quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

BARCELONA, DIA 2 - NADA MUDOU

Foto: Getty Images
No segundo dia de testes em Barcelona, mudaram apenas alguns pilotos. Na Ferrari, por exemplo, Charles Leclerc fez sua estreia sendo o mais rápido da sessão, fazendo 1:18.247 com os pneus macios (amarelos), andando 157 voltas.

Em segundo, outra McLaren e outra estreia. Lando Norris voou no fim para fazer o segundo tempo (1:18.553, pneu supermacio) e boas 104 voltas com o novo MCL35. Para quem mal andou nos últimos anos com a Honda o início é promissor, mas muita calma nessa hora.

Magnussen fez o terceiro tempo com os pneus macios, seguido pelo estreante Alexander Albon e sua Toro Rosso Honda que andou incríveis 132 voltas sem maiores problemas. O tailandês chegou a rodar algumas vezes mas faz parte do processo, afinal foi sua primeira experiência com um carro de Fórmula 1 de forma oficial.

Giovinazzi foi o quinto (supermacios), seguido por Bottas, Pierre Gasly (que chegou a bater) e a dupla da Renault. Na parte da tarde, Ricciardo teve um problema com a asa traseira, que arrebentou e fez o australiano rodar e perder o resto da sessão. Atrás dos franceses, Lewis Hamilton. Outra vez, Renault e Mercedes parecem preocupados em checar o funcionamento do carro ao invés da verdadeira velocidade dos novos bólidos.

Stroll, estreando na Racing Point, ficou com o penúltimo tempo. A grande novidade do dia foi a estreia de Pietro Fittipaldi na Haas. O brasileiro, que é piloto reserva, deu 13 voltas e ficou com o último tempo. Marca importante para Pietro, que volta a pista amanhã, dividindo o carro com Magnussen.

A Ferrari não está somente mais leve. Não faz sentido. O carro parece ser bom. O melhor? Calma, é muito cedo. O que deu para perceber é que os conceitos aerodinâmicos dos italianos são distintos ao W10 dos alemães, que ainda não se preocupou em acelerar para valer. A Honda vem sobrevivendo bem neste início. A temporada de experiência com a Toro Rosso ano passado pode estar fazendo diferença. Agora, falta o mais importante: potência, além de mais provas de confiabilidade, principalmente em etapas com temperaturas mais elevadas que os testes de inverno na Europa.

A Renault começa com alguns infortúnios, mas a principal preocupação é a Williams, que só deve estrear nos testes durante a tarde, bem mais atrasada que as demais tanto nos tempos quanto na montagem. São quilometragens que vão fazer muita falta para quem almeja parar de fechar o grid.

Aguardamos os próximos dias.

Até!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

BARCELONA, DIA 1 - FERRARI NA PONTA

Foto: Divulgação
Finalmente começaram os primeiros testes da Fórmula 1, conhecidos por não significarem muita coisa, apenas para que os fãs matem a saudade, as equipes comecem a testar os novos equipamentos e também para que nós possamos nos (re)acostumar com novas cores e designs de alguns carros.

Às vésperas do início da sessão, a Alfa Romeo e a Red Bull apresentam suas cores originais para a temporada. O resultado? Mais do mesmo. A equipe satélite da Ferrari manteve o mesmo modelo do ano passado, apenas com o logo um pouco maior.

Foto: Divulgação
A Red Bull, por sua vez, é a mesma de sempre.

Foto: Divulgação
O treino teve apenas alguns incidentes, como a rodada de Kimi Raikkonen e rápidos infortúnios com a Haas de Grosjean (problemas na pressão de combustível) e a McLaren de Carlos Sainz.

De resto, podemos destacar que a Ferrari foi a mais rápida do dia com alguma vantagem em relação aos demais. Vettel foi o mais veloz e andou incríveis 169 voltas durante o dia, mostrando que o SF90 está suportando bem esses primeiros momentos na confiabilidade. O alemão fez esse tempo com o pneu C3 (o famoso macio, de linha amarela).

Carlos Sainz colocou a McLaren em segundo. No entanto, o tempo foi marcado com o pneu C4 (o supermacio ou algo do tipo, o segundo mais macio que a Pirelli disponibilixa). Não dá para ter muita consideração sobre, apenas testar as mudanças aerodinâmicas do MCL35.

