terça-feira, 22 de agosto de 2023

INÊS É MORTA

 

Foto: Getty Images

O campeonato de 2008 sempre vai gerar dúvidas e questionamentos. Esse ano, tudo aumentou com a ação de ingresso de Felipe Massa na justiça para ser corado campeão mundial daquela temporada.

Neste ano, Bernie Ecclestone admitiu em entrevista que sabia do escândalo de Cingapura ainda em 2008 e não fez nada para não manchar o esporte, o que seria não cumprir com o próprio regulamento da FIA da época, que era presidida por Max Mosley.

Esse inclusive é o argumento da defesa, além das perdas financeiras por não ser campeão, as oportunidades que se abririam para Massa e os brasileiros impactados por um compatriota no topo (lembrem que nós só gostamos de quem vence, certo?), contratos, exposição, etc. Felipe Massa poderia ter sido uma super estrela, ou simplesmente um “novo Senna”, um novo vencedor e exemplo para o Brasil.

Pelo que li e foi contextualizado, são argumentos convincentes, inclusive com a definitiva infração da própria FIA ao lavar as mãos para o caso. Já passando dos 90, Ecclestone ativou a carta do “não lembro de ter dito isso”, mas a verdade é que a boca grande dele é que está gerando esse burburinho.

Mas na prática, é correto mudar alguma coisa? É possível mudar alguma coisa? Massa foi prejudicado nesses termos, além de uma tramóia ter tirado uma vitória que ele tinha grandes chances de confirmar. Aí que está. Tinha grandes chances, não é algo certo. Quem não poderia imaginar que algo aconteceria tal qual em Hungaroring?

E outra: Hamilton não tem nada a ver com isso e é tão vítima de uma atitude suja quanto Massa. Os dois tiveram problemas e foram irregulares naquele ano, por isso a quase igualdade.

Também não é justo e correto usar apenas a lógica de dar os pontos para Cingapura ou “se o Massa tivesse vencido ele era campeão”. Se o brasileiro vencesse em Cingapura ou chegasse com uma vantagem mínima para decidir em Interlagos, certamente o comportamento da McLaren e de Hamilton seriam diferentes no decorrer do ano após a corrida noturna.

A situação só chegou na catarse porque justamente era Hamilton que tinha a vantagem e pilotava o suficiente para ser campeão. Mudando essa estrutura, ele correria com uma outra motivação e estratégia. Ninguém pode prever o que aconteceria.

Sim, Massa parece ter sido vítima de uma negligência da própria FIA. Isso é o suficiente para ser considerado campeão ou co-campeão? Hamilton tem que pagar o pato por algo que ele também foi no mínimo prejudicado? É possível reescrever a história, colocar um asterisco?

Penso que não, assim como, infelizmente, não será possível fazer “justiça” para o brasileiro até porque, mesmo assim, um título reconhecido tardiamente também não mudaria em nada para o destino de todos. Agora, Inês é morta.

Até!

terça-feira, 15 de agosto de 2023

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA 2023: Parte 2

 

Foto: Motorsport

Voltamos com a segunda parte da análise parcial da temporada 2023. Agora, com as equipes restantes: Alfa Romeo, Aston Martin, Haas, Alpha Tauri e Williams.

Foto: Getty Images

Valtteri Bottas – 6,5 – Praticamente um figurante na temporada, mal aparece nas corridas e nos treinos. Bottas faz o que pode, mas a futura Sauber/Audi só pensa no futuro. Está jogada às traças. Não há muito o que escrever.

Guanyu Zhou – 6,5 – Parece mais adaptado e melhor que no ano de estreia, mas o problema é o mesmo de Bottas: a equipe simplesmente não está lá. Alguns brilharecos no sábado e olhe lá. Maior definição de coadjuvante melancólico não há para uma equipe que só pensa em um futuro diferente, incluindo os nomes.

Foto: Motorsport

Fernando Alonso – 9,0 – Parecia que seria outro erro, o agora fatal, de gerenciamento de carreira da Fênix. No entanto, a evolução da Aston Martin é notável, e ter um dos melhores pilotos da história do time na hora certa faz a diferença. Muitos pódios, algumas possibilidades de vitória e consistência. Alonso também é um dos únicos que pontuou em todas as corridas. A Aston perdeu o terreno e vai precisar remar muito para voltar ao topo, mas talvez 2024 seja o outro grande pulo do gato. É uma temporada que já foi paga, independentemente do retorno das férias.

