Foto: MotorSport |
Com a temporada cada vez mais desinteressante pela falta de
concorrência a Max Verstappen, é inegável que os principais assuntos nos
próximos meses sejam o mercado de transferências sobre as vagas restantes no
grid para 2023.
A aposentadoria de Vettel desencadeou um verdadeiro efeito
dominó na situação. É claro que já sabemos de Alonso na Aston Martin e a
confirmação de Piastri na McLaren. O resto, aos poucos, começa a tentar se
definir. Vou tentar ir por partes.
Começando pela Alpine, é claro. O candidato é Pierre Gasly.
O próprio Helmut Marko afirma que a saída dele, de contrato com os taurinos até
2023, depende de uma indenização financeira. É a única exigência para a equipe
francesa ter dois compatriotas no time.
Se a Alpine tirar um piloto da Alpha Tauri, quem seria o
substituto? Bom, para começar, podem ser dois: Tsunoda ainda não está
oficialmente garantido para o ano que vem. O desempenho irregular, atrelado a
falta de paciência tradicional dos taurinos com os jovens pilotos, é sempre um
motivo para dispensa.
O que pode salvar o japonês é o fato da academia da Red Bull
não ter um nome pronto para subir. Vips foi desligado, Daruvala, Hauger e
Lawson não empolgam. Como Pérez já foi contratado em virtude disso, não seria
surpresa pensar fora da caixinha?
Helmut Marko admitiu, após a corrida na Holanda, que há um
acordo com o americano Colton Herta. Faltam duas condições: a ida de Gasly para
a Alpine e a FIA liberar a superlicença para o piloto da Indy, que não tem os
pontos necessários para isso.
Considerando que a categoria e a Liberty estão desesperadas
por um piloto americano para alavancar o engajamento, assim como dar maior
visibilidade para Alpha Tauri (empresa de moda), não seria difícil que isso
acontecesse. Afinal, Herta tem 34 dos 40 pontos necessários.
Se Tsunoda não ficar, quem poderia ser um candidato? Sim,
ele mesmo: Felipe Drugovich. Segundo a imprensa, o brasileiro foi visto
conversando com Marko no motorhome no último final de semana. Com o cartaz de
provável campeão da F2, Drugo precisa ter o alinhamento das estrelas para poder
brilhar (saída de Gasly, não renovação com Tsunoda, negativa para Herta).
Enfim, este é um assunto que pretendo abordar no texto de
amanhã. Continuarei lá.
A Haas também tem dúvidas. Dizem que Mick Schumacher vai
deixar a academia da Ferrari no final do ano, o que torna a permanência do
alemão um ponto de interrogação. Com a parceria técnica dos americanos com os
italianos, geralmente uma das vagas pode ter influência da Ferrari, assim como
foi Mick na própria equipe e anteriormente Gutierrez e Giovinazzi, este na Alfa
Romeo.
Aliás, o italiano é apontado como um candidato em potencial
justamente por esse motivo. Sem o apadrinhamento da Ferrari, apenas o sobrenome
pode não ser o suficiente para manter Mick, que também já foi ligado a
especulações a Alpine e a própria Alpha Tauri (lembram quando Marko elogiou o
alemão lá no início do ano?)
Na futura ex-Alfa Romeo, Zhou tem apelo até de Bottas para a
permanência. É um ano de adaptação e o chinês não se envolve em acidentes.
Precisaria de mais tempo e paciência para se desenvolver, além do fato de levar
muito dinheiro para os suíços. No caso da Alfa Romeo, uma das alternativas
poderia ser o reserva Theo Pourchaire, membro da academia. No entanto, o
francês ainda é muito jovem e poderia esperar mais. Outro ano maturando na F2 é
um caminho mais adequado.
A própria Williams tem incertezas. Latifi fica? Só pelo
dinheiro. A recuperação financeira do time é suficiente para dispensá-lo? Não
sabemos. Interessados não faltariam, mesmo sendo a pior equipe do grid. A
prioridade, claro, é alguém com dinheiro, mas já vimos que alguns acordos podem
ser costurados. Albon, da Red Bull, foi parar lá, mesmo com a Williams sendo
parceira de motores da Mercedes.
Aliás, e se a Alpha Tauri resolver chamar Albon (que tem
contrato) de volta, caso não tenha alternativas? Ela já fez isso algumas vezes
com Kvyat... e é uma solução que faz sentido, pois o tailandês nascido e criado
na Inglaterra está tirando leite de pedra. E se a Williams precisa, então, de
mais de uma vaga? Candidatos não faltariam, de todos os nichos.
Dúvidas e questões que devem ser resolvidas até o final do
ano, no mais tardar ano que vem. Afinal, quanto mais cedo esses acertos, melhor
para o desenvolvimento do carro de acordo com a característica dos pilotos.
Esse mercado tem tudo para ser mais emocionante que o atual
Mundial de F1. Fofoca sempre rende, não é mesmo?
Até!
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