Grosjean com a Haas conseguiu um bom terceiro tempo. A grande notícia do dia foi o primeiro teste oficial da Red Bull com a Honda, cercada de expectativas e desconfianças. Surpreendendo muita gente, a confiabilidade do conjunto nesse primeiro dia foi positivo. Max Verstappen conseguiu andar boas 128 voltas e terminou em quarto. Kimi Raikkonen foi o quinto com a promissora Alfa Romeo C38, seguido pela Toro Rosso de Daniil Kvyat. Pérez foi o sétimo, mas chamou a atenção porque a Racing Point andou apenas 30 voltas sem aparentar algum problema, a própria equipe não comunicou algo.

Fechando os tempos, Renault e Mercedes optaram por utilizar os dois pilotos, cada um em cada turno. Usando os compostos mais duros, Bottas e Hamilton andaram juntos 160 voltas, enquanto as Renault de Hulkenberg e Ricciardo. O alemão estranhou um pouco o novo R.S.14, mas já vimos que as duas equipes estão mais preocupadas em se certificar se as coisas estão em ordem para depois explorar a velocidade dos novos carros. Muita calma nessa hora.

Foto: Divulgação
A Williams anunciou que vai ficar de fora também da próxima sessão de treinos, que começa daqui a pouco. Talvez participem dos dois últimos dias. Para quem fez uma temporada vexatória, perder dois dias de testes fundamentais é praticamente estar condenada a rabeira do grid mais uma vez. Equipe Rokit decolando de novo...

Até!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

GIGANTES EM MOMENTOS OPOSTOS

Foto: McLaren
Queria começar o texto chamando a McLaren de "ex-grande", mas isso seria contraditório com o título do texto. Agora não sei como começar. Pois bem, ingleses mantiveram o laranja e acrescentaram um pouco mais de azul no MCL35.

A beleza do carro é a única coisa boa do time nesses últimos anos. Para tentar mudar essa situação em 2019, Peter Prodromou resolveu dividir as funções com outros importantes membros da McLaren, como Andrea Stella, o recém-contratado Pat Fry e o futuro contratado James Key. Assim, o time de Woking almeja voltar, aos poucos, ao protagonismo de outrora.

O carro é bonito. Comparado com o resto, é um dos mais, sem dúvida. O problema vai ser aparecer com frequência na transmissão lá na frente. Sainz é superestimado assim como Lando Norris, que na F2 fracassou e terminou em terceiro. Tem dinheiro e costas quentes, isso é o suficiente. Mais um ano desafiador para a McLaren, que pode ter no anúncio do carro o grande momento de esperança na temporada.

Foto: Divulgação
Não tem como mexer na Ferrari. No entanto, os italianos adotaram um carro mais "rubro-negro", talvez para disfarçar o patrocínio da Philip Morris e a proibição das tabagistas. O SF90 vai tentar quebrar o jejum de 12 anos sem título dos italianos. No evento oficial, a iluminação deixava o carro meio laranja, um vermelho alaranjado, algo assim... parece feio, mas nessa imagem de divulgação eu achei bonito. Estou confuso.

Sem o fiel escudeiro Kimi Raikkonen, a Ferrari cumpre a palavra do falecido Marchionne e coloca um monegasco faminto pelo sucesso, alguém que certamente vai evitar ao máximo ser apenas mais um trabalhando em prol de Sebastian Vettel, até porque o alemão não fez nas últimas temporadas um desempenho que mereça tal regalia. A disputa de um tetracampeão fortemente pressionado e contra a parede diante de um dos maiores talentos que surgiam na F1 na última década é um dos grandes atrativos dessa temporada. Quem ganha: nós, o público, ou a Ferrari? É improvável que seja os dois, mas não se pode duvidar de nada...

A Ferrari rubro-negra e a McLaren laranja papaia com toque azul piscina, juntamente com a Mercedes, são os bólidos mais bonitos até aqui, onde a beleza e a criatividade passaram longe. No aguardo das equipes restantes.

Até!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

SEM NOVIDADES - PARTE 2

Foto: Divulgação
Na terça-feira, só a Renault apresentou o carro, que na verdade é igual o do ano passado. Então, decidi esperar pelo dia seguinte, que estaria cheio de anúncios e esperança de modificações.

