quinta-feira, 5 de julho de 2018

CHOCOLATE AMARGO

Foto: LAT Images

Na semana onde vai correr para seus fãs em casa, no palco em que já conquistou 14 vitórias (a última com Hamilton, em 2008), a McLaren escancara a pior crise da história da equipe ao anunciar que Éric Boullier pediu demissão do cargo de chefão do time.

Após realizar bom trabalho na Lotus com Raikkonen e Grosjean, Boullier chegou na McLaren em 2014 ajudar na reestruturação do time de Woking, que passou 2013 inteira sem chegar ao pódio. No último ano com o motor Mercedes, o desempenho dos ingleses não foi bom: apenas um pódio na corrida inaugural da Austrália e uma McLaren muito distante do topo da classificação.

Com o passar do tempo e a chegada da Honda como nova parceira, a esperança era retomar o auge vivido no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 com os nipônicos. Como sabemos, isso tudo foi um total fracasso, que resultou no apequenamento da McLaren, enfiada no fundo do grid e cada vez mais com problemas financeiros, agravados pela ausência de um patrocinador máster desde a saída da Vodafone em 2012 e o rompimento com os japoneses no ano passado.

Com a Renault desde o início, acreditava-se que os problemas estavam resolvidos, pois era dito que o chassi era bom, mas o motor fraco e pouco confiável era o que atrapalha. Com um começo de temporada razoável, o que estamos vendo é a McLaren cada vez mais próxima do fundo do grid ao invés de se aproximar do pelotão intermediário.

Os resultados ruins já deixavam o ambiente tumultuado e a pressão grande em cima de Boullier. Parece que a pá de cal foi a informação publicada pela imprensa inglesa semanas atrás de que os funcionários e mecânicos da McLaren recebiam barrinhas de chocolate Freddo (ou “tortuguita britânica”) como recompensa ao cumprimento de metas alcançadas. Questionado, o francês achava graça da situação e chegou até a dizer que não sairia do cargo diante das especulações de um possível retorno de Martin Whitmarsh ao comando do time.

Freddo, a "tortuguita britânica": fonte de discórdia na McLaren e estopim para a queda de Boullier. Foto: Reprodução
Eis que 12 dias depois, Eric Boullier pediu demissão em anúncio divulgado hoje pela manhã pela McLaren. Zak Brown disse que não se sentiu surpreendido com a decisão que, segundo ele, não era descartada pelo próprio francês. Em meio a temporada, a McLaren já deixa claro que vai fazer uma nova reestruturação da equipe pensando nos próximos anos e praticamente jogando a toalha em relação a este.


A grande novidade de mais uma reestruturação da McLaren nos últimos dias é Andrea Stella, engenheiro que trabalhou com Alonso e veio pra equipe em 2015, sendo o novo diretor de performance. O brasileiro Gil de Ferran, que ano passado atuou como uma espécie de consultor de Alonso durante a preparação para a Indy 500, se transforma em diretor esportivo.

E não para por aí: Simon Roberts vai supervisionar as divisões de produção, engenharia e logística, enquanto Stella também vai ser o responsável pelas operações de pista.

Tal qual um time de futebol em crise, a McLaren mexe em todos os setores de forma quase imediata buscando resultados que parecem cada vez mais distantes de serem alcançados. No início de maio, Tim Goss foi demitido do cargo de diretor técnico. Ele estava na equipe desde 1990. Além disso, tanto tempo de administração arcaica e conservadora na mão de ferro de Ron Dennis também fez a McLaren não se modernizar e entender que os tempos haviam mudado, que não era mais possível pedir tanto dinheiro em patrocínio diante de uma recessão financeira mundial. Além disso, demanda-se um tempo para modernizar e se adequar uma nova gestão, “americana” no caso. Sem resultado e sem dinheiro, as coisas tendem a piorar.

E assim segue a McLaren, incerta em todas as funções, perdida e naufragando cada vez mais. Não se sabe se a equipe está mais interessada em outras categorias, ninguém sabe quem serão os pilotos para a próxima temporada e ninguém sabe o que o futuro reserva para o time de Woking. Uma bagunça total. Só falta a torcida protestar na sede. The peace is over and the future is unclear.