Lance Stroll – 6,5 – Colocar alguém como Alonso no mesmo bólido é evidenciar as limitações do filho do dono. Isso todos sabemos. Então, Stroll não faz o suficiente pelo carro que tem, mas quem se importa? É o piloto menos pressionado do grid hoje em dia, então não faz diferença alguma fazer qualquer ponderação além do que já foi escrito até aqui.

Foto: Getty Images

Kevin Magnussen – 6,5 – Está sendo o Mick Schumacher da vez. Se ano passado o retorno foi impressionante pelo domínio interno e a pole mágica na sprint race em Interlagos, o 2023 é um choque de realidade. Batido pelo rival Hulkenberg, a Haas também não permite fazer muita coisa, mas ser constantemente superado pelo companheiro de equipe que ficou fora da categoria por alguns anos não é bom sinal.

Nico Hulkenberg – 7,0 – Parece que o tempo ausente não fez diferença. Hulk continua com os mesmos vícios e virtudes. Muito rápido no sábado, mas sucumbe no domingo. Claro que o carro também tem uma dose de responsabilidade, mas parece que o alemão não tem sorte na F1. Pelo menos ele relembra a competência na consistência interna e está tirando Magnussen para pouco caso.

Foto: Motorsport

Yuki Tsunoda – 7,0 – Está melhor que o ano passado, mas isso não quer dizer muita coisa. A Alpha Tauri está à deriva e o japonês causa mais dúvidas que respostas. Ele está bem porque De Vries é que é fraco ou o carro pode mais a partir da chegada de Ricciardo?

Nyck De Vries – 5,0 – Desde sempre foi um boi de piranha na equipe, sem alternativas viáveis para subir alguém. No desespero e estreando na F1 num matadouro, também pouco se ajudou. Não teve ritmo e nenhum momento e fez parecer Tsunoda um piloto promissor e evoluído. É uma pena, mas parece que o holandês entrou num jogo de cartas marcadas.

Daniel Ricciardo – Sem nota. Desempenho será avaliado apenas a partir de agora.

Foto: Getty Images

Alexander Albon – 8,0 – Corre mais que o carro. Está evoluindo e merece uma equipe melhor, nem que seja meio de tabela. Espreme os resultados, tem ritmo, velocidade e briga de igual para igual com o resto do grid. Parece que finalmente desabrochou o talento do tailandês nascido e criado na Inglaterra. Estar longe da Red Bull parece ser bom negócio até aqui.

Logan Sargeant – 5,5 – Subiu para a F1 sem estar pronto, pela necessidade de ter um americano no grid. Não é ruim mas repito, ainda não está preparado. A comparação com Albon só torna as coisas piores. O ritmo é inexistente. Ainda há margem para evolução para minimamente ser competitivo e combativo. A melhora da Williams nas últimas atualizações é um alento para isso, principalmente no médio prazo. Não vou ser tão taxativo assim, ainda acredito no potencial, nem que seja mínimo, do Sargeant.

Concorda? Discorda? Escreva nos comentários e digite também as suas notas!

Até!




quinta-feira, 10 de agosto de 2023

ANÁLISE PARCIAL DA TEMORADA 2023: Parte 1

 

Foto: Getty Images

A F1 está nas férias de verão, então você já sabe: chegou a hora de analisarmos o desempenho dos pilotos nesta primeira metade da temporada. Neste post, iremos abordar a Red Bull, Ferrari, Mercedes, Alpine e McLaren.


Foto: Getty Images

Max Verstappen – 10,0 – Não tem muito o que discutir. É uma temporada quase perfeita. Poucas vezes vimos uma dominância tão absurda e absoluta de um piloto e uma equipe num ano, digo, metade dele. Imagina o que Max e a Red Bull podem fazer na segunda metade? Melhor não... tem cara de algo mais histórico ainda.

Sérgio Pérez – 7,5 – No início, até chegou a fazer frente para Max. Depois, sucumbiu. Que a diferença é enorme é evidente, mas a perfeição de Max constrange o quanto o mexicano está sofrendo para manter o vice-campeonato. Não sabemos se é um carro diferente, mas com certeza Pérez pode fazer e tanto ele quanto a equipe sabem disso. A partir de agora, uma ameaça australiana vai pairar o ambiente de Checo.