Foto: Divulgação
A Mercedes apresentou o W10 e ele está mais cinza, remetendo aos primeiros modelos da montadora no início da década. Um carro elegante e mais limpo, muito bonito mesmo. Claro que carro vencedor já é bonito por natureza, mas esse é assim mesmo se fracassar, o que é improvável. As flechas de prata também aproveitaram para realizar o primeiro shakedown da temporada.

Foto: Divulgação
A agora Racing Point também não mudou muito, a não ser uma pequena camada de azul e uns detalhes em branco, além do novo nome: Sport Pesa Racing Point Team. Que coisa horrível. O nome. O carro até que não é feio e nem bonito, muito pelo contrário. Parece Guaraná Jesus, Babbaloo ou 7 Belo.

Foto: Reprodução
A Red Bull sempre faz carros com design diferente para a pré-temporada e depois volta ao normal quando a temporada começa. Esse monte de risco certamente é para tentar esconder as novidades aerodinâmicas promovidas pelo novo regulamento, de onde a equipe aposta que Newey e o motor Honda (?) possam ser responsáveis pelo pulo do gato. A equipe taurina também já fez o shakedown.

Se os carros são os mesmos, o shakedown é um tópico interessante para se abordar. Cada equipe pode rodar 100 km para testar os componentes do carro e fazer takes comerciais, mas usando pneus Pirelli de demonstração, ou seja, nada semelhantes com os da atual temporada.

Renault e Williams, por exemplo, já sinalizaram que não irão conseguir fazer isso. O processo é importante para ver se os equipamentos estão em ordem e evitar imprevistos nos testes que começam na próxima segunda-feira, em Barcelona. Ou seja: os dois estão atrasados no desenvolvimento. É o preço que se paga por ser uma equipe pobre (Williams) e pelas mudanças do regulamento serem feitas de última hora (Renault). A Mercedes, por exemplo, trabalha no W10 há 16 meses. Há bem menos chances de dar errado do que em relação aos demais. Isso explica o domínio dos alemães.

Amanhã é o dia da McLaren, sempre misteriosa e repleta de expectativas sobre a cor de seus bólidos. Atualmente, esse é o único grande momento da temporada dessa equipe de Woking. Aguardemos.

Até!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

SEM NOVIDADES

Foto: Divulgação
"Trabalhando" durante a madrugada na publicação de um projeto (em breve! "me perguntem o quê é?") até agora, acabei esquecendo do post de hoje, que está saindo na calada da manhã.

Na verdade é um paradoxo porque não há nada novo, tampouco uma produção histórica, um quadro. Essa Toro Rosso aí, é desse ano ou do ano passado? Dos dois. É isso aí o STR14. Não é feio, pelo contrário, mas é igual, não faz diferença nenhuma.

Foto: Reprodução
E a Williams? Sem Martini e o dinheiro dos Stroll, o ano vai ser difícil. Bom, o time de Claire tenta reparar isso com a chegada de Kubica e do novo patrocinador, a tal da ROKiT (empresa chinesa de smartphones). Sem o patrocínio da mítica marca de bebidas, os ingleses tiveram que mudar o layout, ou nem tanto.

Tirando os detalhes característicos da Martini e o logo da empresa chinesa, fica a impressão que a Williams está tão pobre que não teve dinheiro pra terminar a pintura azul que começou, deixando aquele branco no resto. Bisonho. Espero eu que isso seja obra de pré-temporada apenas. Em todo o caso, é cara de carro que vai fechar o grid e isso diz tudo o que virou a Williams, de subserviente do petróleo venezuelano até virar capacho e levar pé na bunda de um riquinho canadense.

Sono ou mal humor? Tá mais pra primeira opção. Aguardo carros bonitos e minimamente diferentes dos que foram apresentados até agora.

Até!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

DE CARA NOVA?

Foto: Reprodução
Aos poucos a Fórmula 1 volta a rotina. Chegamos ao momento onde as equipes anunciam os carros da temporada. Algumas fazem mistério e lançam uma pintura provisória para divulgar somente na Austrália, na abertura da temporada. Algumas não mudam muito, outras, pelo contrário, mudam radicalmente.

É o caso da Haas. Agora patrocinado pela Rich Energy (empresa de energéticos), a equipe anunciou que agora começa uma "Nova Era". O VF-19 vem preto e dourado para combinar com o novo patrocínio. É claro que a primeira lembrança é a icônica Lotus de Ronnie Peterson, Emerson Fitipaldi, Mario Andretti, Ayrton Senna, entre outros. 