Até!

quarta-feira, 4 de julho de 2018

OS REIS DA INGLATERRA

Foto: AP
Esse post é praticamente um vídeos e curtinhas sem esse título porque achei o de cima melhor, mas o intuito é o mesmo. Aí vai!

No país onde foi realizada a primeira corrida da história da F1, hoje temos um triplo empate entre os três maiores vencedores do Grande Prêmio da Inglaterra. Até hoje, ele foi realizado em três circuitos diferentes: Silverstone, Brands Hatch e Aintree.

Jim Clark é o único que venceu nos três locais. O primeiro triunfo foi em Aintree, em 1962, guiando a Lotus. Ele acabou vencendo mais três vezes seguidas com a mesma equipe (em 1963 Silverstone, 1964 Brands Hatch e 1965 Silverstone outra vez), voltando a ganhar em Silverstone em 1967.



Foto: Motorsport
Entre os anos 1980 e 1990, Alain Prost conseguiu a proeza de igualar o recorde de Clark, vencendo com quatro equipes diferentes (Renault, McLaren, Ferrari e Williams) em 1983, 1985, 1989, 1990 e 1993, respectivamente.

Relembre a vitória de 1989 na McLaren, quando conquistou o tricampeonato, com direito a rodada do então companheiro de equipe e desafeto Ayrton Senna:


Foto: F1
Quinze anos depois da quinta vitória de Prost, um outro britânico começava em Silverstone uma trajetória de sucesso. Largando em quarto, Lewis Hamilton deu um show em casa, levando a torcida ao delírio para vencer pela primeira vez na Inglaterra, colocando mais de um minuto de vantagem para Nick Heidfeld e Rubens Barrichello, que completaram o pódio. Relembre:


Depois disso, Hamilton venceu as quatro últimas edições, correndo pela Mercedes.

Até!

terça-feira, 3 de julho de 2018

UM MÊS PARA SOBREVIVER - Parte 2

Foto: The Drive
Se os indianos conseguiram se sustentar nos últimos meses, talvez a história da Force India pode ter um final definitivo no fim desse mês. São as informações que circulam no paddock.

Como já relatado no texto de março, a equipe indiana segue com gravíssimos problemas financeiros, agravados diante dos altos custos da F1 e a falta de receitas. A negociação com uma empresa de bebidas não prosperou, e a situação continua periclitante.

Caso não haja um comprador, a Force India pode fechar as portas no fim do mês, porque a partir daí não vai ter mais nada nos cofres. No fim de semana, o CEO da Liberty e da F1 Chase Carey se reuniu com Bob Fenrley, chefe administrativo do time. Nos últimos meses, a equipe não está conseguindo pagar os fornecedores e nem o transporte dos equipamentos para os GPs. Situação semelhante a que viveu a Lotus em 2015, antes de ser comprada pela Renault.

Nos últimos anos, a Force India já recebia a premiação antecipada da temporada durante o ano. Entretanto, desde a chegada da Liberty Media ao comando da categoria que os indianos não recebem mais esse dinheiro adiantado. Agora, para fazer esse adiantamento, é necessária a aprovação de todas as equipes. Os indianos chegaram a pedir no início da temporada. Apenas a Williams vetou a ação.

A solução óbvia é a venda da equipe. Aí, entretanto, o buraco é mais embaixo. Vijay Mallya, o dono, está preso na Inglaterra e há anos se arrasta um processo para ser extraditado para a Índia. Uma das formas de compra da equipe é através das regras do compilance, que ficou mais rígida nos últimos anos ("é o conjunto de regras para que as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da empresa sejam cumpridas, bem como evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer", segundo explicação da reportagem do Voando Baixo no globoesporte.com)

Vijay Mallya, dono da Force India, onde acumulou dívidas e problemas com a justiça. Foto: Zimbio
Outro problema é a suspeita de que a Force India tenha dívidas ocultas, o que sempre é um risco para futuros investidores. A melhor possibilidade para que saia um negócio rápido seria Vijay pedir concordata para a Force India. Assim, a justiça britânica ficaria sob administração e evitaria justamente que algum possível interessado fosse surpreendido com essas tais possíveis dívidas ocultas.