Foto: Getty Images

Charles Leclerc – 8,0 – Muitos altos e baixos. Erros e ainda inconstância aliados a incompetência da Ferrari. É uma relação tóxica, de responsabilidade compartilhada. Leclerc é um piloto muito veloz nos treinos, tanto que conseguiu ser pole duas vezes, mas ainda tem problemas de ritmo e consistência. Já era para ter passado dessa fase, mas também entendemos que o ambiente caótico da Ferrari dificulta o processo.

Carlos Sainz – 7,5 – Até faz uma boa leitura da corrida, mas não consegue imprimir ritmo, consistência e velocidade. É inferior a Leclerc e está limitado pelos problemas da Ferrari. Com mais um ano de contrato, a verdade é que Sainz atingiu o teto na carreira. O que pode ser feito é buscar mais velocidade, mas está muito evidente que nesse departamento a inferioridade para Leclerc é quase irreversível.

Foto: Getty Images

George Russell – 7,5 – Está abaixo do que pode, seja por problemas, azares ou menos ritmo em relação a Hamilton. Depois de um 2022 muito promissor e impressionante, George está oscilando. É normal, o carro da Mercedes tem seus altos e baixos e o vizinho de equipe é simplesmente um dos maiores nomes do esporte. O ritmo e a consistência sempre foram armas fortes de Russell, juntamente com a boa leitura da corrida. Está faltando mais velocidade e melhores tomadas de decisões para ser aquele piloto eficaz e oportunista que se destacou com uma vitória no ano passado.

Lewis Hamilton – 9,0 – Hamilton diz que não está mais no auge, mas é um dos três pilotos que pontuou em todas as etapas até aqui. Está mais adaptado ao carro, embora o W14 ainda não lhe dê condições de vitória, o que desanima quem sempre esteve acostumado a ficar no lugar mais alto do pódio. É claro que a idade pode dificultar algum aspecto, mas Hamilton continua com seus lampejos de velocidade e stints muito bons. Está faltando carro. Aí, certamente, a percepção sobre o auge vai mudar.

Foto: USA Today

Esteban Ocon – 7,0 – A Alpine estagnou ou até mesmo regrediu, assim como Ocon. Erros, incidentes, punições, azares, problemas. Está menos constante. Também é vítima da bagunça administrativa e das mudanças de rumo do time francês, mas precisa fazer mais para continuar valorizado entre os potenciais pilotos de elite do curto prazo.

Pierre Gasly – 6,5 – Chegar numa nova equipe é sempre complicado. Tudo bem que a Alpha Tauri não era outro exemplo de excelência organizacional, mas isso também pesa na Alpine. São os mesmos problemas de Ocon, mas a diferença é que Pierre está um pouquinho mais errático e menos consistente. Pouca diferença, mas que se reflete na colocação de ambos no Mundial. É uma temporada de adaptação, mas não pode perder a confiança, do contrário a guerra interna contra um ex-“inimigo” da base pode também estar comprometida.

Foto: Getty Images

Lando Norris – 8,0 – Cresceu conforme a atualização da McLaren em Silverstone, que devolveu o time de volta para o jogo. Lando está consolidado, é um dos pilotos tops. Extrai o máximo do carro e raramente erra. Era o caso do “precisa de um carro melhor”. Quando a atualização propiciou o protagonismo, ele foi lá e esteve no pódio, sempre muito veloz. A segunda metade do ano pode ser ainda mais empolgante se a McLaren continuar nesse nível de protagonismo.

Oscar Piastri – 7,5 – Um início tímido, se adaptando a equipe e, principalmente, a categoria, depois de um ano inativo e recheado de polêmicas. A exemplo de Lando, bastou uma atualização certeira para que Oscar mostrasse e justificasse porque venceu a F3 e a F2 de forma consecutiva. É um piloto de muito talento e potencial. O pódio bateu na trave por diferentes fatores, mas a escala de progressão é muito animadora e promissora.

E esta foi a primeira parte. Concorda? Discorda? Escreva nos comentários!



segunda-feira, 31 de julho de 2023

(NÃO) VALE A PENA VER DE NOVO

 

Foto: Divulgação/Alpine

Na sexta, a Alpine anunciou mudanças significativas no staff da equipe para a sequência da temporada, a partir da Holanda, quando a F1 retorna das férias de verão.