A própria Haas, que mantém Magnussen e Grosjean de titulares, admitiu que a troca de cores era justamente para imitar a antiga Lotus, que chegou a voltar para o circo no início da década, obviamente sem ligações com a antiga administração de Colin Chapman.

Coincidência ou não, o neto de Emmo é o piloto reserva da equipe, o suficiente para o saudosismo nacional criar ligações e relembrar a época de ouro do automobilismo nacional na F1.

Sendo sincero, o carro é bonito. No entanto, uma pintura que remete a Lotus acaba com a identidade própria que uma equipe precisa construir para ser relevante. É evidente que ao olhar para esse carro nos lembraremos da Lotus ao invés de nos referirmos a "Haas".

Foto: Reprodução
A Haas foi a primeira e na próxima semana o restante das equipes vão apresentar seus novos carros. A McLaren faz gracinhas para no final ser um carro sem graça, que deixe o laranja papaia. Ferrari é sempre igual, a Mercedes também tá se insinuando, a Red Bull com a Honda dizem que vai ficar mais branco, Williams sem Martini, a agora Alfa Romeo... Muitas dúvidas que só serão respondidas agora ou efetivamente na semana do GP da Austrália. Confira a programação para não perder nada:

11 de fevereiro - Toro Rosso e Williams
12 de fevereiro - Renault
13 de fevereiro - Red Bull, Mercedes e Racing Point
14 de fevereiro - McLaren
15 de fevereiro - Ferrari
18 de fevereiro - Alfa Romeo

Gostaram da pintura da Haas?

Até!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

O REINÍCIO E O FIM

Bruno Giacomelli, Alfa Romeo 179, de 1980. Foto: LAT Images
Fala, galera!

Na semana passada, foi anunciado que a Sauber Alfa Romeo F1 se tornou a Alfa Romeo Racing, administrada pela Sauber Motorsport.

Ou seja, o que isso significa? Que a equipe será chamada de Alfa Romeo e que a Sauber está deixando a F1, onde esteve desde 1993. De 2006 até 2010 a Sauber foi comprada pela BMW, mas o sobrenome continuava ali. Agora, não mais.

A mudança de nomenclatura não muda profissionais. Pelo contrário, até faz sentido porque desde o ano passado a Ferrari mandou várias pessoas para a ex-Sauber, como por exemplo Simone Resta.

Também na prática, a Ferrari oficializa sua terceira equipe na F1. A Haas já é satélite e agora a Alfa Romeo vira de fato a "Ferrari B", o que já era antes com o nome Sauber, tanto hoje quanto no passado, na parceria com a antiga Sauber Petronas no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000.

Sendo satélite e auxiliada pela Ferrari, a agora Alfa Romeo terá dinheiro e estrutura pra se desenvolver. No ano passado já houve uma evolução, também graças a Leclerc. Agora, a tendência é que as coisas melhorem cada vez mais, com a experiência de Kimi Raikkonen e a qualidade do jovem Antonio Giovinazzi.

No entanto, se a Ferrari largar o brinquedo, não me parece que Peter Sauber possa salvar sua equipe outra vez, assim como quando a BMW largou o negócio em 2010. Caso esse receio se confirme, a possibilidade da F1 perder mais um time é enorme.

Relembrando a história da Alfa Romeo: a empresa criada em 1910 foi a primeira a vencer na Fórmula 1, no longínquo GP da Inglaterra em 1950. O time conquistou o bicampeonato com Juan Manuel Fangio e se retirou da categoria.

O retorno se deu em 1962 como fornecedora de motores de equipes como McLaren, March, LDS e Coopero até 1978,  Sem apresentar bons resultados. Em 1979, volta a ser equipe, mas nem de longe conseguiu repetir os resultados dos anos 1950. O único pódio foi o terceiro lugar no GP da Itália de 1984, com Riccardo Patrese. Nos dois últimos anos da Alfa Romeo, ela foi patrocinada pela Benetton, que virou equipe em 1986.

A Alfa Romeo seguiu como construtor até 1988, quando tentou ajudar a Osella, que chegou a desenvolver e ser o nome do motor, mas também foi um grande fracasso.

Em 2016, escrevi sobre a história de Peter Sauber, que se confunde com a própria equipe, quando ele se retirou do comando da escuderia. Relembre:

PARTE 1
PARTE 2
PARTE 3

Até!