Segundo a imprensa europeia, existem três interessados na equipe: um americano que tem ligações com John Malone, da Liberty Media, um russo e Andreas Weißenbacher, dono da BWT, empresa especializada em tecnologia de águas e atual patrocinadora principal do time. Um tempo atrás, chegou-se a cogitar que a Mercedes poderia entrar no negócio e transformar a Force India em uma "Mercedes B", a exemplo da Sauber com a Ferrari e da Toro Rosso com a Red Bull (se bem que Ocon está lá como forma de baratear o custo dos motores alemães no time).

É o primeiro pepino que a Liberty Media tem para lidar na sua administração. Ela, que pensa tanto em 2021, quando acaba o Pacto de Concódia, precisa dar um jeito de pensar e agir no agora, para evitar que a F1 tenha 18 carros a partir da segunda metade do ano. Do jeito que os custos estão e as equipes se movimentam, é cada vez mais real a "DTMtização" da categoria, com equipes de fábrica (Renault, Ferrari, Red Bull e Mercedes) e suas equipes satélites (Williams, Force India, Haas, Sauber, Toro Rosso) e a McLaren como uma "meia-satélite, meia-fábrica".

A Williams já disse que se as coisas não mudarem, vai pular fora também. A McLaren não está em situação confortável também. Ou seja, são mais do que necessárias medidas para baratear os custos e tornar a categoria suscetível de interesse para outras montadoras, que aguardam o que vai se desenrolar para 2021, adentrar na categoria. Não é a toa que o interesse de todas é a Fórmula E, mais barata, moderna e rentável.

Em suma: salvem a F1, por favor!

Até!


domingo, 1 de julho de 2018

BOM PARA QUASE TODO MUNDO

Foto: Getty Images
Depois da largada, quando Raikkonen passou Bottas, chegou a incomodar e depois perdeu as posições para a Red Bull, estava vendo a corrida apenas no automático. Com Hamilton abrindo para Verstappen e com Vettel largando mal e perdendo posições, apenas o imponderável poderia salvar a corrida do marasmo habitual.

Tal qual na Copa do Mundo, onde a maioria torce para os fracos em detrimento dos mais fortes, em questão de poucas horas duas gigantes caíram: a Espanha e a Mercedes. Aliás, o problema em Bottas teve fundamental importância para a boa corrida que tivemos hoje em Spielberg.

O problema no câmbio de Bottas foi o sinal amarelo para a Mercedes: quebra do novo carro em seu primeiro final de semana. Com o Virtual Safety Car acionado, Ferrari e Red Bull correram para os boxes e trocaram os pneus. Voltaram para a pista com menos desvantagem para Hamilton, que não parou. Impressiona como a Mercedes está batendo cabeça nas estratégias, principalmente quando acontece algo na pista. Sem saber se continuava ou não pista, o inglês já estava com os pneus desgastados e parou pouco depois, voltando para quarto. Desde então, Verstappen assumiu a ponta para não mais largar.

Foto: Reprodução
Ficar atrás dos outros, gerando turbulência e aumentando a temperatura do carro podem ter sido fatores que contribuíram para que Hamilton abandonasse com problemas no motor. Antes da VSC, o inglês caminhava para uma vitória tranquila. Os alemães não só perdem pontos importantíssimos para o campeonato como também deixaram Vettel, de atuação apagada, reassumir a liderança, agora com um ponto a mais.

Max teve uma atuação espetacular. Controlou a liderança com maestria, poupando os pneus e não deixando Raikkonen se aproximar na reta final para tentar a ultrapassagem. Depois da última bobagem em Mônaco, o holandês não errou mais. Está sendo consistente e vencendo Ricciardo, que hoje abandonou. Aliás, o tal novo motor Renault demonstrou ter sido um fracasso, pois Hulkenberg abandonou e Sainz sequer pontuou. Delírio da Red Bull, ao vencer em casa, e também da númerosa torcida holandesa, que invadiu mais ainda a Áustria e teria sido responsável pela grande comemoração do dia, não fosse a insanidade dos russos em Moscou depois da classificação diante da Espanha.

