, WEC, entre outras, devem estar com essa geração como sendo a última que respira o automobilismo dos tempos antigos. A próxima não deve se interessar por carros. Decisões como essa da FIA podem afastar ainda mais pessoas que gostam do automobilismo, do perigo e do arrojo. Uma pena, mas vejo o esporte a motor se definhando, com custos altíssimos, fora da realidade e buscando à forceps atrair o público jovem nas redes sociais.

Mas acho que isso é assunto para outro post, talvez.

Por enquanto é isso.

Até!

terça-feira, 18 de julho de 2017

A QUESTÃO TORO ROSSO

Foto: Sky Sports
Desde o caso de Sebastian Vettel, a Red Bull ficou conhecida como a equipe que aposta nos jovens pilotos que futuramente serão estrelas. Entretanto, historicamente não é bem assim.

Os únicos bem-sucedidos dessa história toda foram o alemão tetracampeão, Daniel Ricciardo, que continua na equipe e o fenômeno Max Verstappen. De resto...

Voltemos ao passado: 2006 e 2007 - Scott Speed e Vitantonio Liuzzi. O americano era visto como uma promessa, enquanto o italiano tinha a fama de ser um grande kartista. Desde o início, o ambiente na equipe de Faenza é tumultuado entre os pilotos e os dirigentes. Resultado: Speed foi demitido no meio da temporada de 2007 e Liuzzi também não durou muito na equipe, apenas duas temporadas.

Foto: F1Fanatic
2008 - A equipe trouxe o Sebastien Bourdais, multicampeão da Indy para ser companheiro de equipe de Vettel. Foi demitido por SMS. Foi o último não-piloto da academia dos taurinos a pilotar na equipe de Faenza.

2009 até 2011 - Buemi e Alguersuari travaram uma intensa disputa, sempre com a Toro Rosso semeando um ambiente tenso e hostil. No fim das contas, nenhum dos dois subiu para a Fórmula 1 e a carreira dos dois na categoria acabou por ali. Hoje, Buemi brilha no Endurance e na Fórmula E, enquanto Alguersuari se aposentou, alegando problemas cardíacos e virou DJ.

2012 até 2014 - Vergne e Ricciardo travaram duras disputas. Diante da saída de Webber, finalmente uma vaga para a equipe mãe estava disponível. Melhor para o compatriota de Mark. Vergne, piloto competente, ficou a ver navios e também teve sua passagem pela F1 encerrada, substituído por Kvyat e Sainz.

Foto: Reprodução Red Bull/Getty Images
Hoje, a situação é a mesma. Sainz e Kvyat se batem na pista. O ambiente interno é horrível. Sainz sabe que não irá subir para a Red Bull e tenta sair desesperadamente da equipe, que nega.

Kvyat foi rebaixado da Red Bull depois de uma série de barbeiragens e parece que nunca mais irá se recuperar. Desde então, virou um piloto errático e com um desempenho muito inferior ao companheiro espanhol. Hoje, está atrás até de Wehrlein no campeonato, que pilota o pior carro da categoria, a Sauber.

Diante dos fatos e números, é indefensável a sua permanência na F1. Palavra de quem torce demais pelo russo e que, na época, considerou injusta a troca no ano passado. Com Sainz batendo o pé, está na hora da Red Bull apostar em novos talentos.

A questão é essa: Pierre Gasly foi campeão da GP2 ano passado e não subiu. Os desempenhos nos testes indicam que ele foi mais lento que Kvyat. Será que ele vai ter o mesmo fim de Antônio Félix da Costa, português que tinha tudo para estar na F1 e foi "puxado o tapete" na última hora?

A Red Bull não tem substitutos para Sainz e Kvyat. A "nova" F1 é mais difícil para os novatos, e não é todo dia que surge um Vettel, um Ricciardo e um Verstappen. Pelo contrário. A história prova que a Red Bull é uma grande trituradora de carreiras, embora também seja responsável por muitos pilotos ingressarem na categoria sem investir milhões.

Ter uma equipe satélite, hoje, parece não ter sentido para a Red Bull. A Toro Rosso virou uma equipe desorganizada, sem rumo e sem lógica na categoria. Mais uma notícia horrível para uma categoria capenga que anda fortemente combalida. É o futuro do automobilismo...