Conforme escrevi no post de sexta, feira:

“Otmar Szafnauer, Alan Permane e Pat Fry estão de saída. Os dois primeiros demitidos, incluindo Permane que tem mais de 30 anos na empresa. Fry está indo para a Williams ser o diretor técnico.

Interinamente, assumem Bruno Famin, vice-presidente da Alpine Motorsports, Julian Rouse o diretor esportivo interino e Matt Herman lidera a parte técnica. A passagem de Szafnauer foi um desastre. Depois de anos de serviço bem prestados na Force India/Racing Point, a estadia nos franceses foi um fracasso.”

Bom, não pretendo me alongar muito, apenas vou expandir um pouco da narrativa que embarquei nos últimos meses.

A venda de uma parte do time para os americanos pode ser um sinal muito grande de que mudanças profundas surjam no curto prazo.

Desde 2016, a Renault conseguiu resultados tímidos. Em nenhum momento, a equipe de fábrica foi sequer protagonista no retorno à categoria. Uma vitória e pódios esporádicos. Claro que, hoje em dia, é mais difícil começar do zero, mesmo tendo a estrutura e o dinheiro que os franceses têm.

Acontece que a Aston Martin, em contexto semelhante, já entregou uma consistência muito maior nesse semestre de pódios do Alonso do que a Renault. Muita coisa está errada. Os investimentos estão insuficientes. Até quando uma empresa vai aguentar o negativo e sem a conquista esportiva?

As coisas se ligam de maneira muito significativa. Primeiro, a cobrança pública do presidente da Alpine no agora ex chefe. Depois, a venda de parte do time. Agora, as mudanças como consequência de um 2023 terrível. Me parece ser a última cartada.

A paciência e o dinheiro da Renault tem limite. Considerando o histórico da companhia e os últimos movimentos, algo pode estar sendo preparado, planejado ou antecipado. Tudo ou nada.

Ou, simplesmente, tentar conter os danos.

Até!

domingo, 30 de julho de 2023

PULVERIZADOR

 

Foto: ANP

Não há competição. Não importa o contexto, a Red Bull e Max Verstappen vão estar lá. Seja na chuva durante a ridícula e sem sentido sprint race, seja na corrida de fato. Desta vez, Pérez até que fez o papel de escudeiro e segundo piloto por 17 voltas.

O que impressiona é como Max some após a ultrapassagem, que por si só já é muito fácil. Parece que são carros diferentes e que são apenas pintados iguais. É para esmagar e desmoralizar todo mundo, mesmo.

Na verdade, o único momento de tensão e conflito foi de Max com o próprio engenheiro de corrida, Gianpiero Lambiase. Os dois trabalham juntos na Red Bull desde que o holandês chegou na equipe mãe. Max não gostou da estratégia do Q2 de sexta e reclamou, Lambiase retrucou; na corrida, Max reclamou da estratégia durante a corrida; Lambiase respondeu sobre gastar demais os pneus macios; Max queria outra parada para fazer a volta mais rápida, o que foi retrucado.

Hamilton também reclamava do carro vencedor que não tinha competição. Parece que a natureza competitiva desses caras é sempre buscar briga e conflito com algo para se sobressair. É o que resta, porque na pista isso não existe no momento para Max.

Tivemos uma demonstração de força de Leclerc, que herdou a pole após a punição de Verstappen. Foi uma questão pontual e de talento do monegasco, porque os italianos seguem deficitários. Sainz espremeu Piastri na largada e os dois se prejudicaram. Norris teve que fazer corrida de recuperação, assim como Russell. Hamilton não teve ritmo para brigar pelo pódio, mas a Mercedes segue constante como segunda força.

Diante das circunstâncias, a Aston Martin aproveitou os vacilos alheios para somar bons pontos. Hoje, a Fênix e sua trupe sabem qual o lugar do time na hierarquia da F1. Ocon recoloca a Alpine nos pontos e Tsunoda leva a melhor sobre Ricciardo, ainda assim é pouco para a Alpha Tauri.

Do miolo para trás, há disputa e caos, pena que não vale nada. As forças ficam cada vez mais evidentes e estabelecidas. O que não muda, vocês já sabem: Max Verstappen é um pulverizador. Vai bater o recorde de nove vitórias seguidas do Vettel e estabelecer a maior dominância de uma temporada na história.

