Foto: Getty Images |
Na noite de sexta-feira, peças importantes do quebra-cabeça
da F1 2023 foram encaixadas. Uma obviedade e uma relativa surpresa, até.
Como esse querido blog sugeriu no início do ano, lá em
janeiro, mas por linhas tortas, Pierre Gasly foi anunciado piloto da Alpine e
será parceiro de Esteban Ocon em 2023, formado uma equipe 100% francesa. Os
dois, ex-inimigos, agora vão dividir o mesmo ambiente. A missão de Pierre é
superar Esteban, mais ambientado e acostumado com o time.
Piastri foi o responsável direto pela ascensão de Pierre. O
francês caiu pra cima. Fadado ao ostracismo pela Red Bull, surgiu a
oportunidade certa no momento certo. A estrela alinhada. A Alpine também não
tinha muitas opções, visto que Ricciardo nunca esteve no radar. Os dois se
precisam nesse momento e, de certa forma, a Alpine faz uma dupla que atinge as
necessidades diretivas: dois jovens pilotos em um projeto a longo-prazo. Para
Gasly, é a grande oportunidade de ouro, agora numa equipe de fábrica.
Dizem que os franceses vão desembolsar 10 milhões de euros
para os taurinos para completar a operação.
Como consequência, uma vaga na Alpha Tauri estava aberta,
pois Tsunoda já havia renovado. A solução é surpreendente: Nyck De Vries,
outrora cotado pela Williams, foi anunciado. Aos 27 anos, o rapaz teve um 2022
cheio de histórias para contar: ligado a Mercedes, fez testes na Aston Martin,
correu na Williams e vai para a Red Bull B. Está vivendo.
A contratação diz mais sobre a Red Bull do que sobre o
holandês, que tirou a sorte grande. Está no lucro. Aos 27 anos, campeão da F2 e
da FE, tem a grande chance da carreira contra um adversário acessível. Vai
correr pela sobrevivência. A Red Bull não quis apostar em ninguém da academia,
até porque ninguém se mostrou pronto, e preferiu pagar para tirar alguém da
Mercedes do que um outro investimento como Drugovich, por exemplo.
De Vries coroa, tardiamente e graças a estar no momento certo
e com os contatos certos, o sonho da F1. É um cara que também tem uma história
diferente da atual usual, dos talentos cada vez mais precoces. E será mais um
holandês na F1, fazendo parceria com o agora bicampeão Max.
Nyck era o ficha um da Williams por motivos próprios, então
agora há um certo clima de suspense sobre as vagas restantes: Haas e o time de
Grove. Sem o holandês, quem será o escolhido? O jovem Logan Sargeant é da
academia da equipe e americano, duas vantagens consideráveis na atual F1. Ademais,
quais seriam os outros candidatos, pois não há nenhum nome ventilado?
Posso chutar aqui, facilmente: Nico Hulkenberg (sempre),
Stoffel Vandoorne e Felipe Drugovich. Três gerações distintas em momentos
distintos. Sabe se lá o que Williams deseja para complementar Alexander Albon,
mas em termos esportivos, isso é o melhor que há para o momento. Por esse
mistério, é a vaga mais misteriosa que sobrou no grid.
Em circunstâncias diferentes, Gasly e De Vries foram
beneficiados pela sorte e as estrelas alinhadas. Dizem, claro, que a sorte
acompanha os bons e isso é um complemento, mas todos sabemos que a sorte e o
timing mudam carreiras, para o bem e para o mal.
Pierre e Nyck, os felizardos sortudos do final de ano na F1.
Até!
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