Foto: MotorSport Images |
Sem dúvida, o caso dos americanos é o mais intrigante entre
as vagas disponíveis para 2023. Nunca é demais lembrar que o ano começou com
Mazepin, mas graças a guerra foi possível se livrar dele e trazer Magnussen com
um bom dinheiro. O time de Gene Haas caiu para cima.
Mazepin era tão fraco que serviu apenas para valorizar as
ações de Mick Schumacher, como se o problema fosse apenas o carro muito
deficitário. A chegada do experiente dinamarquês expôs as fragilidades do filho
de Michael.
Logo no retorno, Magnussen fez bons pontos, enquanto Mick
sofria com problemas de desempenho e acidentes. Uma pressão natural, por ser
quem ele é, e também por estar perdendo para alguém que chegou na equipe às
pressas, por mais que já conhecesse o ambiente.
A notícia da provável descontinuidade de Mick no programa da
academia de pilotos da Ferrari é, na verdade, o que pode ser o grande divisor
de águas na carreira do alemão e na trajetória da Haas. Supostamente livre no
mercado, mas sem o apoio dos italianos, Mick teria o final da temporada para
tentar impressionar as equipes disponíveis, que no caso são Alpine e Williams e
talvez a Alpha Tauri, se Gasly for para Alpine. Duas opções, portanto.
A Ferrari, como contrapartida a parceria técnica que tem com
a Haas, ela pode usar da influência para colocar algum de seus pilotos de
academia por lá. Sem Mick, dizem que o candidato natural seria Antonio
Giovinazzi, hoje reserva da Ferrari. Um nome experiente.
A grande questão é: o que Gene Haas quer? Qual o objetivo?
Magnussen é o cara da liderança do time e trouxe um belo acordo financeiro
nesse retorno às pressas. O problema financeiro da equipe é notório, não a toa
se abraçaram no Mazepin. Há algum outro piloto rico no mercado disposto a parar
na Haas?
Se a resposta for não, a Ferrari tem carta branca. Aliás, os
italianos podem ter a voz ativa simplesmente na base da chantagem: ou colocamos
o que queremos, ou a parceria técnica acaba. Aí a Ferrari escolhe Giovinazzi,
por exemplo.
É fato que o italiano sucumbiu nos anos que teve na Alfa
Romeo, mas ainda tenho certa simpatia pelo o que ele fez na F2 em 2016, sendo
vice-campeão sem patrocínio algum e numa equipe fundo de quintal. O problema é
que isso foi há quase sete anos e devemos olhar para frente.
Magnussen e Giovinazzi, considerando essa a escolha óbvia,
seria uma dupla bem equivalente. Nada demais, mas equivalente. Dois jovens que
outrora já foram promessas e hoje são apenas coadjuvantes, o que não é nenhum
demérito. Nem todo mundo é Verstappen ou Hamilton.
O que chama a atenção é que a Haas aparentemente não tem
nenhuma ideia de qual caminho seguir. Magnussen está ali por um acaso, graças a
Putin.
E se não tiver guerra ou algum conflito na Dinamarca em
2023? Ou alguma questão diplomática com a Itália neofascista? Qual o projeto da
Haas na F1? Sobreviver? Pagar as contas? Seduzir a Porsche e tentar recuperar o
prejuízo ao focar somente nos EUA, como sempre foi? Muitas dúvidas e
divagações.
A Haas é um grande mistério.
Até!
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