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terça-feira, 13 de dezembro de 2022

DANÇA DOS CHEFES

 

Foto: Divulgação/Ferrari

A F1 luta com unhas e dentes para manter alguma relevância em meio a Copa. No período de férias, onde as atividades só retornam a partir de meados de janeiro, é natural o marasmo. Os pilotos estão definidos, mas hoje foi um dia cheio na parte diretiva de algumas equipes, especialmente os chefões.

Começando por ontem. Jos Capito deixou o comando da Williams depois de dois anos. Ele foi o escolhido pela administração da Dorilton Capital, que comprou a equipe de Claire Williams, lá em 2020. Foi uma peça importante para o início da reestruturação da equipe. Em declarações oficiais do time de Grove, a impressão é que o espanhol vai se aposentar. 

Não há um nome definido ou especulá-lo para substituí-lo, mas Capito é um cara de currículo no automobilismo, em diversas áreas da F1 e em outras categorias. Vai ser necessário um cara experiente e de liderança para que a Williams dê o próximo salto na hierarquia.

Continuando pelo passado. Conforme publicado pela imprensa europeia e repercutido por aqui, a Ferrari anunciou Frederic Vasseur como substituto de Mattia Binotto. O agora ex-Alfa Romeo assume a mítica equipe italiana a partir do dia 9 de janeiro.

Vasseur sobe um patamar na carreira. Acostumado a projetos de longo-prazo sem tanta pressão e com jovens pilotos, agora ele pega algo completamente diferente do que está acostumado. A cobrança por vitórias e desempenhos será insana. Diferentemente de Binotto, Vasseur é calejado na função, o que é uma vantagem importante. Um toque fresco e o jeito de liderar pode ser outro trunfo. A questão é: Vasseur precisa definir que Leclerc está no topo em relação a Sainz. Ajustando isso, a Ferrari pode concentrar ao invés de dividir esforços na empreitada de sair das filas que está há tanto tempo.

Bom, com isso a Alfa Romeo ficou sem pai e nem mãe, mas foi por pouco tempo: instantes depois, a Sauber, que controla a equipe, anunciou que Andreas Seidl será o CEO da equipe, deixando a McLaren. Uma decisão surpreendente, mas que obviamente tem a ver com o futuro.

O alemão Seidl vai ser o cara responsável pela transição entre Alfa Romeo, Sauber e a chegada da Audi, provavelmente. A experiência na McLaren vai ser importante para identificar os pontos fortes e fracos para, a partir da chegada da gigante alemã, também começar a pensar adiante. O alemão já vinha falando em deixar o time, mas deixar a McLaren não deixa de ser surpreendente.

E a McLaren? No efeito dominó, os britânicos também foram rápidos: a solução caseira. O italiano Andrea Stella, que foi por muito tempo engenheiro de pista de Fernando Alonso, foi alçado a chefe do time de Woking. É um cara acostumado a estratégias, mas também vai ser a estreia nessa função tão importante. A McLaren briga com a Alpine pela quarta força. 

Claro que não é nenhuma Ferrari e Stella é um cara de muita rodagem nesse universo, mas todo cuidado é pouco. A McLaren, que busca continuar avançando, também foi ousada. A conferir.

E assim a F1 continua nos surpreendendo, dentro e fora das pistas. No aguardo do novo chefe da Williams e tentando desligar a chavinha e para recomeçar somente em 2023. Ainda há um post inédito por aqui, mas nada de muito importante, apenas relembrar alguns jovens que talvez já estivessem alienados durante a Copa.

Até!

quinta-feira, 5 de julho de 2018

CHOCOLATE AMARGO

Foto: LAT Images

Na semana onde vai correr para seus fãs em casa, no palco em que já conquistou 14 vitórias (a última com Hamilton, em 2008), a McLaren escancara a pior crise da história da equipe ao anunciar que Éric Boullier pediu demissão do cargo de chefão do time.

Após realizar bom trabalho na Lotus com Raikkonen e Grosjean, Boullier chegou na McLaren em 2014 ajudar na reestruturação do time de Woking, que passou 2013 inteira sem chegar ao pódio. No último ano com o motor Mercedes, o desempenho dos ingleses não foi bom: apenas um pódio na corrida inaugural da Austrália e uma McLaren muito distante do topo da classificação.

Com o passar do tempo e a chegada da Honda como nova parceira, a esperança era retomar o auge vivido no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 com os nipônicos. Como sabemos, isso tudo foi um total fracasso, que resultou no apequenamento da McLaren, enfiada no fundo do grid e cada vez mais com problemas financeiros, agravados pela ausência de um patrocinador máster desde a saída da Vodafone em 2012 e o rompimento com os japoneses no ano passado.

Com a Renault desde o início, acreditava-se que os problemas estavam resolvidos, pois era dito que o chassi era bom, mas o motor fraco e pouco confiável era o que atrapalha. Com um começo de temporada razoável, o que estamos vendo é a McLaren cada vez mais próxima do fundo do grid ao invés de se aproximar do pelotão intermediário.

Os resultados ruins já deixavam o ambiente tumultuado e a pressão grande em cima de Boullier. Parece que a pá de cal foi a informação publicada pela imprensa inglesa semanas atrás de que os funcionários e mecânicos da McLaren recebiam barrinhas de chocolate Freddo (ou “tortuguita britânica”) como recompensa ao cumprimento de metas alcançadas. Questionado, o francês achava graça da situação e chegou até a dizer que não sairia do cargo diante das especulações de um possível retorno de Martin Whitmarsh ao comando do time.

Freddo, a "tortuguita britânica": fonte de discórdia na McLaren e estopim para a queda de Boullier. Foto: Reprodução
Eis que 12 dias depois, Eric Boullier pediu demissão em anúncio divulgado hoje pela manhã pela McLaren. Zak Brown disse que não se sentiu surpreendido com a decisão que, segundo ele, não era descartada pelo próprio francês. Em meio a temporada, a McLaren já deixa claro que vai fazer uma nova reestruturação da equipe pensando nos próximos anos e praticamente jogando a toalha em relação a este.


A grande novidade de mais uma reestruturação da McLaren nos últimos dias é Andrea Stella, engenheiro que trabalhou com Alonso e veio pra equipe em 2015, sendo o novo diretor de performance. O brasileiro Gil de Ferran, que ano passado atuou como uma espécie de consultor de Alonso durante a preparação para a Indy 500, se transforma em diretor esportivo.

E não para por aí: Simon Roberts vai supervisionar as divisões de produção, engenharia e logística, enquanto Stella também vai ser o responsável pelas operações de pista.

Tal qual um time de futebol em crise, a McLaren mexe em todos os setores de forma quase imediata buscando resultados que parecem cada vez mais distantes de serem alcançados. No início de maio, Tim Goss foi demitido do cargo de diretor técnico. Ele estava na equipe desde 1990. Além disso, tanto tempo de administração arcaica e conservadora na mão de ferro de Ron Dennis também fez a McLaren não se modernizar e entender que os tempos haviam mudado, que não era mais possível pedir tanto dinheiro em patrocínio diante de uma recessão financeira mundial. Além disso, demanda-se um tempo para modernizar e se adequar uma nova gestão, “americana” no caso. Sem resultado e sem dinheiro, as coisas tendem a piorar.

E assim segue a McLaren, incerta em todas as funções, perdida e naufragando cada vez mais. Não se sabe se a equipe está mais interessada em outras categorias, ninguém sabe quem serão os pilotos para a próxima temporada e ninguém sabe o que o futuro reserva para o time de Woking. Uma bagunça total. Só falta a torcida protestar na sede. The peace is over and the future is unclear.

Até!