A Ferrari talvez foi a que tenha mais a que comemorar com os abandonos da Mercedes e do australiano. Raikkonen foi razoavelmente combativo, mas ficou a impressão de que se forçasse mais poderia ter vencido a prova. Impressionante como os pneus da Ferrari estavam durando mais. Vettel conseguiu chegar em terceiro e, estranhamente, os italianos não fizeram jogo de equipe para beneficiar o alemão. Três pontos a mais ou a menos podem decidir um campeonato. Será que eles pensaram nas críticas de 2001 e 2002 e recuaram?

Foto: Getty Images

O efeito dominó da Mercedes deu um boost para boa parte do grid. Por exemplo, Grosjean. Até então zerado, o francês conseguiu conquistar o melhor resultado da Haas até aqui, seguido por Magnussen. Era para isso ter acontecido na Austrália, se não fossem os erros nos pit stops. É definitivamente a quarta força do grid essa Ferrari de 2017... Na sequência, a dupla da Force India, com Ocon e Pérez. Pode ser uma das últimas corridas da equipe, ao menos com esse nome. Os problemas financeiros estão ficando cada vez piores e a chance do time acabar é mais do que provável.

Pra mim o piloto do dia é esse extraterrestre chamado Fernando Alonso. Com uma asa dianteira do ano passado, depois de ele e Vandoorne terem arrebentado nos treinos, o espanhol largou dos boxes para chegar numa inacreditável oitava posição, sem sequer ser mostrado durante a corrida. Como isso aconteceu? Isso só reforça o talento desperdiçado que o espanhol virou. Por outro lado, Vandoorne teve um toque na largada que comprometeu toda a sua corrida. Críticas pesadas ao belga. Só se Lando Norris não ganhar a F2 para que Stoffel se mantenha na equipe na F1, ao que tudo indica. Ainda acho as críticas excessivas, mas é fato que está devendo.

Até Ericsson pontuou, em 10°! Ficou atrás, como sempre, de Charles Leclerc. Uma coisa é certa: não vai ficar na Sauber ano que vem. Resta saber se vai para o próximo degrau, que é a Haas (no lugar de Grosjean, mesmo que o francês conquiste os pontos que não conseguiu até aqui) ou sobe vários de uma vez para aposentar Raikkonen e ser parceiro de Vettel.

Além de Mercedes e Renault, os perdedores de hoje foram a Williams (como sempre), a Toro Rosso e a Renault, que não pontuaram e tiveram problemas durante a corrida. Mais uma vez, o VSC salvou uma monótona corrida e a transformou em algo que nos entreteu. Veremos o que nos aguarda em Silverstone, na semana que vem, terra de Hamilton:

Confira a classificação final do GP da Áustria:


Até!

sexta-feira, 29 de junho de 2018

OSOM (FORA DE VISTA, FORA DA MENTE)

Foto: Getty Images
A Mercedes resolveu estrear um carro feito do zero em plena temporada. Os alemães sentiram o peso do equilíbrio da disputa com a Ferrari e buscam uma cartada para voltar ao domínio relativamente absoluto dos últimos anos. Tomando como base somente os treinos de hoje, parece que o carro é muito bom. Ele impressionou os rivais como a Red Bull. Contando com a sorte de não vir a chuva que estava sendo prevista, cada piloto teve três horas para aprimorar o W09.

Melhor para Hamilton, líder das duas sessões, mas sempre seguido de perto por Bottas e também pela Ferrari, que não parece estar tão longe, considerando que os italianos melhoram de desempenho no qualyfing. Uma distante Red Bull fecha a terceira fila. No entanto, a Renault já iniciou que seus clientes poderão usar o "modo festa" do motor no classificatório, com 15 cv a mais. Pode ser um treino interessante, uma pena que a corrida não deve ser. Dependemos da chuva que não vem faz tempo e quando vem a FIA paralisa a prova até a pista secar.