É torcer para que no novo regulamento a Red Bull erre ou alguém tire um coelho da cartola. Se não, vai ficar cada vez mais sufocante para os rivais e desinteressante para nós, fãs. As férias de verão na Europa chegam em ótima hora.

Confira a classificação final do GP da Bélgica:


Até!

sexta-feira, 28 de julho de 2023

ONDE HÁ ÁGUA...

 

Foto: Getty Images

Spa Francorchamps e chuva. Nem mesmo antecipando a corrida, que geralmente é a primeira do retorno das férias de verão europeu, é possível escapar das condições climáticas adversas. O circuito já é perseguido por hereges, que o culpam por acidentes, mortes, negligências e barbeiragens dos pilotos. Caça às bruxas contra tudo o que não for corrida de rua e asfalto para todos os lados.

Ainda teremos a porcaria da Sprint Race. Ou seja, o primeiro treino, que deveria dar um indício, não serviu para nada porque choveu e poucos foram para a pista. Basicamente todo mundo foi para o qualify no escuro.

A grande notícia do dia vem da Alpine e a série de mudanças que os franceses vão realizar a partir de agosto, no retorno das férias. Otmar Szafnauer, Alan Permane e Pat Fry estão de saída. Os dois primeiros demitidos, incluindo Permane que tem mais de 30 anos na empresa. Fry está indo para a Williams ser o diretor técnico.

Interinamente, assumem Bruno Famin, vice-presidente da Alpine Motorsports, Julian Rouse o diretor esportivo interino e Matt Herman lidera a parte técnica. A passagem de Szafnauer foi um desastre. Depois de anos de serviço bem prestados na Force India/Racing Point, a estadia nos franceses foi um fracasso.

O desempenho nunca esteve lá e o chefão vai ficar mais marcado por ter perdido Alonso e Piastri do que qualquer outra coisa. O presidente da Alpine já estava insatisfeito há alguns meses, chamando até o então chefe de amador. Acabou a paciência. É muito dinheiro investido para resultados tão tímidos. O 2023 da Alpine tem sido muito ruim. As mudanças, mais a venda de uma parte do time para os americanos são indícios que eu também já escrevi sobre. Onde há água...

Bom, voltando para o treino, um circuito longo deixa evidente a diferença da Red Bull para as demais. Teremos briga do segundo lugar em diante, mesmo que Max Verstappen tenha sido punido por trocar o câmbio e largue em sexto. Com isso, Leclerc consegue a segunda pole do ano. Nem assim Pérez se sobressai...

Vai ser aquela briga bonita pelo pódio entre Ferrari, Mercedes e McLaren. A Aston Martin definitivamente ficou para trás. Ricciardo teve azar no Q1 ao passar os limites da pista e ter a volta excluída, eliminando-o da sessão. 

O final de semana promete mais chuvas e incertezas. Vão continuar culpando Spa ou vão atacar o verdadeiro culpado, que é Max Verstappen a FIA e a Liberty?

Confira o grid de largada do GP da Bélgica:


Até!

quinta-feira, 27 de julho de 2023

GP DA BÉLGICA: Programação

 O Grande Prêmio da Bélgica foi disputado pela primeira vez em 1925, e faz parte do calendário da Fórmula 1 desde a 1a temporada da categoria, em 1950. Em apenas seis ocasiões o Grande Prêmio não foi disputado: 1957, 1959, 1969, 1971, 2003 e 2006.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Ayrton Senna - 1:41.523 (McLaren, 1991)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:41.252 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1992, 1995, 1996, 1997, 2001 e 2002)

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 281 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 171 pontos
3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 139 pontos
4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 133 pontos
5 - George Russell (Mercedes) - 90 pontos
6 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 87 pontos
7 - Charles Leclerc (Ferrari) - 80 pontos
8 - Lando Norris (McLaren) - 60 pontos
9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 45 pontos
10- Esteban Ocon (Alpine) - 31 pontos
11- Oscar Piastri (McLaren) - 27 pontos
12- Pierre Gasly (Alpine) - 16 pontos
13- Alexander Albon (Williams) - 11 pontos
14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos
15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos
16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 452 pontos
2 - Mercedes - 223 pontos
3 - Aston Martin Mercedes - 184 pontos
4 - Ferrari - 167 pontos
5 - McLaren Mercedes - 87 pontos
6 - Alpine Renault - 47 pontos
7 - Williams Mercedes - 11 pontos
8 - Haas Ferrari - 11 pontos
9 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos
10- Alpha Tauri RBPT - 2 pontos

"LONGE DO AUGE"
Foto: Divulgação/Mercedes

Mesmo voltando a largar na pole depois de quase dois anos, a largada no domingo desanimou tanto Lewis Hamilton a ponto do Sir declarar que, hoje, ele não está mais no auge da carreira, e que isso começou ano passado, coincidentemente quando a Mercedes também deixou de ter a hegemonia na categoria.