Até!

segunda-feira, 17 de julho de 2017

SORTE E AZAR

Foto: Getty Images
Será que o cenário mudou de vez? Bem, não é surpresa o domínio de Hamilton em Silverstone. Terceiro Grand Chelem na temporada (!!!), a apenas um de igualar o recordista Jim Clark. Por falar nele, Hamilton o igualou como maior vencedor do GP da Inglaterra, junto com Alain Prost: cinco conquistas, quatro consecutivas. Poderiam ter sido cinco, caso o pneu dianteiro direito não tivesse estourado enquanto liderava, em 2013.

Deu tudo certo para Hamilton. Vitória tranquila, fim de semana dominante e, para ajudar ainda mais, finalmente Vettel teve que lidar com um infortúnio. Na volta final, seu pneu estourou, muito em conta do desgaste provocado pela briga com Bottas e o exigente traçado de Silverstone. A vantagem que era de 20 pontos caiu para apenas um. Faltando uma corrida para as férias de verão européia, a Mercedes soluciona problemas e a Ferrari não consegue acompanhar o ritmo. Se continuar assim, Hamilton será líder do campeonato já agora, o que era impensável até então, diante do equilíbrio entre as equipes e a consistência de Vettel.

Foto: Getty Images
Bottas saiu em nono e conseguiu imprimir uma boa corrida de recuperação. Com sorte, conseguiu a segunda posição, pois Raikkonen também teve que parar faltando duas voltas, sofrendo com desgaste dos pneus. Sortudo depois do problema do câmbio. O fato é que Bottas vem realizando um trabalho melhor que a encomenda, o que provavelmente irá culminar na sua renovação de contrato com as flechas de prata. Entretanto, não parece provável que será uma ameaça direta a Hamilton como Rosberg era, salvo "azares" do inglês, mas tudo é possível na F1. Ele está na briga.

Finalmente Verstappen completou uma corrida. Estávamos com saudades de uma bela exibição sua. Parece ser impossível ultrapassá-lo na pista. Duro e atrevido nas defesas de posição, hoje ele evitou os ataques de Vettel no início da corrida, o que culminou numa estratégia de undercut dos italianos para se livrar do holandês, que fez Vettel espalhar, dentro do limite das regras. Só os boxes são capazes de pará-lo (e os problemas da Red Bull também). O piloto do dia foi Ricciardo. Saindo de penúltimo, fez um show de ultrapassagens no pelotão, restando apenas o quinto lugar. Que desperdício esses dois pilotos não terem condições de brigar pelo título... Merecem e muito!

Foto: Getty Images
Raikkonen foi superior a Vettel durante todo o fim de semana. Primeira vez na temporada que isso acontece. Não estava feliz ao chegar em terceiro, pois tinha o segundo lugar garantido. Falta regularidade para não tão IceMan. Hulkenberg é um acumulador de pontos. Todos os da Renault foram de sua autoria. Grande sexto lugar. Palmer: quando não é mau desempenho ou barbeiragem, o carro tem problemas antes da largada. Complicado.

Foto: Getty Images
Ah, a Toro Rosso: como sempre, problemática internamente e entre os pilotos. Kvyat barbeirou outra vez, agora tirando Sainz da corrida. O espanhol tenta de todas as formas sair da Toro Rosso, mas Helmut Marko e Christian Horner parecem ser irredutíveis. É a velha máxima: ou eu saio ou serei "saído", dado o modus operandi da equipe de Faenza. Torci por Kvyat e achei um absurdo seu rebaixamento ano passado, mas agora é indefensável. Ele está a três pontos na carteira de ser banido por uma corrida. Está atrás do Wehrlein na tabela, que corre com a pior equipe do campeonato. Não dá mais. Não é possível que a Academia da Red Bull não tenha um ou dois pilotos para entrar na F1. Gasly é tão fraco assim?

Force India sem incidentes fez o que pode, dessa vez com Ocon superando Pérez. Outra vez Massa fez uma grande largada e um péssimo qualyfing. Um pontinho é um grande feito do brasileiro. A "evolução" de Stroll parece ter parado. Foi o penúltimo (16°) entre aqueles que completaram a prova. Faltou pouco para Vandoorne marcar os primeiros pontos na temporada. Alonso abandonou, o que é um pleonasmo.

Foto: Getty Images
Confira a classificação final do GP da Inglaterra:


Até!