Outros destaques do treino foram Charles Leclerc, de novo, e Pierre Gasly, que chegaram a ficar no top 10. A Haas parece estar estabilizada em 7-8. Digo, Magnussen. Grosjean sempre é uma incógnita, disposta a fazer baguncinha pelos circuitos.

Evidente que em uma semana o panorama não muda. Alonso ficou entre os últimos (17° e 19°), enquanto Vandoorne conseguiu ser o nono no TL2. Veremos se o modo festa ajuda o time de Woking a ir para o Q2 ao menos. A Williams vai seguir fechando o grid. Kubica foi um segundo mais lento que Stroll e reclamou de vibrações no FW41. Aí não dá pra tomar muita base, a não ser que esse carro é bisonho.

No topo e no fundo, Mercedes, Williams e McLaren estão fora de vista, fora da mente, correndo fora do tempo...


Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Áustria:





GP DA ÁUSTRIA - Programação

O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:07.411 (Mercedes, 2017)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:04.251 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Alain Prost - 3x (1983, 1985 e 1986)


AINDA ZERADO

Foto: LAT Images

Oito etapas na temporada e Romain Grosjean segue sem brilhar. Pelo contrário. Até agora, somente ele e o novato Sergey Sirotkin, da péssima Williams, que ainda não pontuaram em 2018. Os motivos são diversos, mas a maioria deles é que a culpa é do próprio francês. Quando estava na zona dos pontos, bateu bisonhamente durante o Safety Car no Azerbaijão, ou então envolveu-se em acidentes, seja na corrida ou no treino, o que inviabiliza seu desempenho. Na França, foi o 11°. Grosjean não consegue esconder a decepção.

“A gente tentou o máximo que pôde, mas tinha alguns danos no carro por causa da primeira volta. Foi difícil porque isso tirou nosso equilíbrio aerodinâmico. Tentei ao máximo me recuperar, mas estava muito para trás. O carro está muito rápido e o Kevin [Magnussen] fez um ótimo trabalho, então fico feliz por ele. Mas quero minha vez. Essa sequência de azar está ficando dolorosa”, disse.

Enquanto isso, Kevin Magnussen chegou em sexto e anotou mais oito pontos para o campeonato, totalizando 27 contra zero do francês. É constrangedor e pressiona demais o errático Romain. Apesar disso, a Haas segue confiando em seu piloto, ao menos nas palavras de Gunther Steiner, o chefão da equipe.

“A gente teve isso com o Kevin ano passado, quando ele estava em uma fase ruim e as pessoas estavam implicando”, comparou Steiner. “Agora é com o Grosjean que as coisas sempre dão errado. Não é uma chuva, é uma tempestade. Ele está tentando voltar a ficar de pé, mas aí recebe uma punição. Isso cansa depois de algum tempo, mas acho que ele tem força para superar”, afirmou.


Além dos erros, o descontrole emocional de Grosjean também é um fator que lhe atrapalha muito. Ele sente demais o erro. Sua personalidade reclamona também não ajuda. Por mais que Steiner não jogue o francês para os leões (corretamente), me parece claro que o francês não tem mais clima para continuar na F1. Errou demais no início da carreira, amadureceu, mas voltou a ser errático. Charles Leclerc, caso não seja alçado diretamente para a Ferrari, fatalmente vai fazer parceria com o dinamarquês Magnussen no ano que vem.

HÁ DISPUTA (?)

Foto: JPB Images
É o que diz Toto Wolff, o chefão da Mercedes. Apesar da vitória sem sustos da Mercedes logo na estreia de seu novo motor, chamado de "fase 2.1.", Wolff também acha que Ferrari e Renault fizeram importantes atualizações em seus motores. "As três unidades de potência estão muito próximas, entre Ferrari, Renault e nós. O objetivo, então, é buscar vantagens sem perder a confiabilidade. Esse é o truque. A batalha vai continuar até o final da temporada", afirmou o dirigente.