“Acho que ontem depois da classificação parecia que eu estava de volta ao meu melhor. Mas na verdade não estou no auge há mais de um ano", disse, em entrevista, após a corrida da Hungria.

É uma declaração forte, mas que faz sentido por outros motivos. A idade, por exemplo. É evidente que Hamilton não está mais no auge, mas isso não significa que ele virou um piloto desprezível. A questão é que difícil alguém que sempre venceu desde que começou a carreira repentinamente ficar fora do topo e ver as chances de pole e vitória, outrora sempre palpável, agora ser cada vez mais difícil. 

Por isso a emoção na pole 104, porque a ausência de protagonismo afeta o psicológico, a confiança desses grandes competidores, e Hamilton é um deles. Nem tanto ao céu, nem tanto ao céu. "Longe" do auge, Hamilton só precisa de um carro melhor e mais competitivo para mostrar porque detém os recordes que possui.

DESFECHO PRÓXIMO

Foto: Getty Images

Em um mês e maio, talvez em agosto, a FIA vai dar uma resposta sobre a questão da entrada de uma nova equipe na Fórmula 1 a partir de 2026. Foi o que garantiu Mohammed Ben Sulayem, presidente da Federação, durante entrevistas na Hungria, semana passada.

"Espero que consigamos fazer o anúncio no mês que vem. Estamos conversando com gente séria e não queremos excluir ninguém sem uma avaliação detalhada dos pedidos que recebemos.

Estamos falando de grandes nomes e muito dinheiro. A declaração de intenção foi a coisa certa a fazer e, além disso, o contrato diz que o grid da F1 pode ter até 12 equipes", disse para um portal húngaro.

Mais do que somente uma equipe, o desejo da FIA e de Ben Sulayem é de uma fábrica, alguém com estofo e estrutura para somar na categoria. De acordo com essa descrição, a candidatura que mais se aproxima é a da Andretti, que chegaria em parceria com a General Motors, no caso a Cadillac.

"Claro que não queremos qualquer equipe, mas equipes ‘classe A’ e precisamos de novas fábricas. Prefiro fábricas porque seria bom para o esporte. Já tomamos o tempo que precisávamos, a equipe da FIA trabalhou muito duro nisso, já nos encontramos com as equipes para revisar as propostas e aho que chegaremos a uma decisão final dentre de quatro a seis semanas", continuou.

Apesar da Liberty e das equipes serem contra a adesão de outra equipe por questões financeiras, a FIA pretende ir com a questão até o fim.

“É obviamente uma questão política e financeira, mas está claro para mim que a FIA tem de respeitar os tratados que existem. Somos regulamentados pela União Europeia. Não podemos manipular nada. Se uma equipe está interessada e as regras dizeram que podemos ter uma quantidade definida de times, como podemos dizer não?

Entendo as preocupações das outras equipes, especialmente na parte financeira, da distribuição, mas não estou aqui para chatear ninguém. Estou aqui para fazer a coisa certa para o esporte. Ficarei feliz de me reunir com alguém e dar conselhos, mas como podemos negar uma grande equipe que queira entrar na F1 dizendo para comprar uma equipe ou não vir? Acho isso errado”, finalizou.

Uma decisão tão rápida e declarações que aparentemente vão contra o outro lado da questão são indicativos interessantes, se não for meramente um despiste. É uma queda de braço política e financeira e, para o bem da categoria, é melhor que a FIA mostre quem manda: ela, não as montadoras.

TRANSMISSÃO:
28/07 - Treino Livre: 8h30 (Band Sports)
28/07 - Classificação: 12h (Band e Band Sports)
29/07 - Classificação Sprint: 7h30 (Band Sports)
29/07 - Corrida Sprint: 11h30 (Band e Band Sports)
30/07 - Corrida: 10h (Band)