O grande problema da F1 está na pista. Ferrari e Mercedes estão muito mais equilibradas do que imaginávamos. Depende do encaixe do circuito. A questão é que não há briga na pista, uma batalha direta entre Vettel e Hamilton, por exemplo. Quando um sobra, o outro é discreto ou comete erros. A grande questão é saber se esse tal novo motor da Mercedes vai lhe dar novamente uma soberania, mesmo que não seja tão grande quanto nos últimos anos, ou vai depender outra vez das características dos carros em cada circuito. Vamos ver.

CLASSIFICAÇÃO: 
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 145 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 131 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 96 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 92 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 83 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 68 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 32 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Renault) - 28 pontos
10- Kevin Magnussen (Haas) - 27 pontos
11- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 18 pontos
12- Sérgio Pérez (Force India) - 17 pontos
13- Esteban Ocon (Force India) - 11 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 11 pontos
15- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
16- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 2 pontos
18- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 237 pontos
2 - Ferrari - 214 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 164 pontos
4 - Renualt - 62 pontos
5 - McLaren Renault - 40 pontos
6 - Force India Mercedes - 28 pontos
7 - Haas Ferrari - 27 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 19 pontos
9 - Sauber Ferrari - 13 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO:







quarta-feira, 27 de junho de 2018

SHOW ANTES DO TERCEIRO HIATO

Foto: Getty Images
Depois de ter se beneficiado de ordens de equipes nas últimas duas edições e sofrido muitas críticas, muita coisa tinha mudado para Michael Schumacher naquele fim de semana de maio, quinze anos atrás.

A começar pelo fato de, diferentemente dos anos anteriores, quando estava sobrando no campeonato, dessa vez Schumi estava atrás. Depois de um péssimo início e uma reação que iniciou em Ímola, o alemão estava na vice-liderança do campeonato, atrás de um ainda jovem Kimi Raikkonen, que tinha vencido na Malásia e sendo bastante regular durante o campeonato.

A reação começou no sábado. Schumacher foi o último a entrar na pista, naquele antigo sistema de classificação. Em uma volta espetacular, superou Kimi e foi o pole. Montoya foi o terceiro, com um surpreendente Nick Heidfeld em quarto com a Sauber e Rubinho em quinto. Ainda na Jaguar, Pizzonia foi o oitavo, enquanto Cristiano da Matta foi o 13° com a Toyota.


No domingo, Schumacher fazia de tudo para disparar na ponta. Mais leve que Raikkonen e Montoya, que estavam em seu encalce, o alemão foi o primeiro a parar nos boxes. Parecia mais uma parada normal, mas algo estava estranho. A bomba de combustível (quando ainda podia reabastecer) ficou presa, derramando combustível na parte quente do carro, o que causou um princípio de incêndio. Doze segundos depois e com tudo solucionado, Schummy saiu com sua Ferrari em terceiro. Agora, precisava fazer uma corrida de recuperação no travado circuito de A1 Ring.

Logo na volta seguinte, Raikkonen foi para os boxes. Montoya, o outro rival, abandonou com problemas de motor em sua Williams. Caminho aberto para o alemão finalmente vencer com seus próprios méritos em solo austríaco. O sempre regular Raikkonen ficou em segundo e Barrichello, vencedor moral de 2002, fechou em terceiro. Button (BAR), Coulthard (McLaren), Ralf Schumacher (Williams), Webber (Jaguar) e Trulli (Toyota) fecharam o top-8 que pontuava. Na época, a pontuação era 10-8-6-5-4-3-2-1.

Apesar da terceira vitória seguida, Schumacher ainda pagava pelo péssimo início. A regularidade de Kimi manteve o finlandês na liderança do campeonato com 40 pontos, agora apenas dois a frente do então pentacampeão.

Diante de um campeonato tão equilibrado, essa vitória e a quebra de Montoya foram fundamentais para a conquista do sexto título de Schumacher, que se avizinhava não tão fácil - o que acabou se confirmando. Depois disso, a Áustria só retornou à F1 em 2014, quando Massa fez sua última pole da carreira. O resto é história.




Até!